1 Fluxo de Caixa FLUXO DE CAIXA O fluxo de caixa é o instrumento que permite a pessoa de finanças planejar, organizar, coordenar, dirigir e controlar os recursos financeiros de sua empresa para determinado período. captação Administração Financeira aplicação de recursos distribuição Dilema do Administrador Financeiro Liquidez versus Rentabilidade CONCEITOS Fluxo de caixa – previsão de: ingressos desembolsos OBJETIVO BÁSICO CAPTAR EMPRÉSTIMO ? ou APLICAR EXCEDENTES ? CARACTERÍSTICAS Fluxo de caixa: Cash flow Orçamento de caixa Fluxo de recursos financeiros Fluxo de capitais Fluxo monetário Movimento de caixa Pode-se caracterizar o fluxo de caixa da seguinte forma: Prof. Dr. Eduardo Braga www.professorbraga.com/fsa Fev. 2014 – V. 2.0 2 Fluxo de Caixa Tesoureiro Dinheiro Caixa Duplicatas Aplicações no Merc Financeiro Bancos a Receber a Pagar Outra representação simples do fluxo de caixa: Caixa Ingressos Desembolsos 1, 2, 3, ..., n 1, 2, 3, ..., n Principais entradas e saídas financeiras do caixa: Vendas Recursos Recursos Vendas a Vista Próprios de Terceiros a Prazo Ingressos Mercado Financeiro Caixa Ativo Permanente Custos de Investimentos Amortizações Operações Principais capitais que fluem na empresa: Capitais (recursos) Próprios: Recebimento das vendas de produtos Capital dos sócios ou acionistas Prof. Dr. Eduardo Braga www.professorbraga.com/fsa Fev. 2014 – V. 2.0 3 Fluxo de Caixa FATORES QUE INTERFEREM NO FLUXO DE CAIXA A projeção do fluxo de caixa depende de vários fatores: Tipo de atividade econômica; Porte da empresa; Processo de produção e comercialização; etc. INGRESSOS E DESEMBOLSOS DE CAIXA Em geral os ingressos de caixa ocorrem em intervalos que podem ser regulares ou não. Uma parte dos ingressos deveria permanecer em forma de lucro. Se esses não forem distribuídos aos acionistas, pode-se reduzir os financiamentos externos. Quais as principais fontes de financiamento externas à empresa? Os desembolsos podem ser: Regulares Periódicos Irregulares PRINCIPAIS INGRESSOS E DESEMBOLSOS DE CAIXA Vendas a Vista Capitais Próprios Cobranças de Vendas à Prazo Capitais de Terceiros Caixa (Disponível) Investimentos Amortizações Operações Ativo Permanente Empréstimos Custos Operacionais Mercado Financeiro Financiamentos Despesas Operacionais FALTA DE RECURSOS Causas da falta de recursos na empresa Fatores internos Fatores externos Prof. Dr. Eduardo Braga www.professorbraga.com/fsa Fev. 2014 – V. 2.0 4 Fluxo de Caixa Alterações nos saldos de caixa Fatores internos Alteração na política de vendas Decisões na área de produção Política de compras Política de pessoal Fatores externos Se houver uma recessão na atividade econômica, o que o administrador financeiro pode fazer? Política de crédito Cobrança de títulos Nível de estoques Nível de produção Se houver uma expansão? Atraso dos clientes Alteração de relação oferta x procura (a empresa necessita de mais capital de giro) Problemas com fornecedores (atraso) Alteração na política tributária Quantos fluxos de caixa uma empresa bem administrada deveria ter? Se há uma previsão de falta de recursos, o que administrador financeiro poderia fazer? FLUXO DE CAIXA ATRAVÉS DE ANÁLISE DE INDICADORES ECONÔMICO-FINANCEIROS O administrador deve efetuar uma análise periódica da estrutura de capital da empresa, ou seja, a relação capital próprio versus de terceiros. O homem de finanças pode fixar a estrutura de capital adequada para a empresa em função do fluxo de ingressos e de desembolsos do caixa. Por exemplo: se há uma previsão de excesso de desembolso ou falta de ingressos, a empresa precisaria recorrer a recursos externos, alterando a relação capital próprio versus capital de terceiros. A empresa pode ter como objetivo maximizar a rentabilidade, os lucros, minimizar os custos, etc. Esses objetivos podem ser medidos através de indicadores econômico-financeiros, e deve ser projetado e acompanhado tanto no curto quanto longo prazo. Esses indicadores se propõem a: Estabelecer relação entre os dados econômico-financeiros da empresa; Determinar os pontos estrangulamento e de desequilíbrio de empresa; Utilizar os dados internos e externos da empresa; Comparar os dados obtidos com os padrões pré-fixados pela empresa; e Constatar o progresso ou o retrocesso da empresa. Prof. Dr. Eduardo Braga www.professorbraga.com/fsa Fev. 2014 – V. 2.0 5 Fluxo de Caixa ANÁLISE DE INDICADORES Por índice; Por tendências; e Por ponto de equilíbrio. CONCLUSÃO: Para se alcançar os índices desejados o fluxo de caixa é fundamental para as organizações. ELABORAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA PLANEJAMENTO SFC = SIC + I - D Onde: SFC SIC I D = = = = SALDO FINAL DE CAIXA SALDO INCIAL DE CAIXA INGRESSOS DESEMBOLSO Importância Antecipou a falta ou o excesso de caixa. Também, nos casos de empréstimos, os fluxos de caixas são exigidos pelos bancos (principalmente de pequenas e médias empresas). Prazo de Planejamento Depende do tamanho e do ramo de atividade da empresa. Em geral, quanto mais oscilação na atividade, menor o prazo. Para planejamentos de longo prazo dispensam-se detalhes. Prof. Dr. Eduardo Braga www.professorbraga.com/fsa Fev. 2014 – V. 2.0 6 Fluxo de Caixa Principais elementos envolvidos no fluxo de caixa Aumentos de Capital Compras de Ativos Outros Ingressos Outros Desembolsos DESEMBOLSOS Despesas com Vendas DESEMBOLSOS Vendas de Ativo OPERAÇÕES FINANCEIRAS Folha de Pagamento FLUXO DE CAIXA Vendas a Prazo INGRESSOS Fornecedores INGRESSOS Vendas a Vista Informações úteis para elaboração do fluxo de caixa Projeção de vendas a vista e a prazo; Estimação das compras; Levantamento do contas a receber e a pagar; Determinação de periodicidade do fluxo de caixa; e Orçamento dos demais ingressos e desembolsos. FLUXO DE CAIXA OPERACIONAL Composto somente por itens operacionais. Uma atenção especial deve ser dada às vendas a prazo e, se houver, ao desconto de duplicatas. Desembolsos operacionais, matéria-prima, salários, despesas indiretas de fabricação e despesas operacionais. Prof. Dr. Eduardo Braga www.professorbraga.com/fsa Fev. 2014 – V. 2.0 7 Fluxo de Caixa CICLO DE CAIXA Caixa $ Vendas $ Compras $ Produção $ ou Recebimento de Clientes Caixa Compra de Matéria-Prima Valores a Receber Vendas a Vista Estoque de Matéria-Prima Vendas a Prazo Produtos Prontos Produção Prof. Dr. Eduardo Braga www.professorbraga.com/fsa Fev. 2014 – V. 2.0 8 Fluxo de Caixa Modelos de Administração de Caixa Modelo de Baumol (1952) Baseado nos lotes econômicos de compra. N 0,5 i R b Onde: N = Número de resgates ao mês. i = Taxa de juros de aplicação financeira (ao mês). R = Montante recebido periodicamente. b = Custo de transação referente investimento ou resgate. Exemplo: Uma empresa recebe no dia primeiro de cada mês R$ 9.600,00 pela prestação de serviços a outra empresa. Supondo um mês com 20 dias úteis, pode-se afirmar que os desembolsos médios diários montam R$ 480,00 (R$ 9.600,00 ÷ 20). A taxa de juros de mercado é de 1% ao mês e cada vez que é feita uma operação de investimento ou pagamento, a empresa desembolsa R$ 3,00 referentes a custos de operação. Assim: N 0,5 0,01 9.600 3 N4 Graficamente, se nenhum investimento ou resgate fosse feito: R$ R$ 9.600 dias 5 Prof. Dr. Eduardo Braga 10 15 www.professorbraga.com/fsa 20 Fev. 2014 – V. 2.0 9 Fluxo de Caixa Aplicando o modelo: R $ 9.600,00 4 R$ 2.400,00 Graficamente: R$ R$ 2.400 dias 5 10 15 20 Pode-se observar a seguir o fluxo de caixa do Modelo Baumol: Saída de Caixa 1* 2.400 480 2 1.920 480 3 1.440 480 4 960 480 5 480 480 6 2.400 480 7 1.920 480 8 1.440 480 9 960 480 10 480 480 11 2.400 480 12 1.920 480 13 1.440 480 14 960 480 15 480 480 16 2.400 480 17 1.920 480 18 1.440 480 19 960 480 20 480 480 * Caixa inicial = 9600 - 7200 = 2400 Dia Caixa Inicial Prof. Dr. Eduardo Braga Entrada de Caixa 0 0 0 0 2.400 0 0 0 0 2.400 0 0 0 0 2.400 0 0 0 0 0 www.professorbraga.com/fsa Caixa Final 1.920 1.440 960 480 2.400 1.920 1.440 960 480 2.400 1.920 1.440 960 480 2.400 1.920 1.440 960 480 0 Investimentos 7.200 7.200 7.200 7.200 4.800 4.800 4.800 4.800 4.800 2.400 2.400 2.400 2.400 2.400 0 0 0 0 0 0 Fev. 2014 – V. 2.0 10 Fluxo de Caixa Modelo de Miller e Orr (1966) Este modelo adapta-se às variabilidades das entradas e saídas de caixa. Define-se um limite superior e um inferior. Quando o saldo de caixa ultrapassar um limite superior, faz-se um investimento. Quando o saldo ultrapassar um limite inferior, faz-se um resgate. Em ambas as situações, o saldo retornará a um valor chamado ponto de retorno. Observe a figura a seguir: h z m t Onde: h = Limite máximo. z = Ponto de retorno. m = Limite mínimo. Sendo: m determinado pela empresa. z calculado pela fórmula: z m3 0,75 b Var i Onde: b = Custo de transação. Var = Variância diária do caixa. i = Taxa de juros (ao dia). Prof. Dr. Eduardo Braga www.professorbraga.com/fsa Fev. 2014 – V. 2.0 11 Fluxo de Caixa E: h m 3z Exemplo: Uma empresa tem o seguinte fluxo de caixa nos 10 primeiros dias do mês. Dia 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Total Média Variância Desembolsos 1.916 1.931 1.790 1.659 1.733 1.976 1.964 1.714 1.668 1.946 Ingressos Fluxo de Caixa 1.616 -300 2.331 400 2.090 300 1.359 -300 1.833 100 1.776 -200 2.064 100 1.514 -200 1.568 -100 2.246 300 100 10 FC - Méd -310 390 290 -310 90 -210 90 -210 -110 290 2 (FC - Méd) 96.100 152.100 84.100 96.100 8.100 44.100 8.100 44.100 12.100 84.100 629.000 62.900 Considerando: m = R$ 50,00 b = R$ 0,10 Var = 62.900 iad = 0,03% z = R$ 291,89 h = R$ 925,66 Tem-se para os próximos 10 dias: Dia 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 Prof. Dr. Eduardo Braga FC Ant FC Previsto 300 500 800 -100 700 300 292 -100 192 200 392 100 492 -180 312 -250 292 200 492 -100 FC Inicial Invest/Resg 800 700 1.000 -708 192 392 492 312 62 230 492 392 www.professorbraga.com/fsa FC Final 800 700 292 192 392 492 312 292 492 392 Fev. 2014 – V. 2.0