IV Seminário da Rede Brasileira de Monitoramento e Avaliação Mesa 1 “Experiências estratégicas de formação em M&A existentes no país e suas lacunas: quais são os caminhos para a formação de M&A no Brasil” A experiência da Escola de Governo da Fundação João Pinheiro Laura da Veiga RJ 15/08/2012 Roteiro • A Formação de Profissionais para o Serviço Público • Escolas de Governo e a EG/FJP • EG/FJP e os EPPGG • Grade Curricular do CSAP e do Mestrado • A formação necessária para formuladores e avaliadores de políticas públicas • O policy cicle e as avaliações • Algumas perguntas para avaliações em cada etapa Os profissionais do setor público nas sociedades modernas e democráticas • A importância da formação de quadros qualificados para atuar nas organizações públicas para viabilizar a entrega de bens e serviços que possibilitem elevar o bem estar social. • Demanda por políticas públicas efetivas, eficazes e eficientes. Flexibilidade e diversidade. • Acompanhamento, monitoramento e avaliação das ações governamentais são centrais para verificar se o que foi planejado está sendo executado; se os destinatários estão recebendo os serviços e bens; se os resultados esperados estão sendo alcançados; se as ações governamentais estão melhorando as condições de vida dos segmentos populacionais que dependem dos bens e serviços públicos. Os componentes éticos e técnicos na formação • Duas grandes diretrizes deveriam nortear o desempenho de funções públicas : sensibilidade social e responsabilidade ética (compromisso com o bem estar público, probidade, universalismo, transparência); capacidade técnica (saber identificar o que deve ser feito, formular alternativas; planejar, executar de forma efetiva e eficiente; rever procedimentos; analisar e avaliar os resultados observados) • Capacidade técnica : formação geral, historicamente contextualizada (disciplinas da área das ciências humanas), aliada à formação mais especializada e técnica (metodologia, estatística, procedimentos e técnicas de elaboração, monitoramento e avaliação de políticas e programas públicos. A Escola de Governo Paulo Neves de Carvalho/FJP uma breve retrospectiva • As escolas de governo, dedicadas à formação de profissionais da e para a administração pública no Brasil, foram influenciadas por dois modelos: o da École Nationale d’Administration (ENA- criada em 1945) e a experiência norte-americana. • As pioneiras : Escola Brasileira de Administração Pública (EBAP/FGV) -1952-1980; Escola Nacional de Administração Pública (ENAP) – 1986 até a atualidade • Escola de Governo da FJP – criada em 1986 – se inspira nas experiências já existentes, mas introduz duas novidades: (1) formar o profissional para ingressar na carreira de gestor público – graduação sólida; (2) vincular esta formação a um cargo do governo estadual, especialista em políticas públicas e gestão governamental, criado em 1998. A EG/FJP e os EPPGG • EG é vinculada administrativa e orçamentariamente à FJP que, por sua vez, é parte da Secretaria do Estado de Planejamento e Gestão de MG. Autonomia relativa E&P • Curso Superior de Administração Pública (CSAP) – 1986 formação de servidores públicos para atuar na modernização do executivo estadual. 1ª seleção 1986 (CDA); 2ª. seleção 1993 (EG). Em 2012, forma-se a 22ª. • 1998 - criado o cargo de especialista em políticas públicas e gestão governamental (EPPGG); 2004 substituição do cargo de administrador público pelo de EPPGG. Os EPPGG ocupam cargos estratégicos no governo estadual. Nomeados após a graduação na EG. Outras áreas de atuação da EG/FJP • Pesquisa e extensão – início em 1995 • Mestrado – início em 1999 • Especialização – desde 1992, absorvendo cursos já ministrados pelo CDA desde 1986 • Treinamento curta duração – área fortalecida a partir de 2003- servidores estaduais. • A graduação na EG (EPPGG) - treinamento de gestores públicos. A temática da avaliação é parte a grade do CSAP e do Mestrado Formação dos EPGG da EG/FJP 8 semestres = 2760 hs + 300 hs estágio Formação geral Instrumentais quantitativas Administração Pública Políticas públicas e avaliação Filosofia ; Pensamento Científico Matemática, Informática Teoria G. Admin.; Adm. Pública; Adm. Municipal Gestão Pública, Pol.Sociais, Pol. Públicas Direito Geral, Administrativo Estatística; Sistemas Inf. e Govern. Eletrônica Finanças, Administ. Financeira Orçam, Contabilidade Pub Planejamento governamental, Planj. Estratégico Sociologia geral; Soc.Organizações Metodologia Auditoria e Controle Avaliação Social de Projetos Teoria Política, Política Brasileira Regulação e Gestão Serv. Pub Economia – macro, micro, brasileira, setor público Métodos Adm. Material e Quantitativos. Aplic. Patrimônio; RH; Ad. Pub.; História, Psicologia Marketing Setor Público Formação Mestrado em Administração Pública 24 meses – incluindo dissertação Núcleo Obrigatório Optativas Temas dissertação Teoria das Organizações Estado e Sociedade no Brasil; Direito Público Avaliação de Políticas Sociais Específicas Gestão Pública; Políticas Públicas Estado de Bem Estar e Desigualdades e Sist. Proteção Social no exclusão; Seguridade Brasil; Regulação Cont.; Social; Trabalho etc Economia Setor Público Finanças Pub.; Economia Brasileira; Planejamento Govern. Gestão Pública e Governança; Finanças; Gestão da Informação Governo Eletrônico; Gestão Estratégica Inf. Bases e bancos de dados; acesso a inf. etc Metodologia Desenho e Aval. Modelos; indicadores; Programas Proj. Sociais; monitoramento etc Métodos Quantitativos A formação de formuladores, avaliadores e consumidores de avaliação • Os egressos do CSAP, enquanto ocupantes de cargos estratégicos no executivo estadual, podem desempenhar funções relacionadas: (1) à formulação de programas, (2) a execução de projetos; (3) ao controle do orçamento e gasto público; (4) ao monitoramento ou à avaliação de projetos específicos, (5) ao consumo de avaliações realizadas por consultorias externas. • A grade curricular da EG é concebida considerando esta diversidade de papeis. Evidentemente, a vocação e o interesse orientará o início da especialização dos jovens profissionais. • Naquele conjunto de disciplinas mais vinculadas a M&A são enfatizados componentes políticos, técnicos e sociais. Alguns pontos que favorecem a formação do EPPGG na FJP e na EG • Estágios e monografias – a exposição às futuras áreas de trabalho e as temas de interesse do executivo mineiro – atividades de acompanhamento, aplicação de instrumentos e estratégias de avaliação e de monitoramento • A convivência com os pesquisadores da FJP – profissionais experientes atuando na orientação e na docência • A inserção posterior na carreira – atrai jovens talentosos, seleção muito competitiva. O Policy Cycle, tipos de avaliação e recursos metodológicos • Jannuzzi et al (2009) argumentam que muitas vezes as avaliações realizadas sobre políticas públicas pecam pelo excesso de academicismo, caráter extremamente geral e se revelam pouco úteis para a tomada de decisão • Bamberger et al (2005) mencionam os vários tipos constrangimentos a que as avaliações estão sujeitas no mundo real • Portanto, avaliações requerem considerar vários componentes políticos, orçamentários, técnicos etc O Policy cycle e tipos de avaliações Fonte Januzzi et al. 2009, p 119 Função política da avaliação • Estudos de avaliação extrapolam o âmbito da produção de conhecimento, são partes da disputa política: Patton (l987) – campo da avaliação como eminentemente político; Geene (1994) avaliação = gestão de governo + política • “julgamentos de valor, empiricamente justificados sobre o mérito do programa avaliado” Vaistman e Paes-Sousa (2009) • Subirats (2005) duas dimensões interdependentes: governo (legitimação política e social) e gestão (mais interna e operacional). • Para Vaistman e Paes-Sousa – tem-se o campo onde se cruza governo e campo estratégico, versão ampliada de accountablity (Oazlak, 2005, efeitos de mecanismos de responsabilização da função pública) = obrigação de prestação de contas assumida pelo governo (transparência, efiniência, eficácia, bom governo, autonomia, controle, serviço ao cidadão, democracia). Cunill-Grau= reduzir o déficit de controle da sociedade sobre o Estado Metodologias, instrumentos e pontos . desenvolvidos ao longo do treinamento na EG •• .Modelo lógico – • explicitação do problema e dasreferências básicas do programa (objetivos, público-alvo e beneficiários)- combina aspectos metodológicos do ZOPP (árvore de problemas) e do PES –planejamento estratégico integrado (descritores do problema na situação inicial e identificação de causas críticas) • Estruturação do programa para alcance de resultados (resultado final e impactos) – modelo lógico cf MCLaughlin & Jordan (2004) • Identificação de fatores relevantes do contexto modelo lógico cf MCLaughlin & Jordan (2004) 15 Perguntas básicas para desenho do programa Fonte: Osuna e Marquez, adaptação Veiga 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. Qual é a natureza ou dimensão do problema a ser enfrentado? Aonde? Quem? Alternativas de intervenção? Qual é a população objetivo- PO? A política ou o programa está sendo executad(a)o da forma planejada? Que variáveis do contexto – político ou socioeconômico – podem afetar a política ou o programa? O programa ou a política está alcançando a PO?- Efetividade Quais são os impactos da intervenção na PO? Como eles são percebidos pelos beneficiários? –Análise de impacto Quanto custa? Custo em relação ao benefício? Custo-benefício Obedece aos parâmetros legais? – Legalidade Gestão e acompanhamento o que . considerar • Quem faz o quê e como • . • Adequação dos procedimentos adotados para implementar as ações ou atividades previstas • Exame se o programa está sendo executado de acordo com o desenho • Revisão periódica do desenho –modelo lógico– para aferir se a execução do planejado está produzindo os resultados esperados • Acompanhamento da execução, identificação de problemas, estratégias de superação de problemas Acompanhamento e monitoramento . • Objetivo: verificação periódica do que está sendo feito da • perspectiva física e financeira . • Para quê: obter toda informação que ao início,ao longo e ao final será necessária para avaliar seu impacto, eficácia e eficiência; descrever a evolução das atividades e o desenvolvimento da intervenção, identificar os pontos críticos na gestão e execução que permitam identificar problemas; alertas para os responsáveis. • Elementos (1) âmbitos (participação e cobertura da população beneficiária; gestão; marco legal,mudanças do contexto, acompanhamento físico-financeiro), (2) níveis (programas, projeto, atividades), (3)responsabilidade e periodicidade, (4) indicadores e outros instrumentos, (5) desvios e atrasos, (6) cenários futuros. Fonte:Osuna e Marquez 18 Avaliação • Tipos de avaliação para etapa • O quê os diferentes modelos de avaliação são capazes de responder • Avaliações quantitativas, qualitativas e mistas • Como aumentar a robutez e a utilidade das avaliações na opinião de especialistas (Bamberger et al, Jannuzzi, dentre outros) . Obrigada pela atenção!!!