ID: 41190306
10-04-2012
Tiragem: 135000
Pág: 4
País: Portugal
Cores: Cor
Period.: Diária
Área: 18,93 x 33,72 cm²
Âmbito: Informação Geral
Corte: 1 de 2
Saúde Vive, há 13 anos, para ajudar os doentes com cancro, graças a donativos
e ao trabalho dos voluntários. E embora tema pelo futuro, a União Humanitária
dos Doentes com Cancro não baixa os braços e acaba de lançar mais um apoio.
Redução de donativos põe
em risco sobrevivência
FILIPE SOARES MARILINE ALVES/CM
A Linha contra
o Cancro apoia 176
doentes por mês.
Em 13 anos, já deu
apoio a quase dois mil.
CARLA MARINA MENDES
[email protected]
Orgulha-se de sobreviver
graças aos donativos e
trabalho dos voluntários. Tem
sido assim há 13 anos, mas
hoje a União Humanitária dos
Doentes com Cancro enfrenta
outro desafio, que dá pelo nome de crise, e que coloca em
risco a sua existência. «Desde
2009 que temos vindo a contabilizar uma drástica redução
de donativos», confirma ao
Destak Luís Filipe Soares,
presidente da instituição. Em
perigo estão «os serviços que
gratuitamente disponibiliza a
todas as pessoas com cancro
e seus familiares».
Embora, refere, se tenha
conseguido manter o frágil
equilíbrio orçamental, graças a
muita ginástica, é urgente «encontrar outras formas de angariação de fundos, nomeadamente através de um contacto mais
personalizado com a população
e da receita de eventos e espectáculos». Como os dois que já
têm datas marcadas: o Dia Zen,
a 6 de Maio, na Cordoaria Nacional e a 4ª Corrida Vencer
o Cancro, a 17 de Junho, no
Parque das Nações.
Valências para todos
Dias depois de ter comemorado o seu 13º aniversário, a associação faz um balanço de uma
actividade que inclui muitos
números. A começar pelas consultas de apoio psicológico,
criadas a 7 de Abril de 2002,
fruto da necessidade de um
acompanhamento que, na altura, faltava colmatar. «O cancro é uma doença que pode ser
muito traumatizante, explica
Luís Filipe Soares. «Pelo que
este apoio, para muitos doentes, é imprescindível, podendo
significar a diferença entre
olhar a doença de frente e querer tratamento, ou baixar os
braços.» Um apoio que, à se-
São milhares os portugueses que, todos os anos, enfrentam o diagnóstico da doença, o que motiva o apoio
Em média, todos
os dias realizam-se
quatro consultas
de apoio psicológico
A associação disponibiliza 14 valências,
todas com o mesmo
objectivo: apoiar
Desde 2009 que se
tem vindo a acentuar a
redução dos donativos,
fruto da crise
melhança de todos os restantes disponibilizados pela União,
é também gratuito. Em média,
são dadas quatro consultas por
dia, 88 por mês, 968 por ano.
Até hoje, contas feitas, são cerca de nove mil.
E com resultados que fazem
o orgulho da associação. «Há
casos de muitos doentes que
nos primeiros dias não falavam
e apresentavam um semblante cabisbaixo e triste, e poucas
semanas depois de receberem
apoio psicológico já nos cumprimentam naturalmente,
olham nos olhos e esboçam um
sorriso, possivelmente porque
aprenderam a aceitar a sua
doença e a valorizar a vida.»
A este apoio juntam-se outros, como a Linha Contra o
Cancro, a primeira linha telefónica no País de apoio a doentes
com cancro, que todos os dias
recebe, em média, oito chamadas, «o que totaliza um apoio a
cerca de 176 doentes por mês,
1936 doentes por ano». O apoio
psicológico lidera os assuntos
mais falados, seguindo-se o
apoio médico, nomeadamente
no que diz respeito aos tratamentos de quimioterapia e radioterapia e ainda os direitos
dos doentes oncológicos.
São 14, no total, as valências
prestadas, que vão desde o
Linha de partilha
na primeira pessoa
Os tempos são difíceis, mas
nem por isso a União Humanitária dos Doentes com Cancro desiste de ajudar quem
sofre da doença que mata
milhares de portugueses todos
os anos. Por isso, decidiu lançar
um novo serviço, que visa
apoiar e informar, através da
transmissão da experiência
pessoal de doentes, sobre
o cancro, a quimioterapia
e radioterapia. Disponível
telefonicamente, das 08h00
às 22h00, é assegurado por
uma voluntária da associação,
que enfrentou a doença.
apoio domiciliário, passando
pelo hospitalar, médico, multidisciplinar especialmente dirigidos a crianças, entre outros.
Um trabalho que, segundo
Luís Filipe Soares, é reconhecido pelos portugueses, embora com a crise, «naturalmente
as pessoas, por mais boa vontade que tenham, não podem
dar o que não têm». Apesar de
tudo acredita na continuação
do apoio, para que, por sua vez,
a organização possa continuar
a ajudar quem precisa.
ID: 41190306
10-04-2012
Tiragem: 135000
Pág: 1
País: Portugal
Cores: Cor
Period.: Diária
Área: 11,46 x 10,87 cm²
Âmbito: Informação Geral
Corte: 2 de 2
ACTUALIDADE PÁGINA 04
Crise põe em
risco apoio
aos doentes
com cancro
Redução dos donativos leva União Humanitária
dos Doentes com Cancro a temer pelo futuro.
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Redução de donativos põe em risco sobrevivência