1 : CADERNOS DO MERCADO DE VALORES MOBILIÁRIOS
PERFIL DE RISCO DO INVESTIDOR:
DIFERENÇAS ENTRE HOMENS E MULHERES
TÂNIA SARAIVA
1. INTRODUÇÃO
O processo de tomada de decisão dos investimentos individuais, por ser um processo complexo, é influenciado por inúmeros fatores, entre os quais o género. Este facto significa que,
na identificação desses diversos fatores existe
sempre uma forte correlação entre o nível de
risco e o perfil de investimento de cada investidor. Muitos investigadores têm demonstrado
que a propensão ao risco por parte dos investidores poderá ser analisada na ótica das diferenças entre os géneros, incluindo variáveis como
o rendimento, a poupança, a educação, o emprego, entre outras. [Harrtell (2007) citando
Engstrom & Westerberg1 (2003)].
Analisando alguns estudos internacionais, verifica-se que a maioria é consensual em relação
ao facto de que as mulheres apresentam um perfil de investimento mais conservador e que são
mais pessimistas do que os homens. Os homens
parecem sofrer por vezes de “excesso de confiança”. Segundo MLIM (2005), as mulheres cometem menos erros enquanto os homens mais
facilmente investem “a quente”, sem fazerem
uma pesquisa prévia, e estão dispostos a manter
durante mais tempo ativos com perdas elevadas.
Estas conclusões estão também presentes em
Barber & Odean (2001): os homens apresentam
maiores níveis de confiança do que as mulheres
e, nesse sentido, estão dispostos a assumir um
maior risco nos seus investimentos do que estas; por outro lado, os homens são mais propensos à negociação do que as mulheres porque
possuem um maior grau de informação sobre os
investimentos e, por consequência, estão dispostos a assumir um risco mais elevado.
No entanto, pelas suas atitudes mais confiantes,
os homens são mais vezes vítimas de esquemas
de investimentos fraudulentos do que as mulheres. Esta é a conclusão de um estudo recente
desenvolvido pela British Columbia Securities
Commission (BCSC) onde é afirmado que, no
que respeita a fraudes, certas atitudes de investimento colocam as mulheres menos expostas a
esse risco do que os homens. “Em geral, as mulheres são investidores mais avessos ao risco e
acreditam menos que investir é um jogo e, por
isso, tendem a colocar o seu dinheiro na mão de
profissionais”, (Leitão (2010), citando Patrícia
Bowles, diretora do BCSC). Este estudo revela
ainda que as mulheres são menos confiantes do
que os homens na hora de procurar informação
acerca de investimentos e, na maioria dos casos,
replicam as recomendações dos gestores financeiros.
1- Engstrom, S. & Westerberg, A. (2003). Which individuals make an active investment decision in the new Swedish pension system?
Cambridge University Press.
PERFIL DE RISCO DO INVESTIDOR: DIFERENÇAS ENTRE HOMENS E MULHERES : 55
2 : CADERNOS DO MERCADO DE VALORES MOBILIÁRIOS
Outros estudos mostram que as mulheres investem os seus rendimentos de forma mais conservadora do que os homens [Bajtelsmit & Bernasek (1996) citando Bajtelsmit & VanDerhei2
(1996) e Hinz, McCarthy & Turner3 (1996)]
e, de igual modo, são mais avessas ao risco
(Bajtelsmit & Bernasek (1996) citando
Jianakoplos & Bernasek4 (1996)). Estes últimos
argumentam que, quando as mulheres são confrontadas com questões relacionadas com a
aplicação das suas poupanças ou sobre efetuar
investimentos, de uma forma geral, os resultados indicam uma maior aversão ao risco do que
os homens. Neste sentido, o perfil de investimento que as mulheres estão dispostas a assumir apresenta-se mais conservador. Jianakoplos
& Bernasek (1998) procuram concluir se uma
maior aversão ao risco por parte das mulheres
está em consonância com as suas decisões financeiras, tendo confirmado que as mulheres e
os homens solteiros evidenciam uma aversão ao
risco relativa e que esta aversão ao risco diminui à medida que se verifica um aumento do
rendimento disponível.
De facto, a riqueza é apontada como um dos
fatores explicativos das diferenças entre géneros na investigação de Bajtelsmit & Bernasek
(1996). Os autores procuraram encontrar as explicações para as diferenças entre os géneros,
tendo concluído que “… as diferenças entre os
géneros nos investimentos e a propensão ao
risco podem ser atribuídas a várias causas
possíveis, mas, em última instância, pode ser
demonstrado que todas as explicações têm por
base a discriminação e/ou diferenças nas preferências individuais”. Esses fatores, segundo os
autores, “… podem influenciar a aversão ao
risco diretamente ou, através de resultados, tais
como as diferenças de género na riqueza, nos
rendimentos e no emprego”.
Os estudos citados evidenciam que a maioria
das mulheres é mais conservadora do que os
homens, que por serem menos confiantes arriscam menos nos seus investimentos. No entanto,
os resultados obtidos por estes estudos internacionais revelam-se insuficientes para se assumir
que as decisões de investimento dos portugueses variam segundo o género uma vez que a
abrangência desses estudos tem por base os
comportamentos financeiros de investidores de
outros países, estando, dessa forma, pouco focados nas especificidades da realidade portuguesa. Em Portugal, verifica-se uma quase inexistência de estudos sobre estas temáticas, destacando-se apenas os estudos da Comissão do
Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) que
procuram analisar o perfil de risco do investidor. Assim, este estudo tem por objectivo essencial compreender como homens e mulheres
portugueses tomam as suas decisões de poupança e investimento em períodos de grande instabilidade nos mercados financeiros, dado haver
tendência para uma maior aversão ao risco nestes períodos de incerteza. Nestes termos, espera
-se que este trabalho possa contribuir para o
desenvolvimento desta temática e revelar as
principais diferenças entre homens e mulheres
portugueses na escolha das suas carteiras de
investimento e na forma como encaram o risco.
2- Bajtelsmit, V. & VanDerhei, J. (1996). Risk aversion and retirement income adequacy. Positioning pensions for the twenty-first century.
Olivia S. Mitchell, Ed. Philadelphia: University of Pennsylvania Press.
3- Hinz, R.; McCarthy, D. & Turner, J. (1996). Are women conservative investors?: gender differences in participant-directed pension
investments. Positioning pensions for the twenty-first century. O. S. Mitchell, Ed. Philadelphia: University of Pennsylvania Press.
4- Jianakoplos, N. & Bernasek, A. (1996). Are women more risk averse?. Colorado State University Working Paper.
3 : CADERNOS DO MERCADO DE VALORES MOBILIÁRIOS
2. METODOLOGIA
O presente estudo pretende não só caracterizar
o perfil de risco do investidor, como também
compreender quais as causas das diferenças
entre géneros na escolha das suas carteiras de
investimento e como essa escolha é afetada pela
tolerância ao risco. Assim, o objetivo principal
deste estudo é medir o impacto das características socioeconómicas, nomeadamente, o género,
bem como o grau de tolerância ao risco sobre a
composição da carteira de ativos dos investidores portugueses.
Neste contexto, para fazer face a este objetivo,
foram definidas as seguintes hipóteses:
H1: As mulheres e os homens investem parte
do seu rendimento líquido mensal.
H1.1. – As mulheres têm um nível de poupança do rendimento líquido
mensal inferior aos homens.
H1.2. – Os ativos financeiros escolhidos
pelas mulheres são diferentes dos
escolhidos pelos homens.
H1.3. – Os homens tomam as suas decisões
de investimento ao contrário das
mulheres.
H1.4. – As mulheres pensam menos no longo prazo do que os homens em
relação aos seus investimentos.
H1.5. – As despesas mensais são o principal motivo para os indivíduos
que não poupam parte do seu
rendimento líquido mensal.
H2: O grau de conhecimento do mercado
e dos ativos financeiros afeta as
decisões de investimento dos homens e
mulheres.
H2.1. – Os critérios de seleção estão positivamente relacionados com a
carteira de ativos.
H2.2. – A frequência dos investimentos está
positivamente relacionada com a
carteira de ativos.
H2.3. – O nível de conhecimento está positivamente relacionado com a posse de ativos de médio e elevado
risco.
H3: As mulheres dão maior preferência a
ativos menos sensíveis a flutuações de
mercado do que os homens.
H4: As mulheres são mais avessas ao risco do
que os homens.
Para o estudo empírico recorreu-se a um questionário estruturado que foi efetuado entre 28 de
Fevereiro e 9 de Julho de 2010 através de uma
página de internet5 criada para o efeito. O questionário foi direcionado a toda a população portuguesa ativa, residente em Portugal Continental e nas Regiões Autónomas dos Açores e da
Madeira, com idade superior a 18 anos e que
detenha, pelo menos, um produto financeiro.
A elaboração deste questionário foi baseada em
questões colocadas pelos bancos para avaliar o
perfil de risco dos investidores, nomeadamente
Banco BIG e CGD, bem como pelo inquérito
realizado pela CMVM (2009).
O questionário elaborado engloba perguntas
predominantemente fechadas que apresentam
ao inquirido um conjunto de alternativas de resposta para que fosse escolhida a que melhor
representasse a sua situação.
Este inquérito é composto por cinco partes. A
primeira contém informação de natureza socioeconómica: género, idade, estado civil, escolaridade, profissão, área geográfica e rendimento
5- http://spreadsheets.google.com/viewform?formkey=dDRZVFJqMDM0dllFN3BBQy1MZ09DNFE6MA
PERFIL DE RISCO DO INVESTIDOR: DIFERENÇAS ENTRE HOMENS E MULHERES : 57
4 : CADERNOS DO MERCADO DE VALORES MOBILIÁRIOS
líquido mensal. A segunda parte inclui uma pergunta de despiste para selecionar os inquiridos
que cumpram os requisitos para a análise. Na
terceira parte, encontra-se informação relativa à
natureza, tipo e percentagens dos ativos financeiros detidos, tipo de investidor (ativo ou passivo) e quais os seus objetivos (de curto, médio
ou longo prazo). Na quarta parte reúne-se informação relativa ao conhecimento do mercado e
dos seus ativos financeiros, fontes de informação a que o investidor recorre e ao comportamento do investidor: frequência das transações,
recolha de informação financeira, análise do
mercado e critérios de seleção dos ativos financeiros. Finalmente, na última parte obtém-se
informação sobre a propensão ao risco dos investidores portugueses, através de algumas
questões que medem uma ou várias dimensões
da tolerância ao risco.
Finalmente, é importante referir que a inexistência de quaisquer métodos de amostragem e o
facto de o questionário não estar fechado a
qualquer indivíduo que se manifestasse disponível para participar diminuem significativamente
a validação científica do questionário. Nestes
termos, é necessário interpretar com cuidado os
resultados obtidos e as possíveis extrapolações
desta amostra para todo o universo.
3. CARATERIZAÇÃO SOCIOECONÓMICA
Obteve-se um total de 1.554 respostas que foram repartidas em duas subamostras. Partindo
da amostra inicial, a primeira subamostra é onde se identificam todos os inquiridos que poupam e investem parte do rendimento líquido
mensal e, como tal, detêm pelo menos um ativo
financeiro (1.283 inquiridos). A segunda subamostra inclui os inquiridos que não poupam e
nem investem parte do seu rendimento líquido
mensal (271 inquiridos). Ressalta a elevada
percentagem de inquiridos que poupam e investem parte do seu rendimento mensal (82,6% da
amostra).
Neste ponto é fundamental identificar alguns
dos fatores que podem influenciar a probabilidade de poupar e investir parte do rendimento
líquido mensal. Os resultados obtidos encontram-se apresentados na Figura 1; dizem respeito à caraterização dos indivíduos que auferem
um rendimento líquido mensal e que poupam e
investem parte desse rendimento em ativos financeiros (subamostra 1) ou não poupam parte
desse rendimento (subamostra 2).
Em termos de género obteve-se uma amostra
bastante homogénea, cerca de 40,41% de mulheres e 59,59% de homens. No gráfico da idade é no escalão “entre 25 e 34 anos” que se encontra a maior percentagem de respostas. No
que diz respeito ao estado civil dos inquiridos
são os solteiros e os casados/união de facto que
responderam em maior número. Em relação ao
nível de escolaridade dos inquiridos, a percentagem de respostas obtidas é maior nos inquiridos
com um nível de escolaridade mais elevado
(48,39% com Licenciatura/Bacharelato, 26,51%
com Doutoramento/Mestrado/Pós-graduação).
Também a profissão tem influência na detenção
de ativos financeiros. A percentagem de respostas obtidas de indivíduos que são Empresários/
Quadros Superiores/Profissionais Liberais ou
Profissionais Técnicos Intermédios é de 46,07%
e 23,29% respetivamente, contra os Trabalhadores não Qualificados e Reformados em que
apenas se obteve respostas de 1,74% e 1,99%
respetivamente. No que diz respeito à área geográfica, a maioria dos inquiridos é da Grande
Lisboa e da Região de Lisboa e Vale do Tejo,
exceto Lisboa. As áreas com menor participação no inquérito foram as Região Autónoma
dos Açores e a Região do Algarve, com 3,93%
5 : CADERNOS DO MERCADO DE VALORES MOBILIÁRIOS
e 3,54%, respetivamente. Em relação à variável
nível de rendimento, ao contrário do que seria
expectável, verifica-se que, em todos os escalões definidos, a maioria dos indivíduos poupa
e investe parte do seu rendimento líquido mensal (entre 73% no escalão [até 1.000€] e 100%
no escalão [superior a 4.000€]). Este facto pode
ser parcialmente explicado pela conjuntura atual, que obriga os indivíduos e famílias a terem
elevados níveis de poupança e investimento
face a um futuro incerto. No entanto, a maior
percentagem de respostas obtidas encontra-se
no escalão entre 1.000€ e 2.000€, com 42,73%.
FIGURA 1: Caraterização Socioeconómica da Amostra
PERFIL DE RISCO DO INVESTIDOR: DIFERENÇAS ENTRE HOMENS E MULHERES : 59
6 : CADERNOS DO MERCADO DE VALORES MOBILIÁRIOS
4. MODELO
As técnicas estatísticas utilizadas incluíram
além da estatística descritiva, tabelas de contingência6, o teste do Qui-quadrado para analisar a
associação entre o género e os diversos fatores
que determinam a poupança e investimento e o
teste de Mann-Whitney para comparar dois grupos independentes. A análise de regressão ordinal (função link Log-log Negativo) foi também
utilizada, para medir a influência de algumas
caraterísticas socioeconómicas e pessoais na
escolha dos ativos que compõe a carteira de
investimento. Para avaliar o grau de tolerância
ao risco dos investidores utilizou-se a análise da
Variância (ANOVA em ordens de KruskalWallis). Todas as análises foram efetuadas no
programa SPSS (Statistical Package for the Social Sciences – versão 16.0 para ambiente Microsoft Windows).
Após a leitura dos dados foram selecionados os
aspetos mais relevantes para testar as hipóteses
formuladas. Como tal, foi necessário criar variáveis que agrupam algumas das questões apresentadas. Uma dessas variáveis é a composição
da carteira de ativos dos investidores
(CARTEIRA). Esta variável foi construída a
partir de perguntas diretamente orientadas para
conhecer os ativos financeiros em que os investidores aplicam as suas poupanças mensais.
A variável CARTEIRA foi desenvolvida considerando simultaneamente a diversidade de tipos
diferentes de ativos presentes na carteira dos
investidores (depósitos a prazo, certificados de
aforro, obrigações, PPR, fundos de investimento, títulos de participação, produtos estruturados, ações, obrigações ou derivados) e o peso
de cada um desses ativos na carteira. As
questões 12 e 13 do inquérito foram úteis para
esta finalidade. Na questão 12 pediu-se aos investidores para identificarem os ativos financeiros que possuem. Na questão 13 pediu-se aos
investidores que indicassem em que percentagens detêm cada um dos produtos selecionados
na questão anterior. Assim, para cada investidor, a CARTEIRA é igual ao peso do número
de ativos que o investidor tem na sua carteira e
varia entre 1 e 3, em que 1 significa que o investidor detém maioritariamente ativos sem
risco (depósitos a prazo, certificados de aforro,
obrigações e PPR), o 2 que o investidor detém
maioritariamente ativos de médio risco (fundos
de investimento, títulos de participação, produtos estruturados e ações) e o 3 que o investidor
detém maioritariamente ativos de risco elevado
(derivados).
Foi necessário identificar um conjunto de fatores socioeconómicos e analisou-se quais deles
estão relacionados com a carteira de ativos dos
investidores. Considerou-se, para além do género (principal variável do estudo), a idade, o estado civil, a escolaridade, a profissão, a área
geográfica e o nível de rendimento.
Mas, para além dos fatores socioeconómicos, a
escolha dos ativos da carteira dos investidores
pode ser igualmente influenciada por outros
fatores, por exemplo, pelos objetivos traçados,
pela responsabilidade dos investimentos e pelo
tempo dedicado ao investimento. Assim, para
além das variáveis socioeconómicas já apresentadas, introduziu-se também, como variáveis
explicativas, o decisor dos investimentos
(QUEM DECIDE), os objetivos definidos para
os investimentos (OBJETIVO) e o grau de
conhecimento do mercado e dos ativos financeiros (TEMPO, CRITÉRIOS SELEÇÃO e
FREQUÊNCIA).
6- Tabela de Contingência: são tabelas de frequências absolutas. (Marôco, 2007)
7 : CADERNOS DO MERCADO DE VALORES MOBILIÁRIOS
Para tentar medir o grau de conhecimento do
mercado e dos seus ativos financeiros na decisão dos ativos que os investidores incluem nas
suas carteiras considerou-se três dimensões da
informação: a primeira dimensão agrupou três
variáveis que medem o tempo dedicado aos
investimentos (TEMPO): a recolha de informação financeira (RECOLHER INFO FINANC.),
o grau de acompanhamento do mercado
(ACOMPANHAR MERCADO) e o número de
ordens de compra e venda efetuadas
(EFETUAR ORDENS), a segunda dimensão
apresenta as fontes de informação a que os investidores habitualmente recorrem e nas quais
baseiam as suas decisões financeiras
(CRITÉRIOS SELEÇÃO) e a última dimensão
analisa a frequência dos investimentos
(FREQUÊNCIA INVEST.).
Tendo em vista este propósito, definiu-se um
modelo de regressão em que a variável dependente é a CARTEIRA e as variáveis explicativas são as variáveis de natureza socioeconómica e pessoal que apresentaram maior relação
com a variável dependente. O objetivo desta
regressão é, recorrendo a técnicas estatísticas
multivariadas, identificar as caraterísticas socioeconómicas e pessoais que justificam os diferentes ativos detidos pelos investidores homens
e mulheres.
O Modelo Ordinal com a função link Log-Log
Negativo utilizado para esta análise multivariada combina as diferentes caraterísticas socioeconómicas e pessoais dos inquiridos para avaliar até que ponto essas caraterísticas determinam
o tipo de ativos financeiros selecionados pelos
inquiridos para aplicarem parte do seu rendimento líquido mensal. Este modelo foi selecionado mediante os pressupostos7 mencionados
por Maroco (2007) citando Agresti (2002),
Norusis (2006) e Lory & Freese (2006). As caraterísticas socioeconómicas e pessoais utilizadas como variáveis explicativas são as seguintes:
Caraterísticas Socioeconómicas:
a. Género – variável binária igual a 0 se o
inquirido é do sexo feminino e igual a 1
se é do sexo masculino. É a partir desta
variável que se vai poder responder às
hipóteses levantadas no início do estudo;
espera-se que os homens apresentem uma
maior propensão para ser investidores e
que invistam em produtos mais arriscados do que as mulheres.
b. Idade – conjunto de variáveis binárias
para os diferentes escalões de idade. Os
escalões etários estão definidos da seguinte forma: dos 18 aos 24 anos, dos 25
aos 34 anos, dos 35 aos 44 anos, dos 45
aos 54 anos, dos 55 aos 64 anos e mais de
64 anos. Os escalões etários onde se espera um maior nível de investimento são
aqueles em que o inquirido tem uma atividade mais intensa, ou seja, entre os 24 e
os 64 anos.
c. Estado Civil – apresenta 4 alternativas:
solteiro, casado/união de facto, divorciado ou viúvo.
d. Escolaridade – definiram-se 9 níveis de
escolaridade: 1º ciclo, 2º ciclo, 3º ciclo,
médio, secundário, Bacharelato, Licenciatura, Mestrado/Pós-Graduação e Doutoramento. Níveis de escolaridade mais
elevados dos inquiridos deverão aumentar a probabilidade de o inquirido se tornar investidor devido, por um lado, a
maiores conhecimentos sobre o funcionamento dos mercados financeiros e, por
outro, a uma melhor compreensão da
informação disponibilizada.
7- As classes de Y de menor ordem são as mais frequentes. (Maroco, 2007)
PERFIL DE RISCO DO INVESTIDOR: DIFERENÇAS ENTRE HOMENS E MULHERES : 61
8 : CADERNOS DO MERCADO DE VALORES MOBILIÁRIOS
e. Profissão – dividida em 11 grupos: Empresários, Quadros Superiores, Profissionais Técnicos Intermédios, Empregados
Administrativos, Operários Especializados, Profissionais Liberais, Trabalhadores não Qualificados, Reformados, Estudantes, Domésticas e Desempregados.
Espera-se que os indivíduos com uma
profissão menos qualificada e com menores rendimentos associados não poupem
mais de 25% do seu rendimento.
f. Área Geográfica – os inquiridos foram
distribuídos por 9 regiões, segundo as sub
-regiões estatísticas de Portugal ao nível
II (NUTS II). As regiões são: Região do
Norte, Região do Centro, Região de Lisboa e Vale do Tejo, Alentejo, Algarve e
as Regiões Autónomas da Madeira e dos
Açores, as quais se acrescentou os grandes centros urbanos: Grande Lisboa e
Grande Porto. Espera-se que os habitantes dos grandes centros e cidades participem mais ativamente nos mercados financeiros pois, em geral, o nível educacional, o rendimento líquido mensal e a
proximidade da informação financeira
destes habitantes são superiores.
g. Rendimento – conjunto de variáveis binárias para os diferentes escalões de rendimento mensal líquido. Os escalões são os
seguintes: até 1.000€, de 1.001€ até
2.000€, de 2.001€ até 3.000€, de 3.001€
até 4.000€, superior a 4.000€ e NS/NR.
Espera-se que os indivíduos com um rendimento mensal médio a elevado invistam mais do que os escalões mais pobres.
Caraterísticas Pessoais:
a. Percentagem Poupança – conjunto de
variáveis binárias para os diferentes escalões de poupança do rendimento mensal
líquido. Os escalões são os seguintes:
entre 0%-25%, entre 25%-50%, entre
50%-75% e entre 75%-100%. Espera-se
que os indivíduos com uma poupança
mensal superior invistam em ativos mais
arriscados.
b. Quem Decide – conjunto de variáveis que
definem quem é que toma as decisões de
investimento: 1) o próprio; 2) decisão
conjunta; 3) outro familiar; 4) cônjuge; 5)
amigo ou colega.
c. Objetivos – conjunto de variáveis que
definem qual o objetivo do investimento:
1) curto prazo; 2) médio prazo; 3) longo
prazo.
d. Critérios de Seleção – conjunto de variáveis binárias para avaliar quais são as
fontes de informação a que os investidores habitualmente recorrem quando pretendem obter informações sobre o mercado foram definidas as seguintes: 1) gestor
de conta; 2) amigos/familiares/colegas; 3)
televisão/rádio/jornais; 4) sites financeiros; 5) análise própria; 6) todas as respostas anteriores.
e. Frequência do Investimento – conjunto
de variáveis binárias que identificam todas as possibilidades de efetuar investimentos: 1) diariamente; 2) semanalmente; 3) mensalmente; 4) trimestralmente;
5) semestralmente; 6) anualmente.
f. Tempo – variável que sintetiza o tempo
que o investidor dedica ao investimento e
que poderá eventualmente influenciar o
comportamento do investidor na escolha
dos seus ativos financeiros. A questão 16
do questionário pedia aos investidores
para classificar, numa escala de 1
(Nenhum) a 3 (Muito) como avaliam o
tempo que dedicam a recolher informação financeira, acompanhar o mercado e
9 : CADERNOS DO MERCADO DE VALORES MOBILIÁRIOS
a efetuar ordens de compra e venda de
ativos. A variável TEMPO foi calculada
através de um sistema de pontuação atribuído a estas três caraterísticas. Esta variável varia entre 0 e 3, com valores mais
elevados a significar que o investidor
dedica muito tempo aos seus investimentos, logo estamos na presença de um expert trader8.
No entanto, a questão central deste estudo consiste em analisar as diferenças entre homens e
mulheres na forma como investem as suas poupanças mensais, através do seu grau de tolerância ao risco. A análise da variável CARTEIRA
já permite compreender o grau de tolerância ao
risco dos homens e mulheres através dos ativos
que compõem as suas respetivas carteiras, com
mais ou menos ativos sem risco ou com risco.
Todavia, o perfil de risco dos investidores, definido pela forma como estes encaram o risco
financeiro, é igualmente relevante para medir a
tolerância ao risco. A variável PERFIL foi assim introduzida, diferenciando os investidores
em função de questões que medem algumas
dimensões da tolerância ao risco.
Três das questões do questionário são particularmente úteis para este fim. São elas as questões 17, 18 e 19. Na questão 17 pediu-se ao investidor que referisse, tendo em conta o potencial de ganhos e perdas, em qual das três alternativas investiria o seu dinheiro. As respostas a
esta questão foram codificadas de 1 a 3, significando o 1 que o investidor é conservador, o 2
que o investidor é moderado na forma como
encara o risco e o 3 que estamos na presença de
um investidor agressivo.
Na questão 18 questionava-se o investidor se
tivesse 10.000€ para investir quais os produtos
que selecionaria: a) depósitos a prazo ou certificados de aforro; b) obrigações ou fundos de
obrigações; c) ações ou fundos de ações; d) derivados. Também aqui as respostas a esta questão foram codificadas de 1 a 3, significando o 1
que o investidor prefere investir em depósitos a
prazo e certificados de aforro ou obrigações e
fundos de obrigações, logo é conservador, o 2
que o investidor prefere ações e fundos de
ações para aplicar o dinheiro, sendo então moderado e o 3 que o investidor é agressivo e prefere investir em derivados.
Finalmente, a questão 19 pedia aos investidores
para identificarem a frase com que se identificavam na forma como investem. Na mesma lógica das questões anteriores, as respostas foram
codificadas de 1 a 3, significando o 1 que o investidor preserva o capital investido, logo é um
investidor conservador, o 2 que o investidor
privilegia a diversificação e, como tal, é um
investidor moderado e o 3 que o investidor é
agressivo, pois a política dele é ganha ou perde
tudo.
A variável PERFIL corresponde aos resultados
obtidos através de um sistema de pontuação
atribuído às questões 17, 18 e 19. Esta variável
será usada como proxy9 para o grau de tolerância ao risco financeiro evidenciado pelos investidores. Valores mais elevados para esta variável estão associados a um investidor com comportamentos de maior risco.
Para avaliar o grau de tolerância ao risco
recorreu-se ao modelo de comparação de
8- Expert Trader – entendido, neste contexto, como alguém que tem experiência e conhecimentos sobre o mercado e que toma diversas
decisões de investimento, nomeadamente, em ações e derivados, com o objetivo de obter lucros.
9- Proxy – variável fortemente correlacionada com a variável pretendida. (Chaves et al. (1999). Instrumentos Estatísticos de Apoio à
Economia. Lisboa: Editora McGraw-Hill.)
PERFIL DE RISCO DO INVESTIDOR: DIFERENÇAS ENTRE HOMENS E MULHERES : 63
10 : CADERNOS DO MERCADO DE VALORES MOBILIÁRIOS
medianas10 (teste de Mann-Whitney) que permite decidir se existem ou não diferenças significativas entre os scores das amostras da variável género. Recorreu-se também, à análise de
variância (ANOVA em ordens de KruskalWallis) com objetivo de concluir se os indivíduos mais avessos têm carteiras compostas com
ativos maioritariamente de baixo risco.
Parece igualmente importante controlar algumas caraterísticas específicas dos investidores.
É expectável que estes invistam parte do seu
rendimento líquido mensal de forma diferente
consoante sejam homens ou mulheres. Logo,
recorreu-se à análise bivariada, para estabelecer
as relações entre o género e outras variáveis, a
fim de compreender as diferenças entre homens
e mulheres na forma como investem ou não
parte do seu rendimento líquido mensal. Este
tipo de análise possibilitou o conhecimento das
variáveis e das relações que se estabelecem entre elas, através do recurso a tabelas de contingência (crosstables), a medidas de associação
entre as variáveis (teste do Qui-quadrado) e a
medidas de comparação de medianas (teste de
Mann-Whitney).
5. RESULTADOS
Os resultados obtidos com este estudo revelam
que os homens e as mulheres lidam com o investimento de forma distinta, para além de encararem o risco também de maneira diferente.
Tanto os homens como as mulheres apresentam
elevadas taxas de poupança, sendo que os homens poupam ligeiramente mais do que as mulheres, 87% para 76%. Este resultado não é surpreendente, em comparação com o relatório de
Estabilidade Financeira do Banco de Portugal
que concluía que a taxa de poupança dos portugueses tem vindo a aumentar, face ao aumento
do desemprego e a uma conjuntura económica
desfavorável ao crescimento que obriga as famílias a tornar-se mais prudentes na altura de
gastar o rendimento. No entanto, a maioria dos
indivíduos só consegue deixar de consumir hoje
entre 0% a 25% do seu rendimento líquido
mensal.
FIGURA 2: Percentagens de Poupança dos Portugueses
1 – Reserva RLM
2 – % Poupança RLM das Mulheres
3 – % Poupança RLM dos Homens
Fonte: Elaboração própria
10- Mediana – “valor da colecção que tem 50% de observações inferiores e 50% de observações superiores. A mediana ocupa o lugar
central na sucessão das estatísticas de ordem.” (Murteira et al, 2007)
11 : CADERNOS DO MERCADO DE VALORES MOBILIÁRIOS
Os resultados do estudo também permitem concluir que os hábitos de poupança dos investidores indicam que os do género feminino procuram atingir maioritariamente os seus objetivos a
médio prazo (53%) e que as suas decisões de
investimento são feitas por elas próprias (58%)
ou partilhadas com o seu parceiro (33%). Já os
investidores do género masculino optam principalmente por estabelecer objetivos a médio
(53%) e longo (32%) prazo, para além de a
maioria tomar as suas próprias decisões de investimento (78%).
FIGURA 3: Objetivo e Decisão dos Investimentos por Género
1 – Mulheres
2 – Homens
Fonte: Elaboração própria
Através da leitura do estudo de Abreu & Mendes (2006) constatou-se a importância dos investidores terem uma cultura financeira, porque
as escolhas financeiras determinam o futuro dos
investidores. Logo, é necessário que qualquer
decisão financeira seja tomada com a maior
informação possível para que daí possam resultar maiores rendibilidades. Da análise dos resultados verificou-se que os investidores do género
masculino manifestam um conhecimento mais
específico sobre o mercado e ativos financeiros,
através das fontes de informação a que estes
investidores recorrem e ao seu comportamento:
frequência das transações, de recolha de informação financeira e acompanhamento do mercado.
Pelos resultados obtidos valida-se que as mulheres para selecionarem os seus investimentos
recorrem a diversas fontes de informação consoante a carteira de ativos seja mais ou menos
arriscada, nomeadamente, a conselhos de gestor
de conta, a conselhos de familiares e amigos ou
a sites de informação financeira.
PERFIL DE RISCO DO INVESTIDOR: DIFERENÇAS ENTRE HOMENS E MULHERES : 65
12 : CADERNOS DO MERCADO DE VALORES MOBILIÁRIOS
FIGURA 4: Critérios de Seleção dos Investimentos das Mulheres
Fonte: Elaboração própria
A frequência dos seus investimentos também
varia consoante a carteira de ativos detida.
Assim, tendencialmente, quando investem em
ativos de elevado risco fazem-no diariamente
(50%), senda a frequência mensal no caso dos
ativos de médio e baixo risco (30,7% e 45,9%,
respetivamente).
FIGURA 5: Frequência dos Investimentos das Mulheres
Fonte: Elaboração própria
O tempo que os investidores dedicam aos seus
investimentos também varia de acordo com a
carteira detida. Assim as mulheres tendem a
não acompanhar o mercado, nem recolher infor-
mação quando detêm carteiras com ativos de
baixo risco (54,1%), mas quando detêm carteiras com ativos de médio e elevado risco já dedicam algum tempo aos seus investimentos
(60,4% e 100%, respetivamente).
13 : CADERNOS DO MERCADO DE VALORES MOBILIÁRIOS
FIGURA 6: Tempo dedicado aos Investimentos das Mulheres
Fonte: Elaboração própria
Por outro lado, os homens têm, independentemente da carteira de ativos, como principal
fonte de informação os sites de informação
financeira.
FIGURA 7: Critérios de Seleção dos Investimentos das Homens
Fonte: Elaboração própria
A frequência dos seus investimentos varia consoante a carteira de ativos detida. Tendencialmente, quando investem em ativos de elevado
risco fazem-no diária ou semanalmente (37,1%
e 31,4%, respetivamente), em ativos de médio
risco investem principalmente à semana ou ao
mês (31,3% e 34,9%, respetivamente) e em
ativos de baixo risco investem com uma periodicidade mensal (38,7%) ou trimestral (21,2%).
PERFIL DE RISCO DO INVESTIDOR: DIFERENÇAS ENTRE HOMENS E MULHERES : 67
14 : CADERNOS DO MERCADO DE VALORES MOBILIÁRIOS
FIGURA 8: Frequência dos Investimentos dos Homens
Fonte: Elaboração própria
Verificou-se que os investidores do género
masculino reúnem sempre informação relativa-
mente ao conhecimento do mercado e dos seus
ativos financeiros, independentemente da carteira detida.
FIGURA 9: Tempo dedicado aos Investimentos dos Homens
Fonte: Elaboração própria
No entanto, estes resultados não foram confirmados estatisticamente, dado que não se verificou todos os pressupostos para aplicação do
teste do Qui-quadrado, isto é, não é possível
avaliar a existência de associação entre a carteira e estas variáveis por género. Com efeito, o
número de resultados obtidos nalgumas classes
das variáveis Critérios de Seleção, Tempo e
Frequência são muito reduzidos (menos de 80%
dos Eij< 5).
Por outro lado, as mulheres optam essencialmente por ativos de baixo risco (77%), sendo
que os principais ativos financeiros que constituem as suas carteiras são os depósitos a prazo
(74%) e os PPR’s (36%). Já os homens optam
principalmente por ativos de médio risco
(52%), o que é confirmado por um dos ativos
que constituem maioritariamente as carteiras
destes investidores, as ações (61%).
15 : CADERNOS DO MERCADO DE VALORES MOBILIÁRIOS
FIGURA 10: Ativos Financeiros detidos por Género
Fonte: Elaboração própria
Neste estudo também se procurou verificar se
existiam outros fatores explicativos que justificassem as diferenças na forma de investir dos
homens e mulheres. Os fatores socioeconómicos não foram conclusivos para justificar as
principais diferenças. No entanto, tal como Bajtelsmit & Bernasek (1996) verificaram, as diferenças entre os géneros nos investimentos e a
propensão ao risco podem ser atribuídas à discriminação e/ou diferenças nas preferências
individuais. Também os resultados obtidos permitiram concluir que existem alguns fatores
pessoais, como o nível de poupança, o tempo
dedicado ao investimento, os objetivos do investimento e a frequência dos investimentos,
que influenciam os ativos que compõem as carteiras dos investidores.
Bajtelsmit & Bernasek (1996) concluíram que
as mulheres investem os seus rendimentos de
forma mais conservadora do que os homens e,
de igual modo, são mais avessas ao risco. Os
resultados obtidos suportam esta teoria. De facto, verificou-se que 83,3% das mulheres apresentam um perfil de risco conservador, pois não
gostam de assumir grandes riscos, tendo preferência por ativos sem risco, com o objetivo de
preservar o capital investido. Em oposição, os
homens apresentam um perfil de risco moderado (56,7%), pois já procuram uma maior rendibilidade, mesmo que isso implique o risco de
perda de parte do seu capital, e compõem as
suas carteiras com ativos de médio risco, como
as ações.
FIGURA 11: Relação entre o Perfil de Risco e o Género
Fonte: Elaboração própria
PERFIL DE RISCO DO INVESTIDOR: DIFERENÇAS ENTRE HOMENS E MULHERES : 69
16 : CADERNOS DO MERCADO DE VALORES MOBILIÁRIOS
6. CONCLUSÃO
Os resultados reportados permitiram concluir
que há uma diferenciação geral entre os investidores dos géneros masculino e feminino. Com
efeito, metade dos investidores do género masculino revela deter ativos de médio e elevado
risco, enquanto dos investidores do género feminino apenas 22,2% possuem ativos de médio
ou elevado risco. Foi ainda possível concluir
que, à medida que aumenta o nível de acompa-
nhamento e conhecimento do mercado, aumentam os ativos de médio e elevado risco detidos
pelos investidores. Também se verificou que os
investidores com um perfil de risco mais agressivo dão preferência a carteiras com ativos de
elevado risco. Outras conclusões do presente
estudo apontam para a relevância dos fatores
pessoais na escolha da carteira de ativos. Fatores como o nível de poupança mensal, o tempo
dedicado aos investimentos, o decisor do investimento e, sobretudo, o género são igualmente
determinantes para selecionar os ativos a deter.
17 : CADERNOS DO MERCADO DE VALORES MOBILIÁRIOS
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