AULA 7 – QUÍMICA ANALÍTICA II – TIOSSULFATOMETRIA – PROF° HÉLCIO Tiossulfato de sódio (Na2S2O3) – Agente Redutor A semi-reação de oxidação: 2 S2O32- ó S4O62- + 2e E = -0,88 Características do tiossulfato: Vantagens: Pode ser obtido puro e é solúvel em água. Desvantagens: • • Não existe um padrão para sua aferição direta, isto é: Apresenta rápida degradação (pela ação física – absorção da luz; ação química – oxigênio e pela ação biológica – bactérias). O tiossulfato sai de seu estado bivalente (incolor) e oxida para o estado tetravalente, também incolor, chamado de tetrationato. Como em ambas as variações de NOX o composto é incolor, para um processo titulométrico faz-se necessário o uso de indicador. Balanço de carga: Na2S2O3 ó Na2S4O6 Para o Na2S2O3: 2 + 2x – 3.2 = 0 à x = 2 Para o Na2S4O6: 2 + 4.x -6.2 = 0 à x = 2,5???? Não existe valência fracionária. Nesse tipo de problema, o simples balanço na formula química não ajuda a compreender o que realmente esta ocorrendo. É preciso, portanto, uma análise estrutural de cada molécula. Na estrutura, fica trivial visualizar que a variação de 2 elétrons. Neste caso, é necessário levar em consideração o coeficiente estequiométrico no calculo do equivalente-grama, que será da seguinte maneira: Concluindo, o enxofre com estado de oxidação (2+) sofre oxidação e passa para o estado (4+). O único agente oxidante que apresenta numero de equivalente igual ao tiossulfato é o iodo, I2, contanto que o meio seja mantido neutro. José Roberto | Química Analítica II 1 A determinação é feita pelo processo INDIRETO. 2.Na2S2O4 + I2 à Na2S2O4 + 4NaI Dois tipos de reação envolvem a aferição do Na2S2O4 1) IODOMETRIA ó Processo direto onde padrão é o I2. 2) IODIMETRIA ó PROCESSO INDIRETO, onde o reagente é um I2. Dentro desse processo, ocorre 2 reações: 2.1) Reação de formação do I2, quantitativo, a partir de um iodeto. K2Cr2O7 (Padrão secundário) + 6KI 8KCl +...+ I2 O NaHCO3 é adicionado na aferição para diminuir a acidez do meio, pois o iodeto pode se oxidar com o ar (I- + O2 à I2). Em acidez controlada isto não ocorre inibindo a reversibilidade da reação. 2.2) O I2 formado reage com o tiossulfato. I2 + Na2S2O3 Na2S2O6 + NaI Logo, !"#$%&$'( !")$ !"*+$,$'Esse é o processo indireto, onde: . /0123450670852 . / 7085290:;5<82 INDICADOR No meio reacional, o amido é o indicador utilizado pois é o único que detecta o IODO. Amido é constituído de 70% de amilose e 30% de amilopectina. Esse indicador em contato com elevada concentração de IODO formará dois complexos, um instável e outro estável. A presença de um complexo estável no meio reacional não é interessante, uma vez que quando o amido encontrar o IODO, parte se estabilizar complexo na coloração violáceo, não mostrando nenhuma função de indicação. = > ?@ A 9 B?@ C = D99E F9?.GHI/J9K = L > ?@ M 9 B?@ C = LD99E F9NO 9O NL No entanto, existe o artifício de diminuir a concentração do IODO o qual evita que a coloração violáceo mascara o ponto final da titulação. Para tal processo, adiciona-se primeiramente o tiossulfato no meio o qual consume IODO e, por conseqüência, diminui a concentração do agente oxidante (I2). Com baixa concentração, o IODO, cineticamente, formará complexo José Roberto | Química Analítica II 2 apenas com o composto de maior concentração do amido, ou seja: a amilose; havendo a formação do complexo instável azul. Assim, quando todo IODO for consumido pelo tiossulfato, o complexo deixa de existir indicando o ponto de equivalência da reação. Cuidado com o momento de adição do AMIDO. A solução de IODO apresenta coloração castanha escuro. Ao iniciar a titulação (adição de tiossulfato), a forte cor castanha começa clarear, passando por laranja e chegando no amarelo. Nesse momento, adicionar o amido que transformará essa solução amarela em azul. Em seguida, continuar a titulação até a solução focar incolor. PROCEDIMENTO Não houve necessidade de preparar e aferir o padrão primário K2Cr2O7 (agente oxidante), pois estava disponível na bancada do laboratório. Se necessitasse, calcularíamos da seguinte maneira: Eq(K2Cr2O7) = mol/6 = 294,20/6 = 49,03eq.g Lembrando da reação de redução: Cr2O7-2 + 14H+ + 6e à 2Cr3+ + 7H2O (2x3e) Supondo que deseja-se preparar 100ml desse padrão a 0,1eq/L, termos que pesar: . / PQRSTQPUPQR PQSTV Com a massa pesada, calcular a normalidade real por meio da equação abaixo: .WEXY K / Diluir, então, essa massa em um balão volumétrico de 100,0mL e retirar 4 alíquotas de 25,0mL ou 5 alíquotas de 20,0mL. A aferição: Em erlenmeyer de 500mL, adicionar 50 mL (proveta) de KI 6%m/v, 50 mL (proveta) de NaHCO3 4%m/v e 4mL (PG) de HCl (disponível na capela). Homogeneizar bem, adicionar 25,0mL do padrão K2Cr2O7, tampar e deixar por 5 minutos reagindo no escuro. Posteriormente, diluir até 300 mL de água destilada e titular com o padrão Na2S2O3 0,1eq/L, até que o meio castanha escuro se torne amarelo claro. Nesse instante, adicionasse 2ml de goma arábica 1%m/v ficando azul intenso. Prosseguir a titulação gota a gota até a descomplexação e descoloração e aparecimento da cor levemente verde (devido a presença do cromo 3+). 3 José Roberto | Química Analítica II V1 = 23,40 mL V2 = 22,70 mL ----------Vm=22,74 mL V3 = 22,78 mL D2 = 0,04 Dm = 0,04 D3 = 0,04 Precisão: 0,176% .GXU WEXY99999PQRQYS PQRPUZ999999999999[ \Q \]^ DOSAGEM DAS AMOSTRAS Cromato de Potássio (K2CrO4) K2CrO4 + KI à I2 + ... + Cr3+ Cr(6+)àCr(3+) I2 + Na2S2O3 à NaI + Na2S4O6 Calculo da massa a ser pesado: (ne)Na2S2O3 = (ne)K2CrO4 (N.V.f) = m/eq Deseja-se consumir 4 alíquotas de 25,0ml do padrão 0,1eq/L na bureta. O numero de equivalente, eq = mol/3. M = [(194,2/3)*0,1*0,025].4aliq = 0,647g A massa de cromato de potássio pesada foi de 0,6445g. 4 José Roberto | Química Analítica II Metodologia: V1 = 20,60 mL D1 = 0,03 V2 = 20,63 mL Vm=20,63 mL V3 = 22,65 mL D2 = 0,00 Dm = 0,02 D3 = 0,02 Precisão: 0,0969% Calculo da pureza: WEXS .GXU99999999999 . O RTSQ PQRPQPP_URQRST S PQ_RU`V U a PQ_RU` RPP ^bQ $]a9 PQ_SSZ Hipoclorito de Sódio (NaClO) O hipoclorito é expresso em % de Cl2. (NaClO + Cl2) + KI à I2 NaClO à Cl2 5 Cl(+1)à Cl(-1) ... Δe=2 Adotar a porcentagem de cloro igual a 2%. José Roberto | Química Analítica II .L PQZ_U / c UZQZd PQR J Calculo do volume da alíquota: L .GXU9999999999PQZ_U / PQRZRQRST999999/ ZQRP9J Como não tem instrumento disponível para transferir esse volume, adiciona-se 5,0mL da amostra. Metodologia Observações: Não se adiciona HCl pois haverá competição no consumo entre o HCl e o Cl2 da própria amostra. Diminui a quantidade de água para não perder a acidez do meio provocada pelo HAc, uma vez que ele é um ácido fraco. V1 = 30,45 mL V2 = 30,44 mL D1 = 0,02 Vm=30,47 mL V3 = 30,52 mL D2 = 0,03 Dm = 0,03 D3 = 0,05 Precisão: 0,0985% Calculo do teor: L .GXU999999999 José Roberto ef PQRPQPUPSYRQRST @ . O PQRSUV999999999999999a 1 g 6 hQf@i RPP j1k $Q ]lm% | Química Analítica II