PARQUES TECNOLÓGICOS NO BRASIL Estudo, Análise e Proposições Parques Tecnológicos no Brasil – Estudo, Análise e Proposições PARQUES TECNOLÓGICOS NO BRASIL Estudo, Análise e Proposições Página 1 Apresentação A Política de Desenvolvimento Produtivo – PDP, lançada em maio 2008, configurou-se em um i mportante m arco par a a so ciedade br asileira ao se r g erada a par tir de uma conjuntura sócio-econômica onde a agenda desenvolvimentista é retomada e marcada pela elaboração de políticas abrangentes, coordenadas e integradas entre os diversos agentes do governo e o setor produtivo. Com a estabilização sustentável da economia, reconhecida com a elevação do Brasil à categoria de gr au de i nvestimento, o P aís passa a apresentar co ndições reais de promover uma mudança significativa em seus meios de produção de modo a alterar seu pat amar co mpetitivo f ace aos principais fornecedores mundiais de bens e serviços. A estagnação econômica dos últimos trinta anos inviabilizou o financiamento e o fomento a at ividades agregadoras de v alor aos produtos e se rviços ofertados pelo setor produtivo nacional. Enquanto o Brasil buscava superar seus desafios econômicos, instituíam-se no m undo os pilares que pr opiciaram o s urgimento da sociedade do co nhecimento, onde a agr egação de v alor a se rviços, pr odutos e processos produtivos ocorria mediante uma mudança comportamental do setor produtivo catalisada pelo estímulo a atividades inovadoras. A PDP, ar ticulada co m out ros programas governamentais de grande r elevância estratégica, tais como o P lano de A celeração do C rescimento – PAC, o P lano de Desenvolvimento da Educação – PDE, o Plano de Ação em Ciência, Tecnologia e Inovação – PACTI, e o Mais Saúde, busca m obilizar i nvestimentos estruturantes de longo prazo. Inclui-se aí o desenvolvimento e adequação da infra-estrutura nacional de ciência e t ecnologia pa ra apoi o e a pr estação de se rviços tecnológicos ao se tor produtivo, o que implica na avaliação e discussão do tema “Parques Tecnológicos”. A PDP tem por mote “inovar e i nvestir para sustentar o crescimento”. É mais do que necessário o debat e do t ema P arques Tecnológicos, um a v ez q ue en contramos no mundo i mportantes exemplos desses instrumentos como al avancadores do desenvolvimento t ecnológico e , a té mesmo, d a m udança eco nômica de r egiões e países. T emos hoje n o B rasil mais de ci nco dezenas de pr ojetos de P arques Tecnológicos, mas ainda pouco s casos de em preendimentos consolidados. Faz-se necessário t anto i dentificar os elementos que poderão potencializar a co nsolidação dos Parque T ecnológicos no B rasil co mo trazer à l uz pr opostas para as políticas públicas relativas ao tema. Vele lembrar que, além das fundamentais ações do MCT e seus órgãos vinculados nesse ca mpo, not a-se o su rgimento recente de relevantes iniciativas e programas estaduais relativos ao assunto. Por definição, os Parque Tecnológicos têm como atividade fim prover ao setor produtivo os serviços, a infra-estrutura e o capital humano adequados à realização de atividades inovadoras. Este modelo permite concentrar, conectar, organizar, articular, implantar e promover a execução de pr ocedimentos inovadores de modo a per mitir a criação de uma “indústria do co nhecimento” agregadora de conteúdo tecnológico e inovação. O presente trabalho, realizado em conjunto pela ABDI e ANPROTEC parte do reconhecimento da importância dos Parques Tecnológicos como agentes indutores de inovação, garantindo o aumento de emprego e renda no setor produtivo e favorecendo a ex portação e i nternacionalização de empresas. Trata-se de u m pr ojeto que foi iniciado em 2007 e que aborda o cenário de Parques Tecnológicos no Brasil e no mundo. Além disso, apresenta uma visão sistêmica deste modelo à luz das atuais políticas públicas, buscando traçar uma visão e uma perspectiva estratégicas para a difusão e consolidação dos Parques Tecnológicos brasileiros. O conteúdo aqui apresentado foi elaborado ao longo de 2007 e 2008 e debatido em inúmeros fóruns e instâncias. O tema é abrangente e amplo foi o leque de interlocutores com os quais se dialogou a respeito. Incluem-se aí muitas organizações públicas e privadas, tais como Abvcap, ANPEI, Anprotec, Apex, BB, BNDES, CAPES, CEF, CERTI, CGEE, C NI, C NPq, Confap, C onsecti, CRUB, FAPESP, Finep, For tec, IBQP, Inmetro, IPEA, MBC, MDIC, MRE, Protec e Sebrae, entre outras. Particularmente, v ale d estacar o diálogo pr ofícuo co m o M CT, co ordenador do Programa N acional de I ncubadoras e P arques Tecnológicos (PNI), o q ual f oi fundamental para que os trabalhos pudessem ser orientados a temas específicos de relevância para a agenda pública. O presente documento apresenta uma análise crítica do m odelo demonstrando que o instrumento “Parque Tecnológico” já é uma ferramenta mundialmente consolidada na articulação e consolidação de plataformas de desenvolvimento de ciência e tecnologia e par a o su rgimento de em presas inovadoras. O B rasil possu i hoj e um co njunto de políticas arrojadas e se encontra em momento propício para alavancar seu sistema de Parques Tecnológicos, contribuindo para alavancar o d esenvolvimento eco nômico e fortalecer a capacidade de inovação nacionais. Parques Tecnológicos no Brasil – Estudo, Análise e Proposições ÍNDICE 1 Apresentação........................................................................................................ 2 Sumário Executivo .............................................................................................. 4 2.1 Uma Alavanca para o Desenvolvimento .................................................................. 4 2.2 Motivo, caminho e alvo ............................................................................................ 4 3 Visão Sistêmica do Projeto ................................................................................ 6 3.1 Módulos do Projeto....................................................................................................7 4 Cenário Brasileiro de Parques Tecnológicos ................................................... 8 3.1 3.2 3.3 3.4 3.5 Histórico dos Parques no Brasil ............................................................................... 8 Razões para o crescimento do número de projetos ................................................. 8 Principais conclusões sobre o cenário dos Parques Tecnológicos no Brasil ............ 8 Desafios para os Parques Tecnológicos no Brasil ................................................... 9 Perfil “típico” dos Parques Tecnológicos no Brasil ................................................. 10 5 Cenário Internacional dos parques ................................................................. 11 4.1 4.2 4.3 4.4 Parques Tecnológicos no mundo........................................................................... 11 Destaques identificados na experiência mundial ................................................... 12 “Gerações” de Parques Tecnológicos .................................................................... 12 Parques Tecnológicos & Desenvolvimento Nacional/Regional .............................. 13 6 Taxonomia: Estratégia de Organização .......................................................... 14 5.1 5.2 5.3 5.4 Importância de uma Taxonomia............................................................................. 14 Estrutura Básica da Taxonomia ............................................................................. 14 Taxonomia & Estratégia de Desenvolvimento & Políticas Públicas ........................ 16 Elementos para Caracterização e Classificação .................................................... 16 7 Visão de Futuro dos Parques Tecnológicos .................................................. 18 6.1 Novos tempos, novos desafios.... novo posicionamento ........................................ 18 6.2 Novo posicionamento ... novas funções................................................................. 19 6.3 “DNA” dos Parques Tecnológicos de sucesso no futuro ........................................ 19 8 Proposições de Políticas Públicas .................................................................. 21 7.1 Cenário Nacional e Internacional + Taxonomia + Visão de Futuro = Políticas Públicas ........................................................................................................................... 21 7.2 Princípios, Declarações e Diretrizes ...................................................................... 22 7.3 Arcabouço Jurídico ................................................................................................ 23 7.4 Sistema Nacional de Parques Tecnológicos .......................................................... 23 9 Programa de Apoio a Parques Tecnológicos ................................................. 24 8.1 Linha de Apoio para o Desenvolvimento e Inovação de PqTs ............................... 24 8.2 Linha de Apoio à Implantação Física de PqTs ....................................................... 24 8.3 Linha Apoio a Projetos Mobilizadores “Âncoras” de C&T&I ................................... 25 10 Programa de Apoio a Empresas instaladas em Parques .............................. 26 9.1 Linha de Apoio para Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação ................................ 26 9.2 Linha de Apoio para Infra-estrutura Predial e Laboratorial de empresas de PqTs . 26 9.3 Linha de Apoio para estímulo ao Investimento Privado ......................................... 27 Página 2 Parques Tecnológicos no Brasil – Estudo, Análise e Proposições 11 Governança e Ações Básicas permanentes do SINAPTI .............................. 28 10.1 Governança do Sistema Nacional da Apoio a PqTs .............................................. 28 10.2 Ações Básicas permanentes ................................................................................. 28 12 Conexão com Programas de Governo e da Sociedade ................................. 30 11.1 Visão sistêmica e integrada ... . ............................................................................. 30 13 Agenda de Trabalho para implementação imediata ...................................... 32 12.1 Ações Estruturantes .............................................................................................. 32 12.2 Ações de Qualificação ........................................................................................... 32 12.3 Ações de Articulação ............................................................................................. 33 12.4 Ações Operacionais............................................................................................... 34 14 Considerações finais ........................................................................................ 35 13.1 Política Pública Inovadora ..................................................................................... 35 13.2 Estimativa de Investimentos e Resultados ............................................................. 35 13.3 Mensagem Final .................................................................................................... 36 15 ANEXO 1 ............................................................................................................ 37 16 ANEXO 2 ............................................................................................................ 38 17 ANEXO 3 ............................................................................................................ 39 18 ANEXO 4 ............................................................................................................ 40 Página 3 Parques Tecnológicos no Brasil – Estudo, Análise e Proposições 1 Sumário Executivo 1.1 Uma Alavanca para o Desenvolvimento Empresas Intensivas em Tecnologia constituem a base da nova “sociedade do conhecimento” e atuam como verdadeiros “aditivos” e “catalisadores” dos demais setores da economia. Parques Tecnológicos têm como missão prover a “inteligência”, a infra-estrutura e os serviços necessários ao crescimento e fortalecimento das empresas intensivas em tecnologia. Trata-se de um modelo de concentração, conexão, organização, articulação, implantação e promoção de empreendimentos inovadores visando fortalecer este segmento dentro de uma perspectiva de globalização e desenvolvimento sustentável. Os Parques Tecnológicos brasileiros devem contribuir de forma relevante para consolidar a formação de uma forte e competitiva “indústria do conhecimento” bem como para agregar tecnologia e inovação ao setor industrial, agrícola e de serviços já estabelecidos. 1.2 Motivo, caminho e alvo Principais razões que levaram à realização do projeto pela ABDI e ANPROTEC: Percepção da importância e do papel dos Parques Tecnológicos Aumento vertiginoso do número de projetos em desenvolvimento no país Interesse crescente nos âmbitos político, acadêmico e empresarial Demanda por diretrizes e políticas públicas consistentes e relevantes Oportunidades extraordinárias geradas no contexto do PAC – Programa de Aceleração do Crescimento, da PDP – Política de Desenvolvimento Produtivo e Plano de Ação de C&T&I. Dados internacionais que inspiram e estimulam: Mais de 1500 Parques Tecnológicos operando em todo o mundo Nas experiências bem sucedidas de PqTs em países desenvolvidos, as empresas instaladas em PqTs geram em média U$ 2,50 de receita anual para cada U$ 1,00 investido na implantação do Parque Nos países emergentes esta taxa é de cerca de U$ 1,50 de receita anual para cada U$ 1,00 de investimento inicial Tanto em países desenvolvidos como nos emergentes, os casos de sucesso de PqTs envolveram investimentos públicos e privados numa taxa de 1:1 O custo de geração de um posto de trabalho em uma empresa instalada num PqT varia entre U$ 20 mil/emprego a U$ 30/emprego O investimento público de países desenvolvidos e emergentes na implantação inicial de PqTs varia entre U$ 50 a U$ 100 milhões. Ao longo do processo de implantação, os investimentos públicos e privados ultrapassam a marca de U$ 1 bilhão, gerando empregos e impostos correspondentes Medidas necessárias para desenvolver os PqTs no Brasil Formalizar e aplicar uma Taxonomia que permita orientar, qualificar e priorizar os projetos de PqTs no país Página 4 Parques Tecnológicos no Brasil – Estudo, Análise e Proposições Estruturar e implantar um Sistema Nacional de Parques Tecnológicos, com governança representativa e eficaz, programas de apoio consistentes e estáveis, definição de portfólio de projetos prioritários e aporte significativo de recursos para investimentos, visando: Definir a estratégia de implantação de PqTs no país Estruturar Programas de Apoio à implantação de PqTs e ao desenvolvimento de empresas instaladas em parques Direcionamento dos PqTs brasileiros no sentido de se consolidarem como instrumentos de apoio a programas estratégicos do país como o PAC, a PDP e o Plano de C&T&I Lançar um Programa de Apoio a Parques Tecnológicos para investimento ou financiamento público em atividades de: o Execução dos Projetos Técnicos e Econômicos de PqTs o Implantação da infra-estrutura dos PqTs o Desenvolvimento de Projetos Mobilizadores de C&T&I nos PqTs Lançar um Programa de Apoio a Empresas instaladas em PqTs, contemplando investimentos públicos em atividades: o Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação nas Empresas o Infra-estrutura física e laboratorial o Estímulo ao investimento em PqTs e empresas de Parques por parte do mercado financeiro e de outros potenciais investidores privados Mobilizar agentes do Governo Federal, especialmente a FINEP e o BNDES, no sentido de se tornarem protagonistas neste processo de investimento e financiamento à implantação dos PqTs e ao desenvolvimento das empresas Articular outros agentes de apoio do Governo Federal, como ABDI, CNPq, APEX, e dos Governos Estaduais, como Fundações de Apoio a Pesquisa, visando estabelecer uma ação coordenada e sinérgica nesta área Atrair e incentivar a participação privada no desenvolvimento e consolidação dos PqTs do país. Página 5 Parques Tecnológicos no Brasil – Estudo, Análise e Proposições 2 Visão Sistêmica do Projeto “Parques Tecnológicos são complexos de desenvolvimento econômico e tecnológico que visam fomentar economias baseadas no conhecimento por meio da integração da pesquisa científica-tecnológica, negócios/empresas e organizações governamentais em um local físico, e do suporte às inter-relações entre estes grupos. Além de prover espaço para negócios baseados em conhecimento, PqTs podem abrigar centros para pesquisa científica, desenvolvimento tecnológico, inovação e incubação, treinamento, prospecção, como também infra-estrutura para feiras, exposições e desenvolvimento mercadológico. Eles são formalmente ligados (e usualmente fisicamente próximos) a centros de excelência tecnológica, universidades e/ou centros de pesquisa. (UNESCO e IASP)”. Esta definição foi o ponto de partida para um projeto de ESTUDO, ANÁLISE e PROPOSIÇÕES que começou a ser desenvolvido a partir de uma percepção unânime de que o tema “Parques Tecnológicos” enfrenta uma situação muito peculiar dentro do cenário dos programas e estratégias de desenvolvimento econômico e tecnológico praticados pelo país nos últimos anos. Trata-se de um tema que possui “apoiadores e críticos”, “convictos e desconfiados”, “praticantes e teóricos”. Esta diversidade de pensamento surge nos mais diversos ambientes: do setor empresarial ao acadêmico, do executivo ao legislativo, do âmbito federal ao municipal. Enquanto isso, a taxa de novos projetos e propostas continua crescendo de forma vertiginosa: dos cerca de 10 projetos existentes no início de 2000 já são mais de 60 no final de 2007. Em meio a este ambiente efervescente, é natural que o movimento de PqTs se encontre numa verdadeira “encruzilhada” diante de questões como: PqTs realmente podem se consolidar como uma alternativa adequada para o desenvolvimento de empresas intensivas em conhecimento ou “apenas mais uma moda”? Se considerarmos que se trata de uma alternativa interessante, quantos PqTs o país comporta? O Governo deve realizar investimentos significativos na implantação de alguns PqTs com potencial de grande sucesso ou pulverizar recursos em inúmeros projetos? Há necessidade de aplicação de recursos públicos ou é possível viabilizar um programa de PqTs baseado somente no investimento privado? O que outros países fizeram ou estão fazendo nesta área? O Brasil tem potencial e capacidade empresarial e de C&T&I para desenvolver um programa significativo de PqTs? Questões como estas levaram à realização do projeto “Parques Tecnológicos - Estudo, Análise e Proposições”, cujo resultado é apresentado de forma executiva neste documento. 2.1 Módulos do Projeto A figura abaixo ilustra as principais etapas do projeto “Parques Tecnológicos - Estudo, Análise e Proposições”, desenvolvidas ao longo de cerca de um ano de pesquisas, Página 6 Parques Tecnológicos no Brasil – Estudo, Análise e Proposições entrevistas e reuniões de trabalho com lideranças e especialistas. Cada um dos quatro primeiros Módulos possui um objetivo muito bem definido no sentido de contribuir com a geração do Módulo V, que se constitui no resultado final esperado para o projeto. Página 7 Parques Tecnológicos no Brasil – Estudo, Análise e Proposições 3 Cenário Brasileiro de Parques Tecnológicos 3.1 Histórico dos Parques no Brasil O tema “Parques Tecnológicos” começou a ser tratado no Brasil a partir da criação de um Programa do CNPq, em 1984, para apoiar este tipo de iniciativa. A falta de uma cultura voltada para a inovação e o baixo número de empreendimentos inovadores existentes na época fizeram que os primeiros projetos de parques tecnológicos acabassem dando origem às primeiras incubadoras de empresas no Brasil. Este movimento cresceu rapidamente e hoje conta com mais de 400 incubadoras em todo o país, envolvendo mais de 6000 empresas inovadoras geradas a partir de incubadoras, universidades e centros de pesquisa. A partir de 2000, a idéia de Parques Tecnológicos voltou a se fortalecer como alternativa para promoção do desenvolvimento tecnológico, econômico e social, chegando atualmente a um número de cerca de 60 projetos, entre iniciativas em fase de operação, implantação ou planejamento. 3.2 Razões para o crescimento do número de projetos O crescimento acentuado do número de projetos de parques no país deve-se, essencialmente, a um conjunto de fatores que atuam de forma integrada: Fortalecimento da consciência dos atores de governo acerca da importância da inovação para o desenvolvimento sustentável e crescimento econômico do país Aumento significativo do número de empresas interessadas em se instalar em Parques Tecnológicos - empresas geradas ou graduadas em incubadoras, empresas multinacionais de tecnologia e empresas nacionais determinadas a fortalecer suas unidades de P&D Experiência bem sucedida de países como Espanha, Finlândia, França, Estados Unidos, Coréia, Taiwan, entre outros, que estão investindo de forma consistente neste mecanismo Necessidade de governos estaduais e municipais identificarem novas de estimular o crescimento e direcionar o desenvolvimento de suas regiões. 3.3 Principais conclusões sobre o cenário dos Parques Tecnológicos no Brasil O estudo da situação dos Parques Tecnológicos no Brasil foi realizado ao longo de 2007,com resultados apresentados em 2008 e 2009, gerando um conjunto de informações das quais destacam-se: 55 Parques Tecnológicos foram pesquisados dentro de um universo de cerca de 65 projetos existente no país atualmente Destes 55 Parques Tecnológicos, 11 se enquadraram como em operação, 13 em processo de implantação e outros 11 em fase de planejamento Mais de 250 empresas de tecnologia estão instaladas nestes parques, gerando cerca de 5000 postos de trabalho Os projetos estudas receberam investimentos públicos da ordem de R$ 50 milhões, sendo que 50% deste valor veio de órgãos do governo federal 50%), Energia, Biotecnologia, Eletrônica e Instrumentação, Serviços, Meio Ambiente e Agronegócios Página 8 Parques Tecnológicos no Brasil – Estudo, Análise e Proposições Mesmo sendo possível identificar setores prioritários, mais de 60% dos PqTs se consideram “generalistas” para receber empresas de diversos segmentos Cerca de 80% das empresas instaladas nos PqTs são originárias da região e apresentam-se em estágio e consolidação Em média, cerca de 55% dos PqTs ainda não possui um modelo de gestão claramente definido e consolidado tanto para a fase de operação como de implantação Em geral, as entidades líderes dos projetos possuem experiência anterior na área de promoção de empreendedorismo e inovação 100% dos PqTs possuem incubadoras de empresas ou estão implantando um programa de incubação Dentre os PqTs pesquisados, mais de 70% estabeleceu como principais propósitos do parque: Atrair empresas e investimentos; Apoiar o desenvolvimento de áreas tecnológicas; Aumentar a parceria entre empresas e outras instituições; Favorecer a criação e consolidação de micro e pequenas empresas; Facilitar a transferência de tecnologia e Fortalecer o espírito empreendedor Os setores empresariais mais estimulados pelos PqTs são: TIC (maioria absoluta com mais de 50%), Energia, Biotecnologia, Eletrônica e Instrumentação, Serviços, Meio Ambiente e Agronegócios Mesmo sendo possível identificar setores prioritários, mais de 60% dos PqTs se consideram “generalistas” para receber empresas de diversos segmentos Cerca de 80% das empresas instaladas nos PqTs são originárias da região e apresentam-se em estágio e consolidação Em média, cerca de 55% dos PqTs ainda não possui um modelo de gestão claramente definido e consolidado tanto para a fase de operação como de implantação Em geral, as entidades líderes dos projetos possuem experiência anterior na área de promoção de empreendedorismo e inovação 3.4 Desafios para os Parques Tecnológicos no Brasil A análise dos resultados da pesquisa sobre os Parques Tecnológicos brasileiros identificou um conjunto de desafios a serem superados nos próximos anos: A maioria dos PqTs não possui uma estratégia clara de posicionamento e crescimento, o que dificulta a definição de um modelo de negócios sustentável para alavancagem do empreendimento; Em geral, os projetos apresentam forte dependência de recursos públicos para início da implantação do projeto e poucos investimentos ou investidores privados As equipes de planejamento, implantação e operação possuem pouca experiência na área imobiliária e financeira Há uma grande dificuldade de engajamento efetivo de lideranças acadêmicas nos projetos de Parques Tecnológicos É preciso articular e coordenar as diversas iniciativas de PqTs para evitar uma “Bolha da Inovação”, com a proliferação de um grande número de projetos que acabe prejudicando a credibilidade do tema É necessário mudar profundamente a cultura das universidades para aproveitar melhor os ativos de conhecimento já acumulado e investir cada vez mais nas áreas de empreendedorismo e da inovação É fundamental sintonizar a estratégia de implantação dos PqTs com as prioridades regionais e nacionais, bem como com as tendências internacionais Página 9 Parques Tecnológicos no Brasil – Estudo, Análise e Proposições Há necessidade de aporte de recursos financeiros significativos governamentais para “fazer a diferença” no mercado global e, ao mesmo tempo, de regras claras, com segurança jurídica, para a atração intensiva de capital privado É preciso definir uma Política Nacional de Apoio a PCTs estabelecendo claramente o papel dos vários atores: Governo Federal/Central, Governo Estadual/Região, Governo Municipal/Local, Universidades, Setor Privado, Sistema Financeiro, etc 3.5 Perfil “tipico” dos Parques Tecnológicos no Brasil Apesar de constituir uma experiência relativamente recente, o movimento de Parques Tecnológicos no Brasil já permite identificar algumas características típicas que configuram a base do que pode se consolidar como um “Modelo Brasileiro” de PqTs: Os PqTs brasileiros possuem um forte relacionamento com mecanismos e iniciativas de promoção do empreendedorismo inovador, especialmente incubadoras de empresas Em geral os Parques estão relacionados com um programa formal de planejamento regional, constituindo uma parte importante da estratégia de desenvolvimento econômico e tecnológico Os projetos de PqTs normalmente têm sido liderados por entidades gestoras de programas bem sucedidos na área de incubação de empresas, transferência de tecnologia universidade-empresa e pesquisa e desenvolvimento para o setor empresarial Os espaços físicos escolhidos para implantar os PqTs geralmente são originários de órgãos públicos ou de universidades Empresas Estatais de grande porte e competência tecnológica têm desempenhado um papel cada vez mais importante na alavancagem e consolidação de PqTs Em função do caráter “emergente” da indústria de tecnologia no país, os PqTs vêm ocupando um espaço como verdadeiras referência físicas do processo de desenvolvimento dos pólos tecnológicos brasileiros Para Informações Complementares, Ver Anexo 1 Página 10 Parques Tecnológicos no Brasil – Estudo, Análise e Proposições 4 Cenário Internacional dos parques 4.1 Parques Tecnológicos no mundo O estudo e análise da experiência mundial de Parques Tecnológicos foi desenvolvido a partir de dados, informações, relatórios, entrevistas e visitas in loco. Existe toda uma base de conhecimento já gerada a partir de outros estudos realizados especialmente por associações da área e instituições de pesquisa que se dedicam a analisar as origens e o desenvolvimento deste fenômeno no âmbito mundial. Cabe destacar algumas destas entidades: associações como IASP – International Association of Science Parks, a AURP – Association of University Research Parks (EUA), órgãos mundiais como OECD, UNIDO e BIRD e Ministérios de Ciência, Tecnologia e Indústria dos diversos países pesquisados. A análise deste cenário internacional revela que, em geral, os Parques Tecnológicos se desenvolveram ao redor do mundo de forma espontânea e não estruturada. Observa-se que os fatores VOCAÇÃO INDUSTRIAL, OPORTUNIDADE DE MERCADO, COMPETÊNCIA INSTALADA, INVESTIMENTO e POLÍTICAS PÚBLICAS constituem as principais razões para o planejamento e implantação dos PqTs. O processo de criação dos PqTs no mundo acabou configurando um conjunto de “GERAÇÕES” como descrito na seqüência. Estas gerações de PqTs apresentam em geral um escopo bem definido de tempo e de local, isto é, cada uma delas ocorreu predominantemente num determinado período e num grupo específico de países. A pesquisa realizada no projeto tomou como base esta peculiaridade para analisar a experiência mundial de Parques Tecnológicos. A partir daí, foram estabelecidos parâmetros de pesquisa que contemplaram os seguintes aspectos: Conceitos e modelos de PqTs bem sucedidos, identificando as principais estratégias de implantação Papel estratégico dos PqTs em relação à economia do país como um todo e ao desenvolvimento de uma determinada região e/ou setor empresarial Arcabouço de políticas públicas e soluções financeiras para estímulo e viabilização dos PqTs Programas estruturados e sistêmicos para promoção e apoio à criação e implantação dos PqTs A lista abaixo indica os países pesquisados: Países estudados AMÉRICAS E EUROPA Estados Unidos Japão França Reino Unido Espanha Irlanda Finlândia ÁSIA China Índia Coréia do Sul Taiwan Cingapura Malásia OCEANIA Nova Zelândia Página 11 Parques Tecnológicos no Brasil – Estudo, Análise e Proposições 4.2 Destaques identificados na experiência mundial • • • • • • • Definição de uma “Proposta de Valor” (Value Proposition) clara e inspiradora do PqT para com a região e os setores empresariais a serem contemplados. Os PqTs tem operado como promotores de desenvolvimento científico e tecnológico nos países desenvolvidos e como indutores da Política Industrial e de C&T nos Países Emergentes Os países pesquisados apresentam um histórico de investimentos públicos planejados, programados e priorizados Há uma ênfase na construção de marcas fortes, vencedoras e inspiradoras para os PqTs, visando contribuir para o posicionamento do próprio país como líder de um determinado setor no contexto de globalização da economia Existe uma forte e profícua relação da “indústria dos PQTs” com o setor imobiliário e financeiro Nos países desenvolvidos, a relação “Receita anual das empresas do PqT : Investimento total na implantação do PqT está na ordem de 3:1, enquanto que nos países emergentes está em cerca de 1,5 : 1. Por outro lado, a relação “Investimento Público : Investimento Privado” na implantação dos Parques está na ordem de 1:1 tanto nos países desenvolvidos como nos emergente 4.3 “Gerações” de Parques Tecnológicos O estudo do cenário internacional permitiu a identificação de três grande tipos de Parques Tecnológicos que caracterizaram “gerações” em função da época em que foram predominantes e dos elementos que os tornaram singulares. Como ilustrado na figura, as três gerações de parques tecnológicos apresentam níveis de resultados diferentes e concentram-se em momentos históricos diferentes ao longo dos últimos 50 anos. O entendimento das características de cada uma destas gerações permite identificar direcionamentos para uma estratégia de desenvolvimento dos PqTs brasileiros. Parques de 1ª Geração – Parques Pioneiros - Criados de forma espontânea/natural, para promover o apoio à criação de EBTs e a interação com universidades fortes e dinâmicas. Neste tipo de parque é possível identificar claramente as condições favoráveis à inovação e ao desenvolvimento empresarial tais como: vocação regional, disponibilidade de recursos humanos e financeiros, infra-estrutura de qualidade, etc. De modo geral, tiveram apoio e/ou investimento estatal significativo e alcançaram alto grau de relevância estratégica para o país e/ou região. As iniciativas dos parques pioneiros, ou de 1ª geração, permitiram que nações/regiões pudessem assumir uma posição competitiva privilegiada no desenvolvimento tecnológico mundial. Um caso clássico de Parque Pioneiro é o Stanford Research Park, do qual se originou a região inovadora conhecida como Silicon Valley, na Califórnia. Parques de 2ª Geração – Parques Seguidores - Criados de forma planejada, formal e estruturada, para “seguir” os passos de uma “tendência de sucesso” estabelecida a partir dos Parques Pioneiros. Quase sempre, todos esses casos tiveram apoio e suporte sistemático estatal (nacional, regional ou local) e visavam, essencialmente, promover o processo de interação universidade-empresa e estimular um processo de “valorização” (financeira ou institucional) de áreas físicas ligadas aos campi de universidades criando espaços para implantação de empresas inovadoras no contexto de uma determinada região com pretensão de se tornar um pólo tecnológico e empresarial. Em geral, os resultados desta “geração” de parques tecnológicos são modestos, restringindo-se a impactos locais ou regionais. Este tipo de PqT constituiu um verdadeiro “boom” que se espalhou por Página 12 Parques Tecnológicos no Brasil – Estudo, Análise e Proposições universidades e pólos tecnológicos de países desenvolvidos da América do Norte e Europa, ao longo das décadas de 70 a 90. Parques de 3ª Geração – Parques Estruturantes - Este tipo de Parque acumulou as experiências dos parques de 1ª e 2ª geração e está fortemente associado ao processo de desenvolvimento econômico e tecnológico de países emergentes. Criados como fruto de uma política regional ou nacional e orientados para promover um processo de desenvolvimento sócio-econômico extremamente impactante os Parques Estruturantes contaram com apoio e investimento estatal forte e são extremamente orientados para o mercado globalizado. Em geral, estão integrados a outras políticas e estratégias de desenvolvimento urbano, regional e ambiental. Este tipo de parque é influenciado por fatores contemporâneos, tais como: facilidade de acesso ao conhecimento, formação de clusters de inovação, ganhos de escala motivados pela especialização, vantagens competitivas motivadas pela diversificação e necessidade de velocidade de desenvolvimento motivada pela globalização. Exemplos de Parques Estruturantes podem ser facilmente identificados em países como Coréia, Taiwan, Cingapura, entre outros. 4.4 Parques Tecnológicos & Desenvolvimento Nacional/Regional Outra conclusão importante do estudo do cenário internacional foi a intensa relação entre as Políticas Públicas incentivo e apoio a Parques Tecnológicos e os Programas Nacionais e Regionais de Desenvolvimento. Casos como o Programa de Pólos de Competitividade, ilustrado ao lado, deixam muito claro a tendência mundial de integração de políticas públicas, visando otimização do uso de recursos e maximização de resultados. Outras experiências como o “Knowledge Cluster Initiative”, no Japão, e as Redes Regionais de Mecanismos de Inovação, na Espanha, além de casos como Coréia, Finlândia, China e Índia ilustram muito fortemente a necessidade de tratar os Parques Tecnológicos como instrumentos ou mecanismos estratégicos no contexto de uma Política Pública mais abrangente e de caráter nacional/regional. O caso da França é particularmente interessante pois os Pólos de Competitividade foram determinados mediante editais públicos baseados em indicadores mensuráveis e objetivos. A partir deste verdadeiro “roadmap” de áreas de C&T e setores empresariais prioritários, o país tem implementado uma política agressiva e estruturada de investimento. Para Informações Complementares, Ver Anexos 2 e 3 Página 13 Parques Tecnológicos no Brasil – Estudo, Análise e Proposições 5 Taxonomia: Estratégia de Organização 5.1 Importância de uma Taxonomia O conceito do termo “TAXONOMIA” está associado à “ciência, regra ou procedimento de classificação” e, portanto, está diretamente relacionado com alguns dos grandes desafios da área de Parques Tecnológicos: definir padrões e parâmetros de avaliação e comparação possibilitar a definição de uma Política Pública com visão sistêmica e integrada estabelecer prioridades para aplicação de recursos e aporte de “capital político”. Naturalmente, qualquer sistemática de classificação a ser aplicada num campo tão recente e em permanente evolução exige uma proposta extremamente simples e flexível. A definição da Taxonomia resultou da análise de mais de quinze diferentes variáveis que, potencialmente, poderiam ser utilizadas como “eixos principais” do sistema de classificação. A análise destas variáveis levou em consideração o próprio conceito de PqT, que está associado à criação de um ambiente especial para promoção de inovação, onde o “mundo da C&T” encontra o “mundo das Empresas”. Como ilustrado na figura ao lado, o “mundo dos PqTs” busca oferecer as condições favoráveis para que se encontre um EQUILÍBRIO, uma ZONA DE “NÃO RESISTÊNCIA” ou um “ESPAÇO DE MÁXIMA PERFORMANCE” para o desenvolvimento de novas empresas, a interação universidade-empresa e a prática da inovação com competitividade. 5.2 Estrutura Básica da Taxonomia Desta forma, a Taxonomia proposta foi estruturada a partir de DOIS EIXOS BÁSICOS: Base de Ciência e Tecnologia (C&T) – que leva em conta os parâmetros, indicadores e características do Parque Tecnológico e da região entorno no que diz respeito à base de conhecimento existente na região na forma de universidades, instituições de C&T, profissionais qualificados, histórico de projetos de P&D, infra-estrutura para pesquisa, sistema educacional, investimentos públicos e privados em P&D, etc. Base Empresarial – que leva em consideração fatores relacionados à densidade de empresas inovadoras e à cultura de empreendedorismo e inovação existente na Página 14 Parques Tecnológicos no Brasil – Estudo, Análise e Proposições região, avaliada na forma de empresas de tecnologia estabelecidas, histórico e geração de start-ups, existência de organizações de venture capital, receitas geradas por empresas inovadoras e nível de globalização dos negócios, entre outros fatores. Dentre os vários sistemas e metodologias de indicadores analisados para se avaliar a “base de C&T e a base Empresarial” de um Parque Tecnológico vale destacar os cinco grupos de indicadores do “European Innovation Scoreboad” utilizados para avaliar o progresso e a evolução dos países da Comunidade Européia na área de Inovação: “Innovation Drivers”, “Knowledge Creation”, “Innovation and Entrepreneurship”, “Application of Knowledge” e “Intellectual Property”. Este e outros sistemas de avaliação permitem a definição de uma metodologia objetiva para estabelecer o “Nível de Relevância” da base de C&T e empresarial de um Parque e da região onde está inserido. Este “Nível de Relevância” se constitui na escala de graduação dos dois Eixos Básicos da Taxonomia, dividida em: Relevância Nacional/Mundial – aplicável àqueles PqTs que apresentam uma Base de C&T ou Base Empresarial de destaque nacional e capaz de posicionar o país de forma significativa no cenário internacional Relevância Regional – aplicável aos PqTs cujos indicadores de C&T e empresarial se destacam no país no âmbito regional Relevância Local – aplicável aos projetos cujos indicadores ficam restritos ao âmbito local Assim, como ilustrado ao lado, a Taxonomia desenvolvida propõe quatro grandes categorias para classificação dos Parques Tecnológicos: Parque Tecnológico “consolidado” – contemplando os empreendimentos que possuem “base de C&T e base Empresarial” de relevância mundial/nacional. Parque “CIENTÍFICO-tecnológico” – PqTs com destaque da base de C&T em relação à base empresarial Parque “EMPRESARIAL-tecnológico” – PqTs com destaque da base Empresarial em relação à base de C&T Parque Tecnológico “emergente” – PqTs que apresentam base de C&T e Empresarial de nível regional. Página 15 Parques Tecnológicos no Brasil – Estudo, Análise e Proposições 5.3 Taxonomia & Estratégia de Desenvolvimento & Políticas Públicas A definição de uma Taxonomia para a área de Parques Tecnológicos permite a classificação dos diversos empreendimentos em andamento no país e a orientação de futuros projetos a serem implantados. A partir desta classificação, é possível aos diversos atores de governo, empresas e academia estabelecer diretrizes de investimento, estratégias de desenvolvimento e políticas públicas. É impossível para um país com recursos limitados como o Brasil obter êxito nesta área se não fizer escolhas e definir prioridades. A figura ao lado ilustra um exercício informal de aplicação da Taxonomia proposta ao conjunto de projetos de PqTs em operação, implantação atualmente no país. Como se pode observar, há uma grande quantidade de projetos que possui uma abrangência local, limitada ao município ou microregião onde está sendo implantado. Por outro lado, há PqTs que se posicionam nas outras três categorias e nenhum que pode ser considerado consolidado por apresentar base de C&T e empresarial de relevância nacional. As flechas indicam os prováveis “movimentos estratégicos” dos diversos PqTs em função de investimentos para “adensarem/qualificarem” sua base de C&T e/ou empresarial. Numa situação real, este processo de evolução deveria ser resultado de uma Política Pública clara e sistemática que parte de uma situação muito bem mapeada a fim de atingir uma visão de futuro sintonizada com as prioridades do país e tendências internacionais. 5.4 Elementos para Caracterização e Classificação Para aplicar corretamente a Taxonomia proposta é necessário estabelecer elementos que permitam a caracterização e classificação dos PqTs. Estes elementos contemplam indicadores, informações descritivas, evidências objetivas e outros elementos apresentados de forma esquemática na figura abaixo e detalhados a seguir. 1. Estratégia de Posicionamento Estratégia de Posicionamento – Portfólio de C&T Local X Mercados (ex. sintonia com as Áreas Estratégicas do PAC C&T&I) Projeto de Inserção Local - Estratégia do PqT X Plano de Desenvolvimento Local (Visão de Pólo) Página 16 Parques Tecnológicos no Brasil – Estudo, Análise e Proposições Projeto de Inserção Regional – Estratégia do PqT X Plano de Desenvolvimento Regional (Visão de Estado) Projeto de Inserção Nacional – Estratégia do PqT X Plano de Desenvolvimento Nacional (PAC C&T&I) Benchmarking/Referência - Entidades/Parcerias no Âmbito Nacional e Internacional Estratégia de Negócios e Financiamento - Expectativa de Investimento e Apoio 2. Caracterização do Entorno Base C&T&I - Corpo de Pesquisadores (por perfil) em ICTs e Empresas, Perfil do Processo de formação de mão de obra, Projetos de Referências de C&T&I em ICTs e Empresas e Base de Infra-estrutura de C&T&I em ICTs e Empresas Base Empresarial - Perfil de Empresas Inovadoras (grande, médio e pequeno porte), Experiência do processo de Criação de Empresas Inovadoras, Potencial de atratividade de Empresas Inovadoras e Investimento / Apropriação de C&T&I Ambiente Institucional - Portfólio de Leis e Incentivos Locais e Estaduais e Programas e Mecanismos de Apoio a Empresas Inovadoras Infra-estrutura - Infra-estrutura de Logística, Transportes, Acesso, Infra-estrutura de Educação e Cultura, Infra-estrutura urbana (residencial, comercial, saúde, etc) 3. Caracterização do Parque Base C&T&I - Corpo de Pesquisadores (por perfil) em ICTs e Empresas do Parque, Projetos de Referências de C&T&I em ICTs e Empresas no Parque e Base de Infraestrutura de C&T&I em ICTs e Empresas no Parque Base Empresarial - Perfil de Empresas Inovadoras (grande, médio e pequeno porte) no Parque, Potencial de atratividade de Empresas Inovadoras e Potencial de criação e estímulo a Empresas Inovadoras Serviços de Suporte – Mecanismos de Transferência de Tecnologia, Mecanismos de Acesso a Conhecimento/Gestão/Informação, Mecanismos de Acesso a Capital, Mecanismos de Acesso a Mercado Infra-estrutura - Infra-estrutura urbanística do parque (sistema viário, acesso, etc), Infra-estrutura “Tecnológica” – ICT, Infra-estrutura de Suporte/Facilidades (restaurante, centro de eventos. Governança e Gestão - Estrutura Organizacional (Conselhos, Diretorias, etc), Mecanismos de Gestão (Programas, Sistemas, etc), Plano de Negócios, Planejamento Estratégico, Orçamento e Cronograma Físico Financeiro Para Informações Complementares, Ver Anexo 4 Página 17 Parques Tecnológicos no Brasil – Estudo, Análise e Proposições 6 Visão de Futuro dos Parques Tecnológicos 6.1 Novos tempos, novos desafios.... novo posicionamento Todo o trabalho realizado ao longo do projeto “Parques Tecnológicos – Estudo, Análise e Proposições” permitiu a interação com especialistas nacionais e internacionais, líderes de PqTs de sucesso mundial, dirigentes públicos, acadêmicos e empreendedores inovadores do país e do mundo. Esta interação, debate e construção coletiva contribuiu para a realização dos estudos nacional e internacional, bem como para a proposição da taxonomia de classificação dos PqTs. Como resultado deste processo, naturalmente emergiu uma nova VISÃO DE POSICIONAMENTO para os Parques Tecnológicos no futuro. Este novo posicionamento incorpora elementos típicos de fenômenos que ocorreram alguns anos após o surgimento dos primeiros PqTs no mundo e constituem-se como FATORES DE REPOSICIONAMENTO dos PqTs: O processo de globalização mundial, que promoveu uma integração excepcional entre os países, economias e pessoas A velocidade de acesso a informação e conhecimento, viabilizada pelo avanço nos processos de comunicação A formação de uma nova estrutura econômica global, com o surgimento dos grandes blocos econômicos, das economias emergentes e das megaempresas globais; O crescimento da consciência crítica sócio-ambiental, com o surgimento de movimentos, entidades e organismos orientados formalmente para a defesa do meio ambiente e a redução das desigualdades Em síntese, o surgimento de uma nova economia, baseada no conhecimento, no contexto de uma nova sociedade, fundamentada em conceitos e lógicas de relacionamento global. Neste novo cenário, os PqTs devem identificar e ocupar um papel com potencial de aproveitar e potencializar estas tendências. Assim, começa a surgir um novo conceito de Parque, muito mais sintonizado com uma realidade de “sociedade do conhecimento” do que de “sociedade industrial”. Enquanto na “Era Industrial” os Parques representavam uma espécie de “trailer do futuro” ou de “gueto high tech”, na “Era do Conhecimento”, os Parques podem e devem se tornar os legítimos espaços para desenvolver e abrigar os empreendimentos desta nova fase da economia e da sociedade. Trata-se de posicionar os PqTs como verdadeiras: Plataformas (conjunto de sistemas, competências e agentes organizados de forma inteligente e eficaz) Institucionais, (com representatividade, capacidade de gestão, personalidade jurídica, etc) Estratégicas e (posicionadas no ambiente, bem planejadas, competitivas, reconhecidas e prestigiadas ) Operacionais para (dotadas de equipe capacitada, infra-estrutura física e operacional, recursos e sistemas) Promoção da Inovação (apoio a processos de transferência de tecnologia, estímulo à P&D nas empresas, etc) e do Empreendedorismo (fomento e suporte à criação de novas empresas, apoio na busca de financiamento e acesso a mercado) Página 18 Parques Tecnológicos no Brasil – Estudo, Análise e Proposições 6.2 Novo posicionamento ... novas funções Este novo papel amplia o escopo de atuação dos PqTs, incorporando novos objetivos e fortalecendo antigas funções dos mesmos como ambientes que: integram academia e setor empresarial por meio de estratégias e mecanismos inovadores tais como projetos mobilizadores, centros de excelência em setores prioritários para o país/região, projetos cooperativos, etc. oferecem infra-estrutura e serviços profissionais “classe mundial”, tanto no âmbito dos “hard business services (infra-estrutura física, telecomunicação, transporte, recursos humanos e ambiente favorável para habitação) como dos “soft business services” (expertise em gestão, acesso a financiamento, network de negócios, suporte legal, propriedade intelectual, etc.) abrigam e apóiam “clusters de inovação”, diferenciados e competitivos, isto é, os PqTs podem e devem se firmar como espaços para execução da estratégia de desenvolvimento setorial de segmentos empresariais prioritários para o país/região facilitam a criação e o crescimento de empresas inovadoras, fomentando o empreendedorismo e a incubação de startups; promovem o desenvolvimento econômico e a competitividade de regiões e cidades, potencializando suas vocações e orientando o crescimento para novas tendências direcionam o processo de desenvolvimento urbano, oferecendo novas oportunidades para o crescimento das cidades e para a abertura de novas frentes de investimento público e privado estabelecem referências para o desenvolvimento sustentável econômico, social, ambiental e tecnológico, oferecendo exemplos concretos de projetos e iniciativas equilibradas que promovem o progresso, respeitando o ser humano e preservando a natureza. Este novo posicionamento dos Parques faz com que este mecanismo seja encarado cada vez mais como um instrumento de promoção de desenvolvimento para gerar empresas que consolidem a nova “indústria do conhecimento” e que sejam capazes de prover o setor industrial, agrícola e de serviços com novas tecnologias e inovações. 6.3 “DNA” dos Parques Tecnológicos de sucesso no futuro Os PqTs podem desempenhar um papel extremamente importante para um país como o Brasil, que está passando por um momento de crescimento consistente e sustentável. Da mesma forma como ocorreu em diversos outros países emergentes, os parques podem ser utilizados como plataformas para o desenvolvimento e implementação de projetos nacionais prioritários na área industrial, científica e tecnológica. Países como Taiwan, Coréia, Singapura, Finlândia, Espanha, China e Índia já apresentam experiências fabulosas de alavancagem de setores estratégicos por meio de PqTs. Alguns dos PqTs destes países se posicionam como “hub asiático na área de multimídia”, “Centro Referência de Tecnologia de Informação da Índia”, “um dos três Pólos Mundiais de Inovação na área de Biotecnologia”, “plataforma de P&D na área de telecomunicações”, “eixo central da estratégia de desenvolvimento nacional na área de Energia”. Estes e outros casos demonstram claramente a vocação dos PqTs em se tornarem instrumentos essenciais na estratégia de desenvolvimento tecnológico e econômico dos países mais dinâmicos do planeta. Para assumir este papel, os chamados PqTs “do futuro” costumam apresentar algumas características comuns: uma “proposta de valor” clara e objetiva que torne o empreendimento único e relevante para o desenvolvimento das empresas instaladas e para o progresso da região onde está inserido – em outras palavras, um PqT de sucesso é aquele que consegue potencializar as vocações locais Página 19 Parques Tecnológicos no Brasil – Estudo, Análise e Proposições com as grandes oportunidades do ambiente de forma a consolidar um grande diferencial competitivo que permita torná-lo único em relação a outros PqTs do país e mesmo do mundo. uma concepção inovadora para consolidar o parque como promotor de desenvolvimento científico e tecnológico em áreas prioritárias para o país – exigindo o investimento em projetos mobilizadores de C&T tal como ocorre, por exemplo, em Barcelona, que vem investindo forte em centros de P&D na área de biotecnologia visando consolidar os Parques de Ciência e Pesquisa da cidade em grandes referências do país neste segmento. uma agenda de prioridades direcionada para que o parque atue como indutore da Política Industrial e de C&T do país - para tanto, o parque deve receber Centros de Pesquisa de ponta e empresas inovadoras de referência nos setores escolhidos. Um bom exemplo é o Parque Tecnológico de Hsinchu, em Taiwan, que se tornou “âncora” da estratégia do país na área de microeletrônica e informática e abriga empresas que respondem por mais de U$ 20 bilhões em exportações além do poderoso ITRI – Industrial Technology Research Institute. uma Universidade empreendedora e de excelência, capaz de gerar profissionais, pesquisadores e tecnologias em quantidade e qualidade – como ocorre em casos clássicos como o Silicon Valley, em torno da Universidade de Stanford, o Pólo Tecnológico de Boston, ao redor do MIT entre outros projetos de PqTs gerados em torno de universidades de ponta de países desenvolvidos ou emergentes. um plano de implantação e um sistema de gestão voltados para a construção de marcas fortes, vencedoras e inspiradoras – o que implica num planejamento extremamente cuidadoso da estratégia de marketing e comunicação do parque tal vem ocorrendo, por exemplo, com o Hong Kong Science Park, um empreendimento que há anos vem se posicionando como “um hub para inovação e tecnologia na Ásia”. um conjunto de “empresas âncora” que contribuam para a consolidação do posicionamento diferenciado do parque – como acontece com o Parque Tecnológico do Oulu, na Finlândia, que se beneficiou fortemente com a implantação de alguns dos principais centros de P&D da Nokia. um conjunto de “projetos âncora de C&T”, que permitam ao parque estabelecer uma base tecnológica qualificada e instrumentos de articulação/mobilização das empresas – tais projetos de referência são essenciais para garantir que a região alcance no futuro um nível de excelência, como ocorreu com o desenvolvimento do pólo aeronáutico brasileiro a partir da criação do ITA e do CTA. um modelo de viabilização fundamentado fortemente em investimentos públicos planejados, significativos e contínuos – praticamente todos os projetos inovadores e relevantes de PqTs implantados no mundo nos útlimos 10 anos foram suportados com investimentos vultuosos do governo como parte de uma estratégia “de país”. uma estratégia para tornar o parques um espaço amigável e atraente ao capital privado e à integração com o mercado financeiro, especialmente os setores imobiliário e de Venture Capital – da mesma forma que possuem forte apoio público, os PqTs “vencedores” consolidam-se como um grande exemplo de investimento privado seja no parque como empreendimento, seja nas empresas instaladas. Grandes corporações financeiras têm procurado cada vez mais este tipo de empreendimento para implantar instalações “sob medida” para empresas e para realizar operações de investimento nas empresas nascentes. uma proposta de integração do Parque com a estratégia de desenvolvimento regional – visando ampliar o campo de atuação e impacto do parque e, ao mesmo tempo, atrair para o empreendimento os projetos de ponta necessários ao permanente processo de evolução de um pólo industrial e tecnológico regional, como vem ocorrendo no Programa de Pólos de Competitividade da França. uma concepção e plano de desenvolvimento voltado para posicionar o parque como verdadeiro “hub ou ponto focal” do país no mercado internacional – num mercado cada vez mais globalizado, os parques acabam se tornando grande “conexões” para realização de negócios, atração de investimentos estrangeiros e implantação de plataformas cooperaticas de exportação. Página 20 Parques Tecnológicos no Brasil – Estudo, Análise e Proposições 7 Proposições de Políticas Públicas 7.1 Cenário Nacional e Internacional + Taxonomia + Visão de Futuro = Políticas Públicas Como representado de forma simbólica no título acima, o objetivo final deste projeto sempre foi gerar um conjunto de sugestões de propostas de Políticas Públicas para a área de PqTs. Para isso foram realizados os estudos de cenário nacional e internacional, foi estabelecida uma proposta de taxonomia e definida uma visão de futuro para o tema Parques Tecnológicos. As sugestões de Políticas Públicas surgiram ao longo da realização de todos estes trabalhos, na interação com lideranças, especialistas e pessoas com atuação na área. Além disso, também foram considerados, naturalmente, os exemplos de outras Políticas Públicas de sucesso existentes em outros países. Por fim, também foram incorporadas idéias e mecanismos aplicados em áreas correlatas tanto no universo empresarial como nos segmentos acadêmico e de governo. Todo este processo permitiu identificar algumas das tendências e recomendações para a geração de Políticas Públicas efetivas e com grande potencial de sucesso: Esforço em gerar e propor Planos e Visões de Longo Prazo Investimento no desenvolvimento e implantação de mecanismos e modelos inteligentes de governança Busca de mecanismos mais eficazes para gerenciar a aplicação e avaliar os resultados das políticas públicas Ênfase no desenvolvimento de mecanismos de financiamento e fomento de caráter público-privado Preocupação em evitar desequilíbrios regionais e de preparar o país e para a concorrência internacional Fortalecimento de uma “Cultura de Projetos” viabilizados por um conjunto de “Programas de Apoio” que fazem parte de um Sistema de Articulação, Governança e Suporte integração e sintonia com outras políticas públicas de caráter nacional e regional A figura abaixo apresenta de forma esquemática os principais elementos desta proposição de Política Pública, que passa a ser descrita a seguir. Página 21 Parques Tecnológicos no Brasil – Estudo, Análise e Proposições 7.2 Princípios, Declarações e Diretrizes Um primeiro elemento crítico de uma Política Pública de apoio a PqTs envolve a definição de princípios, declarações e diretrizes que devem orientar e “balizar” a definição e aplicação dos demais elementos. No caso dos PqTs, as proposições são as seguintes: O Brasil possui uma base de universidades e centros de tecnologia, uma estrutura empresarial e um sistema de ciência, tecnologia e inovação que oferece todas as condições para a implantação de projetos bem sucedidos de PqTs A experiência já acumulada na área de incubadoras de empresas bem como os avanços nos instrumentos de fomento à inovação criam as condições favoráveis para a promover a criação e atração de empreendimentos inovadores em PqTs Uma Política Pública de apoio à implantação de PqTs deve estar totalmente sintonizada com programas de caráter nacional como o PAC, a PITCE, o Plano de Ação de C&T&I e outros programas propostos por entidades e organismos de caráter regional, empresarial e social. Uma política bem sucedida de apoio a PqTs exige a aplicação de recursos significativos de forma a assegurar a implantação e projetos relevantes, diferenciados e duradouros. Por outro lado, é evidente que existe a limitação de recursos financeiros, o que leva à necessidade de se “fazer escolhas” e “estabelecer prioridades” com base em decisões tecnicamente consistentes, politicamente aceitáveis e estrategicamente articuladas. Página 22 Parques Tecnológicos no Brasil – Estudo, Análise e Proposições Uma Política Pública bem sucedida deve se basear num conjunto de taxonomias, sistemas e programas claramente definidos e difundidos de forma transparente de modo a assegurar uma cultura de transparência, meritocracia e resultados. 7.3 Arcabouço Jurídico A proposição da Política Pública para apoio a PqTs também deve contemplar este tema absolutamente essencial para viabilizar a efetivação de qualquer grande objetivo que se pretenda atingir. Sem uma base jurídica e regulatória bem definida é impossível imaginar a implementação de programas, projetos e outros instrumentos de apoio a PqTs. Entretanto, no caso do tema “Parques Tecnológicos”, entende-se que o mais recomendável é trabalhar pela regulamentação, fortalecimento e melhor utilização do arcabouço jurídico já existente. Assim, as ações e medidas propostas são as seguintes: Fortalecer as relações entre os órgãos do poder executivo e os organismos do poder legislativo, especialmente a Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática - CCTCI - da Câmara dos Deputados e a Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática - CCT - do Senado, visando promover estudos e proposições que possibilitem um melhor aproveitamento do marco legal já estabelecido e a eventual concepção de novas legislações. Desenvolver e implementar regulamentações que incorporem temáticas de interesse dos PqTs no contexto de legislações já existentes e que possuem grande relação com o tema, tais como: Lei de Inovação, Lei do Bem, Lei do FNDCT, entre outras. Estimular e orientar o processo desdobramento da Lei de Inovação no âmbito estadual, com a aprovação das Leis Estaduais no contexto das Assembléias Legislativas. Conceber, desenvolver e encaminhar proposições de Decretos, Portarias e Instruções Normativas que estabeleçam consistência jurídica às proposições inseridas no contexto do Sistema Nacional de PqTs, conforme detalhado à frente. 7.4 Sistema Nacional de Parques Tecnológicos O elemento central da proposição de Política Pública é a criação de um Sistema Nacional de PqTs que permita o efetivo planejamento, implementação e avaliação dos instrumentos e mecanismos de apoio aos parques. Este Sistema deve integrar as esferas de Governo Federal (diversos Ministérios), Estadual e Municipal e precisa contemplar Programas de Fomento com recursos estáveis e assegurados. Além disso, a proposição de um Sistema envolve uma abordagem interministerial devido à transversalidade do tema, demandando o apoio de diversos ministérios e órgãos de governo tais como: MCT, MDIC, MEC, MinCidades, FINEP, BNDES, ABDI, CNPq, etc. Conforme ilustrado na figura, o Sistema se desdobra nos elementos abaixo listados, e que serão detalhados nas páginas a seguir: Sistema de Governança e Ações Básicas permanentes Apoio e Financiamento a PqTs Apoio e Financiamento a Empresas instaladas em PqTs Para Informações Complementares, Ver Anexo 5 Página 23 Parques Tecnológicos no Brasil – Estudo, Análise e Proposições 8 Programa de Apoio a Parques Tecnológicos As proposições para um Programa de Apoio a Parques Tecnológicos englobam 3 grandes “Linhas de Apoio” relacionadas com os três grandes desafios para viabilizar este tipo de empreendimento: 8.1 Linha de Apoio para o Desenvolvimento e Inovação de PqTs A ser disponibilizada aos projetos de PqTs em implantação ou operação, visando aplicação em despesas de contratação de serviços especializados, realização de estudos e pesquisas, desenvolvimento de parcerias e criação de produtos e serviços especiais. Objeto – um PqT exige investimentos importantes tanto na sua fase de desenvolvimento como de aperfeiçoamento e inovação. Estes investimentos devem viabilizar os sistemas críticos que asseguram o cumprimento do propósito do empreendimento, envolvendo, basicamente: projeto conceitual do parque, plano de negócios e plano estratégico, “máster plan”/plano urbanístico, processo de licenciamento ambiental, processo de regularização fundiária, projetos executivos e de engenharia, modelagem jurídica e financeira, sistema de operação, portfólio de serviços de suporte às empresas, sistema de marketing e comunicação, sistemas de apoio ao desenvolvimento C&T&I e gestão do empreendimento. Proponente Típico – em geral esta linha de apoio será aplicável a entidades gestoras de PqTs, sejam de caráter público ou privado. Modalidades de Apoio e possíveis Organismos repassadores – para viabilizar este tipo de apoio, entende-se que seja possível oferecer duas modalidades: • Apoio não reembolsável – recursos provenientes especialmente dos instrumentos de fomento do Sistema de C&T&I, operacionalizados por agentes como FINEP – Financiadora de Estudos e Projetos, CNPq – Conselho Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento e Fundações Estaduais de Apoio à Pesquisa. • Financiamento – linhas financiamento com condições especiais, operacionalizadas por agentes como FINEP, BNDES e outros organismos do sistema financeiro. 8.2 Linha de Apoio à Implantação Física de PqTs A ser disponibilizada especialmente para investimentos na infra-estrutura inicial dos PqTs e na implantação das primeiras edificações essenciais do empreendimento. Objeto – uma vez que um PqT tenha sido bem concebido, planejado e projetado, é VITAL colocar os planos em ação e viabilizar a implantação do empreendimento. Naturalmente, este investimento deve ser assumido pelos diversos atores que compõem a governança do PqT mas é fundamental a existência de um Programa Nacional de Apoio que disponibilize recursos para esta fase, que contempla: obras de infra-estrutura básica (saneamento, energia, telecomunicações, etc), obras de urbanização (sistema viário, praças e calçadas, paisagismo, etc) e equipamentos prediais iniciais (áreas de uso comum, edificações para os primeiros empreendimentos e parceiros, etc). Proponente Típico – em geral esta linha de apoio será aplicável a entidades gestoras de PqTs e a organismos parceiros tais como prefeitura, secretarias estaduais ou universidades. Página 24 Parques Tecnológicos no Brasil – Estudo, Análise e Proposições Modalidades de Apoio e possíveis Organismos repassadores – para viabilizar este tipo de apoio, entende-se que seja possível oferecer três modalidades: • Apoio não reembolsável – recursos públicos viabilizados junto ao orçamento da união por meio de projetos submetidos aos Ministérios ou emendas parlamentares. Além disso, entende-se que agentes do Sistema de C&T&I tais como FINEP e BNDES também devam oferecer produtos nesta área. • Financiamento – linhas financiamento em condições especiais, operacionalizadas por agentes como FINEP, BNDES e outros agentes do sistema financeiro. • Participação no capital de PqTs – instrumentos de participação no capital de PqTs, visando agregar recursos e, principalmente, expertise, networking e credibilidade a partir de agentes como BNDES. 8.3 Linha Apoio a Projetos Mobilizadores “Ancoras” de C&T&I A ser disponibilizada para investimentos de desenvolvimento e implantação dos projetos de C&T&I que deverão contribuir de forma essencial para a estratégia de diferenciação do PqT. Objeto – esta linha visa prover recursos para a implantação de projetos que apresentam potencial para tornar o PqT uma referência em determinada área de atuação. São projetos tais como centros de tecnologia, projetos mobilizadores de P&D, laboratórios de pesquisa avançados, grupos de pesquisa de universidades ou complexos de inovação e empreendedorismo. Proponente Típico – em geral esta linha de apoio será aplicável a entidades gestoras de PqTs ou outros parceiros com competência para liderar programas desta natureza, tais como universidades ou centros de tecnologia. Modalidades de Apoio e possíveis Organismos repassadores – para viabilizar este tipo de apoio, entende-se que seja possível oferecer três modalidades: • Apoio não reembolsável – recursos provenientes dos instrumentos de fomento do Sistema de C&T&I, operacionalizados por agentes como FINEP, BNDES/FUNTEC e programas de investimento em P&D vinculados a legislações específicas tais como a Lei de Informática e Lei do Petróleo (Petrobras e outras) e Lei de P&D em Energia (Sistema Eletrobras, Furnas, Itaipu, etc). • Financiamento – linhas financiamento em condições especiais, operacionalizadas por agentes como FINEP, BNDES e outros agentes do sistema financeiro. Página 25 Parques Tecnológicos no Brasil – Estudo, Análise e Proposições 9 Programa de Apoio a Empresas instaladas em Parques As proposições para um Programa de Apoio a Empresas instaladas em Parques Tecnológicos também envolve 3 grandes “Linhas de Apoio” relacionadas com os grandes desafios para viabilizar empresas inovadoras: 9.1 Linha de Apoio para Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação O país já dispõe de um variado conjunto de instrumentos de fomento à P&D&I nas empresas. O objetivo desta proposição é possibilitar a aplicação de recursos especiais para este tipo de atividade. Objeto – As empresas inovadoras instaladas em PqTs devem, em princípio, apresentar indicadores de destaque no que se refere a investimentos em atividades de P&D&I. Entretanto, considerando-se que os PqTs devem se tornar complexos de referência nas áreas onde atuam, é fundamental que uma Política Nacional de apoio a PqTs disponibilize linhas de apoio especiais para empresas inovadoras instaladas em parques poderem aplicar recursos em projetos de P&D de novas tecnologias, desenvolvimento de novos produtos, implantação de laboratórios de pesquisa e criação de novos empreendimentos. Proponente Típico – esta linha deverá ser aplicável a empresas inovadoras instaladas em PqTs dividas, basicamente, em 2 grandes categorias: micro/pequenas empresas e médias/grandes empresas. Modalidades de Apoio e possíveis Organismos repassadores – para viabilizar este tipo de apoio, sugere-se duas modalidades: • Subvenção econômica para P&D&I “especial” para empresas de PqTs – recursos provenientes do Programa de Subvenção Econômica, já disponível e operado pela FINEP. • Financiamento à P&D&I para empresas de PqTs – linhas financiamento já disponibilizadas por agentes como FINEP (ex. Juro Zero) e BNDES (ex. Linha de Inovação) formatadas em condições especiais para empresas de PqTs. 9.2 Linha de Apoio para Infra-estrutura Predial e Laboratorial de empresas de PqTs Esta linha visa estimular a implantação de projetos empresariais inovadores e relevantes em PqTs por meio da cobertura de despesas com infra-estrutura física. Objeto – viabilizar recursos para empresas já instaladas ou em processo de instalação em PqTs poderem viabilizar a implantação de projetos tais como: sedes empresariais, espaço para atividades de P&D, infra-estrutura de escritórios e laboratorial. Proponente Típico – esta linha deverá ser aplicável a empresas inovadoras instaladas em PqTs dividas, basicamente, em 2 grandes categorias: micro/pequenas empresas e médias/grandes empresas. Modalidades de Apoio e possíveis Organismos repassadores – para viabilizar este tipo de apoio, sugere-se duas modalidades: • Programa especial “híbrido” de subvenção e financiamento para implantação de Centros de P&D de empresas em PqTs – recursos provenientes do programa de Página 26 Parques Tecnológicos no Brasil – Estudo, Análise e Proposições • Subvenção econômica e do FNDCT, operacionalizados via FINEP, e das linhas de inovação do BNDES Financiamento à Infra-estrutura predial e laboratorial de empresas de PqTs – linhas financiamento já disponibilizadas por agentes como FINEP (ex. Juro Zero) e BNDES (ex. Linha de Inovação) formatadas em condições especiais para empresas de PqTs. 9.3 Linha de Apoio para estímulo ao Investimento Privado Sugestão de ação de Política Pública para atrair a atenção e a participação do capital privado nos projetos de PqTs em todo o país. Objeto – esta linha de apoio do Programa de Apoio a Empresas de PqTs visa criar um ambiente favorável para o investimento privado em diversos tipos de aplicação: investimento em empresas inovadoras instaladas em PqTs, aplicação de recursos nos próprios PqTs como opção de investimento e investimento na implantação de edificações e infra-estruturas de serviços para empresas. Proponente Típico – trata-se, na verdade, de um conjunto de ações que, em alguns casos, poderá ser acessada por investidores privados e, em outros, consistirá apenas na criação de oportunidades e facilidades para o investimento privado. Modalidades de Apoio e possíveis Organismos repassadores – para viabilizar este tipo de apoio, sugere-se 3 modalidades: • Instrumentos de Incentivo ao Investimento Privado em empresas de PqTs – instrumentos de estímulo à indústria de Venture Capital e ao mercado de capitais para aplicação focada nas empresas dos PqTs, aproveitando a experiência bem sucedida de projetos como o INOVAR/FINEP e o CRIATEC/BNDES. • Instrumentos de Incentivo ao Investimento Privado em PqTs – neste caso, o objetivo é criar atrativos para a aplicação de recursos e expertise do setor imobiliário e do mercado de capitais nos próprios PqTs. • Instrumentos de Incentivo ao Investimento Imobiliário em PqTs – Linha de financiamento especial para o mercado imobiliário investir na implantação de edificações em PqTs. Possíveis agentes: BNDES, CAIXA, BB e Bancos Privados. Página 27 Parques Tecnológicos no Brasil – Estudo, Análise e Proposições 10 Governança e Ações Básicas permanentes do SINAPTI 10.1 Governança do Sistema Nacional da Apoio a PqTs . O Sistema Nacional de Parques Tecnológicos está sendo proposto como elemento estruturante da Política Pública de apoio a PqTs e, portanto, precisa ser concebido e implementado de forma a contemplar todos os organismos e instâncias relevantes do governo e da sociedade civil. O conceito de Sistema pressupõe um conjunto de elementos que se articulam para gerar um resultado pretendido, a partir de recursos e outros elementos de entrada. No caso do Sistema Nacional de PqTs, o resultado constitui-se num portfólio de PqTs implantados em todo o país, gerando empresas inovadoras e competitivas. Os elementos que permitem o cumprimento deste objetivo são os Programas de Apoio já descritos, os quais devem ser planejados, gerenciados e avaliados por um sistema de articulação e governança. A governança do SINAPTI deve ser estruturada a partir da experiência do Programa Nacional de Incubadoras de Empresas e Parques Tecnológicos – PNI, criado há mais de 10 anos, e que possui um Comitê Gestor composto por diversas entidades de governo e da sociedade civil. Nesta nova fase, recomenda-se que a governança do SINAPTI seja caracterizada da seguinte forma: Comitê Diretivo – responsável pelo direcionamento geral do Sistema – composição: Organismos de definição de política – MCT e MDIC e Organismos de operação – FINEP e BNDES Comitê Gestor – responsável pelo desenvolvimento e avaliação do Sistema – composição: outros atores e organismos do Governo e da Sociedade Civil. Grupo Técnico de Avaliação e Acompanhamento de Projetos – responsável por assegurar a consistência técnica do Sistema – composição: Equipe de especialistas conhecimento multidisciplinar e experiência internacional Naturalmente, este sistema de governança exige uma grande capacidade de ARTICULAÇÃO entre os atores e uma capacidade de ORGANIZAÇÃO para colocar em prática os diversos planos, programas e instrumentos que permitam atingir os propósitos do SINAPTI. 10.2 Ações Básicas permanentes Segundo as sugestões contidas neste documento, o processo de apoio efetivo aos PqTs se dará por meio dos Programas de Apoio já descritos. Entretanto, há um conjunto de Ações Permanentes que deverão ser coordenadas e executadas pelo próprio sistema de governança do SINAPTI. Trata-se de ações que criam condições para a correta implementação dos Programas e para a efetiva gestão da Política Pública: Página 28 Parques Tecnológicos no Brasil – Estudo, Análise e Proposições Aplicação da Taxonomia de PqTs para geração de um Mapeamento dos projetos brasileiros - identificando o nível de relevância dos empreendimentos e, consequentemente, o compromisso de aporte de recursos por parte dos Programas de Apoio nos vários níveis de governo. A primeira figura abaixo ilustra uma simulação do seria um “mapeamento” dos PqTs brasileiros segundo a taxonomia proposta. Em seguida, a segunda figura apresenta uma visão esquemática informal do que poderia ser o nível de envolvimento/investimento dos diversos níveis de governo na viabilização dos PqTs, segundo o grau de relevância. Sistema de Avaliação e Acompanhamento dos Projetos - a ser desenvolvido, aplicado e permanentemente aperfeiçoado pelo Grupo Técnico já mencionado com vistas a gerar um histórico consistente da evolução dos projetos e dos reflexos no “mapeamento” da Taxonomia. Articulação e coordenação do Programas de apoio a PqTs – obviamente, caberá à governança do SINAPTI estruturar, implementar e gerenciar continuamente os diversos Programas de Apoio a serem disponibilizados. “Sistema de Capacitação” & Orientação dos Projetos – finalmente, uma das ações permanentes do Sistema está vinculada ao processo de capacitação e orientação de projetos por meio de um esforço contínuo de disseminação de informação, interação com lideranças políticas, treinamento das equipes técnicas e geração de publicações especializadas. Página 29 Parques Tecnológicos no Brasil – Estudo, Análise e Proposições 11 Conexão com Programas de Governo e da Sociedade 11.1 Visão sistêmica e integrada ... Uma Política Pública na área de Parques Tecnológicos deve estar perfeitamente articulada com outras Políticas, Planos e Programas estratégicos do Governo e da Sociedade Civil. As proposições apresentadas neste documento levaram em consideração esta realidade já estabelecida a fim de obter ganhos de sinergia e evitar conflitos ou disputas por espaço político ou recursos. Visão Sistêmica no âmbito do Governo Federal - A figura abaixo ilustra uma pequena parte desta problemática. Conforme pode se observar, o Parque Tecnológico e suas empresas, que constituem o propósito final da política pública, será beneficiado pelos Programas de Apoio a Parques e a Empresas instaladas em PqTs. Estes programas, por outro lado, devem ser concebidos de forma a considerar a existência de outros Programas e Mecanismos já existentes com foco no fomento à P&D, apoio a ICTs e formação de RH. Da mesma forma, também devem considerar linhas de apoio já estruturadas e disponibilizadas como os programas de subvenção, as linhas de financiamento à inovação e os diversos programas de apoio à competitividade. Finalmente, todos estes instrumentos estão inseridos num contexto maior de Políticas Públicas e de Programas de governo, tal como o PAC e a PITCE. Apenas a título de exemplo, vale ressaltar que, se bem articulada e planejada, uma Política Pública na área de Parques Tecnológicos poderá gerar contribuições significativas para todas as 21 linhas de ação do recentemente lançado Plano de Ação de C&T&I do MCT (em especial para a linha 6, que trata do “Incentivo à Criação e à Consolidação de Empresas Intensivas em Tecnologia”). Da mesma forma, será plenamente possível orientar a estratégia de apoio a PqTs de forma a estimular os setores empresariais e os principais desafios a serem perseguidos pela nova Política Industrial. Visão Sistêmica no âmbito dos Governos Estaduais e Municipais – as proposições de Política Pública aqui apresentadas também devem considerar os planos e programas dos governos estaduais e municipais. Cada vez mais o chamado “pacto federativo” exige o diálogo e integração das ações entre os vários níveis de governo. Há diversas iniciativas na área de PqTs que já vem sendo apoiadas por Secretarias Estaduais de C&T, Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa, dentre outros organismos. Da mesma forma, os municípios vem empreendendo esforços para propor novos caminhos para o desenvolvimento das cidades, de modo que se torna essencial buscar esta integração no âmbito do planejamento (visão, estratégias, prioridades, etc), da gestão (governança, relacionamento, etc.) e do orçamento (definição do papel a ser assumido pelas diversas partes envolvidas). Visão Sistêmica no âmbito de entidades organizadas da Sociedade Civil – o planejamento e implantação de Políticas Públicas de apoio a PqTs também deve considerar os planos, programas e ações de entidades da sociedade civil tais como associações de classe, federações e confederações, institutos de pesquisa, universidades, entre outras entidades nacionais e internacionais. Novamente, apenas para ilustrar a importância desta tema, vale ressaltar que as proposições aqui apresentadas levaram em consideração elementos como o “Mapa Estratégico da Indústria” desenvolvido pela CNI, a proposta de Plano Estratégico para a área de Página 30 Parques Tecnológicos no Brasil – Estudo, Análise e Proposições incubadoras e parques gerada pela ANPROTEC, os programas de fomento a incubadoras e parques no contexto do Banco Mundial, do Banco Interamericano de Desenvolvimento, entre outros. A conexão de uma eventual Política Pública a ser implementada no país com os demais programas, mecanismos e instrumentos já existentes ou em desenvolvimento é uma decisão vital para assegurar um processo de implantação harmônico, efetivo e bem sucedido. Página 31 Parques Tecnológicos no Brasil – Estudo, Análise e Proposições 12 Agenda de Trabalho para implementação imediata 12.1 Ações Estruturantes Constituem as ações a serem implementadas para estabelecer as bases e fundamentos para medidas de caráter mais prático e operacional. Estas ações devem ser lideradas e executadas pelos organismos de governo que deverão assumir um papel de coordenação deste tema, em especial o MCT e o MDIC. 1. Criação e implantação do SINAPTI – Sistema Nacional de Parques Tecnológicos e Incubadoras de Empresas estabelecendo os objetivos do sistema, forma de operação e modelo de governança. O SINAPTI pode ser criado através de uma portaria ministerial ou, preferencialmente, de um decreto do Presidente da República. A partir da criação do SINAPTI, será possível dar início a toda uma seqüência de ações estratégicas e operacionais para alavancagem da experiência brasileira de PqTs. 2. Implantação do Comitê Diretivo e do Comitê Gestor do SINAPTI a partir das orientações de composição estabelecidas no decreto de criação, caberá aos organismos responsáveis dar início às atividades dos respectivos comitês. Conforme já mencionado, o Comitê Diretivo deve assumir a coordenação geral do SINPAPTI enquanto o Comitê Gestor deve desempenhar uma função mais consultiva e técnica. 3. Constituição do Grupo Técnico de Avaliação e Acompanhamento conforme já descrito anteriormente, este grupo será responsável pelo estabelecimento de diretrizes conceituais e técnicas para o SINAPTI. Sugere-se que o Grupo seja composto por meio de um Edital Público de seleção de especialistas nacionais e internacionais com perfil multidisciplinar e experiência acadêmica e prática. 12.2 Ações de Qualificação Contemplam as ações cujo objetivo é organizar e preparar o ambiente para a implantação das medidas de caráter operacional. Estas ações devem ser planejadas e executadas no contexto do SINAPTI a fim de assegurar o caráter sistêmico e integrado das ações. 4. Lançamento de um Edital para apresentação de Projetos de PqTs visando a aplicação da Taxonomia de PqTs este edital tem grande objetivo gerar um “mapeamento” dos projetos e iniciativas de PqTs no país e o posterior enquadramento dentro dos critérios da Taxonomia proposta neste projeto a fim de permitir ao país definir as metas e estratégias de investimento. Dentre outros propósitos, o Edital permitirá aos diversos atores de governo “fazer escolhas”, “estabelecer prioridades” e “definir mensagens claras” sobre quais devem ser os caminhos a serem adotados por todos os organismos e entidades interessados em desenvolver um PqT. 5. Realização de um trabalho minucioso de avaliação dos Parques existentes e de planejamento do portfólio pelo Grupo Técnico uma vez realizado o edital de PqTs, devese, então, proceder um trabalho de avaliação minuciosa dos projetos “in loco”, coordenada pelo Grupo Técnico de Avaliação e Acompanhamento.Este trabalho visa assegurar a credibilidade do Portfólio de Projetos a ser gerado, o qual deverá indicar quais os PqTs que deverão ser considerados de relevância nacional, regional e local tanto em termos da base de C&T&I como da base empresarial. Página 32 Parques Tecnológicos no Brasil – Estudo, Análise e Proposições 6. Programa de Capacitação, disseminação e esclarecimento acerca das prioridades e desafios do país que devem orientar os Projetos de PqTs Este processo pode ocorrer por meio da realização de uma conferência especialmente voltada para as equipes, lideranças e parceiros dos projetos de PqTs focando especialmente os principais elementos da PITCE e das linhas de ação do Plano de Ação C&T&I diretamente relacionadas com o tema: • Plano de Ação de C&T&I: Promoção da Inovação Tecnológica nas Empresas (Apoio à Inovação Tecnológica nas Empresas, Tecnologia para a Inovação nas Empresas e Incentivo à Criação e à Consolidação de Empresas Intensivas em Tecnologia), Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação em Áreas Estratégicas (Áreas Portadoras de Futuro: Biotecnologia e Nanotecnologia, Tecnologias da Informação e Comunicação, Insumos para a Saúde, Biocombustíveis, Energia Elétrica, Hidrogênio e Energias Renováveis, Petróleo, Gás e Carvão Mineral, Agronegócio, Biodiversidade e Recursos Naturais, Amazônia e Semi-Árido, Meteorologia e Mudanças Climáticas, Programa Espacial, Programa Nuclear, Defesa Nacional e Segurança Pública) e C,T&I para o Desenvolvimento Social (Popularização da C,T&I e Melhoria do Ensino de Ciências, Tecnologias para o Desenvolvimento Social). • PITCE: Setores Prioritários (semicondutores, bens de capital, software e fármacos) e Setores Portadores de Futuro (Biotecnologia, Nanotecnologia e Biomassa), 12.3 Ações de Articulação Estas ações visam engajar e comprometer os diversos atores importantes para o cumprimento dos objetivos de uma Política Pública de apoio à implantação de PqTs 7. Articulação de Ministérios e Agências de Governo O SINAPTI somente se constituirá efetivamente num “sistema” se contar com a participação dos diversos atores do Governo Federal. Como já foi evidenciado anteriormente, os desafios associados ao projeto e implantação de um Sistema de PqTs no país exigem o engajamento e atuação conjunta de diversos ministérios (MCT, MDIC, Casa Civil, Educação, Cidades, Saúde, Integração Regional, etc.) e agentes de governo (BNDES, FINEP, ABDI, CNPq, Banco do Brasil, Caixa, etc.). 8. Articulação junto ao Congresso Nacional Uma das principais estratégias adotadas por estados e municípios para obter recursos de investimento em projetos de PqTs são as emendas parlamentares. Trata-se de um excelente instrumento que, no entanto, precisa estar sintonizado com uma estratégia nacional a ser coordenada no contexto do SINAPTI. Assim, é fundamental articular e contar com o apoio e participação de deputados e senadores tanto na formulação quanto na execução da Política Pública. 9. Articulação dos Governos Estaduais e Municipais O sucesso de uma Política Pública nacional de PqTs exige um forte envolvimento dos governos estaduais e municipais tanto no processo de definição e formulação dos projetos de PqTs como na etapa de investimentos e sustentabilidade do empreendimento. Página 33 Parques Tecnológicos no Brasil – Estudo, Análise e Proposições 12.4 Ações Operacionais Finalmente, para consolidar um processo pragmático e efetivo, a agenda de trabalho exige a definição de medidas concretas de apoio, estímulo e fomento ao movimento de PqTs brasileiro. A credibilidade do SINAPTI dependerá fortemente da velocidade e efetividade com que for implementada esta Agenda e, principalmente, da disponibilização de ações concretas de apoio aos PqTs. 10. Estruturação e lançamento de Programas de Apoio a Parques É fundamental que FINEP e BNDES se articulem para lançarem programas diferenciados e complementares para apoio a: Desenvolvimento & Inovação de PqTs Implantação & Infra-estrutura de PqTs Projetos Mobilizadores de C&T&I dos PqTs 11. Apoio e Financiamento a Empresas Inovadoras Também neste caso, FINEP e BNDES precisam atuar de forma articulada para lançar programas de apoio especiais para as empresas instaladas em PqTs, contemplando: Apoio à P&D&I Apoio à Infra-estrutura Predial e Laboratorial 12. Incentivos ao Investimento privado em Parques Tecnológicos Outra ação importante para dinamizar e fortalecer o processo de criação de PqTs no país envolve a estruturação e lançamento de instrumentos e mecanismos de estímulo a participação privada seja pela criação de instrumentos de incentivos ao investimento no próprio “empreendimento PqT” seja pela estruturação de linhas de financiamento que estimulem a participação do setor imobiliário na construção de edificações a serem utilizadas pelas empresas do parque. 13. Articulação das Empresas Estatais com prática de Investimento em Tecnologia Empresas como Petrobras, Sistema Eletrobrás, dentre outras estatais brasileiras podem e devem assumir um papel de protagonismo no processo de desenvolvimento da experiência nacional de PqTs já que são grandes demandadoras e investidoras em P&D&I. O arcabouço jurídico relacionado ao investimento em tecnologia (Lei do Petróleo, Lei de P&D em Energia, Lei da Informática, etc) pode se consolidar num grande instrumento de alavncagem de PqTs de sucesso em todo o país. Cabe ressaltar o caso da Petrobras, que já vem realizando investimentos significativas em parceria com universidades e PqTs e pode consolidar um papel semelhante ao desempenhado pela NASA na evolução da P&D&I nos EUA. Página 34 Parques Tecnológicos no Brasil – Estudo, Análise e Proposições 13 Considerações finais Conforme apresentado neste documento o Projeto “Parques Tecnológicos – Estudo, Análise e Proposições” envolveu as seguintes atividades principais: Estudo do Cenário Nacional – com um mapeamento detalhado da experiência brasileira de PqTs Estudo do Cenário Internacional – contemplando 16 países desenvolvidos e emergentes Proposição de uma Taxonomia – para classificação e organização do segmento dos PqTs de forma a permitir um processo de planejamento fundamentado e uma estratégia de investimento consistente Visão de Futuro dos Parques Tecnológicos – com a caracterização de tendências e recomendações para o desenvolvimento de PqTs com grande potencial de sucesso no futuro. Proposição de sugestões para uma Política Pública – contemplando estratégias e ações que buscam proporcionar uma atuação sistêmica e integrada por parte dos diversos atores de governo e da sociedade civil. 13.1 Política Pública Inovadora O projeto permitiu estudar e analisar experiências mundiais de políticas públicas bem sucedidas nesta área de PqTs de forma a estabelecer uma proposta inovadora e viável para a realidade brasileira. Conforme descrito ao longo do documento, esta Proposta de Política Pública apresentar as seguintes características principais: conceito sistêmico e integrado – contemplando a atuação articulada e cooperativa dos diversos atores do Governo Federal, Governos Estaduais, Governos Locais, Sociedade Civil e setor Privado fundamentação técnico-científica – visando assegurar a consistência e viabilidade técnico-econômica dos projetos a serem beneficiados pela política pública, evitando, assim, um processo decisório baseado unicamente em critérios políticos estratégia viável para investimentos relevantes – tratando de forma pragmática e realista as necessidades a serem atendidas e os desafios a serem superados pelos PqTs brasileiros. 13.2 Estimativa de Investimentos e Resultados A implantação de uma Política Pública para a área de Parques Tecnológicos, conforme as proposições aqui apresentadas, exige uma forte determinação por parte do Governo Federal e uma ação articulada com diversos parceiros da sociedade civil. Apenas a título de exemplo, os investimentos e resultados estimados para um conjunto de cerca de 20 Parques Tecnológicos classificados como de “relevância nacional” seriam aproximadamente (valores a serem aplicados de forma progressiva, ao longo de 5 anos): Investimentos Públicos para implantação dos PqTs entre R$ 500 e R$ 800 milhões (média de R$ 130 milhões aa) Página 35 Parques Tecnológicos no Brasil – Estudo, Análise e Proposições Investimentos Públicos para apoio a Projetos Âncora de C&T&I entre R$ 400 e R$ 600 milhões (média de R$ 100 milhões aa) Financiamentos e Subvenções nas Empresas entre R$ 500 milhões e R$ 1 bilhão (média de R$ 150 milhões aa) Investimento Privado na implantação das empresas entre R$ 6 e R$ 9 bilhões (média de R$1,5 Bilhões aa) Receita Anual esperada nas empresas entre R$ 6 e R$ 10 bilhões aa Empregos gerados nas empresas 150 mil Apesar destes valores terem sido estimados com base em projetos nacionais e internacionais já em operação, a implantação de uma Política Pública na área de PqTs certamente exigirá um planejamento mais detalhado de previsão de investimento e resultados. 13.3 Mensagem Final A última mensagem deste documento visa reforçar algumas convicções que este projeto permitiu evidenciar: Parques Tecnológicos são mecanismos já consolidados mundialmente como Plataformas de desenvolvimento de C&T&I e de Empresas Inovadoras. O Brasil passa por um momento único para implantar um programa agressivo e bem sucedido de PqTs em função das oportunidades de crescimento da economia e da evolução, ao longo dos últimos anos, do Sistema de C&T&I e da consciência empresarial com relação à importância da inovação. A definição e implantação de uma Política Pública para direcionamento e apoio a PqTs é um passo fundamental para assegurar a otimização na aplicação de recursos, a definição de programas relevantes de investimento e a orientação dos projetos para atender as prioridades estratégicas do país. Página 36 Parques Tecnológicos no Brasil – Estudo, Análise e Proposições 15 ANEXO 1 Página 37 Projeto Parques Tecnológicos no Brasil Estudo, Análises e Proposições Módulo 1 Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e Programas de apoio bem sucedidos no exterior Abril de 2007 RELATÓRIO I Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................. 8 2 ASPECTOS CONCEITUAIS E METODOLÓGICOS ....................................... 10 2.1 ASPECTOS CONCEITUAIS .............................................................................. 10 2.2 ASPECTOS METODOLÓGICOS ........................................................................ 12 2.2.1 Elementos para caracterização das Experiências de PCTs................ 14 2.2.2 Segmentação do Universo de PCTs ................................................... 19 3 ANÁLISE DOS PARQUES CIENTÍFICOS E TECNOLÓGICOS - MODELOS E PROGRAMAS DE APOIO BEM SUCEDIDOS NO EXTERIOR ............................. 21 3.1 PARQUES CIENTÍFICOS E TECNOLÓGICOS DE 1ª GERAÇÃO .............................. 22 3.1.1 Conceitos e Modelos de Parques Científicos e Tecnológicos bem sucedidos .......................................................................................................... 23 3.1.1.1 Estados Unidos ............................................................................... 23 3.1.1.2 Reino Unido ..................................................................................... 26 3.1.1.3 França ............................................................................................. 29 3.1.1.4 Japão ............................................................................................... 31 3.1.2 Papel estratégico dos parques tecnológicos em relação à economia do país e ao desenvolvimento de uma determinada região e/ou setor empresarial – variáveis analisadas .......................................................................................... 37 3.1.2.1 Estados Unidos ............................................................................... 37 3.1.2.2 Reino Unido ..................................................................................... 37 3.1.2.3 França ............................................................................................. 38 3.1.2.4 Japão ............................................................................................... 38 3.1.3 Estratégias de implantação dos parques científicos e tecnológicos relacionados – variáveis analisadas .................................................................. 40 3.1.3.1 Estados Unidos ............................................................................... 40 3.1.3.2 Reino Unido ..................................................................................... 41 3.1.3.3 França ............................................................................................. 42 3.1.3.4 Japão ............................................................................................... 43 3.1.4 Arcabouço de políticas públicas e soluções financeiras para estímulo e viabilização dos parques científicos e tecnológicos relacionados – variáveis analisadas ......................................................................................................... 45 3.1.4.1 Estados Unidos ............................................................................... 45 3.1.4.2 Reino Unido ..................................................................................... 46 3.1.4.3 França ............................................................................................. 46 3.1.4.4 Japão ............................................................................................... 47 3.1.5 Programas estruturados e sistêmicos para promoção e apoio ao processo de criação e implantação dos parques tecnológicos.......................... 49 3.1.5.1 Estados Unidos ............................................................................... 49 3.1.5.2 Reino Unido ..................................................................................... 49 3.1.5.3 França ............................................................................................. 50 3.1.5.4 Japão ............................................................................................... 50 3.2 PARQUES CIENTÍFICOS E TECNOLÓGICOS DE 2ª GERAÇÃO .............................. 52 3.2.1 Conceitos e modelos de parques científicos e tecnológicos bem sucedidos .......................................................................................................... 52 3.2.1.1 Estados Unidos ............................................................................... 52 ANEXO 1 2 RELATÓRIO I Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior 3.2.1.2 Reino Unido ..................................................................................... 55 3.2.1.3 França ............................................................................................. 58 3.2.1.4 Japão ............................................................................................... 60 3.2.2 Papel estratégico dos parques tecnológicos em relação à economia do país e ao desenvolvimento de uma determinada região e/ou setor empresarial – variáveis analisadas .......................................................................................... 67 3.2.2.1 Estados Unidos ............................................................................... 67 3.2.2.2 Reino Unido ..................................................................................... 67 3.2.2.3 França ............................................................................................. 68 3.2.2.4 Japão ............................................................................................... 68 3.2.3 Estratégias de implantação dos parques científicos e tecnológicos relacionados – variáveis analisadas .................................................................. 70 3.2.3.1 Estados Unidos ............................................................................... 70 3.2.3.2 Reino Unido ..................................................................................... 71 3.2.3.3 França ............................................................................................. 72 3.2.3.4 Japão ............................................................................................... 73 3.2.4 Arcabouço de políticas públicas e soluções financeiras para estímulo e viabilização dos parques científicos e tecnológicos relacionados – variáveis analisadas ......................................................................................................... 75 3.2.4.1 Estados Unidos ............................................................................... 75 3.2.4.2 Reino Unido ..................................................................................... 76 3.2.4.3 França ............................................................................................. 79 3.2.4.4 Japão ............................................................................................... 81 3.2.5 Programas estruturados e sistêmicos para promoção e apoio ao processo de criação e implantação dos parques tecnológicos.......................... 83 3.2.5.1 Estados Unidos ............................................................................... 83 3.2.5.2 Reino Unido ..................................................................................... 83 3.2.5.3 França ............................................................................................. 83 3.2.5.4 Japão ............................................................................................... 84 3.3 PARQUES CIENTÍFICOS E TECNOLÓGICOS DE 3ª GERAÇÃO .............................. 84 3.3.1 Conceitos e modelos de parques científicos e tecnológicos bem sucedidos – variáveis analisadas ...................................................................... 85 3.3.1.1 Coréia do Sul ................................................................................... 85 3.3.1.2 Cingapura ........................................................................................ 89 3.3.1.3 Taiwan ................................................. Erro! Indicador não definido. 3.3.1.4 China ............................................................................................... 96 3.3.1.5 Índia ............................................................................................... 100 3.3.1.6 Finlândia ........................................................................................ 104 3.3.1.7 Irlanda ........................................................................................... 107 3.3.1.8 Espanha ........................................................................................ 110 3.3.2 Papel estratégico dos parques tecnológicos em relação à economia do país e ao desenvolvimento de uma determinada região e/ou setor empresarial – variáveis analisadas ........................................................................................ 114 3.3.2.1 Coréia do Sul ................................................................................. 114 3.3.2.2 Cingapura ...................................................................................... 115 3.3.2.3 Taiwan ........................................................................................... 115 3.3.2.4 China ............................................................................................. 116 3.3.2.5 Índia ............................................................................................... 117 3.3.2.6 Finlândia ........................................................................................ 117 3.3.2.7 Irlanda ........................................................................................... 118 ANEXO 1 3 RELATÓRIO I Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior 3.3.2.8 Espanha ........................................................................................ 119 3.3.3 Estratégias de implantação dos parques científicos e tecnológicos relacionados – variáveis analisadas ................................................................ 120 3.3.3.1 Coréia do Sul ................................................................................. 120 3.3.3.2 Cingapura ...................................................................................... 122 3.3.3.3 Taiwan ........................................................................................... 122 3.3.3.4 China ............................................................................................. 124 3.3.3.5 Índia ............................................................................................... 124 3.3.3.6 Finlândia ........................................................................................ 126 3.3.3.7 Irlanda ........................................................................................... 127 3.3.3.8 Espanha ........................................................................................ 128 3.3.4 Arcabouço de políticas públicas e soluções financeiras para estímulo e viabilização dos parques científicos e tecnológicos relacionados – variáveis analisadas ....................................................................................................... 130 3.3.4.1 Coréia do Sul ................................................................................. 130 3.3.4.2 Cingapura ...................................................................................... 133 3.3.4.3 Taiwan ........................................................................................... 134 3.3.4.4 China ............................................................................................. 135 3.3.4.5 Índia ............................................................................................... 137 3.3.4.6 Finlândia ........................................................................................ 138 3.3.4.7 Irlanda ........................................................................................... 138 3.3.4.8 Espanha ........................................................................................ 140 3.3.5 Programas estruturados e sistêmicos para promoção e apoio ao processo de criação e implantação dos parques tecnológicos........................ 141 3.3.5.1 Coréia do Sul ................................................................................. 141 3.3.5.2 Cingapura ...................................................................................... 142 3.3.5.3 Taiwan ........................................................................................... 142 3.3.5.4 China ............................................................................................. 143 3.3.5.5 Índia ............................................................................................... 144 3.3.5.6 Finlândia ........................................................................................ 144 3.3.5.7 Irlanda ........................................................................................... 145 3.3.5.8 Espanha ........................................................................................ 145 4 CONCLUSÕES ............................................................................................. 147 REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 155 ANEXO 1 4 RELATÓRIO I Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior LISTA DE ABREVIATURAS E ACRÔNIMOS ABG - Associação Bernard Gregory AFII - Agence Française pour les Investissements Internationaux ANIMA – Réseau Euro-Mediterranéen l’Investissement ANPROTEC - Associação Nacional Empreendimentos Inovadores d’Agence de de Entidades Promotion de Promotoras de ANVAR – Agence Nationale de Valorisation de la Recherche APTE - Asociación de Parques Científicos y Tecnológicos de España AUA - Atlantic University Alliance AURRP - Association of University Related Research Parks BHT - Bridge High Technology BID - Banco Interamericano de Desenvolvimento BITS - Building on Information Technology Strengths BMRC - Singapore’s Biomedical Research Council C&T&I – Ciência, tecnologia e inovação CDD – Contrat de Travail à Durée Determinée CDI - Contrat de Travail à Durée Indeterminée CE – Commission européenne CEEI - Centres Européens d'Entreprises et d'Innovation CIR - Crédit d'Impôt Recherche DERA - Defense Evaluation Research Agency EBN - European Business and Innovation Network EBTs – Empresas de Base Tecnológica FCE - Fonds de Compétitivité des Entreprises EIF - European Investment Fund GLOINTECH - Global Integrated Technology HEA - Higher Education Authority HESIN - Higher Education Support for Industry in the North IASP - International Association of Science Park ANEXO 1 5 RELATÓRIO I Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior IDA - Industrial Development Agency IES – Instituições de Ensino Superior KTCGF - Korea Technology Credit Guarantee Fund KTDC - Korea Technology Development Corporation MaRS - Medical and Related Science Discovery District MET - Mecanismo Europeu para as Tecnologias MIT- Massachusetts Institute of Technology MPEs - Micro e pequenas empresas OECD - Organization for Economic Co-operation and Development OMC - Organização Mundial do Comércio P&D - Pesquisa e Desenvolvimento PAT - Programa para Tecnologias Avançadas PCTs - Parques Científicos e Tecnológicos PqT – Parque Tecnológico RETIS - Réseau National des Technopoles, Incubateurs et CEEI (Centres Européens d’Entreprises et d’Innovation) de France RH – Recursos Humanos RRIT - Rubber Research Institute of Thailand RTP - Research Triangle Park SAEM - Société Anonyme d’Economie Mixte Sophia Antipolis SBIR - Small Business Innovation Research STA - Science and Technology Agency - Japan STPI - Software Tech Park Indian SV – Silicon Valley TCS - Teaching Company Scheme TEMBA - Transnacional Executive MBA TI - Tecnologia da Informação TIC – Tecnologia de Informação e de Comunicação TTOs - Technology Transfer Offices ANEXO 1 6 RELATÓRIO I Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior UNESCO - Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura. UKSPA - United Kingdom Science Park Association ANEXO 1 7 RELATÓRIO I Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior 1 INTRODUÇÃO As transformações ocorridas no mundo ao longo das últimas décadas do século XX deixaram a sociedade diante de desafios sociais, políticos, econômicos e ambientais extremamente complexos e profundos. Alguns fenômenos nunca antes experimentados na história da humanidade colocaram países, empresas e indivíduos numa posição inusitada em que enormes ameaças convivem com fantásticas oportunidades. Dentre os principais fatores que levaram a este momento histórico tão especial, destacam-se: • O processo de globalização mundial, que promoveu a integração de países, economias e pessoas de uma forma avassaladora; • A velocidade de acesso a informação e conhecimento, viabilizada pelo avanço nos processos de comunicação e gestão de bases de dados; • A formação de uma nova estrutura econômica global, com o surgimento dos grandes blocos econômicos, das economias emergentes e das megaempresas globais; • O crescimento da consciência crítica sócio-ambiental, com o surgimento de movimentos, entidades e organismos orientados formalmente para a defesa do meio ambiente e a redução das desigualdades. Em meio a este turbilhão de mudanças, um tema que assume importância cada vez maior trata da capacidade/habilidade de se diferenciar produtos, serviços, empresas e países. Em outras palavras, num mundo tão competitivo e integrado todos sofrem do mal de “parecer igual”. Países “referência” têm suas estratégias de crescimento “copiadas” por outros países. Empresas “vencedoras” são analisadas cuidadosamente pelos concorrentes. Produtos e serviços “de sucesso” ganham similares nas prateleiras semanas depois de seus lançamentos. O combustível que mantém esta corrida frenética chama-se inovação. A inovação tem se tornado o foco mundial nestas últimas décadas. Se alguns anos atrás os fatores competitivos giravam em torno de mão-de-obra, recursos naturais, redução de custos e do aumento da produtividade, parece não haver mais dúvida de que o desafio do momento é continuará sendo por muito tempo, a questão da INOVAÇÃO. O objetivo deste trabalho não é tratar o tema da inovação de forma profunda e detalhada. Para efeito deste estudo, o essencial é considerar que a inovação é, antes de mais nada, fruto de um sistema complexo que envolve a relação entre entidades geradoras de conhecimento (universidades, centros de P&D, etc), empresas (especialmente, mas não somente, aquelas dedicadas a atividades intensivas em conhecimento), mercados consumidores, atores governamentais e profissionais talentosos. Como resultado deste sistema, tem-se a introdução de forma bem sucedida, de um produto ou serviço novo no mercado. Dentre as diversas estratégias para promoção da inovação, este trabalho dedica-se a estudar e analisar o caso de “ambientes favoráveis à inovação” constituídos na forma de Parques Científicos e Tecnológicos (PCTs). Os PCTs começaram a surgir ANEXO 1 8 RELATÓRIO I Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior nos países desenvolvidos a partir da segunda metade do século XX e se espalharam de forma significativa ao redor do mundo até atingir o patamar atual de cerca de 1.500 empreendimentos. Este trabalho é parte de um projeto que visa gerar uma base de conhecimento na forma de Estudos, Análises e Proposições, capaz de permitir uma melhor compreensão sobre a questão dos Parques Tecnológicos no Brasil e a construção de um arcabouço legal, financeiro e de políticas públicas que assegurem um correto direcionamento deste segmento estratégico para o país. A presente etapa do estudo constitui-se no desenvolvimento de uma pesquisa técnica envolvendo um levantamento sistêmico e uma análise consistente dos principais casos bem sucedidos de Parques Tecnológicos mundiais, englobando: países da Europa, Ásia e os Estados Unidos. A Pesquisa busca contemplar, dentre outras questões, os seguintes temas: • Conceitos e modelos de parques tecnológicos bem sucedidos; • Estratégias de implantação destes parques tecnológicos; • Papel estratégico dos parques tecnológicos em relação à economia do país como um todo e ao desenvolvimento de uma determinada região e/ou setor empresarial; • Arcabouço de políticas públicas e soluções financeiras para estímulo e viabilização dos parques tecnológicos; • Programas estruturados e sistêmicos para promoção e apoio ao processo de criação e implantação dos parques tecnológicos. Considerando as diversas iniciativas de criação e desenvolvimento de parques científicos e tecnológicos no mundo, e a crescente implantação destes mecanismos no Brasil, percebe-se que este tipo de empreendimento impõe ao poder público, um posicionamento concreto e objetivo devido à sua importância estratégica para o desenvolvimento do país e da alta complexidade para a implantação destes ambientes. A reflexão sobre as experiências mundiais, passa a ser uma ferramenta extremamente rica, fornecendo subsídios para um planejamento consistente por parte da sociedade, com destaque para o governo. O Estudo não se propõe ser exaustivo e definitivo, uma vez que a análise de todo o universo tornar-se-ia redundante e desnecessária para a consecução dos objetivos propostos. Mais do que isso, a proposta é estabelecer uma sistemática flexível e abrangente para permanente atualização e aperfeiçoamento da base de conhecimentos gerada. ANEXO 1 9 RELATÓRIO I Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior 2 ASPECTOS CONCEITUAIS E METODOLÓGICOS 2.1 Aspectos Conceituais As novas demandas dos mercados e a acirrada competição empresarial, bem como o desafio do crescimento sustentável das regiões e territórios imputam aos empresários e governos a necessidade de estabelecer novos paradigmas e políticas públicas de promoção da inovação. A experiência internacional mostra que estes “ambientes favoráveis à inovação” se tangibilizam em mecanismos como parques científicos e tecnológicos, incubadoras de empresas, pólos e tecnópoles, que permitem estabelecer relações extremamente vantajosas para as empresas, com um processo constante de revitalização tecnológica e conseqüente aumento da competitividade. Quando se observa alguns casos internacionais, especialmente dos parques científicos e tecnológicos, estes, têm impactado positivamente no desenvolvimento das regiões onde estão instalados. Considerados empreendimentos com base em áreas físicas delimitadas ou disseminadas nas cidades e regiões, onde as empresas inovadoras ou intensivas em conhecimento estão localizadas, os parques científicos e tecnológicos se caracterizam como componentes de políticas públicas para incentivo à inovação, contribuindo para o aumento da competitividade de empresas regionais ou em sua área de influência. Principalmente quando associados a mecanismos de incubação de empresas, são também impulsionadores da criação de empresas inovadoras, intensivas em conhecimento e novas tecnologias, "spinoffs" de instituições de pesquisa e ensino ou de empresas consolidadas. Antes de iniciar a análise dos parques científicos e tecnológicos ao redor do mundo, é importante estabelecer alguns referenciais conceituais que permitam compreender de maneira uniforme as diversas experiências mundiais. Para tanto, apresenta-se abaixo diversas definições e conceituações propostas pela UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) e IASP (International Association of Science Parks). O que é um parque científico e tecnológico (UNESCO e IASP) Parques científicos e tecnológicos são complexos de desenvolvimento econômico e tecnológico que visam fomentar economias baseadas no conhecimento por meio da integração da pesquisa científico-tecnológica, negócios/empresas e organizações governamentais em um local físico, e do suporte às inter-relações entre estes grupos. Além de prover espaço para negócios baseados em conhecimento, PCTs podem abrigar centros para pesquisa científica, desenvolvimento tecnológico, inovação e incubação, treinamento, prospecção, como também infra-estrutura para feiras, exposições e desenvolvimento mercadológico. Eles são formalmente ligados (e usualmente fisicamente próximos) a centros de excelência tecnológica, universidades e/ou centros de pesquisa. (UNESCO) As metas típicas de um parque científico e tecnológico são (UNESCO e IASP) • Promover a P&D por meio da universidade em parceria com a indústria; ANEXO 1 10 RELATÓRIO I Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior • Apoiar o crescimento de novos negócios e agregar valor a empresas maduras; • Promover o desenvolvimento econômico e a competitividade de regiões e cidades; • Facilitar a criação e crescimento de empresas baseadas na inovação, fomentar o empreendedorismo e a incubação de start-ups; • Estimular e gerenciar o fluxo de conhecimento e tecnologia entre as universidades, instituições de P&D, empresas e mercado; • Prover um ambiente onde empresas baseadas em conhecimento podem desenvolver interações/sinergias com centros de conhecimento visando benefícios mútuos; • Construir espaços atraentes para “profissionais do conhecimento”. Condições pelas quais os parques científicos e tecnológicos podem assumir um papel de centros de excelência da Sociedade do Conhecimento (UNESCO): • Conhecimento e informação são considerados recursos no processo de produção, juntamente com capital, trabalho, recursos naturais, infra-estrutura na determinação do crescimento econômico; • O uso do conhecimento para inovar não é somente um determinante de riqueza, é também a base da vantagem competitiva. PCTs também participam na inovação, desenvolvimento de novas idéias, aplicação de novas tecnologias, manufatura de novos produtos e entrega de novos serviços; • PCTs trazem com eles formidáveis desafios com implicações para empresas, indivíduos, instituições educacionais e governos. Estes desafios podem ocorrer em diversos aspectos tais como estrutura organizacional, gestão, emprego, investimento, treinamento, políticas e regulações; • PCTs consideram os recursos humanos como fonte essencial de desenvolvimento, simplesmente porque o conhecimento está inserido nas pessoas e seres humanos são os criadores de conhecimento. Princípios e Práticas típicos em PCTs: PCTs provêem aos empreendimentos “hard business services (infra-estrutura física, telecomunicação, transporte, recursos humanos e ambiente favorável para habitação)” e “soft business services”, dentre os quais se destacam: • Transferência de tecnologia de universidades ou centros de pesquisa para empresas inovadoras; • Incubação de negócios baseados em conhecimento, oferecendo aos empreendedores expertise em gestão, acesso a financiamento, network de negócios e ferramentas necessárias para o sucesso do empreendimento; ANEXO 1 11 RELATÓRIO I Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior • Suporte legal em incorporação de negócios, tributação, legislação trabalhista, propriedade intelectual, etc.; • Incentivos financeiros e fiscais para atrair empresas inovadoras; • Desburocratização para acelerar processos administrativos, fiscais e legais; Baseando-se nestas definições e diretrizes, é possível destacar algumas das principais funções dos parques científicos e tecnológicos: • Ambientes que integram academia e setor empresarial – mecanismos que permitem uma efetiva aproximação das empresas com os centros geradores de conhecimento; • Espaços com infra-estrutura e serviços profissionais – ambientes profissionais dotados das condições necessárias para permitir o desenvolvimento de empreendimentos; • Clusters de Inovação, diferenciados e competitivos – ambientes de inovação que reúnem empresas capazes de formar aglomerados competitivos e inovadores; • Projetos direcionadores do desenvolvimento urbano – empreendimentos que contribuem para o planejamento e orientação do crescimento urbano e regional, integrando outros projetos estruturantes; • Referências de desenvolvimento sustentável econômico, social, ambiental e tecnológico – símbolos de iniciativas capazes de responder aos desafios do desenvolvimento regional vocacionado com escala relevante para atender às demandas de geração de emprego e renda. Em resumo, os parques científicos e tecnológicos podem se consolidar, de fato, como grandes plataformas para promoção do desenvolvimento de regiões e setores, estabelecendo oportunidades diferenciadas para o direcionamento do processo de crescimento. 2.2 Aspectos Metodológicos A análise dos modelos e programas relacionados a PCTs bem sucedidos no exterior é um tema complexo em função da diversidade e quantidade de empreendimentos espalhados pelo mundo. Em geral, este tipo de análise adota duas abordagens alternativas: • Análise de casos pontuais de PCTs – que consiste no estudo de PCTs específicos, visando identificar fatores de sucesso e/ou fracasso que possam ser considerados relevantes para uma eventual extrapolação no contexto de uma amostra ou, eventualmente, do universo de PCTs. Este tipo de abordagem gera resultados ricos em informações especializadas e detalhadas, mas normalmente é deficiente para oferecer uma visão representativa e fidedigna do contexto geral. ANEXO 1 12 RELATÓRIO I Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior • Análise de segmentos/amostras do universo – que consiste na definição de um conjunto de parques que guardam algum tipo de afinidade baseada em fatores territoriais (região, país ou continente) ou setoriais (área de conhecimento). Este tipo de análise oferece uma visão mais representativa do contexto geral, mas geralmente é deficiente na identificação de fatores e elementos específicos das experiências dos parques que podem ser relevantes para estudos como o que está se desenvolvendo aqui. Considerando estes aspectos mencionados, a abordagem adotada neste trabalho procurou integrar estas duas perspectivas visando obter uma visão abrangente e significativa dos PCTs no mundo e, ao mesmo tempo, identificar características específicas que contribuam para a reflexão e definição de estratégias válidas para o caso brasileiro. Para atingir este objetivo, realizou-se um estudo técnico acerca das diversas abordagens metodológicas aplicadas no contexto de estudos acadêmicos, pesquisas/surveys realizadas por órgãos e entidades internacionais, a fim de identificar critérios e variáveis de análise, estratégias de pesquisa e modelos de segmentação e estruturação do universo de análise. Este trabalho contemplou estudos realizados no contexto da IASP, APTE, UKSPA, AURP, UNESCO, Órgãos de Governos Federais (EUA, França, Austrália, Malásia, etc.), entre outros. Este levantamento gerou um conjunto de subsídios que resultou na estruturação de uma “Matriz para levantamento de informações sobre PCTs no mundo”, constituída por dois eixos básicos: • Elementos para caracterização da experiência de PCTs – contempla as diversas variáveis importantes para que se compreenda de forma mais profunda e específica a experiência e a realidade dos PCTs numa determinada região ou contexto. Estas variáveis estão divididas em 5 Grandes Grupos: o Elementos que constituem os conceitos e modelos de parques científicos e tecnológicos bem sucedidos; o Papel estratégico dos parques científicos e tecnológicos em relação à economia do país como um todo e ao desenvolvimento de uma determinada região e/ou setor empresarial; o Estratégias de Implantação destes Parques Tecnológicos; o Arcabouço de Políticas Públicas e Soluções Financeiras para estímulo e viabilização dos parques científicos e tecnológicos; o Programas estruturados e sistêmicos para promoção e apoio ao processo de criação e implantação dos parques científicos e tecnológicos; • Segmentação de PCTs – consiste na estratégia adotada para estruturar o universo de PCTs a serem analisados. Optou-se por uma segmentação dividindo inicialmente as experiências de PCTs ao redor do mundo em três grupos, segundo suas características e funções no contexto histórico. Cada um destes três segmentos constituem o que passou a se denominar de ANEXO 1 13 RELATÓRIO I Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior “Gerações de PCTs” e que, por sua vez, contemplam um grupo de países representativos do período em questão: o 1ª Geração de PCTs – contemplando EUA, França, Reino Unido e Japão; o 2ª Geração de PCTs – contemplando EUA, França, Reino Unido e Japão; o 3ª Geração de PCTs – contemplando Espanha, Finlândia, Irlanda, Coréia do Sul, Singapura, Taiwan, China e Índia. A partir desta definição, cujo resultado macro é a matriz de levantamento de informações sobre PCTs (apresentada abaixo), foi possível iniciar o processo de identificação das “idéias força” que caracterizam a experiência de PCTs ao redor do mundo. Na seqüência, cada um destes grandes eixos que estruturam a matriz passam a ser detalhados de forma mais profunda. 2.2.1 Elementos para caracterização das Experiências de PCTs A experiência dos PCTs ao redor do mundo apresenta uma enorme diversidade de tipologias e modelos, em função das características do sistema de ciência e tecnologia do país, do tipo de setor empresarial atendido e dos programas de apoio a PCTs disponíveis. Como o objetivo de ampliar e aprofundar a análise destas experiências foram estabelecidos os principais elementos de análise deste universo, focando em cinco grandes grupos de variáveis: I. Perfil dos principais parques tecnológicos do exterior, enfocando a configuração, relações com demais atores locais e nacionais, infra-estrutura física, ocupação territorial, entre outros; ANEXO 1 14 RELATÓRIO I Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior II. Estratégias de implantação destes parques tecnológicos, se local, regional ou nacional, observando-se o papel dos diversos atores na definição destas estratégias; III. Papel estratégico destes parques em relação à economia do país como um todo e ao desenvolvimento de uma determinada região e/ou setor empresarial, a fim de evidenciar a relevância do empreendimento e o conseqüente retorno dos investimentos aplicados; IV. Políticas públicas para estímulo e viabilização de parques científicos e tecnológicos e modelos alternativos de financiamento, contemplando investimentos de governo, venture capital, angel finance, leasing, equity capital, financiamentos tradicionais ou outros tipos de fundos; V. Programas estruturados e sistêmicos para promoção e apoio ao processo de criação e implantação dos parques tecnológicos, especialmente no que tange à infra-estrutura, suporte às empresas, programas mobilizadores de apoio à C&T, etc. Estes grupos de variáveis foram definidos a partir do estudo e análise das experiências e práticas mundiais com foco nos continentes americano, europeu e asiático, concentrando-se em países que alcançaram significativos resultados com PCTs. As informações levantadas pelo estudo, que não objetivou ser exaustivo e definitivo, configuraram-se numa base inicial de conhecimento que permite identificar alguns dos fatores chave de sucesso nas diversas iniciativas mundiais. Para fins de análise, definiu-se um conjunto de variáveis, que possibilitassem identificar e caracterizar os diferenciais dos parques de maior destaque implantados nos três continentes, relacionando principalmente os fatores que os tornaram modelos de referência e sucesso. Essas variáveis identificadas foram agrupadas da seguinte forma: I. Conceitos e modelos de parques tecnológicos bem sucedidos - Este conjunto de variáveis foi definido com base no modelo desenvolvido no contexto da IASP, denominado de “Estrategigrama” (Sanz, 2006), cuja importância está na identificação de elementos básicos na criação de parques, os quais, possibilitaram uma visão estratégica sistêmica e comparativa. O modelo foi adaptado e expandido a partir do estudo de outros modelos de análise, chegando-se a uma configuração conforme descrito abaixo: o A relação dos parques com centros promotores de conhecimento de qualidade - identificação do grau de relação (forte, médio ou fraco) que envolve universidades e institutos de pesquisa com estes ambientes de inovação. Entre as três gerações de parques científicos e tecnológicos identificados, destaca-se a necessidade de se estabelecer a forma como o meio acadêmico atuou frente a promoção da inovação (se atuando ativamente na estruturação de parques científicos e tecnológicos, se reagindo às alterações e evoluções do tecido empresarial ou sendo instrumento do fortalecimento tecnológico regional através de ações públicas); ANEXO 1 15 RELATÓRIO I Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior o Posição das empresas do parque no fluxo tecnológico – se os empreendimentos/projetos do parque (já existentes ou planejados) se posicionam no segmentos mais ligados a pesquisa (unidades de P&D de empresas, centros de tecnologia, start ups de pesquisa) ou mais conectados com o mercado (empresas de tecnologia com forte interação com o mercado). o O grau de especialização dos parques - se generalista ou especialista, identificando o foco de atuação, a relação com outras instituições, principalmente universidades e centros de P&D, a forma como se definiu a especialização de um parque, se em virtude de demandas regionais ou de identificação de setores portadores de futuro; o Tipo de empresa instalada - se spin-off universitária, empresa consolidada (que possibilita, através de fenômeno denominado “spillover”, o desenvolvimento de tecido empresarial de entorno, com interação entre grandes empresas e fornecedoras) ou start-up empresarial. A análise foca principalmente a estratégia desenvolvida na implantação das empresas, e os motivos que direcionaram futuras ações; o O mercado foco (local, regional e internacional) - diagnóstico alicerçado principalmente na capacidade que os parques tecnológicos, de cada uma das três gerações, tiveram de contribuir para o desenvolvimento nacional, aliado ao momento em que cada geração se fez surgir; o Nível de integração à malha urbana - apontando se o parque está integrado ao tecido urbano, ou se está instalado em local separado distante dos centros urbanos, demonstrando também uma capacidade de organização dos meios promotores do desenvolvimento; o Disponibilidade de espaço e infra-estrutura bem ou pouco definidos - bem como a qualidade destes espaços e infra-estruturas, que atuam muitas vezes como fatores determinantes do sucesso de empreendimentos tecnológicos; o O portifólio de serviços oferecido às EBTs - se existe, se é claro, bem como se estes serviços são de qualidade, além de identificar o grau de formalidade ou informalidade do parque em relação as empresas; o O nível de trabalho em rede - se existente, se ocorre de forma estratégica ou ocasional, permitindo identificar estruturas e sistemas sinérgicos que estejam contribuindo para a alavancagem de negócios; o Modelos de gestão - se existem formalmente, identificando possíveis modelos jurídico-institucionais, e vantagens relacionadas aos mesmos, ou se no caso de modelo de gestão informal, como o mercado acaba funcionando como balizador. ANEXO 1 16 RELATÓRIO I Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior II. Papel estratégico dos parques científicos e tecnológicos em relação à economia do país como um todo e/ou ao desenvolvimento de uma determinada região e/ou setor empresarial - esse conjunto de variáveis é extremamente importante para avaliar o papel do parque no seu setor, região ou país de modo a garantir que seja um projeto impactante de: o Relevância estratégica nacional – No caso de Parques que foram concebidos e implantados como elementos chave de uma estratégia nacional de desenvolvimento; o Relevância estratégica regional – contemplando os empreendimentos criados com o propósito de promover o desenvolvimento de um estado ou região específica; o Relevância Estratégica setorial – abrangendo os projetos concebidos para servir de plataforma para desenvolvimento, teste e disseminação de inovações e referências para determinado segmento empresarial ou técnico; o Relevância estratégica local – que envolve os PCTs focados na promoção do desenvolvimento/crescimento de uma determinada localidade/cidade. III. Estratégias de implantação destes parques tecnológicos – esta variável busca evidenciar o mecanismo básico de criação e implantação do um PCT no que se refere ao papel central desempenhado pela principal entidade empreendedora, analisando alternativas como: o Geração espontânea – contemplando PCTs que surgiram de forma não planejada, em função de fatores diversos que variam de universidades fortes, vocação empresarial e infra-estrutura adequada; o Iniciativa acadêmica – PCTs gerados formalmente a partir de universidades, com fins de promoção da interação universidade empresa, estímulo a atração de empresas e valorização do patrimônio da universidade; o Intervenção estatal /nacional – PCTs resultantes de uma estratégia liderada pelo poder público na forma de um investimento estruturante, definição de políticas agressivas de incentivo, etc., o Intervenção de entidades regionais – PCTs concebidos e implementados por órgãos e entidades ligadas ao governo estadual/provincial, visando promover o desenvolvimento de uma região que envolve diversas localidades/cidades; o Intervenção de entidades locais – PCTs estruturados por órgãos ou entidades municipais (cidades), visando claramente o desenvolvimento local a partir da articulação das forças empresariais e acadêmicas existentes; o Investimento privado/empresarial – PCTs concebidos e implementados como negócios privados liderados por empreendedores ANEXO 1 17 RELATÓRIO I Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior de segmentos empresariais ligados ao setor imobiliário, tecnológico e comercial. IV. Arcabouço de políticas públicas e soluções financeiras – Este grupo de variáveis contempla os diversos tipos de instrumentos legais e financeiros de estímulo à implantação de PCTs e ao desenvolvimento das empresas neste tipo de ambiente de inovação: o Leis e sistemas regulatórios – Leis de regulamentação do Sistema de C&T&I de um país ou região, Leis que estabelecem Planos Nacionais ou Regionais de Desenvolvimento, etc. Exemplo Brasil – Lei de Inovação. o Linhas de fomento e financiamento – Instrumentos públicos de apoio direto à inovação, pesquisa e desenvolvimento no contexto de universidades, PCTs e, principalmente, das empresas. Exemplo Brasil – Fundos Setoriais, Subvenção Econômica. o Programas educacionais e/ou de apoio à C&T – Estratégias, modelos e ações objetivas de promoção da educação voltada para o empreendedorismo & inovação e das atividades de pesquisa científica e desenvolvimento tecnológico. Exemplo Brasil – Programas de pósgraduação e de apoio à P&D. o Políticas de incentivo fiscal – Leis, programas, projetos e modalidades de incentivo fiscal (tributário), com vistas à estimular atração de empresas e o desenvolvimento de atividades de C&T&I. Exemplo Brasil – Lei de Informática e Lei do Bem. o Políticas industriais e de comércio exterior – Leis, programas, projetos e modalidades de incentivo e apoio ao desenvolvimento de determinados setores industriais e a promoção do comércio exterior. Exemplo Brasil – PITCE. V. Programas estruturados e sistêmicos para promoção e apoio ao processo de criação e implantação dos Parques Tecnológicos – neste grupo de variáveis estão contempladas as iniciativas de promoção e suporte direto às atividades específicas de implantação de PCTs e de apoio às empresas instaladas nesses ambientes. o Programas sistêmicos de apoio à criação e atração de empresas inovadoras – estes programas envolvem os instrumentos e programas de fomento e financiamento direto ao processo de criação de novas empresas ou à atração de empresas para o PCT; o Programas sistêmicos de apoio a parques tecnológicos envolvendo linhas de fomento e financiamento, programas prioritários para articulação de atores públicos, projetos de geração de conhecimento e mobilização da sociedade e outras iniciativas diretamente voltadas para o apoio às atividades de planejamento, desenvolvimento e implantação de PCTs. ANEXO 1 18 RELATÓRIO I Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior Como já foi mencionado anteriormente, não se pretende considerar que este conjunto de variáveis aqui apresentadas seja definitivo, pelo contrário, o objetivo é propor um modelo sistêmico que seja revisado, aperfeiçoado e agregado permanentemente a fim de assegurar o conceito dinâmico e flexível da abordagem metodológica. 2.2.2 Segmentação do Universo de PCTs Estudos anteriormente realizados nesta área de PCTs revelam que não basta estabelecer um conjunto de variáveis de análise consistente e abrangentes para se obter um resultado representativo e verdadeiramente útil. A segmentação do universo de análise também é essencial para atingir este objetivo. No caso em questão, a segmentação do universo de PCTs poderia adotar diversos tipos de abordagem: • Segmentação por país – adotando a abordagem eminentemente geopolítica; • Segmentação por área de atuação – mais focada na vertente tecnológica escolhida pelo PCT; • Segmentação pela Natureza da Origem do PCT – vinculada à entidade que criou o PCT (ex. PCT criados por Universidades, por ações de governo, etc); • Segmentação pelo Porte do Empreendimento – associada ao volume de investimentos, quantidade de empresas, volume de receitas, etc. Após a análise das diversas alternativas e do processo histórico de evolução dos PCTs, optou-se por adotar uma segmentação que alia o fator geopolítico (segmentação por país) ao fator “momento histórico”. A segmentação por países é importante para que se respeite os aspectos culturais, políticos, econômicos, sociais e acadêmicos que influenciam o processo de desenvolvimento de uma política de apoio a PCTs. Por outro lado, a avaliação dos casos e estudos de PCTs, permite concluir de forma clara que existem “momentos históricos” diferentes ao longo do processo de evolução dos PCTs ao longo da história e ao redor do mundo. Estes “momentos históricos” foram denominados, para efeito deste trabalho, de “Gerações de PCTs” e serviram como base para o processo de segmentação da experiência de PCTs no mundo. Cada uma destas Gerações de PCTs, por sua vez, pode ser desdobrada em função do fator geopolítico a fim de se concentrar nos países mais representativos daquele determinado momento histórico. A caracterização desta abordagem de segmentação chegou ao seguinte encaminhamento: • ·1ª Geração – “Parques Pioneiros” - criados de forma espontânea/natural, para promover o apoio à criação de EBTs e a transferência de tecnologias, a partir de universidades fortes e dinâmicas. É possível identificar claramente condições favoráveis à inovação e desenvolvimento empresarial tais como: vocação regional, disponibilidade de recursos humanos e financeiros, infraestrutura favorável, etc. De modo geral, tiveram apoio e/ou suporte estatal não sistêmico/estruturado e alcançaram alto grau de relevância estratégica. As iniciativas dos parques pioneiros, ou de 1ª geração, permitiram que ANEXO 1 19 RELATÓRIO I Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior nações/regiões pudessem assumir uma posição competitiva privilegiada no desenvolvimento tecnológico mundial. A partir dos modelos de sucesso dos parques pioneiros, outras iniciativas passaram a ser implementadas, agregando a sistematização dos parques pioneiros, porém esses parques considerados seguidores ou de 2ª geração não alcançaram o mesmo nível de sucesso dos primeiros. • ·2ª Geração – “Parques Seguidores” - criados de forma planejada, formal e estruturada, para "seguir" os passos de uma "tendência e/ou caso de sucesso". Nesta categoria, foi possível identificar dois grandes grupos: (a) aqueles que se desenvolveram a partir de uma forte relação com universidades e (b) aqueles que se desenvolveram a partir de uma demanda local com uma relação (média) com uma universidade. Quase sempre, todos esses casos tiveram apoio e suporte sistemático estatal (nacional, regional ou local) e visavam, essencialmente, promover o processo de interação universidade-empresa, estimular um processo de “valorização” (financeira ou institucional) de áreas ligadas aos campi de universidades e criar espaços para implantação de empresas inovadoras no contexto de uma determinada região com pretensão de se tornar um pólo tecnológico e empresarial. Por outro lado, os resultados se dividem num espectro que varia de um desempenho bom, chegado ao mediano e fraco. Este tipo de PCT constitui a essência de um verdadeiro “boom” que se espalhou pelos EUA e outros países da Europa, ao longo das décadas de 70 a 90. • ·A 3ª geração de parques, denominada “Parques Estruturantes”, beneficio-se do aprendizado acumulado das experiências desses parques de 1ª e 2ª geração, e tem sido responsável pelo crescimento tecnológico de países emergentes. Criados como fruto de uma política regional ou nacional e orientados para promover um processo de desenvolvimento sócio-econômico extremamente impactante, contaram com apoio e investimento estatal forte, mas são extremamente orientados para o mercado globalizado. Em geral, estão integrados a outras políticas e estratégias de desenvolvimento urbano, regional e ambiental. Estes tipos de parques são influenciados por fatores contemporâneos, tais como: a maior facilidade de acesso ao conhecimento, o aprendizado com experiências/erros/acertos do passado e pela necessidade de velocidade de desenvolvimento motivada pela globalização. A figura ao lado apresenta o resultado de um estudo realizado pela IASP acerca da taxa de crescimento dos PCTs ao redor do mundo ao longo das últimas décadas: ANEXO 1 20 RELATÓRIO I Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior 3 ANÁLISE DOS PARQUES CIENTÍFICOS E TECNOLÓGICOS - MODELOS E PROGRAMAS DE APOIO BEM SUCEDIDOS NO EXTERIOR A experiência pioneira e de maior sucesso no que diz respeito a parques tecnológicos está associada àquela que ainda hoje é considerada a região mais inovadora e dinâmica do mundo, conhecida com Vale do Silício ou Silicon Valley. O Vale do Silício originou-se do enorme potencial científico, tecnológico e empreendedor concentrado nesta região da Califórnia em torno da Universidade de Stanford. O primeiro movimento, ainda da década de 50, que direcionou este processo de evolução da região foi a criação do Stanford Research Park, em torno do campus da Universidade, que acelerou o processo de articulação, interação e dinamização das atividades empresariais inovadoras na região. Com base nisto, outras regiões começaram a investir em mecanismos de desenvolvimento e/ou ambientes de inovação, como os parques tecnológicos, cada qual com características próprias. A pluralidade de iniciativas geradas possibilita hoje, que seja realizada uma análise sobre as alternativas de modelos de parques científicos e tecnológicos e de programas bem sucedidos de apoio a esses parques, resultando em maior possibilidade de sucesso na adoção de um modelo ou de um programa para o Brasil. A partir do sucesso do Vale do Silício, os PCTs passaram a ser conhecidos fora dos vales californianos, até o ponto da reprodução do fenômeno, ou produto, de acordo com o ciclo Schumpeteriano, que aponta para a replicabilidade e adoção de produtos ou processos de sucesso por concorrentes, gerando um incremento na exploração da inovação e partindo o mercado para novas alternativas. Para que as demais iniciativas pudessem ser bem sucedidas, tornou-se necessário adaptá-las as realidades de cada região de entorno, gerando com isto processos específicos múltiplos. As informações analisadas em cada conjunto de variáveis permitiram organizar no capítulo 3 uma estrutura comparativa entre países, onde são relacionados os elementos que caracterizam o PCT e o seu posicionamento conforme a geração dos parques. O capítulo 4 extrai as considerações mais importantes da análise, de modo a condensar as informações de cada conjunto de variáveis por geração de parques, permitindo destacar “idéias-força” de cada conjunto, fundamentando a base inicial de conhecimento necessária para o processo de reflexão que se seguirá. ANEXO 1 21 RELATÓRIO I Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior 3.1 Parques Científicos e Tecnológicos de 1ª Geração São os chamados “Parques Pioneiros”, nasceram de forma espontânea ou natural, para promover o apoio à criação de EBTs (empresas de base tecnológica) e a transferência de tecnologias de centros geradores de conhecimento, a partir de universidades muito fortes e dinâmicas. De modo geral, receberam apoio ou suporte estatal não sistêmico e alcançaram alto grau de relevância estratégica. Os parques científicos e tecnológicos analisados neste grupo estão localizados nos Estados Unidos, Reino Unido, França e Japão e de forma temporal iniciaram suas atividades entre os anos 50 e 80. Stanford Research Park – Silicon Valley ANEXO 1 22 RELATÓRIO I Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior 3.1.1 Conceitos e Modelos de Parques Científicos e Tecnológicos bem sucedidos 3.1.1.1 Estados Unidos Os parques científicos e tecnológicos discutidos neste trabalho têm sua origem nas experiências pioneiras surgidas durante a década de 50 nos Estados Unidos: Rota 128 (Massachusetts), Vale do Silício (Califórnia) e Research Triangle Park – RTP (Carolina do Norte). Estes três casos, que se caracterizam como parques científicos e tecnológicos de 1ª geração, assumiram um papel ativo no pioneirismo tecnológico americano, conduzindo o país à posição de epicentro de diversas ondas da inovação tecnológica (semicondutores, computadores, microeletrônica, biotecnologia, tecnologia da informação e também e-commerce). Triangle Research Park Em geral estes parques tornaram-se modelos bem sucedidos e referências para as demais iniciativas nos EUA e demais países do mundo, contando com geração espontânea, promovida pela demanda nacional por avanço tecnológico, além de contar com desenvolvimento induzido via financiamento facilitado (venture capital, seed capital, etc.). O sucesso destes empreendimentos pode ser quantificado, destacando que hoje o Research Triangle Park – RTP congrega aproximadamente 130 empresas e/ou organizações que geram cerca de 40.000 empregos, enquanto o Vale do Silício fomentou o surgimento de grandes empresas como Cisco System, Hewlett-Packard, Google, Yahoo, Java e Nestscape, entre outras. a) Relação com centros promotores de conhecimento de qualidade Os parques analisados, não tiveram origem (não foram diretamente ou conscientemente induzidos pelos) centros produtores e difusores de conhecimento, porém, a relação desses centros com os parques tecnológicos fomentou o crescimento e sucesso dos mesmos. Embora, tenha sido a partir dos centros de conhecimento e da relação com determinados acadêmicos que surgiram os empreendedores que deram origem as empresas vencedoras destas regiões. Talvez possa se chamar de uma espécie de simbiose, onde tanto as empresas que surgiram nestes ambientes, quanto os centros de conhecimento, se beneficiaram da evolução um do outro. ANEXO 1 23 RELATÓRIO I Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior Os parques analisados não são iniciativas e/ou criação dos centros produtores e difusores de conhecimento, porém, a partir da consolidação dos parques as universidades criaram seus próprios empreendimentos dentro destes ambientes. A relação destes parques é decorrente da combinação entre vantagens competitivas oriundas da cultura empreendedora e da ligação de empresas pioneiras com um meio acadêmico de classe mundial. São exemplos desta ligação: • Silicon Valley: Stanford University e University of California at Berkeley; • Research Triangle Park: Duke University, University of North Carolina e North Carolina State University; • Boston (Rota 128): Massachusetts Institute of Technology e Harvard. Muitas das empresas localizadas nos três modelos padrões (SV, RTP, Rota 128) de 1ª geração são considerados spin-offs universitários, ou seja, empresas originadas a partir de desenvolvimento técnico e científico provenientes do meio acadêmico, tendo como fundadores e empreendedores pesquisadores vinculados as próprias Universidades. b) Posição no fluxo tecnológico Os setores explorados pelos parques tecnológicos de 1º geração nos EUA foram e ainda são setores de alta tecnologia, o que tornou esses mecanismos referência nacional e precursores do avanço tecnológico norte-americano. A flexibilidade e a capacidade de adaptação a novas tecnologias também foi fator de vantagem competitiva, o que permitiu que empresas e instituições fossem vanguarda em uma nova onda. No caso do Vale do Silício, a região caracterizou-se por ser o epicentro de ondas tecnológicas que se seguiram à consolidação do arranjo de: semicondutores, computadores e mais recentemente TI (Tecnologia da Informação), biotecnologia e e-commerce. (03) c) Grau de especialização Os três parques tecnológicos relacionados (SV, RTP, Rota 128) podem ser caracterizados como especializados na atuação em setores de alta tecnologia (semicondutores, microeletrônica, computadores, biotecnologia, tecnologia da informação e e-commerce). Essa especialização, porém, foi evoluindo ao longo de uma linha de tempo, mantendo estes mecanismos na vanguarda das novas ondas tecnológicas. (03) d) Empresas "alvo" Os empreendimentos alvo destes parques caracterizavam-se por novas empresas (emergentes), start-ups que quando bem-sucedidas, tornaram-se âncoras do desenvolvimento tecnológico das regiões que abrigaram os primeiros parques. Outro foco destes parques eram os spin-offs universitários (empresas geradas a partir de laboratórios e do próprio meio acadêmico, centros universitários altamente qualificados que caracterizaram o entorno dos parques tecnológicos modelos de 1ª geração). ANEXO 1 24 RELATÓRIO I Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior A atração de empresas âncoras não era uma prioridade, porém o surgimento de empresas âncoras desempenhou um importante papel para o sucesso destes parques, neste sentido destaca-se, no caso do Research Triangle Park, a presença da IBM, Northern Telecom, Ericsson e SAS Institute. No caso deste parque foi possível identificar sua preocupação na agregação de valor através de grandes empresas, contando com apoio público na atração das mesmas. e) Mercado objetivo Surgidos em plena “Guerra Fria”, período caracterizado pela corrida armamentista e pela necessidade de desenvolvimento tecnológico fomentado pelo estado, os parques tecnológicos de primeira geração norte-americanos destacaram-se pelo provimento de demanda tanto regional como nacional. O pioneirismo em setores emergentes possibilitou às regiões onde esses parques tecnológicos se localizavam, usufruírem de vantagens competitivas frente a um mercado global, tornando-se também o mercado internacional seu foco. Assinala-se ainda que o advento de novas tecnologias permitiu que empresas e instituições assumissem posição de destaque frente aos novos mercados e demandas internacionais. f) Densidade urbana Os parques norte-americanos avaliados nesta geração são marcados por uma configuração integrada ao tecido urbano consolidando-se a partir da especialização regional (conurbação de empresas e instituições de pesquisa e desenvolvimento). Os arranjos empresariais destes parques foram organizados em torno de seus potenciais regionais já desenvolvidos. O caso do RTP é uma exceção, onde três grandes centros de ensino e pesquisa orientados para áreas de alta tecnologia, fomentaram, através de apoio público, o desenvolvimento do parque tecnológico focado em três cidades. A organização deveu-se a potencialidades e mecanismos que atuaram em sincronismo. g) Espaço e infra-estrutura A infra-estrutura e os espaços foram bem definidos - a necessidade de estabelecimento de relações direcionou o vínculo entre empresas e infra-estrutura tecnológica de qualidade (centros universitários de nível mundial). No caso do RTP, o parque foi estruturado como um mecanismo de geração de crescimento e conhecimento, os outros dois casos (Vale do Silício e Rota 128) foram estruturados a partir de infra-estrutura e mecanismos (logísticos ou tecnológicos) que possibilitaram maior interação entre empresas, proporcionando o surgimento de um ambiente tecnologicamente latente. h) Portifólio de serviços às empresas de base tecnológica No caso do Vale do Silício o sucesso pode ser atribuído a fatores como o suporte em P&D de universidades, a quantidade elevada de recursos humanos qualificados e centros universitários provedores de estrutura laboratorial que estimularam a capacitação das empresas presentes no arranjo. (01) Analisando pontualmente o caso do Vale do Silício, destaca-se uma série de fatores: a força de trabalho altamente qualificada, combinação entre grandes empresas e ANEXO 1 25 RELATÓRIO I Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior novas start-ups, disponibilidade de venture capital, cultura empreendedora presente entre os investidores (venture capitalists), infra-estrutura de suporte à alta tecnologia (por exemplo: qualidade na rede de fibra ótica disponível), conexão entre universidades e demais atores do arranjo. (02) É oportuno ressaltar o papel das universidades locais, as quais alicerçaram o desenvolvimento tecnológico regional, com serviços, laboratórios e provimento de recursos de alto nível. (01) i) Trabalho em rede A necessidade de amadurecimento tecnológico estimulou a cooperação, juntamente com o surgimento de spin-offs a partir de universidades ou grandes empresas, que trouxeram consigo fortes vínculos com os centros de ensino de nível mundial e empresas âncoras. A convergência de tecnologias também estimulou a colaboração. A cooperação que caracteriza as empresas criadas a partir de universidades (spinoffs) estimulou o surgimento de redes informais envolvendo empresas e centros de ensino superior. j) Modelo de gestão No caso do Vale do Silício, as fundações e/ou associações são responsáveis pelas tomadas de decisão e gerenciamento estratégico de atividades, trata-se de uma gestão exercida através de associações voltadas ao provimento e gerenciamento de demandas regionais. No caso do RTP, há uma gestão formal e institucional (a gestão é exercida por uma instituição sem fins lucrativos, denominada “Research Triangle Foundation”, que efetua a gestão interna e a gestão estratégica). Nos dois outros parques tecnológicos de 1ª geração nos Estados Unidos (Vale do Silício e Rota 128) a gestão passa a ser orientada para o mercado, ou pelas necessidades das empresas instaladas no arranjo. Organizações e associações vinculadas a setores empresariais, ou que agreguem políticas comuns e ainda algumas cidades do entorno, caracterizam os tomadores de decisão do Vale do Silício. O Stanford Research Park, tem sua administração exercida pela Universidade de Stanford. 3.1.1.2 Reino Unido No Reino Unido, seguindo o sucesso de experiências norte-americanas, os parques pioneiros podem ser classificados como científicos e surgiram localizados junto às universidades. Estes parques científicos possuem características singulares não apresentando o mesmo nível de relevância nacional, como verificado no caso americano. Porém, foram determinantes para o surgimento de uma nova fase ascendente de desenvolvimento de tais mecanismos, fato consolidado a partir da segunda geração de parques científicos (em meados da década de 80, num prazo de quatro anos o número de parques científicos cresceu de 2 para 31 parques). A amostra utilizada para análise considerou os primeiros parques que surgiram no Reino Unido visando a transferência tecnológica das universidades para as empresas – Parque Tecnológico de Cambridge (Inglaterra) que hoje abriga 90 ANEXO 1 26 RELATÓRIO I Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior empresas que empregam aproximadamente 5.000 funcionários, e Edinburgh Technopole Park (Escócia), que apresenta 83 empresas com volume superior a 4.000 empregos. O parque de Cambridge, pioneiro na Inglaterra, é um dos primeiros parques da Europa e contribuiu para que houvesse uma valorização das engenharias, que eram menos prezadas na Inglaterra, em contraste com a Alemanha e França. Além disso, e apesar de demorar quase 12 anos para apresentar resultados, Cambridge Science Park o parque de Cambridge auxiliou o Reino Unido a aperfeiçoar sua política industrial e de P&D, como a política de compras governamentais, por exemplo, que foi modificada para contemplar também as pequenas e nascentes empresas de bases tecnológicas, não só as empresas britânicas grandes e tradicionais. a) Relação com centros promotores de conhecimento de qualidade No Reino Unido, os parques tecnológicos estiveram alicerçados em centros universitários. As causas do avanço dos parques tecnológicos no Reino Unido estão relacionadas a redução do apoio governamental às IES, fato que as levou a buscar investimentos e meios de viabilizar seus negócios. Outros importantes fatores dizem respeito à mudança na política industrial, como a quebra de monopólio da exploração das patentes registradas pelas universidades públicas e a falta de dinamismo industrial. (04) b) Posição no fluxo tecnológico Os parques científicos originaram-se, na sua maior parte, de IES que recebiam grandes aporte de recursos para o desenvolvimento tecnológico e acabavam por desenvolver produtos e patenteá-los. Os principais setores estavam associados às ciências da vida e medicina e fortemente concentrados nas empresas farmacêuticas. No setor empresarial, a pesquisa e desenvolvimento estava fortemente concentrada nos setores de ponta, os quais têm forte ligação com o setor científico. (05) c) Grau de especialização De modo geral, os parques científicos do Reino Unido da primeira geração reúnem empresas atuantes em setores de alta tecnologia como biotecnologia, computação, telecomunicações, energia, tecnologia industrial e de materiais. d) Empresas "alvo" Novas empresas - spin-offs universitários, ou mesmo empresas que necessitassem modernizar seus produtos ou instalações para atender as demandas de mercado ANEXO 1 27 RELATÓRIO I Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior (06). Multinacionais estrangeiras buscaram estabelecer laboratórios dentro ou próximo às universidades. (05) e) Mercado objetivo Agregação de valor a spill-overs tecnológicos oriundos dos centros acadêmicos e geração de spin-offs universitários, aliados as empresas já consolidadas que agregaram valor ao meio empresarial formado. A instalação de alta capacitação do ambiente de negócios por meio dos parques científicos permitiu maior competitividade a nível internacional. f) Densidade urbana Seguiram a esteira dos parques tecnológicos americanos de 1ª geração (Vale do Silício, Rota 128 e RTP), mas em comparação, ocuparam áreas bem menores (06). Como se desenvolveram a partir dos centros de conhecimento, principalmente universidades, em geral são integrados ao tecido urbano, porém com áreas e espaços bem definidos - voltados para as universidades. O surgimento destes ambientes foi determinante como fator de regeneração urbana e econômica. (06) g) Espaço e infra-estrutura Integrados ao tecido urbano, porém com espaço físico bem definido, sob responsabilidade dos centros universitários mantenedores. Esses parques mantinham contatos formais com centros universitários ou institutos de educação superior, cuja principal função de gestão é a transferência ativa de tecnologia das IES para as empresas instaladas no parque. O espaço muitas vezes era adaptado para atender às demandas de atratividade e crescimento das EBTs;(06) As infra-estruturas mais comuns são do tipo "parkland" com grandes áreas verdes e paisagens extensas, com a atratividade mesmo de um parque no sentido amplo da palavra (06). Alguns parques como o de Oxford tem espaços físicos pequenos, o que está levando a uma segunda fase em busca de expansão desta área física. h) Portifólio de serviços às empresas de base tecnológica As instituições de ensino superior implantaram um modelo de relacionamento de pesquisa e treinamento baseado em parcerias mais estreitas, mas ainda baixas em termos de formalização. Cabe destacar que os contatos informais e o networking entre a indústria e o meio científico já funcionavam no Reino Unido antes da implantação dos parques científicos, porém de forma mais incipiente. A necessidade de instalar indústrias próximas às universidades, em um ambiente que beneficiasse empresas de base tecnológica, de modo a desenvolvê-las e comercializar os resultados universitários foi fato importante para desenvolvimento das relações entre empresas e academia. (06) O parque de ciência de Cambridge e o Edinburgh Technopole acomodam companhias que exercem atividades de pesquisa. Para acomodar as demandas variadas destas companhias, os parques possuem estruturas diferenciadas, com mecanismos necessários para suportar as atividades relevantes à pesquisa. Estes ANEXO 1 28 RELATÓRIO I Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior edifícios possuem ambientes e serviços que podem ser locados: escritórios, laboratórios de biologia e química, laboratórios de apoio equipados e outros. Estão incluídos nos serviços destinados às empresas, além da gerência e administração executiva do parque científico, o apoio e infra-estrutura de telecomunicações, circuito interno de segurança, serviço de alimentação, estacionamento, reprografia, transportes, serviços de comunicação interna, espaço para conferência, serviços de atendimento pessoal (saúde, creche e acomodações pessoais). i) Trabalho em rede O estabelecimento de trabalhos em redes era ocasional entre empresas, já com relação às academias e empresas os trabalhos de cooperação apresentam uma conotação mais articulada e estratégica. Conforme já mencionado, salienta-se a importância do networking, principalmente da relação universidade - empresa, formando inclusive, joint-ventures (05). j) Modelo de gestão As universidades e instituições de ensino superior são responsáveis pela gestão dos parques que estão desenhados para encorajar a formação e o desenvolvimento de EBTs e outras organizações dentro do parque. São criadas empresas privadas (joint-ventures entre as universidades, empresas de pesquisadores públicos, autoridades locais e/ou empresas privadas) formadas justamente para fazer a gestão e operação dos parques (05) (06). 3.1.1.3 França Os parques tecnológicos surgiram neste país por volta dos anos 70, por visionários locais, inspirados nos exemplos de Stanford (Califórnia), Massachusetts (Boston) e em Cambridge (Reino Unido) que começaram o processo de desenvolvimento de tais mecanismos. Inicialmente, os parques tecnológicos não estavam integrados às universidades ou outros mecanismos de apoio à inovação, e visavam principalmente a atração de empresas para determinadas regiões da França. Sophia Antipolis Estes parques tecnológicos recebem a denominação de “Parcs ou Pôles Technologiques”, Technoparcs, Innopôpes ou “Technopoles, caracterizando-se como importantes mecanismos para o desenvolvimento de empresas tecnológicas para as regiões. Os primeiros parques tecnológicos foram incentivados principalmente por atores locais e pelos governos locais e federal (em menor proporção) como forma de pulverização do conhecimento científico tecnológico ANEXO 1 29 RELATÓRIO I Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior industrial – concentrado na capital francesa, e a partir de então, direcionado à outras cidades do interior. De acordo com a segmentação sugerida de parques tecnológicos, a amostra dos modelos franceses de 1ª geração relacionam-se a empreendimentos pioneiros como é o caso do Sophia Antipolis (com maior destaque), Parque de Labège Innopole (1975) e o ZIRST (Zona para Inovação e Realizações Científicas e Técnicas) de Meylan (1972), este último agora chamado de Inovallée. Cabe ainda destacar que para a fase de levantamento e coleta de informações recorreu-se aos sites do governo françês – incluíndo embaixadas, associações, artigos disponíveis on-line e livros. a) Relação com centros promotores de conhecimento de qualidade Na França, diferentemente do que ocorreu no Vale do Silício, os parques não foram desenvolvidos ao redor das universidades e centros de pesquisa e sim, atuaram como atratores de unidades de IES. Como exemplo, o caso do parque de Sophia Antipolis que atraiu a instalação de IES, como é o caso dos laboratórios da École Nationale Supérieur de Mines (situada inicialmente em Paris), o deslocamento da École de Commerce de Nice, além de uma filial do Instituto Francês do Petróleo. (07),(08) b) Posição no fluxo tecnológico Inicialmente o governo apoiou o desenvolvimento de grandes empresas e centros de pesquisas nos setores da aeronáutica, energia, defesa, informática, telefonia e saúde. Os primeiros parques tecnológicos tinham como objetivo principal atrair e desenvolver indústrias "limpas" com foco tecnológico. Pode-se assinalar como exemplo o posicionamento do Parque de Sophia Antipolis, Parque de Labège Innopole e Inovallée (09). c) Grau de especialização Os parques franceses desta geração têm um perfil generalista, voltado a setores de ponta, porém, agregando valor às potencialidades regionais. As áreas exploradas com maior ênfase foram: aeronáutica, aeroespacial, energia nuclear e transporte. d) Empresas "Alvo" Os parques tecnológicos franceses da primeira geração tinham como foco o desenvolvimento de pequenas e médias empresas tecnológicas, articuladas ao redor de grandes empresas que atuavam como âncoras. (09) e) Mercado objetivo Os parques desta geração tiveram inicialmente seu foco no mercado regional explorando potencialidades regionais e demandas locais. Posteriormente os parques começaram a ter como objetivo não apenas as empresas do mercado local, regional, passando a atrair empresas estabelecidas no mercado nacionais. O mercado internacional não foi foco estratégico para o estabelecimentos destes parques. ANEXO 1 30 RELATÓRIO I Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior f) Densidade urbana Os parques franceses de 1ª geração tiveram sua implantação nos arredores das cidades onde os preços dos terrenos eram mais acessíveis. Esses empreendimentos envolviam em suas estratégias o intuito da descentralização industrial vinculada, até então, aos grandes centros urbanos da época. Ex.: parques da região de Côte d’Azur, com proximidade a um grande aeroporto (Nice) e uma boa infra-estrutura de hotéis e serviços (08) (09). g) Espaço e Infra-estrutura Durante a primeira etapa de realização, a atratividade destes parques foi fundamentado na disponibilização de recursos de infra-estrutura gerais. h) Portifólio de serviços às empresas de base tecnológica Os primeiros parques surgiram com o propósito de oferecer infra-estrutura para a implantação de empresas (base territorial), só posteriormente foram sendo incorporados serviços de apoio à incubação, gestão e outros mecanismos de apoio às empresas residentes. (08) (09) i) Trabalho em rede Os parques da primeira geração não contavam com redes formais, eram focados no trabalho colaborativo informal. j) Modelo de gestão No caso de Sophia Antipolis a gestão é exercida pela articulação de várias instituições. Essa gestão é feita por uma empresa estatal com participação privada Sociedade Anônima de Economia Mista Sophia Antipolis, Comunidade de Municípios de Sophia Antipolis (que congrega representantes públicos de 16 municípios da microrregião), Agência e Desenvolvimento da Côte d'Azur (Governo dos Alpes Marítimos), Câmara de Comércio e Indústria de Nice e pela Fundação Sophia Antipolis, entre outros. A gestão de alguns dos parques franceses é formada pelo poder público regional ou ainda por representantes setoriais. (10a), (10b), (10c), (10d) 3.1.1.4 Japão Logo após o fim da segunda guerra mundial, o Japão assumiu como prioridade de reconstrução do país, a ciência e a tecnologia como estratégia nacional de estruturação econômica e base para sua competitividade. Os primeiros parques surgem neste contexto, como conseqüência de uma política nacional de C&T, focada na reestruturação das cidades como distritos industriais. ANEXO 1 Tsukuba Science City 31 RELATÓRIO I Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior Foram estimuladas diversas iniciativas em território nacional criando as sementes dos parques científicos e tecnológicos conhecidas como Cidades da Ciência, a exemplo de Tsukuba, Kansai e Harima Science City. Conforme estudo do NISTEP – National Institute of Science and Technology Policy, cerca de 25% do orçamento nacional é destinado ao fortalecimento da Política de Ciência e Tecnologia onde os parques científicos e tecnológicos representam o principal mecanismo de inovação e competitividade. São em número de 158 parques existentes no japão, e 114 em operação até 1998. A estruturação dos PCTs, originados pelas aglomerações naturais induzidas pela necessidade, senso de priorização e alinhamento com a estratégia nacional, estimularam ainda mais o surgimento de programas como o Technopolis. Os primeiros resultados imediatos foram a industrialização das regiões “Technopolisadas” criando cerca de 6 mil novas fábricas entre 1981 e 1993, e cerca de 752 empresas de alta tecnologia no mesmo período. Isto resultou em 1,3 milhões de empregos diretos acumulados até 1992, criando valor agregado da indústria na ordem de 10,5 bilhões de yenes neste mesmo ano. a) Relação com centros promotores de conhecimento de qualidade A formação dos PCTs no Japão e de programas como o Technopolis, é apontado por alguns autores como resultado de iniciativas entre o governo e centros de conhecimentos locais como universidades nascentes, centros de pesquisa e instituições profissionalizantes instalados nos grandes centros metropolitanos. Neste caso, centros como Tokyo, Nagoia e Osaka concentram mais de 80% de laboratórios corporativos do país, 70% de todos os cientistas e 60% de todos os professores universitários. Aliado a infra-estrutura física e dados disponível, estes centros oferecem mais de 50% das facilidades de P&D privados, 65% da base computacional instalada e 61% das informações processadas. Somando ações a política de C&T nacional, os PCTs induziram o surgimento de áreas industrializadas em todo o país, por meio da criação e dispersão de novos centros de P&D locais, integrando e em muitos casos desenvolvendo centros profissionalizantes, universidades, unidades de P&D e indústria, em segmentos como fibra ótica, semi condutores, computadores e robótica. Como forma de descentralizar o conhecimento das áreas metropolitanas e promover a interiorização de ações de P&D, um forte investimento em infra-estrutura de transporte foi realizado, resultando na primeira rede de transporte ferroviário de alta velocidade, o Shinkansen ou “Trem de Alta Velocidade”. Com base nessa estrutura governamental, estruturada na C&T, foram lançados projetos de larga escala no país que resultaram na chamadas cidades das Ciências como o Tsukuba Science City, Kansai Science City que se concretizaram na década de 80 e são marcos até hoje no desenvolvimento científico e tecnológico. (11) b) Posição no fluxo tecnológico Os parques japoneses focaram o desenvolvimento de segmentos amplos de tecnologia, com o propósito de criar uma base inicial de competitividade. Durante a fase de implementação dos parques de 1ª geração, seguiram modelos de ANEXO 1 32 RELATÓRIO I Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior desenvolvimento semelhantes ao americano e inglês, porém induzindo e promovendo ações para criação de empresas de forma acelerada. Baseado nessa estrutura, o Japão objetivou, em fases posteriores, novas fronteiras tecnológicas que suportassem esse desenvolvimento, por meio de inovações além da busca constante pela liderança tecnológica. Ampliou o investimento na pesquisa básica tanto em recursos financeiros quanto humanos. Passou a especializar-se em segmentos como semi-condutores, microeletrônica, tecnologia de informação e comunicação, tornando-se referência em pesquisa e desenvolvimento. Aliado a segmentos de áreas como ciências da vida, oceanografia e ciências da terra, criou uma estrutura de desenvolvimento em C&T, que originou as sementes dos parques científicos e tecnológicos que se tornaram as Cidades das Ciências. (11) c) Grau de especialização O crescente grau de especialização dos parques japonesesfoi devido à ações internas de C&T, que visavam reposicionar o país frente a seus concorrentes internacionais, principalmente os EUA e Europa. Uma dessas medidas foi a criação da Science and Technology Basic Law (law 130) que constitue o “backbone” da política de ciência e tecnologia para que o Japão atingisse a meta em tornar-se uma nação baseada na criatividade em C&T do século 21. Neste sentido os apoios a parques científicos foram intensificados, onde institutos do setor privado focaram seu esforço de P&D para que contribuíssem com o desenvolvimento de produtos de consumo junto à indústria. Segundo o Swedish Foundation for International Cooperation in Research and Higher Education (STINT) setores antes orientados a pesquisa básica do japão como ciência dos materiais, eletrônica, informática, ciência humanas e da terra assumem papel estratégico com funções estruturantes no país, induzindo o desenvolvimento baseado em novos conhecimentos. Somado a estas ações, os parques científicos criaram “efeitos colaterais” como a cooperação nos negócios, relacionamento interativo entre regiões, alta qualidade de pesquisa e formação de imagem das empresas estabelecidas. A busca da liderança em segmentos especializados de C&T como a microeletrônica, semicondutores, TIC e robótica criaram pólos de empresas junto aos parques, caracterizando seu perfil de atuação. Neste sentido, além de um espaço físico destinado às empresas, os parques científicos tornaram-se um local de processos interativos de inovação tecnológica. d) Empresas "alvo" Num primeiro momento, o foco inicial estava em revitalizar a estrutura industrial utilizando a C&T como base, principalmente para atender as necessidades do país. O estímulo à formação de uma indústria produtiva foi a prioridade do sistema de C&T.(11) As empresas pioneiras, nasceram como conseqüência de uma ação governamental induzida, estimulando e subsidiando ações de promoção nacional. Foram concebidas ações para atender a demanda crescente do setor industrial, ANEXO 1 33 RELATÓRIO I Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior onde a interação com universidades locais e centros de P&D estimularam ainda mais ações empreendedoras. Na primeira geração de parques, o Japão priorizou estabelecer um conjunto de entidades mais competitivas ao ocidente, criando uma base industrial em manufatura sólida. Um grande conjunto de empresas surgidas nessa época, constituem hoje empresas mundialmente reconhecidas que se originaram junto aos parques e Cidades da Ciência. e) Mercado objetivo Desenvolvimento focado em ações regionais e locais, conduzindo à industrialização do país como o distrito de Tohoku, a Cidade das Ciências de Tsubame e a região de Anan-Cho que foi estruturada como uma cidade planejada.(12) Segundo o NISTEP, pode-se concluir que o foco de mercado dos PCTs concentram-se em economias tradicionais da indústria como eletrônica e informática, e de forma emergente nos segmentos de semicondutoress, TIC e biotecnologia.Para isso, concentra-se no país os esforços de desenvolvimento dos parques, utilizando a capacidade local pré-existente, tanto em termos de infra-estrutura, como em termos de pessoal e outras empresas potenciais com capacidade de atuação no mercado global. f) Densidade urbana Forte integração ao tecido urbano como política de revitalização regional, aliado à disponibilidade de recursos humanos qualificados, a qual que deu origem às chamadas Cidades das Ciências, tornando-se mais tarde os primeiros parques científicos. (11) (12) O surgimento de parques científicos no Japão, consiste em um acesso fácil a um processo de gestão baseado em efeitos de aglomeração, atividades de pesquisa e um ambiente criativo de desenvolvimento. A proximidade de uma estrutura de gestão eficiente, fez com que empresas privadas fossem atraídas para operar em parques científicos com benefícios econômicos, ao mesmo tempo que pesquisadores de empresas privadas tiveram a oportunidade de cooperar com outros pesquisadores de instituições nacionais e públicas. g) Espaço e infra-estrutura A combinação de operações com fundos de investimentos e a mobilização para criação da infra-estrutura, permitiram o desenvolvimento natural da estrutura de ciência, tecnologia e social de regiões urbanas, estendendo ações para criação de um ambiente onde as pessoas foram encorajadas a trabalhar e a viver nessas regiões. (12) Durante a primeira geração dos parques, dois principais fatores estimularam sua criação: • Necessidade de reconstrução nacional e busca de competitividade; • Prioridade e apoio governamental mobilizando esforços nacionais de C&T. ANEXO 1 34 RELATÓRIO I Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior Em ambos os casos, a necessidade fundamental não era somente para o parques, mas também para as próprias regiões. Os japoneses apontavam a infra-estrutura como um dos principais fatores de desenvolvimento. A criação de uma infra-estrutura de alta qualidade e acessibilidade, foram prioridades do governo, que buscou atrair e estimular o desenvolvimento local, principalmente o industrial. Estrategicamente o investimento sobre a infra-estrutura, tornou-se um processo de crescimento urbano e revitalização econômica onde foram destinadas áreas específicas para o estabelecimento dos PCTs e de suas empresas. O esforço foi pela criação de um ambiente atrativo e favorável para atrair e manter pessoas que pudessem transformar uma localidade, o que foi vital para a implantação de PCTs em regiões onde a C&T tornou-se um diferencial. h) Portifólio de serviços às empresas de base tecnológica No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes aplicadas aos objetivos do projeto. i) Trabalho em rede O suporte e esforços do país para desenvolver regiões através de capital e infraestrutura, com base em C&T, para formação de novas áreas destinadas às Cidades das Ciências, criaram redes de trabalho que permearam todas essas regiões, envolvendo instituições como prefeituras, fortalecendo institutos de pesquisa locais e a implantação de universidades nacionais na região. (12) Estas redes de trabalho constituíram uma força-tarefa nacional, envolvendo diretamente prefeituras locais, instituições de ensino, pequenas e médias empresas, e instituições de apoio que atuaram de forma integrada e efetiva para implantação de novos empreendimentos e permitiram criar um ambiente propício para instalação e desenvolvimento de empresas. A existência dessas redes foi um fator fundamental para o desenvolvimento efetivo da região, utilizando e formando recursos humanos locais. Na prática, representou uma rede de conexão de negócios entre empresas, universidades e escolas locais além de um conjunto de facilidades públicas que auxiliaram e complementaram o desenvolvimento no campo tecnológico. As redes de trabalho através das conexões de negócios criaram o sentimento de compartilhar a mesma riqueza e a competição entre todos como um tipo de efeito psicológico neste tipo de ambiente. O caso da cidade de Tsubame é um exemplo do efeito dessas redes, que converteu a indústria tradicional numa indústria diferenciada, promovendo o salto de desenvolvimento e qualidade na regiãode Sakaki-Cho e Yamanaka. Neste caso, a base industrial e técnica acumulada pelos seus próprios esforços em desenvolver pequenas e médias empresas, tornaram as mudanças possíveis. Foi constatado neste caso, que nas indústrias existentes a base técnica acumulada e a existência de redes de trabalho nesta estrutura uniram a indústria local, constituindo um dos principais fatores que conduziram ao sucesso. Aliado a estes fatores, a gestão baseada numa entidade autônoma os auxiliaram a crescer e atingir um patarmar estável de crescimento. ANEXO 1 35 RELATÓRIO I Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior j) Modelo de gestão Basicamente o modelo de gestão não é um sistema formalente estabelecido junto aos PCTs, contudo, pode ser entendido como um processo de desenvolvimento em que o Governo cria condições de implantação, provê incentivos e benefícios locais, como infra-estrutura de qualidade, acesso a recursos e instituições de apoio. Os PCTs possuem modelos de gestão próprios, atuando como uma entidade totalmente autônoma, com uma estrutura de gestão que reúne entidades locais e o governo como agentes participantes do processo. Seu modelo é baseado na qualidade de serviços oferecida, desde infra-estrutura como acesso a recursos provenientes de programas governamentais. Possui em geral, estrutura simplificada com representantes locais que suportam o processo para manutenção e atração de novas empresas. ANEXO 1 36 RELATÓRIO I Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior 3.1.2 Papel estratégico dos parques tecnológicos em relação à economia do país e ao desenvolvimento de uma determinada região e/ou setor empresarial – variáveis analisadas 3.1.2.1 Estados Unidos a) Relevância estratégica nacional Papel de destaque na configuração da indústria de ponta do país, guiou o desenvolvimento da nação durante vários anos, atuando de forma pioneira na vanguarda em várias ondas tecnológicas, possibilitando vantagens competitivas em setores portadores de futuro. b) Relevância estratégica regional/setorial Os parques norte-americanos analisados nesta geração desfrutam da posição de referência em setores tecnológicos proeminentes, agregando às regiões relevância como centros tecnológicos para os EUA. c) Relevância estratégica local No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes aplicadas aos objetivos do projeto. 3.1.2.2 Reino Unido a) Relevância estratégica nacional As políticas de incentivo a transferência de tecnologia são bastante fortes, estimulando a relação universidade-empresa. No entanto, os parques científicos surgiram extremamente vinculados às IES, e aos fundos de financiamento da pesquisa que são organizados e geridos regionalmente, através dos conselhos regionais (Research Councils). Apesar da política ser nacional, o estímulo é regional, e os parques desenvolvem-se conforme a vocação e competências da universidade a qual o parque está vinculado. b) Relevância estratégica regional/setorial No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes aplicadas aos objetivos do projeto. c) Relevância estratégica local O Reino Unido seguiu uma estratégia de infra-estrutura baseada na proximidade para criar spin-offs de negócios oriundos da ciência pública. O desenvolvimento partiu de células locais – entorno de centros universitários, onde empresas nascentes (spin-offs e start-ups universitários) promoveram o crescimento das economias locais. Inicialmente, nos anos 70, os parques científicos localizados dentro ou nas proximidades das universidades foram estabelecidos formando incubadoras para start-ups. Muitas universidades também fundaram empresas para ANEXO 1 37 RELATÓRIO I Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior explorar os resultados de pesquisa. Em 1998, já existiam 223 empresas com estas características. (05) 3.1.2.3 França a) Relevância estratégica nacional Os parques tecnológicos da França assumiram papel importante no desenvolvimento regional e para a geração de emprego e renda. O Sophia Antipolis em 1982 já contava com 125 empresas instaladas e gerava 3.700 empregos diretos. Atualmente conta com 1.276 empresas e gera 26.635 empregos. b) Relevância estratégica regional/setorial No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes aplicadas aos objetivos do projeto. c) Relevância estratégica local No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes aplicadas aos objetivos do projeto. 3.1.2.4 Japão a) Relevância estratégica nacional Prioridade nacional onde os parques (Cidades das Ciências) são os principais mecanismos práticos de reestruturação do país. No Japão foi estabelecida uma forte estrutura de C&T, sendo prioridade para a reestruturação nacional tanto em termos de infra-estrutura quanto em termos de desenvolvimento regional. (11) O impacto imediato foi a implantação e consolidação de uma estrutura industrial local, permitindo que estes pólos industriais induzissem a formação de novas instituições de apoio para o segmento empresarial. Como efeito secundário, estabeleceu-se um processo de crescimento regional em cadeia, conferindo, além de novas oportunidades de trabalho e renda, um processo de “interiorização” de áreas importantes ao país auxiliando a descentralização de regiões metropolitanas como Tókio na área acadêmica e Kanto na área industrial. Outro aspecto estratégico de impacto foi a reestruturação de regiões e cidades com foco em ciência. O forte investimento em buscar na ciência e tecnologia um processo de liderança nacional em desenvolvimento, resultou em transformar o país em um dos mais importantes líderes de desenvolvimento tecnológico. (11) O surgimento dos aglomerados empresariais originados a partir dos centros de P&D das universidades, ocorreu de forma natural nos parques de primeira geração, como conseqüência da necessidade de crescimento resultando nos primeiros distritos industriais. Tais distritos compuseram os primórdios do tecido industrial japonês, criando um conjunto de empresas num estágio pré-competitivo fortalecendo a competitividade nacional. (11) (12) ANEXO 1 38 RELATÓRIO I Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior Finalmente, o atendimento a demandas sociais da população é outro impacto relevante no país, criando um processo de desenvolvimento estruturado junto às áreas físicas de importância nacional. Este processo estimulou a formação de pessoal no contexto de C&T, além de induzir condições favoráveis de subsistência nas proximidades das regiões em expansão. (12) b) Relevância estratégica regional/setorial No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes aplicadas aos objetivos do projeto. c) Relevância estratégica local No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes aplicadas aos objetivos do projeto. ANEXO 1 39 RELATÓRIO I Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior 3.1.3 Estratégias de implantação dos parques científicos tecnológicos relacionados – variáveis analisadas 3.1.3.1 e Estados Unidos a) Geração espontânea Os parques tecnológicos de primeira geração nos Estados Unidos surgiram a partir da consolidação de demanda por semicondutores e microeletrônicos, que levaram a especialização regional. Enquanto o Vale do Silício e a Rota 128 destacam-se com histórias vinculadas a um sistema econômico clássico (baseado em potencialidades regionais e fatores como infra-estrutura logística e educacional bem desenvolvida), o surgimento do Research Triangle Park ilustra a importante presença da comunidade científica e tecnológica, as quais permitiram o desenvolvimento relativamente estimulado da região. (01) b) Iniciativa acadêmica Os parques tecnológicos apesar de não originados de centros produtores e difusores de conhecimento, tiveram seu desenvolvimento através do apoio acadêmico, com universidades e grandes centros de pesquisa e desenvolvimento estabelecendo vantagens competitivas para as regiões e conspirando para o surgimento de grandes parques tecnológicos, pioneiros e líderes. (14) c) Intervenção estatal – nacional Pós-segunda guerra o investimento do estado direcionou o provimento de capital em determinados setores. A necessidade de avanço tecnológico frente às demais potências estimulou o investimento através de apoio indireto, via demanda estatal. No caso do RTP o apoio público fica mais evidente com benefícios a empresas entrantes, para a Rota 128 a imposição de barreiras a entrantes demonstra também apoio público. Programas estruturados para regulamentação de transferência tecnológica e cooperação entre empresas e centros de pesquisa se fizeram presentes à consolidação desses parques de primeira geração. Também foram identificados programas voltados ao estímulo da inovação tecnológica. Exemplos desta natureza podem ser representados pelo Departamento de Defesa, o programa Small Business Innovation Research (SBIR) iniciado em 1983, investiu em pequenas empresas que permitiram o avanço tecnológico dos arranjos e mecanismos de desenvolvimento. (02) d) Intervenção de entidades regionais O RTP contou com a aliança entre universidades financiadas por órgãos públicos e incentivos do governo local. Essa aliança permitiu financiar a pesquisa e o desenvolvimento que possibilitaram o crescimento do parque. (01) e) Intervenção de entidades locais Embora a Rota 128 e o Vale do Silício não tenham recebido financiamentos federais diretos para sua implantação, exceção aos contratos militares do Departamento da ANEXO 1 40 RELATÓRIO I Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior Defesa, estes parques contaram com investimentos diretos de seus governos locais e/ou reversão de impostos destinados a financiar pesquisa e infra-estrutura. f) Investimento privado/empresarial No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes aplicadas aos objetivos do projeto. 3.1.3.2 Reino Unido a) Geração espontânea Os primeiros parques tentaram seguir a esteira da experiência americana, porém tinham como objetivo a transferência tecnológica das universidades para as empresas, sob o objetivo de transformar o conhecimento científico já desenvolvido, em negócios. Os parques desta geração foram criados a partir da necessidade dos centros universitários, motivo pelo qual tem seu desenvolvimento vinculado aos mesmos. b) Iniciativa acadêmica As razões comerciais direcionaram o interesse acadêmico pelo investimento em parques tecnológicos, além das spin-offs universitárias, o objetivo dos parques científicos residia em atrair empresas maduras que pudessem se tornar clientes da pesquisa universitária, assim como prover as start-ups dentro de incubadoras com um time de graduados das universidades. Estudos de caso sugerem que no Reino Unido uma em cada seis empresas dos parques tecnológicos, seja uma start-up universitária. (05) c) Intervenção estatal – nacional Não havia uma estratégia nacional especifica para promoção e consolidação de parques científicos e tecnológicos, mas existia uma forte estratégia de investimento em P&D nas instituições de ensino superior, que por sua vez investiram no desenvolvimento dos parques para promoção de transferência tecnológica e spinoffs universitários. A pesquisa nas IES foi financiada basicamente pelo governo nacional através de dois grandes sistemas de apoio: no primeiro, os chamados Conselhos de Educação Superior que financiam projetos, inclusive salários dos pesquisadores, treinamentos e centros de pesquisa para desenvolvimento de produtos pré-competitivos. O segundo sistema, os fundos que vinham do escritório de C&T do Departamento de Indústria e Comércio ou através de doações para o setor sem fins lucrativos (Wellcome Trust). (05) d) Intervenção de entidades regionais No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes aplicadas aos objetivos do projeto. ANEXO 1 41 RELATÓRIO I Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior e) Intervenção de entidades locais No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes aplicadas aos objetivos do projeto. f) Investimento privado/empresarial O investimento privado se deu por meio de joint-ventures visando desenvolver, gerir e operar os empreendimentos de parques tecnológicos, como negócios, participação em patentes, royalties etc. Os contratos envolvendo pesquisa científica e indústria contou com financiamentos da iniciativa privada. No Reino Unido, comparativamente a outros países da Europa, EUA e do Japão, há ocorrência de altos gastos em P&D nas IES e empresas de pesquisa pública financiadas pela indústria. Em 97, cerca de 7% do total de gastos em P&D foi financiado pelo setor privado. A atividade acadêmica surgiu como parceira de cooperação com a indústria em um significativo número de projetos de inovação (05). 3.1.3.3 França a) Geração espontânea Os parques científicos e tecnológicos franceses da primeira geração tiveram seu surgimento induzido pelas iniciativas governamentais locais, objetivando a descentralização industrial e do conhecimento até então centralizado nos grandes centros da França. b) Iniciativa acadêmica No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes aplicadas aos objetivos do projeto. c) Intervenção estatal – nacional O governo francês teve uma importante atuação para a política de implantação de parques científicos e tecnológicos. Esta atuação é fortemente demosntrada pela ocasião da Lei de descentralização de 1982, onde os parques científicos e tecnológicos tornam-se símbolo da afirmação política e institucional governamental. d) Intervenção de entidades regionais No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes aplicadas aos objetivos do projeto. e) Intervenção de entidades locais As entidades locais tiveram um destacado papel para a criação dos primeiros parques franceses, a exemplo do parque de Labège Innopole que foi idealizado pelo prefeito da cidade de Toulouse. (08), (09). f) Investimento privado/empresarial O parque de Sophia Antipolis levou doze anos (1960 a 1972) para ser aprovado por um comitê interministerial. No início, o parque não era integrado por universidades, ANEXO 1 42 RELATÓRIO I Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior nem qualquer tipo de ações de apoio à criação de empresas. O crescimento do parque ocorreu entre 1972 e 1986 através da implantação de diferentes empresas, principalmente oriundas de grandes grupos, bem como algumas ações de descentralização de centros e laboratórios. Entre as quais pode-se citar: FRANLAB, filial do Institut Français du Pétrole; ROHM e HASS (Suiça); descentralização de laboratórios mistos CNRS - Ecole Nationale Supérieur de Mines; descentralização do Centro de Informática Mundial de reservas da Air France; inauguração do NOVOTEL; deslocamento da Ecole de Commerce de Nice; criação do CERAM. Até 1982 houve a instalação de diferentes empresas: LEGRAND, Office International de l´eau, CIRD, Digital Equipment, QUESTEL, TELEMECANIQUE, DOW Chemical, CSTB. (09) 3.1.3.4 Japão a) Geração espontânea No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes aplicadas aos objetivos do projeto. b) Iniciativa acadêmica No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes aplicadas aos objetivos do projeto. c) Intervenção estatal – nacional A iniciativa de prioridade governamental criou as bases para o desenvolvimento local. O Estado implementou medidas de para desenvolvimento da C&T através de agências regionais de desenvolvimento.(11) A estrutura das Agências de Ciência e Tecnologia - STA é de amplitude nacional, sendo responsáveis em prover suporte econômico baseado em contratos, junto aos ministérios, outras agências e universidades. Essas agências foram responsáveis pela coordenação de ações de C&T que viabilizaram ações regionais levando a criação dos distritos industriais e as Cidades da Ciência que mais tarde deram origem aos parques de ciência e tecnologia. (11) Esses parques que atuaram inicialmente como centros de P&D, implantaram empreendimentos externos (empresas, instituições, centros de pesquisa...) suportando atividades de pesquisa e por fim estabeleceram uma relação junto à indústria para elaboração de novos produtos. (11) Tais fatores contribuíram para amplificar efeitos em rede, expandido a geração de negócios inter-regionais e fortalecendo a presença do Estado junto as Regiões. (12) Conforme o NISTEP, o principal mecanismo de implementação da política pelo estado é baseado no plano de tecnologia, planos setoriais e intersetoriais que são orientados pelas STAs através do Conselho de Ciência e Tecnologia. ANEXO 1 43 RELATÓRIO I Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior d) Intervenção de entidades regionais No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes aplicadas aos objetivos do projeto. e) Intervenção de entidades locais No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes aplicadas aos objetivos do projeto. f) Investimento privado/empresarial No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes aplicadas aos objetivos do projeto. ANEXO 1 44 RELATÓRIO I Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior 3.1.4 Arcabouço de políticas públicas e soluções financeiras para estímulo e viabilização dos parques científicos e tecnológicos relacionados – variáveis analisadas 3.1.4.1 Estados Unidos a) Leis e sistemas regulatórios No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes aplicadas aos objetivos do projeto. b) Linhas de fomento e financiamento Algumas linhas de fomento a pequenas empresas e empreendimentos emergentes possibilitaram o desenvolvimento dos parques tecnológicos, isto foi possível a partir do crescimento das empresas implantadas nestes mecanismos de inovação. As linhas de fomento começaram a ser implantadas a partir da década de 50, com outras linhas de financiamento sendo incorporadas em meados dos anos 70. Existência de programas estruturados voltados ao financiamento de novos empreendimentos que possibilitaram o desenvolvimento tecnológico de empresas a partir da colaboração com centros de pesquisa e desenvolvimento. A estrutura de capital teve uma atuação como elemento indutor do sucesso do arranjo, no caso de Boston, o apoio financeiro de outras regiões como Nova York (capital de risco, capital semente). No Vale do Silício, a cultura empreendedora regional destacou-se pela facilidade no acesso ao capital, enquanto que no caso do RTP, o apoio público à consolidação de meios locais de capitalização também criou para a região uma cultura de investimento propícia ao desenvolvimento de EBTs. c) Programas educacionais e/ou de apoio à C&T No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes aplicadas aos objetivos do projeto. d) Políticas de incentivo fiscal No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes aplicadas aos objetivos do projeto. e) Políticas industriais e de comércio exterior Presença de crédito fiscal e título para desenvolvimento industrial, o caso RTP é um exemplo, com crédito de imposto vinculado ao número de empregos criados e nível salarial. O crédito de imposto devido pode alcançar 50% da responsabilidade anual, estando o benefício vinculado a uma média salarial da empresa 110% superior ao salário médio da região. Quanto ao título para desenvolvimento industrial, o estado da Carolina do Norte concede apólice que pode atingir US$ 10 milhões, para implantação de empresas que venham a gerar bons empregos com salários elevados. ANEXO 1 45 RELATÓRIO I Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior 3.1.4.2 Reino Unido a) Leis e sistemas regulatórios No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes aplicadas aos objetivos do projeto. b) Linhas de fomento e financiamento Existência de oferta de capital de risco às empresas inovadoras e às empresas com potencial de crescimento. Fundos de investimento e programas específicos apoiaram competências técnicas e o desenvolvimento de tecnologias que simultaneamente, deram apoio a contratação de pessoal especializado. O Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER) apoiou o desenvolvimento das economias regionais, prestando auxílio às pequenas empresas. c) Programas educacionais e/ou de apoio à C&T No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes aplicadas aos objetivos do projeto. d) Políticas de incentivo fiscal No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes aplicadas aos objetivos do projeto. e) Políticas industriais e de comércio exterior No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes aplicadas aos objetivos do projeto. 3.1.4.3 França a) Leis e sistemas regulatórios O Governo Francês têm como foco a gestão descentralizada - resultante principalmente da Lei de descentralização de 1982. Os parques científicos e tecnológicos são uma afirmação política e institucional deste governo que apoiou diretamente a criação dos primeiros parques na França. (08) b) Linhas de fomento e financiamento Segundo os textos analisados, os parques de primeira geração da França na ocasião de seu surgimento, não contavam com linhas de fomento e financiamento específicas. c) Programas educacionais e/ou de apoio à C&T Cabe destacar entre os programas de apoio às C&T, as “células de valorização” que surgiram na década de 80 e atualmente estão presentes em todas as universidades francesas, assegurando a propriedade intelectual e fazendo o papel de intermediário entre academia e empresas - resultado da Lei de Inovação de 1999. (09) ANEXO 1 46 RELATÓRIO I Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior d) Políticas de Incentivo Fiscal Em seu surgimento, os parques de primeira geração não foram beneficiados por incentivos fiscais. Em 1979 o governo criou a ANVAR, porém, este organismo no seu início, era destinado a apoiar a valorização dos resultados da pesquisa francesa, somente mais tarde é que esta agência começou a tratar de questões relacionadas a incentivos fiscais para a criação de mecanismos de inovação. e) Políticas industriais e de comércio exterior No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes aplicadas aos objetivos do projeto. 3.1.4.4 Japão a) Leis e sistemas regulatórios As leis específicas para os parques científicos estão contempladas na legislação de C&T do país, onde os parques são entendidos como mecanismos de desenvolvimento. Em 1995, foi criada a Lei 130 - Lei Básica de Ciência e Tecnologia que atua como backbone de C&T do país. Dentre suas principais linhas estão: a promoção de C&T, Plano Básico de C&T, Relatórios de Gestão e Medição de desempenho realizadas pelo governo. (11) Esta Lei permitiu criar condições suficientes e necessárias para o desenvolvimento dos PCTs, através da prioridade em desenvolvimento científico e tecnológico. Formalizou as ações governamentais em incentivo e investimento tanto em infraestrutura quanto em formação de pessoal, estabelecendo condições favoráveis ao desenvolvimento. b) Linhas de fomento e financiamento As linhas de fomento para os parques científicos, estão relacionadas ao plano de desenvolvimento nacional ligado fortemente ao governo central. O plano básico de Ciência e Tecnologia possui uma importante regra para promover políticas sistematicamente consistentes de promoção da ciência e tecnologia. Esta regra consiste em planos de ação intensos realizados entre 1996 e 2000 para concretizar novos sistemas de pesquisa e desenvolvimento, além do aumento drástico de investimento governamental para atividades de P&D. A agência de planejamento econômico em conjunto com a agência nacional da terra, desenvolvem planos locais de desenvolvimento, envolvendo a criação de ações que estimulam a geração de novos parques por meio destes financiamentos. (13) c) Programas educacionais e/ou de apoio à C&T Os primeiros parques estruturaram a base de desenvolvimento fundamentada em capacitação e formação de pessoal qualificado para atuação junto ao segmento de C&T. Através do plano básico de ciência e tecnologia, foram concedidos subsídios para formação de pessoal envolvido diretamente nos planos de desenvolvimento locais. Neste estágio, foram identificados potenciais demandas e capacidades locais de atendimento, sendo mobilizadas ações e estruturados planos concretos de ANEXO 1 47 RELATÓRIO I Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior implementação de instituições de ensino, empresas e centros de P&D alinhados com a estratégica nacional. Foram criados cursos de graduação em ciência e tecnologia em áreas metropolitanas junto a grandes empresas. Um dos centros de ensino importante é a Nagaoka University of Technology, que junto a prefeitura de Miyazaki estimularam a formação e emprego na cidade. A principal motivação para criação destes cursos, foi estabelecer a descentralização do ensino para áreas onde os distritos industriais e PCTs estavam sendo estabelecidos. d) Políticas de incentivo fiscal No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes aplicadas aos objetivos do projeto. e) Políticas industriais e de comércio exterior No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes aplicadas aos objetivos do projeto. ANEXO 1 48 RELATÓRIO I Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior 3.1.5 Programas estruturados e sistêmicos para promoção e apoio ao processo de criação e implantação dos parques tecnológicos 3.1.5.1 Estados Unidos a) Programas sistêmicos de apoio à criação de empresas inovadoras O movimento de implantação e amadurecimento de parques tecnológicos contou com uma série de fatores e também com a existência de programas de apoio, conforme apresentado a seguir: • A “Guerra Fria” direcionou a necessidade de avanço tecnológico frente às demais potências, estimulando o investimento – apoio indireto via demanda estatal. Através do Departamento de Defesa, com o programa Small Business Innovation Research (SBIR) iniciado em 1977. • SBIC - Companhia de investimento em empresa de pequeno porte, que data de 1958 - capital de risco de iniciativa governamental. Trata-se de uma ponte entre o venture capital e os pequenos negócios, em geral “start-ups” em fases iniciais de desenvolvimento. • Programa de garantia de empréstimo (1953) – Oferece garantia para empréstimos a longo prazo às companhias start-ups e com potencial de elevado crescimento. • Rede “Angel capital” para eletrônica (ACE-net) - consolidação de rede de “Angel capital” voltada a negócios do ramo de eletrônica. Por possuírem formatos diferentes nos diversos estados norte-americanos, a rede pretende disponibilizar informações, e orientações direcionadas a subsídios e fontes de financiamento. b) Programas sistêmicos de apoio a parques tecnológicos No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes aplicadas aos objetivos do projeto. 3.1.5.2 Reino Unido a) Programas sistêmicos de apoio à criação de empresas inovadoras No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes aplicadas aos objetivos do projeto. b) Programas sistêmicos de apoio a parques tecnológicos No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes aplicadas aos objetivos do projeto. ANEXO 1 49 RELATÓRIO I Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior 3.1.5.3 França a) Programas sistêmicos de apoio à criação de empresas inovadoras No modelo francês de incentivo à criação de empresas inovadoras não existe um modelo único implantado de financiamento de apoio a projetos de empresas inovadoras. Cada pré-incubadora pode ter suas próprias modalidades em função de sua estratégia e das particularidades de sua estrutura. Pode-se destacar a Pré-Incubadora Midi-Pyrénées que conta com orçamento de 25 mil euros a 150 mil euros por projeto, com uma média de 70 mil euros, a instituição possibilita as suas empresas pré-incubadas, financiamento integral das despesas geradas pela pré-incubação, incluindo as despesas com recursos humanos, além de financiamento reembolsável pela empresa em caso de sucesso do negócio. (09) b) Programas sistêmicos de apoio a parques tecnológicos A França criou as technopoles visando descentralizar a produção industrial que estava centralizada em Paris. Essas tecnhopoles foram incentivadas principalmente por governos locais, porém o governo Mitterand adotou as technopoles como mecanismos de descentralização em seu governo. Atualmente a França vem desenvolvendo os pólos de competitividade que indiretamente estimulam o desenvolvimento e consolidação de parques tecnológicos em determinadas áreas. 3.1.5.4 Japão a) Programas sistêmicos de apoio à criação de empresas inovadoras O Technopole Program - consiste em um programa para desenvolvimento de empreendimentos de alta tecnologia orientada para as Cidade das Ciências, obtendo como resultado, o surgimento dos PCTs (13). Criado na década de 80 com a visão urbana onde, a indústria de alta tecnologia, o setor acadêmico e o setor residencial estão organicamente integrados (13). Neste conceito de programa, a terra e infra-estrutura tornam-se foco secundário no qual a cultura de desenvolvimento é prioridade na criação de uma comunidade. (13) O programa Technopolis tornou-se um programa nacional liderado pelo MITI – Ministry of International Trade and Industry, com o propósito de criar uma série de cidades científicas em áreas periféricas pelo país. Os principais objetivos do programa foram: • Promover o desenvolvimento industrial elevando o nível tecnológico dos negócios e estabelecer uma indústria de alta tecnologia; • Desenvolvimento regional sustentável estimulando P&D em nível local; • Criação de comunidades atrativas onde as pessoas possam viver e trabalhar. Paralelo a estes objetivos, o Japão realizou um grande esforço em reestruturar sua indústria e reduzir disparidades regionais na população e nas atividades econômicas. ANEXO 1 50 RELATÓRIO I Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior Através de inúmeros estudos, o programa Technopolis do Japão, tem demonstrado resultados promissores para a criação de uma identidade nacional por meio de empresas inovadoras no segmento de C&T. A figura que segue, caracteriza as regiões envolvidas no programa. Com base na necessidade do programa, o MITI estabeleceu uma Lei para “Acelaração do Desenvolvimento Regional Baseado em Complexos Industriais de Alta Tecnologia” – Technoole Law 1983. Esta ação permitiu o programa encontrar um meio de prover trabalho atrativo, ambientes residenciais para P&D, implantação da indústria de alta tecnologia e a descentralização do desenvolvimento industrial para províncias e regiões remotas do Japão através da construção de uma nova infra-estrutura tecnológica. As regiões candidatas devem tender critérios mínimos conforme estabelecido na technopole law, assim definidos: • Potencial de absorver clusters industriais de alta tecnologia ou potencial de crescimento; • Capacidade de condução de P&D através da cooperação entre indústria, universidade e governo; • Uma universidade nacional que integra na educação, pesquisas relevantes para o desenvolvimento de alta tecnologia; • Áreas e águas para uso industrial; • Espaço para desenvolviemnto residencial e conexões rápidas junto a aeroportos e vias rápidas. b) Programas sistêmicos de apoio a parques tecnológicos No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes aplicadas aos objetivos do projeto. ANEXO 1 51 RELATÓRIO I Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior 3.2 Parques Científicos e Tecnológicos de 2ª Geração Os parques de 2ª geração nasceram de forma planejada e/ou estruturada, para "seguir" os passos de uma "tendência/caso de sucesso". Nesta categoria, é possível identificar duas grandes vertentes: aqueles que tiveram relação com universidades fortes e outros que se ligaram a universidades médias. Quase sempre, todos esses casos tiveram apoio/suporte sistemático estatal (nacional, regional ou local). Por outro lado, os resultados se dividem num espectro que varia do desempenho bom, passando pelo mediano e fraco. Para análise foram elencados parques científicos e tecnológicos vinculados a associações nacionais de parques, dos quatro países que desenvolveram modelos de 1ª geração – Estados Unidos, Reino Unido, França e Japão. 3.2.1 Conceitos e modelos de parques científicos e tecnológicos bem sucedidos 3.2.1.1 Estados Unidos Seguindo os casos de sucesso que se desenvolveram nos modelos de 1ª geração, uma centena de experiências proliferaram nos Estados Unidos, em virtude da possibilidade de alavancagem do desenvolvimento regional ou mesmo de ascender a competitividade de alguns setores econômicos. Segundo dados da AURP – Association of University Research Parks, são 195 parques científicos e tecnológicos consolidados e em implantação nos Estados Unidos, somando 4.450 companhias e organizações (numa Rensselaer Technology Park escala que oscila entre 3 e 240 empresas instaladas em parques científicos e tecnológicos), o volume de emprego é de 350.000 profissionais (a escala oscila entre 4.000 e 38.000 empregos). O impacto econômico do total dos parques sobre a economia americana é de US$ 31 bilhões. A base de dados utilizada para a pesquisa compreende a relação de parques associados à AURP (110 membros), a mesma associação através de pesquisas publicadas forneceu uma vasta fonte de informação. a) Relação com centros promotores de conhecimento de qualidade Forte relacionamento – os centros de P&D e IES buscaram o desenvolvimento regional, e a possibilidade de transformar P&D aplicado em novos negócios. Segundo dados da AURP, em pesquisa realizada entre os anos de 2005 e 2006, têm-se a seguinte configuração dos parques norte-americanos de segunda geração: ANEXO 1 52 RELATÓRIO I Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior • Quase a metade (48%) dos parques de pesquisa possui vínculo com universidades, outros 22,7% têm uma estrutura incorporada da universidade, e 13,3% são governamentais. Somente 9,3% são privados e, 6,7% possuem estrutura mista; • Mais da metade (54,7%) das terras dos parques tecnológicos é de posse das universidades, 26,7% são de posse parcial de empresas ligadas a universidades, 22,7% são do governo e 17,3% são de posse de entidades privadas; • 37% dos parques tecnológicos americanos tiveram suas infra-estruturas custeadas com recursos de universidades. b) Posição no fluxo tecnológico Fluxo tecnológico orientado ao estímulo e desenvolvimento de setores de ponta. Em conformidade com dados estatísticos fornecidos pela AURP – 2005/2006 as áreas de biotecnologia/fármacos são tidos como setores dominantes entre empresas nos parques tecnológicos, respondendo por uma média de 23,8%. O setor de TI é o segundo da lista, representando 20,2% das empresas, seguida por eletrônica com 12,2% e tecnologia aeroespacial com 8,4%. c) Grau de especialização No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes aplicadas aos objetivos do projeto. d) Empresas "alvo" Foco na geração de spin-offs e empresas start-ups. Estas iniciativas vinculadas a universidades foi conseqüência da necessidade de transformar P&D aplicado em novos negócios (16). e) Mercado objetivo Mercado não definido claramente, trata-se da integração entre empresas e universidades, e da comercialização de tecnologias, agregando a este cenário, grandes empresas (âncoras) atraídas para os parques. O foco está na comercialização de tecnologia e transferência tecnológica de centros produtores de conhecimento. Em virtude do grau de desenvolvimento tecnológico e demais fatores de competitividade o foco empresarial alcança o mercado global. f) Densidade urbana Os parques são planejados no entorno de universidades, em alguns casos são custeados com comercialização de lotes. Como parte da estratégia de comercialização do conhecimento científico, os centros universitários e promotores de conhecimento disponibilizaram áreas e orçamentos para implantação de parques tecnológicos. A proximidade com a universidade é uma premissa, como as IES estão geralmente integradas ao tecido urbano, os parques englobam esta característica. Porém existem situações em que ocorrem a expansão geográfica para fora dos limites do ANEXO 1 53 RELATÓRIO I Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior parque, dependendo das características do tecido urbano e do relacionamento requerido pelas empresas. (14) g) Espaço e infra-estrutura Segundo informações da AURP - 2005/2006, o tamanho dos parques tecnológicos nos EUA pode variar entre 0,02 km² e 28,3 km². Cerca de 33% dos parques tecnológicos americanos possuem área física entre 0,4 e 2,0 km². • Aproximadamente 33% dos parques possuem menos de 5 edifícios, 30% entre 5 e 10 edifícios, e, 27,2% entre 11 e 25 edifícios; • A área construída varia entre 0,002 km² e 1,77 km², 53,8% dos parques tem entre 0,02 e 0,14 km²; • A maioria dos parques tecnológicos é vinculada às universidades, caracterizando sua proximidade ao conhecimento técnico e científico. h) Portifólio de serviços às empresas de base tecnológica Dos parques tecnológicos considerados como de segunda geração, 92,9% deles utilizam-se de agências de desenvolvimento econômico para atrair e mesmo auxiliar o desenvolvimento de parcerias (start-up). Cerca de 83% dos parques norteamericanos fazem uso de estratégias de Marketing para sua divulgação e 67,1% demonstram a utilização de mecanismos de desenvolvimento locais ou nacionais. Alianças estratégicas com instituições públicas e privadas também são bastante usadas, sendo apontadas, por 52,9% dos parques. Os parques tecnológicos norteamericanos avaliados, dedicam parte dos esforços para facilitar enlaces e meios de cooperação, assim, como atividades de comercialização da tecnologia envolvendo universidades e spin-offs. De um modo geral os parques tecnológicos pesquisados contam com os seguintes instrumentos: • Escritórios de Transferência Tecnológica (Technology Transfer Offices TTOs); • Estrutura laboratorial de apoio a empresas; • Consultoria empresarial; • Firmas de venture capital, geralmente capitaneadas pelo poder público de determinadas regiões. i) Trabalho em rede Segundo pesquisa AURP - 2005/2006, sete em cada dez parques tecnológicos dedicam parte da equipe de funcionários promovendo enlaces e atividades de comercialização de tecnologia com universidades parceiras. j) Modelo de gestão Os mecanismos de gestão estratégica/administrativa são desvinculados de seus mantenedores. Em geral são instituições sem fins lucrativos, administradas de forma profissional tornando os parques tecnológicos auto-sustentáveis. ANEXO 1 54 RELATÓRIO I Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior Segundo informações AURP 2005/2006: • 36,1% dos parques tecnológicos americanos operam com orçamento inferior a 1 milhão de dólares por ano, 29,2% possuem orçamento entre 1 e 3 milhões de dólares e 15,3% têm orçamento entre 3 e 6 milhões de dólares. • Enquanto 5,6% dos parques tecnológicos consomem entre 6 e 15 milhões de dólares para operar durante um ano, 13,9% superam 15 milhões de dólares em orçamento anual. • Em geral, 59,4% das despesas correntes são custeadas pelas atividades operacionais do próprio parque, outros 20,4% são recursos das universidades, 12,1% do governo e 8,1% de fundações. 3.2.1.2 Reino Unido Diversas características marcam a 2ª geração de parques científicos e tecnológicos surgidos no Reino Unido a partir dos anos 80, reproduzindo-se iniciativas bem sucedidas, em locais e setores tecnologicamente dinâmicos. O liberalismo britânico de meados da década de 80 revelou um grande problema para as universidades britânicas, que sofreram cortes em seus orçamentos, uma solução encontrada foi buscar transformar conhecimento científico em negócio, possibilitado através de uma maior aproximação entre meio empresarial e acadêmico, Cambridge Science Park consolidado a partir da concepção de parques científicos. Além disto, há casos em que a implantação de parques tecnológicos ocorre em regiões dominadas pela recessão ou em declínio industrial. No Reino Unido são mais de 100 parques de ciência que somam aproximadamente 2.200 companhias (sendo 200 multinacionais), cabe ressaltar que o volume de emprego praticamente dobrou entre 1999 e 2005, passando de 30.000 para 60.000 segundo a UKSPA. a) Relação com centros promotores de conhecimento de qualidade O surgimento de parques científicos permanece fortemente ligado às universidades ou centros de pesquisa, sendo que houve uma evolução na forma de gestão e planejamento destes parques de modo a promover o desenvolvimento de determinadas regiões. Há uma estratégia nacional para que isto aconteça. A Agência de Desenvolvimento da Regional de South West na Inglaterra, por exemplo, desenvolveu toda uma estratégia para a criação de incubadoras e parques ANEXO 1 55 RELATÓRIO I Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior científicos de modo a criar as condições certas para estimular a inovação e a clusterização de negócios. (17) Alguns parques científicos, a exemplo do caso de South West na Inglaterra, são iniciativas que visam apoiar negócios e transferir tecnologia para empresas grandes e internacionais, desde que estas tenham um link e uma interação muito próxima e específica com um centro de geração de conhecimento. Este link é formal e operacional. (17) b) Posição no fluxo tecnológico Sendo vinculados às universidades e centros de pesquisa, a posição no fluxo tecnológico atende aos setores de ponta com grande demanda de conhecimento científico: ciências biológicas, TIC, Tecnologia ambiental, tecnologias industriais, energia e materiais. c) Grau de especialização Criados por universidades e instalados em suas proximidades, são caracterizados por possuírem pouca atividade manufatureira, focalizando atividades de P&D e laboratórios e centros de desenvolvimento de empresas. d) Empresas "alvo" Segundo a UKSPA, aproximadamente 20% das empresas instaladas em parques científicos e tecnológicos do Reino Unido são originárias de centros universitários, 58% das empresas tem origem no entorno dos parques, 7% são originárias de outras regiões do país e apenas 5% são empresas oriundas de outras nações. Quanto à qualificação das empresas e/ou organizações instaladas em parques tecnológicos, 59% são empresas locais, 11% são subsidiárias de grandes empresas e outras 11% são unidades de institutos de pesquisa e desenvolvimento. Aproximadamente 53% das empresas possuem entre 1 e 5 funcionários, 21% entre 6 e 15 funcionários, 17% das empresas geram entre 16 e 50 empregos diretos, 7% geram entre 51 e 300 empregos diretos, enquanto apenas 2% das empresas possuem mais de 300 funcionários. e) Mercado objetivo Segundo a pesquisa “Evolução do passado e futuro econômico – contribuição econômica do movimento britânico de parques científicos”, organizado pela UKSPA as empresas instaladas em parques tecnológicos apresentam taxas de crescimento mais elevadas se comparadas a empresas instaladas em outros locais, essas empresas também demonstram uma maior possibilidade de alcançar novos mercados. O aumento da competitividade permite que empresas instaladas em parques britânicos almejem um maior “market-share”, paralelamente a uma maior competitividade em nível internacional. f) Densidade urbana A estratégia de implantação de parques consiste na promoção da interação universidade-empresa, sendo que devido à necessidade de aproximação entre meio ANEXO 1 56 RELATÓRIO I Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior acadêmico e empresarial, a questão da disponibilidade de espaço apresenta limitações. A preocupação com a "regeneração urbana e econômica" fez com que o surgimento de novos parques tivesse sua expansão para regiões que oferecessem grandes áreas verdes (parklands), ou mesmo os chamados parques suburbanos, de tamanho mediano, mas que ofereciam a vantagem de moradias agradáveis e próximas dos parques. (06) g) Espaço e infra-estrutura A Infra-estrutura é um elemento chave para o sucesso dos parques científicos e tecnológicos britânicos, que contam com rede de fibra ótica e comunicação moderna, além de sistema de telecomunicações sofisticado. A proximidade de aeroportos permite e facilita a internacionalização dos negócios, do mesmo modo que a proximidade com IES e centros de pesquisa é apontada como um fator relevante para o desempenho do parque, por serem estas instituições as grandes provedoras de serviços e infra-estrutura para a pesquisa e desenvolvimento. A expansão geográfica para fora dos limites dos parques varia bastante, dependendo das características do tecido urbano e do relacionamento requerido, mas sempre é empreendida por parcerias entre IES ou Institutos de Pesquisa e as empresas potenciais dos parques. (06) h) Portifólio de serviços às empresas de base tecnológica Os parques científicos do Reino Unido oferecem na sua maioria, a grande vantagem da proximidade com as IES ou centros de pesquisa. Nesta relação, oferecem mãode-obra altamente qualificada (os pesquisadores participam do desenvolvimento das soluções), além de infra-estrutura laboratorial e mecanismos como incubadoras de empresas. Empresas instaladas em parques científicos britânicos utilizam-se de acesso facilitado a venture capital e angel finance para estabelecer seus negócios a um grau significativamente mais elevado do que companhias situadas fora de parques. i) Trabalho em rede As parcerias público-privadas em forma de joint-ventures entre as IES, institutos de pesquisa, empresas privadas de pesquisadores públicos e/ou empresas privadas são o formato institucional para estabelecer as parcerias e projetos de cooperação. Cabe destacar que historicamente o Reino Unido estabelece um forte networking e uma relação universidade-empresa informal. Os Conselhos Regionais de Pesquisa são peças fundamentais no estabelecimento do trabalho em redes. j) Modelo de gestão Os parques científicos são geridos, na sua maioria, por empresas privadas (jointventures) formadas exatamente para fazer a gestão e operação dos parques. (05) ANEXO 1 57 RELATÓRIO I Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior 3.2.1.3 França Os Parques Tecnológicos de segunda geração surgiram na França de forma planejada, apoiados em políticas de incentivo a implantação de parques, incubadoras, centros de inovação, e mais recentemente a pólos de competitividade. Alguns dos parques de primeira geração evoluíram e reposicionaram-se estratégicamente contribuindo para a consolidação destes mecanismos na França. Biocitech Os Parques Tecnológicos de segunda geração foram incentivados pelo governo como forma de mecanismos de inovação e estímulo à vantagem competitiva regional, nacional e internacional. A maioria dos parques desta geração estão posicionados junto a um pólo de competitividade. Os três parques analisados na primeira geração - Sophia Antipolis (com maior destaque), Parque de Labège Innopole (1975), ZIRST de Meylan (1972), também foram foco de análise na segunda geração por se tratarem de parques que evoluiram, replanejaram-se, fazendo parcerias com institutos, universidades, etc..Além destes parques foram analisados o Biocitech (Pólo de competitividade MediTech Santé) e Technopole de l'Aube en Champagne, BIOPARC Lyon. a) Relação com centros promotores de conhecimento de qualidade Diversas iniciativas de parques e technopoles surgiram na França por intermédio de renomadas universidades como, por exemplo, a Technopole de l'Aube en Champagne criada pela Universidade Tecnológica de Troyes. (10a), (10b), (10c), (10d). Algumas regiões francesas como Toulouse e Montpelier desenvolveram parques tecnológicos próximos as suas universidades; (07),(08) Os parques estão cada vez mais próximos de centros de pesquisa e instituições de ensino. Pode-se citar o Parque Tecnológico de Lyon, o BIOPARC Lyon como exemplo de parque tecnológicos inserido no contexto de suporte ao desenvolvimento de pólos de competitividade - especialmente na área de Biotecnologia. (08), (09) b) Posição no fluxo tecnológico O Governo francês apresenta os parques tecnológicos como mecanismo de suporte e estimulo a criação de empresas/ projetos inovadores. Os parques, assim como os pólos de competitividade, as incubadoras, etc., são atores essenciais no processo de inovação tecnológica na França, bem como em seu processo de transferência. ANEXO 1 Fonte: Extraído de BRUNET, Michel. 2005 58 RELATÓRIO I Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior c) Grau de especialização São parques especializados em setores de ponta e portadores de futuro. Com relação a este posicionamento, pode-se citar o caso de parques altamente especializados, commo é o caso do Biocitech e o BIOPARC Lyon. d) Empresas "alvo" Atração, criação e consolidação de empresas inovadoras em diversas áreas de atuação a exemplo de biotecnologia, TIC, nanotecnologia, fármacos entre outros. e) Mercado objetivo O governo francês vem desenvolvendo por meio de editais específicos a criação de pólos de competitividade. Atualmente são 66 pólos, dos quais, 16 são tem atuação mundial (ou com vocação para atuação mundial) e os demais com vocação nacional ou regional. Estes pólos são formados principalmente por parques tecnológicos, centros de pesquisa, academia, empresas que possuam reconhecimento como líderes mundiais, nacionais ou regionais, incontestáveis em sua área de atuação, possuindo uma visibilidade e um posicionamento mundial, nacional ou regional, visando a cooperação para o desenvolvimento de projetos de P&D. Exemplo: Aerospace Vallée-Valley (Aeronáutica, espaço e sistemas embarcados), Lyon Biopôle (Diagnósticos, vacina e bi-medicamentos), MédiTech Santé (Saúde e fármacos), Minalogic (nanotecnologia e software), SCS (TIC), System@tec (TIC), (02) f) Densidade urbana Desenvolvidos principalmente em regiões com forte proximidade a universidades e centros de pesquisa, os parques tecnológicos franceses, geralmente estão posicionados em locais que disponibilizem mão-de- obra qualificada (08) g) Espaço e infra-estrutura Contam com espaços para pré-incubação, incubação e instalações de empresas inovadoras, suporte jurídico e administrativo, acesso a rede de negócios, acesso a fontes de financiamento e outras estruturas de serviços (business services). h) Portifólio de serviços às empresas de base tecnológica Os Parques Tecnológicos (ou tecnopólos) na França atuaram de forma a organizar uma rede econômica e um “celeiro” de empregos, oferecendo à empresa inovadora respostas à suas necessidades. Na sua grande maioria os parques franceses oferecem os seguintes suportes ou serviços para as empresas inovadoras: • Hospedagem (papel das incubadoras); • Suporte para as empresas encontrarem locais próprios após 3 à 4 anos de existência, após saírem da incubadora; • Cadastro de fornecedores, para que as empresas possam encontrar os fornecedores de que necessitam ; • Auxílio para que as empresas encontrem pessoal qualificado, bem como escritórios de consultoria em RH para fazer contratações; ANEXO 1 59 RELATÓRIO I Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior • Articulação para as empresas encontrarem capital inicial, de risco e de desenvolvimento; • Serviços de auxílio para que as empresas tenha maior acesso a bancos para o financiamento de curto prazo; • Serviços que possibilitem as empresas encontrarem organismos de apoio e de financiamento da P&D; • Cadastro de especialistas de acompanhamento de empresas: consultores jurídicos, advogados, profissionais de contabilidade, etc. i) Trabalho em rede Pode-se identificar na França iniciativas que visam o trabalho cooperativado de maneira estratégica. Na região de Provance- Alpes - Cotê d'Azur criou-se o Club de Technopôles et Technoparcs de Provance- Alpes - Cotê d'Azur visando o trabalho colaborativo que estimule a competitividade em rede. São participantes deste clube além de Sophia Antipolis, L'Agroparc d'Avignon, Le Parc Scientifique et Technologique de Marseille-Luminy, entre outros. (08), (09) Inicialmente o relacionamento entre investidores dos parques e das indústrias se dava principalmente por meio de uma rede de contatos informal, com o crescimento do número de parques criou-se a RETIS – Réseau National des Technopoles, Incubateurs et Centres d’Entreprises et d’Innovation de France, que disponibiliza entre outros serviços uma série de vantagens a seus associados (09) j) Modelo de gestão Em um ambiente, como a região metropolitana de Montpellier, que possui muitos parques tecnológicos e outras iniciativas assemelhadas (incubadoras e Business Innovation Centers), uma organização de nível hierárquico superior a essas iniciativas, é a responsável pela administração dos parques em nome da comunidade. (10a), (10b), (10c), (10d) No caso do Sophia Antipolis, a gestão interna do parque é exercida por uma empresa estatal com participação privada, a Sociedade de Economia Mista Sophia Antipolis, encarregada de assuntos como urbanização, manutenção e organização da base física, comercialização de imóveis, serviços básicos às entidades residentes e pela própria representação do parque. A gestão estratégica é exercida pela Agência de desenvolvimento Econômico de Côte d’Azur, do Governo do Departamento dos Alpes Marítimos que busca atrair investimentos e presta assistência a empreendimentos interessados em implantarem-se na região. Ainda envolvem-se na gestão estratégica, a Câmara de Comércio e Indústria de Nice Côte d’Azur, Maison de I’Enterprise de Sophia Antipolis e a Fundação Sophia Antipolis. 3.2.1.4 Japão Nos parques científicos e tecnológicos japoneses de segunda geração, os resultados colhidos ao longo de 10 anos do programa Technopolis, resultaram em mais de 700 novas empresas (de base tecnológica) em regiões fora da área metropolitana além de um fortalecimento industrial local. O programa estimulou ANEXO 1 60 RELATÓRIO I Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior ainda, a formação de PCTs como instrumentos de uma política nacional, orientado para o desenvolvimento de regiões e a expansão econômica regional. Segundo o NISTEP no Japão, 70 PCTs foram inicialmente organizados em três classes baseadas em seu grau de especialização; os Centros de Inovação, Parques Científicos e Parques de Pesquisa e Desenvolvimento. Diferentemente da Alemanha e Reino Unido onde houve um maior estabelecimento de parques focados na criação de indústrias de alta tecnologia, no Japão, uma grande parte, 69% dos PCTs do tipo Centros de Inovação, são estabelecidos para dar suporte a pequenas e médias empresas existentes. Neste caso existem 45 incubadoras que assumem a gestão desses empreendimentos. No Japão, cerca de 58% dos PCTs do tipo Science Parks estão focados em atrair indústrias de alta tecnologia além de prover suporte a empresas. Já para os PCTs do tipo P&D Parks, aproximadamente 72% deles foram estabelecidos para dar suporte às atividades dos centros de inovação e também das indústrias de alta tecnologia. De todos os Centros de Inovação e Science Parks, menos de 38% tem como objetivo o processo de incubação de empresas como foco de operação, ao invés de aplicar recursos de Ciência e Tecnologia junto a indústria segundo o NISTEP. Com o propósito que PCTs tornem-se alternativas eficazes para parques industriais em desenvolver economia intra-regional, estão sendo desenvolvidas uma variedade de PCTs alinhadas às circunstâncias econômicas e as reservas de recursos de C&T disponíveis. a) Relação com centros promotores de conhecimento de qualidade Os primeiros Science Parks japoneses nasceram no contexto do Programa Technopole, ao contrário de cases como Silicon Valley e Cambridge, cuja participação efetiva de universidades e centros de conhecimento foram vitais para seu posicionamento e sustentação. No Japão, o processo de criação de PCTs, mais específicamente os de segunda geração, foi induzido pelo governo junto aos centros promotores de conhecimento. Esses parques instalaram-se como núcleos dos primeiros clusters industriais, fomentando o desenvolvimento dos mesmos. (11) Em comparação aos parques científicos americanos, a maioria dos Science Parks japoneses estão pouco relacionados às universidades, onde o governo recomenda fortemente a construção de centros de pesquisa nesses parques. Tais centros são dotados de laboratórios e facilidades de incubadoras, além de assumir o papel de liderar pesquisas e intercâmbios entre pesquisadores bem como uma função educacional. São vitais para conectar outros centros de pesquisa, estimulando a atuação em rede.(11) Neste contexto, os centros de P&D e as universidades assumem papel secundário na segunda geração de PCTs, tornando-se em muitos casos, uma conseqüência do complexo empresarial estabelecido. Os PCTs muitos deles originados pelo programa Technopolis, apresentam como funções principais na segunda geração, as seguintes características: • ANEXO 1 Centros de suporte em atividades de P&D e de colaboração entre indústrias operando nesse ambiente. 61 RELATÓRIO I Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior • Exercem função central de pesquisa, disponibilizando espaço para institutos de pesquisa do setor público, privado e academia desenvolverem suas atividades. Criam como conseqüência, Centros de Transferência de tecnologia em PCTs. b) Posição no fluxo tecnológico A inovação tecnológica proveniente dos PCTs, em especial nos parques de segunda geração, iniciou através da maior interação em atividades de P&D entre o governo central e os parques, baseado num processo de integração em redes de pesquisa estimulando a transferência de alta tecnologia de regiões metropolitanas como Tókio e Nagóia para regiões menos favorecidas. A maioria dos parques científicos, não geram nenhum tipo de receita, mas são fundamentais para a gestão de seus centros. A razão neste caso, é influenciada diretamente pelo fator localização tanto quanto as atividades de P&D. Um exemplo é o caso do Tsukuba Reseach Consortium – TRC que iniciou em 1995, onde a vantagem de localização junto ao Tsukuba Science City, acesso a institutos nacionais de pesquisa e proximidade geográfica com Tokyo permitiram criar e dinamizar uma rede local de P&D, posicionando a cidade como destaque na liderança tecnológica no país. De forma geral, os PCTs ainda encontram-se em estágio de desenvolvimento, onde menos de 20% dos 158 parques estão aptos a competir com PCTs dos EUA e União Européia. Um diferença fundamental é que os PCTs japoneses foram artificialmente implantados, e em muitos casos distantes de centros de conhecimento. Entretanto, a estratégia de expansão permitiu criar novos pólos em regiões mais afastadas, estabelecendo pontos de criação de um sistema de rede onde a capacidade de P&D dos grandes centros foram transferidas para essas áreas. Desta forma, o Japão criou maior referência junto aos centros metropolitanos, reforçando a posição dos centros de P&D e implementando simultaneamente a capacidade tecnológica e o desenvolvimento econômico regional através da transferência de alta tecnologia para estas regiões. Neste modelo de atuação, os PCTs japoneses posicionam-se como entidades de inovação tecnológica, passando de seguidores rápidos para líderes de um processo de transformação nacional, num contexto de competitividade mundial. c) Grau de especialização Relação forte e clara especializando-se no segmento industrial. São exemplos desta natureza, o caso da cidade de Tsubame que aperfeiçoou o tecido industrial da cidade e o caso do desenvolvimento industrial da cidade de Sakaki - Cho, onde em ambos os casos aconteceram a especialização ainda maior das atividades produtivas, criando um efeito de ativação macroscópico em toda região industrial.(12) Isso só foi possível devido à base técnica e industrial acumuladas, que permitiram com que as pequenas e médias empresas promovessem essa mudança. O processo de especialização nos parques de segunda geração, sofreu um processo ANEXO 1 62 RELATÓRIO I Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior de classificação a partir de funções semelhantes, agrupadas em 3 tipos básicos de PCTs, assim compreendidos: I. Centros e Inovação – Possuem as facilidades de um processo de incubação provendo suporte aos empreendimentos e indústrias, possuindo ainda facilidades e institutos de pesquisa e intercâmbio. Entretanto eles não possuem áreas reservadas para que empresas estabelecidas possam expandir seu negócio, incluindo atividades de produção no mesmo local, ou áreas para implantação de novos institutos de pesquisa externos. Eles podem ser descritos como bases de desenvolvimento industrial metropolitano, conduzindo pesquisa e desenvolvimento tecnológico junto a universidades, institutos de pesquisa públicos e institutos de educação avançada, sendo apontados como mecanismos de desenvolvimento econômico intra-regional através de aplicações industriais dos recursos de ciência e tecnologia. II. Parques científicos - Possuem as mesmas facilidades de uma incubadora em apoiar o desenvolvimento de novos negócios, além de facilidades específicas nos parques. Com uma área relativamente grande, destinado a concentração de institutos de pesquisas e atividades de P&D orientado a negócios, estes ainda possuem salas para empresas que passaram pelo estágio de incubação e querem expandir seus negócios, grandes áreas destinadas ao desenvolvimento de base industrial, além de outras áreas de convivência. Muitos desses parques são construídos nas regiões vizinhas de universidades, com uma concentração de institutos de pesquisa, implementando através de ações cooperadas, um conjunto de aplicações junto a indústria promovendo ativamente a inovação tecnológica nas empresas existentes. III. Parques de Pesquisa e Desenvolvimento – Complexo de pesquisa construído para oferecer facilidades de pesquisa, junto a institutos de pesquisa do setor privado, universidades e institutos públicos de pesquisa, porém sem as facilidades de um processo de incubação. Naturalmente a localização e infraestrutura oferecida é diferente dos parques industriais. O acesso a outras facilidades mais urbanas é tão importante quanto o acesso a transporte, ambiente residencial, de convivência e natural. O estabelecimento de fundações para suporte à produtividade intelectual é um dos elementos chave desses parques. A função de intercâmbio de pesquisas nesses parques, promove a capacidade regional em Pesquisa e Desenvolvimento, além de outras entidades de P&D orientadas por empresas fora da região. Em todos os casos, os tipos de parques tem se tornado importantes ferramentas para inserir a indústria num contexto de desenvolvimento econômico regional, ainda mais especializado em segmentos de alta tecnologia como semicondutores, TIC, espacial e robótica. d) Empresas "alvo" O foco de desenvolvimento está orientado para as pequenas e médias empresas inovadoras, a partir de uma indústria instalada, com base técnica existente e à criação de ambientes para desenvolvimento de novas empresas de tecnologia. (12) As principais empresas dos PCTs são em sua grande maioria, composta por um mix de empresas jovens e de pequenas e médias empresas existentes que estão ANEXO 1 63 RELATÓRIO I Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior buscando novos campos. Efetivamente apenas um número muito pequeno de parques, buscam abrigar em suas incubadoras, empresas novas ou nascentes. Em função adicional para criar novos negócios, os PCTs estimulam industrias nascentes e as utilizam para desenvolver novos negócios com maior capacidade de amadurecimento. Neste sentido, há uma grande diferença de função e objetivos com os PCTs americanos e Europeus, que assumem o empreendedorismo como a semente que se transformará no início de um novo negócio. A média para abrigar empreendimentos no parque é de 3 anos em 56% dos PCTs, com 24% por um período máximo de 5 anos. Apenas uma incubadora provê assistência de transferência das empresas para novos negócios. e) Mercado objetivo Foco em mercados regionais asiáticos e de atendimento interno ao mercado japonês. A capacidade dos atores locais, tornou-se a mais importante regra de fortalecimento da competitividade nacional, numa estrutura econômica globalizada. Alinhado a essa tendência, o Japão tem se tornado entusiasta da promoção de sua capacidade tecnológica própria tanto quanto a sua competitividade regional, criando uma comunidade dinâmica e inovadora. Como foco secundário, afim de manter a competitividade perante seus maiores concorrentes, como os EUA e União Européia no mercado globalizado, o Japão desenvolve e atua em mercados globais com produtos e serviços com perfil customizado para estes mercados . Neste caso, qualidade e inovação associado a preços competitivos são os fatores líderes do processo. (12) f) Densidade urbana Os parques científicos são totalmente integrados ao meio urbano, com o propósito de estimular a C&T nas regiões e criar mecanismos internos de indução ao desenvolvimento local. A estrutura de redes de trabalho, integrando prefeituras locais, empresas públicas e privadas e institutos de pesquisas existentes, criam ações cooperadas que atraem investimentos para melhorias de infra-estrutura e qualidade de vida desses centros urbanos.(11) Na década de 90, 158 parques foram estabelecidos no Japão onde em quase sua totalidade alocadas em áreas urbanas ou que promoveram a urbanização por todo o país. (11) Somente nestas ações, cerca de 43% de 640.000 pesquisadores no Japão (1994) atuam em institutos de pesquisas e universidades locais, adensando as regiões e demandando níveis de urbanização adequados as suas necessidades. g) Espaço e infra-estrutura A partir de 1998, foi registrado um aumento de cerca de 50% no surgimento de parques científicos, principalmente nas regiões de Kanto e Kyushu por apresentarem uma estrutura governamental mais dinâmica. Esse processo, incentivou solicitações por parte de outras regiões, que pretendiam o estímulo à parques com marcas menos reconhecidas.(11) ANEXO 1 64 RELATÓRIO I Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior Neste sentido, o governo proporcionou a criação de infra-estruturas tanto dos PCTs quanto das regiões de entorno, criando acessos e incentivando ao máximo, novos investimentos em infra-estrutura aeroviária, marítima e rodoviária. A conexão entre as regiões estimuladas pelo programa de C&T, permitiu que a rede de trabalho fosse viabilizada, criando fluxo tanto de pessoas quanto de conhecimento a partir dos centros metropolitanos. h) Portifólio de serviços às empresas de base tecnológica Os principais serviços oferecidos pelos PCTs japoneses, incluem serviços de consultoria especializada como planejamento e desenvolvimento de empreendimentos, finanças e tecnologia. Outros serviços financeiros como Venture Capital e subsídios, são normalmente oferecidos na Europa e Estados Unidos, no caso japonês apenas suporte técnico e assitência são oferecidos e pouco utilizados por instituições externas aos PCTs. Neste aspecto, existe uma política de serviços financeiros detalhados, voltado principalmente para empresas emergentes e em vários estágios de crescimento. Na maioria dos casos, cerca de 67% das empresas emergentes tem seu Head Office localizado fora das incubadoras dos PCTs, e cerca de 65% desses empreendimentos mantém-se nesse estágio durante cerca de 3 anos após estabelecidas. i) Trabalho em rede A existência de redes regionais é um importante fator de competitividade presente nos parques científicos japoneses. Estas redes, representam um direcionador de desenvolvimento e envolvem a disponibilidade de recursos humanos locais. (12) Uma rede de negócios conectando empresas de trades similares, universidades e escolas vizinhas, além das facilidades públicas, os auxiliam em suas habilidades e complementam um ao outro no campo do desenvolvimento tecnológico através da troca de experiências entre si. A rede conecta empresas na mesma linha de negócios, criando um sentimento de compartilhamento da mesma riqueza e de competição entre todos. (12) Esta capacidade ainda não se limita somente à região, porém estimula a relação de negócios e de comunicação entre regiões. (12) Nos PCTs japoneses de segunda geração, o trabalho em rede passa a ser consolidado tanto entre as empresas instaladas nos parques, quanto entre os parques e destes com instituições de pesquisa e governo. A base de relacionamento foi construída, observando-se uma demanda crescente em desenvolvimento e inovação tecnológica por parte da indústria. j) Modelo de gestão O modelo de gestão dos PCTs japoneses, foi moldado segundo as necessidades locais e de mercado, sem a existência de um modelo formal para todos os parques implantados. (11) Com autonomia operacional, os modelos de gestão dos PCTs atendem principalmente as necessidade do próprio parque, alinhando às ações de execução, com uma estrutura que reúne entidades locais e o governo, como agentes ANEXO 1 65 RELATÓRIO I Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior participantes que suportam o processo de manutenção e atração de novas empresas. Os modelos de gestão tradicionais baseados nos formatos "Top - Down" / "BottonUp" são obscuros para esses PCTs, possuindo estrutura simplificada e muito semelhante aos tipos de serviços oferecidos por incubadoras ocidentais. Porém, devido as características de sua cultura as formas de gestão são focadas em estabelecer um conjunto de diretrizes que servem de base para construção de Leis.(13) O modelo de gestão continua nos mesmos moldes do modelo de primeira geração, ou seja, não é um programa formal estabelecido junto aos PCTs, contudo pode ser entendido como um processo de desenvolvimento em que o Governo cria condições de implantação, provê incentivos e benefícios locais, como infra-estrutura de qualidade, acesso a recursos e instituicões de apoio. Os PCTs permanecem com modelos de gestão próprios, atuando como uma entidade cada vez mais autônoma, com uma estrutura que reúne entidades locais e o governo como agentes participantes do processo. Seu modelo continua baseado na qualidade dos serviços oferecidos, desde infra-estrutura como o acesso a recursos provenientes de programas governamentais. Contudo, um diferencial em relação aos parques de primeira geração, é a formação natural de lideranças temáticas em C&T como semicondutores e micro eletrônica, atraindo e formando ainda mais empreendimentos de tecnologia locais. Outro aspecto importante no modelo de gestão dos PCTs é o contexto em que estão inseridos junto ao setor de C&T, exercendo desde 1981 um papel de coordenação de recursos junto ao Conselho de Ciência e Tecnologia. Os modelos de gestão de forma geral, estão baseados em efeitos de aglomeração das empresas, atividades de pesquisa conjunta e um ambiente de pesquisa criativa. Constitui ainda um diferencial de operação que os torna atrativo para empresas privadas buscarem inovações junto ao setor acadêmico. Muitos dos PCTs japoneses são geridos por empresas do terceiro setor ou fundações públicas enquanto uma grande porção de parques de P&D sem funções de intercâmbio são geridas por prefeituras ou outras entidades governamentais locais. Cerca de metade das receitas destinadas as despesas operacionais das entidades gestoras de PCTs, é fornecida por subsídios governamentais (31%) e e taxas imobiliárias de locação (20%). ANEXO 1 66 RELATÓRIO I Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior 3.2.2 Papel estratégico dos parques tecnológicos em relação à economia do país e ao desenvolvimento de uma determinada região e/ou setor empresarial – variáveis analisadas 3.2.2.1 Estados Unidos a) Relevância estratégica nacional O impacto econômico total destes parques tecnológicos agrega mais de 31 bilhões de dólares anualmente à economia americana. Apesar de positivo, o impacto em nível de desenvolvimento nacional não é tão expressivo quanto os parques tecnológicos de 1º geração, devido ao nível de desenvolvimento já alcançado pelo país. b) Relevância estratégica regional/setorial Os parques tecnológicos norte-americanos têm funcionando como fomentadores do desenvolvimento setorial, em alguns casos atuando e possibilitando o surgimento de clusters tecnológicos. Para as universidades investidoras trata-se de um bom negócio, que possibilita, inclusive, o desenvolvimento tecnológico e urbanístico do entorno. c) Relevância estratégica local No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes aplicadas aos objetivos do projeto. 3.2.2.2 Reino Unido a) Relevância estratégica nacional No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes aplicadas aos objetivos do projeto. b) Relevância estratégica regional/setorial Os parques científicos de 2ª geração no Reino Unido, começaram a ser planejados de modo a atrair indústrias de alta tecnologia (P&D) para ambientes com benefícios locais em termos de proximidade com uma IES ou institutos de pesquisa. As estratégias de atração de empresas contemplaram a construção de toda uma infraestrutura que projetasse uma imagem de modernidade, buscando conciliar espaços mais amplos fora dos centros urbanos, o que consequentemente promoveu uma regeneração urbana e econômica em determinadas regiões. Cabe salientar que esta estratégia nem sempre funcionou bem, porque o fator chave de sucesso estava no encontro da demanda da indústria (local certo e na hora certa) com o centro de conhecimento provedor dessa demanda. (06) c) Relevância estratégica local Os parques científicos influenciaram as conjunturas infra-estruturais e econômicas nas localidades onde foram implantados. Na 2ª geração de parques científicos ANEXO 1 67 RELATÓRIO I Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior britânicos, há a existência de uma política de atração de empresas. Vários critérios são usados: se o setor industrial prioritário para o parque pode ser relevante para a universidade, IES ou centro de pesquisa em um campo particular de expertise (ex: microeletrônica, biotecnologia e farmacêutica); o link com uma universidade, IES ou centro de pesquisa como pré-requisito de modo a focar em um determinado setor onde as universidades IES ou centro de pesquisa possam ter atividades de comercialização; o foco da empresa esta direcionado à pesquisa e desenvolvimento e não manufatura; a extensão de certas atividades pela empresa instalada (parceira) deve ser examinada e controlada (ex: ampliação de escritório, vendas ou marketing etc.) de modo a manter altos níveis de desenvolvimento tecnológico dentro do parque. (06) 3.2.2.3 França a) Relevância estratégica nacional No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes aplicadas aos objetivos do projeto. b) Relevância estratégica regional/setorial A lei de descentralização de 1982, do ponto de vista do desenvolvimento local repassou para as autoridades locais uma boa parte da responsabilidade em desenvolver científica, econômica e tecnologicamente suas regiões. Esse choque institucional foi um importante estimulador para a abertura de políticas locais inovadoras, que incluíam incentivos a abertura de parques tecnológicos. (21) c) Relevância estratégica local No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes aplicadas aos objetivos do projeto. 3.2.2.4 Japão a) Relevância estratégica nacional No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes aplicadas aos objetivos do projeto. b) Relevância estratégica regional/setorial Nos PCTs de segunda geração, a relevância destes mecanismos adquirem importância mais regional como conseqüência de uma política nacional adotada nos PCTs de primeira geração. Os efeitos desses PCTs resultaram no surgimento e fortalecimento de áreas industriais, criando bases para o desenvolvimento urbano regional orientado para ciência e tecnologia. Com impacto direto em áreas circunvizinhas aos PCTs, foi estabelecido um ambiente propício originado nas primeiras ações, estimulando a formação de novas áreas tecnológicas como a cidade de Tsubame e o desenvolvimento industrial da região de Anan-Cho. (12) ANEXO 1 68 RELATÓRIO I Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior A pré-existência de domínio tecnológico junto a indivíduos e grupos, permitiu que novas habilidades pudessem ser desenvolvidas, criando uma base de experiência junto as PMEs existentes. Um exemplo, é o domínio da tecnologia de processamento da madeira na cidade de Tendo que se tornou referência para o país em segmentos de utensílios domésticos a moradias. Esse efeito em escala nas regiões, criou condições para que organizações pré-existentes, utilizem efetivamente os recursos humanos, onde além da tecnologia, novas habilidades como a criatividade foram estimuladas, formando líderes e empresas inovadoras como na região de Sakai-Cho. (12) Associado as redes de trabalho regionais estabelecidas nos PCTs de primeira geração, estimulou-se a formação de pessoas nas regiões criando relações de suporte inter-regional para a expansão das atividades. Tais redes regionais abertas, estimularam ainda mais o trabalho cooperativo e de interesse mútuo entre as regiões, estabelecendo bases de uma economia em escala e descentralizada. (12) c) Relevância estratégica local No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes aplicadas aos objetivos do projeto. ANEXO 1 69 RELATÓRIO I Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior 3.2.3 Estratégias de implantação dos parques científicos tecnológicos relacionados – variáveis analisadas 3.2.3.1 e Estados Unidos a) Geração espontânea No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes aplicadas aos objetivos do projeto. b) Iniciativa acadêmica Houve o investimento de universidades em parques de pesquisa, como forma de expansão do próprio negócio (comercialização de novas tecnologias). c) Intervenção estatal - nacional No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes aplicadas aos objetivos do projeto. d) Intervenção de entidades regionais A segunda geração de parques norte-americanos contou com iniciativas regionais voltadas à construção de parques tecnológicos. Algumas regiões criaram empresas de capital de risco público dirigindo subsídios do governo para o financiamento de pequenas empresas intensivas em tecnologia (02). Os parques tecnológicos passaram a ser vistos como catalisadores públicos do desenvolvimento tecnológico regional. Nos EUA parques tecnológicos em geral, recebem algum tipo de subsídio público, sendo estes, geralmente parques vinculados às universidades públicas. Os parques privados também podem receber vários tipos de subsídios do governo, como espaço, edifícios, serviços de apoio e infra-estrutura, assim como o desenvolvimento de políticas que favoreçam o desenvolvimento do parque em nível local. e) Intervenção de entidades locais No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes aplicadas aos objetivos do projeto. f) Investimento privado/empresarial O modelo norte-americano de parques tecnológicos tem como destaque a sua capacidade de financiamento, alto índice de viabilidade, partindo do planejamento empresarial, algumas vezes fornecendo benefícios a seus gerentes e administradores, tendo como resultado a independência de financiamento público. Segundo levantamento estatístico da AURP (2005/2006), 12,3% dos parques tecnológicos foram estruturados a partir de fundos de investimento privados e 8,6% dos parques contaram com investimentos de fundações. ANEXO 1 70 RELATÓRIO I Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior 3.2.3.2 Reino Unido a) Geração espontânea No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes aplicadas aos objetivos do projeto. b) Iniciativa acadêmica Estes parques são uma continuação da estratégia das IES e centros de pesquisa na atração de indústrias de alta tecnologia que possam utilizar os resultados das pesquisas dessas instituições ou mesmo abrigar os empreendimentos/ negócios gerados a partir de patentes das IES. O Reino Unido apresentou um relevante crescimento de spin-offs apoiados por universidades. Em 1998, cerca de metade das universidades originaram completamente ou parcialmente suas próprias empresas para a exploração dos resultados de suas pesquisas. No mesmo ano, foi identificado um total de 223 dessas empresas, que em sua maioria, estavam trabalhando nas áreas de biotecnologia, ciências da vida e medicina, estando a engenharia em segundo plano. O foco original dessas empresas era captar mais satisfatoriamente o resultado de patentes. (05). c) Intervenção estatal – nacional Na Europa, principalmente em países como Inglaterra, Escócia, Holanda e Suécia, o governo teve papel de destaque como alavancador na implantação de parques científicos e tecnológicos. Juntamente com as ações promovidas pelo governo destes países, cabe destacar o papel das universidades, as quais na intenção de dar uma maior rentabilidade à geração do conhecimento, tiveram destacada importância para a consolidação de parques científicos e tecnológicos. Os parques tecnológicos europeus estão geralmente estruturados como sociedades limitadas ou anônimas, ou até como fundações, tendo participação de órgãos governamentais, universidades e até instituições financeiras. d) Intervenção de entidades regionais A atividade de pesquisa no Reino Unido está alicerçada no governo por meio de dois grandes sistemas de suporte. O primeiro, são os chamados Conselhos de Educação Superior que são organismos separados para a Inglaterra, Escócia, Wales e Irlanda do Norte. Esses países possuem fundos oriundos dos ministérios responsáveis pela educação, usando-os principalmente para salários de pesquisadores da academia e para infra-estruturas de pesquisa. O segundo são os Conselhos de Pesquisa (Reasearch Councils) que provêem fundos que financiam projetos (inclusive salário dos pesquisadores contratados), treinamentos e centros de pesquisa em uma base competitiva de observação e revisão. Das entidades que criam, geram e operam os parques científicos, destacam-se as IES, os institutos de pesquisa (também com um Conselho), o DERA - Defense, Evaluation Research Agency (composto por 17 estabelecimentos de pesquisa com alta interação com as empresas) e por fim, menos intensamente o Departamento de Corpos de Pesquisa que conta com cerca de 84 institutos. (05) ANEXO 1 71 RELATÓRIO I Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior e) Intervenção de entidades locais No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes aplicadas aos objetivos do projeto. f) Investimento privado/empresarial As parcerias público-privadas em forma de joint-ventures entre as IES, institutos de pesquisa, empresas privadas de pesquisadores públicos e/ou empresas privadas são o formato institucional para estabelecer as parcerias e projetos de cooperação na implantação e operação dos parques. A maioria dos parques passa a ser gerida e operacionalizada por instituições privadas, oriundas dessas joint-ventures. (05) Na 1ª geração de parques os investimentos iniciais originaram-se do setor público (agências governamentais, autoridades locais e universidades). Na 2ª geração, esta configuração se modificou a partir de 1993, como conseqüência do desenvolvimento e gestão dos parques, formando joint-ventures entre as IES ou institutos de pesquisa envolvendo autoridade local, agência de desenvolvimento, empresas instaladas ou investimento do setor privado. (06) 3.2.3.3 França a) Geração espontânea No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes aplicadas aos objetivos do projeto. b) Iniciativa acadêmica No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes aplicadas aos objetivos do projeto. c) Intervenção estatal – nacional Financiamentos públicos foram obtidos para a implantação de parques em universidades francesas, tais financiamentos, foram liberados através de planos de governo nancional estadual e ou mesmo local. O plano inter-regional para o desenvolvimento econômico departamental da Bacia Parisiense contemplou a criação do Technopole de l'Aube en Champagne, em 1997. O poder público em suas ações promoveram a criação de sistemas de inovação locais/regionais. Na França pode-se citar o caso de Toulouse. Nesta cidade inicialmente investiu-se no desenvolvimento do ensino, onde posteriormente com a descentralização promovida pelo governo, obteve-se a elevação do sistema de pesquisa aero-espacial na cidade, o que consequentemente trouxe desenvolvimento para a região. (21), (22). d) Intervenção de entidades regionais No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes aplicadas aos objetivos do projeto. ANEXO 1 72 RELATÓRIO I Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior e) Intervenção de entidades locais As comunidades locais sempre estiveram presentes em decisões de criação de novos parques na França, isso se deve a cultura de regionalismo existente neste país, desde o início de sua história. f) Investimento privado/empresarial No final dos anos 90 as parcerias publico-privadas começaram a receber incentivos. Nesta época o governo inicia incentivos na melhoria da pesquisa e desenvolvimento e na modernização de laboratórios de empresas, visando fortalecer a parceria ciência e indústria. O poder público criou, as redes de Investigação e de Inovação Tecnológica (RRIT) destinadas a intensificar, diversificar a parceria academia e indústria, bem como, favorecer a participação de pequenas jovens empresas na inovação tecnológica aumentando a eficácia das iniciativas públicas existentes em favor da P&D privada. (22) 3.2.3.4 Japão a) Geração espontânea No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes aplicadas aos objetivos do projeto. b) Iniciativa acadêmica No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes aplicadas aos objetivos do projeto. c) Intervenção estatal – nacional O estado ainda predomina e estabelece regras de desenvolvimento, inclusive pela criação de leis que estimulam programas de impacto nacional. Como exemplo, o Programa Technopole que foi criado pelo governo japonês com o propósito de redistribuir o crescimento do país pela promoção do desenvolvimento regional baseado na tecnologia. (13) Foi criado a Techonopole Law estimulando as ações governamentais em desenvolver cidades orientadas para a alta tecnologia. Seu papel é o de desenvolver o crescimento econômico nacional simultaneamente ao fortalecimento e desenvolvimento regional através da promoção da inovação tecnológica. (13) d) Intervenção de entidades regionais Foram criadas entidades autônomas a partir das atividades cientificas, mesclando o domínio de tecnologias e a experiência acumulada em empresas locais, criando o conceito dos primeiros parques tecnológicos como os Techno Parks, criados com a vocação de promover a tecnologia.(12) ANEXO 1 73 RELATÓRIO I Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior e) Intervenção de entidades locais A criação de uma base tecnológica regional de PMEs com domínio de tecnologias específicas, consolidam ainda mais a estrutura de ciência e tecnologia japonesa, ampliando o efeito de desenvolvimento regional. As ações de desenvolvimento, onde os parques científicos e tecnológicos são considerados instrumentos de desenvolvimento nacional, focam principalmente a estruturação do tecido industrial, científico e tecnológico a partir de entidades locais(13). Tais entidades foram criadas como suporte as atividades dos PCTs na maioria dos casos, criando redes dinâmicas de conhecimento e negócios. f) Investimento privado/empresarial Para estímulo das ações que originaram a Cidade das Ciências, o governo estimula o desenvolvimento criando condições de instalação física de atividades locais, através da doação de terras e disponibilização da infra-estrutura. (11) Na 2ª geração como resultado dessas ações, a formação de entidades autônomas a partir dos parques científicos em conjunto com tecido industrial regional, estimularam ainda mais o desenvolvimento com base tecnológica, sendo os pioneiros em apoiar financeiramente e tecnologicamente iniciativas de promoção da inovação tecnológica.(13) As principais linhas de investimento continuam sendo governamentais, principalmente voltado para manutenção dos PCTs. A criação de novos PCTs reduziu nos últimos anos, cujo foco volta-se para a especialização, fortalecimento econômico da região e desenvolvimento de novos negócios. Neste sentido, os investimentos do setor empresarial, compõe um mix balanceado de investimento junto ao governo, entretanto orientado para a expansão mercadológica dos PCTs. ANEXO 1 74 RELATÓRIO I Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior 3.2.4 Arcabouço de políticas públicas e soluções financeiras para estímulo e viabilização dos parques científicos e tecnológicos relacionados – variáveis analisadas 3.2.4.1 Estados Unidos a) Leis e sistemas regulatórios Nos Estados Unidos, até 1980, o processo de transferência tecnológica mostrava-se bastante difícil e pouco recompensador. Tal quadro só começou a ser alterado a partir da aprovação da Lei Bayh-Dole, que mudou radicalmente a história da política científica dos Estados Unidos. Esta Lei deu às universidades e aos pesquisadores o direito de propriedade e patente para os inventos realizados em seus laboratórios que tenham sido desenvolvidos com recursos governamentais. b) Linhas de fomento e financiamento A necessidade do avanço tecnológico frente as demais potências, constituiu-se em um elemento de estímulo ao investimento indireto via demanda estatal. Um exemplo desta natureza relaciona-se ao programa Small Business Innovation Research (1983) que permitiu o avanço tecnológico de pequenas empresas, arranjos e mecanismos de desenvolvimento. Outro fator regulatório, diz respeito ao ato administrativo de parques científicos de 2005 – promulgado pelo senado norte-americano, o qual, faz uma reparação ao ato de inovação tecnológica de Stevenson-Wydler de 1980. Incentiva a implantação de parques científicos nos Estados Unidos, através de empréstimos e de garantias federais. Por este ato, o departamento de comércio dos Estados Unidos, fica autorizado a nos próximos cinco anos conceder US$ 500 mil para planejamento de um parque científico orçado em US$37.5 milhões, cria um programa de empréstimo expansão em parques científicos já existentes no valor de US$ 300 milhões, e estabelece um programa de garantia de empréstimo no valor de US$ 1 bilhão, para a construção de aproximadamente 20 parques científicos de classe mundial. O ato administrativo de parques científicos de 2005 oferece também uma série de incentivos de impostos às firmas que queiram se instalar em parques científicos, incluindo a depreciação acelerada de ativos e um crédito de imposto para as companhias que investirem nas universidades e nos laboratórios que executam a pesquisa. O ato administrativo de parques científicos de 2005 – também estabelece um programa de capital de risco voltado a parques científicos, agregando vantagens a companhias que venham a operar nesse meio. Segundo levantamento estatístico da AURP – 2005/2006, empreendimentos tiveram investimentos públicos em infra-estrutura. 42,1% dos c) Programas educacionais e/ou de apoio à C&T No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes aplicadas aos objetivos do projeto. ANEXO 1 75 RELATÓRIO I Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior d) Políticas de incentivo fiscal Segundo levantamento estatístico da AURP – 2005/2006: A maioria (82.9%) dos parques tem incentivos públicos disponíveis para atrair parceiros. O incentivo público mais comum disponível para atrair parceiros é o incentivo fiscal, com abatimento ou crédito de impostos, seguidos de financiamentos para companhias start-ups e programas de incentivos para suporte de comercialização / transferência de tecnologia. Nesta geração de parques, são também presentes benefícios fiscais para recuperação/dinamismo econômico estendendo os benefícios fiscais para indústrias intensivas em P&D que utilizem-se de suporte em pesquisa. e) Políticas industriais e de comércio exterior No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes aplicadas aos objetivos do projeto. 3.2.4.2 Reino Unido a) Leis e sistemas regulatórios O Reino Unido tem uma longa tradição na interação universidade x empresa, sendo geralmente desejado que a ciência pública contribua para a inovação industrial. (05) No Reino Unido a interação entre as indústrias, comunidades de C&T e os Departamentos do Governo foi prevista em publicação oficial no White Paper on Science, Engineering and Technology (1993) - "Realizando nosso potencial - uma estratégia para a ciência, engenharia e tecnologia". Publicado pelo governo britânico, o paper promoveu intenso debate da comunidade científica, o que originou uma série de proposições e ações: • O comprometimento governamental em ouvir essas comunidades para a formulação da estratégia governamental em C&T e a facilitação ao acesso de programas de apoio à inovação principalmente para as médias e pequenas empresas; • Reforçou o princípio Rotschild - cliente-contratante, acreditando que muitos serviços providos por institutos de pesquisa governamentais podem ser executados pelo setor privado; • Adoção de novos critérios impostos aos laboratórios, uma vez que estes passariam a ser submetidos por rigorosos processos de seleção para que pudessem permanecer públicos; • Adoção de leis e procedimentos relacionados as patentes e aos contratos de emprego, nos quais os governos exercem algum efeito sobre a relação C&T e indústria. • As universidades passam a ser livres para comercializar suas patentes. Não houve na ocasião uma menção específica sobre parques tecnológicos, mas o tema era indiretamente abordado com base na excelência às questões de C&T. Outra questão bastante relevante e de impacto para o empreendedorismo refere-se ao fato de que no Reino Unido é possível se constituir uma empresa em 24 horas, a ANEXO 1 76 RELATÓRIO I Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior um custo baixo, sem a exigência de um capital mínimo, tornando-o muito atrativo quando comparado com outros países europeus. b) Linhas de fomento e financiamento Os instrumentos financeiros oferecem um apoio financeiro indireto às empresas européias, especialmente em MPEs inovadoras. O Fundo Europeu de Investimento (FEI), assegura a respectiva gestão por conta da Comunidade Européia e intervém por meio de intermediários financeiros, bancos e fundos de investimento, garantindo assim um financiamento mais acessível. Os investimentos podem incidir sobre fundos ou instrumentos de investimento promovidos por investidores informais, incubadoras de empresas ou investidores que atuam em mercado de alto risco (business angels). O mecanismo europeu para as tecnologias (MET) apóia as empresas inovadoras e de desenvolvimento rápido em fase de arranque - apoio ao arranque, com capital de lançamento. Apóia as empresas na comercialização dos seus produtos e serviços no mercado e incentiva-as a inovarem. Esses instrumentos financeiros comunitários incentivam as instituições financeiras a concederem empréstimos às empresas inovadoras, graças a instrumentos de garantia baseados na partilha dos riscos, possibilitando, assim, um aumento do volume de crédito disponível para as empresas. Esses instrumentos garantem os empréstimos para desenvolvimentos relacionados com as tecnologias da informação e da comunicação (TIC), que são considerados de elevado risco. Propõem garantias para os micro-créditos a fim de incentivar as instituições financeiras a concederem empréstimos inferiores a 25 mil euros que apresentem um risco elevado e fraca rentabilidade. Outros instrumentos financeiros reforçam as capacidades dos intermediários financeiros, designadamente dos novos Estados-Membros, estimulando desta forma a oferta de capital de risco às empresas inovadoras e às empresas com potencial de crescimento. Tanto o capital de lançamento do programa pluri-anual como o dispositivo de reforço das capacidades do programa para a inovação apóiam os fundos de investimento, melhorando as suas competências técnicas e as suas tecnologias, simultaneamente dando apoio na contratação de pessoal especializado. O Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER) apóia o desenvolvimento das economias regionais, prestando auxílio às pequenas empresas. Recursos europeus conjuntos destinados às empresas de micro a médio porte, previstos a partir de 2007, com a tendência de melhorar o acesso das pequenas e médias empresas ao financiamento nas regiões menos desenvolvidas, contribuem desta forma para a criação de novas empresas, em setores de atividades inovadoras. São exemplos destes recursos: • Joint European Resources for Micro-to-Medium Enterprises - JEREMIE propõe sistemas de garantia do crédito, mas também financiamentos em fundos próprios e em capital de risco; • Programa de Competitividade e Inovação (CIP), baseado na decisão 1639/2006/CE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 24 de outubro de 2006: O Mecanismo desenvolvido em favor das micro e pequenas empresas inovadoras e de elevado crescimento, facilita a oferta de capital de lançamento e de arranque para MPEs em fase inicial, além de facilitar, como elemento novo introduzido pelo CIP, a oferta de “capital de acompanhamento” ANEXO 1 77 RELATÓRIO I Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior durante a fase de expansão. O Mecanismo de Garantia a favor das MPEs, por sua vez, facilita o acesso destas ao financiamento através de empréstimos (ou substitutos de empréstimos, como a locação financeira), a micro-créditos e a fundos de capital privado ou semi-privados. Este mecanismo comporta igualmente uma nova vertente de titularização das carteiras de créditos bancários, que permite mobilizar meios suplementares de financiamento das MPEs através de empréstimos. A estrutura de investimento em ciência e inovação tem a expectativa de elevar os gastos com P&D no Reino Unido de 1,9% do Produto Interno Bruto para 2,5% do PIB entre 2004 e 2014. c) Programas educacionais e/ou de apoio à C&T São exemplos de iniciativas patrocinadas pelo governo e os conselhos de pesquisa voltadas a educação e apoio à C&T do Reino Unido: I. LINK - oferece uma estrutura well-established para a colaboração entre setores públicos e de sustentação da C&T nas áreas de importância estratégica à economia nacional; II. O Foresight Programme (originalmente, Technology Foresight Programme) anunciado no White Paper on Science, Engineering and Technology (1993) é controlado pelo Escritório da Ciência e da Tecnologia e o alvo explícito é o crescimento da interação entre a indústria e da academia. III. A University for Industry (UFI) tem como alvo central agir como um distribuidor da instrução, facilitando o acesso à instrução e treinamento e também, estimulando produtos inovativos e a demanda e de novos serviços. A previsão era treinar especialistas para componentes automotores; multimídia; tecnologia e serviços ambientais e comércio. IV. A Company Universities - programa baseado em modelos americanos bem sucedidos, como por exemplo a Universidade da Motorola e a Universidade da Ford. A criação de tais universidades permitiu que as companhias desenvolvessem uma aproximação mais sistemática à instrução e ao treinamento de sua equipe de funcionários. A designação do título “universidade” foi quase uma ferramenta interna do marketing para enfatizar o compromisso da empresa ao ensino de alta qualidade. V. Outro programa de apoio foi a Teaching Company Scheme (TCS) que vem conseguindo fazer com que as instituições de ensino se tornem capacitadas a prover a demanda das empresas (PMEs). VI. A Higher Education Support for Industry in the North (HESIN) caracteriza-se como um consórcio indústria-academia local. VII. Knowledge House fornece uma relação que conecta as universidades e a indústria no nordeste do Reino Unido. Sua tarefa é incentivar as empresas locais a examinarem as vantagens dos recursos das seis universidades no nordeste. VIII. A Casa do Conhecimento - funciona como um serviço central, para coordenar e dar respostas à indústria local. Fornece serviços rápidos e confidenciais de respostas. A sustentação pública é substancial (subsídio). ANEXO 1 78 RELATÓRIO I Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior Há outros programas envolvendo universidades no Reino Unido todos com grandes possibilidades de estimular e viabilizar os parques tecnológicos tendo em vista a proximidade e o papel relevante desempenhado por essas instituições. A estratégia do governo para promoção da ciência e inovação envolve grande responsabilidade no financiamento público da pesquisa de base, transferindo conhecimento científico para empresas e negócios. O Fundo de Inovação para Educação Superior apresenta aproximadamente R$ 440 milhões para serem investidos ao ano entre 2007/2008. d) Políticas de incentivo fiscal O governo britânico tem intensificado o corte de impostos incidentes sobre empresas, beneficiando empresas start-ups, pequenas e médias empresas e grandes corporações. É destacada a existência de linhas de subsídio para pesquisa e desenvolvimento, beneficiando estudantes universitários e redes de transferência tecnológica. Entre as novas medidas, o Reino Unido tem um destacado sistema de créditos de impostos voltados a beneficiar empresas que apresentem dispêndio com pesquisa e desenvolvimento, estimado em aproximadamente 200 milhões de libras esterlinas em favor do meio empresarial. A taxa de crédito de imposto em P&D atingirá 175% acumulado sobre o valor do dispêndio em P&D para companhias pequenas e 130% para companhias grandes em abril de 2008. Ao mesmo tempo, o tamanho da companhia que pode se beneficiar da maior taxa de crédito de imposto para P&D dobrará, de empresas com 250 empregados para empresas com 500 empregados. e) Políticas industriais e de comércio exterior No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes aplicadas aos objetivos do projeto. 3.2.4.3 França a) Leis e sistemas regulatórios A Lei de Inovação (1999) - entre outras ações, contemplou o estímulo à inovação e mobilidade entre empresa e academia. As diversas alterações e evoluções dessa lei, resultaram no que hoje a França chama de Plano para Inovação. Outro instrumento, a Lei de Jovens Empresas Inovadoras, mesmo não contemplando diretamente a criação de parques alavancou a criação de empresas que se instalaram nestes ambientes, o que conseqüentemente, favoreceu o desenvolvimento dos mesmos. Este dispositivo sofreu complementações por duas vezes: em 2003, através de um plano de ação de incentivo à Inovação, criando o estatuto “Jovem Empresa Inovadora” e abrindo as portas para diversas medidas de apoio; e em 2006 através da “Lei de Programa para a Pesquisa” que reorganiza completamente a pesquisa, intensifica sua dinâmica de inovação e visa favorecer o desenvolvimento da pesquisa privada. (09) ANEXO 1 79 RELATÓRIO I Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior b) Linhas de fomento e financiamento A França conta com Bussiness Angels, capital de risco, capital de desenvolvimento entre outros. Além de linhas de financiamento disponibilizadas pela ANVAR, desde 2004, o governo francês por meio de editais de fomento vem instituindo os pólos de competitividade. Estes pólos são apoiados financeiramente pelos principais fundos públicos para promoção de P&D: Fundos interministeriais - DGE, Agência de Inovação Industrial - AII, OSEO-Anvar, Agência Nacional de pesquisa. O investimento público, entre 2006 a 2008, para o desenvolvimento dos pólos de competitividade é de 500 milhões de euros/ano e faz parte dos esforços da França (em coerência com a estratégia européia de Lisboa) de aumentar os investimentos governamentais em P&D até 3% do PIB. (15). No caso dos pólos os principais financiamentos são destinados a apoiar projetos destinados a P&D. As exonerações fiscais e uma parte dos créditos de intervenções são reservados as empresas implantadas nas zonas de pesquisa e desenvolvimento pólos participantes de projetos de P&D. (08), (09). c) Programas educacionais e/ou de apoio à C&T A França possui um sistema educacional de alta qualidade, o governo mantém programas de bolsas para pós-graduação. Um dos exemplos da importância da educação superior na França é programa de bolsas CIFRE. O país conta desde 1980 com a Associação Bernard Gregory (ABG) que vem desenvolvendo ferramentas para a inserção de doutores nas indústrias francesas. O governo francês auxilia com subvenções, inclusive auxílio financeiro às empresas para que as mesmas contratem alunos da pós-graduação. Deste modo tem-se a formalização de contratos de trabalho CDD - 36 meses e o CDI, o salário mínimo é de 20. 215 € /ano, sendo o custo para a empresa é de 29. 270€/ano. Cabe citar ainda o convênio ANRT aonde o tempo de convênio é de 36 meses no máximo e o governo oferece uma subvenção de 14.635 €/ano durante os três anos. Esse posicionamento do governo contribui indiretamente para a formação de empresas inovadoras, muitas delas localizadas em parques tecnológicos.(09) d) Políticas de incentivo fiscal No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes aplicadas aos objetivos do projeto. e) Políticas industriais e de comércio exterior O modelo francês atual de inovação tecnológica enfatiza a necessidade de mobilização de diversos atores da sociedade, e deixa claro que os parques tecnológicos são importantes mecanismos para criação e favorecimento da inovação. Os parques tecnológicos são importantes instrumentos de políticas industriais, sobretudo, pela importância que ocupam em setores estratégicos como os de biotecnologia, TIC, nanotecnologia e de fármacos. Na França os investimentos em inovação recebem atenção especial do governo em suas diversas esferas. Os parques tecnológicos evoluíram assim como seu papel de apoio ao desenvolvimento tecnológico do país. Atualmente os parques tecnológicos ANEXO 1 80 RELATÓRIO I Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior são vistos como um dos elementos para a promoção do desenvolvimento tecnológico e da competitividade do país. A França atualmente está empenhada em estabelecer pólos de competitividade, esses pólos têm como cultura fundamental a cooperação entre diversos atores de uma determinada localidade, o que vai ao encontro da cultura francesa de associativismo e de cooperação local. O desenvolvimento de parques tecnológicos, entretanto, não é o foco principal para a política de desenvolvimento tecnológico na França, mas sim, são vistos como um elemento de suporte dentro do contexto da inovação. 3.2.4.4 Japão a) Leis e sistemas regulatórios O Programa Technopole objetiva criar uma série de cidades orientadas para alta tecnologia em áreas periféricas, para promover além de novas tecnologias, regiões menos favorecidas. Esta ação tem base legal na lei de aceleração do desenvolvimento regional baseada em complexos industriais de alta tecnologia (Technopole Law) decretada em 1983. (13) Devido a prioridade em criar um sistema de C&T no país, foi criada em 1995, a Lei Básica de Ciência e Tecnologia (Lei N. 130) que orientou o Japão a consolidar uma visão de nação criativa em C&T no século 21. Criou as bases de uma política de forte de C&T. Neste sentido, quando comparado a PCTs americanos, a maioria dos PCTs japoneses não estavam ligados a universidades propriamente. Este fato é decorrente de ações incentivadas pelo governo, na estruturação de ANEXO 1 81 RELATÓRIO I Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior parques baseado na Lei de Promoção do Setor Privado e na Lei Cérebros da Indústria Local. Durante o período de planejamento dos PCTs, a maioria dos planejamentos locais foram fortemente influenciados por uma política baseada nestas duas últimas leis. Tanto quanto fortemente influenciada por um governo central cujo conhecimento local e de suas necessidades é baixo. Desta forma, a Technopolis Law e a Lei Cérebros da Indústria Local foram oficialmente abolidas em 1999, sendo incorporadas no Plano de revitalização industrial (Sangyo Saisei Keikaku) passando a vigorar a partir de 1998. Recentemente há uma nova tendência regional em atividades de C&T, onde muitos governantes locais iniciaram a formulação de seus próprios planos e políticas básicas para promoção de medidas em C&T, principalmente por buscar novas alternativas mais específicas e regionalizadas que a Lei básica de C&T não atinge. No quadro ao lado, um resumo das políticas e leis estabelecidas no Japão, que influenciaram diretamente a formação dos PCTs. b) Linhas de fomento e financiamento No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes aplicadas aos objetivos do projeto. c) Programas educacionais e/ou de apoio à C&T Embora a Technopole Law tenha tornado-se um plano de revitalização, o programa Technopole instituído nacionalmente como instrumento de criação de cidades e desenvolvimento de regiões orientado para C&T, tornanou-se o mais importante programa de promoção e incentivo a C&T do país. Este programa tem sido sistematicamente aplicado no Japão, para a formação de uma estrutura de desenvolvimento em escala nacional. (13) d) Políticas de incentivo fiscal No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes aplicadas aos objetivos do projeto. e) Políticas industriais e de comércio exterior No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes aplicadas aos objetivos do projeto. ANEXO 1 82 RELATÓRIO I Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior 3.2.5 Programas estruturados e sistêmicos para promoção e apoio ao processo de criação e implantação dos parques tecnológicos 3.2.5.1 Estados Unidos a) Programas sistêmicos de apoio à criação de empresas inovadoras Alguns programas aplicados que beneficiaram os parques norte-americanos de 1ª geração foram sendo mantidos ao longo dos anos e possibilitaram o desenvolvimento de empresas inovadoras junto aos parques tecnológicos de 2ª geração. São exemplos desses programas: • Small Business Innovation pequenas empresas; • SBIC - capital de risco, ponte entre o venture capital e pequenos negócios, em geral “start-ups” em fases iniciais de desenvolvimento; • Programa de garantia de empréstimo, direcionado a companhias startup e com potencial de elevado crescimento; • Rede “Angel capital” para eletrônica (ACE-net) - consolidação de rede de “Angel capital” voltada a negócios do ramo de eletrônica. Research (SBIR), investimento em b) Programas sistêmicos de apoio a parques tecnológicos No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes aplicadas aos objetivos do projeto. 3.2.5.2 Reino Unido a) Programas sistêmicos de apoio à criação de empresas inovadoras No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes aplicadas aos objetivos do projeto. b) Programas sistêmicos de apoio a parques tecnológicos No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes aplicadas aos objetivos do projeto. 3.2.5.3 França a) Programas sistêmicos de apoio à criação de empresas inovadoras As universidades francesas contam com células de valorização da transferência tecnológica. Essas células foram fortemente estimuladas através da Lei de Inovação francesa de 1999. Elas incentivam a criação de empresas inovadoras pois incentivam pesquisadores a criarem empresas inovadoras a partir de seus trabalhos, sendo que para tal, organizam conferências sobre criação de empresas, curso de ANEXO 1 83 RELATÓRIO I Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior empreendedorismo, formação em gestão, etc. Recentemente, em 2006, foi lançada a lei de Programação da Pesquisa.(09) b) Programas sistêmicos de apoio a parques tecnológicos A França conta com os fundos únicos interministeriais que financiam projetos de pesquisa e desenvolvimento dos pólos de competitividade. Os projetos que podem ser financiados são escolhidos conforme seqüência de chamadas a projetos. O fundo é dotado de 600 milhões de euros para o período de 2006-2008 e é alocado ao Fundo de Competitividade das Empresas (FCE) do Ministério da Economia e da Indústria. (15) 3.2.5.4 Japão a) Programas sistêmicos de apoio a parques tecnológicos O programa Technopole do Japão é talvez o único case em que o conceito technopole está sendo empregado no contexto de uma estrutura política aplicada de forma sistemática em escala nacional. É uma ação que visa criar uma série de cidades industriais orientadas a tecnologia de ponta em áreas periféricas para promover simultaneamente novas tecnologias e regiões menos privilegiadas. (13) Ele não define o modelo de cidade e de região, mas é especializado em desenvolver complexos de base industrial em condições físicas e sociais para cada localidade. b) Programas sistêmicos de apoio a parques tecnológicos No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes aplicadas aos objetivos do projeto. 3.3 Parques Científicos e Tecnológicos de 3ª Geração A 3ª geração de parques, denominada “Parques Estruturantes”, beneficiou-se do aprendizado acumulado das experiências dos parques de 1ª e 2ª geração, e tem sido responsável pelo crescimento tecnológico de países emergentes. Criados como fruto de uma política regional ou nacional e orientados para promover um processo de desenvolvimento sócio-econômico extremamente impactante, contaram com apoio e investimento estatal forte, mas são extremamente orientados para o mercado globalizado. Em geral, estão integrados a outras políticas e estratégias de desenvolvimento urbano, regional e ambiental. Estes tipos de parques são influenciados por fatores contemporâneos, tais como: a maior facilidade de acesso ao conhecimento, o aprendizado com experiências positivas e negativas do passado e pela necessidade de velocidade de desenvolvimento motivada pela globalização. ANEXO 1 84 RELATÓRIO I Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior 3.3.1 Conceitos e modelos de parques científicos e tecnológicos bem sucedidos – variáveis analisadas 3.3.1.1 Coréia do Sul A amostra utilizada para análise considerou os parques que surgiram na Coréia do Sul fruto de uma política regional ou nacional e orientados para promover um processo de desenvolvimento sócio-econômico. Esses parques causam uma forte impressão devido a combinação de múltiplos componentes para o seu sucesso, entre eles, o apoio e o investimento estatal de forma significativa, bem como, as parcerias (consórcios) entre o governo, as universidades e as indústrias. Digital Media City São extremamente orientados para o mercado global, e para sua implantação, tem sido levado em consideração o trabalho em rede e a globalização através da interação da tecnologia e da indústria voltada para a inovação. O modelo sulcoreano encoraja a implantação de parques através das facilidades para se obter financiamentos e incentivos fiscais. Uma inflação moderada, baixo nível de desemprego, muitas exportações e boa distribuição de renda caracterizam a economia da Coréia do Sul. Iniciativas do governo e os consórcios entre universidades e institutos de P&D são consideradas fontes de sucesso dos parques. O número estimado de parques científicos e tecnológicos é de dezesseis (2005), e são DaeJinTP, Seoul TP, Kang Won TP, Song Do TP, KG TP, CBTP, CNTP, Chun Buk TP, Daegu TP, Pho Hang TP, KTP, Busan TP, Kwang JuTP, Chung NanTP e Kyung NanTP. Como exemplo de parques científicos e tecnológicos, destacamos o Chungan Tecnopark (Chung-Nan TP) – localizado em Chun An, Asan, ocupando uma área de 182,767 m2 cujo objetivo é o de fomentar a indústria estratégica regional e a tecnologia avançada, promovendo o desenvolvimento de start-ups, fortalecendo a inovação tecnológica e construindo um cluster que comporte um Sistema Inovativo Regional de forma a contribuir para o desenvolvimento nacional. Outro exemplo é o Daegu Technopark que no ano de 2000 recebeu a designação de cluster industrial. Foi estruturado para ser um hub center de desenvolvimento de um sistema regional de incubação. Tem como financiadores e parceiros o governo, ANEXO 1 85 RELATÓRIO I Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior universidades, institutos de P&D e outras instituições locais. O rendimento obtido pelo Daegu Technopark é a soma dos dados levantados junto ao Sung Seo HighTech Cluster, composto por doze empresas, um volume anual de vendas de U$ 760 Mil (2004) e geração de 2400 empregos e o Dongdaegu Venture Valley, composto por noventa e nove empresas, um volume anual de vendas de U$ 2,000 Mil (2004) e geração de 1600 empregos. O estudo do Kyungbuk Technopark (KTP) contribui, também, para exemplificar os típicos parques científicos e tecnológicos da Coréia. O status do parque em 2004, era de 50 empregados, investimentos na ordem de U$ 96,3 Mil, divididos entre governo local e nacional e empresas privadas. Participam do empreendimento o governo da província, Kyung San City e cinco universidades. Esse parque fornece suporte à integração de interessados, através da cooperação entre academia, institutos de P&D, governos com o intuito de construir um cluster, uma rede incubadora, disponibilizar treinamento, suporte para negócios e outros. a) Relação com centros promotores de conhecimento de qualidade Sob a visão nacional esse tipo de relação está caracterizada pelo esforço de adaptação e de internalização das tecnologias importadas, com base na filosofia learning by doing. "Trata-se de uma economia voltada para o mercado externo que necessitava adquirir competência de forma relativamente rápida e essencialmente voltada para a manufatura." O governo tem como premissa o fortalecimento da interação universidade-empresa o que fortalece o relacionamento dos parques com os centros promotores de conhecimento. O Programa Nacional de P&D estimula o desenvolvimento de projetos cooperativos nacionais como internacionais proporcionando aos parques ferramentas para esse relacionamento. b) Posição no fluxo tecnológico O foco é o setor de alta tecnologia, onde 18,5% da produção de alta tecnologia é exportada. A biotecnologia é considerada atividade estratégica perpassando vários setores. O programa coreano de C&T: "The 21st Century Research Program" prevê, desde 2001, grandes investimentos em recursos humanos e avanços no conhecimento básico visando ampliar a capacidade inovadora da biotecnologia coreana. Os programas voltados à biotecnologia têm como meta atingir os níveis de qualidade em P&D dos países desenvolvidos (países do G-7). c) Grau de especialização No que se refere ao grau de especialização são considerados especializados tendo em vista o resultado de estudos prospectivos que apontou a área de biotecnologia como excelente negócio para as atividades de P&D. O governo decidiu estrategicamente aumentar os investimentos em C&T e apoiar as atividades de P&D na área de biotecnologia. A Coréia do Sul tem como estratégia alcançar a participação de 5% do mercado global nessa área (market share). (35) (49) A Coréia do Sul tem experiência comprovada em alguns produtos biotecnológicos de competitividade internacional. Os aminoácidos representam 20% do mercado mundial, rifamicina, 10 % , a vacina para hepatite B, 40%, Bioinseticida Bt patenteado em 27 países, hormônio humano recombinante – atingindo com vendas ANEXO 1 86 RELATÓRIO I Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior no mercado interno US$ 40M. O papel desempenhado pela “DAEDUK Science Town" para a criação de consórcios entre universidades e empresas no "cinturão da biotecnologia”, vem fomentando a especialização estratégica na área de biotecnologia e também, a estratégia de participação do mercado internacional. d) Empresas "alvo" Foram criados mecanismos estratégicos no Programa Biotech 2000, que estimularam o investimento privado coreano em P&D na área da biotecnologia. A estratégia política adotada para atingir os patamares de excelência em P&D e, também, para promover a expansão da bioindústria reflete como um bem sucedido programa de apoio para a implantação e operacionalização de parques na Coréia contribuindo de forma determinante para o desenvolvimento da economia no país. São as empresas maduras e de maior porte que se envolvem mais na política industrial nacional. O governo coreano geralmente consulta as empresas gigantes para a instituição de alguma política industrial e estas cooperam para a incubação de empresas novas, face ao interesse nacional. No contexto das pequenas e médias empresas há o Programa de Apoio para P&D na Indústria. O programa prevê a criação de novos parques tecnológicos; fortalecimento dos centros de incubação de tecnologias e o estabelecimento de consórcios regionais entre universidades e empresas. e) Mercado objetivo Para o século XXI estão sendo construídas políticas que objetivam elaborar estratégias para adaptar o desenvolvimento industrial do país ao novo cenário da economia mundial (knowledge-based economy) de tal forma que os programas de C&T assumam um papel fundamental, catalisador da mudança do paradigma, que passa do processo da imitação para o processo da criação e inovação. O desenvolvimento científico e tecnológico no país permite a sua participação nos mercados mundiais ampliando a capacidade de inovação da indústria local. A comunidade acadêmica conseguiu sensibilizar o governo e as lideranças empresariais para a construção de uma política nacional voltada à criação de programas de biotecnologia, em especial, biologia molecular e engenharia genética e as tecnologias da informação. O país vem se preparando para a sua inserção no mercado internacional de biofármacos através de joint ventures com as grandes multinacionais do setor farmacêutico. Ao examinar a evolução do sistema de C&T coreano e, de forma específica, o setor e a política de biotecnologia, pode-se verificar que a sociedade decidiu apostar na construção de uma economia baseada no conhecimento envolvendo os mercados local, regional e internacional. (35) (49) f) Densidade urbana As cidades grandes como Seul, Pusan e Taegu eram os principais centros para a indústria de trabalho intensivo. O governo ainda tem como política a construção de parques industriais, principalmente na região sudeste que experimenta um crescimento rápido (1970) para acomodar fábricas de médio e pequeno porte realocadas de Seul. Fenômeno igual ocorreu com a cidade de Banwol (Asan) que foi construída com a finalidade de trazer a poluição industrial gerada pelas indústrias para fora das áreas residenciais. Outras cidades foram escolhidas para a ocorrência do desenvolvimento regional Pohang, Kumi, Changwon, Masan e Ulsan por razões ANEXO 1 87 RELATÓRIO I Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior de localização geográfica (acesso mais fácil) para exportação de produtos industriais pesados e para o investimento estrangeiro (maior parte japonês). A política do governo está focada na promoção do desenvolvimento regional balanceado e da descentralização o que serve para a localização dos parques também. Pequenas e médias empresas de tecnologia intensiva se concentram em Seul apesar do governo criar novos parques e políticas de descentralização. De acordo com Hong (1997) 96% dos escritórios principais de empresas maiores, 81% do governo e 68,75% de ICT's ficam na região apesar das medidas legais impostas pelo governo de quota para a instalação de fábricas novas. Isso acontece porque Seul tem acúmulo de várias indústrias de informação, há a existência de facilidades cultural e de recreação de alta qualidade. (35) (49) g) Espaço e infra-estrutura Numa visão ampla a infra-estrutura e os espaços são bem definidos. O Programa Biotech 2000 se organizou em 10 planos de implementação de ações, contando com seis infra-estruturas de apoio. Este programa tem um horizonte de 14 anos, indo até o ano de 2007. O total de investimentos previstos é da ordem de US$ 15 bilhões (5,2 bilhões do governo e 9,0 bilhões do setor industrial). O país dispõe de uma extensa rede de internet de banda larga o que expande o uso diário do aprendizado on-line e qualifica a infra-estrutura disponível nos parques. Além dos projetos gerais há aqueles mais específicos que tratam de oferecer apoio para P&D na indústria, que inclui as pequenas e médias empresas, e que prevê a criação de parques tecnológicos, o fortalecimento dos centros de incubação de tecnologias e o estabelecimento de consórcios regionais entre universidades e empresas. O projeto ênfase (1990) foi direcionado para os parques industriais locais e rurais na região sudeste da Coréia. Os parques tecnológicos são estimulados a se desenvolver nas principais áreas industriais, bem como em torno das universidades e de centros de pesquisa e desenvolvimento (algumas vezes são eles os próprios centros). h) Portifólio de serviços às empresas de base tecnológica Com relação aos serviços oferecidos às empresas pelos parques científicos e tecnológicos observa-se que há a oferta de uma base científica e tecnológica de apoio otimizadas por meio de estruturas organizacionais, formais ou informais, para que se estabeleça um ambiente de proximidade física e de relações multifuncionais. Entre eles estão serviços de aproximação, integração e de parceria com centros de ensino e pesquisa, de formação empresarial para business inovation, serviços online, participação em rede de cooperação internacional e em redes temáticas, networking doméstico e internacional, acesso ao capital de potenciais investidores. i) Trabalho em rede O trabalho em rede ocorre de forma estratégica, em especial para a área de biotecnologia. O plano de C&T – Lei Especial para Inovação Científica e Tecnológica, e o Plano Qüinqüenal buscam promover e elevar a ciência e tecnologia ANEXO 1 88 RELATÓRIO I Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior na Coréia para o padrão dos países do grupo G-7, estabelecem metas através de programas como o nacional para tecnologias críticas, o de promoção da pesquisa básica, o de capacitação de recursos humanos e sua utilização em C&T, o "Dual Use Technology", o de Apoio à P&D na empresa, o de melhoria da educação em ciência, infra-estrutura de ciência e tecnologia, o Programa de Desenvolvimento das Tecnologias de Infra-Estrutura para o Bem Estar Social, todos proporcionando um trabalho em rede de forma estratégica como fontes para a inovação nos diferentes setores, amplamente difundidos nos parques. Na área de biotecnologia o Plano de Ação (terceiro) objetiva o desenvolvimento de tecnologias consideradas de nível médio e a transferência para aplicações comerciais. A estratégia básica de implementação da ação foi feita pelas, Associação Coreana de Biotecnologia - BAK e Associação Coreana de Engenharia Genética - KOGERA, incluindo a efetiva contrapartida privada. j) Modelo de gestão O modelo de gestão dos parques que sobressai é o institucional privado voltado para o mercado, independentemente da participação do estado (central e local). A empresa gestora, quase sempre é uma limitada, formada por cotistas diversos entre eles organizações privadas, governo da província e/ou do estado, universidades e, alguma das vezes, por uma instituição financeira (banco). 3.3.1.2 Cingapura Incentivados principalmente pelo governo, os parques científicos de Cingapura foram desenvolvidos com o objetivo de atrair empresas estrangeiras e promover o crescimento de empresas intensivas em P&D. Os primeiros parques científicos surgiram em 1980, e foram utilizados pelo governo como importantes mecanismos para a promoção e desenvolvimento do setor de ciência, tecnologia e inovação de Cingapura. As estratégias de incentivos adotada pelo governo foi bem sucedida, sendo que os parques científicos deste país se tornaram o elemento chave para o desenvolvimento tecnológico. Atualmente são chamados de Science Park I, II e III. (48). Atualmente o Governo de Cingapura vem desenvolvendo um Distrito Cientifico – projeto intitulado One-North, que inclui o Singapore Science Park I e II, além do Biopolis. O One-North desenvolve-se em sete distritos diferentes: “Life Xchange”, “Vista Xchange”, “Central Xchange”, “Future Xchange”, “Ayer Rajah”, “Wessex” e “Temasak”, cada um deles caracterizado por uma identidade própria direcionada para uma indústria ou cluster específico. As áreas correspondentes ao “Life Xchange”, “Vista Xchange” e “Central Xchange”, foram as primeiras a serem desenvolvidas enquanto centro do One-North. Estas zonas têm como projeto âncora o “Biopolis” (localizado no “Life Xchange”), um centro de apoio à investigação na área da biomedicina; o “Fusionopolis” (localizado no “Central Xchange”), um edifício inteligente de apoio a empresas nas áreas das TIC, entretenimento e mídia; e o “Phase Z.Ro” (localizado no “Life Xchange”), uma incubadora para start-ups de base tecnológica e inovadora. ANEXO 1 89 RELATÓRIO I Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior O One-North é um dos mais arrojados projetos de criação de uma nova geração de parques científicos e estima-se que o governo de Cingapura investirá aproximadamente 12.3 bilhões de dólares australianos. Entre os principais destaca-se: Singapore Park I, II , Biopolis. parques Science Singapore Science Park a) Relação com centros promotores de conhecimento de qualidade Cingapura é considerada como um dos destaques no continente asiático, pela sua política de incentivo à inovação (44). Esse fato é comprovado por ações estruturantes ligadas a atividades de conhecimento, destacando: • Suporte a empresas de alta tecnologia e facilidades em atividades de pesquisa e desenvolvimento; (44) • Facilitação de parcerias universidades-indústria e comercialização; (44) • Investimento em capital humano; (44) • Capacitação em tecnologia da informação; (44) De uma forma geral, Cingapura evoluiu sua infra-estrutura de P&D para estimular ainda mais suas atividades de P&D, provendo suporte financeiro para essas atividades e a criação de fundos de capital semente para empresas start-ups. (44) Provê ainda, incentivo financeiro para inventores que trouxerem inovações de mercado, facilitando inclusive atividades sociais entre estes pesquisadores e empreendedores.(44) b) Posição no fluxo tecnológico Foco no setor de tecnologia, onde 21% dos produtos de alta tecnologia são destinados ao mercado externo. Principalmente no segmento de tecnologia da informação, o país investe através de fundos nacionais, para atrair cientistas e engenheiros, recrutando mão-de-obra internacional especializada para suas atividades de P&D, além de apoiar escolas com jovens estudantes de talento. Um dos exemplos é o desenvolvimento em abrangência nacional, da infra-estrutura de dados de alta velocidade em fibra ótica, conectando lares, escolas e escritórios como suporte aos produtos e serviços de TI.(35) c) Grau de especialização Os parques em Cingapura são considerados especializados e focados em mercados onde a tecnologia representa mercados em potencial. Enquanto parques mais antigos como o de Taiwan levaram cerca de 15 a 20 anos para atingir o ponto de serem compreendidos como sucesso, os novos parques estão buscando este resultado em tempos cada vez menores nascendo especializados. Um exemplo dessa abordagem é Biopolis de Cingapura, que, como o nome sugere, está focado ANEXO 1 90 RELATÓRIO I Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior na área de ciências da vida, onde o continente asiático vê uma nova fonte industrial baseada na tecnologia.(44) d) Empresas "alvo" Os parques de Cingapura estão orientados para indústrias maduras, nos segmentos de computadores, semicondutores, novos materiais, equipamentos de telecomunicação, biotecnologia e indústria aeroespacial. No caso de semicondutores, os parques de Cingapura desenvolveram clusters de empresas de suporte considerados líderes mundiais na fabricação de hardware. Os parques científicos de Cingapura têm sido desenvolvidos com o objetivo de atrair corporações estrangeiras e proporcionar um ambiente em que empresas intensivas em P&D possam crescer. Os primeiros parques científicos surgiram na década de 80, com participação do conselho de desenvolvimento econômico e da cidade de Jurong envolvida no seu planejamento e desenvolvimento. Estes parques foram usados para ajudar a estabelecer o setor de ciência tecnologia e inovação (C&T&I) de Cingapura.(44) e) Mercado objetivo Os parques de ciência e tecnologia na Ásia atraem empresas que geram empregos qualificados nas linhas de produção e principalmente para pesquisadores cujos desenhos de produtos atendem necessidades particulares dos mercados asiáticos. O Investimento Direto Estrangeiro (FDI) em alta tecnologia de fabricação está ajudando na formação dessa base de habilidades. O pessoal treinado nas empresas multinacionais pode se transferir para empresas locais ou ajustar seus ramos de atividades provendo oportunidades de empregos para mais mão-de-obra qualificada neste mercado. (34) f) Densidade urbana Os parques de ciência e tecnologia estão contribuindo para o crescimento da fabricação baseada em tecnologia, e serviços em regiões onde a atividade agrícola era predominante. Inicialmente este crescimento foi de baixo valor agregado e focado em atividades de produção intensiva em trabalho. Hoje, Cingapura tem intensificado ações em atividades de maior valor agregado como P&D, design, incorporação de componentes em produtos finais, etc. Além disso, Cingapura está envolvida com parques da China e da Índia. A presença da Novartis em Biopolis resultou em novas conexões entre Cingapura e Suíça, incluindo o treinamento de pesquisadores suíços e de Cingapura, como suporte ao desenvolvimento de clusters empresariais em áreas urbanizadas. (44) g) Espaço e infra-estrutura Cingapura desenvolveu uma das melhores infra-estruturas de transporte e comunicação mundial conquistando sua competitividade. A mais proeminente infraestrutura de ciência e tecnologia em Cingapura é uma importante área de pesquisa conhecida como "Corredor Tecnológico", onde a Universidade Nacional de Cingapura, a Universidade Tecnológica de Nanyang, o Parque Científico de Cingapura, o Instituto Politécnico de Cingapura e um número crescente de institutos de pesquisa estão localizados. (35) ANEXO 1 91 RELATÓRIO I Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior Os parques geralmente oferecem uma infra-estrutura a baixo custo e um ambiente onde empresas podem formar clusters e compartilhar facilidades como áreas comuns, comunicação de alta velocidade, engenharia e outros serviços. Cingapura tem usado com sucesso, seus parques de ciência como elementos chave para desenvolver a capacidade em ciência tecnologia e inovação e agora está focando ainda mais a biomedicina para repetir esta receita. Seus parques oferecem uma excelente infra-estrutura e proximidade com instituições de pesquisa chave de Cingapura. (44) h) Portifólio de serviços às empresas de base tecnológica Os parques científicos oferecem uma excelente infra-estrutura e proximidade aos principais institutos de pesquisa nacionais. Os parques ainda estão em expansão, e implantando centros de assistência tecnológica e centros de inovação como suporte às empresas start-ups. O TeletechPark, um centro de serviços focado em pesquisa e desenvolvimento orientado para telecomunicações, é uma das experiências mais promissoras. (47) i) Trabalho em rede Além da infra-estrutura física, existe a infra-estrutura destinada a dados e comunicação. Technet, uma rede de comunicação eletrônica conecta pesquisadores, industriais da comunidade científica, além de interconectar toda as instituições terceirizadas e organizações comerciais de P&D. Faz a conexão entre pesquisadores em Cingapura com redes internacionais de pesquisadores, estimulando a cooperação internacional com seus parceiros estrangeiros.(47) j) Modelo de gestão O modelo de gestão dos parques está baseado em atrair empresas estrangeiras voltado ao mercado externo, estabelecendo regras internas com foco em desenvolver políticas de C&T&I. Tem se mostrado líder mundial em algumas áreas chave desse setor, atingindo este resultado em pouco mais de uma década, em grande parte alavancando a presença de empresas estrangeiras para se estabelecerem em Cingapura. Este modelo de gestão baseado em ações focadas de desenvolvimento, aliada à presença da indústria de C&T&I, tem contribuído na expansão de negócios baseados em atividades de P&D, aumentando fortemente o valor da tecnologia exportada, criando ainda um conjunto de empregos altamente qualificados. (44) 3.3.1.3 Taiwan No início dos anos 60, em virtude do fim da ajuda americana à Taiwan, a política industrial do país teve como principal objetivo promover a expansão das exportações. Em 1978 o Conselho Nacional de Ciência iniciou o planejamento de um programa de longo alcance para situar a economia taiwanesa em sua perspectiva para o século XXI, focando o desenvolvimento da educação para a formação de mão-de-obra especializada, o desenvolvimento da C&T e o apoio à empresas de risco. ANEXO 1 92 RELATÓRIO I Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior O primeiro e mais importante parque do país foi estabelecido em 1980 na cidade Hsinchu. Em 1997 foi criado o Parque Científico do Sul que é composto pelo Parque Tainan (1997 a primeira fase e 2005 fase final) e pelo Parque Sinchu Science Park Kaohsiung antigo Luhju (2001 primeira fase e previsão de termino em 2010). O mais recente dos principais parques criados em Taiwan é o Central Taiwan Science Park (2003). Juntos estes parques abrigam cerca de 638 empresas, gerando cerca de 160.000 empregos, o Hsinchu sozinho gera 100.000 empregos. Os parques em Taiwan são considerados como modelo de parque tipo "Cidade da Tecnologia" com a missão de estruturar o desenvolvimento do país em setores de ponta. Foram utilizados pelo governo como mecanismos para a criação de um espaço ideal para P&D&I com foco industrial. Os parques científicos que mais contribuem para o desenvolvimento da economia de Taiwan e sua expressiva posição em P&D e inovação, são o Hisinchu e o Tainam, ambos os parques, são administrados pela divisão do Conselho Nacional de Ciência de Taiwan. Muitos dos parques em Taiwan são caracterizados pela presença de institutos de pesquisa e empresas na área das ciências biológicas e por uma forte predominância de investimentos para produção estritamente industrial. Além do foco nas áreas de ciências biológicas os parques possuem foco na área de eletrônica e informática. Entre estes parques cabe destacar o Hsinchu Park, que é um dos maiores fornecedores de equipamentos e componentes de eletrônicos e informática do mundo. O desempenho dos parques taiwaneses são na maioria dos casos estimulados por condições favoráveis de acesso a empréstimos, pela isenção de impostos, a redução de taxas, baixos preços para aluguéis e pela considerável presença de empresas. No decorrer da apresentação das experiências de parques tecnológicos taiwaneses serão apresentadas os aspectos mais relevantes sobre o Southern Taiwan Science Park, Hsinchu Science Park e Tainan Science Park. a) Relação com centros promotores de conhecimento de qualidade Os parques de Taiwan possuem forte relação com universidades, e alguns casos possuem universidades instaladas, a exemplo do Hsinchu que possui duas universidades (National Tsing-Hua e National Chiao-Tung Universities). Nas regiões que concentram os principais parques de Taiwan, estão localizados 4 laboratórios de pesquisas nacionais para suporte às atividades dos parques. O mix e qualidade dessas instituições de pesquisa e suas conexões com empresas de alta tecnologia resultou no desenvolvimento de tecnologias inovadoras, particularmente a microeletrônica. (47). ANEXO 1 93 RELATÓRIO I Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior b) Posição no fluxo tecnológico Os parques científicos de Taiwan provêem suporte ao crescimento rápido da indústria de C&T&I, com uma produção que superou $A50 bilhões em 2004. O crescimento está intimamente ligado a demanda global de computadores e outros dispositivos de consumo eletrônico, como os PDAs e telefonia móvel. (47) c) Grau de especialização Os parques de Taiwan na sua maioria são especializados em determinadas áreas do conhecimento, especialmente em eletrônica, informática, biotecnologia e ciências biológicas. No Hsinchu os fabricantes de circuito integrado são suportados por um amplo conjunto de indústrias que somadas atingiram 5% do valor de circuitos integrado no mundo em 2002. O país ainda se destaca no setor de semicondutores, onde tornou-se referência mundial em termos de projeto, fabricação, testes e embalagens de dispositivos semicondutores. O negócio de fundição de chips de Taiwan, detém cerca de 71% do mercado mundial, integrando mega empresas, como a Companhia de Semicondutores de Taiwan (TSMC) e a United Microelectronics Corporation (UMC) sendo a líder no segmento de fabricação de chips. Tais empresas altamente especializadas encontram-se no parque de Hsinchu. (47) d) Empresas "alvo" Foco em indústrias tradicionais, nos segmentos de computadores, semicondutores, novos materiais, equipamentos de telecomunicações, biotecnologia e indústria aeroespacial. O entendimento do governo em desenvolver a indústria de alta tecnologia, está em prover um ajuste da infra-estrutura industrial, a construção de sistemas de inovação industrial, e comercialização de resultados de P&D. Todas essas ações tem demonstrado resultados de sucesso. O resultado do desenvolvimento de parques industriais baseados na ciência ao norte, centro e sul de Taiwan, criou clusters industriais especializados de alta tecnologia: circuitos integrados ao norte, nanotecnologia ao centro e optoeletrônica ao sul. (30) e) Mercado objetivo As empresas de tecnologia instaladas no parque tecnológico de Taiwan estão orientadas para atendimento ao mercado externo. Principalmente nos campos chaves de desenvolvimento, incluindo computadores, tecnologia de software, tecnologia de sistemas de telecomunicações, tecnologia micro eletro-mecânica e tecnologia de máquinas de precisão, tecnologia de energia e ambiental, materiais avançados e tecnologia química além das chamadas ciências da vida e tecnologia biomédica como mercados externos potenciais.(30) f) Densidade urbana Hoje, os parques estão posicionados em áreas urbanas com uma rede funcional de pesquisa, criada pelo governo e centradas no objetivo de prover um ambiente propício e serviços para empresas start-ups e indústrias maduras especializadas com foco no mercado internacional. No caso do HSP é considerado um cluster de ANEXO 1 94 RELATÓRIO I Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior inovação tornando-se um motor de desenvolvimento econômico e inovação de Taiwan. (32) g) Espaço e infra-estrutura Os parques em Taiwan disponibilizam uma destacada estrutura funcional, conectada ao trabalho, aprendizado e qualidade para se viver. O HSP como principal parque de Taiwan, é um excelente local para trabalhar, aprender e viver. Apresenta uma área integrada de pesquisa, comércio, educação, cultura, recreação e residencial. Toda infra-estrutura de pesquisa e de serviços são bem posicionadas e atendem pólos dentro do parque sendo: infra-estrutura e facilidades, serviços: onestop, automated customs service, on-job training.(32) h) Portifólio de serviços às empresas de base tecnológica O portifólio de serviços oferecidos às empresas dos parques e da região, é oferecido através de parques de pesquisa orientados para serviços como os parques de Chingshan, Lungyuan, e Taichung criado pelo instituto de ciência e tecnologia de Chung Shan (CSIST), com o propósito de oferecer serviços tecnológicos para o governo e os setores civis. Esses parques de pesquisa oferecem efetivamente para à indústria, um conjunto de serviços e tecnologias necessárias, para prover vantagens nas oportunidades de negócio. (30) i) Trabalho em rede O desempenho de sucesso do HSP é facilitado por uma rede inteligente que aumenta a sinergia em alinhar agendas e trabalho em conjunto. Os gestores do parque representam o líder da rede, com perfil orientado para criar uma dinâmica e dirimir conflitos mantendo a atividade da rede de trabalho em bom andamento. No HSP, o mecanismo da rede inteligente é agrupado nas seguintes partes: construção de um ambiente de inovação, alianças estratégicas de setores privados, construindo relações de parceria entre parques irmãos, compartilhamento de dados, tecnologias de comunicação, sólida reputação e marca forte. (32) j) Modelo de gestão Os parques científicos e tecnológicos de Taiwan são administrados pela divisão do Conselho científico nacional. O Conselho Científico Nacional foi criado em 1959 é comandado por um ministro e três deputados ministeriais. É a mais importante agência do governo (inclusive em hierarquia governamental) para a promoção do desenvolvimento cientifico e tecnológico de Taiwan. Entre as missões do Conselho está o desenvolvimento e administração dos parques científicos. Além de seus 12 departamentos o Conselho Científico Nacional de Taiwan é formado por 3 organizações afiliadas responsáveis exclusivamente pela promoção e administração dos parques científicos de Taiwan: • Science Park Administration; • Southern Taiwan Science Park Administration; • Central Taiwan Science Park Provisional Office. (47) O modelo de gestão é baseado em rede, onde os parques de ciência são pontos fundamentais criando pontes para as agências locais, suportar políticas e criar ANEXO 1 95 RELATÓRIO I Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior investimentos que influenciam diretamente sobre o desenvolvimento econômico. A rede de inovação de parques científicos, cria facilidades para o processo de liderança tecnológica.A gestão dos parques científicos atua como suporte a empresas iniciantes no parque. (32) 3.3.1.4 China A China destaca-se pelo estágio de desenvolvimento científico e tecnológico ampliado progressivamente. Em 2005, eram 3,8 milhões de pessoas ocupadas em atividades de ciência e tecnologia, 1,3 milhão empregados em atividades de pesquisa e desenvolvimento. A China somava, no mesmo ano, 1,1 milhão de cientista e engenheiros. A exportação de produtos de alta tecnologia somava 200 milhões de dólares, cerca de 30% do total de exportações da China. Hong Kong Science Park O atual estágio de desenvolvimento tem se alicerçado na consolidação de parques científicos na China, são parques criados pelo governo, estimulando ações que mesclam iniciativas voltadas para o mercado externo e absorção de tecnologia numa estratégia agressiva. Com seu mercado interno forte, e produção focada no mercado mundial, iniciativas públicas criam regiões de aprendizado que estimulam o desenvolvimento por todo o país. Na China são 53 zonas industriais de alta tecnologia, como são definidos os parques científicos nacionais, onde atuam aproximadamente 40 mil empresas. Ainda destaca-se um volume superior a 100 parques científicos provinciais ou universitários e 400 incubadoras de base tecnológica. Até 2003, os 44 parques científicos nacionais instalados na China haviam atraído aproximadamente US$ 3 bilhões em investimentos. Entre as áreas de desenvolvimento mais destacadas em parques científicos chineses, destaca-se: tecnologia da informação e comunicação; tecnologia medicinal e bioengenharia; novos materiais; tecnologia industrial avançada; tecnologia aeroespacial e aeronáutica; engenharia marítima; tecnologia nuclear; novas fontes de energia e tecnologia de conservação e eficiência energética; tecnologia ambiental; engenharia agrária e novas tecnologias e processos aplicados a indústria tradicional. Políticas públicas de incentivo a implantação de empresas em parques tecnológicos são muito utilizadas, atuando através da concessão de benefícios tributários ANEXO 1 96 RELATÓRIO I Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior alinhados a investimentos em capacidade de inovação e pesquisa e desenvolvimento, sendo também destacado os incentivos via direito de propriedade intelectual. a) Relação com centros promotores de conhecimento de qualidade Há forte relação com universidades e centros promotores de desenvolvimento, construindo as chamadas “Bridge high technology” para acessar tecnologias de companhias estrangeiras e formar clusters distritais de empresas, sendo também conhecidos como distritos de aprendizado. Neste conceito as empresas se estabelecem no local de produção, porém, dependendo da pesquisa, formas de desenvolvimento e financiamento obtido das universidades chinesas e indústria relacionada, são separadas das redes e canais de empresas estrangeiras. (23) As instituições educacionais mais ativas em empreendedorismo que suportam os parques de ciência são a Peking University, Qinghua University, Fudan e Jiaotong. Estas instituições de educação avançada oferecem suporte ao ajuste das incubadoras para convergir investimentos e orientar as empresas locais, com intuito de compensar a falta de consultores experientes para as empresas, considerando a economia de transição da china. Exemplos dessas universidades de negócios são encontrados nos próprios parques como Zhangjiang Hi-tech Park, em ShanghaiPudong, e em Shenzhen Hi-Tech Industrial Park (SHIP); (23) As instituições de pesquisa são um essencial componente dessa "Ponte" entre o estágio inicial de produção, dominado por avançadas empresas offshore e suas satélites, e o estágio final de produção onde empresas pioneiras locais de altatecnologia tornam-se globalmente competitivas. Ainda cabe ressaltar, que os parques científicos e tecnológicos chineses criam as chamadas Univertitiy Business, onde as incubadoras exercem papel fundamental para estruturação dos parques e promoção da transferência tecnológica. (23) b) Posição no fluxo tecnológico A China aumenta agressivamente o ritmo de sua produção, sendo ator chave na economia mundial, onde novas estratégias e alianças institucionais emergiram. Com o propósito de superar quase dois séculos de tumultos políticos, e reestruturação econômica, novos programas de apoio estimularam empresas nativas a se aproximar geograficamente de empresas multinacionais avançadas oferecendo diversas facilidades de produção, além de construir parques de ciência e industriais. O foco de desenvolvimento dessas empresas e parques prioriza os setores de alta tecnologia reconhecidos nacionalmente, os quais foram responsáveis por quase 36% de receitas incrementadas entre 1999 e 2000 representando cerca de US$ 10.6 bilhões nas contas do tesouro. (23) c) Grau de especialização Os chamados distritos de aprendizado estimularam a formação dos distritos industriais especializados, como farmacêutico, empresas de componentes eletrônicos e satélites. O governo escolheu os locais de desenvolvimento dos distritos industriais pelo seu potencial de atrair empresas internacionais e não pela sua proximidade com instituições de pesquisa. (23) ANEXO 1 97 RELATÓRIO I Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior As maiores empresas chinesas são especializadas na fabricação de computadores, sistemas de telecomunicações, dispositivos médicos e biofarmacêuticos, estando localizadas na região de Shenzhen, gerando facilidades de pesquisa e desenvolvimento, mantendo relações com empresas de países mais desenvolvidos, a partir de laços entre universidades existentes na china e no exterior. As operações de P&D estendem-se desde o Vale do Silício - EUA até pequenas empresas a oeste da China. Devido ao longo tempo de descobertas existentes no desenvolvimento da biotecnologia, como produto pronto para o mercado, a Região de Kexing também compra empresas de biotecnologia americanas para adquirir sua expertise. (23) Em janeiro de 2005, o Zhongguancun Index, que indica a situação de desenvolvimento das novas e altas tecnologias, foi divulgado pela primeira vez, cobrindo 11 áreas do conhecimento, sendo que 6 delas monitoram as maiores áreas abrangendo industria eletrônica e de informação, bioengenharia e nova medicina, novos materiais aplicados à tecnologia, tecnologia industrial avançada, energia e conservação e tecnologia de proteção ambiental. Nesses campos, os maiores índices de crescimento estão relacionados às áreas de energia e tecnologia energética segura, além da tecnologia de proteção ambiental. (23), (24), (32), (33) d) Empresas "alvo" Os parques tecnológicos chineses estão focados principalmente em indústrias maduras, nos segmentos de computadores, semicondutores, novos materiais, biotecnologia e indústria aeroespacial. A China direciona seu parque industrial como parque de ciência e tecnologia ou como a combinação desses termos. Tais "Distritos do aprendizado” ou "regiões de aprendizado", foram alvo da implantação de indústrias multinacionais que buscavam produzir produtos limpos com grandes margens, estabelecendo sua base de P&D nesta área. Um exemplo é a indústria farmacêutica, que combina ingredientes da medicina chinesa e as facilidades tecnológicas de empresas em produção. Nessas zonas industriais de alta tecnologia a troca de informação entre os atores locais resulta em inovações significativas em processos produtivos ou produtos, liderando o desenvolvimento regional. Essas atividades incluem o projeto e a produção de novos produtos com o objetivo de atender a capacidade do mercado chinês num primeiro momento. (23) e) Mercado objetivo Os parques tecnológicos chineses recebem empresas offshore, suas satélites e possibilitam através de ambiente voltado ao aprendizado e transferência tecnológica, que empresas locais se desenvolvam podendo ser competitivas internacionalmente. As instituições de pesquisa chinesas provêem o componente essencial entre o estágio inicial da produção, dominado por empresas offshore e suas satélites e o estágio final em que empresas pioneiras locais de alta tecnologia tornam-se competitivas globalmente. (23) Como exemplo, no parque de Kexing, foi implantado a maior planta fabril biofarmacêutica e de genoma da China, agregando facilidade de uma produção de alta qualidade, tornando-se âncora no processo de expansão do “Medical Valley”. Para este tipo de indústria, grandes investidores americanos comprometem-se em ANEXO 1 98 RELATÓRIO I Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior assegurar condições conforme os padrões FDA, buscando mercados globais de atuação. (23) De um modo geral, a China além de contar com um mercado interno forte, tem em seus parques, um forte direcionamento para o mercado mundial. Na China, a exportação de produtos de alta tecnologia responde por aproximadamente 30% das exportações do país. f) Densidade urbana As estruturas que compõem os parques científicos chineses, caracterizados como distritos de aprendizado, estão ligadas aos centros urbanos, porém alguns casos destacam-se pela proposta de descentralização, promovendo o desenvolvimento de áreas menos povoadas. Exemplo disto é a área metropolitana de Shangai, que contém atualmente 1/3 dos projetos de pesquisa da China e 47 parques industriais, incluindo 2 parques nacionais de alta tecnologia. Já o parque Zhangjiang Hi-Tech Park ocupa uma grande área de rápido crescimento em Pudong, área agrícola localizada às margens de Shangai. Uma variedade de incubadoras patrocinadas por entidades do governo, mescladas à empresas multinacionais de grande porte como Revlon e Roche ocupam esta região, promovendo a descentralização de áreas urbanas densamente povoadas. (23) g) Espaço e infra-estrutura É destacado que embora uma das medidas de performance da política de inovação seja o acompanhamento de indicadores nas áreas de telecomunicações e da indústria da informação, equipamentos e farmacêutica, todas as iniciativas convergem para a construção da infra-estrutura básica, comunicação e rede de dados, além da construção de estradas e outras facilidades urbanas. (24) A consolidação da infra-estrutura é realizada em parte por investimentos de empresas estrangeiras, com benefícios fiscais concedidos pelo governo, que provê esse suporte como fator estimulante, inclusive para empresas start-ups para obterem sucesso em menor prazo. (23) Em geral a implantação de parques científicos e tecnológicos na China contam com melhorias de infra-estrutura efetuadas principalmente quanto ao desafio do tráfego, onde são realizadas obras públicas, também patrocinadas pelo próprio parque científico, para implantação de rede viária auxiliar, metrô e sistema ferroviário. Demais elementos de utilidade pública, tais como água, eletricidade e gás também são trabalhados, da mesma forma, sistemas de telecomunicações distritais também são ampliados. O caso do Zhongguancun (Haidan) Science Park demonstra o comprometimento público com a consolidação de parques científicos, neste exemplo o governo municipal de Beijing e o governo do distrito de Haidian investiram o equivalente a US$ 630 milhões na construção e renovação da infra-estrutura do distrito. h) Portifólio de serviços às empresas de base tecnológica No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes aplicadas aos objetivos do projeto. i) Trabalho em rede ANEXO 1 99 RELATÓRIO I Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior Há uma forte atuação em rede, principalmente nas associações (redes) Alumni onde atuam como base de novos negócios. As redes e as relações entre mercado e fornecedores utilizadas por multinacionais são fortemente separadas das utilizadas por empresas domésticas chinesas de alta tecnologia. Isto afeta a capacidade dos parques de melhorarem ainda mais a competitividade nacional por suas próprias empresas. Nestes casos, o governo planejou um processo de transferência de tecnologia de empresas estrangeiras para empresas nativas locais como forma de induzir qualidade antecipada, evidenciado pelo rápido crescimento de incubadoras e institutos de pesquisa desde 1988. (23) j) Modelo de gestão Existência de uma estrutura governamental atuante sobre a administração dos parques científicos nacionais. Um conselho estatal, responsável pelo comitê estatal de ciência, tecnologia e educação, fornece diretrizes que norteiam decisões do Ministério de educação e do Ministério de Ciência e Tecnologia. Estes dois Ministérios são responsáveis pelos programas e projetos de parques científicos. Os parques científicos são gerenciados por conselhos administrativos que são formados por representantes dos governos distritais e municipais, ministérios e demais órgãos vinculados a ciência e tecnologia e a educação, contando também com representantes do meio empresarial. O comitê administrativo de um parque de ciência pode ser definido como uma autarquia do governo local, contando este comitê com representantes de empresas nacionais e multinacionais e tendo subordinação às diretrizes nacionais de ciência e tecnologia. Exemplo desta interdependência, é o caso da implantação de um programa de e-gov pelo Zhongguancun (Haidan) Science Park, que desenvolveu uma plataforma que permite enquadramento de benefícios fiscais, certificação de empresas de alta tecnologia e de produtos e processos, feitos pela própria administração do parque. Com a instituição do programa do e-gov, a administração do parque, como uma extensão do governo local, estabelece um novo tipo de relacionamento com as empresas, servindo e supervisionando. 3.3.1.5 Índia Na Índia, os parques tecnológicos são criados com a missão de posicionar o país como líder em setores estratégicos, começando pelo setor de software - Bangalore e Nova Delhi. Destaca-se o investimento em formação no exterior (criando vínculos especialmente com o Vale do Silício/ EUA), educação da população para a área de informática e exploração do "fator língua e custo". ANEXO 1 100 RELATÓRIO I Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior Parques como o Software Tech Park Indian - STPI foram desenhados e desenvolvidos como o estado da arte da rede High Speed Data Communication HSDC conhecida como SoftNET, disponibilizados aos exportadores a preços internacionalmente competitivos. O STPI implantou seus “gateways” (pontos de acesso internacionais) em 44 locais, provendo conexão HSDC com a indústria de software mundial, adotando uma posição de rápido atendimento aos mercados emergentes em termos de serviços e de desenvolvimento de softwares. (25) a) Relação com centros promotores de conhecimento de qualidade Destaca-se nos PCTs indianos, o forte investimento em formação no exterior, criando vínculos especialmente com o Vale do Silício/ EUA, orientando a educação da população para áreas de informática e serviços. Internamente, a política de desenvolvimento econômico baseado no estímulo a centros de pesquisa e desenvolvimento, gerou investimentos governamentais da ordem de $A 273 milhões motivado principalmente pelo setor de biotecnologia. Um dos principais aspectos de promoção dos centros de P&D está na capacidade de geração de patentes. Um dos exemplos é o setor farmacêutico que em 2003 registrou 142 patentes depositadas. O centro de patentes indiano, desenvolveu parcerias com 5 empresas localizadas nos Estados Unidos e Índia, com o propósito de licenciar estas patentes em mercado internacional. Estas ações tem estimulado ainda mais o crescimento da indústria indiana, induzindo a formação de pessoal capacitado em áreas do conhecimento com alto valor agregado para o país. Neste sentido a Índia produz anualmente, cerca de 2,5 milhões de graduados em TIC, engenharia e Ciências Humanas, cerca de 650.000 pós-graduados e aproximadamente 1.500 PhDs em biociências e engenharia. b) Posição no fluxo tecnológico Os PCTs indianos se consolidaram como seguidores rápidos em setores de TI na década de 90, tanto em desenvolvimento de softwares como em serviços baseados em tecnologia tornado-se líder mundial no segmento. Como resultado criou uma indústria globalmente competitiva, com crescimento anual superior a 50% gerando cerca de $A 15 bilhões em exportação entre 2003 – 2004. Atualmente o esforço está em buscar no segmento da biotecnologia, posição competitiva mundial que torne a índia referência em P&D, induzindo o fortalecimento e crescimento da indústria local. No mesmo período em que a indústria de TI atingiu suas melhores marcas, a indústria de biotecnologia indiana atingiu receitas superiores a $A 990 milhões e projeta crescimento para atingir $A 3,5 bilhões em 2010. Neste sentido, o governo indiano criou o departamento de biotecnologia, cujo papel é estabelecer a política de biotecnologia, promoção da P&D, cooperação internacional e atividades de manufatura, além de desenvolver a orientação para bio-segurança, promoção da interação universidade empresa, o estabelecimento de institutos de pesquisa e aprovação de produtos de biotecnologia. c) Grau de especialização ANEXO 1 101 RELATÓRIO I Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior Os parques na Índia são altamente especializados, destacando o STPI como um exemplo mais tradicional. Este parque tem como foco o desenvolvimento de softwares e serviços de TI para exportação, de forma semelhante a indústria de hardware eletrônico incluindo equipamentos e componentes. Já o BIO-IT Park está sendo desenvolvido para ser geograficamente um cluster de indústrias de TI, ciências humanas, instituições de pesquisa e academia de ciência e tecnologia tornando-se um endereço de referência no setor. O parque é desenvolvido baseada no modelo de parceria público-privada, servindo como um cluster industrial, unindo a pesquisa em ciências da vida com o estado da arte em ciências da computação. (25) O BIO-IT Park promove atividades de P&D relativas a saúde humana na maioria dos segmentos da biologia computacional. O parque é focado em sete áreas de pesquisa tecnológica e científica como Bioinformatics, Cheminformatics, Pharmacogenomics, Clinical Informatics, Molecular Modelling, Bio Engineering e Bio Simulations. (25) d) Empresas Alvo As empresas localizadas nos parques de software e hardware indianos, somaram em 2003-2004 cerca de $A 14,6 bilhões, um crescimento de 32% em relação a anos anteriores representando 80% do volume de software indiano exportado. A experiência em desenvolvimento dos empreendimentos de base tecnológica, gerou expertise em promover ações de crescimento acelerado junto ao setor de biotecnologia, desde incentivos governamentais, subsídios e investimentos, atraindo empresas maduras neste setor. Tipicamente, o perfil de empresas que se instalam nestes PCTs são altamente especializadas e possuem as seguintes características: • Empresas de medicamentos (Indústria farmacêutica); • Empresas Pure Play Bio-IT; • Empresas de Biotecnologia focada na saúde humana; • Empresas de TI focada em ciências da vida / saúde; • Provedores de serviços para a indústria de ciências humanas. e) Mercado objetivo A alta especialização e infra-estrutura de classe mundial dos parques tecnológicos indianos, aliado a competência de seus recursos humanos, tem sido responsável pela atração de investimentos externos. Os mercados dos PCTs indianos, concentram-se em duas vertentes principais, a de software e serviços de TIC e atualmente no mercado de biotecnologia e fármacos. Um exemplo desse foco é o investimento na construção do International Biotech Park em Hinjewadi – Índia, demandando orçamento de US$ 140 milhões para atender o mercado mundial de soluções em Bio-TIC. Os PCTs indianos se consolidaram como seguidores rápidos em setores de TI na década de 90, especialmente na área de desenvolvimento de softwares como em ANEXO 1 102 RELATÓRIO I Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior serviços baseados em tecnologias correlatas tornaram-se líder mundial no segmento. Face a sua destacada posição competitiva e um mercado interno de pouca expressão, as empresas instaladas nos parques tecnológicos indianos tem seu foco no mercado externo. f) Densidade Urbana A Índia é um país compreendido por 28 estados em 7 territórios, onde em áreas como Andhra Pradesh, Gujarat, Karnataka, Maharashtra e Tamil Nadu foram criados um conjunto de facilidades urbanas envolvendo infrae-strutura de qualidade, ambiente de negócios atrativos e centros empresariais nos PCTs para estabelecer a indústria de biotecnologia do país. Em 12 localidades no país, os PCTs foram responsáveis diretos pela formação de 350 empreendimentos de ciência e tecnologia, suporte de desenvolvimento em cerca de 150 produtos e processos dentre os quais 60 produtos estão sendo comercializados gerando cerca de 4.000 empregos. g) Espaço e infra-estrutura O Ministério das Comunicações e Tecnologia da Informação e Governo da Índia, com o objetivo de implementar a estrutura dos parques científicos e tecnológicos indianos, atua ajudando e gerenciando facilidades relacionadas a infra-estrutura, além de prover outros serviços como assessoramento tecnológico e treinamento profissional.(24) Os PCTs da índia são resultados de parcerias público-privadas na sua grande maioria, oferecendo um conjunto de infra-estrutura de alta qualidade em serviços. Alguns apresentam construções simplificadas, mas que podem receber um grande número de pessoas. São exemplos de PCTs que oferecem infra-estrutura nesta escala, os parques de Bangalore como o International Technology park e o Software Technology Park, os parque de Andhra Pradesh como o Genome Valley além do parque de Trivandrum como o Technopark. h) Portifólio de serviços às empresas de base tecnológica O setor de TIC em particular no segmento de software e de serviços, continuam a crescer e atrair empresas estrangeiras que encontram facilidades locais para se estabelecer. Dentre as principais facilidades locais, constata-se nos parques indianos a existência de um portifólio que compreende o acesso a programas governamentais de incentivos fiscais, suporte empresarial, espaços laboratoriais, suporte médico de alta qualidade, lazer e centros de informações virtuais on-line. Especificamente no segmento de biotecnologia, os PCTs oferecem serviços de biotecnologia baseados em processos industriais desenvolvidos para a indústria farmacêutica, apresentando baixíssimos custos e alta qualidade de produção, tornando estes serviços atrativos para empresas multinacionais. i) Trabalho em rede Uma importante mudança na forma de desenvolvimento dos PCTs indianos, foi promovida pela implementação das redes de parceria público-privada. Este fato foi ANEXO 1 103 RELATÓRIO I Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior somente possível, devido a baixas taxas cobradas junto às instituições empresariais, estimulando empréstimos com taxas de 3% de sobre o valor do projeto que é perdoado em caso de falha. Em cerca de 3 anos, mais de 150 instituições privadas engajaram-se a rede com o setor público. O trabalho em rede para o caso dos PCTs, é suportado por sistemas de comunicação de dados oferecida pelos parques através de serviços HSDC, envolvendo soluções de Circuitos Privados internacionais e serviços de internet compartilhado. Os PCTs ainda oferecem conectividade para unidades de softwares exportadas provendo alta velocidade de tráfego, e está operando em linhas internacionais a partir de suas estações de terra a diversos destinos (25). Esses serviços permitem atuar a longa distância, criando uma ampla rede de trabalho à distância e com qualidade. j) Modelo de gestão O modelo de gestão dos PCTs indianos estão focados em desenvolver oportunidades de integração a clusters empresariais e baixo custo de mão-de-obra. Os estados mais desenvolvidos promovem os PCTs criando um conjunto de políticas locais, facilidades de infra-estrutura e ambiente, além de concederem facilidades de desenvolvimento dos clusters de TI e biotecnologia com receitas, empréstimos, pacote de incentivos e processos rápidos de aprovação. Em Estados como Maharashtra existe a figura de um conselho de biotecnologia e uma comissão de biotecnologia. A gestão envolve a formação de pessoal como parte de seu programa e envolve quase 1.000 instituições de educação com produção de quase 160.000 técnicos treinados por ano. Consiste em um modelo baseado em centros de P&D que transformam a pesquisa em spin-offs. 3.3.1.6 Finlândia A Finlândia tem apresentado um crescimento do seu produto interno bruto – PIB – da ordem de 3% ao ano, segundo a OECD - Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico. Os parques tecnológicos tem representado um fator chave para este crescimento, sendo entendidos como forma de fomento via políticas públicas de ciência e tecnologia, criados com a missão de recuperar a economia da finlandesa pós muro de Berlim, aproveitando também a mão de obra altamente especializada, paralelamente "capitalizando" o efeito Nokia. ANEXO 1 104 RELATÓRIO I Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior Science Parks - Filândia A associação finlandesa de parques – TEKEL, é uma rede de âmbito nacional da cooperação que conecta 24 parques de ciência e a tecnologia, atuando como mediador entre policymakers e parques de ciência. Os parques científicos vinculados a TEKEL acomodam 2.400 empresas e outras organizações empregando 50.000 pessoas que trabalham em campos diferentes de tecnologia, tais como TIC, saúde e tecnologia médica, biotecnologia, tecnologia ambiental e alimentar, engenharia de materiais e meios digitais. a) Relação com centros promotores de conhecimento de qualidade As empresas instaladas em parques tecnológicos da Finlândia destacam-se na maioria dos casos como empresas originadas a partir de desenvolvimento técnico e científico provenientes de universidades ou de grandes empresas do entorno. Os parques tecnológicos estão vinculados a centros de pesquisa e desenvolvimento ou IES. Os parques finlandeses estão estruturados com a finalidade de estimular o processo de transferência tecnológica entre universidades e instituições de P&D, contando com mecanismos de estímulo a criação de empresas spin-offs ou que permitam canalizar o conhecimento acadêmico ao mundo dos negócios. Alguns parques possuem escritórios de transferência de tecnologia, com o objetivo de focalizar explicitamente a exploração de resultados vinculados a P&D de universidades e de instituições de pesquisa. b) Posição no fluxo tecnológico Tem sua orientação para setores de ponta e tecnologias portadoras de futuro, devido a massa crítica pujante e altamente qualificada, com destaque para o elavado volume de empresas de base tecnológica instaladas em parques tecnológicos da Finlândia. Os setores mais explorados são: tecnologia da informação e comunicação, biotecnologia, eletrônicos e óptico-eletrônicos, tecnologia ambiental, saúde e, tecnologia de materiais. c) Grau de especialização As empresas freqüentemente atuam em nichos tecnológicos novos e muito especializados, e buscam se beneficiar da interação com ambientes inovativos, do trabalho em rede e demais benefícios providos em parques tecnológicos. Comumente empresas start-ups são originadas nestes ambientes de inovação, conduzindo o país a uma onda de desenvolvimento baseada no avanço tecnológico. ANEXO 1 105 RELATÓRIO I Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior d) Empresas "Alvo" Novas empresas - a partir de empresas competitivas maduras e spin-offs universitários. Neste sentido os parques tecnológicos finlandeses contam com apoio público no financiamento de start-ups, geralmente vinculados a empreendedores oriundos de centros universitários. e) Mercado objetivo O meio empresarial está direcionado para o desenvolvimento tecnológico nacional. Neste caso as empresas de base tecnológica, dispõem de mercados domésticos pequenos. A sobrevivência e o crescimento dependem da habilidade de internacionalização dos negócios. f) Densidade urbana Na Finlândia observa-se uma gama variada de modelos estruturais de parques tecnológicos, em alguns casos os parques são bem definidos geograficamente, com infra-estrutura específica, em outros encontram-se integrados ao tecido urbano. (10a, 10b, 10c, 10d). Há casos, como o Softpolis Raahe Ltd., onde a implementação ocorre em consonância com o desenvolvimento da cidade, sendo inclusive indutor do desenvolvimento urbano, estando integrado a própria cidade. g) Espaço e infra-estrutura Infra-estrutura definida através de localização próxima a centros de pesquisa e desenvolvimento e instituições de ensino superior, o espaço físico dos parques integrados a centros urbanos caracteriza-se pela conurbação. Em geral os parques tecnológicos trabalham com locação de locais de trabalho e infra-estruturas: prédios, salas, laboratórios etc. h) Portifólio de serviços às empresas de base tecnológica As facilidades oferecidas incluem serviços de consultoria e acesso facilitado a pesquisa para as empresas participantes do arranjo, incluindo criação de rede de cooperação entre as empresas e as universidades relacionadas. Os parques proporcionam acesso a linhas de capital (Seed Capital e Venture Capital, estruturadas pelo governo finlandês em diversas regiões). Contam também com o Spin-off Programme - programa nacional de incubadoras, incentivando novos negócios com forte relação com science parks e universidades. (43) Em geral os parques finlandeses oferecem serviços de recepção, telecomunicação, internet, limpeza e meios para realização de conferência. Também é oferecido serviços de escritório, como artigos de papelaria e de escritório, reprografia, correios e outros. São também exemplos de outros seviços oferecidos pelos parques da Finlândia: • Aluguel de espaço físico; • Pré-incubadora e Incubadora de empresas; • Acesso facilitado a treinamento e consultoria de negócios e processos. Aprendizagem e acesso a know-how; ANEXO 1 106 RELATÓRIO I Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior • Possibilidade de internacionalização; • Serviços de apoio técnico, administrativo e estratégico à criação e desenvolvimento de empresas. transferência tecnológica e serviços de i) Trabalho em rede É presente a estruturação de redes de cooperação entre empresas vinculadas a parques tecnológicos, com participação de universidades, institutos de pesquisa, etc. Nesta direção é oportuno destacar o Programa Network of Innovation Relay Centres – IRC, rede de inovação que conecta centros de inovação em 33 países, permitindo auxílio a companhias e a institutos de pesquisa em projetos internacionais de transferência de tecnologia. Na Finlândia estes serviços são fornecidos pela IRC-Finlândia, cujas funções são financiadas pela União Européia e pela Agência finlandesa de financiamento para tecnologia e inovação TEKES. O IRC-Finlândia aproxima parceiros internacionais às novas tecnologias desenvolvidas na Finlândia, organizando reuniões e eventos de transferência de tecnologia. j) Modelo de gestão Estão organizados como instituições independentes, fundados por iniciativas regionais e são tipicamente vinculados a universidades e outros centros de pesquisa (43). A gestão é exercida geralmente por empresas privadas, havendo casos em que empresas subsidiárias atuam na parte de serviços e imobiliária. Órgãos governamentais exercem papel executivo ou participam dos mecanismos de gestão. Há o caso de uma empresa privada – Technopolis Plc – com ações na bolsa (acionistas órgãos do governo e fundos de pensão), que se incumbe da gestão de uma série de parques tecnológicos: Oulu Technopolis, Otaniemi Science Park, Helsinki-Vantaa Technopolis, Espoo Otaniemi Innopoli, Kareltek Center e Technopolis Oulu Downtown. 3.3.1.7 Irlanda A partir de meados da década de 80 a Irlanda investiu maciçamente na elevação de seu domínio científico e tecnológico, na esteira destas ações fortaleceu-se o papel desempenhado pelas agências voltadas ao desenvolvimento regional, que por sua vez tiveram papel fundamental na consolidação de parques científicos e tecnológicos no país. A região de Shannon é responsável pela alavancagem da indústria irlandesa, maximizado a partir da atuação da Companhia de Desenvolvimento de Shannon (Shannon Development), que cobre uma área de aproximadamente 10.000 km2, compreendendo as cidades de Clare, Limerick, North Tipperary, South Offaly and North Kerry, com população de 430.000 habitantes. ANEXO 1 107 RELATÓRIO I Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior Science Parks – Irlanda A amostra na qual se baseia a pesquisa contempla parques tecnológicos baseados em universidades, institutos e centros tecnológicos, que funcionam como nucleadores do desenvolvimento científico irlandês. Estes parques atuam com a estratégia de atração de grandes empresas, fortificando a inovação através de P&D aplicado e voltado à transferência tecnológica. Em geral, os parques na Irlanda focam empresas orientadas para o desenvolvimento de produtos tecnológicos voltados ao mercado internacional, direcionados para as áreas de desenvolvimento de software, TIC, mídia e tecnologia digital e microeletrônica. a) Relação com centros promotores de conhecimento de qualidade O cenário da pesquisa na Irlanda se transformou nas últimas duas décadas. Há 20 anos atrás, os investimentos em pesquisa eram quase inexistentes. (41) A companhia de desenvolvimento de Shannon (Shannon Development) é responsável pelo desenvolvimento da indústria irlandesa na região de Shannon. O principal objetivo desta companhia é maximizar o desenvolvimento potencial da indústria na região. A Shannon Development criou a Shannon Development Knowledge Network que compreende cinco locais de tecnologia de classe mundial para o desenvolvimento e crescimento das empresas de base tecnológica da região. Estas localidades estão todas ancoradas e ligadas em centros tecnológicos e ou escolas superiores que oferecem uma gama de programas e iniciativas que incluem orientação, espaço para incubação, oportunidades de networking e aconselhamento para planos de negócio e financiamento. (27a), (27b) Em 1999 foi feita uma forte ação de cooperação entre três universidades (Atlantic University Alliance - AUA) com o objetivo de facilitar a transferência tecnológica para a indústria e aumentar a interação universidade-empresa. Os institutos de pesquisa das universidades abrigam centros de serviços tecnológicos focados em áreas específicas, mas com o objetivo de atender às demandas das indústrias. (05) b) Posição no fluxo tecnológico As mudanças no cenário de C&T na Irlanda iniciaram na metade dos anos 80 a partir do plano nacional de desenvolvimento que aportou 2.540 milhões de euros. Mesmo assim, os orçamentos eram distribuídos arbitrariamente, e não eram suficientes. A mudança realmente aconteceu a partir de 2000, quando foi anunciada a revisão do plano nacional de desenvolvimento com um aporte de 40 bilhões de euros. Isto abriu as portas, tanto para a volta de cientistas irlandeses expatriados, como para a vinda de cientistas de outros países interessados em compartilhar suas pesquisas com o governo irlandês. O "start" que trouxe a rápida mudança foi a visão ANEXO 1 108 RELATÓRIO I Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior tecnológica que indicava a necessidade de exploração e desenvolvimento em tecnologias futuras com foco em biotecnologia e TIC. Para tanto, o governo estabeleceu um fundo de desenvolvimento tecnológico que financiou a infraestrutura de pesquisa necessária. (41) c) Grau de especialização Os maiores gastos em P&D pelo setor empresarial estão concentrados nos setores de alta tecnologia, sendo que as empresas estrangeiras são os principais atores. (06) Os parques tecnológicos (Limerick, Kerry, Tipperary, Birr e Ennis) estão focados no desenvolvimento do estado da arte em tecnologia, onde os empreendimentos instalados possam ter uma larga gama de assistência. (27a), (27b) O PAT (Programa para Tecnologias Avançadas) desenvolve centros de expertise dentro das universidades. Estes centros são os principais promotores de spin-offs a partir da pesquisa colaborativa com a indústria, pois foram desenhados para fazer a gestão da comercialização das tecnologias e idéias desenvolvidas dentro das universidades. (05) d) Empresas "alvo" O crescimento da estrutura de produção de conhecimento e das atividades de P&D na Irlanda se deu principalmente pela vinda de empresas estrangeiras em setores de alta tecnologia que criaram um ambiente de negócios favorável para novos locais de produção. As empresas irlandesas são caracteristicamente MPEs e historicamente ligadas a setores de baixa à média tecnologia. Foi através das empresas estrangeiras, que se instalaram, que deu-se o uso intensivo da tecnologia. (05) e) Mercado objetivo De modo geral, os parques focam empresas orientadas para o desenvolvimento de produtos tecnológicos voltados ao mercado internacional. Esses parques orientamse para uma forte vertente de desenvolvimento regional, pois muitas empresas que se instalam nos parques são empresas maduras internacionais que vêem vantagens locacionais e financeiras para se instalar nos parques. (05) f) Densidade urbana Os parques estão localizados junto aos centros tecnológicos das universidades, mas com conceitos de espaços amplos (parkland campus) dentro das possibilidades locais urbanas e green field sites de modo a criar um ambiente único para fazer negócios e também morar. (27a) (27b) (38) (40) g) Espaço e infra-estrutura Em todos os parques da Irlanda, há a preocupação de disponibilizar um ambiente de interação com um centro tecnológico e universidade por meio de ligação física e uma infra-estrutura tipo "plug and play" onde a empresa possa rapidamente se instalar em um ambiente flexível para atender às suas demandas. (27 a), (27b) ANEXO 1 109 RELATÓRIO I Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior h) Portifólio de serviços às empresas de base tecnológica Atualmente, os parques tecnológicos por um lado atraem, estrategicamente grandes empresas estrangeiras nas áreas foco de tecnologia, contemplando estruturas para criação e desenvolvimento de novas empresas a partir dos centros tecnológicos das universidades, por meio de ambientes de incubação de empresas, os chamados InnovationWorks. Estas incubadoras ficam instaladas dentro dos parques e provem as empresas start-ups com serviços de apoio, infra-estrutura de telecomunicação em prédios inteligentes, processo de Venture Development, Early-start Venture, serviços de pesquisa, plano de negócios, financiamento, acesso a mercado - Marketplace Network, entre outros. (10) i) Trabalho em rede Destaca-se na Irlanda o fato de historicamente haver um relacionamento de parcerias estratégicas muito baseadas em contatos pessoais entre um departamento da IES e a empresa, e que esse tipo de relacionamento mostrou-se altamente eficiente na relação universidade-empresa.(05) Cabe também mencionar a Shannon Development por sua importante atuação pela criação, desenvolvimento e articulação dos principais parques irlandeses. Além disso, existe a AUA (Atlantic University Alliance) que trabalha de forma cooperada para promoção da transferência tecnológica das universidades para as empresas facilitando a inovação dentro das empresas ao mesmo tempo em que identifica as demandas das indústrias locais nas três regiões servidas pelas universidades. j) Modelo de gestão A gestão dos principais parques na Irlanda, em alguns casos é feita por meio da criação de uma empresa Ltda, gestora do parque, mas sempre é resultante da aliança entre o setor público local, instituição tecnológica, conselho regional/municipal, IDA (Agência de Desenvolvimento da Irlanda) e o setor privado. (10) 3.3.1.8 Espanha Os primeiros parques tecnológicos espanhóis foram criados a partir de comunidades autônomas (governos regionais). Atualmente uma outra vertente de construção de parques tecnológicos está em curso na Espanha, sendo marcada pela criação de parques através da iniciativa de universidades, que representam um novo modelo de desenvolvimento. Os parques tecnológicos espanhóis de 3ª geração estão geralmente vinculados a centros de conhecimento bem qualificados e estruturados a partir da identificação de necessidades e/ou potencialidades para desenvolvimento regional. Essa característica regional tem sido combinada com a atuação em setores promissores, geralmente beneficiados por investimentos de infra-estrutura (logística, urbana e de ciência e tecnologia) da União Européia. Atualmente, na Espanha, são 87 parques científicos e tecnológicos. Em 2005, segundo dados da Asociación de Parques Científicos y Tecnológicos de España – ANEXO 1 110 RELATÓRIO I Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior APTE, nos 65 parques científicos e tecnológicos, até então existentes na Espanha, estavam estabelecidas 2.000 empresas, que geravam aproximadamente 51.000 empregos, sendo 10.000 empregos diretos em atividades de P&D. O produto interno bruto destes parques científicos e tecnológicos, no mesmo ano, foi de 7,5 bilhões de euros. a) Relação com centros promotores de conhecimento de qualidade Parque Tecnológico da Andaluzia - Málaga O desenvolvimento dos parques esteve relacionado a iniciativas regionais, e a implantação dos mesmos esteve sempre vinculada a centros de ensino e pesquisa, principalmente universidades, que apresentam como objetivo apoiar e promover o desenvolvimento científico e tecnológico. São destacadas as redes de alianças firmadas entre parques C&T e Universidades, além de convênios e acordos de colaboração. b) Posição no fluxo tecnológico Setores de ponta e setores voltados a prioridades regionais: (aeronáutica, TI, medicina e saúde, setor agro - alimentar e biotecnologia, eletrônica, energia e ambiente). (18) c) Grau de Especialização Há especialização em setores alicerçados em potencialidades locais, ocorrendo desenvolvimento da vocação empresarial em áreas prioritárias às regiões de entorno. O objetivo social na implantação de um parque tecnológico nas diversas regiões da Espanha transcende a concepção capitalista de negócio, tendo objetivo de estimular e promover a iniciativa e avanço da malha industrial, mediante criação de infraestruturas que permitam a implantação de empresas de alta tecnologia, junto as atividades industriais pré-existentes, agregando valor às potencialidades já desenvolvidas. Ao mesmo tempo esses mecanismos buscam potencializar a transferência tecnológica entre universidades, centros tecnológicos e empresas, evidenciando a criação de valor no entorno de parques tecnológicos. (19) d) Empresas "alvo" Grandes empresas – Empresas âncoras (proyectos tratores), possibilitando desenvolvimento do meio empresarial local, através de direcionamento dos líderes – que geraram spin-offs locais, e desenvolvimento regional. ANEXO 1 111 RELATÓRIO I Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior e) Mercado objetivo Interesse no desenvolvimento regional, através de qualificação e aumento da competitividade, possibilitando atuação no mercado global. f) Densidade urbana Segundo a Associação de Parques Tecnológicos Espanhóis – APTE –, os parques espanhóis em geral são preocupados com seu urbanismo, seus espaços verdes e edifícios, e são referência na Espanha em modelos de desenvolvimento empreendedor. Ainda para a APTE o tamanho dos parques espanhóis varia entre 50 e 100 hectares, exceto no País Basco, onde os parques de maior tamanho situamse em regiões de menor desenvolvimento econômico. g) Espaço e infra-estrutura È presente a preocupação com a criação de infra-estruturas que permitam implantação de empresas de alta tecnologia, junto a atividades industriais e serviços com alto valor agregado (caráter inovativo). Os parques espanhóis em geral são preocupados com seu urbanismo, seus espaços verdes e edifícios, e são referência na Espanha em modelos de desenvolvimento empreendedor. (19) o crescimento científico e tecnológico de uma região, quando da consolidação de parques tecnológicos, segue em paralelo a construção de grandes infra-estruturas de comunicação, e ao desenvolvimento urbanístico de sua área. Casos como o Parc Tecnològic del Vallès - PTV, separado de Barcelona pelo Parque Natural de Collserola, caracterizam-se pela atuação em grande aglomerado urbano com mais de três milhões de habitantes, onde encontram-se suas universidades e serviços tecnológicos. A região de entorno deste parque conta com excelentes facilidades ferroviárias, aeroporto internacional e porto e está dotado de uma infra-estrutura viária que o liga a toda Espanha e ao resto da Europa. h) Portifólio de serviços às empresas de base tecnológica No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes aplicadas aos objetivos do projeto. i) Trabalho em rede A Espanha conta com a Rede de Transferência de Tecnologia (RTT3) – gerenciada pela APTE – sendo este um programa de apoio a consolidação de novas MPEs, através do fomento a iniciação e desenvolvimento de projetos de cooperação entre empresas de base tecnológica localizadas no entorno dos parques científicos e tecnológicos de âmbito estatal. O programa também apóia e estimula o networking entre empresa e outros parques tecnológicos. É destacado também iniciativas regionais, onde as Comunidades Autônomas espanholas investem na criação de redes de parques tecnológicos, como por exemplo, a rede de parques tecnológicos do País Basco e de Andaluzia. j) Modelo de gestão Estrutura mista de gestão (alguns parques são gerenciados por fundações públicas ou privadas, outros por S.As. pública, mista ou privada). Em geral são parques que ANEXO 1 112 RELATÓRIO I Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior possuem uma estrutura de gestão estratégica e interna formal / institucional. (10a), (10b), (10c), (10d). Fundações, sociedades e instituições de caráter público se destacam entre os modelos de gestão. ANEXO 1 113 RELATÓRIO I Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior 3.3.2 Papel estratégico dos parques tecnológicos em relação à economia do país e ao desenvolvimento de uma determinada região e/ou setor empresarial – variáveis analisadas 3.3.2.1 Coréia do Sul a) Relevância estratégica nacional A Coréia apóia, em especial, as atividades de P&D na área de biotecnologia e tem como estratégia alcançar a participação de 5% do mercado global (market share) (Rhee, 2000). O papel desempenhado pela DAEDUK Science Town para a criação de consórcios entre universidades e empresas no "cinturão da biotecnologia" conduz, automaticamente, a excelência do seu sistema de inovação. A política industrial é categorizada freqüentemente para setores industriais específicos. Cada setor tem uma política industrial de âmbito nacional e/ou regional. Para ser de relevância nacional a pergunta vital que se faz é se aquele setor industrial específico é vital para o interesse de uma região. Outra questão consiste nas vantagens da concentração e da difusão. Da perspectiva do desenvolvimento regional a concentração em nível nacional pode ser considerada como fonte de problema social. Mesmo que o governo central seja responsável na política de desenvolvimento econômico nacional algumas diferenças são encontradas quanto a prioridade de desenvolvimento entre os governos nacional e regional. Os parques nacionais pretendem geralmente promover um ou algum setor industrial específico, mas se o parque regional também inclui esse campo da indústria como prioridade regional cria um ambiente de diferenças de estratégias. Esse fato implica na necessidade de se estabelecer sistemas distintos para a inovação no desenvolvimento regional e para o sistema nacional de inovação do país. b) Relevância estratégica regional/setorial O Programa de Apoio para P&D na Indústria prevê a criação de novos parques tecnológicos; o fortalecimento dos centros de incubação de tecnologias e o estabelecimento de consórcios regionais entre universidades e empresas. A política de descentralização beneficia o desenvolvimento regional, em especial pela criação e desenvolvimento de parques industriais rurais. A política de desenvolvimento regional não é dirigida especialmente para promover o desenvolvimento de economias locais, mas também, para administrar as conseqüências negativas do desenvolvimento industrial (Hong, 1997). Assim, os instrumentos principais da política regional são: dirigir o crescimento de Seul com o rezoneamento do uso de terra industrial, e a relocação das indústrias de manufaturas que violem os ordenamentos do zoneamento da cidade; atividades industriais distribuídas em outras regiões; realocação do governo central para funcionar nas áreas locais; e economias regionais estimulando áreas provinciais. Esses instrumentos servem de fomento ao papel dos parques em relação a economia regional/setorial de forma estratégica. c) Relevância estratégica local A política de desenvolvimento local, assim como a regional, não é dirigida especialmente para promover o desenvolvimento de economias locais mas, em ANEXO 1 114 RELATÓRIO I Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior administrar as conseqüências negativas do desenvolvimento industrial (HONG, 1997). 3.3.2.2 Cingapura a) Relevância estratégica nacional Os parques de ciência e tecnologia de Cingapura contribuem para o crescimento tecnológico da indústria e serviços em regiões onde antes predominava a agricultura. Inicialmente esse crescimento alcançava pouco valor agregado, contudo, Cingapura vem agregando maior valor às suas atividades através do incremento em P&D, design e pela incorporação de componentes em seus produtos finais. Seus parques estão se tornando um fator chave de expansão nacional em participação na economia do país. Em Cingapura os parques tecnológicos são considerados importantes no contexto em que operam, incluindo estratégias e planos nacionais, incentivos para empresas de base tecnológica, disponibilidade de pessoal qualificado, qualidade de infra-estrutura entre outros. O Biopolis simboliza o novo direcionamento de Cingapura em estimular os setores de base tecnológica. Construído com um investimento de cerca de $A 425 milhões, tornou-se o centro da pesquisa biomédica em Cingapura, sendo considerado mundialmente como o primeiro complexo de pesquisa biomédica integrado construído para este fim. (44) b) Relevância estratégica regional/setorial No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes aplicadas aos objetivos do projeto. c) Relevância estratégica local No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes aplicadas aos objetivos do projeto. 3.3.2.3 Taiwan a) Relevância estratégica nacional A inovação surgiu como fator chave para a competitividade nacional na economia do conhecimento, e está se tornando uma importante "regra" reconhecida em diversos níveis de tecnologia e da indústria; (32) Os parques de ciência são implantados para introduzir indústria de alta tecnologia, atrair talentos para Taiwan, promover evolução da indústria taiwanesa, balancear o desenvolvimento regional e orientar o desenvolvimento econômico nacional. Como um organismo vital, os parques de ciência de Taiwan, desde 1980, estão transformando enfaticamente o país através de alto valor agregado e de “innovation houses”, desenvolvendo as tecnologias da próxima geração e expandindo os parques científicos; (32) ANEXO 1 115 RELATÓRIO I Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior Já existem 11 parques satélites mantidos pelos parques de ciência de Taiwan como o HSP. (32) b) Relevância estratégica regional/setorial No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes aplicadas aos objetivos do projeto. c) Relevância estratégica local No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes aplicadas aos objetivos do projeto. 3.3.2.4 China a) Relevância estratégica nacional A transição para uma economia do conhecimento com particularidades chinesas e a criação de potencialidades domésticas, representa metas de uma política significante de um importante elemento estratégico do governo chinês, determinado a desenvolver mais setores chave. A velocidade de desenvolvimento dos parques de ciência e tecnologia é vista como um importante elemento da estratégia chinesa para revitalizar a nação através da ciência e da educação. (33) Este efeito tem descrito os PCTs com uma "importante base de desenvolvimento da indústria de alta tecnologia na China“, a "fonte de radiação para a disseminação do conhecimento de alta tecnologia para indústrias tradicionais", a "janela aberta para o mundo" e como uma "zona experimental para as reformas". Como catalisador potencial de maior crescimento e desenvolvimento, o real papel dos PCTs é tornarse uma regra para a construção de um a China moderna. (33) Com o suporte do “Torch Program” do governo chinês, o desenvolvimento da indústria de alta tecnologia tem sido acelerada. No futuro, esta indústria se expandirá em escala e em velocidade de desenvolvimento conforme o ciclo de vida da tecnologia, com tecnologias novas, energias renováveis, alta tecnologia ecológica, novos materiais, tecnologia espacial, tecnologia científica marinha e de ciências sintéticas. O país através de suporte e investimentos especializa-se em novas tecnologias energéticas e ecológicas. (23), (24), (32), (33) b) Relevância estratégica regional/setorial Para as regiões chinesas, diversos parques científicos, incubadoras e áreas de desenvolvimento tecnológico foram criados. Em recente análise nessas zonas, na China e sul da Coréia do Sul, foram contados 85 iniciativas dessa natureza, somando mais 58 parques científicos universitários de menor tamanho. A política especial de zonas econômicas foi condensada em 5 grandes zonas de abrangência regional sendo a mais antiga e famosa a de Shenzhen nas margens de Hong Kong (criado em 1980). Isto é suficiente para perceber no mapa da China, que todas as zonas econômicas especiais, estão localizadas na costa, cujo objetivo é atrair investimento estrangeiro. ANEXO 1 116 RELATÓRIO I Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior O efeito dessas zonas na área econômica é real, seguindo a costa do mar da China desde Dalian ao norte até Zhanjiang ao sul constituindo uma linha ininterrupta de parques industriais. Hoje o governo chinês precisa re-balancear as áreas econômicas através da interiorização. (24) c) Relevância estratégica local No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes aplicadas aos objetivos do projeto. 3.3.2.5 Índia a) Relevância estratégica nacional O desenvolvimento dos PCTs indianos, foca objetivamente o desenvolvimento de regiões potenciais e ofertantes de mão-de-obra qualificada, com o propósito de criar clusters empresariais competitivos em segmentos estratégicos como TI e biotecnologia. O resultado imediato da formação dos clusters apartir dos PCTs, foi observado na economia em termos de fluxo de investimento estrangeiro direto, atingindo US$ 4,3 bilhões em 2004 segundo indicadores do Asian Development Bank. Considerando os PCTs de software, apenas as empresas instaladas nesses parques atingiram valor exportado de $A 14,6 bilhões , promovendo um crescimento estimado de 32% sobre os anos anteriores e representando cerca de 80% dos softwares exportados na Índia. Somado a este fato, o governo disponibilizou tarifas e taxas de concessão para empresas baseadas em tecnologia através de Zonas de Livre Comércio, Zonas de processamento e exportação para 100% das unidades destinadas a exportação. Estas ações criam e reforçam a estratégia de desenvolvimento dos PCTs, recebendo investimentos diretos para sua construção. São exemplos de PCTs, o Biotech-IT Park cujo montante investido para construção soma $A 70 milhões. b) Relevância estratégica regional/setorial No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes aplicadas aos objetivos do projeto. c) Relevância estratégica local No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes aplicadas aos objetivos do projeto. 3.3.2.6 Finlândia a) Relevância estratégica nacional Há programas nacionais e locais de desenvolvimento, que dão suporte ao surgimento, aperfeiçoamento, competitividade e presença internacional das empresas finlandesas. Nessa situação, os parques tecnológicos na Finlândia são ANEXO 1 117 RELATÓRIO I Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior instrumentos, para a execução de um projeto nacional de desenvolvimento. Destaca-se a existência de políticas voltadas à consolidação destes mecanismos fomentando a economia nacional a partir de sistema que contempla as iniciativas locais. b) Relevância estratégica regional/setorial No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes aplicadas aos objetivos do projeto. c) Relevância estratégica local Os parques tecnológicos além de fomentar o desenvolvimento de regiões centrais e tradicionais, quando associados aos centros universitários e em alguns casos aliados à especialização de algumas indústrias, são fatores essenciais no desenvolvimento de cidades de menor porte. O vinculo entre universidades e centros de pesquisa e desenvolvimento fomenta o desenvolvimento tecnológico de cidades aliado a potencialização da malha empresarial local. 3.3.2.7 Irlanda a) Relevância estratégica nacional Através dos Planos Nacionais de Desenvolvimento e seus diversos programas, o governo irlandês aportou recursos próprios e da União Européia para modificar a estrutura de C&T do país desenvolvendo massa crítica para apoiar o desenvolvimento das inovações. (41) O IDA (Agência de Desenvolvimento da Irlanda) apóia as iniciativas de parques no país e tem o papel de captar investimentos externos e atrair as empresas estrangeiras. (39) No entanto, os mecanismos de transferência tecnológica como parques e incubadoras estão ligados às universidades e centros tecnológicos que são estruturas vinculadas às regiões. (27a) (27b) b) Relevância estratégica regional/setorial Os parques são estruturas de desenvolvimento regional, criadas e geridas pelos diversos atores regionais públicos e privados, mas com suporte e apoio nacional por meio dos diversos programas de desenvolvimento tecnológico do país. A Shannon Development (Companhia de Desenvolvimento da região de Shannon) é o caso emblemático da Irlanda, posicionando-se como a grande promotora do desenvolvimento dos parques da região de Shannon, com o claro objetivo de maximizar o desenvolvimento potencial das indústrias locais. (27a) (27b) c) Relevância estratégica local No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes aplicadas aos objetivos do projeto. ANEXO 1 118 RELATÓRIO I Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior 3.3.2.8 Espanha a) Relevância estratégica nacional Há duas formas de investimento em parques científicos e tecnológicos na Espanha, ou feito por comunidades autônomas, ou via grandes investimentos públicos federais. Nos dois casos há apoio da Associação de Parques Tecnológicos da Espanha. Tais investimentos resultaram no salto tecnológico espanhol, colocando os Parques Científicos no centro do sistema de ciência e tecnologia da Espanha. b) Relevância estratégica regional/setorial Os parques tecnológicos espanhóis alcançam uma forte relevância regional, contemplando investimentos localizados (comunidades autônomas) gerando capacidade de desenvolvimento regional e orientando políticas desenvolvidas por todo o país. (19) Cabe ainda destacar que os parques espanhóis desempenham um importante papel, face a promoção da interação de empresas de alta tecnologia junto a atividades industriais locais já existentes. Essa atuação tem sido responsável pela agregação de valor às potencialidades e vocações regionais já estabelecidas. c) Relevância estratégica local No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes aplicadas aos objetivos do projeto. ANEXO 1 119 RELATÓRIO I Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior 3.3.3 Estratégias de implantação dos parques científicos tecnológicos relacionados – variáveis analisadas 3.3.3.1 e Coréia do Sul a) Geração espontânea No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes aplicadas aos objetivos do projeto. b) Iniciativa acadêmica A comunidade acadêmica conseguiu sensibilizar os governos e as lideranças empresariais para a construção de uma política nacional para a criação de programas de biotecnologia. Vários projetos foram apoiados e também foi realizado um esforço para a criação de competências, principalmente nas áreas de biologia molecular e engenharia genética. O governo tem a função de apoiar as pesquisas básica e aplicada nos institutos de pesquisa financiados pelo governo (GRI’s Government Supported Research Institutes). Essa função pode se tornar estratégica para a implantação e a operacionalização dos parques científicos e tecnológicos. c) Intervenção estatal – nacional O governo através de seu primeiro Plano Qüinqüenal de Desenvolvimento Econômico (1962) lançou as bases para a política de desenvolvimento industrial visando a promoção das indústrias de substituição de importações e também a expansão das "light industries". Neste contexto o governo coreano desenvolveu estratégias de C&T para apoiar a política de desenvolvimento industrial que foram assentadas em três principais políticas (MOST, 1996): I. Criação do Ministério da Ciência e Tecnologia (MOST), em 1967, para formular e implementar a política de C&T; II. Construção da infra-estrutura tecnológica para apoiar o desenvolvimento da indústria de manufaturas e a criação da competência técnico-científica; III. Aprovação e implementação da Lei de Promoção de C&T (S&T Promotion Law) para garantir o desenvolvimento científico e a capacitação técnicocientífica do país. Mais adiante houve uma mudança para uma economia baseada em indústrias mais intensivas em capital e tecnologia. Ocorreu uma expansão da indústria pesada, da indústria química e expansão do setor manufatureiro (1970). Com a criação da rede dos GRI’s (Government Supported Research Institutes) nas áreas de eletrônica, eletricidade, ciências do mar, química industrial, construção naval, equipamentos (machinery) foi feito o esforço para adaptar e internalizar tecnologias importadas, com base na filosofia learning by doing, durante a década de 80, a ação de governo objetivava o crescimento e estabilização do sistema de C&T. Em 1980, o objetivo é a expansão das indústrias intensivas em tecnologia e a melhoria de produtividade do sistema de manufatura. Quanto ao desenvolvimento científico e tecnológico tem-se os programas de capacitação e o repatriamento de especialistas, o Programa Nacional de P&D (1982) com ênfase no desenvolvimento de tecnologias-chaves e de tecnologias de interesse ao bem estar social "public ANEXO 1 120 RELATÓRIO I Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior welfare technologies” e a criação da cidade da ciência, DAEDUK, com vistas a acomodar os institutos de pesquisa e criar um ambiente propício ao investimento corporativo de P&D. No ano de 1990, o governo introduziu medidas inovadoras como a implementação do Plano Qüinqüenal (1997-2002) para a Inovação Científica e Tecnológica, a implementação do projeto HAN – (Highly Advanced National Project) e o Programa "Creative Research Initiative". O século XXI servirá para adaptar o desenvolvimento industrial do país ao novo cenário da economia mundial (knowledge-based economy). As cooperações técnicocientíficas com os países em desenvolvimento serão fortalecidas e juntamente com o desenvolvimento de tecnologias estratégicas que serão responsáveis pela configuração do novo parque industrial coreano. d) Intervenção de entidades regionais Os parques nacionais de tecnologia da Coréia pretendem, geralmente, promover um ou alguns setores industriais. Os parques tecnológicos regionais incluem virtualmente cada campo da indústria e refletem as prioridades regionais. Os atores da inovação em uma região estão envolvidos diretamente com a geração, a difusão, e a apropriação de inovações tecnológicas e estão diretamente relacionados com prioridades regionais. Durante a década de 1970, o governo continuou com sua política de construir parques industriais novos e expandir os existentes, principalmente na região do sudeste que experimentava crescimento rápido, e também tendo em vista a necessidade de realocar indústrias estabelecidas em Seul. e) Intervenção de entidades locais No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes aplicadas aos objetivos do projeto. f) Investimento privado/empresarial Como o Programa de Apoio para P&D na Indústria, inclui as pequenas e médias empresas e tem como estratégia a criação de novos parques tecnológicos, o fortalecimento dos centros de incubação de tecnologias e o estabelecimento de consórcios regionais entre universidades e empresas o investidor privado está mais empenhado no desenvolvimento da economia nacional. O governo tem como premissa a construção de infra-estruturas nacionais de P&D, consideradas essenciais para se criar um ambiente favorável que estimule o investimento privado, em especial na área de biotecnologia. Em 1980, os investimentos totais em P&D na Coréia alcançavam valores da ordem de US$ 620 milhões. Em 1990 alcançou US$ 5 bilhões e em 1998 o investimento representou 4% do PIB sendo que apenas 20% desse total é proveniente dos recursos públicos. Os 80% restantes provêm da área privada, que tem grande tradição de participação nos investimentos em P&D, e atua em estreita articulação com o setor público. A cultura do setor privado coreano de participar nos investimentos em P&D é parte integrante da filosofia do desenvolvimento industrial do país, desde o início da década de 60. ANEXO 1 121 RELATÓRIO I Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior 3.3.3.2 Cingapura a) Geração espontânea No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes aplicadas aos objetivos do projeto. b) Iniciativa acadêmica No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes aplicadas aos objetivos do projeto. c) Intervenção estatal – nacional Além da criação dos primeiros parques em 1980, recentemente o governo de Cingapura investiu cerca de R$ 12,3 bilhões para desenvolver o "One - North Science Precint", representando um exemplo típico de uma abordagem agressiva governamental para a nova geração de parques científicos. O planejamento e o desenvolvimento para o One -North são muito mais curtos que os parques iniciais e o investimento em infra-estrutura é ainda maior. (44) d) Intervenção de entidades regionais No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes aplicadas aos objetivos do projeto. e) Intervenção de entidades locais No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes aplicadas aos objetivos do projeto. f) Investimento privado/empresarial No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes aplicadas aos objetivos do projeto. 3.3.3.3 Taiwan a) Geração espontânea No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes aplicadas aos objetivos do projeto. b) Iniciativa acadêmica No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes aplicadas aos objetivos do projeto. c) Intervenção estatal – nacional Os parques foram criados como estratégia do governo de Taiwan para assegurar uma boa relação entre pesquisa básica, pesquisa aplicada e o mundo industrial, assumindo importante papel no desenvolvimento do país. Foram estabelecidos para ANEXO 1 122 RELATÓRIO I Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior desenvolver clusters industriais distintos e vistos como importantes mecanismo de criação e transferência tecnológica. O governo de Taiwan teve uma forte intervenção na criação, desenvolvimento e implantação dos parques neste país. Este governo visando atrair as empresas para os parques, disponibilizou empréstimos com taxa de juros reduzida, direito de retenção de lucros de até 200% do capital, isenção do imposto de renda por cinco anos durante os primeiros nove anos de operação, depreciação acelerada de equipamentos voltados para pesquisa e desenvolvimento (P&D) e baixo custo de terrenos. Os parques científicos e tecnológicos em Taiwan contam com uma forte indução e investimento do poder público e são montados a partir de planos estratégicos nacionais. Nos últimos 15 anos o governo de Taiwan investiu aproximadamente 690 milhões de dólares canadenses para viabilizar infra-estrutura e oportunidades educacionais no Hsinchu Park (HSP). O governo introduziu mais incentivos para universidades e instituições de pesquisa fortalecendo a integração com a indústria e aplicando as capacidades de P&D no setor industrial. As universidades foram estimuladas a desenvolver a linha de frente de tecnologias industriais e produzir patentes para proteção do capital intelectual. Ainda, agências governamentais induziram a colaboração universidade - indústria após uma mudança na estrutura política do país orientando para inovação, criando através do Ministry of Economic Affairs, o Plan for Converting Industrial R&D into Groundbreaking Innovations. Para revitalizar áreas mais tradicionais como o tecido industrial ao sul de Taiwan, foi implantado o Industrial Innovation and R&D Park para dar suporte aos fabricantes de realizarem a transição para inovação e P&D. Para as pequenas e médias empresas, o governo criou o Asia-Pacific Entrepreneurship Center para gerar um ambiente de alta qualidade induzindo o empreendedorismo onde as pequenas e médias empresas possam sobreviver e prosperar. (30) d) Intervenção de entidades regionais No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes aplicadas aos objetivos do projeto. e) Intervenção de entidades locais No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes aplicadas aos objetivos do projeto. f) Investimento privado/empresarial No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes aplicadas aos objetivos do projeto. ANEXO 1 123 RELATÓRIO I Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior 3.3.3.4 China a) Geração espontânea No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes aplicadas aos objetivos do projeto. b) Iniciativa acadêmica No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes aplicadas aos objetivos do projeto. c) Intervenção Estatal - Nacional A China caracteriza-se por rigorosas regras e regulação do mercado por meio do estado, sendo que em determinado momento o investimento externo feito no país era originado de chineses residentes no exterior. Um dos motivos que levaram o governo a estabelecer parques de alta tecnologia, foi a necessidade de criar um espaço privilegiado em que o desenvolvimento de produto e a manufatura acontecessem em condições mais favoráveis que em outras iniciativas. (23) Atualmente, cerca de 53 parques científicos e tecnológicos nacionais estão aprovados pelo Conselho Nacional, e mais de 100 parques científicos provinciais ou universitários e 400 incubadoras de base tecnológica.. Alguns parques industriais de província têm sido estabelecidos, particularmente em áreas onde as condições econômicas e tecnológicas são favoráveis. Em outras áreas, um cinturão de desenvolvimento para indústria de alta tecnologia foi criado para renovar indústrias tradicionais e acelerar o desenvolvimento da economia local. (33) d) Intervenção de entidades regionais No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes aplicadas aos objetivos do projeto. e) Intervenção de entidades locais No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes aplicadas aos objetivos do projeto. f) Investimento privado/empresarial No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes aplicadas aos objetivos do projeto. 3.3.3.5 Índia a) Geração espontânea No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes aplicadas aos objetivos do projeto. ANEXO 1 124 RELATÓRIO I Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior b) Iniciativa acadêmica No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes aplicadas aos objetivos do projeto. c) Intervenção estatal - nacional O governo promove ações para implantação e fortalecimento de PCTs por todo o país, com o propósito de atrair empresas estrangeiras e criar clusters empresariais locais competitivos globalmente. A atuação do governo está em oferecer um conjunto de medidas assistenciais, com o propósito de criar atratividade para criação dos PCTs por meio das empresas que ali serão instaladas. Algumas dessas medidas podem ser descritas como: I. Taxas de Incentivos para energia elétrica industrial; II. 25% de concessão em tarifas de energia para novas empresas de TI por um período de 3 anos; III. Isenção de taxas comerciais para venda de softwar; IV. Isenção regulatória vigente nas zonas de comércio para indústria de software; V. Retorno do custo da terra para empresas de TI, no valor de $A 600 por emprego criado; VI. Investimento subsidiado para indústria de SW e HW em 20% do capital fixo de investimentos não excedendo $A 6 milhões; VII. Investimentos especiais para Mega Projetos/ projetos pioneiros. d) Intervenção de entidades regionais O principal papel de entidades regionais junto aos PCTs, consiste em viabilizar a implantação dos parques e subsidiar a construção de prédios internos e infraestrutura parcial. Um exemplo são os consórcios internacionais como o de Singapura que se estabelecem regionalmente para participar de investimentos nos parques. A Tata consultancy and Services , agências de desenvolvimento regionais e entidades governamentais promovem forças tarefa para criar a cooperação necessária para construção dos PCTs. e) Intervenção de entidades locais No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes aplicadas aos objetivos do projeto. f) Investimento privado/empresarial A considerável magnitude de investimento em infra-estrutura de novos PCTs na Índia, não seria possível se as atividades internas apresentassem baixo retorno para investidores. Um fato ainda difícil de mensurar é a soma global dos intensos investimentos realizado pelo governo, em promover novos setores como o da biotecnologia, estimando-se investimentos anuais na ordem de bilhões de dólares. ANEXO 1 125 RELATÓRIO I Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior Apenas considerando o “Plano Décimo” focado no desenvolvimento nacional baseado em biotecnologia, foi criado pelo governo um fundo com recursos superiores a $A 606 milhões e $A 273 milhões para orientação básica de produtos de P&D. Alguns números relativos aos investimentos em PCTs podem ser assim listados: • Internationl Biotech Park – US$ 140 milhões para construção • BioTech – IT Park – $A 70 milhões para construção • Genoma Valley – US$ 6,4 milhões investidos apartir do “Bill e Melinda gates Foundation” em projetos. 3.3.3.6 Finlândia a) Geração espontânea No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes aplicadas aos objetivos do projeto. b) Iniciativa acadêmica Os parques tecnológicos são vinculados a centros de pesquisa e desenvolvimento ou IES, estando estruturados com a finalidade de estimular o processo de transferência tecnológica entre universidades e instituições de P&D. c) Intervenção estatal – nacional O governo fomenta atividades inovativas através de mecanismos voltados ao setor, como: TEKES, The National Technology Agency, que aplica recursos estatais incentivando a pesquisa e o desenvolvimento da indústria finlandesa e o SITRA, The National Fund for Research and Development, que apóia no financiamento de firmas intensivas em tecnologia. d) Intervenção de entidades regionais Como exemplo da intervenção de entidades regionais pode-se mencionar a Associação Finlandesa de Parques de Ciência, uma rede de cooperação de âmbito nacional que conecta 24 parques de ciência e centros da tecnologia em cidades universitárias da Finlândia. A entidade dispõe de apoio financeiro a projetos, programas de tecnologia, financiamento de pesquisa e desenvolvimento, desenvolvimento de redes de pesquisa e de negócios internacionais. Estas iniciativas permitem aumento da competitividade do país, consolidação da imagem da Finlândia, de suas regiões e de parques de ciência como ambientes internacionais com qualificação para pesquisa e desenvolvimento e ambiente de negócios consolidado, permitindo atração de parceiros e investidores. e) Intervenção de entidades locais No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes aplicadas aos objetivos do projeto. ANEXO 1 126 RELATÓRIO I Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior f) Investimento privado/empresarial No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes aplicadas aos objetivos do projeto. 3.3.3.7 Irlanda a) Geração espontânea No caso da Irlanda, as empresas nacionais representam somente 36% do total de negócios de P&D, enquanto as empresas estrangeiras representam 64%. No processo de desenvolvimento empresarial de negócios de alta tecnologia, que são também os residentes dos parques tecnológicos, houve um processo de atração de empresas estrangeiras que se beneficiaram da localização na Europa instalando-se na Irlanda e trouxeram de seus países de origem a cultura empreendedora e a capacidade de P&D. São as empresas estrangeiras do setor de alta tecnologia os principais atores em termos de gastos em P&D pelo setor empresarial. (05), (38), (39), (40), (41), (42) b) Iniciativa acadêmica As universidades na Irlanda e outras instituições de ensino superior e técnico são fundadas diretamente pela Autoridade de Educação Superior (Higher Education Authority - HEA), sendo que o governo é também o principal provedor de fundos de pesquisa nas IES através de fundos diretos e indiretos. O financiamento de projetos de pesquisa vem dos departamentos governamentais e suas agências (Enterprise Ireland - agência de desenvolvimento do setor industrial irlandês), a Health Research Board, Marine Institute, COFORD (Floresta e Madeira) e a Teagasc (Centros de Agricultura e Alimentos). (05) Foram nas universidades que surgiram os institutos de tecnologia e seus Centros de Serviços Tecnológicos, nucleadores dos mecanismos de incubação de empresas e parques tecnológicos, juntamente com o forte apoio dos governos nacional e regional, por meio de suas agências de desenvolvimento e programas de apoio ao desenvolvimento tecnológico. (40), (27a), (27b) c) Intervenção estatal – nacional O Plano Nacional de Desenvolvimento, com a visão tecnológica estratégica para 2015, foi o grande marco que proporcionou e financiou programas de desenvolvimento tecnológico e infra-estrutura de pesquisa. (41) (27a), (27b) d) Intervenção de entidades regionais Os parques são estruturas de desenvolvimento regionais criadas e geridas pelos diversos atores locais públicos e privados, mas com suporte e apoio nacional por meio dos diversos programas de desenvolvimento tecnológico do país. A Shannon Development (Companhia de Desenvolvimento da Região de Shannon) é o caso emblemático da Irlanda, posicionando-se como a grande promotora do desenvolvimento dos parques da região de Shannon, com o claro objetivo de maximizar o desenvolvimento potencial das indústrias locais. (27a), (27b) ANEXO 1 127 RELATÓRIO I Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior e) Intervenção de entidades locais Em alguns casos participam do desenvolvimento dos parques tecnológicos além dos demais atores nacionais, IES e institutos tecnológicos, o conselho municipal, o conselho distrital e atores locais do setor privado. (27a), (27b) f) Investimento privado/empresarial O IDA (Industrial Development Agency) é uma agência do governo que tem como objetivo captar investimentos do setor privado. Esta agência coopera com os parques de modo a promover a atração de investimentos privados nestes. (27a), (27b) Não foi encontrado nos artigos científicos pesquisados, números referentes que comprovem o investimento privado diretamente na implantação dos parques. Mas, o IDA gastou em 2005 mais de 69 milhões de euros nos seus parques de negócios em facilidades avançadas e infra-estrutura para atingir o desenvolvimento regional equilibrado. (39) 3.3.3.8 Espanha a) Geração espontânea No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes aplicadas aos objetivos do projeto. b) Iniciativa acadêmica A concretização recente de parques através da iniciativa das universidades, representou um novo modelo de desenvolvimento. (19) As iniciativas anteriores tinham como agentes de promoção as comunidades autônomas, passando a partir do fim da década de 90, a ter universidades como promotoras da implantação de parques científicos e tecnológicos. c) Intervenção estatal – nacional O governo espanhol destinou em parceria com a APTE (Associação Nacional dos Parques Tecnológicos Espanhóis) recursos para implantação de parques tecnológicos. Destaca-se na Espanha a existência de um sistema para a promoção de parques científicos e tecnológicos com forte apoio financeiro do governo central e regional, e uma estreita parceria entre universidade e empresas visando a inovação e o desenvolvimento regional. d) Intervenção de entidades regionais Os primeiros parques tecnológicos foram criados por iniciativa de comunidades autônomas, como por exemplo País Basco, Madri e Catalunha. No caso da Espanha, no período de 1980 a 1985, o governo espanhol teve ações concretas para o estímulo à criação das tecnópolis, como a aprovação de uma nova constituição e a criação de incentivos a ações por parte dos governos regionais. ANEXO 1 128 RELATÓRIO I Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior e) Intervenção de entidades locais No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes aplicadas aos objetivos do projeto. f) Investimento privado/empresarial No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes aplicadas aos objetivos do projeto. ANEXO 1 129 RELATÓRIO I Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior 3.3.4 Arcabouço de políticas públicas e soluções financeiras para estímulo e viabilização dos parques científicos e tecnológicos relacionados – variáveis analisadas 3.3.4.1 Coréia do Sul a) Leis e sistemas regulatórios O arcabouço legal coreano que formata as políticas de C&T é explicitado na constituição do país e em várias leis. A Carta Magna no seu artigo 127 institui: (35) (49) • O Estado deve empenhar-se para desenvolver a economia nacional através do desenvolvimento da ciência e tecnologia, da informação, da capacitação de recursos humanos, e do estímulo à inovação; • O Estado deve estabelecer um sistema nacional de padrões; • Ao presidente compete criar organizações necessárias para atingir estes objetivos. de assessoramento Ainda que as leis não se refiram especificamente aos parques pode-se afirmar que existe um grande número de leis complementares que dizem respeito ao desenvolvimento e a promoção da ciência e tecnologia no país. Entre essas leis estão aquelas vinculadas ao desenvolvimento da energia nuclear, da indústria e da capacitação nacional e, entre elas, cabe ressaltar: Lei nº. 5340, de 1997 – Lei Especial para Inovação Científica e Tecnológica cujo objetivo central é o de prover os mecanismos legais para a coordenação interministerial das atividades de P&D e, também, para criar um sistema institucional para estimular a cultura inovadora na sociedade coreana; Lei nº. 1864, de 1967 – Lei de Promoção da Ciência e Tecnologia Nacional, que regulamenta o estabelecimento de políticas e planos para ciência e tecnologia assim como os mecanismos de apoio a projetos e agências; Lei nº. 2399, de 1972 – Lei de Promoção do Desenvolvimento da Tecnologia Industrial que regulamenta os mecanismos de incentivo financeiro e fiscal para estimular o desenvolvimento tecnológico do setor privado; Lei nº. 2474, de 1973 – Lei de Promoção dos Serviços de Engenharia que objetiva promover a indústria de engenharia que contribui para o desenvolvimento da indústria de manufatura e torna mais eficiente a comercialização dos resultados de P&D; Lei nº. 4196, de 1989 – Lei de Promoção da Pesquisa Científica Básica que regulamenta o apoio financeiro para a pesquisa básica nos Institutos de P&D públicos e privados e nas universidades. Foram identificadas outras leis como a Electronics Industry Promotion Law, Machinery Industry Promotion Law, a Export Industrial Estates Development Promotion Law, a Nacional Land Planning Law (1960s) - a Local Industry Development Law, a National Land Use and Management Estates Management Law, The First National Physical Plan (1970s) - Capital Region Rearrangement Plan Law, a Tax Deduction Regulation Law, a Small and Medium - sized Industry Promotion Law, a The Second National Physical Plan (1980s) - a Revised version of Capital Region Rerrangement Law, a Revised version of the Industrial Distribution and Industrial Establishment Law, a Revised version of the Industrial location and Development Law, The Third National Physical Plan (2001s). Todas fazem parte do conjunto de políticas pública e financeira que visam proporcionar a implantação e a viabilização dos parques científicos e tecnológicos. ANEXO 1 130 RELATÓRIO I Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior b) Linhas de fomento e financiamento O governo tem políticas fortes para estimular a realocação de empresas em áreas locais. Oferece incentivos e subsídios através de fundos e programas de taxas especiais para o investimento em áreas locais o que encoraja muito o desenvolvimento local. Um desses exemplos é a Lei nº. 1.864/67 (Lei de Promoção da Ciência e Tecnologia Nacional). Este esforço é formalizado na forte intervenção do governo, através da promoção de incentivos e de outras formas de assistência, que incluem os fundos reserva para o desenvolvimento da tecnologia, os créditos de imposto para despesas do P&D e para promover o desenvolvimento do capital humano relacionado à pesquisa, da depreciação acelerada para investimentos em facilidades de P&D e da isenção de imposto sobre o custo do equipamento, de importação para o equipamento que for importado para a pesquisa e da redução do imposto para produtos tecnologia-intensiva, entre outros. O governo fornece o financiamento da tecnologia através de concessões e de empréstimos (freqüentemente dirigidos e subsidiados). Uma variedade de instituições, tais como companhias de capital de risco, bancos, companhias da garantia de crédito e outras, são usadas para canalizar fundos a uma variedade de usuários e em uma variedade de formas. Como recursos para a tecnologia estão os subsídios, os empréstimos e a sustentação institucional. Os subsídios que promovem a tecnologia resumem-se no programa designado de P&D (1982), no programa de desenvolvimento industrial da tecnologia (1987) e no projeto nacional altamente avançado - HAN (1992). Juntos eles contribuíram e contribuem com grandes somas para a excelência da pesquisa almejada pelo governo. Os financiamentos estão calcados em três fundos que fornecem empréstimos, geralmente em taxas subsidiadas, para o desenvolvimento da tecnologia. São eles: o fundo de desenvolvimento industrial, o fundo de promoção da ciência e da tecnologia (HAN), o fundo da formação da fundação do SME, para suportar o desenvolvimento da tecnologia e o investimento ambiental para empresas menores. O financiamento da tecnologia pelas instituições financeiras ocorre através da indústria coreana considerada a maior e a mais bem sucedida do capital de risco. A Republic of Korea Technology Development Corporation (KTDC), é um esforço comum do governo e do chaebol (aglomerado). Entre 1990-1994 havia 58 companhias de capital de risco na Coréia que fazem empréstimos que atingiram $3.5 bilhões de dólares (85 % de empréstimos). Os bancos Korea Development Bank, Industrial Bank of Korea, the Kookmin Bank, The Korea Long-Term Credit Bank e outros, emprestam o dinheiro às empresas e aos institutos de pesquisa para o desenvolvimento da tecnologia. O Korea Technology Credit Guarantee Fund (KTCGF) oferece garantias de crédito para empréstimos feitos para as empresas desenvolverem ou comercializarem novas tecnologias. Concentra-se nas pequenas e médias empresas (menos de 1.000 empregados), em indústrias promotoras de tecnologia nova, assim como em institutos de pesquisa que necessitem de fundos para o desenvolvimento da tecnologia. O que se pode deduzir é que se o parque for intensivo em P&D e abrigar empresas nas condições apontadas por essas linhas de fomento e de financiamento as mesmas poderão ser aproveitadas. Há a Lei nº. 4196/89 (Lei de Promoção da Pesquisa Científica Básica) que regulamenta o apoio financeiro para a pesquisa básica nos institutos de P&D públicos e privados e nas universidades o que também contribui para a implantação de parques científicos e tecnológicos. ANEXO 1 131 RELATÓRIO I Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior c) Programas educacionais e/ou de apoio à C&T O governo através do Programa de Promoção da Pesquisa Básica leva em consideração o caráter estratégico de que o conhecimento é fonte para a inovação nos diferentes setores da economia. São feitos investimentos pesados na formação de recursos humanos em ciências da vida, área considerada prioritária. Como estratégia de investimentos a participação da pesquisa básica no orçamento de C&T foi ampliada, passando de 16,8% em 1.998 para 20% em 2.002. A ampliação dos investimentos tem permitido ao governo aumentar o apoio aos centros de P&D, especialmente aqueles localizados nas universidades e nos centros regionais. O Programa de capacitação de recursos humanos e sua utilização nos centros de C&T foram planejados para atingir: • O patamar de 192.000 pesquisadores e engenheiros até 2.002 (ou seja, 40 pesquisadores/10.000 habitantes); • Fortalecer as escolas de engenharia locais; • Fortalecer P&D com programas de pós-graduação, como é o caso do KAIST; • Ampliar as bolsas de pós-doutoramento de 556 em (1998) para mais de 2.000 (2.002). O Programa da Melhoria da Educação para a Ciência e Tecnologia apóia, fundamentalmente, a melhoria das infra-estruturas associadas aos Projetos de Educação à Ciência e o apoio à pesquisa em educação para a ciência. d) Políticas de incentivo fiscal O desenvolvimento efetivo da C&T, só ocorre porque há mecanismos que estimulam os investimentos privados em P&D, tais como incentivos fiscais e de apoio aos centros privados de P&D. Através da Lei nº. 2.399/72 (Lei de Promoção do Desenvolvimento da Tecnologia Industrial), estão regulamentados os mecanismos de incentivo financeiro e fiscal para estimular o desenvolvimento tecnológico do setor privado. Há ainda a Lei nº. 4196/89 (Lei de Promoção da Pesquisa Científica Básica), que regulamenta o apoio financeiro para a pesquisa básica nos Institutos de P&D públicos e privados e nas Universidades. A importação da tecnologia foi promovida por incentivos fiscais, entre eles, a possibilidade de dedução dos custos de transferência de direitos de patente e de taxas de importação da tecnologia , a isenção do imposto de renda para os coordenadores estrangeiros, entre outros incentivos. O governo, também, deu concessões e empréstimos (low-interest) a longo prazo aos participantes “dos projetos nacionais”, com privilégios no imposto. O estímulo principal ao crescimento de P&D industrial no país veio mais dos incentivos específicos à P&D do que de propriamente de um regime especial de incentivos fiscais. Essa afirmação decorre do fato de se ter um mercado protegido às tecnologias complexas mestras, da minimização do investimento privado de forma a forçar a participação nos mercados internacionais, onde sabe-se que para garantir a competição tem que se ter assegurado o investimento em suas próprias potencialidades de pesquisa. A Coréia dispõe de forte política e regulamentação para desenvolvimento em larga escala de parques industriais. O sistema da dedução de imposto foi e é usado para ANEXO 1 132 RELATÓRIO I Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior incentivar a empresa-urbana a mudar-se para áreas periféricas e promover o desenvolvimento regional e local. e) Políticas industriais e de comércio exterior O Governo através da política de C&T busca ir além de corrigir as deficiências de mercado consideradas estáticas mudando os parâmetros básicos para parâmetros em que efetivamente os mercados possam funcionar em larga escala tanto para a indústria como para o comércio exterior. Através da Lei nº. 2474,73 (Lei de Promoção dos Serviços de Engenharia) objetiva-se promover a indústria de engenharia que contribui para o desenvolvimento da indústria de manufatura tornando mais eficiente a comercialização dos resultados de P&D. A Coréia tinha, em 1996, 125 projetos internacionais de cooperação em C&T sendo 09 com a Alemanha (equipamentos, novos materiais e biotecnologia), 33 com o Japão (equipamentos, tecnologias da (tecnologias da informação, equipamentos, biotecnologia, novos materiais e metrologia). Estes dados vem mostrar que, desde o início, a Coréia anteviu a importância da cooperação internacional, em especial na área de biotecnologia, como estratégia para o país. Estão hoje em andamento vários projetos cooperativos principalmente com os países asiáticos e, nesse contexto, foi recentemente criada uma rede asiática de cooperação em informação em biotecnologia (Asian-Korea Biotechnology Information Network – AKBIN). Em relação a exportações observa-se que houve um crescimento acelerado do volume de comércio da Coréia a partir de 1.960. Até então, a soma das exportações e importações, como proporção do PIB, flutuava entre 10% e 20 %, segundo a base de dados de Summers, Heston e Aten (2002). Atualmente está acima de 80%. A abertura comercial facilitou o acesso a insumos importados, reduziu o custo para a inovação e, também, forçou as empresas a aumentarem os investimentos em P&D ou a comprarem tecnologia para competir no mercado, o que veio a favorecer a operacionalização dos parques. O custo se reduz, por exemplo, a maior exposição a importados e ao maior fluxo de produtos oriundos de países avançados trazem embutidos informações e tecnologia de ponta, facilitando a aprendizagem, a imitação e, conseqüentemente, aumentam a exportação de produtos. Essa política intervencionista do governo contribuiu e vem contribuindo para o desenvolvimento das empresas intensivas em conhecimento, num ambiente de inovação, que são os parques de ciência e tecnologia, bem como, o alcance da meta de conquistar competitividade e de atingir em grande escala o mercado internacional. 3.3.4.2 Cingapura a) Leis e sistemas regulatórios No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes aplicadas aos objetivos do projeto. ANEXO 1 133 RELATÓRIO I Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior b) Linhas de fomento e financiamento No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes aplicadas aos objetivos do projeto. c) Programas educacionais e/ou de apoio à C&T No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes aplicadas aos objetivos do projeto. d) Políticas de incentivo fiscal A assistência do governo em prover parques de ciência e tecnologia representa um conjunto de ações combinadas de incentivos federais, estaduais e locais. Os incentivos oferecidos à empresas de base tecnológica consideram o longo período de benefícios econômicos que estas empresas podem gerar. Medidas para estimular investimentos diretos estrangeiros incluem baixas taxas junto às empresas, taxas de incentivos, taxas de férias, carregamentos de baixo interesse, terra gratuita ou de baixo custo, receitas, concessão de tarifas, aprovações aceleradas dentre outros. Em alguns casos, existe suporte de taxas destinadas a recrutar pessoas com alta especialização internacional. Estas ações refletem a competitividade global de Cingapura e de Hong Kong como o melhor ambiente de negócios na ÁsiaPacifico.(44) e) Políticas industriais e de comércio exterior No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes aplicadas aos objetivos do projeto. 3.3.4.3 Taiwan a) Leis e sistemas regulatórios No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes aplicadas aos objetivos do projeto. b) Linhas de fomento e financiamento As primeiras ações criadas para os parques de ciência em Taiwan, surgem em 1984 quando a primeira empresa de venture capital foi instalada. Hoje esta linha de investimento constitui uma das principais fontes de recursos para as empresas que se instalam nos parques. Mais de 200 empresas foram instaladas e aproximadamente 7 mil cases de investimento foram gerados. Nesta linha em particular, a impressionante performance de alta tecnologia e as ações de eletrônicos no mercado de ações, tem estimulado um novo perfil de empresas de venture capital. (30) c) Programas educacionais e/ou de apoio à C&T No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes aplicadas aos objetivos do projeto. ANEXO 1 134 RELATÓRIO I Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior d) Políticas de incentivo fiscal Com o propósito de reduzir o nível de risco que os fabricantes desejam absorver quanto ao entendimento de P&D e cultura de pessoal, foi promulgado em 1991 o "Estatuto para up-grade industrial e Promoção" com o propósito de usar benefícios das taxas para incentivar empresas a investir em P&D, automação, treinamento de pessoal e atividades funcionais. (35) O principal atrativo que os parques de ciência de Taiwan oferecem, relacionam-se aos primeiros cinco anos de receita com isenção de imposto para as empresas classificadas como indústrias emergentes importantes, e estratégicas; e os direitos de proteção ao investidor. Não há taxas de importação e impostos para maquinaria, matéria-prima, combustível, suprimentos e produtos semi-acabados importados pelas empresas dos parques de ciência para seu uso. Destacam-se ainda como vantagens: • Os bens e serviços exportados por um parque de ciência, não pagam nenhuma taxa de negociação; • As empresas dos parques de ciência podem recorrer ao Chiao-Tong Bank para empréstimos de juros baixos; • A administração dos parques de ciência fornece também concessões, combinando pesquisa e desenvolvimento para projetos inovativos em tecnologia; • A companhia pode receber até NT$5 milhões nesta concessão; • A quantidade da concessão não pode exceder 50% do orçamento total do projeto. (32) e) Políticas Industriais e de Comércio Exterior O governo de Taiwan implementou um conjunto de medidas políticas nas décadas recentes, para fortalecer os investimentos em empresas inovadoras, com essas medidas pode-se acelerar o desenvolvimento do setor de alta tecnologia incluindo: • Estabelecimento do HSP baseado na indústria para criar um ambiente que conduza a indústria de alta tecnologia; • Organização de alianças inovadoras para espalhar empresas de P&D através de vantagens relacionadas a risco e segurança; • Expansão do governo - patrocinando institutos de pesquisa para servir como canal de transferência de tecnologia para o setor privado; • Promoção de taxas de incentivos para absorver alguns dos custos de P&D; • Promoção do acesso a fontes de venture capital. (45) 3.3.4.4 China a) Leis e sistemas regulatórios No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes aplicadas aos objetivos do projeto. ANEXO 1 135 RELATÓRIO I Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior b) Linhas de fomento e financiamento No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes aplicadas aos objetivos do projeto. c) Programas educacionais e/ou de apoio à C&T O Modelo bridge high technology reflete os laços que promovem a transferência de tecnologia em cada localidade, tão bem quanto a multiplicidade de tipos de empresa. Enquanto a maioria de empresas estrangeiras concentram seus esforços na manufatura, sem ação primária de P&D, algumas indústrias focam na pesquisa universitária, a qual sinaliza potencial para cooperação futura. (23) d) Políticas de incentivo fiscal Nos parques científicos chineses são identificados benefícios financeiros e nãofinanceiros, além de políticas de apoio a inovação tecnológica: • Políticas especiais de impostos - Há casos em que o imposto de renda de uma empresa de base tecnológica pode ter uma redução de sua taxa. No caso do Zhongguancun (Haidan) Science Park, se uma empresa apresenta o valor da saída de suas exportações até 40% do total das vendas, ou mais de 40% de seu valor total de saída do ano, o imposto de renda pode ter taxa reduzida. Também neste parque as empresas de base tecnológica podem ser isentas nos 3 primeiros anos a partir da data de seu estabelecimento. Do quarto ao sexto ano, sua taxa de imposto da renda pode ser reduzida pela metade na base das taxas especificadas anteriormente. Outras vantagens a respeito do imposto incremental gerado com novos produtos, software, novas tecnologias prioritárias para o governo, geram vantagens para empresas, podendo servir inclusive como crédito fiscal. • Políticas especiais de importação e exportação - Produtos destinados a exportação são isentos de taxa de exportação e produtos importados que servem como insumos para produtos exportados também estão isentos da taxa de importação. • Outros incentivos não-financeiros - Pesquisadores e professores de institutos e universidades são incentivados a dispor de meio expediente ou encontrar um trabalho em empresas de base tecnológica, ou abrir novos empreendimentos. As políticas de suporte a inovação tecnológica compreendem três tipos de benefícios: • Subsídio para investimento e gastos com pesquisa científica - durante o processo de pesquisa e desenvolvimento em pequenas empresas de alta tecnologia; • Emprétimos - Empréstimos para apoio a transferência tecnológica; • Fundo da suporte a internacionalização: concessão de recursos financeiros para apoiar competitividade de empresas que buscam o mercado externo. ANEXO 1 136 RELATÓRIO I Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior e) Políticas Industriais e de Comércio Exterior No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes aplicadas aos objetivos do projeto. 3.3.4.5 Índia a) Leis e sistemas regulatórios No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes aplicadas aos objetivos do projeto. b) Linhas de fomento e financiamento No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes aplicadas aos objetivos do projeto. c) Programas educacionais e/ou de apoio à C&T A formação de pessoal qualificado na Índia, permitiu que inicialmente os PCTs fossem estabelecidos considerando seu baixo custo e oferta de cérebros. Atualmente a situação adquire um quadro oposto ao inicialmente estabelecido, onde a drenagem de cérebros para fora do país atinge patamares que ameaçam a sua competitividade, principalmente para os EUA. Recentemente, a Europa iniciou o recrutamento de cientistas e pesquisadores indianos, particularmente desde o anúncio da União Européia em investir 3% do PIB em P&D até 2010. Este fato causou mudanças rápidas no contexto do País, adotando medidas como salários competitivos, oportunidades de carreira em empresas de P&D. d) Políticas de incentivo fiscal O mecanismo de apoio é simples e objetivo, incluindo: • 100% de participação acionária estrangeira; • Bens importados pelas unidades dos PCTs são completamente livres de taxas; • Importação de bens de segunda mão também são permitidos; • Vendas no mercado interno podem ser realizadas até 50% do valor exportado; • Unidades PCTs são isentas de pagamento do imposto de renda bem como das provisões conforme seção 10 A e 10 B da Lei do imposto de renda; • Unidades STP/EHTP são isentas do pagamento de taxas de serviço; • Unidades STP/EHTP podem reter 100% dos ganhos de exportação em contas internas; • Provedores de serviços como: Service Export Hous’, International Service Export House ou International Star Service House. (16) ANEXO 1 137 RELATÓRIO I Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior e) Políticas industriais e de comércio exterior Tanto na Índia como na China, uma das principais razões da vantagem competitiva é atribuído aos incentivos e baixo preço da terra além dos subsídios governamentais em imóveis. O estímulo ao comércio internacional e a exportação é de sentido quase que obrigatório no caso da Índia em particular. A indústria especializada em software, conta com a mais alta tecnologia para oferecer serviços e produtos à distância, com maior valor agregado e menor custo. (24) 3.3.4.6 Finlândia a) Leis e sistemas regulatórios No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes aplicadas aos objetivos do projeto. b) Linhas de fomento e financiamento Linhas de fomento principalmente dirigidas a novos empreendimentos tecnológicos (EBT), porém outras alternativas contemplam o desenvolvimento de “mecanismos intermediários de inovação” – incubadoras, pré-incubadoras assim definidas. Dentre as instituições que aplicam capital de origem pública, destaque para: • TEKES, o National Technology Agency - aplica recursos estatais incentivando a pesquisa e desenvolvimento da indústria finlandesa; • SITRA, The National Fund for Research and Development - financiamento tecnológico e financiamento de firmas intensivas em tecnologias; • FINNVERA - banco público de investimentos. c) Programas educacionais e/ou de apoio à C&T No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes aplicadas aos objetivos do projeto. d) Políticas de incentivo fiscal No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes aplicadas aos objetivos do projeto. e) Políticas industriais e de comércio exterior No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes aplicadas aos objetivos do projeto. 3.3.4.7 Irlanda a) Leis e sistemas regulatórios Os direitos de propriedade intelectual ainda estão sendo regulamentados, mas a princípio não existe nenhuma compensação especial para o pesquisador ANEXO 1 138 RELATÓRIO I Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior individualmente ou alguma receita pela invenção. No caso de pesquisadores do setor público, eles não podem receber nenhum royalty de patentes licenciadas. Há uma grande preocupação e percepção da necessidade de regulamentação de direitos autorais (copyrights). (05) b) Linhas de fomento e financiamento O financiamento de projetos de pesquisa vem dos departamentos governamentais e suas diversas agências (Enterprise Ireland - agência de desenvolvimento do setor industrial irlandês), a Health Research Board, Marine Institute, COFORD (Floresta e Madeira) e a Teagasc (Centros de Agricultura e Alimentos). (05) c) Programas educacionais e/ou de apoio à C&T A partir do Plano Nacional de Desenvolvimento 2000 - vários programas e subprogramas para promoção do desenvolvimento tecnológico foram criados com o aporte de recursos significativo da União Européia: o Programa de Pesquisa, Tecnologia e Inovação e o Programa Terceiro Nível para Incubação de Empresas (Third Level Business Incubation Programme). O primeiro visava criar e desenvolver, entre outras coisas, a infra-estrutura para desenvolvimento de pesquisadores classe mundial em áreas nicho (biotecnologia e TIC). Para tanto, estabeleceu um fundo para a visão tecnológica futura, uma rede de inteligência tecnológica, promovendo o desenvolvimento de parcerias estratégicas entre indústria e instituições públicas de pesquisa, tendo como foco direto o apoio ao P&D das empresas encorajando empreendedores a criar suas EBTs e a melhoria da capacidade de P&D, entre outros. O grande objetivo é transformar a Irlanda em um centro de excelência em biotecnologia e TIC. O Programa de Incubação de Empresas focou as universidades e institutos de tecnologia e objetivou a expansão da base de empresas de alta tecnologia por meio do suporte financeiro as IES para que elas expandissem ou implantassem suas atividades de incubação. (05) d) Políticas de incentivo fiscal No caso da Região de Shannon, existe a chamada Shannon Free Zone, que é uma área renomada em termos de competitividade local para a manufatura internacional e serviços comerciais. Nesta área são oferecidas vantagens competitivas por meio de um pacote de incentivos fiscais, além de facilidades de logística e distribuição internacional, serviços financeiros e atividades de suporte customizadas. No caso do Kerry Technology Park em Tralee, são oferecidos incentivos fiscais para as empresas como isenção de impostos sobre royalties de patentes, entre outros. (27a), (27b) e) Políticas industriais e de comércio exterior Neste campo, destaca-se o Plano Nacional de Desenvolvimento (2000-2006) como já descrito anteriormente. ANEXO 1 139 RELATÓRIO I Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior 3.3.4.8 Espanha a) Leis e sistemas regulatórios No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes aplicadas aos objetivos do projeto. b) Linhas de fomento e financiamento O Ministério de Ciência e Tecnologia possui um acordo de colaboração com a APTE, através da Secretaria de Estado de Política Científica e Tecnológica, para impulsionar a consolidação de infra-estruturas físicas e tecnológicas especializadas que contribuam para melhorar a competitividade e capacidade tecnológica das empresas e propiciem a colaboração entre universidades, centros de pesquisa e industria. Um dos objetivos deste novo convênio é a divulgação e promoção de medidas de fomento à investigação e desenvolvimento dos parques científicos e tecnológicos. O convênio também tem como objetivo a promoção da imagem dos parques, a melhoria dos equipamentos e infla-estruturas tecnológicas, o apoio e a criação de empresas de base tecnológica dentro dos parques científicos e tecnológicos e a participação destas em programas de crescimento via capital semente e capital de risco. c) Programas educacionais e/ou de apoio à C&T Iniciativa do Ministério de Educação e Ciência estabelece as bases reguladoras para a concessão de auxílio para a realização de ações complementares e ações de desenvolvimento e fortalecimento das oficinas de transferência de Resultados de Pesquisa (OTRI), que complementam as atividades dos projetos de pesquisa. Também é iniciativa deste Ministério, a ordem que regula as bases de concessão de financiamento para os agentes executores das atividades de Pesquisa, desenvolvimento e inovação, na realização de projetos de pesquisa em determinadas áreas de conhecimento que se consideram prioritárias e estratégicas. Os agentes executores dos projetos incentivados podem ser centros de P&D, tanto privados sem fins lucrativos como públicos, ou centros tecnológicos. d) Políticas de incentivo fiscal No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes aplicadas aos objetivos do projeto. e) Políticas industriais e de comércio exterior No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes aplicadas aos objetivos do projeto. ANEXO 1 140 RELATÓRIO I Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior 3.3.5 Programas estruturados e sistêmicos para promoção e apoio ao processo de criação e implantação dos parques tecnológicos 3.3.5.1 Coréia do Sul a) Programas sistêmicos de apoio à criação de empresas inovadoras O Programa Biotech 2000 estimula o investimento privado em P&D, na área de biotecnologia. O programa coreano de C&T: The 21st Century Research Program considera a biotecnologia atividade estratégica e prevê grandes investimentos em recursos humanos e avanços no conhecimento básico visando ampliar a capacidade inovadora da biotecnologia coreana, através dos projetos nacionais estratégicos de P&D e de apoio à criação de empresas inovadoras. Algumas áreas do conhecimento são apoiadas de maneira diferenciada, pois são determinantes no contexto da competitividade da economia coreana. Entre os principais projetos estratégicos apoiados em 1.998, destacaram-se 43 novos projetos, nas áreas de ciências da vida, aeronáutica e espaço, informação e eletrônica, tecnologias-chave em engenharias e semicondutores. O Projeto Nacional de Laboratórios de Pesquisa, lançado em 1999, tem como escopo central o apoio à pequenos laboratórios na indústria (empresas inovadoras), nas universidades e nos institutos públicos visando uma mudança de patamar nas infra-estruturas de pesquisa e desenvolvimento. O Programa de Apoio para P&D na Indústria (empresas inovadoras) inclui as pequenas e as médias empresas e prevê a criação de novos parques tecnológicos, o fortalecimento dos centros de incubação de tecnologias e o estabelecimento de consórcios regionais entre universidades e empresas. Este conjunto de esforços visam, também, a implantação e operacionalização de parques tendo em vista a estratégia de promover uma sinergia, de forma intensa, entre empresas, academia, laboratórios e institutos no parque e com o parque. b) Programas sistêmicos de apoio a parques tecnológicos Toda a concepção do Programa de Apoio para P&D na indústria visou incluir as pequenas e médias empresas e, ainda, a criação de novos parques tecnológicos, com o fortalecimento dos centros de incubação de tecnologias e o estabelecimento de consórcios regionais entre universidades e empresas. O governo está concentrado no fortalecimento da infra-estrutura de apoio às atividades de P&D relacionadas com o desenvolvimento da biotecnologia, tais como o programa básico de genes; a conservação da biodiversidade; a bioinformática; as plantas biopilotos; a avaliação de biossegurança e bioeficácia e estudos pré-clínicos e clínicos, entre outros. A cultura do setor privado coreano é a de participar nos investimentos em P&D para o desenvolvimento industrial do país, desde o início da década de 60. O governo faz a sua parte através de projetos e programas, como o Projeto Nacional de Laboratórios de Pesquisa, lançado em 1999, que tem como escopo central o apoio à pequenos laboratórios na indústria, nas universidades e nos institutos públicos para a mudança de patamar nas infra-estruturas de pesquisa e desenvolvimento. ANEXO 1 141 RELATÓRIO I Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior Há, ainda, os programas de desenvolvimento das tecnologias para as infraestruturas sociais, que visa apoiar projetos relacionados com sistemas de transporte, recursos hídricos e construção civil, além do projeto de melhoria da infra-estrutura de C&T que estabelece apoios estratégicos à modernização da infra-estrutura das universidades, a criação de um sistema de informação técnica (one-stop technical information system) e a melhoria da percepção pública de C&T. O país construiu um sonho de atingir patamares de desenvolvimento social e econômico de forma a colocar a sociedade coreana como uma das sociedades mais desenvolvidas do mundo. 3.3.5.2 Cingapura a) Programas sistêmicos de apoio à criação de empresas inovadoras A sistematização de apoio à formação de novas empresas acontece pela transferência de empresas estrangeiras como Exxon, Sony, Seagate, Mentor Graphics e Genelabs. Tais empresas estimulam a formação local de empresas fornecedoras, além de absorver a mão-de-obra existente. Nos parques de ciência foram criados centros de assistência voltados a tecnologia e a inovação que além de prover suporte as empresas, criam programas locais de apoio e assistência a formação de novas empresas. (47) b) Programas sistêmicos de apoio a parques tecnológicos No decorrer das etapas de pesquisa não foram identificadas informações relevantes aplicadas aos objetivos do projeto. 3.3.5.3 Taiwan a) Programas sistêmicos de apoio à criação de empresas inovadoras Entre as prioridades de governo em Taiwan está à promoção e desenvolvimento de empresas de base tecnológica, estabelecendo uma política com programas voltados a implementação de incubadoras e estimulo a criação de star-ups industriais. b) Programas sistêmicos de apoio a parques tecnológicos Os programas são na verdade um conjunto de ações de estímulo ao desenvolvimento de clusters industriais e parques industriais, aproveitando particularidades locais e a dinâmica do setor privado. Resultam em medidas de apoio governamental, para criação de um ambiente de parques de ciência e tecnologia no país, criando um efeito de reciclagem dos clusters industriais. (45) O Governo de Taiwan reconhecendo a P&D como base para o desenvolvimento sustentável da área de alta tecnologia, lançou através de seu órgão de Administração de Parques, três programas para a premiação e subvenção as empresas inovadoras estabelecidas no parque HSP: ANEXO 1 142 RELATÓRIO I Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior • Innovative Product Awards - (Prêmio Produto Inovador) garantiu o suporte ao desenvolvimento de 09 novos produtos em 2004, aplicando 135 mil dólares em subsídios. • R&D Accomplishment Awards – (Prêmio de realização em P&D), subvenção para " Projetos de desenvolvimento de tecnologias inovadoras”. Esse prêmio foi lançado em 2003, visando estimular as empresas a aplicar recursos na proteção da propriedade intelectual, patentes e P&D. Em 2004 foram premiadas 6 empresas • Innovative Technology Development Projects – (Projetos de desenvolvimento de tecnologias inovadoras) foi estabelecido visando gerar vantagens competitivas para as empresas sediadas nos parques. Em 2004, 39 projetos de pesquisa receberam subvenção econômica para seu desenvolvimento totalizando 3.190 mil dólares (22% do orçamento total para pesquisa) 3.3.5.4 China a) Programas sistêmicos de apoio à criação de empresas inovadoras O “TORCH Program” lançado pelo ministério de ciência e tecnologia em 1988, foca os pequenos e médios negócios. Com menor exigência de comprovação do sucesso da idéia. Mais de 863 foram contemplados, entretanto o programa envolve em sua fase inicial, uma seleção realizada por um painel de cientistas. TORCH estimulou a maior lista de empresas e instituições. A maioria dos fundos é distribuída para projetos de alta tecnologia do país, combinando outros recursos de risco para sustentar esforços menores, mas com valor agregado. Os investimentos alvo do TORCH são particularmente focados no segundo estágio de necessidade de capital das empresas, seguido de alguns lançamentos preliminares de produtos. Paralelamente desenvolve-se um plano de negócios viável com o propósito de atrair investidores estrangeiros, aliados aos recursos concedidos pelo TORCH. (23) b) Programas sistêmicos de apoio a parques tecnológicos O governo central provê uma larga orientação política para o desenvolvimento dos parques científicos e tecnológicos no país. Entretanto, a implementação dos esforços são descentralizados e sob coordenação das províncias, distritos e níveis municipais de governança. Um exemplo é Shangai que é chamada de Silicon Valley of the East em reconhecimento ao alto desenvolvimento tecnológico alcançado dentro do país. (47) ANEXO 1 143 RELATÓRIO I Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior 3.3.5.5 Índia a) Programas sistêmicos de apoio à criação de empresas inovadoras O esforço junto a pequenas e médias empresas está concentrado em treinamento e suporte de marketing para indústria que tem demandado por um longo período este esforço. Tais iniciativas foram apreciadas a nível global onde muitos países demonstraram interesse em implantar modelo semelhante; (25) O eco-sistema STPI tem alimentado as pequenas e médias empresas, que demonstram ser emergentes e são o maior empregador de trabalhadores no país. O segmento tem demonstrado alta dependência com o STPI que prove suporte para formação de start-ups, facilidades de incubação, suporte estatutário e fiscal nos modelos STP. Está posicionado para agir como plataforma, ajudando empresas em suas necessidades de marketing e exposições internacionais. (25) b) Programas sistêmicos de apoio a parques tecnológicos O Programa STEP- Parque de Empreendedores em Ciência e Tecnologia foi lançado em 1984 para prover jovens graduados em ciência e tecnologia com educação empreendedora, treinamento, pesquisa, finanças e gestão. O STEP visa formar conexões próximas entre universidades, instituições acadêmicas e de P&D e a indústria. Instituições de pesquisa que operam segundo o programa STEP, desenvolvem áreas próprias de especialização que refletem no desenvolvimento industrial da região. Alguns elementos desse programa incluem uma sistemática simples de aprovação, taxas reduzidas, isenção de alíquotas sobre importados, reembolso de taxas comerciais , aprovação de importações simplificada, links de alta velocidade dentre outros benefícios. O programa STEP possui status legal independente, gerando receitas e provendo facilidades e serviços, em 12 localidades na Índia treinando 350 graduados em ciência e tecnologia e mais de 4000 empregos. 3.3.5.6 Finlândia a) Programas sistêmicos de apoio à criação de empresas inovadoras Os programas de tecnologia são importantes ferramentas utilizadas na Finlândia, com resultados que demonstram aumento da competência e crescimento nacional, promovendo a regeneração e a competitividade dos negócios, estimulando as atividades de pesquisa, aumentando a cooperação entre companhias, organizações de pesquisa e setor público. Haviam 23 programas em andamento ao fim de 2006, sendo 2.500 projetos vinculados a empresas e 1.500 vinculados a centros e unidades de pesquisa. O investimento combinado entre os programas e contrapartidas por parte de companhias e unidades de pesquisa atingiu 380 milhões euros em 2006. Dentre as iniciativas existentes destaca-se: • ANEXO 1 Ações promotoras do acesso ao capital por parte de empreendedores, e avanço tecnológico nacional; 144 RELATÓRIO I Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior • TULI (TEKES) - promoção de start-ups através de suporte em infraestrutura, e, apoio a idéias originadas de spin-offs; (05) • Spin-off programme - programa nacional de incubadoras, incentivando novos negócios com forte relação com science parks e universidades; • Incubator programme - subsídios para empreendedores e empresas intensivas em tecnologia; • FINNVERA - banco público de investimentos. b) Programas sistêmicos de apoio a parques tecnológicos O país conta com o Cluster Programmes - de competência do conselho de política científica e tecnológica da Finlândia, instituído em 1997. O programa objetiva “gerar inovações, negócios e novos empregos”, através da melhoria da cooperação entre autoridades, fontes de financiamentos públicos, legisladores e o setor privado. Outras Iniciativas voltadas principalmente a empresas, entre elas aquelas com fortes vínculos com parques tecnológicos, exemplo: Spin-off programme - programa nacional de incubadoras, incentivando novos negócios com forte relação com parque científicos e universidades. O Center of Expertise Program, do Governo da Finlândia, investe em condições para a criação de empresas intensivas em conhecimento (e não apenas de empresas de base tecnológica, neste caso também contemplando sociedades anônimas que venham a empreender em parques científicos) e para o aperfeiçoamento, competitividade e presença internacional das empresas finlandesas. Nessa situação, os parque comportam-se de fato e de direito como empresas, que têm que oferecer os melhores serviços e condições para os seus clientes: empresas, instituições de ensino e pesquisa e projetos cooperativos de P&D e de exportação e presença de empresas da Finlândia no exterior. 3.3.5.7 Irlanda a) Programas sistêmicos de apoio à criação de empresas inovadoras O Programa de Incubação de Empresas (Third level Business Incubation Programme) focou as universidades e institutos de tecnologia e objetivou a expansão da base de empresas de alta tecnologia por meio do suporte financeiro as IES para que elas expandissem ou implantassem suas atividades de incubação. (05) b) Programas sistêmicos de apoio a parques tecnológicos Não foi identificado nos artigos científicos pesquisados, nenhum programa sistêmico de apoio a parques tecnológicos. 3.3.5.8 Espanha a) Programas sistêmicos de apoio à criação de empresas inovadoras Dentre os principais programas espanhóis de apoio à criação de empresas inovadoras, pode-se relacionar: ANEXO 1 145 RELATÓRIO I Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior • O Programa CETPAR – que selecionou, em 2006, 52 empresas inovativas para financiar. O objetivo do programa é apoiar a criação e as primeiras fases de desenvolvimento de novas empresas em parques científicos e tecnológicos, identificados como ambiente privilegiado para sua criação, de forma que possam ser utilizados nos próximos anos como um instrumento para desenvolver a nível nacional empresas competitivas, baseando o crescimento sustentável da economia espanhola com empregos de qualidade. • O Ministério de Educação e Ciência concede auxílio para atividades de pesquisa e desenvolvimento realizadas em parques científicos e tecnológicos. O Programa Torres Quevedo visa a contratação de pessoas especializadas em P&D (doutores e tecnólogos) para empresas, centros tecnológicos e associações empresariais, seguindo diretrizes do Programa Nacional de Potencialização de Recursos Humanos do Plano Nacional de Investigação Científica, Desenvolvimento e Inovação Tecnológica 20042007. b) Programas sistêmicos de apoio a parques tecnológicos Criou-se na Espanha um sistema para a promoção de Parques Científicos e Tecnológicos com forte apoio financeiro do governo central e regional, e uma estreita parceria entre universidade e empresas visando a inovação e o desenvolvimento regional. O governo espanhol apoiou o desenvolvimento desses parques destinando mais de 300 milhões de euros por meio de acordos firmados com a APTE (Associação Nacional dos Parques Tecnológicos Espanhóis) para a implantação de parques tecnológicos. ANEXO 1 146 RELATÓRIO I Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior 4 CONCLUSÕES A presente conclusão objetiva fazer um extrato dos principais aspectos abordados no decorrer deste documento. Os parques científicos e tecnológicos analisados foram observados de forma ampla e sob a ótica de três gerações de parques: os “pioneiros”, os “seguidores” e os “estruturantes”. Ao longo das análises de cada uma dessas gerações foi possível detectar nos diferentes países, peculiaridades e também similaridades quanto ao contexto de implantação, desenvolvimento e operacionalização de parques científicos e tecnológicos. Assim, a extratificação apresentada foi desenvolvida a partir dessas diferenças e também semelhanças, o que permitiu detectar as características mais marcantes e relevantes dos parques em cada uma das três gerações. Cabe salientar que essa extratificação condensa as “idéias força” que envolvem os parques e países estudados e, portanto, extrai os elementos essenciais. É importante frisar, que este extrato, por apontar somente as “idéias força”, reduz os aspectos detectados de cada parque, os quais foram tratados de maneira mais profunda nos capítulos anteriores deste documento. Apesar de reducionista no que tange a riqueza das informações sobre a experiência dos parques, aborda de maneira pragmática o impacto das diferenças e ressalta os pontos comuns e representativos das variáveis analisadas. De acordo com esta visão, as tabelas apresentadas a seguir trazem de forma simplificada um conjunto de informações, que de um modo geral, marcaram cada um dos três períodos. Tabela 1: Conclusão - Parques tecnológicos de primeira geração – Pioneiros Conceitos e Modelos de Parques Tecnológicos bem sucedidos (Modelo de Luis Sanz Expandido) a b c d e f g De modo geral, os parques apresentaram forte relação com os centros promotores de conhecimento como indutores/alavancadores Relação com da sua criação. Fortes instituições de ensino fomentaram o centros promotores desenvolvimento regional (empresarial ou científico). Em particular no de conhecimento de caso do Japão, os centros de conhecimento assim como os parques, qualidade foram criados a partir de políticas governamentais que viabilizaram as chamadas cidades da ciência. Epicentro / vanguarda em ondas tecnológicas que garantiram aos Posição no Fluxo países pioneirismo no desenvolvimento de tecnologias para o Tecnológico desenvolvimento econômico. Parques científicos e tecnológicos focados no desenvolvimento de Grau de setores estruturantes, baseados em novas tecnologias. Ambientes não Especialização necessariamente especializados. Desenvolvimento de empresas start-ups universitárias, fomento / estímulo ao empreendedorismo por parte da massa crítica qualificada, Empresas "Alvo" ou, desenvolvimento de novas empresas de setores industriais tradicionais. Mercado objetivo é o mercado interno, sendo que o efeito positivo Mercado Objetivo (colateral) possibilitou alcançar o mercado externo. Agregados / integrados aos espaços urbanos, com aproveitamento de Densidade Urbana estruturas tecnológica, industrial e logística disponíveis. Espaço e InfraAproveitamento das infra-estruturas tecnológica, industrial, logística e estrutura de urbana pré-existentes. Em alguns casos, houve suporte qualidade governamental para o desenvolvimento das infra-estruturas. 147 RELATÓRIO I Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior h Portifólio de Serviços às EBTs i Trabalho em Rede j Modelo de Gestão Em alguns casos (EUA e França) já existiam mecanismos públicos e privados de investimento e financiamento para as empresas nascentes (Venture Capital, Seed Money, entre outros), facilitando o desenvolvimento dos Parques. De modo geral, as IES e Instituições Tecnológicas nucleadas dentro dos Parques, ofereciam serviços tecnológicos e capacitação para as empresas. As redes entre os atores locais são um fenômeno espontâneo e informal, alicerçada no contato pessoal, mas fundamentais para o desenvolvimento dos parques. Modelo de gestão institucional, capitaneada pela instituição nucleadora (ex: universidades, governo local, etc.). Papel estratégico dos Parques Tecnológicos em relação à economia do país e ao desenvolvimento de uma determinada região e/ou setor empresarial Variáveis Analisadas a b c Os parques estruturaram regiões, mas a resultante do desenvolvimento foi de impacto nacional, promovendo o progresso da Relevância C&T e da indústria no país como um todo. Criaram base de estratégica nacional competitividade para todo o país fortalecendo a sua política industrial e de C&T. Relevância estratégica regional/setorial Relevância estratégica local Estratégias de Implantação dos Parques Científicos e Tecnológicos relacionados - Variáveis Analisadas a b c d e f Geração Espontânea Os primeiros parques foram gerados de forma espontânea. De modo geral, os parques apresentaram forte relação com os centros promotores de conhecimento como indutores/alavancadores Iniciativa Acadêmica da sua criação. Fortes instituições de ensino fomentaram o desenvolvimento regional (empresarial ou científico). Os governos centrais estimularam a criação destes mecanismos, pela necessidade de maior competitividade nacional por meio do avanço Forte Intervenção tecnológico e maior dinamismo industrial. Em alguns casos, o pós Estatal – Nacional guerra e o estado de tensão no cenário internacional, direcionaram/aceleraram a demanda científica e tecnológica. Em muitos casos, a pré-existência de entidades regionais e locais de Intervenção de ensino, ciência e tecnologia criaram as condições para implantação Entidades Regionais dos primeiros parques. Em casos específicos (RTP e Labège Innopole), entidades locais Intervenção de como prefeituras, governos distritais foram indutores/apoiadores da Entidades Locais implantação dos parques. Investimento Não identificado. Privado/Empresarial Arcabouço de Políticas Públicas e Soluções Financeiras para estímulo e viabilização dos Parques Científicos e Tecnológicos relacionados - Variáveis Analisadas a Leis e Sistemas Regulatórios b Linhas de Fomento e Financiamento Regulamentação do processo de transferência tecnológica e concessão do direito de patente de propriedade intelectual a pesquisadores e universidades (spin-offs universitários). No caso específico do Reino Unido a quebra do monopólio de patentes pelas universidades desencadeou o processo de geração de start-ups. Existência de linhas de fomento e financiamento públicos para P&D. No caso EUA e França existência de cultura empreendedora com estímulo privado em forma de investimento. 148 RELATÓRIO I Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior c d e Programas Educacionais e/ou de Apoio à C&T Políticas de Incentivo Fiscal Políticas Industriais e de Comércio Exterior Programas voltados para o fortalecimento do desenvolvimento científico e tecnológico, com ênfase na academia. Incipiente A política industrial foi um dos elementos indutores do desenvolvimento tecnológico e indiretamente dos parques (efeito colateral). Programas estruturados e sistêmicos para promoção e apoio ao processo de criação e implantação dos Parques Tecnológicos a b Programas Sistêmicos de Apoio No caso dos EUA, vinculados ao desenvolvimento tecnológico à criação de demandado pelo estado (departamento de defesa). Empresas Inovadoras Programas Sistêmicos de apoio Não identificados a Parques Tecnológicos Tabela 2: Conclusão - Parques tecnológicos de segunda geração – Seguidores Conceitos e Modelos de Parques Tecnológicos bem sucedidos (Modelo de Luis Sanz Expandido) a Relação com centros promotores de conhecimento de qualidade b Posição no Fluxo Tecnológico c Grau de Especialização d Empresas "Alvo" e Mercado Objetivo f Densidade Urbana g Espaço e Infraestrutura de qualidade h Portifólio de Serviços às EBTs i Trabalho em Rede Necessidade de transformar P&D aplicado em negócio direcionou os esforços dos centros produtores de conhecimento em desenvolver parques C&T. Necessidade de atrair e capacitar recursos humanos para gerar demanda qualificada e competitividade internacional. Setores que possibilitavam a melhoria da competitividade regional por meio de indução / introdução de novos setores, ou desenvolvimento de setores voltados a prioridades regionais / promoção da regeneração econômica regional. Parques científicos e tecnológicos especializados em áreas científicas, como TIC, semicondutores, engenharia de transporte, ciências da saúde, fármacos, etc. Empresas voltadas a transformar resultado de pesquisas universitárias em spin-offs (universitários e industriais), e, empresas start-ups. Algumas vezes apoiadas em incubadoras de empresarias. Caso Japonês direcionado para a atração de empresas detentoras de conhecimento e tecnologia para instalação em parques. Foco mercado externo, com fortalecimento do arranjo regional, capaz de tornar as empresas instaladas nos parques referência de mercado. Planejados no entorno de áreas urbanizadas, próximos ou dentro de centros de conhecimento, e/ou distritos industriais. Parque associado ao conceito "trabalhar-morar-viver", busca de espaços mais amplos (Parkland) e expansão urbana. Criação e/ou desenvolvimento de estruturas tecnológicas para orientar as atividades de P&D com foco nas EBTs e indústrias locais. Surgem os mecanismos para transferência tecnológica, proteção ao capital intelectual e suporte ao desenvolvimento empresarial. Os mecanismos formais de pré-incubação e incubação ganham importância. Surgem as primeiras redes formais de trabalho, inclusive incentivadas e regulamentadas por ações governamentais. No entanto, em muitos casos, prevalece ainda a importância do contato pessoal. 149 RELATÓRIO I Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior j Modelo de Gestão Modelo de gestão mais autônomo seja público ou privado. Os parques criados pelo setor público na sua maioria são geridos por uma instituição privada (terceirização da gestão). Papel estratégico dos Parques Tecnológicos em relação à economia do país e ao desenvolvimento de uma determinada região e/ou setor empresarial Variáveis Analisadas a Relevância estratégica nacional b Relevância estratégica regional/setorial c Relevância estratégica local Os parques tentam seguir a esteira do sucesso dos parques de primeira geração, mas não conseguiram ter relevância nacional. O desenvolvimento econômico dos países já estava em ascensão independentemente da existência dos parques. Não era "a diferença" para o país, mas foram extremamente importantes para o desenvolvimento setorial/regional e em alguns casos local. Estratégias de Implantação dos Parques Científicos e Tecnológicos relacionados - Variáveis Analisadas a b c d e f Geração Espontânea Iniciativa Acadêmica Forte Intervenção Estatal – Nacional Os parques tentam seguir a esteira do sucesso dos parques de primeira geração, parques planejados. Na maioria dos casos, a academia é o grande nucleador da replicabilidade dos mecanismos de inovação. Os governos nacionais desencadearam um conjunto de ações de estímulo ao desenvolvimento da C&T, que indiretamente influenciaram a implantação de parques. Forte influência de entidades regionais e locais que vislumbraram a possibilidade de desenvolvimento regional por meio desse tipo de mecanismo. Intervenção de Entidades Regionais Intervenção de Entidades Locais Investimento No caso norte americano, fundos de investimento privado apoiaram Privado/Empresarial financeiramente a implantação de alguns parques. Arcabouço de Políticas Públicas e Soluções Financeiras para estímulo e viabilização dos Parques Científicos e Tecnológicos relacionados - Variáveis Analisadas a b c d e Leis e Sistemas Regulatórios Lei de inovação na França, primeiras iniciativas específicas em C&T e esboço para estímulo e viabilização dos parques. Apoio institucional não sistêmico nas primeiras fases de implantação de parques (infra-estrutura). Com exceção dos EUA e França, que já Linhas de Fomento tinham a cultura de investimento (Venture Capital, seed money etc.) os e Financiamento demais países começam a desenvolver linhas do fomento específicas para criação e desenvolvimento de EBTs. Os países investiram fortemente em programas educacionais e de Programas apoio à C&T, o que viabilizava o desenvolvimento tecnológico e Educacionais e/ou consequentemente o processo de transferência tecnológica e criação de Apoio à C&T de EBTs (start-ups e spin-offs). incipiente para a maioria dos países, com exceção dos EUA que Políticas de possuía abatimento ou crédito de impostos para a atração de Incentivo Fiscal empresas e suporte de comercialização e transferência tecnológica. De modo geral, as políticas industriais estavam voltadas para o Políticas Industriais desenvolvimento e ampliação de empresas de base industrial que e de Comércio necessitavam de desenvolvimento tecnológico para se tornarem mais Exterior competitivas. Programas estruturados e sistêmicos para promoção e apoio ao processo de criação e implantação dos Parques Tecnológicos 150 RELATÓRIO I Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior a b Programas Sistêmicos de Apoio à criação de Empresas Inovadoras Programas Sistêmicos de apoio a Parques Tecnológicos Em alguns casos, estruturação de programas de apoio a pequenas e médias empresas inovadoras (Ex.: consolidação de programas tipo SBIR - Small Business Innovation Research). Em alguns casos, criação de programas específicos tipo Tecnopoles, levando à liderança de uma política de escala nacional de implantação de parques como elementos de estruturação de cidades orientadas para a C&T. Tabela 3: Conclusão - Parques tecnológicos de terceira geração – Estruturantes Conceitos e Modelos de Parques Tecnológicos bem sucedidos (Modelo de Luis Sanz Expandido) a Relação com centros promotores de conhecimento de qualidade b Posição no Fluxo Tecnológico c Grau de Especialização d Empresas "Alvo" e Mercado Objetivo f Densidade Urbana g Espaço e Infraestrutura de qualidade h Portifólio de Serviços às EBTs i Trabalho em Rede Centros de conhecimento apropriam-se das tecnologias e da curva de experiência do setor industrial criando diferenciais no processo de inovação tecnológica criando alternativas de novos negócios, por meio da geração de demanda qualificada, resultando na criação de MPEs com competitividade global. Driver que possibilitou o desenvolvimento regional. Foco em setores de alta tecnologia, passam a induzir fortemente a inovação tecnológica em nível mundial, com orientação ao mercado global. Política industrial apoiando estes setores fortalecendo os parques científicos e tecnológicos existentes e estimulando a criação dos chamados parques satélites (serviços) ou de negócios. Parques altamente especializados, objetivando domínio tecnológico avançado, para nichos tecnológicos de demanda global. Exceção feita a Espanha onde parques tecnológicos também estão orientados ao desenvolvimento de setores vocacionais. Direcionado a atração de grandes empresas (âncoras), capazes de incrementar rapidamente o tecido industrial local. Em fases iniciais se estabelecem as empresas âncoras (geralmente estrangeira), nas seguintes desenvolvem-se spin-offs e start-ups locais ocorre naturalmente (conseqüência). Prioritariamente voltados para o mercado global em segmentos de alta tecnologia e competitividade (nichos tecnológicos), na maioria dos casos com programas formais auxiliando / estimulando a exportação. Preocupação (Ásia) em fortalecer cada vez mais a balança comercial. Integrados ao tecido urbano, sendo importantes atratores do desenvolvimento e transformação das cidades (pequenas e médias inclusive). Em alguns casos, há a preocupação de ocupação de áreas menos favorecidas, induzindo o desenvolvimento desta região por meio de parques especializados (ex: Bioparques na Ásia). Espaços de qualidade, criando ambientes propícios (tipo plug and play) para o desenvolvimento de novas tecnologias e instalação de empresas de classe mundial. Muitos deles voltados para a integração desenvolvimento tecnológico e bem-estar humano (urbanismo, qualidade de vida, lazer, etc.) Consolidação de serviços de transferência tecnológica, propriedade intelectual e surgimento de parques satélites de serviços - Business Parks. Nos casos da Finlândia e Irlanda os mecanismos de préincubação e incubação são elementos chave para consolidação dos Parques. Consolidação de várias redes formais (universidades, incubadoras, associações ou redes internacionais, que funcionam como apoiadores). No caso asiático, há utilização intensa do trabalho em rede, explorando 151 RELATÓRIO I Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior vantagens de mercados competitivos e fuso-horário, para instalação de unidades filiadas de empresas asiáticas visando vantagem competitiva. j Modelo de Gestão Modelo de gestão ainda mais autônomo seja público ou privado, representado por conselho. Os parques criados pelo setor público na sua maioria são geridos por uma instituição privada (terceirização da gestão). Objetivam a auto-sustentabilidade (viabilização da autonomia). Papel estratégico dos Parques Tecnológicos em relação à economia do país e ao desenvolvimento de uma determinada região e/ou setor empresarial Variáveis Analisadas a b c Os parques são mecanismos essenciais para a execução e manutenção Relevância da política nacional tecnológica e industrial, fortalecendo cada vez mais a estratégica nacional economia e a balança comercial. Assumem, como no caso dos parques de 1a. Geração, o papel de alavancador do salto tecnológico nacional. Ao mesmo tempo, a saturação das áreas urbanizadas, ou mesmo a necessidade de promoção do desenvolvimento de regiões/locais menos Relevância favorecidos, está criando parques especializados que atuam como estratégica referência mundial em áreas e/ou segmentos emergentes (biotecnologia, regional/setorial convergência digital, energia, etc.), por meio de uma política nacional agressiva de incentivos. Relevância estratégica local Estratégias de Implantação dos Parques Científicos e Tecnológicos relacionados - Variáveis Analisadas a Geração Espontânea b Iniciativa Acadêmica c Forte Intervenção Estatal – Nacional d e f A academia ainda desempenha importante papel nas estratégias de implantação, principalmente pela proximidade/conexão dos centros de conhecimentos no processo de transferência tecnológica. Os governos nacionais planejaram o desenvolvimento tecnológico nacional, a partir de mecanismos promotores da inovação entre eles os parques. Atuam como grandes parceiros da política de desenvolvimento tecnológico nacional, por meio de associações, agências de desenvolvimento e governos regional-local. Intervenção de Entidades Regionais Intervenção de Entidades Locais Investimento Existência de parcerias público-privadas para implantação de infraPrivado/Empresarial estrutura de parques (edificações, acessos etc.) Arcabouço de Políticas Públicas e Soluções Financeiras para estímulo e viabilização dos Parques Científicos e Tecnológicos relacionados - Variáveis Analisadas a b Forte estrutura legislativa e de regulação estabelecidas nacionalmente para implantação de parques de C&T como elementos de competitividade Leis e Sistemas mundial. Leis intimamente integradas ao desenvolvimento e estruturação Regulatórios das cidades, criando atrativos para empresas de classe mundial instalarem-se, e, em alguns casos inclusive, legislação que obriga a transferência de expertise para o local. Principalmente dirigidos a novos empreendimentos tecnológicos, porém outras alternativas contemplam o desenvolvimento de mecanismos e ambientes de inovação. Existência de linhas específicas voltadas para Linhas de Fomento Parques de C&T, criando um conjunto de benefícios junto às empresas e e Financiamento entidades que se instalam no parque ou em seu entorno, bem como durante a fase de operação destes empreendimentos. De forma geral, estes benefícios contemplam desde empréstimos a juros reduzidos até investimentos a fundo perdido de origem governamental. 152 RELATÓRIO I Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior c d e Continuidade de forte investimento em programas educacionais e de C&T. Na maioria dos casos, foram criados modelos educacionais focados em C&T que estimulam a transferência de conhecimento entre a indústria estabelecida e as instituições de ensino locais. Existência de um conjunto de políticas de incentivos voltadas tanto para a implantação de parques, como para a instalação de empresas. Este Políticas de conjunto de incentivos são fortemente representados por isenção fiscal, Incentivo Fiscal redução de taxas alfandegárias (EPEs e Zonas Francas) e condições ainda mais especiais para empreendimentos instalados nos parques. Políticas Industriais Política de desenvolvimento nacional focada nos parques, orientada e de Comércio fortemente para o comércio exterior, estimulando operações no mercado Exterior global. Programas Educacionais e/ou de Apoio à C&T Programas estruturados e sistêmicos para promoção e apoio ao processo de criação e implantação dos Parques Tecnológicos a b Programas estruturados de expansão da base de empresas de alta tecnologia, incentivando a transferência de empresas de classe mundial e Programas estimulando a criação de empresas locais por meio do desenvolvimento Sistêmicos de de tecnologias aliado à curva de experiência das empresas locais. Atuam Apoio à criação de como promotores da inovação tecnológica estimulando a academia para Empresas formação de start-ups em mercados de nicho tecnológico e spin-offs Inovadoras universitários. (Ex.: "The 21st.Century Research Programme, Third Level Incubation Programme e Spin-Off Programme). Sistemas para promoção de parques científicos e tecnológicos com forte apoio financeiro de governos centrais e regionais, contando com Programas parcerias junto a centros universitários e empresas visando a inovação e Sistêmicos de apoio desenvolvimento regional. a Parques Em alguns casos, devido a limitação geográfica encontradas nesses países, foram estabelecidos programas denominados "Cluster Tecnológicos Programmes" locais, originando Parques de Alta Tecnologia que aliam desenvolvimento ambiental regional em suas atividades de inovação. Com base na análise geral das informações obtidas nos diversos estudos consultados, foi possível traçar um desenho do comportamento dos parques segundo seu enquadramento sugerido, de modo a fazer uma comparação genérica de seu desenvolvimento ao longo do tempo. A figura a seguir representa de forma esquemática a performance e relevância das três gerações de parques. Nela, é possível identificar que o pioneirismo dos parques de primeira geração, fez com que algumas nações alcançassem o domínio tecnológico de setores estratégicos. Os parques desta geração também demonstraram ao longo de sua operacionalização uma notável capacidade de adaptação às novas tendências tecnológicas, fato este que tem assegurado sua relevância frente às demais iniciativas. Evolução da performance / relevância das três gerações de parques tecnológicos Com relação aos parques “seguidores”, estes foram na esteira dos de primeira geração, através de 153 RELATÓRIO I Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior modelos de replicação. E por seguirem “copiando” as iniciativas anteriores, tiveram um impacto econômico e tecnológico mais localizado e por vezes até mais limitado. Já os parques de terceira geração são iniciativas implementadas em países em desenvolvimento. Na grande maioria dos casos, a implantação desses parques está fortemente associada a políticas nacionais e regionais de desenvolvimento. As fortes políticas de incentivos governamentais e de desenvolvimento científico-tecnológico tem conferido uma destacada performance à estas iniciativas. A conclusão gerada pela análise dos parques científicos e tecnológicos estrangeiros fortalece a imagem destes empreendimentos e sua importância para o desenvolvimento econômico, tecnológico, social e ambiental, e por envolver a possibilidade de elevação dos padrões tecnológicos, econômicos e sociais tem despertado não só o interesse, mas a atuação ativa do setor público. Por se tratarem de empreendimentos que envolvem mobilização significativa de recursos financeiros, articulação política, criação de rede de geração e transferência de conhecimento é, sem dúvida, fundamental o apoio e direcionamento por parte não só dos governos, mas da academia e sociedade civil como demonstrado nas experiências internacionais. 154 RELATÓRIO I Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior REFERÊNCIAS (01) SAWHNEY, Mohan; CIPRIANI, Guy; EVANS, Scott. Positioning for the future: metropolitan Chicago's place in the information economy. Northwestern University, 1998. Disponível em: <http://www.it.northwestern.edu/metrochicago/think5.htm>. Acesso em: 19 jan. 2007. (02) WALLSTEN, Scott. The role of government in regional high-tech development: The effects of science parks and public venture capital. Disponível em: < http://siepr.stanford.edu/conferences/silicon_papers/Wallsten.pdf. >. Acesso em: 30 nov 2006. (03) KOH, Francis C C, KOH, Winston T H, TSCHANG, Feichin. Ted an analytical framework for science parks and technology districts with an application to Singapore. Journal of Business Venturing. Paper, n.18, Oct. 2003. (04) VEDOVELLO, Conceição. Science parks and university-industry interaction: geographical proximity between the agents as a driving force. Technovation. New York: [s.n.], p. 491-502, set. 1997. (05) AUSTRIA. Federal Ministry of Economy and Labour; European Commission, Enterprise DG. Benchmarking industry-science relations: the role of framework conditions. Research Project. Vienna: Institute of Technology and Regional Policy: ZEW: ARCS, june, 2001. 313 p. (06) GOWER, Simon M.; HARRIS, Frank C. Science Parks in the UK. Regional Regenerators or just another form of property development?. Property Management, UK, v. 12, n. 4, p.24-33, 1994. (07) AGENCE FRANÇAISE POUR LES INVESTISSEMENTS INTERNATIONAUX; ANIMA. Innovation, pôles tecnológiques et attraction d’investissement en Mediterranée. Mediterrâneo, 2005. ISBN: 2-915719-17-9. (08) BRASIL. Ministério da Integração Nacional. Secretária de Políticas de Desenvolvimento Regional. TINOCO, Alexandre. A política tecnológica francesa. Projeto: Diretrizes para formulação de políticas de desenvolvimento regional e de cordenação do território brasileiro. Disponível em:< http://www.integracao.gov.br/publicacoes/desenvolvimentoregional/publicacao/Cede plar/A%20Pol%EDtica%20Tecnol%F3gica%20Francesa%20final.pdf>. Acesso em: 10 jan. 2007. (09) BRUNET, Michel. Des parcs technologiques, aux pôles de compétitivité: le modèle français d'innovation technologique. Disponível em: <http://www.ambafrance.org.br/saopaulo/francais/presence_francaise/innovation_mo dele_francais.doc>. Acesso em: 05 dez. 2006. (10a) SPOLIDORO, R., A sociedade do conhecimento e seus impactos no meio urbano. In:__PALADINO, G.G., MEDEIROS, Lucília A. (Org.). Parques Tecnológicos e Meio Urbano. Brasília: Anprotec, GTU International, 1997. p.11- 54. 155 RELATÓRIO I Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior (10b) _______. Diretrizes Estratégicas para o Parque Tecnológico do Vale do Sinos. Novo Hamburgo: FEEVALE, 2006. (10c) _______. Science Parks as gateways to technopolis and innovative regional development processes: Proceedings XVI World Conference on Science and Technology Parks, IASP, Istanbul, Turkey, 1999. (10d) FUNDAÇÃO CERTI. Análise de características e de ensinamentos de parques tecnológicos no país e no exterior, relevantes para o parque. Projeto: Formulação do plano de negócios do parque tecnológico CIENTEC. Porto Alegre, v., 2006. (acesso restrito). (11) NIPPON INSTITUTE OF TECHNOLOGY JAPAN; CENTER FOR EAST AND SOUTHEAST ASIAN STUDIES; GOTHENBURG UNIVERSITY SWEDEN. Globalization and Local Innovation System: the implementation of government policies to the formation of science parks in Japan. Disponível em: < www.stepi.re.kr/forum/downadd.asp?number=273>. Acesso em: 21 jan. 2007 (12) JAPAN. National Institute of Science and Technology Policy. Basic Study on Promotion of Science and Technology in Regions (1): study on the cases of local area development based on science and technology. Disponível em:< http://www.nistep.go.jp/achiev/abs/eng/rep011e/rep011ae.html>. Acesso em: 18 jan. 2007. (13) ARAKI, Kousuke. Technological innovation, national urban policy and local development: policy implications of the concept of technopole and japan’s technopolis: programme for developing countries. Disponível em: < http://www.ucl.ac.uk/dpu/publications/working%20papers%20pdf/wp110.pdf. >.Acesso em: 23 nov 2006. (14) MACKUN, Paul. Silicon Valley and Route 128: two faces of the american Disponível em: < technopolis. http://www.netvalley.com/archives/mirrors/sv&128.html>. Acesso em: 11 jan. de 2007. (15) FRANCE. Ministère de l'Économie, des Finances et de l'Industrie. Les pôles de compétitivité au coeur de l’Industrie. 2006. Disponível em: < http://www.sophiaantipolis.org/poles2competitivite/presentation-poles/Presentation-poles.pdf> . Acesso em: 08 dez. 2006. (16) ONDÁTEGUI, Julio César. Parques científicos y tecnológicos: los nuevos espacios productivos del futuro. Madrid: Universidad Complutense, p. 95-118, [ca. 2000]. (17) ENGLAND. South West of England Regional Development Agency. Incubation and science park strategy: a strategy fr nurturing growth business in South West. England. :[S.l. : s.n.], [ca. 2000]. 16 p. (18) FRANCE. Ambassade de France en Espagne. Service pour la Science et la Technologie. FONTAINE, Helene. Les parcs scientifiques et technologiques en Espagne. Espanhe: AMBAFRANCE, jan. 2003. 156 RELATÓRIO I Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior (19) ASOCIACIÓN DE PARQUES CIENTÍFICOS Y TECNOLÓGICOS DE ESPAÑA. Los parques científicos y tecnológicos en el centro del sistema de innovación. Disponível em: < http://www.apte.org/ >. Acesso em: 22 nov 2006. (20). _______. Una contribución fundamental al sistema de ciencia y tecnologia en Espanã. Disponível em: < http://www.apte.org/?url=dinamic_page://4 >. Acesso em: 22 nov 2006. (21) QUÉRÉ, Michel. Le développement technopolitain en France: quels enseignements pour l’attractivité des territoires ?. Observations et diagnostics économiques, France, n. 94, p. 71-96, juil. 2005. (22) ORGANISATION DE COOPÉRATION ET DE DÉVELOPPEMENT ÉCONOMIQUES. Les partenariats public-privé pour la recherche et l’innovation : une évaluation de l’expérience française. Disponível em: < http://www.recherche.gouv.fr/rapport/pppfrance.pdf> . Acesso em: 20 jan. 2007. (23) RESEARCH.SMU.EDU. China’s decentralized bureaucratic capitalism and science & technology parks as knowledge-economy catalysts: origins, challenges, outcomes Disponível em:<http://www.research.smu.edu.sg/faculty/km/research/research3.htm>. Acesso em: 23 jan. 2007. (24) RINALDI, Andrea. More than the sum of their parts?: custering is becoming more prevalent on the biosciences, despite concerns over the sustentability and economic effectiveness of science parks and hubs. EMBO Reports, France, v. 7, n.2, p. 133-136, 2006. (25) INDIA. Ministry of Communication & Information Tcenology. Software Technology Parks of Índia:Chennai. Disponível em:<http://www.chennai.stpi.in/RTI-website-Dec-06.pdf>. Acesso em: 25 jan. 2007. (26) GILL, Tony. Externalities of I.T. growth: how a healthy I.T. harket can stimulate growth in commercial real Estate. Toronto: Gill Advisors Inc, Nov., 1999. (27a) SHANNON DEVELOPMENT. Kerry technology park: a Shannon development knowledge network location. Disponível: < http://www.shannondev.ie/Business/KnowledgeNetwork/KerryTechnologyPark/#d.en.1801>. Acesso em: 20 jan. 2007. (27b) _______. Shannon development. dev.ie/AboutUs/>. Acesso em: 20 jan. 2007. Disponível: <http://www.shannon- (28) O'MARA, Margaret Pugh. Cities of knowledge: cold war science and the search for the next Silicon Valley. Princeton, NJ: Princeton University Press, 2005. ISBN 0 691 11716 0. (29) MEETING TECHNOLOGY NEEDS OF ENTERPRISES FOR NATIONAL COMPETITIVENESS. 2001, Vienna. Management of technology. Vienna: United Nations Industrial Development Organization, 2002. 245 p. 157 RELATÓRIO I Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior (30) CHINA. National Science Council. Visions and Strategies on Science Technology. Disponível em:<http:// web.nsc.gov.tw/public/data/47141051171.pdf>. Disponível em: 22 jan. 2007. (31) CHINA. OMEA. The investment enviornment of ROC on Taiwan. Disponível em:< http://www.moea.gov.tw/>. Acesso em: 21 jan. 2007. (32) CHINA. Executive Yuan. National Science Council. National science and technology development plan (2005 to 2008). Disponível em: < http://web.nsc.gov.tw/public/data/581115222671.pdf>. Acesso em: 21 jan. 2007. (33) ARVANITIS, Rigas. La politique d’innovation en Chine: un essai d’interprétation. Disponível em: < http://www.ur105.ird.fr/article.php3?id_article=51 >. Acesso em: 24 nov 2006. (34) UNITED NATIONS NEW YORK AND GENEVA. Investment and technology policies for competitiveness: review of successful country experiences. Disponível em: < http://www.unctad.org/en/docs/iteipc20032_en.pdf. >. Acesso em 23 nov 2006. (35) LEE, Sooho. Regional development policy vs. industrial policy: the case of Korea: searching for a new model of developmental strategy. Disponível em: < http://www.cherry.gatech.edu/TRP/proceedings/2001/01Lee.doc. >. Acesso em: 22 nov 2006. (36) ASSOCIATION OF UNIVERSITY RESEARCH PARKS. Executive Summary: 2006 Park Profile Survey. Disponível em: < http://www.aurp.net/about/statistics.cfm >. Acesso em: 30 nov 2006. (37) VTT TECHNICAL RESEARCH CENTRE OF FINLAND. Public policy and policy instruments Finland. Disponível em:<http://virtual.vtt.fi/virtual/constrinnonet/material/final%20report/policies/004%20p ublic%20policy%20and%20policy%20instruments%20in%20finland.pdf>. Aceso em: 03 jan. 2007. (38) SOFTWARE FOCUS. A software hub in a real green field. Disponível em:<http://www.nsd.ie/htm/news/news.php3?issue_date=2001-09-06>. Acesso em: 22 jan. 2007. (39) IRELAND. IDA Ireland Industrial Development Agency. Business and Technology Parks. Disponível em: <http://www.idaireland.com/home/index.aspx?id=2089>. Acesso em: 23 jan. 2007. (40) UNIVERSITY OF LIMERICK. National Technology Park. Disponível em:< http://www.rhw.ul.ie/asstreg/ar03_04/National%20Technology%20Park.pdf>. Acesso em: 22 jan. 2007. (41) IRELAND. IDA Ireland Industrial Development Agency. Introduction and Flashes of brilliance that change it all. Disponível em: < http://193.95.160.143/home/index.aspx?id=2126&version=print&content_id=>. Acesso em: 23 jan. 2007. (42) RESEARCH.FI. Finland Research in http://www.research.fi/en> Acesso em 02 jan. 2006. 2006. Disponível em: < 158 RELATÓRIO I Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior (43) NORDIC INDUSTRIAL FUND. Centre for Economic and Business Research. Seed capital in the Nordic Countries: Best Practice. Disponível em:< http://www.cebr.dk>. Acesso em: 09 jan. 2007. (44) KOO, Jun, LUGER, Michael I.; STEWART, Leslie. Best practices in science and technology-based economic development policy: US and global. North Carolina: North Carolina Board of Science and Technology, 1999. (45) (TAIWAN 9) TSAI, Kuen-Hung. An examination of Taiwan’s innovation policy measures and their effects. Disponível em: < http://www..inderscience.com/filter.php?aid=7053 >. Acesso em: 23 nov 2006. (46) WEST CORK BUSINESS & TECHNOLOGY PARK. Disponível em: < http://www.westcorktechnologypark.com/>. Acesso em: 20 jan. 2007. (47) (48) THE ALLENS CONSULTING GROUP . The Role of Science and Technology Parks in Asia's Economic Growth. Disponível em:< http://www.dest.gov.au/sectors/science_innovation/publications_resources/profiles/ro le_scitech_parks.htm#publication>. Acesso em: 10 jan. 2007. (49) UNITED NATIONS COMMISSION ON SCIENCE AND TECHNOLOGY FOR DEVELOPMENT. Division on Investment, Technology and Enterprise Development. Investment and techology policies for competitiveness: review of successful country experiences. New York: UNCTAD, 2003. 79p. 159 Parques Tecnológicos no Brasil – Estudo, Análise e Proposições 16 ANEXO 2 Página 38 Projeto Parques Tecnológicos no Brasil Estudo, Análises e Proposições Relatório Executivo - Módulo 1 Parques Científicos e Tecnológicos Modelos e Programas de apoio bem sucedidos no exterior Junho de 2007 RELATÓRIO EXECUTIVO Módulo I - Parques Científicos e Tecnológicos Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior SUMÁRIO 1 2 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 6 ASPECTOS CONCEITUAIS E METODOLÓGICOS ................................... 8 2.1 Aspectos Conceituais........................................................................ 8 2.2 Aspectos Metodológicos ................................................................. 10 2.2.1 Elementos para caracterização das Experiências de PCTs ................................................................................................. 12 2.2.2 Segmentação do Universo de PCTs ........................................... 17 3 ANÁLISE DOS PARQUES CIENTÍFICOS E TECNOLÓGICOS – MODELOS E PROGRAMAS DE APOIO BEM SUCEDIDOS NO EXTERIOR ....................................................................................................... 20 3.1 Parques Científicos e Tecnológicos de 1ª Geração ...................... 21 3.1.1 Estados Unidos ........................................................................... 22 3.1.2 Reino Unido ................................................................................ 23 3.1.3 França ......................................................................................... 25 3.1.4 Japão .......................................................................................... 26 3.2 Parques Científicos e Tecnológicos de 2ª Geração ...................... 27 3.2.1 Estados Unidos ........................................................................... 28 3.2.2 Reino Unido ................................................................................ 29 3.2.3 França ......................................................................................... 30 3.2.4 Japão .......................................................................................... 31 3.3 Parques Científicos e Tecnológicos de 3ª Geração ...................... 32 3.3.1 Coréia do Sul .............................................................................. 33 3.3.2 Cingapura ................................................................................... 35 3.3.3 Taiwan ........................................................................................ 36 3.3.4 China .......................................................................................... 37 3.3.5 Índia ............................................................................................ 38 3.3.6 Finlândia ..................................................................................... 39 3.3.7 Irlanda ......................................................................................... 40 3.3.8 Espanha ...................................................................................... 41 4. Considerações Finais ............................................................................. 42 5. Referências ............................................................................................. 49 ANEXO 2 2 RELATÓRIO EXECUTIVO Módulo I - Parques Científicos e Tecnológicos Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior LISTA DE ABREVIATURAS E ACRÔNIMOS ABG - Associação Bernard Gregory AFII - Agence Française pour les Investissements Internationaux ANIMA – Réseau Euro-Mediterranéen d’ Agence de P l’Investissement romotion d e ANPROTEC - Associação N acional de E ntidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores ANVAR – Agence Nationale de Valorisation de la Recherche APTE - Asociación de Parques Científicos y Tecnológicos de España AUA - Atlantic University Alliance AURRP - Association of University Related Research Parks BHT - Bridge High Technology BID - Banco Interamericano de Desenvolvimento BITS - Building on Information Technology Strengths BMRC - Singapore’s Biomedical Research Council C&T&I – Ciência, tecnologia e inovação CDD – Contrat de Travail à Durée Determinée CDI - Contrat de Travail à Durée Indeterminée CE – Commission européenne CEEI - Centres Européens d'Entreprises et d'Innovation CIR - Crédit d'Impôt Recherche DERA - Defense Evaluation Research Agency EBN - European Business and Innovation Network EBTs – Empresas de Base Tecnológica FCE - Fonds de Compétitivité des Entreprises EIF - European Investment Fund GLOINTECH - Global Integrated Technology HEA - Higher Education Authority HESIN - Higher Education Support for Industry in the North IASP - International Association of Science Park ANEXO 2 3 RELATÓRIO EXECUTIVO Módulo I - Parques Científicos e Tecnológicos Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior IDA - Industrial Development Agency IES – Instituições de Ensino Superior KTCGF - Korea Technology Credit Guarantee Fund KTDC - Korea Technology Development Corporation MaRS - Medical and Related Science Discovery District MET - Mecanismo Europeu para as Tecnologias MIT- Massachusetts Institute of Technology MPEs - Micro e pequenas empresas OECD - Organization for Economic Co-operation and Development OMC - Organização Mundial do Comércio P&D - Pesquisa e Desenvolvimento PAT - Programa para Tecnologias Avançadas PCTs - Parques Científicos e Tecnológicos PqT – Parque Tecnológico RETIS - Réseau National des Technopoles, Incubateurs et CEEI (Centres Européens d’Entreprises et d’Innovation) de France RH – Recursos Humanos RRIT - Rubber Research Institute of Thailand RTP - Research Triangle Park SAEM - Société Anonyme d’Economie Mixte Sophia Antipolis SBIR - Small Business Innovation Research STA - Science and Technology Agency - Japan STPI - Software Tech Park Indian SV – Silicon Valley TCS - Teaching Company Scheme TEMBA - Transnacional Executive MBA TI - Tecnologia da Informação TIC – Tecnologia de Informação e de Comunicação TTOs - Technology Transfer Offices ANEXO 2 4 RELATÓRIO EXECUTIVO Módulo I - Parques Científicos e Tecnológicos Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior UNESCO - Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura. UKSPA - United Kingdom Science Park Association ANEXO 2 5 RELATÓRIO EXECUTIVO Módulo I - Parques Científicos e Tecnológicos Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior 1 INTRODUÇÃO As transformações ocorridas no mundo ao longo das últimas décadas do século XX deixaram a so ciedade di ante de d esafios sociais, p olíticos, eco nômicos e ambientais extremamente complexos e profundos. Alguns fenômenos nunca antes experimentados na história da hu manidade c olocaram p aíses, e mpresas e indivíduos numa posição i nusitada em q ue enor mes ameaças co nvivem co m fantásticas oportunidades. Dentre os pr incipais fatores que l evaram a est e momento hi stórico t ão es pecial, destacam-se: • O processo de globalização mundial, que promoveu a integração de países, economias e pessoas de uma forma avassaladora; • A v elocidade d e ac esso à i nformação e conhecimento, v iabilizada pelo avanço nos processos de comunicação e gestão de bases de dados; • A formação de uma nova estrutura econômica global, com o surgimento dos grandes blocos econômicos, d as economias emergentes e da s megaempresas globais; • O crescimento da consciência crítica sócio-ambiental, com o su rgimento de movimentos, entidades e organismos orientados formalmente para a defesa do meio ambiente e a redução das desigualdades. Em m eio a est e t urbilhão de mudanças, u m t ema q ue assu me i mportância ca da vez m aior t rata da c apacidade/habilidade de s e di ferenciar pr odutos, se rviços, empresas e p aíses. E m o utras palavras, n um mundo tão co mpetitivo e integrado todos sofrem do mal de “parecer igual”. Países “referência” têm suas estratégias de crescimento “copiadas” por outros países. Empresas “vencedoras” são analisadas cuidadosamente p elos concorrentes. P rodutos e s erviços “de su cesso” g anham similares nas prateleiras semanas depois de seus lançamentos. O combustível que mantém esta corrida frenética chama-se inovação. A inovação tem s e t ornado o foco m undial n estas úl timas décadas. S e al guns anos atrás os fatores competitivos giravam em torno de mão-de-obra, recursos naturais, redução de custos e do aumento da produtividade, parece não haver mais dúvida de que o desafio d o momento é c ontinuará se ndo p or m uito t empo, a q uestão d a INOVAÇÃO. O obj etivo dest e t rabalho não é tratar o t ema da i novação de forma pr ofunda e detalhada. P ara e feito dest e est udo, o esse ncial é co nsiderar q ue a i novação é , antes d e mais nada, fruto d e um si stema c omplexo q ue e nvolve a r elação entre entidades geradoras de co nhecimento ( universidades, ce ntros de P &D, e tc), empresas (especialmente, mas nã o s omente, aq uelas d edicadas a at ividades intensivas em c onhecimento), mercados consumidores, atores governamentais e profissionais talentosos. C omo r esultado de ste si stema, t em-se a i ntrodução d e forma bem sucedida, de um produto ou serviço novo no mercado. ANEXO 2 6 RELATÓRIO EXECUTIVO Módulo I - Parques Científicos e Tecnológicos Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior Dentre as diversas estratégias para promoção da inovação, este trabalho dedica-se a estudar e an alisar o ca so de “ ambientes favoráveis à inovação” constituídos na forma de Parques Científicos e Tecnológicos (PCTs). Os PCTs começaram a surgir nos países desenvolvidos a par tir da se gunda m etade do s éculo X X e se espalharam de forma significativa ao redor do mundo até atingir o patamar atual de cerca de 1.500 empreendimentos. Este trabalho é p arte de um projeto que visa gerar uma base de conhecimento na forma de E studos, Análises e P roposições, c apaz de p ermitir um a m elhor compreensão sobre a questão dos Parques Tecnológicos no Brasil e a co nstrução de u m ar cabouço l egal, financeiro e de políticas públicas que assegurem um correto direcionamento deste segmento estratégico para o país. A pr esente e tapa do est udo co nstitui-se no d esenvolvimento d e u ma pesquisa técnica e nvolvendo um l evantamento si stêmico e u ma a nálise consistente d os principais casos bem su cedidos de P arques Tecnológicos mundiais, eng lobando: países da Europa, Ásia e os Estados Unidos. A pesquisa busca contemplar, dentre outras questões, os seguintes temas: • Conceitos e modelos de parques tecnológicos bem sucedidos; • Estratégias de implantação destes parques tecnológicos; • Papel estratégico dos parques tecnológicos em relação à economia do país como um todo e ao desenvolvimento de uma determinada região e/ou setor empresarial; • Arcabouço de políticas públicas e soluções financeiras para estímulo e viabilização dos parques tecnológicos; • Programas estruturados e sistêmicos para promoção e apoio ao processo de criação e implantação dos parques tecnológicos. Considerando as diversas iniciativas de cr iação e d esenvolvimento d e par ques científicos e t ecnológicos no m undo, e a cr escente i mplantação d estes mecanismos no B rasil, per cebe-se q ue est e t ipo de e mpreendimento i mpõe a o poder públ ico, u m po sicionamento co ncreto e obj etivo dev ido à sua i mportância estratégica par a o d esenvolvimento do p aís e da al ta co mplexidade par a a implantação destes ambientes. A reflexão sobre as experiências mundiais, passa a ser um a ferramenta ex tremamente r ica, f ornecendo su bsídios para um planejamento consistente por parte da sociedade, com destaque para o governo. O Estudo não se propõe ser exaustivo e definitivo, uma vez que a análise de todo o universo tornar-se-ia redundante e desnecessária para a consecução dos objetivos propostos. M ais do q ue i sso, a proposta é estabelecer u ma si stemática flexível e abrangente par a p ermanente at ualização e aperfeiçoamento da base d e conhecimentos gerada. ANEXO 2 7 RELATÓRIO EXECUTIVO Módulo I - Parques Científicos e Tecnológicos Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior 2 ASPECTOS CONCEITUAIS E METODOLÓGICOS 2.1 Aspectos Conceituais As novas demandas dos mercados e a a cirrada co mpetição e mpresarial, b em como o desafio do cr escimento su stentável das regiões e t erritórios imputam a os empresários e g overnos a n ecessidade de es tabelecer novos paradigmas e políticas públicas de promoção da inovação. A experiência internacional mostra que estes “ambientes favoráveis à inovação” se tangibilizam em mecanismos como parques científicos e tecnológicos, incubadoras de e mpresas, pólos e t ecnópoles, q ue p ermitem est abelecer r elações extremamente v antajosas para as empresas, co m u m pr ocesso co nstante de revitalização tecnológica e conseqüente aumento da competitividade. Quando se o bserva al guns casos internacionais, esp ecialmente dos parques científicos e tecnológicos, estes, têm impactado positivamente no desenvolvimento das regiões onde estão instalados. Considerados empreendimentos com base em áreas físicas delimitadas ou di sseminadas nas cidades e r egiões, ond e a s empresas inovadoras ou i ntensivas em conhecimento est ão localizadas, o s parques científicos e tecnológicos se caracterizam como componentes de políticas públicas para i ncentivo à i novação, c ontribuindo para o au mento da competitividade d e empresas regionais ou e m su a ár ea de i nfluência. Principalmente quando associados a mecanismos de incubação de empresas, são também i mpulsionadores da cr iação d e e mpresas inovadoras, i ntensivas em conhecimento e novas tecnologias, "spin-offs" de instituições de pesquisa e ensino ou de empresas consolidadas. Antes de i niciar a análise dos par ques científicos e tecnológicos ao r edor do mundo, é i mportante est abelecer al guns referenciais conceituais que per mitam compreender de maneira uniforme as diversas experiências mundiais. Para t anto, apr esenta-se abai xo di versas definições e co nceituações propostas pela UNESCO (Organização das Nações Unidas para a E ducação, a C iência e a Cultura) e IASP (International Association of Science Parks). O que é um parque científico e tecnológico (conforme UNESCO e IASP) Parques científicos e tecnológicos são complexos de desenvolvimento econômico e tecnológico que visam fomentar economias baseadas no conhecimento por meio da i ntegração da pesq uisa ci entífico-tecnológica, negócios/empresas e organizações governamentais em um l ocal físico, e do su porte à s inter-relações entre estes grupos. A lém de pr over e spaço para negócios baseados e m conhecimento, P CTs pode m a brigar centros para pesq uisa ci entífica, desenvolvimento t ecnológico, i novação e i ncubação, t reinamento, pr ospecção, como t ambém i nfra-estrutura par a f eiras, ex posições e desenvolvimento mercadológico. Eles são formalmente ligados (e usualmente fisicamente próximos) a centros de ex celência tecnológica, uni versidades e/ou c entros de pesq uisa. (UNESCO) ANEXO 2 8 RELATÓRIO EXECUTIVO Módulo I - Parques Científicos e Tecnológicos Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior As metas típicas de um parque científico e tecnológico são (conforme UNESCO e IASP): • Promover a P&D por meio da universidade em parceria com a indústria; • Apoiar o cr escimento de nov os negócios e ag regar valor a maduras; • Promover o desenvolvimento eco nômico e a competitividade de r egiões e cidades; • Facilitar a cr iação e cr escimento de e mpresas baseadas na i novação, fomentar o empreendedorismo e a incubação de start-ups; • Estimular e g erenciar o f luxo de conhecimento e t ecnologia entre as universidades, instituições de P&D, empresas e mercado; • Prover um am biente onde em presas baseadas em co nhecimento po dem desenvolver i nterações/sinergias com ce ntros de co nhecimento vi sando benefícios mútuos; • Construir espaços atraentes para “profissionais do conhecimento”. empresas Condições pelas quais os parques científicos e tecnológicos podem assumir um papel de centros de excelência da Sociedade do Conhecimento (UNESCO): • Conhecimento e i nformação s ão c onsiderados recursos no pr ocesso d e produção, j untamente co m c apital, t rabalho, r ecursos naturais, i nfraestrutura na determinação do crescimento econômico; • O uso do co nhecimento par a i novar não é so mente um d eterminante de riqueza, é t ambém a base da v antagem co mpetitiva. P CTs t ambém participam na i novação, d esenvolvimento de nov as idéias, apl icação de novas tecnologias, m anufatura d e nov os produtos e en trega de nov os serviços; • PCTs trazem co m eles formidáveis desafios com i mplicações para empresas, i ndivíduos, i nstituições educacionais e g overnos. E stes desafios podem ocorrer e m di versos aspectos tais como est rutura or ganizacional, gestão, emprego, investimento, treinamento, políticas e regulações; • PCTs consideram o s recursos humanos como fonte esse ncial de desenvolvimento, simplesmente por que o c onhecimento es tá i nserido nas pessoas e seres humanos são os criadores de conhecimento. Princípios e práticas típicos em PCTs: PCTs provêem a os empreendimentos “hard business services (infra-estrutura física, t elecomunicação, t ransporte, r ecursos humanos e a mbiente f avorável par a habitação)” e “soft business services”, dentre os quais se destacam: ANEXO 2 9 RELATÓRIO EXECUTIVO Módulo I - Parques Científicos e Tecnológicos Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior • Transferência de t ecnologia de universidades ou c entros de pes quisa par a empresas inovadoras; • Incubação de neg ócios baseados em c onhecimento, oferecendo ao s empreendedores expertise em gestão, acesso a financiamento, network de negócios e ferramentas necessárias para o sucesso do empreendimento; • Suporte l egal em i ncorporação d e ne gócios, t ributação, l egislação trabalhista, propriedade intelectual, etc.; • Incentivos financeiros e fiscais para atrair empresas inovadoras; • Desburocratização para acelerar processos administrativos, fiscais e legais; Baseando-se n estas definições e diretrizes, é p ossível dest acar al gumas das principais funções dos parques científicos e tecnológicos: • Ambientes que i ntegram ac ademia e se tor empresarial – mecanismos que permitem uma efetiva aproximação das empresas com os centros geradores de conhecimento; • Espaços co m i nfra-estrutura e s erviços profissionais – ambientes profissionais dotados das condições necessárias para pe rmitir o desenvolvimento de empreendimentos; • Clusters de Inovação, diferenciados e competitivos – ambientes de inovação que r eúnem e mpresas capazes de formar ag lomerados co mpetitivos e inovadores; • Projetos direcionadores do desenvolvimento urbano – empreendimentos que contribuem p ara o pl anejamento e or ientação do cr escimento ur bano e regional, integrando outros projetos estruturantes; • Referências de desenvolvimento sustentável econômico, social, ambiental e tecnológico – símbolos de iniciativas capazes de responder aos desafios do desenvolvimento r egional v ocacionado co m escala r elevante para at ender às demandas de geração de emprego e renda. Em r esumo, os parques científicos e t ecnológicos podem se c onsolidar, d e fato, como g randes plataformas para pr omoção do d esenvolvimento de r egiões e setores, estabelecendo oportunidades diferenciadas para o di recionamento do processo de crescimento. 2.2 Aspectos Metodológicos A anál ise dos modelos e pr ogramas relacionados a P CTs bem su cedidos no exterior é um t ema co mplexo em função da diversidade e q uantidade d e empreendimentos espalhados pelo mundo. Em geral, este tipo de análise adota duas abordagens alternativas: ANEXO 2 10 RELATÓRIO EXECUTIVO Módulo I - Parques Científicos e Tecnológicos Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior • Análise d e ca sos pontuais de P CTs – que co nsiste no estudo de P CTs específicos, visando i dentificar f atores de sucesso e/ou f racasso que possam se r c onsiderados relevantes para um a ev entual ex trapolação no contexto de uma amostra ou, eventualmente, do universo de PCTs. Este tipo de abor dagem g era r esultados ricos em i nformações especializadas e detalhadas, mas normalmente é deficiente par a oferecer u ma v isão representativa e fidedigna do contexto geral. • Análise de segmentos/amostras do universo – que consiste na definição de um conjunto de parques que guardam algum tipo de afinidade baseada em fatores territoriais (região, paí s ou co ntinente) ou se toriais (área d e conhecimento). Este tipo de an álise oferece uma visão mais representativa do contexto geral, mas geralmente é deficiente na identificação de fatores e elementos específicos das experiências dos parques que podem se r relevantes para estudos como o que está se desenvolvendo aqui. Considerando estes aspectos mencionados, a ab ordagem adotada neste trabalho procurou i ntegrar est as duas perspectivas visando obt er um a v isão abr angente e significativa dos PCTs no m undo e, ao mesmo t empo, i dentificar ca racterísticas específicas que contribuam para a r eflexão e definição de estratégias válidas para o caso brasileiro. Para at ingir est e obj etivo, r ealizou-se um est udo t écnico acerca das diversas abordagens metodológicas aplicadas no co ntexto d e est udos acadêmicos, pesquisas/surveys realizadas por ór gãos e ent idades internacionais, a fim d e identificar cr itérios e v ariáveis de anál ise, e stratégias de pesq uisa e m odelos de segmentação e est ruturação d o uni verso de anál ise. E ste t rabalho co ntemplou estudos realizados no contexto da IASP, APTE, UKSPA, AURP, UNESCO, Órgãos de Governos Federais (EUA, França, Austrália, Malásia, etc.), entre outros. Este levantamento gerou um conjunto de subsídios que resultou na estruturação de uma “Matriz para levantamento de informações sobre PCTs no mundo”, constituída por dois eixos básicos: • Elementos para caracterização da experiência de PCTs – contempla as diversas variáveis importantes para q ue s e co mpreenda d e forma mais profunda e esp ecífica a ex periência e a r ealidade d os PCTs numa determinada r egião ou co ntexto. E stas variáveis estão di vididas em 5 Grandes Grupos: o Elementos que co nstituem os conceitos e modelos de par ques científicos e tecnológicos bem sucedidos; o Papel estratégico dos parques científicos e tecnológicos em relação à economia do p aís como u m t odo e ao d esenvolvimento d e u ma determinada região e/ou setor empresarial; o Estratégias de Implantação destes Parques Tecnológicos; o Arcabouço d e P olíticas Públicas e S oluções Financeiras para estímulo e viabilização dos parques científicos e tecnológicos; ANEXO 2 11 RELATÓRIO EXECUTIVO Módulo I - Parques Científicos e Tecnológicos Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior o Programas estruturados e sistêmicos para promoção e apoio ao processo d e cr iação e i mplantação d os par ques científicos e tecnológicos; • Segmentação de PCTs – consiste na estratégia adotada para estruturar o universo de P CTs a serem a nalisados. O ptou-se por u ma se gmentação dividindo inicialmente as experiências de PCTs ao redor do mundo em três grupos, segundo suas características e funções no contexto histórico. Cada um d estes três segmentos constituem o q ue pass ou a se d enominar d e “Gerações de P CTs” e q ue, por su a vez, co ntemplam u m g rupo de países representativos do período em questão: o 1ª Geração de P CTs – contemplando E UA, F rança, R eino U nido e Japão; o 2ª Geração de P CTs – contemplando E UA, F rança, R eino U nido e Japão; o 3ª Geração de P CTs – contemplando Espanha, F inlândia, I rlanda, Coréia do Sul, Singapura, Taiwan, China e Índia. A par tir d esta definição, c ujo r esultado m acro é a m atriz de l evantamento de informações sobre PCTs (figura 1), foi possível iniciar o pr ocesso de i dentificação das “idéias força” que caracterizam a experiência de PCTs ao redor do mundo. Na seqüência cada um d estes grandes eixos que est ruturam a m atriz passa a se r detalhado de forma mais profunda. Figura 1 – Matriz de informações dos PCTs no mundo 2.2.1 Elementos para caracterização das Experiências de PCTs A experiência dos PCTs ao redor do mundo apresenta uma enorme diversidade de tipologias e m odelos, em f unção das características do si stema de ci ência e tecnologia do país, do tipo de setor empresarial atendido e dos programas de apoio a PCTs disponíveis. ANEXO 2 12 RELATÓRIO EXECUTIVO Módulo I - Parques Científicos e Tecnológicos Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior Com o obj etivo de am pliar e apr ofundar a anál ise des tas experiências foram estabelecidos os principais elementos de análise deste universo, focando em cinco grandes grupos de variáveis: I. Perfil dos principais par ques tecnológicos do exterior, en focando a configuração, r elações co m de mais atores locais e naci onais, i nfra-estrutura física, ocupação territorial, entre outros; II. Estratégias de implantação destes parques tecnológicos, se local, regional ou nacional, o bservando-se o p apel dos diversos atores na de finição d estas estratégias; III. Papel estratégico dest es parques em r elação à ec onomia do p aís como u m todo e a o dese nvolvimento de u ma d eterminada r egião e/ ou se tor empresarial, a fim d e ev idenciar a r elevância d o e mpreendimento e o conseqüente retorno dos investimentos aplicados; IV. Políticas públicas para est ímulo e v iabilização de par ques científicos e tecnológicos e m odelos alternativos de f inanciamento, c ontemplando investimentos de g overno, v enture ca pital, ang el f inance, l easing, eq uity capital, financiamentos tradicionais ou outros tipos de fundos; V. Programas estruturados e sistêmicos para promoção e apoio ao processo de criação e implantação dos parques tecnológicos, especialmente no que tange à i nfra-estrutura, su porte às empresas, pr ogramas mobilizadores de apoi o à C&T, etc. Estes grupos de v ariáveis foram de finidos a partir do est udo e anál ise d as experiências e práticas mundiais com foco nos continentes americano, europeu e asiático, concentrando-se em países que alcançaram significativos resultados com PCTs. A s informações l evantadas pelo estudo, q ue n ão objetivou se r exaustivo e definitivo, co nfiguraram-se numa bas e i nicial de co nhecimento q ue permite identificar alguns dos fatores chave de sucesso nas diversas iniciativas mundiais. Para fins de an álise, de finiu-se u m co njunto de v ariáveis, que possi bilitassem identificar e ca racterizar os diferenciais dos parques de maior des taque implantados nos três continentes, r elacionando principalmente os f atores q ue o s tornaram modelos de referência e sucesso. Essas variáveis identificadas foram agrupadas da seguinte forma: I. Conceitos e modelos de parques tecnológicos bem sucedidos - Este conjunto de v ariáveis foi d efinido co m ba se no modelo des envolvido no contexto d a I ASP, d enominado de “ Estrategigrama” ( Sanz, 2006) , cu ja importância est á n a i dentificação d e elementos bási cos n a criação d e parques, os quais possibilitaram uma v isão estratégica sistêmica e comparativa. O modelo foi adaptado e expandido a partir do estudo de outros modelos de an álise, chegando-se a u ma configuração c onforme descr ito abaixo: o A relação dos parques com centros promotores de conhecimento de qualidade - identificação do grau de relação (forte, ANEXO 2 13 RELATÓRIO EXECUTIVO Módulo I - Parques Científicos e Tecnológicos Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior médio ou fraco) q ue envolve uni versidades e i nstitutos de pesq uisa com estes ambientes de inovação. Entre as três gerações de parques científicos e tecnológicos identificados, destaca-se a necessidade de se est abelecer a forma co mo o m eio ac adêmico a tuou frente a promoção da i novação ( se at uando at ivamente na es truturação de parques científicos e t ecnológicos, se r eagindo às alterações e evoluções do t ecido e mpresarial ou se ndo instrumento d o fortalecimento tecnológico regional através de ações públicas); o Posição das empresas do parque no fluxo tecnológico - análise em termos de setores de ponta e/ou setores "seguidores", de modo a identificar q uais os setores tecnológicos alavancados pelo par que e/ou q uais setores tecnológicos permitiram a co nsolidação d e mecanismos de inovação; o O grau de especialização dos parques - se generalista ou especialista, i dentificando o foco de a tuação, a r elação co m o utras instituições, principalmente universidades e centros de P&D, a forma como se definiu a especialização d e u m p arque, se em v irtude de demandas regionais ou de i dentificação d e se tores portadores d e futuro; o Tipo de empresa instalada - se spin-off universitária, em presa consolidada ( que possibilita através de fenômeno denominado “spillover”, o dese nvolvimento de tecido e mpresarial de entorno, c om interação ent re g randes empresas e fornecedoras) ou start-up empresarial. A análise foca principalmente a estratégia desenvolvida na implantação das empresas, e os motivos que direcionaram futuras ações; o O mercado foco (local, regional e internacional) - diagnóstico alicerçado pr incipalmente na ca pacidade q ue os p arques tecnológicos, de ca da um a das três gerações, t iveram de co ntribuir para o d esenvolvimento n acional, al iado ao m omento e m q ue ca da geração se fez surgir; o Nível de integração à malha urbana - apontando se o par que está integrado ao t ecido ur bano, ou se est á i nstalado e m l ocal se parado distante dos centros urbanos, d emonstrando t ambém u ma capacidade d e or ganização dos m eios promotores do desenvolvimento; o Disponibilidade de espaço e infra-estrutura bem ou pouco definidos - bem como a qualidade destes espaços e infra-estruturas, que atuam muitas vezes como fatores determinantes do sucesso de empreendimentos tecnológicos; o O portifólio de serviços oferecido às EBTs - se existe, se é cl aro, bem como se estes serviços são de q ualidade, além de identificar o grau de formalidade ou i nformalidade do par que e m r elação a s empresas; ANEXO 2 14 RELATÓRIO EXECUTIVO Módulo I - Parques Científicos e Tecnológicos Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior o O nível de trabalho em rede - se ex istente, s e oc orre d e forma estratégica ou oca sional, per mitindo i dentificar est ruturas e si stemas sinérgicos que est ejam c ontribuindo par a a alavancagem de negócios; o Modelos de gestão - se existem formalmente, identificando possíveis modelos jurídico-institucionais, e v antagens relacionadas aos mesmos, ou s e no c aso d e m odelo d e g estão i nformal, co mo o mercado acaba funcionando como balizador. II. Papel estratégico dos parques científicos e tecnológicos em relação à economia do país como um todo e/ou ao desenvolvimento de uma determinada região e/ou setor empresarial - esse co njunto de variáveis é extremamente importante para avaliar o papel do parque no seu setor, região ou país de modo a garantir que seja um projeto impactante de: o Relevância estratégica nacional – No ca so de Parques que foram concebidos e implantados como elementos chave de u ma estratégia nacional de desenvolvimento; o Relevância estratégica regional – contemplando os empreendimentos criados com o pr opósito d e pr omover o desenvolvimento de um estado ou região específica; o Relevância Estratégica setorial – abrangendo os projetos concebidos para se rvir de pl ataforma par a dese nvolvimento, t este e disseminação de inovações e referências para determinado segmento empresarial ou técnico; o Relevância estratégica local – que env olve os PCTs focados na promoção d o des envolvimento/crescimento de u ma d eterminada localidade/cidade. III. Estratégias de implantação destes parques tecnológicos – esta v ariável busca evidenciar o m ecanismo bási co d e cr iação e i mplantação do um P CT no q ue se r efere a o pa pel c entral desempenhado p ela principal en tidade empreendedora, analisando alternativas como: o Geração espontânea – contemplando P CTs que surgiram de forma não pl anejada, em f unção de f atores diversos que variam de universidades fortes, vocação empresarial e infra-estrutura adequada; o Iniciativa acadêmica – PCTs gerados formalmente a par tir de universidades, c om fins de pr omoção da i nteração u niversidade empresa, est ímulo a at ração de e mpresas e v alorização do patrimônio da universidade; o Intervenção estatal /nacional – PCTs resultantes de uma estratégia liderada pelo poder público na forma de um investimento estruturante, definição de políticas agressivas de incentivo, etc., ANEXO 2 15 RELATÓRIO EXECUTIVO Módulo I - Parques Científicos e Tecnológicos Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior o Intervenção de entidades regionais – PCTs concebidos e implementados por ór gãos e ent idades ligadas ao g overno estadual/provincial, v isando pr omover o d esenvolvimento de u ma região que envolve diversas localidades/cidades; o Intervenção de entidades locais – PCTs estruturados por órgãos ou entidades municipais (cidades), v isando cl aramente o desenvolvimento local a par tir da ar ticulação das forças empresariais e acadêmicas existentes; o Investimento privado/empresarial – PCTs concebidos e implementados como n egócios privados liderados por empreendedores de se gmentos empresariais ligados ao se tor imobiliário, tecnológico e comercial. IV. Arcabouço de políticas públicas e soluções financeiras – Este g rupo de variáveis contempla os diversos tipos de instrumentos legais e financeiros de estímulo à i mplantação d e P CTs e ao des envolvimento d as empresas neste tipo de ambiente de inovação: o Leis e sistemas regulatórios – Leis de regulamentação do Sistema de C &T&I d e u m pa ís ou r egião, Lei s que est abelecem P lanos Nacionais ou R egionais de D esenvolvimento, et c. E xemplo B rasil – Lei de Inovação. o Linhas de fomento e financiamento – Instrumentos públicos d e apoio direto à i novação, pesquisa e desenvolvimento no contexto de universidades, PCTs e, pr incipalmente, das empresas. E xemplo Brasil – Fundos Setoriais, Subvenção Econômica. o Programas educacionais e/ou de apoio à C&T – Estratégias, modelos e ações objetivas de promoção da educação voltada para o empreendedorismo & i novação e d as atividades de p esquisa científica e desenvolvimento tecnológico. Exemplo Brasil – Programas de pós-graduação e de apoio à P&D. o Políticas de incentivo fiscal – Leis, pr ogramas, pr ojetos e modalidades de i ncentivo f iscal ( tributário), co m v istas à est imular atração de e mpresas e o desenvolvimento de a tividades de C &T&I. Exemplo Brasil – Lei de Informática e Lei do Bem. o Políticas industriais e de comércio exterior – Leis, pr ogramas, projetos e modalidades de i ncentivo e a poio ao d esenvolvimento de determinados setores industriais e a pr omoção do comércio exterior. Exemplo Brasil – PITCE. V. Programas estruturados e sistêmicos para promoção e apoio ao processo de criação e implantação dos Parques Tecnológicos – neste grupo de v ariáveis estão contempladas as iniciativas de promoção e su porte ANEXO 2 16 RELATÓRIO EXECUTIVO Módulo I - Parques Científicos e Tecnológicos Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior direto às atividades específicas de i mplantação de P CTs e d e apoi o às empresas instaladas nesses ambientes. o Programas sistêmicos de apoio à criação e atração de empresas inovadoras – estes pr ogramas env olvem os i nstrumentos e programas de fomento e financiamento direto ao processo de criação de novas empresas ou à atração de empresas para o PCT; o Programas sistêmicos de apoio a parques tecnológicos envolvendo linhas de fomento e financiamento, programas prioritários para articulação d e at ores p úblicos, projetos de g eração de conhecimento e mobilização da so ciedade e ou tras iniciativas diretamente v oltadas para o apoi o às atividades de pl anejamento, desenvolvimento e implantação de PCTs. Como j á foi mencionado anteriormente, n ão se pr etende c onsiderar q ue este conjunto de variáveis aqui apresentadas seja definitivo, pelo contrário, o objetivo é propor u m m odelo si stêmico q ue se ja revisado, aper feiçoado e ag regado permanentemente a fim de assegurar o conceito dinâmico e flexível da abordagem metodológica. 2.2.2 Segmentação do Universo de PCTs Estudos anteriormente r ealizados nesta área de P CTs revelam q ue não bas ta estabelecer um conjunto de variáveis de análise consistente e abrangentes para se obter um r esultado r epresentativo e v erdadeiramente útil. A s egmentação d o universo de análise também é essencial para atingir este objetivo. No caso em questão, a segmentação do universo de PCTs poderia adotar diversos tipos de abordagem: • Segmentação por país – adotando a abor dagem em inentemente geopolítica; • Segmentação por área de atuação – mais focada na vertente tecnológica escolhida pelo PCT; • Segmentação pela Natureza da Origem do PCT – vinculada à ent idade que criou o PCT (ex. PCT criados por Universidades, por ações de governo, etc); • Segmentação pelo Porte do Empreendimento – associada ao volume de investimentos, quantidade de empresas, volume de receitas, etc. Após a análise das diversas alternativas e do processo histórico de evolução dos PCTs, o ptou-se por adot ar u ma se gmentação q ue al ia o f ator g eopolítico (segmentação por país) ao fator “momento histórico”. A segmentação por países é importante par a q ue se r espeite os aspectos culturais, p olíticos, eco nômicos, sociais e aca dêmicos q ue i nfluenciam o p rocesso d e des envolvimento d e u ma política de apoi o a P CTs. P or o utro l ado, a av aliação dos casos e est udos de PCTs, permite c oncluir de forma cl ara que ex istem “ momentos históricos” diferentes ao longo do processo de ev olução dos PCTs ao longo da hi stória e ao ANEXO 2 17 RELATÓRIO EXECUTIVO Módulo I - Parques Científicos e Tecnológicos Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior redor do mundo. E stes “momentos históricos” f oram de nominados, p ara e feito deste trabalho, de “Gerações de PCTs” e serviram como base para o processo de segmentação da experiência de P CTs no mundo. Cada uma destas Gerações de PCTs, por sua vez, pode ser desdobrada em função do fator geopolítico a fim de se concentrar n os países mais representativos daquele determinado momento histórico. A ca racterização d esta ab ordagem de encaminhamento: segmentação ch egou ao se guinte • 1ª Geração – “Parques Pioneiros” - criados de forma es pontânea/natural, para promover o apoio à criação de EBTs e a transferência de tecnologias, a partir de universidades fortes e dinâmicas. É possível identificar claramente condições favoráveis à inovação e des envolvimento empresarial tais como: vocação regional, disponibilidade de r ecursos humanos e financeiros, infraestrutura favorável, et c. D e m odo g eral, t iveram ap oio e/ ou su porte est atal não sistêmico/estruturado e alcançaram alto grau de r elevância estratégica. As iniciativas dos pa rques pioneiros, o u d e 1ª g eração, per mitiram q ue nações/regiões pudessem assumir uma posição competitiva privilegiada no desenvolvimento tecnológico mundial. A partir dos modelos de sucesso dos parques pioneiros, o utras iniciativas passaram a se r i mplementadas, agregando a si stematização dos parques pioneiros, porém ess es par ques considerados seguidores ou de 2ª geração não alcançaram o mesmo nível de sucesso dos primeiros. • 2ª Geração – “Parques Seguidores” - criados de forma planejada, formal e estruturada, p ara " seguir" os passos de um a " tendência e/ ou ca so de sucesso". N esta ca tegoria, foi possível i dentificar d ois grandes g rupos: ( a) aqueles que se desenvolveram a par tir de u ma forte r elação co m universidades e (b) aqueles que se desenvolveram a partir de uma demanda local co m u ma r elação ( média) co m uma u niversidade. Quase s empre, t odos esse s casos tiveram ap oio e s uporte s istemático estatal (nacional, regional ou local) e v isavam, essencialmente, promover o processo d e i nteração uni versidade-empresa, est imular um pr ocesso d e “valorização” ( financeira ou i nstitucional) d e ár eas ligadas aos campi d e universidades e criar espaços para implantação de empresas inovadoras no contexto de uma d eterminada r egião c om p retensão d e s e t ornar um pól o tecnológico e em presarial. P or out ro l ado, os resultados se di videm num espectro que varia de um desempenho bom, chegado ao mediano e fraco. Este t ipo de P CT co nstitui a essê ncia de um v erdadeiro “ boom” q ue se espalhou p elos EUA e out ros países da E uropa, a o l ongo das décadas de 70 a 90. • A 3ª geração de parques, d enominada “ Parques Estruturantes”, b eneficiose do aprendizado acumulado das experiências desses parques de 1ª e 2ª geração, e t em si do r esponsável pel o cr escimento t ecnológico d e paí ses emergentes. C riados como fruto de u ma pol ítica r egional ou naci onal e orientados para pr omover um pr ocesso de dese nvolvimento só cioeconômico extremamente i mpactante, co ntaram co m a poio e i nvestimento estatal forte, mas são extremamente orientados para o mercado globalizado. ANEXO 2 18 RELATÓRIO EXECUTIVO Módulo I - Parques Científicos e Tecnológicos Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior Em g eral, est ão i ntegrados a o utras pol íticas e est ratégias de desenvolvimento ur bano, r egional e a mbiental. E stes tipos de par ques são influenciados por fatores contemporâneos, tais como: a maior facilidade de acesso ao conhecimento, o aprendizado com experiências/erros/acertos do passado e pel a nec essidade de velocidade de desenvolvimento m otivada pela globalização. A figura 2 apresenta o resultado de um estudo realizado pela IASP acerca da taxa de crescimento dos PCTs ao r edor do mundo a o l ongo das últimas décadas: Figura 2 – Taxa (%) de crescimento de Parques Científicos e Tecnológicos ANEXO 2 19 RELATÓRIO EXECUTIVO Módulo I - Parques Científicos e Tecnológicos Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior 3 ANÁLISE DOS PARQUES CIENTÍFICOS E TECNOLÓGICOS - MODELOS E PROGRAMAS DE APOIO BEM SUCEDIDOS NO EXTERIOR A ex periência pi oneira e de m aior su cesso no q ue di z r espeito a par ques tecnológicos está ass ociada àq uela q ue ai nda h oje é considerada a r egião m ais inovadora e dinâmica do mundo, conhecida com Vale do Silício ou Silicon Valley. O Vale d o S ilício or iginou-se d o e norme pot encial ci entífico, t ecnológico e empreendedor concentrado nesta região da Califórnia em torno da Universidade de Stanford. O primeiro m ovimento, ai nda da década de 50, que di recionou este processo de evolução da região foi a criação do Stanford Research Park, em torno do campus da U niversidade, q ue ace lerou o pr ocesso de ar ticulação, i nteração e dinamização das atividades empresariais inovadoras na região. Com base ni sto, o utras regiões começaram a i nvestir em mecanismos de desenvolvimento e/ou ambientes de inovação, como os parques tecnológicos, cada qual co m c aracterísticas próprias. A pl uralidade de i niciativas geradas possibilita hoje, que seja realizada uma análise sobre as alternativas de modelos de parques científicos e t ecnológicos e de pr ogramas bem su cedidos de apoi o a ess es parques, resultando em maior possibilidade de sucesso na adoção de u m modelo ou de um programa para o Brasil. A par tir do s ucesso d o V ale do S ilício, os PCTs passaram a s er co nhecidos fora dos vales californianos, at é o pon to da r eprodução do fenômeno, ou pr oduto, d e acordo com o ciclo Schumpeteriano, que aponta para a replicabilidade e adoção de produtos ou pr ocessos de su cesso p or co ncorrentes, g erando um i ncremento n a exploração da inovação e partindo o mercado para novas alternativas. Para que as demais iniciativas pudessem ser bem su cedidas, t ornou-se necessário adap tá-las as realidades de cada região de ent orno, gerando com isto processos específicos múltiplos. As informações analisadas em cada conjunto de variáveis permitiram organizar no capítulo 3 u ma est rutura c omparativa en tre paí ses, on de sã o resumidos as características mais marcantes de cada co njunto de PCTs por paí s e por posicionamento co nforme a g eração d os parques. O ca pítulo 4 extrai as considerações mais importantes da análise, de modo a co ndensar as informações de cada conjunto de variáveis por geração de parques, permitindo destacar “idéiasforça” de cada conjunto, fundamentando a base inicial de conhecimento necessária para o processo de reflexão que se seguirá. ANEXO 2 20 RELATÓRIO EXECUTIVO Módulo I - Parques Científicos e Tecnológicos Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior 3.1 Parques Científicos e Tecnológicos de 1ª Geração São os chamados “Parques Pioneiros”, nasceram de forma espontânea ou natural, para pr omover o apoi o à cr iação d e E BTs ( empresas de b ase t ecnológica) e a transferência de t ecnologias de ce ntros geradores de co nhecimento, a p artir de universidades muito fortes e dinâmicas. D e m odo g eral, r eceberam apoio o u suporte estatal não sistêmico e alcançaram alto grau de relevância estratégica. Os parques científicos e tecnológicos analisados neste grupo estão localizados nos Estados Unidos, Reino Unido, França e Japão e de forma temporal iniciaram suas atividades entre os anos 50 e 80. Stanford Research Park – Silicon Valley ANEXO 2 21 RELATÓRIO EXECUTIVO Módulo I - Parques Científicos e Tecnológicos Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior 3.1.1 Estados Unidos Os parques científicos e t ecnológicos abordados neste estudo tiveram sua or igem nas experiências pioneiras surgidas durante a dé cada de 50 nos Estados Unidos: Rota 128 (Massachusetts), Vale do Silício (Califórnia) e R esearch Triangle Park – RTP (Carolina do Norte). E stes t rês ca sos, ca racterizados como parques científicos e tecnológicos de 1 ª geração, assumiram um papel ativo no pioneirismo tecnológico americano, conduzindo o país à posi ção de epi centro de di versas ondas da i novação t ecnológica em á reas estratégicas como a de semicondutores, computadores, microeletrônica, biotecnologia, tecnologia da informação e t ambém e -commerce. Estes parques tornaram-se m odelos bem sucedidos e referências tanto para outras iniciativas nos EUA, como para demais países do m undo. Além de t erem se dese nvolvido por “geração esp ontânea” promovida pela demanda nacional por avanço tecnológico, contaram com uma alavancagem via financiamento f acilitado (capital d e r isco, capital se mente, e tc.). O su cesso dest es empreendimentos pode ser quantificado, destacando que hoje o Research Triangle Park – RTP co ngrega apr oximadamente 130 empresas e/ ou or ganizações que g eram cerca de 40.000 empregos, enquanto o Vale do Silício fomentou o surgimento de grandes empresas como Cisco System, Hewlett-Packard, Google, Yahoo, Java e Nestscape, entre outras. Principais características da experiência americana A ca racterística m ais relevante da ex periência am ericana é a cultura em preendedora voltada para o negócio dentro da academia. Isto se evidencia quando se observa o nascimento das empresas de base t ecnológica de cl asse mundial a par tir da s universidades e i nstitutos tecnológicos (Stanford U niversity, U niversity of C alifórnia at Berkeley, U niversity of N orth C arolina, N orth C aroline S tate U niversity, H arvard e Massachusetts Institute o f Technology. Os fundadores e em preendedores eram pesquisadores e alunos destas instituições. Outra característica relevante, que certamente fez a diferença no sucesso das empresas e posteriormente na consolidação dos clusters de i novação, f oi o el emento capital, cu ja facilidade de ace sso por meio de l inhas de fomento a pe quenas empresas ( já na déca da de 50) e pos teriormente out ras linhas de fomento, ca pital se mente e ca pital d e r isco ( a partir da déca da de 70 ), p ossibilitaram o desenvolvimento r ápido das empresas dentro dest es m ecanismos. Deste m odo, a experiência am ericana de par ques de pr imeira g eração teve um i mportante papel e relevância estratégica no desenvolvimento de determinadas regiões e setores tecnológicos de ponta, como a indústria de semicondutores, de computadores, de biotecnologia e tecnologia da informação, também fortemente induzida pelo momento histórico (guerra fria) onde o papel do g overno na i ndução e fomento ao dese nvolvimento t ecnológico foi fundamental. Aspectos relevantes para a experiência brasileira O Brasil vive um momento histórico diferente no desenvolvimento de seus PCTs, onde o desenvolvimento de t ecnologias inovadoras encontra um ambiente muito mais competitivo e acirrado. No entanto, a experiência americana aponta para dois elementos importantes e essenciais para o dese nvolvimento das EBTs: a cu ltura em preendedora dentro do ambiente aca dêmico com am pla possi bilidade dos pesquisadores participarem efetivamente dos negócios gerados pela pesquisa, e a cultura de investimento voltada para a promoção de negócios, possibilitando criar um ambiente propício a captação de recursos financeiros, seja por fomento, seja por investidores. Destacam-se os programas sistêmicos de apoi o à cr iação de em presas inovadoras como o S BIC ( Cia de i nvestimento em empresa de pequeno porte), o programa de garantia de empréstimo (garantia para empréstimos a longo prazo para as start-ups e com potencial de elevado crescimento) e a Rede “Angel Capital” (voltada a negócios em eletrônica). ANEXO 2 22 RELATÓRIO EXECUTIVO Módulo I - Parques Científicos e Tecnológicos Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior 3.1.2 Reino Unido Os parques científicos e tecnológicos abordados neste estudo tiveram sua origem a partir do su cesso d a experiência nor te-americana. Estes parques, pioneiros no R eino U nido, podem ser classificados como científicos, são oriundos das universidades e localizam-se junto a est as. Marcaram o surgimento de um a nova fase ascendente de desenvolvimento de tais mecanismos, fato consolidado a partir da segunda geração de parques científicos (em meados da década de 80, num prazo de quatro anos o número de parques científicos cresceu de 2 par a 31 par ques). No est udo se considerou nesta g eração os primeiros parques científicos surgidos no R eino U nido, cu jo obj etivo principal er a a t ransferência tecnológica das universidades para as empresas, a ex emplo do Parque T ecnológico de Cambridge ( Inglaterra) q ue hoj e abr iga 90 em presas que empregam apr oximadamente 5.000 f uncionários, e Edinburgh T echnopole Park (Escócia), com 83 empresas e número superior a 4. 000 em pregos. O PT de C ambridge, pi oneiro na I nglaterra e na E uropa, contribuiu para que houvesse uma valorização das tecnologias geradas nas engenharias, na época, menos prezadas na Inglaterra, em contraste com a Alemanha e França. Além disso, e apesa r de de morar quase 12 anos para apr esentar r esultados, o par que d e Cambridge auxiliou o R eino Unido a aperfeiçoar sua política industrial e de P&D, como a política de co mpras governamentais, po r ex emplo, que foi modificada par a contemplar também as pequenas e nascentes empresas de bases tecnológicas, e não só as empresas britânicas grandes e tradicionais. Principais características da experiência do Reino Unido A ca racterística m ais relevante da ex periência do R eino U nido é a su a r elação co m a academia. A causa “espontânea” da criação dos parques no Reino Unido foi uma mudança na política industrial que provocou a quebra do monopólio da exploração de patentes pelas universidades públicas somada a um a falta de di namismo da i ndústria. Isto f orçou a s universidades a dese nvolver um a nov a est ratégia par a co ntinuar recebendo apor te de recursos financeiros par a a pes quisa uni versitária e usu fruir das pat entes por m eio d e empresas criadas por pesq uisadores (spin-offs universitárias). A in stalação de u m ambiente de ne gócios j unto à s universidades agregou v alor ao m eio em presarial, desenvolveu um sistema eficiente e ativo de transferência tecnológica gerando novos negócios e maior competitividade para a indústria local com um modelo de relacionamento de pesquisa e treinamento baseado em parcerias e “networking”. Como os fundos de financiamento da pes quisa no R eino U nido s ão or ganizados e geridos regionalmente através de co nselhos regionais (Research C ouncils), e os PCTs desta geração sã o oriundos das universidades, naturalmente se tornaram mecanismos de estratégia regional e local. Aspectos relevantes para a experiência brasileira Da ex periência do R eino U nido dest aca-se o f orte f inanciamento da pesquisa nas universidades pelo g overno naci onal por meio de doi s grandes sistemas de apoi o: os Conselhos de E ducação S uperior q ue financiam pr ojetos e i nclusive sa lário de pesquisadores, treinamentos e centros de pesquisa para o desenvolvimento de produtos pré-competitivos; e os fundos oriundos da secretaria de C&T do Departamento de Indústria e Comércio e de doações por meio do Wellcome Trust. Também se destaca a estratégia de atração de empresas maduras para os PCTs como potenciais clientes da pesquisa universitária e das start-ups universitárias. Além disso, o investimento privado por meio de joint-ventures visando dese nvolver, g erir e ope rar os empreendimentos dos PCTs como negócios, par ticipação em pat entes, royalties e e tc. Por fim, a cu ltura d e r ede i nformal, criando os networkings que garantem o processo ef iciente de t ransferência t ecnológica. ANEXO 2 23 RELATÓRIO EXECUTIVO Módulo I - Parques Científicos e Tecnológicos Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior Um e feito “ colateral” po sitivo dest a est ratégia foi a r evitalização ur bana e eco nômica de regiões e localidades próximas às universidades. ANEXO 2 24 RELATÓRIO EXECUTIVO Módulo I - Parques Científicos e Tecnológicos Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior 3.1.3 França Os parques científicos e tecnológicos abordados neste estudo também tiveram sua origem a par tir d o su cesso d a experiência nor te-americana e do P arque de Cambridge. Estes parques, pioneiros na França, não e stavam inicialmente integrados às universidades ou outros mecanismos de apoio à inovação e visavam principalmente a atração de em presas para det erminadas regiões da Fr ança. Recebem a deno minação de “Parcs ou P ôles Technologiques”, Technoparcs, Innopôpes ou “Technopoles, caracterizando-se como importantes mecanismos para o dese nvolvimento de em presas tecnológicas para a s regiões. Os primeiros parques tecnológicos foram incentivados principalmente por atores locais e pelos governos locais e federal (em menor proporção) como forma de pulverização do co nhecimento científico t ecnológico i ndustrial – concentrado na ca pital f rancesa, e a partir de ent ão, direcionado à outras cidades do interior. O estudo concentrou-se no caso do Sophia Antipolis (com maior destaque), Parque de Labè ge Innopole (1975) e o ZI RST (Zona para Inovação e Realizações Científicas e Técnicas) de M eylan (1972), este último atualmente chamado de Inovallée. Principais características da experiência francesa A característica mais relevante da experiência francesa é o papel dos PCTs de 1ª. geração no desenvolvimento regional/ local e geração de emprego e renda. Induzidos por iniciativas governamentais locais para a p romoção da desc entralização industrial e do conhecimento (até então centralizada em Paris), estes mecanismos foram implantados nos arredores de cidades oferecendo infra-estrutura para a i mplantação de em presas locais, de preferência indústrias limpas, com f oco tecnológico. Esta e stratégia r egional/local foi apoi ada por l ei mais tarde (1982) r eafirmando a pol ítica de desce ntralização da eco nomia e do conhecimento na França. Os PCTs franceses funcionaram como atratores de instituições de pesq uisa e ensi no reconhecidas que a cabaram i nstalando uni dades ou m esmo mudando sua sede de modo a se beneficiar da proximidade com empresas dos parques e dos ambientes de inovação. Aspectos relevantes para a experiência brasileira Da experiência francesa destaca-se a importância do incentivo dos atores locais e governos locais e federal na implantação dos PCTs pelo país. A visão descentralizadora da atividade econômica promoveu consequentemente a descentralização da pesquisa tecnológica. Os PCTs franceses também focaram setores tecnológicos sempre associados à pot encialidade ou v ocação l ocal, o q ue a judou a pr omover a i nteração em presauniversidade nos l ocais e di namizou a est rutura em presarial nest es ambientes. A articulação entre os atores locais e governos local e federal é o fator de promoção do desenvolvimento dos parques franceses, se ndo q ue a a rticulação ent re est es diversos atores tem sido o modelo de gestão de diversos PCTs franceses. ANEXO 2 25 RELATÓRIO EXECUTIVO Módulo I - Parques Científicos e Tecnológicos Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior 3.1.4 Japão Logo após o fim da s egunda guerra mundial, o Ja pão a ssumiu co mo pr ioridade de reconstrução do paí s, a ci ência e a t ecnologia como est ratégia naci onal de est ruturação econômica e base para sua competitividade. Os primeiros parques surgem neste contexto, como co nseqüência de um a pol ítica naci onal de C &T, focada na r eestruturação d as cidades como di stritos industriais. As sementes dos parques científicos e t ecnológicos foram as chamadas “Cidades da C iência”, a ex emplo de T sukuba, K ansai e H arima Science City. Conforme estudo do NISTEP – National Institute of Science and T echnology Policy, cerca de 25% do orçamento nacional é d estinado ao fortalecimento da política de ciência e tecnologia sendo q ue os PCTs são o pr incipal m ecanismo de i novação e competitividade. São atualmente 158 parques no Japão, sendo q ue 114 estavam em operação até 1998. A est ruturação do s PCTs, or iginados pelas aglomerações naturais induzidas pela necessidade, senso de priorização e al inhamento com a estratégia nacional, est imularam ainda m ais o su rgimento de pr ogramas co mo o “Technopolis”. O s primeiros resultados imediatos foram a i ndustrialização das regiões “Technopolisadas” c riando ce rca de 6 m il novas fábricas entre 1981 e 1993, e cerca de 752 em presas de alta tecnologia no m esmo período. I sto resultou em 1,3 milhões de empregos diretos acumulados até 1992, criando valor agregado para a indústria na ordem de 10,5 bilhões de yenes neste mesmo ano. Principais características da experiência japonesa A característica mais marcante da experiência japonesa é a estratégia de desenvolvimento tecnológico traçada pelo g overno nacional japonês, que se iniciou com forte investimento em infra-estruturas no interior do país de modo a estimular a descentralização da C&T, e a criação e dese nvolvimento de pólos industriais associados, em setores intensivos no uso de tecnologias com o propósito de c riar uma forte base competitiva nacional. As ações de C&T v isavam reposicionar o paí s frente a s eus concorrentes internacionais (EUA e Europa), ao mesmo tempo em que revitalizavam a estrutura industrial. O desenvolvimento foi focado em ações regionais e locais gerando efeitos de “clusterização” e um ambiente criativo, o que estimulou não só a atração de massa crítica qualificada, como reteve aquela que es tava se formando na r egião. Os primeiros parques estruturaram a ba se de desenvolvimento f undamentada e m ca pacitação e f ormação de r ecursos humanos qualificados e se es tabeleceram como os ambientes de geração e transferência de tecnologia para os clusters industriais que se formavam. Aspectos relevantes para a experiência brasileira Da experiência japonesa destaca-se a importância de um plano nacional de desenvolvimento científico e i ndustrial, su portado por pesa dos investimentos em infraestrutura de q ualidade e i ncentivos locais. A ca pacidade de formação de r edes locais e uma f orça-tarefa naci onal envolvendo governos, instituições de ensino e pesquisa, pequenas e médias empresas e instituições de apoio. E a criação de agências de ciência e tecnologia (STAs), associada a i mplementação de pl ano de tecnologia, planos setoriais e inter-setoriais orientados por estas STAs, e principalmente, um programa específico de desenvolvimento de em preendimentos de al ta t ecnologia, o T echnopole P rogram. E ste programa, criado na déc ada de 80, era um programa nacional liderado pelo ministério de indústria e co mércio japonês (MITI) e teve na su a co ncepção, a v isão or gânica das relações entre a indústria de alta tecnologia e a academia dentro de um contexto urbano e residencial: viver, morar e trabalhar com qualidade. Este programa originou uma lei para “aceleração do dese nvolvimento r egional base ado em co mplexos industriais de al ta tecnologia”. ANEXO 2 26 RELATÓRIO EXECUTIVO Módulo I - Parques Científicos e Tecnológicos Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior 3.2 Parques Científicos e Tecnológicos de 2ª Geração Os parques de 2ª g eração nasceram de forma planejada e/ ou estruturada, p ara "seguir" os passos de u ma "tendência/caso de s ucesso". N esta ca tegoria, é possível i dentificar d uas grandes vertentes: aq ueles que t iveram r elação c om universidades fortes e out ros que s e l igaram a u niversidades “medianas”. Q uase sempre, todos esses ca sos tiveram apoi o/suporte si stemático e statal ( nacional, regional ou local). Por outro lado, os resultados se dividem num espectro que varia do desempenho bom, passando pelo mediano e fraco. Para a nálise foram el encados parques ci entíficos e tecnológicos vinculados a asso ciações naci onais de parques, dos quatro países que desenvolveram modelos de 1ª geração – Estados Unidos, Reino Unido, França e Japão. ANEXO 2 27 RELATÓRIO EXECUTIVO Módulo I - Parques Científicos e Tecnológicos Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior 3.2.1 Estados Unidos Seguindo os casos de sucesso que se desenvolveram nos modelos de 1ª geração, uma centena de experiências proliferou nos Estados Unidos, não só em virtude da possibilidade de al avancagem do de senvolvimento r egional, co mo da possi bilidade de melhoria d a competitividade de alguns setores econômicos. Segundo dados da A URP – Association of U niversity R esearch P arks, sã o 195 par ques científicos e t ecnológicos consolidados e em i mplantação nos Estados Unidos, so mando 4.450 companhias e organizações (numa escala que oscila entre 3 e 240 empresas instaladas em pa rques científicos e t ecnológicos), o v olume de e mprego é de 350. 000 profissionais (a esca la o scila ent re 4. 000 e 38. 000 em pregos). O i mpacto eco nômico d o total dos parques sobre a eco nomia a mericana é de U S$ 31 bi lhões. A base de dados utilizada par a a pesq uisa co mpreende a relação de par ques asso ciados à A URP ( 110 membros), a mesma a ssociação at ravés de p esquisas publicadas forneceu um a v asta fonte de informação. Principais características da experiência americana A ca racterística m arcante dos parques de 2ª geração am ericanos é a sua forte r elação com a aca demia e o foco r egional. As i nstituições de ensi no e pes quisa, na ânsi a de transformar o se u P &D em nov os negócios, e, calcadas no su cesso do s parques de 1 ª geração, l evou-as a um pr ocesso de i mplantação des tes mecanismos junto às universidades. Como a maioria destas universidades não tem um destaque com Harvard ou S tanford, por ex emplo, est as instituições se es forçaram na bus ca de al ianças e cooperações e se apóiam fortemente tanto nas agências de desenvolvimento econômico, como nos incentivos do governo para viabilizar seus empreendimentos. Estes PCTs tem funcionado como fomentadores do desenvolvimento setorial com um impacto na economia americana bastante positivo, apesar de não tão expressivo quanto os de 1ª geração. Aspectos relevantes para a experiência brasileira Como sã o i niciativas regionais, al gumas r egiões criaram em presas de ca pital de r isco públicas dirigindo subsídios do governo para o financiamento de pequenas empresas intensivas em tecnologia. Neste ponto, cabe destacar o modelo americano de parques com relação a su a ca pacidade de f inanciamento e al to índice de viabilidade. Além di sso, f oi criada a l ei B ayh-Dole q ue deu às universidades e aos pesquisadores o di reito de propriedade e patente para os inventos desenvolvidos em seus laboratórios, o que deu um novo fôlego ao processo de transferência tecnológica que vinha se mostrando pouco recompensador. Recentemente, em 2005, foi criado o “Ato administrativo de parques científicos”, q ue incentiva a i mplantação de p arques científicos nos EUA, at ravés de empréstimos e de g arantias federais, além de oferecer uma série de i ncentivos fiscais às empresas que se instalarem nos PCTs, e de es tabelecer um programa de capital de r isco voltado aos PCTs. Quanto aos programas antigos, como o S BIR (small busi ness innovation r esearch), o SBIC ( capital de risco p ara pe quenos negócios), o P rograma de garantia de empréstimo (direcionado às start-ups) e a rede “Angel Capital”, têm sido mantidos e co ntinuados, de monstrando co erência e co mprometimento com o desenvolvimento tecnológico e econômico do país. ANEXO 2 28 RELATÓRIO EXECUTIVO Módulo I - Parques Científicos e Tecnológicos Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior 3.2.2 Reino Unido Os PCTs de 2ª geração n o R eino U nido, co ntinuaram su rgindo fortemente l igados às universidades e centros de pesquisa. Atualmente são mais de 100 pa rques de ciência que somam aproximadamente 2.200 empresas (sendo 200 multinacionais). Cabe ressaltar que o volume de em prego praticamente dobrou entre 1999 e 2005, passando de 30. 000 para 60.000 segundo a U KSPA. A infra-estrutura tem si do um elemento chave para o su cesso dos parques científicos e t ecnológicos britânicos, que co ntam co m rede de fibra ót ica e comunicação moderna, além de sistema de telecomunicações sofisticado. A proximidade de aeroportos permite e facilita a internacionalização dos negócios, do mesmo modo que a proximidade com as universidades e centros de pesquisa (provedoras de serviços e infraestrutura para a pesquisa e desenvolvimento). Principais características da experiência do Reino Unido Os parques científicos de 2ª g eração no R eino U nido, co meçaram a ser pl anejados de modo a atrair indústrias de alta tecnologia (P&D) para ambientes com benefícios locais em termos de pr oximidade co m uma uni versidade ou ce ntro de pes quisa. A s estratégias de atração de em presas contemplaram a co nstrução de t oda um a i nfra-estrutura q ue projetasse um a i magem de m odernidade, busca ndo co nciliar esp aços mais amplos fora dos centros urbanos, o q ue co nsequentemente pr omoveu um a r egeneração ur bana e econômica em determinadas regiões. No entanto, esta estratégia nem sempre funcionou bem, porque o fator chave de su cesso estava no enco ntro da de manda da indústria (local certo e na ho ra ce rta) c om o ce ntro de co nhecimento p rovedor dessa demanda. Com o objetivo de atrair indústrias de alta tecnologia (P&D) para estes ambientes, foi criada uma política, cu jos vários critérios visam m anter al tos níveis de dese nvolvimento t ecnológico dentro do parque. Estes parques são uma continuação da est ratégia das universidades e centros de pesquisa na atração de indústrias de alta tecnologia que possam utilizar os resultados das pesquisas dessas instituições ou m esmo abr igar os empreendimentos/ negócios gerados a pa rtir de suas patentes. A co nsolidação da C omunidade E uropéia contribuiu na implantação dos PCTs com a criação de fundos de investimento e mecanismos de apoio a empresas inovadoras. Aspectos relevantes para a experiência brasileira Os parques científicos de 2ª geração no Reino Unido foram planejados para atrair indústrias de alta tecnologia, com P&D para os ambientes dos PCTs, de modo que tanto a indústria quanto as universidades e centros de pesquisa se beneficiassem da proximidade. A estratégia basicamente é a mesma dos parques de 1ª geração, mas com uma política formal de at ração de em presas somada a u ma forte política de dese nvolvimento da C &T. O co mprometimento governamental em ouv ir a co munidade ci entífica para a formulação das estratégias governamentais de C&T e a facilitação ao acesso de programas de apoio à inovação principalmente par a a s pequenas e médias empresas, a judou a co nsolidar o movimento de parques. Enquanto inicialmente os investimentos em parques se originaram do setor público (agências governamentais, autoridades locais e universidades) a partir de 1993 est a configuração se m odificou um pouc o, e m função das joint-ventures que s e formaram entre as universidades, ce ntros de pesquisa, autoridades locais, agências de desenvolvimento e em presas instaladas ou mesmo i nvestidores do se tor pr ivado fora do parque. E stas joint-ventures assumiram, p rincipalmente, a gestão dest es PCTs. Embora estas ações tenham contribuído efetivamente para o cr escimento do nú mero de PCTs no Reino Unido, estes mecanismos não tiveram o mesmo destaque e relevância como os parques pioneiros, provavelmente porque ficaram limitados às condicionantes e interesses locais, sem uma estratégia nacional de desenvolvimento focada nestes mecanismos. ANEXO 2 29 RELATÓRIO EXECUTIVO Módulo I - Parques Científicos e Tecnológicos Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior 3.2.3 França Os Parques Tecnológicos de 2ª geração surgiram na França de forma planejada, apoiados em políticas públicas de incentivo a implantação de pólos de competitividade induzidos por meio de m ecanismos promotores de inovação como parques tecnológicos, incubadoras e centros de inovação. A maioria dos PCTs de 1ª geração durante o seu desenvolvimento acabaram por reposicionar-se e strategicamente co ntribuindo pa ra a c onsolidação dos chamados pólos de co mpetitividade. E stes PCTs foram i ncentivados pelo g overno co mo estímulo ao desenvolvimento de vantagem competitiva regional, nacional e internacional. Neste processo, diversas iniciativas de parques e “technopoles” surgiram por intermédio de renomadas universidades, em um a cl ara est ratégia naci onal de est ímulo a cr iação de empresas e desenvolvimento de projetos inovadores de classe mundial. Principais características da experiência francesa A ex periência f rancesa dos PCTs de 2ª g eração m ostra a ev olução da or ganização do modelo de dese nvolvimento r egional, anc orado fortemente em pr ocessos de associativismo e co operação ent re os diversos atores regionais / l ocais. A f ormação de redes e a gestão estratégica exercida por meio de agências de desenvolvimento regionais viabilizam se rviços e va ntagens competitivas aos pólos por m eio d e se us diversos mecanismos, entre eles os PCTs. A lei de descentralização de 1982 r eforçou o modelo de desenvolvimento, repassando boa parte da responsabilidade de desenvolvimento econômico, científico e tecnológico para as regiões. Aspectos relevantes para a experiência brasileira Apesar do modelo de desenvolvimento ser regional e do papel de mecanismos como os PCTs estarem focados no dese nvolvimento de pól os regionais de co mpetitividade ( de classe mundial), a política de financiamento para os PCTs foi uma política pública dentro de um plano nacional desdobrado em planos regionais e locais. Ou seja, mesmo com uma forte cu ltura regionalista, o papel do g overno n acional f oi extremamente i mportante de modo a dar uma coesão e uma visão sistêmica de desenvolvimento do país. Para tanto, foram criadas leis como a Lei de Inovação (1999) como forma de estimular a inovação e a mobilidade ent re e mpresas e aca demia. A s diversas alterações e ev oluções desta l ei resultaram em um Plano Nacional para a Inovação. No contexto deste plano, os PCTs são importantes instrumentos de políticas industriais, sobretudo pela importância que ocupam em se tores estratégicos co mo o de bi otecnologia, TI C, nanotecnologia e f ármacos. Os investimentos por meio de par cerias público-privadas começaram a se r i ncentivadas no final dos anos 90, sendo que atualmente a Fr ança conta com Business Angels, capital de risco entre outros. No entanto, o grande financiador continua sendo o governo francês por meio de edi tais de f omento aos pólos de co mpetitividade. E stes pólos são apoi ados por fundos públicos para a promoção de P &D, se ndo q ue o i nvestimento p úblico de 2006 a 2008 é de 500 milhões de euros / ano. ANEXO 2 30 RELATÓRIO EXECUTIVO Módulo I - Parques Científicos e Tecnológicos Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior 3.2.4 Japão O pr ograma “Technopolis”, em bora ob jetivasse a i nteriorização da C &T no Ja pão, estimulou a formação de PCTs como instrumentos de uma política nacional, orientado para o desenvolvimento de regiões e a expansão econômica regional. A 2ª geração de PCTs no Japão se desenvolveu or ganizada em t rês classes, co nforme o grau d e esp ecialização: Centros de Inovação, Parques Científicos e P arques de P esquisa e Desenvolvimento. Os chamados Centros de I novação foram estabelecidos para dar su porte a peq uenas e médias empresas existentes, e m am bientes com incubadoras que assumem a g estão desses empreendimentos. Os do tipo Parque Científico estão focados em atrair indústrias de alta tecnologia além de prover suporte a empresas e, e o t ipo Parques de P&D se estabeleceram para dar suporte às atividades dos centros de i novação e t ambém da s indústrias de alta tecnologia. Principais características da experiência japonesa A experiência japonesa de PCTs de 2ª geração mostra a evolução do modelo de desenvolvimento tecnológico japonês. Na 1ª geração de parques, estes surgem como uma conseqüência da política de indução do desenvolvimento industrial do país que criou clusters industriais cuja dinâmica vez induziu a criação de uni versidades e instituições de P&D e o desenvolvimento de uma massa crítica regional. A 2ª geração nasce como conseqüência da nece ssidade dest es cl usters de en trar e m u ma nov a cu rva de crescimento baseada no desenvolvimento de alta tecnologia nos setores de biotecnologia, semicondutores e TIC. P ara t anto, o governo j aponês cria l inhas de i ncentivo ao desenvolvimento t ecnológico e m co operação com a i ndústria l ocal e se ut iliza dos mecanismos de par ques para i nstalação e ope ração dest a i ndústria co m forte apoi o de P&D. Aspectos relevantes para a experiência brasileira Os parques de 2ª geração j aponeses caracterizam-se co mo v erdadeiros complexos de pesquisa, construídos para oferecer facilidades de P&D, forte interação e cooperação entre as instituições de en sino, ci ência e t ecnologia e a i ndústria, por meio de pr oximidade e infra-estrutura de q ualidade. Os PCTs são v erdadeiras ferramentas de i nserção d a indústria num contexto de desenvolvimento econômico regional ainda mais especializado em se gmentos de al ta tecnologia. A es tratégia j aponesa é um a es tratégia naci onal de longo prazo, que buscou reconstruir o país e firmar competências tecnológicas, elevando o patamar de desenvolvimento do país como um todo. O foco do desenvolvimento dos PCTs está orientado para pequenas e médias empresas inovadoras a partir de um a indústria já instalada, sendo sempre presente a valorização das capacidades locais para a p romoção da di namização da co mpetitividade naci onal. O i nvestimento e m i nfra-estrutura de qualidade é pe rmanente, e a formação de r edes de a tores locais facilita e a mplifica a competitividade dos PCTs, criando e direcionando relações de suporte inter-regional, bem como disponibilizando recursos humanos locais. Cabe destacar que apesar da política de desenvolvimento ser um a pol ítica nacional ( Technology Law ), estimulando o desenvolvimento regional orientado para a alta tecnologia, o Ja pão estimula também a formação de ent idades autônomas a partir dos PCTs em conjunto com a iniciativa privada regional/local, potencializando as ações de desenvolvimento tecnológico como um todo. A lei básica de ciência, a lei de promoção do setor privado e a lei cérebros da indústria local são exemplos claros da estratégia japonesa. ANEXO 2 31 RELATÓRIO EXECUTIVO Módulo I - Parques Científicos e Tecnológicos Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior 3.3 Parques Científicos e Tecnológicos de 3ª Geração A 3ª g eração de parques, d enominada “ Parques Estruturantes”, beneficiou-se do aprendizado acumulado das experiências dos parques de 1ª e 2ª geração, e t em sido responsável pelo crescimento tecnológico de países emergentes. Criados como fruto de um a pol ítica r egional ou n acional e orientados para promover um pr ocesso de d esenvolvimento s ócio-econômico ex tremamente impactante, co ntaram co m a poio e i nvestimento est atal f orte, m as são extremamente orientados para o mercado globalizado. Em geral, estão integrados a ou tras políticas e es tratégias de des envolvimento ur bano, r egional e a mbiental. Estes tipos de parques são influenciados por fatores contemporâneos, tais como: a m aior facilidade de acesso a o co nhecimento, o aprendizado co m ex periências positivas e n egativas do passado e p ela n ecessidade de v elocidade de desenvolvimento motivada pela globalização. ANEXO 2 32 RELATÓRIO EXECUTIVO Módulo I - Parques Científicos e Tecnológicos Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior 3.3.1 Coréia do Sul Os PCTs que surgiram na Coréia do S ul são fruto de um a política regional e/ou nacional, orientada para p romover um p rocesso de d esenvolvimento só cio-econômico. E sses parques causam um a forte i mpressão dev ido à co mbinação de m últiplos componentes para o seu sucesso, entre eles, o apoio e o investimento estatal de forma significativa, bem como, as parcerias (consórcios) ent re o g overno, as universidades e a s indústrias. São extremamente orientados para o mercado global, e para sua implantação, tem sido levado em consideração o trabalho em rede e a globalização através da interação da tecnologia e da i ndústria v oltada par a a i novação. O m odelo su l-coreano enco raja a i mplantação de parques através das facilidades para se obter f inanciamentos e incentivos fiscais. Uma inflação moderada, baixo nível de desemprego, muitas exportações e boa distribuição de renda caracterizam a economia da Coréia do Sul. Iniciativas do governo e os consórcios entre universidades e institutos de P&D são consideradas fontes de sucesso dos parques. Principais características da experiência sul-coreana A experiência sul-coreana caracteriza-se pelo esforço de adaptação e de internalização de tecnologias externas com base na f ilosofia “ learning-by-doing”. A eco nomia est á v oltada para o mercado externo que necessita adquirir ou dominar rapidamente as tecnologias definidas estratégicas para o paí s. Para t anto a C oréia do S ul f ortaleceu a i nteração universidade-empresa p or m eio de um p rograma naci onal de P &D que es timula o desenvolvimento de projetos cooperativos nacionais e internacionais. A estratégia nacional traçada há 20 anos focou na alta tecnologia, em especial a biotecnologia. Para tanto, criou mecanismos de estímulo e fomento que estimularam o investimento privado coreano em P&D, destacando-se o mecanismo de parques tecnológicos com programas que prevêm a criação de nov os parques, o fortalecimento de ce ntros de i ncubação de t ecnologias e estabelecimentos de consórcios regionais entre universidades e empresas. Destaca-se a atuação das grandes empresas, responsáveis pela geração de spin-offs com forte atuação na de finição da pol ítica eco nômica e t ecnológica do paí s. Esta pol ítica, q ue di reciona o s investimentos públicos e pr ivados, es tá se ndo c onstruída par a el aborar es tratégias de modo a adaptar o desenvolvimento industrial a um novo cenário da economia mundial baseado na economia do conhecimento. Aspectos relevantes para a experiência brasileira A política do governo sul-coreano tem focado a promoção do desenvolvimento regional de modo a desce ntralizar o co nhecimento, fato que tem estimulado a cr iação de par ques no interior. No entanto, não tem conseguido obter muito êxito nesta ação, pois as facilidades sociais e culturais de qualidade ainda estão concentradas nos grandes centros como Seul, o que vem desestimulando as novas empresas a se instalarem longe dos grandes centros, apesar das medidas legais que o governo vem tomando como a imposição de cotas para a instalação de novas fábricas. Além disso, se observa uma dissonância política com relação às prioridades de dese nvolvimento ent re os governos nacional e r egional, o q ue pode implicar na necessidade de se estabelecer sistemas distintos para a inovação no desenvolvimento r egional e par a o si stema naci onal de i novação. Por out ro l ado, são vários os programas de estímulo a i nstalação de P CTs nas principais áreas industriais, bem como em torno das universidades e centros de P&D. Outro destaque para a experiência su l-coreana é o t rabalho em rede, que oco rre de forma est ratégica, e é apoiada por leis de incentivo a inovação científica e tecnológica (lei especial para a inovação ci entífica e t ecnológica e o pl ano qüinqüenal – que v isam el evar o pat amar da C&T sul-coreana aos padrões dos países do G7), bem como incentivos fiscais. A cultura do setor privado sul-coreano de participar nos investimentos de P&D é parte integrante da ANEXO 2 33 RELATÓRIO EXECUTIVO Módulo I - Parques Científicos e Tecnológicos Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior filosofia do dese nvolvimento i ndustrial do pa ís, se ndo que a i ndústria su l-coreana é considerada a maior e mais bem sucedida do capital de risco. ANEXO 2 34 RELATÓRIO EXECUTIVO Módulo I - Parques Científicos e Tecnológicos Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior 3.3.2 Cingapura Incentivados principalmente pel o g overno, os parques científicos de C ingapura foram desenvolvidos com o objetivo de atrair empresas estrangeiras e promover o crescimento de em presas intensivas em P &D. Os primeiros par ques científicos su rgiram e m 1980, e foram ut ilizados pelo governo co mo i mportantes mecanismos para a pr omoção e desenvolvimento do se tor de ci ência, tecnologia e i novação de Cingapura. As estratégias de incentivos adotadas pelo governo foi bem sucedida, sendo que os parques científicos deste país se tornaram o elemento chave para o desenvolvimento tecnológico. Atualmente são ch amados de S cience Park I, II e I II. Cingapura é co nsiderada co mo um dos destaques no co ntinente asi ático, pel a su a pol ítica de i ncentivo à inovação. Esse f ato é comprovado por ações estruturantes ligadas a atividades de conhecimento, destacando-se o s uporte a em presas de al ta t ecnologia e f acilidades em at ividades de pesq uisa e desenvolvimento; a f acilitação de parcerias universidades-indústria e comercialização; o investimento em capital humano; e a capacitação em tecnologia da informação. Principais características da experiência de Cingapura De modo geral, Cingapura desenvolveu sua infra-estrutura de P&D provendo suporte financeiro para essas atividades e a cr iação de f undos de capital semente para empresas start-ups, b em co mo o incentivo financeiro pa ra i nventores que t rouxerem i novações de mercado, facilitando i nclusive at ividades sociais entre est es pesquisadores e empreendedores. A est ratégia de C ingapura foi focar no setor de t ecnologia, principalmente no se gmento de t ecnologia da i nformação. A través de fundos nacionais atrai ci entistas e en genheiros, r ecrutando mão-de-obra i nternacional esp ecializada par a suas atividades de P &D, al ém de apoiar esco las com j ovens estudantes de t alento. A estratégia de dese nvolvimento r ápido dos P CTs est á anco rada na a tração de e mpresas maduras nos segmentos de co mputadores, se micondutores, n ovos materiais, equipamentos de t elecomunicação, bi otecnologia e aeroespacial, at raindo pr incipalmente corporações estrangeiras e proporcionando um ambiente em que empresas intensivas em P&D possam crescer. Aspectos relevantes para a experiência brasileira Cingapura dese nvolveu uma das melhores infra-estruturas de t ransporte e co municação mundial conquistando sua competitividade. A mais proeminente infra-estrutura de ciência e tecnologia em Cingapura é uma importante área de pesquisa conhecida como "Corredor Tecnológico", onde a Universidade Nacional de Cingapura, a Universidade Tecnológica de Nanyang, o P arque C ientífico de C ingapura, o Instituto P olitécnico de Cingapura e u m número cr escente de i nstitutos de pes quisa es tão l ocalizados. O s parques geralmente oferecem um a i nfra-estrutura a bai xo cu sto e um am biente onde as empresas podem formar clusters e co mpartilhar facilidades como ár eas comuns, co municação de al ta velocidade, engenharia e outros serviços. ANEXO 2 35 RELATÓRIO EXECUTIVO Módulo I - Parques Científicos e Tecnológicos Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior 3.3.3 Taiwan Visando a reestruturação da economia do país, a partir do início da década de 80, Taiwan iniciou o p lanejamento de um pr ograma de l ongo al cance par a si tuar a eco nomia taiwanesa em sua perspectiva para o século XXI, focando o desenvolvimento da educação para a f ormação de m ão-de-obra esp ecializada, o dese nvolvimento da C&T e o ap oio à empresas de risco. Os primeiros parques surgiram a partir desta mesma década, porém foi em meados da década de 90 e primeiros anos do século XXI, que se estabeleceram os grandes parques científicos e tecnológicos taiwaneses. Os parques em Taiwan são considerados modelos de parque tipo "Cidade da T ecnologia" com a missão de est ruturar o desenvolvimento do paí s em setores de ponta, tendo sido utilizados pelo governo como mecanismos par a a cr iação de um esp aço i deal par a P &D&I co m foco i ndustrial. N este contexto, os parques científicos que mais contribuem para o desenvolvimento da economia de Taiwan e su a expressiva posição em P&D e inovação, são o Southern Taiwan Science Park, Hsinchu Science Park e T ainan Science Park, todos os parques, são administrados pela divisão do Conselho Nacional de Ciência de Taiwan. Os parques de Taiwan na sua maioria sã o esp ecializados em det erminadas á reas do co nhecimento, especialmente e m eletrônica, informática, biotecnologia e ciências biológicas. Principais características da experiência taiwanesa Muitos dos parques em Taiwan são caracterizados pela presença de institutos de pesquisa e por um a f orte pr edominância de i nvestimentos para p rodução est ritamente i ndustrial. Possuem forte relação com universidades e, em alguns casos, universidades instaladas no seu interior, a ex emplo do Hsinchu que possui duas universidades (National T sing-Hua e National Chiao-Tung Universities) e que hoje é um dos maiores fornecedores de equipamentos e componentes de eletrônicos e informática do mundo. O crescimento dos PCTs taiwanenses está intimamente ligado a demanda global de computadores e outros dispositivos de co nsumo el etrônico, co mo os PDAs e t elefonia m óvel. O governo d e Taiwan teve uma f orte intervenção na cr iação, desenvolvimento e i mplantação dos PCTs neste país. Visando atrair as empresas para os parques, disponibilizou empréstimos com taxa de juros reduzida, direito de retenção de lucros de até 200% do capital, isenção do imposto de r enda por ci nco anos durante os primeiros nove an os de oper ação, depreciação acelerada de equipamentos voltados para pesquisa e desenvolvimento (P&D) e baixo custo de terrenos. Aspectos relevantes para a experiência brasileira Os parques científicos e t ecnológicos em Taiwan co ntam co m um a forte i ndução e investimento do poder público e são montados a partir de planos estratégicos nacionais. O governo introduziu mais incentivos para universidades e instituições de pesquisa fortalecendo a i ntegração co m a i ndústria e apl icando as capacidades de P &D no se tor industrial. A s universidades foram est imuladas a dese nvolver a l inha de frente de tecnologias industriais e produzir patentes para proteção do capital intelectual. Ainda, agências governamentais induziram a co laboração uni versidade - indústria após uma mudança na estrutura p olítica do país orientando para a inovação. O desempenho dos parques taiwaneses é, na m aioria dos casos, estimulado por co ndições favoráveis de acesso a e mpréstimos, pela i senção de i mpostos, redução de taxas, bai xos preços para aluguéis e pel a co nsiderável pr esença d e em presas. Tais iniciativas podem se r classificadas, sem dúvida, como boas práticas para a experiência brasileira. ANEXO 2 36 RELATÓRIO EXECUTIVO Módulo I - Parques Científicos e Tecnológicos Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior 3.3.4 China A China destaca-se pelo seu estágio de desenvolvimento científico e tecnológico, alicerçado na consolidação de parques científicos criados pelo governo, estimulando ações que mesclam iniciativas voltadas para o m ercado externo e abso rção de tecnologia numa estratégia a gressiva. C om se u m ercado i nterno forte e pr odução focada no mercado mundial (produtos de alta tecnologia representam 30% das exportações), a China possui 53 parques científicos nacionais, onde atuam aproximadamente 40 mil empresas. Destacase ainda, um volume superior a 100 par ques científicos provinciais ou universitários e 400 incubadoras de base tecnológica, o que representa uma base empreendedora significativa, mesmo para um país do tamanho da China. Principais características da experiência chinesa A experiência chinesa caracteriza-se pela forte relação entre universidades e centros promotores de desenvolvimento, e, grandes empresas atraídas para os parques, construindo as chamadas “Bridge high technology”. Este modelo baseia-se em clusters ou distritos de aprendizado que favorecem a formatação de pon tes entre o estágio inicial de produção, dominado por empresas offshore e suas satélites, e o estágio final de produção onde su rgem e mpresas pi oneiras locais de al ta-tecnologia. Os parques científicos são implantados com recursos federais, i nvestidos a par tir do es tímulo e est ruturação d e iniciativas públicas a nível provincial e municipal. A participação federal e local na consolidação de um P CT r eflete na formação de um co nselho adm inistrativo, co m representantes dos governos locais, m inistérios e ou tros ór gãos nacionais, e, representantes de empresas instaladas nos parques. Este comitê administrativo é uma autarquia do g overno l ocal. Os PCTs são um a "importante base de de senvolvimento da indústria de al ta tecnologia na C hina“ e a " fonte de r adiação par a a di sseminação do conhecimento de alta tecnologia para indústrias tradicionais”. Aspectos relevantes para a experiência brasileira Políticas públicas de i ncentivo a i mplantação de em presas em par ques tecnológicos sã o muito u tilizadas, at uando at ravés da concessão de bene fícios tributários alinhados a investimentos em capacidade de inovação e pesq uisa e desenvolvimento. A captação de investimentos externos é facilitada pela extensa lista de benef ícios (até 2003, os parques científicos nacionais haviam at raído apr oximadamente U S$ 3 bi lhões em i nvestimentos): políticas especiais de impostos; políticas especiais de importação e exportação; incentivos não-financeiros - pesquisadores e professores incentivados a cooperar com empresas de base tecnológica; subsídio para investimento e g astos com pesquisa científica - exemplo: “TORCH Program” que foca os pequenos e médios negócios; empréstimos para apoio a transferência tecnológica e fundo de suporte à internacionalização. ANEXO 2 37 RELATÓRIO EXECUTIVO Módulo I - Parques Científicos e Tecnológicos Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior 3.3.5 Índia Os PCTs indianos se consolidaram como seguidores rápidos em setores de TI na década de 90, a tuando e m de senvolvimento de so ftware e se rviços baseados em tecnologia. Como resultado criou-se uma indústria globalmente competitiva com crescimento anual superior a 50%. Da experiência indiana destaca-se o forte investimento em formação de recursos humanos no exterior, criando vínculos especialmente com o Vale do Silício/ EUA e educação de uma massa crítica para a ár ea de i nformática. Atualmente, o esforço está em buscar, no segmento da biotecnologia, uma posição competitiva mundial que torne a Índia referência em P&D nesta área de competência ao mesmo tempo em que desenvolve e fortalece o crescimento da indústria local. Principais características da experiência indiana Diversas ações têm estimulado ainda mais o crescimento da indústria indiana, induzindo a formação de pessoal capacitado em áreas do conhecimento com alto valor agregado para o país. Neste sentido, a Índia produz anualmente cerca de 2, 5 milhões de graduados em TIC, en genharia e ciências humanas, cerca de 650 .000 p ós-graduados e aproximadamente 1. 500 P hDs em biociências e eng enharia. Os m ercados dos PCTs indianos, concentram-se em duas vertentes principais, a de so ftware e se rviços de TIC e mais recentemente no mercado de biotecnologia e fármacos. Um exemplo desse ação focada é o i nvestimento na co nstrução do International Biotech Park em Hinjewadi, cujo orçamento foi de US$ 140 m ilhões para atender o m ercado mundial de soluções em BioTIC. A ex periência indiana em dese nvolvimento dos empreendimentos de base tecnológica, gerou expertise na promoção de ações de crescimento acelerado, que contam com incentivos governamentais, su bsídios e i nvestimentos, at raindo em presas maduras. Também o desenvolvimento de pr ogramas voltados a pr omover m aior i nteração ent re universidades, instituições de P&D e indústria têm contribuído no su cesso da e xperiência indiana. Devido a su a destacada posi ção co mpetitiva e um m ercado interno de pouca expressão, as empresas instaladas nos parques indianos têm seu foco no m ercado externo. Quanto ao pr ocesso de i mplantação, os PCTs são r esultados de par cerias público-privadas na sua grande maioria, oferecendo um conjunto de infra-estrutura de alta qualidade em serviços. Aspectos relevantes para a experiência brasileira Observa-se na experiência indiana a existência de um amplo portifólio de facilidades desde o ace sso a programas governamentais de i ncentivos fiscais (principalmente focados na internacionalização de em presas de TIC e bi otecnologia), suporte em presarial (espaços laboratoriais, e tc.) e be nefícios não-fiscais (estímulo ao dese nvolvimento de r ecursos humanos altamente qual ificados). Estas facilidades criam alta atratividade para a instalação de empresas maduras e geração de spin-offs, que tem resultado no adensamento dos clusters tecnológicos da Índia. ANEXO 2 38 RELATÓRIO EXECUTIVO Módulo I - Parques Científicos e Tecnológicos Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior 3.3.6 Finlândia Os parques tecnológicos t êm se co nsolidado em um fator ch ave par a o crescimento da economia finlandesa, sendo entendidos como forma de fomento via políticas públicas de ciência e t ecnologia. Criados com a m issão de recuperar a eco nomia d a f inlandesa pós muro de B erlim, ap roveitaram a mão-de-obra al tamente e specializada, ao m esmo t empo em que paralelamente " capitalizavam" o “efeito No kia”. A asso ciação finlandesa de parques – TEKEL destaca-se co mo u ma r ede de âm bito naci onal de cooperação q ue conecta 24 parques de ciência e tecnologia, atuando como mediador entre policymakers e os PCTs. Os parques finlandeses acomodam 2.400 em presas e out ras organizações, empregando 50.000 pessoas em campos diferentes de tecnologia, tais como TIC, saúde, biotecnologia, tecnologia ambiental e alimentar, engenharia de materiais e meios digitais. Principais características da experiência finlandesa Os parques finlandeses sã o i nstrumentos para a ex ecução de um pr ojeto naci onal de desenvolvimento e contam com empresas originadas a partir de desenvolvimento técnico e científico provenientes de universidades ou de grandes empresas do entorno. Atuam por meio do provimento de uma série de serviços: aluguel de espaço físico; pré-incubação e incubação de e mpresas; acesso facilitado a treinamento e co nsultoria de ne gócios e processos; aprendizagem e ace sso a conhecimento; possibilidade de t ransferência tecnológica e serviços de internacionalização; e, serviços de apoio técnico, administrativo e estratégico à criação e desenvolvimento de empresas. Estes parques estão estruturados com a finalidade de est imular o pr ocesso de transferência tecnológica entre universidades e instituições de P&D, contando com mecanismos de estímulo a criação de empresas spinoffs e canalização do conhecimento acadêmico ao mundo dos negócios. Por dispor de um mercado do méstico p equeno, a so brevivência e o cr escimento destas empresas dependem da habi lidade de i nternacionalização dos negócios. O s parques finlandeses contam co m apoi o públ ico no f inanciamento de start-ups, destacando-se o a cesso facilitado a linhas de capital e existência de pr ogramas locais e nacionais de est ímulo ao desenvolvimento de clusters e e mpreendimentos com forte r elação entre os PCTs e universidades. Aspectos relevantes para a experiência brasileira A ex periência finlandesa r evela a i mportância do apoi o a o pr ocesso d e transferência d e tecnologia como forma de viabilização de novos negócios vinculados aos PCTs. Destaque para a ex istência de l inhas de fomento e financiamento, al ém de pr ogramas para estruturação de a mbientes voltados ao di namismo e mpresarial. H á foco ex plicito na exploração de r esultados vinculados a P&D de uni versidades e de i nstituições de pesquisa. ANEXO 2 39 RELATÓRIO EXECUTIVO Módulo I - Parques Científicos e Tecnológicos Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior 3.3.7 Irlanda A partir de meados da década de 80 a Irlanda investiu maciçamente na elevação de seu domínio científico e t ecnológico. N a es teira dest as açõ es fortaleceu-se o papel desempenhado pel as agências voltadas ao de senvolvimento r egional, q ue po r su a v ez tiveram papel fundamental na co nsolidação de p arques científicos e tecnológicos no país. Na pr esente a nálise f ocou-se p rincipalmente a r egião de S hannon, responsável pel a alavancagem da indústria irlandesa, com destaque para a atuação dos cinco principais parques tecnológicos da I rlanda – Limerick, K erry, T ipperary, B irr e E nnis. E stes são baseados em uni versidades, i nstitutos e ce ntros tecnológicos, que funcionam co mo nucleadores do desenvolvimento científico irlandês. Os PCTs irlandeses atuam com a estratégia de atração de grandes empresas, fortificando a inovação através de P&D aplicado e com amplo processo de transferência tecnológica. Em g eral focam em presas orientadas para o dese nvolvimento de pr odutos tecnológicos voltados ao m ercado i nternacional, di recionados para as áreas de de senvolvimento de software, TIC, mídia e tecnologia digital, e, microeletrônica. Principais características da experiência irlandesa Foi através dos Planos Nacionais de Desenvolvimento e se us diversos programas, que o governo irlandês aportou recursos próprios e da União Européia para modificar a estrutura de C &T do paí s desenvolvendo m assa cr ítica par a apoi ar o des envolvimento das inovações. A realização de grande aporte de r ecursos possibilitou o início deste processo que trouxe a r ápida mudança da v isão tecnológica, e que apontou para a necessidade de exploração e desenvolvimento em tecnologias futuras: biotecnologia e TIC. Para tanto, o governo irlandês estabeleceu f undos de dese nvolvimento t ecnológico que f inanciaram a infra-estrutura de pes quisa nece ssária par a a al avancagem dest as t ecnologias. O crescimento da estrutura de produção de conhecimento e das atividades de P&D na Irlanda se deu principalmente pela vinda de empresas estrangeiras em setores de alta tecnologia que criaram um ambiente de negócios favorável para novos locais de produção. Neste contexto, os parques irlandeses são estruturas de desenvolvimento regional criadas e g eridas pelos diversos atores locais públicos e pr ivados, m as com su porte e apoi o nacional por m eio dos diversos programas de dese nvolvimento t ecnológico do paí s. Fisicamente, nos PCTs i rlandeses há a p reocupação de di sponibilizar um a mbiente d e interação com um centro tecnológico e universidade por meio de ligação física e uma infraestrutura tipo " plug and pl ay" onde a em presa possa r apidamente se i nstalar e m um ambiente flexível para atender às suas demandas. Aspectos relevantes para a experiência brasileira Destaca-se no caso da experiência irlandesa com parques tecnológicos, o forte investimento no dese nvolvimento da C &T, co m est ruturação de p rogramas voltados às empresas, ao des envolvimento de tecnologias avançadas e co nsolidação de ce ntros de expertise dent ro das uni versidades. O a linhamento d e Planos Nacionais de Desenvolvimento co m um a v isão t ecnológica est ratégica de l ongo pr azo pr oporcionou e financiou programas de desenvolvimento tecnológico e infra-estrutura de pesquisa. A partir do P lano N acional de Desenvolvimento 2000 - vários programas e su b-programas para promoção do desenvolvimento tecnológico foram criados com o aporte de recursos significativo da U nião E uropéia: o P rograma d e P esquisa, Tecnologia e I novação e o Programa Terceiro Nível para Incubação de Empresas. No caso da Região de Shannon, são ainda oferecidas vantagens competitivas por meio de um pacote de incentivos fiscais, além de facilidades de logística e distribuição internacional, serviços financeiros e atividades de suporte customizadas. ANEXO 2 40 RELATÓRIO EXECUTIVO Módulo I - Parques Científicos e Tecnológicos Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior 3.3.8 Espanha Os primeiros par ques t ecnológicos espanhóis foram c riados a pa rtir de co munidades autônomas ( governos regionais). A tualmente, o s parques tecnológicos espanhóis estão vinculados a ce ntros de co nhecimento bem qualificados e est ruturados a par tir da identificação de nece ssidades e/ou po tencialidades para dese nvolvimento r egional. E ssa característica r egional t em si do co mbinada com a atuação em se tores promissores, geralmente beneficiados por investimentos de infra-estrutura (logística, urbana e de ciência e tecnologia) da União Européia. Atualmente, na E spanha, sã o 87 par ques científicos e t ecnológicos em oper ação ou em implantação. E m 2005 , se gundo dados da Asociación de Parques Científicos y Tecnológicos de España – APTE, nos 65 parques científicos e tecnológicos, que respondiam por um produto interno bruto de 7 ,5 bilhões de euros, estavam estabelecidas 2.000 e mpresas, que geravam ap roximadamente 51. 000 em pregos, se ndo 10. 000 empregos diretos em atividades de P&D. Principais características da experiência espanhola O desenvolvimento dos parques esteve relacionado a iniciativas regionais, e a implantação dos mesmos esteve se mpre v inculada a ce ntros de ensi no e pesq uisa, pr incipalmente universidades. A atração de empresas âncoras (proyectos tratores), possibilitaram o desenvolvimento do m eio em presarial l ocal, g erando sp in-offs locais, e desenvolvimento regional. É pr esente a pr eocupação co m a c riação de i nfra-estruturas que pe rmitam implantação de em presas de alta tecnologia, junto a at ividades industriais e serviços com alto valor agregado (caráter inovativo). A Espanha conta com uma rede nacional de transferência de tecnologia – gerenciada pela APTE – sendo est e um pr ograma de apo io a c onsolidação de no vas MPEs, at ravés do fomento a iniciação e desenvolvimento de projetos de cooperação entre empresas de base tecnológica l ocalizadas no ent orno dos parques científicos e t ecnológicos de âm bito estatal. S ão des tacadas também i niciativas regionais em pr ol de cr iação de r edes de parques tecnológicos, em geral investimentos das Comunidades Autônomas espanholas. Há duas formas de i nvestimento em par ques científicos e t ecnológicos na E spanha, ou feitos por co munidades autônomas, ou v ia gr andes investimentos públicos federais. N os dois casos há apoi o da A ssociação de P arques Tecnológicos da E spanha. Tais investimentos resultaram no sa lto tecnológico espanhol, colocando os Parques Científicos no centro do sistema de ciência e tecnologia da Espanha. Aspectos relevantes para a experiência brasileira Entre as iniciativas relevantes que se rvem de modelo para a experiência br asileira, destaca-se a c riação de um sistema par a a pr omoção de P arques Científicos e Tecnológicos com forte apoi o f inanceiro d o g overno ce ntral e r egional, e um a est reita parceria entre universidade e em presas visando a inovação e o dese nvolvimento regional. O governo esp anhol apoi ou o dese nvolvimento desse s parques destinando m ais de 300 milhões de eur os por meio de aco rdos firmados co m a A PTE (Associação N acional dos Parques Tecnológicos Espanhóis) par a a i mplantação de pa rques t ecnológicos. O Ministério de Ciência e Tecnologia possui um acordo de colaboração com a APTE, através da S ecretaria de E stado de P olítica C ientífica e T ecnológica obj etivando a di vulgação e promoção de medidas de fomento à investigação e desenvolvimento dos parques científicos e t ecnológicos. Também é des tacado o auxí lio par a at ividades de pes quisa e desenvolvimento em empresas instaladas em parques científicos e tecnológicos. ANEXO 2 41 RELATÓRIO EXECUTIVO Módulo I - Parques Científicos e Tecnológicos Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior 4. Considerações Finais Os parques científicos e tecnológicos analisados no contexto da pesquisa foram mapeados e estudados de forma ampla e sob a ótica de três gerações de parques: os “pioneiros”, os “seguidores” e os “estruturantes”. Ao longo das análises de cada uma dessas gerações foi possível detectar, nos diferentes países, peculiaridades e também similaridades nos processos de implantação, dese nvolvimento e oper acionalização de stes parques científicos e tecnológicos. As tabelas a seguir objetivam extrair, a partir da percepção dessas diferenças e semelhanças, características marcantes e relevantes dos PCTs em cada uma das três gerações, de forma a condensar algumas “idéias força” que envolvem os parques e países estudados, tirando lições e sistematizando boas práticas que possam inspirar um processo de reflexão f uturo para a experiência brasileira de parques. É importante destacar que, o exercício de apontar somente as “idéias força” reduz em muito os aspectos identificados de c ada parque, os quais foram t ratados de m aneira m ais profunda no documento completo. Apesar de reducionista, a intenção é justamente traçar de maneira pragmática uma espécie de fio condutor que represente o impacto das diferenças entre as gerações e ressalte os pontos comuns e representativos das variáveis analisadas. Tabela 1: Parques tecnológicos de primeira geração – Pioneiros Conceitos e Modelos de Parques Tecnológicos bem sucedidos (Modelo de Luis Sanz Expandido) De modo geral, os parques apresentam forte relação com os centros promotores de c onhecimento c omo i ndutores/alavancadores da s ua c riação. Instituições de ensino (fortes) fomentaram o de senvolvimento r egional ( empresarial o u científico). Em particular no caso do Japão, os centros de conhecimento e os parques f oram c riados a par tir de pol íticas gov ernamentais que v iabilizaram a s chamadas Cidades da Ciência. Epicentro e/ou vanguarda e m onda s t ecnológicas q ue garantiram a os pa íses pioneirismo n o des envolvimento de t ecnologias par a o des envolvimento econômico. Parques c ientíficos e t ecnológicos f ocados no d esenvolvimento d e s etores estruturantes, baseados em novas tecnologias. Ambientes não necessariamente especializados. a Relação com centros promotores de conhecimento de qualidade b Posição no Fluxo Tecnológico c Grau de Especialização d Empresas "Alvo" Desenvolvimento de em presas start-ups universitárias, f omento / e stímulo a o empreendedorismo por par te da m assa c rítica qualificada, ou, desenvolvimento de novas empresas de setores industriais tradicionais. e Mercado Objetivo Mercado obj etivo é o m ercado i nterno, s endo que o e feito po sitivo ( colateral) possibilitou alcançar o mercado externo. f Densidade Urbana Agregados / integrados aos espaços urbanos, com aproveitamento de estruturas tecnológica, industrial e logística disponíveis. g Espaço e Infraestrutura de qualidade h Portifólio de Serviços às EBTs i Trabalho em Rede j Modelo de Gestão ANEXO 2 Aproveitamento das i nfra-estruturas t ecnológica, i ndustrial, l ogística e ur bana pré-existentes. E m al guns casos, houve s uporte gov ernamental par a o desenvolvimento das infra-estruturas. Em alguns casos (EUA e França) já existiam mecanismos públicos e privados de investimento e f inanciamento par a as em presas nas centes ( Venture Capital, Seed Money, entre outros), facilitando o desenvolvimento dos Parques. De modo geral, a s I ES e I nstituições T ecnológicas nuc leadas d entro do s P arques, ofereciam serviços tecnológicos e capacitação para as empresas. As redes entre os atores locais são um fenômeno espontâneo e informal, alicerçada no c ontato pessoal, mas f undamentais para o des envolvimento do s parques. Modelo de gestão institucional, capitaneada pela instituição nucleadora (ex: universidades, governo local, etc.). 42 RELATÓRIO EXECUTIVO Módulo I - Parques Científicos e Tecnológicos Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior Papel estratégico dos Parques Tecnológicos em relação à economia do país e ao desenvolvimento de uma determinada região e/ou setor empresarial - Variáveis Analisadas Os parques estruturaram regiões, mas a resultante do desenvolvimento foi de a Relevância impacto n acional, pr omovendo o pr ogresso d a C &T e da indústria n o paí s estratégica nacional como um t odo. C riaram base de competitividade p ara t odo o p aís fortalecendo a sua política industrial e de C&T. Relevância Não identificadas informações relevantes. estratégica b regional/setorial Relevância Não identificadas informações relevantes. c estratégica local Estratégias de Implantação dos Parques Científicos e Tecnológicos relacionados - Variáveis Analisadas Geração Os primeiros parques foram gerados de forma espontânea. a Espontânea b Iniciativa Acadêmica c Forte Intervenção Estatal – Nacional d Intervenção de Entidades Regionais e Intervenção de Entidades Locais De m odo g eral, o s par ques apr esentaram f orte r elação c om o s c entros promotores de c onhecimento como indutores/alavancadores da s ua criação. Fortes instituições de ensino fomentaram o desenvolvimento regional (empresarial ou científico). Os gov ernos centrais es timularam a c riação de stes m ecanismos, pel a necessidade de m aior c ompetitividade nacional por m eio do av anço tecnológico e maior dinamismo industrial. Em alguns casos, o pós guerra e o estado de tensão no cenário internacional, direcionaram/aceleraram a demanda científica e tecnológica. Em muitos casos, a pré-existência de entidades regionais e locais de ensino, ciência e tecnologia c riaram as condições par a i mplantação dos pr imeiros parques. Em ca sos e specíficos (RTP e Labège Innopole), entidades locais c omo prefeituras, g overnos di stritais f oram indutores/apoiadores da i mplantação dos parques. Investimento Não identificadas informações relevantes Privado/Empresarial Arcabouço de Políticas Públicas e Soluções Financeiras para estímulo e viabilização dos Parques Científicos e Tecnológicos relacionados - Variáveis Analisadas f a b c d e Regulamentação d o processo de t ransferência t ecnológica e c oncessão do direito de p atente de pr opriedade intelectual a p esquisadores e un iversidades Leis e Sistemas (spin-offs universitários). N o caso e specífico do R eino U nido a quebra do Regulatórios monopólio d e pa tentes pelas un iversidades d esencadeou o pr ocesso de geração de start-ups. Linhas de Fomento e Existência de linhas de fomento e f inanciamento públicos para P&D. No caso EUA e F rança existência de cultura empreendedora com estímulo privado em Financiamento forma de investimento. Programas Educacionais e/ou de Apoio à C&T Políticas de Incentivo Fiscal Políticas Industriais e de Comércio Exterior Programas voltados para o fortalecimento do desenvolvimento científico e tecnológico, com ênfase na academia. Incipiente. Não identificadas informações relevantes. A política industrial foi um dos elementos indutores do desenvolvimento tecnológico e indiretamente dos parques (efeito colateral). Programas estruturados e sistêmicos para promoção e apoio ao processo de criação e implantação dos Parques Tecnológicos Programas Sistêmicos de No c aso d os E UA, v inculados ao desenvolvimento t ecnológico de mandado Apoio à criação de a pelo estado (departamento de defesa). Empresas Inovadoras ANEXO 2 43 RELATÓRIO EXECUTIVO Módulo I - Parques Científicos e Tecnológicos Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior b Programas Sistêmicos de apoio Não identificadas informações relevantes a Parques Tecnológicos Tabela 2: Parques tecnológicos de segunda geração – Seguidores a b c d e f g Conceitos e Modelos de Parques Tecnológicos bem sucedidos (Modelo de Luis Sanz Expandido) Relação com Necessidade de t ransformar P &D ap licado em n egócio di recionou os centros esforços dos centros produtores de conhecimento em desenvolver parques promotores de C&T. Necessidade de atrair e capacitar recursos humanos para gerar conhecimento de demanda qualificada e competitividade internacional. qualidade Setores que possibilitavam a melhoria da competitividade regional por Posição no Fluxo meio de i ndução / i ntrodução de no vos s etores, o u des envolvimento d e Tecnológico setores v oltados a pr ioridades r egionais / pr omoção da r egeneração econômica regional. Parques científicos e tecnológicos especializados em áreas científicas, Grau de como T IC, s emicondutores, en genharia de transporte, c iências da s aúde, Especialização fármacos, etc. Empresas voltadas a transformar resultado de pesquisas universitárias em spin-offs (universitários e i ndustriais), e, empresas start-ups. Algumas Empresas "Alvo" vezes a poiadas em i ncubadoras de empresarias. C aso J aponês direcionado p ara a atração de em presas det entoras de c onhecimento e tecnologia para instalação em parques. Foco m ercado ex terno, c om fortalecimento do arranjo r egional, c apaz de Mercado Objetivo tornar as empresas instaladas nos parques referência de mercado. Planejados no entorno de áreas urbanizadas, próximos ou dentro de Densidade Urbana centros de conhecimento, e/ou distritos industriais. Espaço e Infraestrutura de qualidade h Portifólio de Serviços às EBTs i Trabalho em Rede j Modelo de Gestão ANEXO 2 Parque as sociado ao c onceito "trabalhar-morar-viver", b usca de espaços mais amplos (Parkland) e expansão urbana. Criação e/ou desenvolvimento de estruturas tecnológicas para orientar as atividades de P &D c om foco nas E BTs e i ndústrias l ocais. S urgem os mecanismos para transferência tecnológica, proteção ao capital intelectual e s uporte ao d esenvolvimento em presarial. O s mecanismos formais de pré-incubação e incubação ganham importância. Surgem as pr imeiras r edes f ormais de t rabalho, inclusive i ncentivadas e regulamentadas por ações governamentais. No entanto, em muitos casos, prevalece ainda a importância do contato pessoal. Modelo d e ges tão m ais aut ônomo s eja públ ico ou pr ivado. O s par ques criados pelo setor pú blico na s ua maioria são geridos por uma instituição privada (terceirização da gestão). 44 RELATÓRIO EXECUTIVO Módulo I - Parques Científicos e Tecnológicos Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior Papel estratégico dos Parques Tecnológicos em relação à economia do país e ao desenvolvimento de uma determinada região e/ou setor empresarial - Variáveis Analisadas Relevância a Não identificadas informações relevantes estratégica nacional Os parques tentam seguir a esteira do sucesso dos parques de primeira geração, m as não c onseguiram t er r elevância nac ional. O Relevância desenvolvimento econômico dos países já estava em ascensão estratégica b independentemente d a ex istência dos p arques. N ão er a "a diferença" regional/setorial para o país, mas foram extremamente importantes para o desenvolvimento setorial/regional e em alguns casos local. Relevância c Não identificadas informações relevantes estratégica local Estratégias de Implantação dos Parques Científicos e Tecnológicos relacionados - Variáveis Analisadas Geração Os parques tentam seguir a esteira do sucesso dos parques de primeira a Espontânea geração, parques planejados. Iniciativa Na maioria dos casos, a academia é o grande nucleador da b Acadêmica replicabilidade dos mecanismos de inovação. Os gov ernos nac ionais d esencadearam u m c onjunto de aç ões d e Forte Intervenção c estímulo ao des envolvimento da C&T, que indiretamente influenciaram Estatal – Nacional a implantação de parques. Intervenção de Forte i nfluência de e ntidades r egionais e l ocais qu e v islumbraram a Entidades d possibilidade d e des envolvimento r egional por m eio desse t ipo d e Regionais mecanismo. Intervenção de e Não identificadas informações relevantes Entidades Locais Investimento No c aso norte am ericano, f undos d e i nvestimento privado ap oiaram f Privado/Empresarial financeiramente a implantação de alguns parques. Arcabouço de Políticas Públicas e Soluções Financeiras para estímulo e viabilização dos Parques Científicos e Tecnológicos relacionados - Variáveis Analisadas Leis e Sistemas Lei de i novação na França, pr imeiras iniciativas específicas em C &T e a Regulatórios esboço para estímulo e viabilização dos parques. Apoio institucional não sistêmico nas primeiras fases de implantação de parques (infra-estrutura). Com exceção dos EUA e França, que já Linhas de Fomento tinham a cultura de investimento (Venture Capital, seed money etc.) os b e Financiamento demais paí ses c omeçam a des envolver l inhas do f omento es pecíficas para criação e desenvolvimento de EBTs. Os países investiram fortemente em programas educacionais e de Programas apoio à C &T, o que v iabilizava o desenvolvimento t ecnológico e Educacionais e/ou c consequentemente o pr ocesso de t ransferência t ecnológica e c riação de Apoio à C&T de EBTs (start-ups e spin-offs). incipiente par a a maioria dos países, com exceção dos EUA que Políticas de d possuía abatimento ou crédito de impostos para a atração de empresas Incentivo Fiscal e suporte de comercialização e transferência tecnológica. De m odo ger al, as pol íticas i ndustriais es tavam voltadas par a o Políticas Industriais desenvolvimento e ampliação de empresas de base industrial que e de Comércio e necessitavam de des envolvimento t ecnológico para se t ornarem mais Exterior competitivas. ANEXO 2 45 RELATÓRIO EXECUTIVO Módulo I - Parques Científicos e Tecnológicos Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior a b Programas estruturados e sistêmicos para promoção e apoio ao processo de criação e implantação dos Parques Tecnológicos Programas Em al guns c asos, es truturação de pr ogramas de apoi o a pequenas e Sistêmicos de Apoio médias empresas inovadoras (Ex.: consolidação de programas tipo à criação de SBIR - Small Business Innovation Research). Empresas Inovadoras Programas Em al guns c asos, c riação de pr ogramas es pecíficos t ipo Tecnopoles, Sistêmicos de apoio a levando à liderança de uma política de escala nacional de implantação Parques de par ques c omo el ementos de es truturação de c idades or ientadas Tecnológicos para a C&T. Tabela 3: Parques tecnológicos de terceira geração – Estruturantes Conceitos e Modelos de Parques Tecnológicos bem sucedidos (Modelo de Luis Sanz Expandido) Relação com Centros de conhecimento apropriam-se das tecnologias e da curva de centros experiência do s etor i ndustrial c riando diferenciais no processo de i novação a promotores de tecnológica c riando al ternativas de no vos ne gócios, por meio da ger ação d e conhecimento demanda qua lificada, r esultando n a c riação d e M PEs c om competitividade de qualidade global. Direcionador que possibilitou o desenvolvimento regional. Foco em s etores de al ta tecnologia, p assam a i nduzir f ortemente a i novação Posição no tecnológica em ní vel m undial, c om or ientação ao m ercado g lobal. Política Fluxo b industrial a poiando estes s etores f ortalecendo os par ques c ientíficos e Tecnológico tecnológicos existentes e estimulando a criação dos chamados parques satélites (serviços) ou de negócios. Parques a ltamente es pecializados, objetivando dom ínio tecnológico avançado, Grau de para n ichos t ecnológicos de d emanda g lobal. Exceção f eita a E spanha o nde c Especialização parques t ecnológicos t ambém es tão or ientados ao d esenvolvimento de s etores vocacionais. Direcionado a atração de grandes empresas (âncoras), capazes de incrementar Empresas rapidamente o tecido industrial local. Em f ases iniciais s e es tabelecem as d empresas âncoras (geralmente estrangeira), nas seguintes desenvolvem-se spin"Alvo" offs e start-ups locais ocorre naturalmente (conseqüência). Prioritariamente voltados para o mercado global em segmentos de alta Mercado tecnologia e c ompetitividade ( nichos t ecnológicos), na m aioria dos c asos c om e Objetivo programas f ormais aux iliando / es timulando a exportação. Preocupação ( Ásia) em fortalecer cada vez mais a balança comercial. Integrados ao tecido urbano, sendo importantes atratores do desenvolvimento e transformação das cidades (pequenas e médias inclusive). Em alguns casos, há Densidade f a preocupação de ocupação de áreas menos favorecidas, induzindo o Urbana desenvolvimento desta região por meio de parques especializados (ex: Bioparques na Ásia). Espaços de q ualidade, c riando ambientes pr opícios (tipo plug and play) para o Espaço e Infradesenvolvimento de novas tecnologias e instalação de empresas de classe estrutura de g mundial. Muitos deles voltados para a integração desenvolvimento tecnológico e qualidade bem-estar humano (urbanismo, qualidade de vida, lazer, etc.) Consolidação de serviços de transferência tecnológica, propriedade intelectual e Portifólio de surgimento de par ques s atélites de s erviços - Business P arks. N os casos d a Serviços às h Finlândia e Irlanda os mecanismos de pré-incubação e incubação são elementos EBTs chave para consolidação dos Parques. Consolidação de várias redes formais (universidades, incubadoras, associações ou redes internacionais, que funcionam como apoiadores). No caso asiático, há Trabalho em i utilização intensa do trabalho em rede, explorando vantagens de mercados Rede competitivos e f uso-horário, par a i nstalação de u nidades f iliadas de em presas asiáticas visando vantagem competitiva. Modelo de ges tão a inda mais aut ônomo s eja púb lico ou pr ivado, r epresentado Modelo de por conselho. Os parques criados pelo setor público na sua maioria são geridos j Gestão por um a i nstituição pr ivada ( terceirização da g estão). O bjetivam a aut osustentabilidade (viabilização da autonomia). ANEXO 2 46 RELATÓRIO EXECUTIVO Módulo I - Parques Científicos e Tecnológicos Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior a b c a b c d e f a b c d e Papel estratégico dos Parques Tecnológicos em relação à economia do país e ao desenvolvimento de uma determinada região e/ou setor empresarial - Variáveis Analisadas Os parques são mecanismos essenciais para a execução e manutenção da Relevância política nacional tecnológica e industrial, fortalecendo cada vez mais a estratégica nacional economia e a balança comercial. Assumem, como no caso dos parques de 1a. Geração, o papel de alavancador do salto tecnológico nacional. Ao m esmo t empo, a s aturação das ár eas ur banizadas, ou m esmo a necessidade de promoção do desenvolvimento de regiões/locais menos Relevância favorecidos, es tá c riando par ques es pecializados que at uam como estratégica referência m undial em ár eas e/ ou s egmentos em ergentes ( biotecnologia, regional/setorial convergência d igital, en ergia, etc.), por m eio d e uma pol ítica nacional agressiva de incentivos. Relevância Não identificadas informações relevantes estratégica local Estratégias de Implantação dos Parques Científicos e Tecnológicos relacionados - Variáveis Analisadas Geração Espontânea Não identificadas informações relevantes A ac ademia ai nda desempenha i mportante papel nas es tratégias de Iniciativa Acadêmica implantação, pr incipalmente pel a pr oximidade/conexão dos c entros de conhecimentos no processo de transferência tecnológica. Os gov ernos nac ionais pl anejaram o des envolvimento t ecnológico Forte Intervenção nacional, a par tir d e m ecanismos pr omotores da inovação en tre e les os Estatal – Nacional parques. Atuam c omo gr andes par ceiros da po lítica de des envolvimento Intervenção de tecnológico nacional, por meio de associações, agências de Entidades Regionais desenvolvimento e governos regional-local. Intervenção de Não identificadas informações relevantes Entidades Locais Investimento Existência de parcerias público-privadas para implantação de i nfraPrivado/Empresarial estrutura de parques (edificações, acessos etc.) Arcabouço de Políticas Públicas e Soluções Financeiras para estímulo e viabilização dos Parques Científicos e Tecnológicos relacionados - Variáveis Analisadas Forte estrutura legislativa e de regulação estabelecidas nacionalmente para implantação de parques de C&T como elementos de competitividade Leis e Sistemas mundial. Leis intimamente i ntegradas ao des envolvimento e es truturação Regulatórios das c idades, criando at rativos par a em presas de c lasse m undial instalarem-se, e, em al guns c asos i nclusive, legislação que o briga a transferência de expertise para o local. Principalmente di rigidos a no vos em preendimentos t ecnológicos, por ém outras a lternativas c ontemplam o des envolvimento de m ecanismos e ambientes de i novação. Existência de linhas es pecíficas v oltadas par a Linhas de Fomento e Parques de C&T, criando um conjunto de benefícios junto às empresas e Financiamento entidades que se instalam no parque ou em seu entorno, bem como durante a f ase de oper ação des tes em preendimentos. D e f orma ger al, estes benef ícios c ontemplam des de e mpréstimos a j uros r eduzidos at é investimentos a fundo perdido de origem governamental. Continuidade de forte investimento em programas educacionais e de C&T. Programas Na m aioria dos c asos, f oram c riados m odelos e ducacionais f ocados em Educacionais e/ou de C&T que es timulam a t ransferência de c onhecimento en tre a indústria Apoio à C&T estabelecida e as instituições de ensino locais. Existência de um conjunto de políticas de incentivos voltadas tanto para a implantação de p arques, c omo par a a i nstalação de em presas. E ste Políticas de Incentivo conjunto d e i ncentivos s ão f ortemente r epresentados por i senção f iscal, Fiscal redução de taxas alfandegárias (EPEs e Zonas Francas) e condições ainda mais especiais para empreendimentos instalados nos parques. Políticas Industriais Política de d esenvolvimento n acional f ocada nos par ques, or ientada e de Comércio fortemente par a o c omércio ex terior, es timulando o perações no m ercado Exterior global. ANEXO 2 47 RELATÓRIO EXECUTIVO Módulo I - Parques Científicos e Tecnológicos Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior a b Programas estruturados e sistêmicos para promoção e apoio ao processo de criação e implantação dos Parques Tecnológicos Programas es truturados de ex pansão da base d e em presas de al ta tecnologia, incentivando a transferência de em presas de c lasse m undial e Programas estimulando a criação de empresas locais por meio do desenvolvimento de Sistêmicos de tecnologias aliado à curva de experiência das empresas locais. Atuam como Apoio à criação de promotores da inovação tecnológica estimulando a academia para formação Empresas de start-ups em mercados de n icho tecnológico e spin-offs universitários. Inovadoras (Ex.: "The 21st.Century Research Programme, Third Level Incubation Programme e Spin-Off Programme). Sistemas par a pr omoção de p arques c ientíficos e t ecnológicos c om f orte apoio f inanceiro de g overnos c entrais e r egionais, c ontando c om par cerias Programas junto a c entros universitários e empresas v isando a i novação e Sistêmicos de apoio desenvolvimento regional. a Parques Em alguns casos, devido a limitação geográfica encontradas nesses países, foram estabelecidos programas denominados "Cluster Programmes" locais, Tecnológicos originando Parques d e Alta T ecnologia qu e a liam des envolvimento ambiental regional em suas atividades de inovação. Com base n a a nálise g eral d as informações obtidas nos diversos estudos consultados, foi p ossível t raçar um d esenho d o co mportamento dos parques segundo seu enquadramento sugerido, de modo a fazer uma comparação genérica de seu desenvolvimento ao longo do tempo. A figura a seguir representa de forma esquemática a performance e r elevância das três gerações de parques. N ela, é possível i dentificar q ue o pioneirismo dos parques de primeira g eração, fez co m que a lgumas nações alcançassem o domínio tecnológico de s etores estratégicos. Os parques desta g eração também de monstraram a o l ongo d e su a operacionalização u ma not ável ca pacidade de a daptação às novas tendências tecnológicas, f ato este q ue t em ass egurado su a r elevância f rente às demais iniciativas. No entanto, observa-se uma diferença dentro do grupo pioneiro quando se compara a experiência americana contra a ex periência européia e j aponesa. O foco am ericano, que g erou espontaneamente os parques sempre f oi o f oco no negócio. O “business” alavancou fortemente a C&T nos EUA e consequentemente os mecanismos de criação e dese nvolvimento de novos negócios de base tecnológica, m esmo quando hav ia u ma forte i ndução g overnamental, por t rás estava o i nteresse ec onômico e negocial. N este ponto, nas demais experiências pioneiras, embora o desenvolvimento econômico de países fosse o objetivo final, o foco estava na C&T, no entendimento que a C&T é que alavancavam os negócios e não a lógica inversa. Com relação aos parques “seguidores”, estes claramente foram na esteira dos de primeira geração, através de modelos de replicação. E por seguirem “copiando” as iniciativas anteriores, tiveram um impacto econômico e tecnológico mais localizado e por v ezes até m ais limitado. Embora e m al guns casos este m odelo t enha resultado e m benefícios econômicos relevantes. M as de modo geral, co mo o s indutores, n a su a maioria, foram as universidades, o foco est ava m uito mais no desenvolvimento ci entífico e formação de massa cr ítica, q ue se co nsolidava em negócios dentro dos parques. Já os parques de t erceira g eração s ão i niciativas implementadas em paí ses em desenvolvimento. N a maioria dos casos, a i mplantação d esses parques está fortemente associada a políticas nacionais e r egionais de d esenvolvimento. Os parques de terceira geração repetem uma curva de aprendizado curta com foco no ANEXO 2 48 RELATÓRIO EXECUTIVO Módulo I - Parques Científicos e Tecnológicos Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior desenvolvimento da C &T, mas saltam r apidamente para u ma n ova cu rva co m o foco n o neg ócio e pr incipalmente no mercado de produtos e se rviços de cl asse mundial. Isto confere aos PCTs de terceira geração um diferencial extraordinário de performance e um a alta r elevância / impacto par a est es países. As políticas nacionais de d esenvolvimento i ntegrado de l ongo pr azo tem conferido um a destacada performance a estas iniciativas. A co nclusão g erada pel a an álise dos par ques científicos e t ecnológicos estrangeiros fortalece a imagem destes empreendimentos e sua importância para o desenvolviment o eco nômico, tecnológico, social e ambiental. Por envolver a possibilidade de el evação dos padrões tecnológicos, econômicos e sociais tem despertado não só o i nteresse, mas a atuação ativa do se tor público em diversos outros países. Por s e t ratarem de e mpreendimentos que envolvem mobilização si gnificativa de r ecursos financeiros, articulação política, criação de r ede de geração e t ransferência de c onhecimento é, se m d úvida, fundamental o apoio e di recionamento p or par te não só dos governos, m as da academia e sociedade civil como demonstrado nas experiências internacionais. 5. Referências ANEXO 2 49 Parques Tecnológicos no Brasil – Estudo, Análise e Proposições 17 ANEXO 3 Página 39 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação ANEXO 3 II Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação ANEXO 3 III Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação ANEXO 3 IV Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação SUMÁRIO 1. Introdução .......................................................................................................... 13 2. Sociedade do conhecimento: visão de país ....................................................... 19 2.1. Sociedade do Conhecimento ............................................................... 21 2.2. Economia do Conhecimento ................................................................ 24 2.3. Organizações Intensivas em Conhecimento ........................................ 27 2.4. Trabalhadores do Conhecimento ......................................................... 31 2.5. Indicadores da Sociedade do Conhecimento ....................................... 32 2.6. Referências .......................................................................................... 43 3. Planos de países baseados na economia do conhecimento.............................. 45 3.1. Introdução ............................................................................................ 45 3.2. Grupo 1: União Européia...................................................................... 47 3.2.1. Espanha ........................................................................................ 47 3.2.2. Finlândia ........................................................................................ 61 3.2.3. França ........................................................................................... 77 3.2.4. Irlanda ............................................................................................ 91 3.2.5. Nova Zelândia.............................................................................. 101 3.2.6. Reino Unido ................................................................................. 117 3.3. Grupo 2: América do Norte ................................................................ 137 3.3.1. Estados Unidos da América......................................................... 137 3.4. Grupo 3: Ásia ..................................................................................... 155 3.4.1. China ........................................................................................... 155 3.4.2. Coréia do Sul ............................................................................... 169 3.4.3. Índia ............................................................................................. 182 3.4.4. Japão ........................................................................................... 197 3.4.5. Malásia ........................................................................................ 209 3.4.6. Singapura .................................................................................... 223 3.4.7. Taiwan ......................................................................................... 235 4. Considerações Finais ....................................................................................... 245 5. Anexo: Documentos Complementares ............................................................. 247 ANEXO 3 V Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação ANEXO 3 VI Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação ÍNDICE DE FIGURAS Figura 1.1- Caminho para uma 4ª Geração de Parques Científicos e Tecnológicos. .......................... 16 Figura 2.1 - Sociedade do Conhecimento em dimensões de análise................................................... 21 Figura 3.1 - Impacto do Programa INGENIO ........................................................................................ 51 Figura 3.2 - Novos objetivos de investimento em P&D relativos ao PIB Fonte: Programa .................. 52 Figura 3.3 - Novos objetivos de investimento pelo setor privado Fonte: Programa ............................. 52 Figura 3.4 - Impacto do Plano sobre a convergência com a UE em termos de investimentos ............ 53 Figura 3.5. Indicadores Estruturais. ...................................................................................................... 57 Figura 3.6. Performance Espanhola em Inovação no ano de 2005. ..................................................... 58 Figura 3.7 Inovação Tecnológica nas Empresas Espanholas .............................................................. 59 Figura 3.8 Número de Empresas Inovadoras e Gastos Total de Inovação .......................................... 59 Figura 3.9 Gastos em Inovação e Distribuição Percentual por tipo de Atividade Inovadora ................ 60 Figura 3.10 Fonte: European Innovatrion Progress Report .................................................................. 64 Figura 3.11 - Modelo do Sistema de Ciência e Tecnologia da Finlândia ............................................. 65 Figura 3.12 - Processo do Programa TEKES de Tecnologia ............................................................... 66 Figura 3.13 ............................................................................................................................................ 74 Figura 3.14 ............................................................................................................................................ 75 Figura 3.15 - Investimento % do PIB investido em P&D ....................................................................... 76 Figura 3.16 - Evolução do qualificação em nível de Doutorado ........................................................... 76 Figura 3.17 - Evolução do PIB da Finlândia em comparação com a Euro Área e EUA ....................... 76 Figura 3.18 - Articulação dos Atores no Processo de Inovação na França. ......................................... 79 Figura 3.19 - Modelo de criação de empresas inovadoras na França.................................................. 84 Figura 3.20 - Empresas Inovadoras e as Pré-Incubadoras, Modelo Francês ...................................... 84 Figura 3.21 ............................................................................................................................................ 89 Figura 3.22 ............................................................................................................................................ 90 Figura 3.23 - Modelo de Competitividade da Irlanda ............................................................................ 97 Figura 3.24 ............................................................................................................................................ 99 Figura 3.25 .......................................................................................................................................... 100 Figura 3.26 - Comparação da Nova Zelândia com outros países ...................................................... 104 Figura 3.27 - Modelo sistêmico de relação entre Agências Governamentais na Irlanda ................... 112 Figura 3.28 .......................................................................................................................................... 115 Figura 3.29 - Aplicação do Modelo REA para o Reino Unido ............................................................. 118 Figura 3.30 - Visão Geral do Sistema de Inovação do Reino Unido .................................................. 122 Figura 3.31 - Investimento em P&D – Setor Público e Setor Privado - % do PIB (5) ......................... 124 Figura 3.32 - Cenário indicativo para o investimento em P&D em 2014 - % do PIB (5) .................... 124 Figura 3.33 - % de estudantes em várias áreas do conhecimento no RU ......................................... 126 Figura 3.34 - Perspectiva histórica de desenvolvimento de P&D ....................................................... 127 Figura 3.35 - Financiamento e Desempenho da Ciência, Engenharia e Tecnologia (SET) ............... 132 ANEXO 3 VII Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação Figura 3.36 - Mecanismos e Canais da Política de Inovação do Governo do RU .............................. 133 Figura 3.37 .......................................................................................................................................... 135 Figura 3.38 .......................................................................................................................................... 136 Figura 3.39. ......................................................................................................................................... 137 Figura 3.40 .......................................................................................................................................... 138 Figura 3.41 .......................................................................................................................................... 139 Figura 3.42 .......................................................................................................................................... 140 Figura 3.43 .......................................................................................................................................... 141 Figura 3.44 - Innovation Framework ................................................................................................... 142 Figura 3.45 - Innovation Framework ................................................................................................... 142 Figura 3.46 .......................................................................................................................................... 143 Figura 3.47 - A nova e a velha economia. .......................................................................................... 144 Figura 3.48 .......................................................................................................................................... 145 Figura 3.49 .......................................................................................................................................... 145 Figura 3.50 .......................................................................................................................................... 148 Figura 3.51 - Cluster Regional de Tecnologia da Informação do Estado de Atlanta .......................... 152 Figura 3.52 .......................................................................................................................................... 154 Figura 3.53 - Framework institucional da China .................................................................................. 159 Figura 3.54 - Economic and Technological Development Zones ....................................................... 164 Figura 3.55 - Free Trade Zones .......................................................................................................... 164 Figura 3.56 - Export Processing Zone ................................................................................................ 165 Figura 3.57 .......................................................................................................................................... 172 Figura 3.58 .......................................................................................................................................... 174 Figura 3.60 .......................................................................................................................................... 180 Figura 3.61 - Framework Institucional Indiano em C&T ...................................................................... 185 Figura 3.62 .......................................................................................................................................... 194 Figura 3.63 - Central Scientific Department Progress of Plan Expenditure ........................................ 196 Figura 3.64 - Dois Círculos virtuosos focados em inovação. .............................................................. 198 Figura 3.65 - Framework Institucional Japonês em C&T .................................................................... 199 Figura 3.66 - Mapa dos Knowledge Clusters ...................................................................................... 204 Figura 3.67 - Fukuoka Silicon Sea-Belt ............................................................................................... 205 Figura 3.68 .......................................................................................................................................... 207 Figura 3.69 .......................................................................................................................................... 213 Figura 3.70 - Implementation of the MSC Malaysia is divided into three phases from 1996-2020 .... 216 Figura 3.71 - MSC Malaysia 2a. Phase .............................................................................................. 217 Figura 3.72 - Concept of the MSC Malaysia National Rollout ............................................................. 218 Figura 3.73 - Biomedical Research Council ........................................................................................ 226 Figura 3.74 - Science and Engineering Research Council ................................................................. 226 Figura 3.75 .......................................................................................................................................... 227 Figura 3.76 - Technology Corridor Fonte: www.sciencepark.com.sg ................................................. 232 ANEXO 3 VIII Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação Figura 3.77 .......................................................................................................................................... 238 Figura 3.78 - APROC PLAN ................................................................................................................ 241 Figura 3.79 - Management do Global Logistics Development Plan .................................................... 242 Figura 3.80 .......................................................................................................................................... 243 ANEXO 3 IX Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação ANEXO 3 X Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação ÍNDICE DE QUADROS Tabela 1 - Hipótese de transição do desenvolvimento econômico e social ......................................... 22 Tabela 2 - Categorias de Investimento Econômico .............................................................................. 23 Tabela 3 - Participação no PIB de setores com uso intensivo do conhecimento ................................. 29 Tabela 4 - Nível de emprego em empresas intensivas em conhecimento, .......................................... 30 Tabela 5 - Nível de emprego em empresas intensivas em conhecimento ........................................... 30 Tabela 6 - Projeção Ocupacional de Trabalhadores do Conhecimento ............................................... 31 Tabela 7 - Relação de países analisados por Grupo ............................................................................ 45 Tabela 8 - The share of the forest industry in the industry in the Finnish economy ............................. 61 Tabela 9 - Parques Tecnológicos.......................................................................................................... 86 Tabela 10 - Programa de Ações da Irlanda .......................................................................................... 95 Tabela 11 - Medidas da Política de Inovação adotadas no RU .......................................................... 130 Tabela 12 - ATP Summary Data–Funding ($ Millions) - Technology Area by Year ........................... 151 Tabela 13 - Selected key organisations within the national innovations systems-2005 ..................... 157 Tabela 14- Selected key organisations within the National Innovation ............................................... 171 Tabela 15 - Selected key organisations within the National Innovation Systems ............................... 194 Tabela 16............................................................................................................................................. 195 Tabela 17............................................................................................................................................. 195 Tabela 18 - Ações em prol da inovação .............................................................................................. 202 Tabela 19 - Selected key organisations within the National Innovation Systems ............................... 208 Tabela 20 - Ratio of successful innovation by district ......................................................................... 208 Tabela 21 - Selected key organisations within the National Innovation Systems ............................... 211 Tabela 22 - Selected key organisations within the National Innovation Systems ............................... 224 Tabela 23 - Selected key organisations within the National Innovation Systems ............................... 237 Tabela 24 – Documentos com versão eletrônica disponível .............................................................. 247 ANEXO 3 XI Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação ANEXO 3 12 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação 1. Introdução Sempre foi possí vel ao homem a nalisar o pass ado par a melhor compreendê-lo, mesmo q uando j á di stante no t empo de s eu foco de an álise. Atualmente p ode-se discorrer so bre a S ociedade A grícola e a S ociedade Industrial com razoável segurança e co m conceitos reconhecidamente aceitos por m uitos. R elativamente ao p eríodo da ch amada S ociedade da Informação, cuja etapa se teria encerrado na véspera do momento atual, já se apresentam dificuldades relativas em sua análise, posto sua efetiva proximidade. Porém, é inegável que, mesmo não podendo imputar-se limites muito rígidos de inicio e fim a estes per íodos, v ive-se at ualmente em um m omento p osterior ao da Informação, com mudanças vertiginosas em nossa sociedade, tendo um novo fator como foco inquestionável, o conhecimento. Visualizando es tas mudanças através da história da ci ência, pode-se deduzir que passa mos por m omentos de e stabilidade t eórica e m omentos de revolução científica (2). Caracteriza-se o primeiro momento pela não alteração dos paradigmas e o segundo pelas suas crises, onde se constatam mudanças conceituais, de v isão de m undo e a i nsatisfação co m os modelos vigentes, tanto devido à evolução científica quanto pela necessária ruptura com vistas à sobrevivência. Dentro d este co ntexto, a bordado por um a v isão di cotômica – normalidade versus ruptura – vivemos o m omento de inicio de uma nova era, Era da Sociedade do C onhecimento, c ujo i nicio p ode-se afirmar se r r ecente, e q provavelmente m ais ue se u fim, breve q ue “A próxima sociedade será a sociedade do conhecimento. O Conhecimento será o recurso primordial e os trabalhadores do conhecimento serão o grupo dominante na força de trabalho” (DRUCKER, 2001) (3). as anteriores, impreciso – pelo menos em termos conceituais. Nesta fase, se gundo i números autores, o ‘ conhecimento’ n ão po de se r tratado como ‘um’ fator de produção desta nova Era, como eram considerados anteriormente a ‘terra’, o ‘trabalho’ e o ‘capital’, mas ‘o’ único recurso, “... o que ANEXO 3 13 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação torna si ngular esta n ova so ciedade” ( 4). Agora os ativos imobilizados, di tos tangíveis, passam a ter menor valor que a capacidade intelectual e de serviços das pessoas e organizações, ca racterizados como at ivos intangíveis. N este sentido, tem-se convergência ao afirmar q ue “ ... o conhecimento é a fonte de poder, ... e a ch ave para futuras mudanças de poder ” (4), o q ue coloca, além dos indivíduos e das or ganizações, t ambém os governos como f atores de inestimável i mportância n o se ntido d e l iderar est ratégias de desenvolvimento, com foco em um mundo global e co m visão de futuro, para agregar valor aos novos produtos e serviços e a su stentabilidade de s eu crescimento e do b em estar social de sua população. Neste co ntexto, p oder-se-ão i nserir os Parques Científicos e Tecnológicos (PCTs), co mo i nstrumento e i ndutor d e u m des envolvimento sustentável, i novador e si stêmico. D e aco rdo co m A BDI ( 1), a o l ongo d os últimos cinqüenta anos pode-se identificar três gerações de PCTs. A primeira, ao longo dos anos 50 e 60, referente aos ‘Parques Pioneiros’, criados de forma espontânea, p ara pr omover a cr iação de empresas de b ase t ecnológicas e a transferência d e t ecnologias, a p artir de universidades fortes e dinâmicas. A segunda g eração, de ‘ Parques Seguidores’, f oi cr iada de forma pl anejada, formal e estruturada, par a ‘ seguir’ os passos de u ma tendência ou ‘benchmarking’, tendo-se estendido entre os anos 80 e 90 do século passado. Na Figura 1. 1 procura-se ilu strar est a ev olução, o nde es tes PCTs são o s emuladores desta 1ª Fase, gerando programas e políticas públicas. A terceira geração, conferindo inicio à 2ª Fase, a par tir do fim dos anos 90, apresenta uma tendência de inverter o processo anterior, posto ser fruto de estratégias e planejamento de longo prazo, com visão de futuro, colocadas em curso a par tir de pr ogramas e operacionalizadas pelos PCTs desta g eração, chamados de ‘ Parques Estruturantes’. E sta g eração, si stêmica e su stentada pela área da ci ência e t ecnologia, al ém da nova di sciplina d e G estão do Conhecimento, debruçada so bre nov as metodologias e pr áticas de g estão, apresenta o conhecimento e a inovação como o primordial objeto de estudo. ANEXO 3 14 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação Visualizar a pr óxima f ase, 3ª , é o des afio q ue se i mpõe a t odos os países, e a o B rasil em p articular, diminuindo as distâncias q ue os separam e oferecendo um caminho novo a u ma provável 4ª geração de P CTs, cujo curso ainda está por ser definido. Como i lustra a Figura 1. 1, est as três fases também pod erão servir, extrapolando-se, par a indicar caminhos semelhantes para outras ações igualmente r elevantes, al ém d e P arques Científicos e Tecnológicos: G overno Eletrônico, Arranjos Produtivos Locais, Pólos de Competitividade, entre outras. À l uz do m omento at ual, t endo o co nhecimento como f oco, an alisar profundamente experiências de outros países, seus planos e políticas públicas, suas ações e suas conseqüências, é uma ação primordial. A partir de um plano ontológico, principalmente em nível de g overno, ter-se-ão melhores condições de visualizar e pot encializar iniciativas estratégicas para o balizamento de s ua atuação c omo um e fetivo at or na S ociedade do C onhecimento e no mundo global at ual, pr imordialmente n o co ntexto de P arques Científicos e Tecnológicos, como o aqui pretendido. No Capítulo 2 é comentada a visão de um país aderente à Sociedade do Conhecimento, aquele país que acompanha de perto esta inexorável mudança, seus requisitos, indicadores e tendências. No C apítulo 3, a partir de u m co njunto d e q uatorze p aíses, geograficamente e ec onomicamente aj ustados em três grupos, é realizada análise s ucinta de suas políticas públicas, se us i nstrumentos e açõ es, procurando-se contextualizar no entorno do papel dos Parques Científicos e Tecnológicos sua importância para a inovação e o desenvolvimento. No C apítulo 4, C onsiderações Finais, é f eito co mentário i ndicativo de tendências relativas à análise elaborada, conferindo espaço e importância para a su a per manente c onstrução e at ualização. D e f orma co mplementar, sã o comentadas recomendações que poderão dar continuidade a este trabalho. ANEXO 3 15 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação Figura 1.1- Caminho para uma 4ª Geração de Parques Científicos e Tecnológicos. Ao f inal, no A nexo, co m v istas a enr iquecer est a i niciativa, est ão indicados os principais documentos consultados, de i nestimável v alor par a qualquer apr ofundamento q ue s e faça necessário a p artir d esta análise preliminar, além daqueles já referenciados em cada país abordado. ANEXO 3 16 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação Referências ABDI, A ssociação Brasileira de D esenvolvimento Industrial. Parques Tecnológicos no Brasil: Estudo, Análise e Proposições. Módulo 1. Brasília: ABDI - ANPROTEC. 2007. 131 p. CARVALHO, I sabel C ristina L. K aniski, A na Lúci a. A S ociedade d o Conhecimento e o ac esso à i nformação: p ara q uê e par a q uem? Ciência da Informação, ISSN 0100-1965, v.29 n.3. Brasília set/dez 2000. DRUCKER, Peter. The Next Society. Economist 1 November 2001. Disponível em: <http://economist.com/surveys/displayStory.cfm?Story_id=770819>. Acesso em: junho 2007. NONAKA, I. TAKEUCHI, H . Criação de Conhecimento na Empresa. R io de Janeiro. Editora Campus – 14ª edição, 1997. ANEXO 3 17 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação ANEXO 3 18 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação 2. Sociedade do conhecimento: visão de país Na Era da Agricultura a terra era o principal recurso. Na Era Industrial os recursos naturais respondiam pel o des envolvimento eco nômico, ca rvão, minério de f erro e o trabalho manual. N a Era at ual, da S ociedade d o Conhecimento, o conhecimento é o principal fator produtivo. Não é uma i déia no va o f ato de o co nhecimento r epresentar u m importante pap el na economia, ne m t ampouco q ue se ja este u m fato nov o. Todas as economias, de uma forma linear, estão baseadas no conhecimento, indicando c omo plantar, minerar e co nstruir, por exemplo, on de este conhecimento s ofreu razoável aum ento desde a R evolução I ndustrial. M as, atualmente, o g rau d e i ncorporação do c onhecimento e da i nformação na s atividades econômicas adquiriu el evada i mportância a ponto de induzir um a completa mudança t anto estrutural co mo q ualitativa na s operações econômicas, transformando suas bases das vantagens competitivas (2). O co nhecimento i ntensivo no m undo ec onômico e o a umento d a habilidade h umana de di stribuir e co mpartilhar o co nhecimento ag regou v alor para t odos os participantes no si stema eco nômico co ntemporâneo. As conseqüentes implicações destas mudanças são profundas, não somente nas estratégias das empresas e nas políticas governamentais, m as também p ara as instituições e si stemas utilizados na r egulação do co mportamento econômico e no comportamento humano desta nova Sociedade. A v isão de Conhecimento dev futuro de u m p aís no co ntexto da erá co ntemplar su a co nvergente E Sociedade do conomia d o Conhecimento. E m muitos países há co nsenso pol ítico e i ntelectual co m esta visão. A s diferenças o correm na t radução desta visão par a a teoria e par a a prática (3). I mpõem-se a pergunta: co mo fazer? U ma so ciedade dentro des te contorno nec essita d e açõ es políticas que t enham cu nho naci onal, r egional e local, des envolvendo est ratégias para t odas as áreas. D esenvolvimento econômico é um processo social, tal como a economia do conhecimento não é somente cr escimento e co mpetitividade, mas também i nclusão s ocial e bem ANEXO 3 19 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação estar so cial. A ssim, a ag enda d a eco nomia do co nhecimento dev e se r geograficamente bem distribuída e utilizada como base para unificar e agrupar áreas aparentemente pouco relacionadas. As nações que t enham a i ntenção de pr osperar co m el evado p adrão competitivo na eco nomia do c onhecimento serão aquelas que competirão com alta t ecnologia e força i ntelectual, atraindo pess oas altamente q ualificadas e empresas com potencial de inovação e potencial de transformar a inovação em oportunidade c omercial ( 5). E stas deverão ser as fontes desta n ova f ase de prosperidade para um país. Esta é a oportunidade posta. Para tanto, cada país deverá co nstruir se u c aminho e m odelo, passando de forma c onvergente p or pelo menos um po nto em c omum: i nvestimento e m ci ência, c omo pedra fundamental para o futuro econômico. Nesta pr ofunda m udança ambiental, as u niversidades posicionam-se como par ceiras atraentes para as empresas. Pesquisadores universitários operam co m r edes em ní vel i nternacional, o btendo maior cl areza e conhecimento d o av anço ci entífico v isto de f orma g lobal. Por est a r azão, governos de m uitos países estão co nstruindo ‘ pontes’ en tre universidades e empresas (6). Um exemplo a ser citado é oferecido pelo Japão, ao desenvolver a capacidade de pesquisa no si stema universitário. O país apresenta elevada taxa de i nvestimento em P&D, mas uma grande proporção deste investimento era r ealizada dentro de l aboratórios co orporativos. N o mundo atual, d e a mpla colaboração e pesquisa m ultidisciplinar, no Ja pão, q ue er a t ido co mo uma grande força, su a si stemática d e pesquisa in company poderá se t ransformar em uma fraqueza. O sistema universitário e seu entorno, caracterizando aqui o potencial d os Parques Científicos e Tecnológicos (PCTs), poderá se r um núcleo de i novações e novas descobertas. Neste co ntexto, as indústrias e a s empresas devem trabalhar juntamente com as universidades para transformar estas descobertas em produtos inovadores a serem comercializados a partir de modelos de negócios adequados. Assim, de uma forma aberta e não fazendo desta abordagem um recorte estreito da r ealidade, a ev olução do m undo at ual poder á se r t ambém ANEXO 3 20 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação visualizada a p artir d e q uatro dimensões, não est anque entre si , t endo o conhecimento como foco de ação e interesse: Sociedade do Conhecimento Economia do Conhecimento Organizações Intensivas em Conhecimento Trabalhadores do Conhecimento SOCIEDADE DO CONHECIMENTO ECONOMIA DO CONHECIMENTO ORGANIZAÇÕES INTENSIVAS EM CONHECIMENTO TRABALHADORES DO CONHECIMENTO Figura 2.1 - Sociedade do Conhecimento em dimensões de análise 2.1. Sociedade do Conhecimento A visão de uma sociedade a partir de sua perspectiva histórica sempre enriquece se u co nhecimento e oferece m aiores condições para um a an álise mais ampla e realista, baseada em f atos vivenciados. E vocando a T eoria da Transição ( 1), po demos visualizar q ue a t ransição de um p eríodo hi stórico de uma sociedade para outro ocorre sempre que um novo fator de produtividade inovador é i ntroduzido. E sta i déia p ode se r m elhor ab ordada av aliando-se o ANEXO 3 21 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação quadro a se guir, onde é i lustrada a hipótese de t ransição do desenvolvimento econômico e social (1). Tabela 1 - Hipótese de transição do desenvolvimento econômico e social (1) Etapa I II III IV Fator de Produtividade Redes comerciais de longe distância Trabalho intensivo em propriedade agrícola e mineração industrial Produção industrial e organização Conhecimento Fonte: Adaptado pelos autores De Agricultura de subsistência Sociedade agrícola Transição Produção de material ‘in natura’ Industrialização e comercialização Para Império comercial Produção de material ‘in natura’ Industrialização e comercialização Sociedade e Economia do conhecimento Conceito a mplamente de fendido por es pecialistas registra q ue o conhecimento s ubstituiu a or ganização i ndustrial e de produção co mo a principal f ator de pr odução. D e fato, at ualmente, o v alor ag regado nos modernos produtos não est á v inculado t ão so mente a o v alor do m aterial utilizado, ou ao t rabalho e ca pital env olvido em su a pr odução, mas principalmente ao conhecimento agregado ao produto final. No atual período de mudança, ou mesmo de transição, o c onhecimento apresenta-se como o mais importante fator de produção, superando o capital e o trabalho. Neste contexto de co mparação d e fatores de produção, quando s e av alia a t ransição da Sociedade Industrial para a Sociedade do Conhecimento, existem importantes diferenças entre o trabalho e o capital, inerentes à primeira, e o conhecimento, podendo-se citar pelo menos dois aspectos (1): conhecimento é um fator de produção de difícil mensuração, sendo também ca racterizado co mo u m at ivo i ntangível das organizações, ou mesmo dos produtos; e mesmo quando outros fatores de produção de bens têm seu valor diminuído, a pr odução co m maior d ependência d o co nhecimento mantém sua utilidade, mesmo que de forma ainda marginal. ANEXO 3 22 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação Da mesma forma, estimar o impacto do crescimento econômico devido ao uso i ntensivo do co nhecimento a presenta di ficuldades. O i nvestimento e m educação ou e m P &D é g eralmente u tilizado co mo u m i ndicador do conhecimento co mo entrada par a a Sociedade do C onhecimento. C ientistas, técnicos e engenheiros são co nsiderados t rabalhadores do conhecimento, prioritariamente a outras atividades um pouco mais distantes da área científica e tecnológica. A O ECD ( Organisation for Economic Co-operation and Development) desenvolveu um i ndicador co mposto para acompanhar o ‘ Investimento em Conhecimento’ ( ver I tem 2. 5 – Indicadores: T abela 9) , i ncluindo: i nvestimento em P &D, i nvestimento em e ducação, investimento e m T ecnologia d a Informação e C omunicação (TIC). A partir desta medida, pode-se identificar o investimento dos países em três grupos (4): Alto investimento econômico (aproximadamente 6% do PIB) Médio investimento econômico (aproximadamente 3-4% do PIB) Baixo investimento econômico (aproximadamente 2-3% do PIB) Na Tabela 2 a seguir, dentro deste contexto, estão identificados dez dos quatorze países analisados neste documento. Tabela 2 - Categorias de Investimento Econômico Grupos 1994 % Alto Investimento Estados Unidos 5,4 Finlândia 4,7 Coréia do Sul 4,9 Japão 3,9 Médio Investimento Austrália 3,9 França 3,4 Reino Unido 3,5 Baixo Investimento Espanha 2,1 Nova Zelândia -Irlanda 2,6 Fonte: OECD Factbook 2006, p 131 (4) ANEXO 3 2002 % alteração % 6,6 6,1 5,9 5,0 + 1,2 + 1,4 + 1,0 + 1,1 4,1 3,7 3,7 + 0,2 + 0,3 +0,2 2,8 2,8 2,4 + 0,7 -- 0,2 23 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação Algumas ca racterísticas podem s er aq ui i ndicadas como fatores de identificação de uma S ociedade do Conhecimento, m erecendo anál ise m ais profunda para o seu melhor entendimento (1): População co m elevado nível de ed ucação e m co mparação c om outras sociedades, apresentando cr escimento desta f orça de trabalho como trabalhadores do conhecimento; Produção com base na inteligência artificial; As organizações – governo, empresas privadas e sociedade civil – estão se transformando em organizações inteligentes; Crescimento do conhecimento organizacional na forma de sistemas digitais, r epositórios de d ados, si stemas inteligentes, pl anos organizacionais e outros meios; Existência de m uitos ce ntros de ex celência e um a produção descentralizada do conhecimento; Maior cl areza na di ferença e ntre produção do co nhecimento e utilização do conhecimento. De acordo com Evers (1), conceituar Sociedade do Conhecimento pode induzir à co nfusão c om o q ue se en tende por S ociedade da Informação, conferindo-se maior ên fase e r elevância à Tecnologia d a I nformação e Comunicação ( TIC). Este é u m ca minho que nor malmente s ugere-se co mo equivocado, mantendo ainda o pe nsamento aderente à cu ltura epistemológica da Sociedade Industrial. Agora, não é o ‘hardware’, mas sim o ‘software’, sendo esta a p edra fundamental d a S ociedade d o Conhecimento. N esta direção, n a Sociedade d o C onhecimento, os si stemas não dependem somente d a tecnologia empregada, mas são determinados por seu conteúdo, significado e conhecimento. 2.2. Economia do Conhecimento A E conomia do C onhecimento é mais usualmente def inida ( 7) considerando a bas ANEXO 3 e das organizações em t ermos de t ecnologia e 24 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação conhecimento: investimento e m P&D, alta utilização de t ecnologias de informação e co municação e u m grande número de graduados e profissionais nas áreas de ci ência, eng enharia e t ecnologia. C abe a r essalva q ue u ma definição co mpleta s eria de di fícil al cance, p osto q ue a e conomia do conhecimento aplica-se a todos os tipos de organizações. A Economia do Conhecimento apresenta dois vetores fundamentais: (a) o aum ento das atividades econômicas intensivas em co nhecimento e ( b) a globalização eco nômica. E nquanto o pr imeiro a presenta c omo fatores motivadores a r evolução t ecnológica e o ac elerado r itmo d e su a mudança, o segundo v etor – globalização – tem n a desr egulamentação naci onal e internacional e, t ambém, na r evolução t ecnológica se us pr incipais fatores. Porém, cabe ressaltar que a t erminologia Economia do C onhecimento afeta a toda u ma nova est rutura eco nômica q ue e stá em ergindo na at ualidade, nã o somente vinculada a um dos vetores mencionados, ou sua combinação. O que atesta por sua complexidade de análise. Nos últimos vinte e ci nco an os houve um a explosão na aplicação das tecnologias de i nformática e de c omunicação e m t odas as áreas, t anto em negócios empresariais como na vida diária das pessoas. Este fato foi motivado, entre outros, pela queda drástica do valor dos equipamentos de informática e pelo r ápido d esenvolvimento d e r elevantes aplicações para at ender necessidades de usuários. Digitalização, sistemas abertos, desenvolvimento de software e t ecnologias de su porte – tecnologias de sca nner e i magens, repositórios, memória, apr esentação d e mídias e có pias – refletem o s profundos avanços percebidos pelos usuários referentes ao potencial d a revolução das tecnologias da i nformação. A nteriormente, e nquanto os momentos de transição estavam centrados em produtos específicos ou setores industriais, a t ecnologia da i nformação er a genérica. S eu i mpacto oco rre e m todo e qualquer elemento da economia, em bens como em serviços, em cada elemento da cadeia produtiva, na pesquisa e desenvolvimento da produção, no marketing e na distribuição (2). ANEXO 3 25 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação A g lobalização, o ou tro v etor dest a n ova eco nomia, Economia d o Conhecimento, est á a feta à r ápida g lobalização das at ividades econômicas. Mesmo c onsiderando out ros períodos com r elativa ab ertura eco nômica mundial, o momento atual apresenta-se como sem precedentes, considerando seu ritmo evolutivo e sua abrangência. Algumas características da E conomia do C onhecimento p odem s er aqui indicadas (4): A Ec onomia d oC onhecimento r epresenta u ma l eve descontinuidade co m o pass ado, n ão p ode se r co nsiderada u ma ‘nova’ eco nomia so b um nov o co njunto d e ‘ novas’ l eis e ‘ novas’ regras econômicas; A Economia do Conhecimento está presente em todos os setores econômicos, não so mente nas empresas intensivas em conhecimento; A E conomia do C onhecimento apr esenta el evada ut ilização das tecnologias de i nformação e co municação, e m co nstante crescimento, bas eada em um a m assa de t rabalhadores altamente qualificada e bem educada; A E conomia do C onhecimento a presenta m aior fração de investimento em ativos intangíveis, quando comparados com capital físico; A E conomia do C onhecimento co nsiste e m organizações inovadoras utilizando novas tecnologias para introdução da inovação em organizações, processos e produtos; As organizações da E conomia d o C onhecimento r eorganizam o trabalho par a per mitir ca pturar, estocar, co mbinar e co mpartilhar o conhecimento através de novas práticas de gestão do conhecimento. ANEXO 3 26 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação 2.3. Organizações Intensivas em Conhecimento Para ca racterizar as necessário av aliação dos Organizações Intensivas em C onhecimento é Setores Intensivos em C onhecimento. C omo anteriormente comentado, a Economia do Conhecimento é f requentemente definida em t ermos de i ndústrias i ntensivas em c onhecimento co m su a produção baseada na tecnologia da i nformação e co municação, sua utilização e co mpartilhamento e um a força d e t rabalho al tamente q ualificada. A s definições estavam i nicialmente focadas na m anufatura e frequentemente utilizavam a P &D in tensiva co mo u m i ndicador par a di stinguir os setores com alto, médio e baixo uso de tecnologia. E sta definição vem sofrendo constante alteração, i ncluindo s etores de se rviços que, por u m l ado, apr esentam b aixo investimento em P&D, por ém, por ou tro, sã o usu ários intensivos de al ta tecnologia ou apr esentam el evada ca pacidade e habi lidade p ara ut ilizar os benefícios da inovação tecnológica (4). Neste co ntexto, há um pr imeiro se tor a c onsiderar, i dentificado aq ui como M ercado B ase, co mposto p or or ganizações das áreas de m anufatura com alta e média tecnologia, financeira, seguros, telecomunicações e serviços empresariais. C ritérios e d efinições mais recentes já i ncluem outras áreas, como s aúde e educação. A tualmente, documentos da O ECD apont am para inclusão de n ovas áreas que apr esentam el evada i ncorporação d e at ividades intensivas de co nhecimento, t ais como ár ea cu ltural e i ndústrias de di versão. Retorna-se assim ao fato de que a Economia do C onhecimento é um conceito aplicável a t odo o co ntexto ec onômico – envolvendo t odos os s etores, nã o somente aqueles vinculadas à alta tecnologia. Outro se tor q ue nã o pode se r des prezado, t ambém por i mportância econômica, é o s etor de v arejo, ou as organizações que nel e o peram. E ste setor é u m i ntenso u suário das tecnologias de i nformação e c omunicação, responsáveis pelo imenso aumento de sua produtividade, fruto da combinação de modernas práticas de mercado e do uso inteligente das TIC. ANEXO 3 27 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação A T abela 3 a presenta a ev olução des tes conceitos, i ndicando o uso intensivo do conhecimento no Mercado Base, acima identificado, e em todo o conjunto de setores, como comentado (4). Avaliando estas informações, notase q ue a I rlanda é o país da C omunidade Européia q ue se apr esenta mais fortemente vinculado à Economia do Conhecimento, com 47,8% das atividades vinculadas ao uso i ntensivo do co nhecimento, se guido pelos Estados Unidos, Alemanha e Suécia. ANEXO 3 28 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação Tabela 3 - Participação no PIB de setores com uso intensivo do conhecimento Fonte: OECD Science and Tecnology Scoreboard 2005 (4) Por outro lado, adotando-se a de finição do Gabinete de E statísticas da União E uropéia ( Eurostat), o nde a i dentificação do co njunto de setores fica ampliada e m r elação à O ECD, i ncluindo-se os setores de di versão, c ultura, esportes e t urismo, pode-se av aliar o r elevante i mpacto d a E conomia do ANEXO 3 29 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação Conhecimento nas organizações atuais (7). A s tabelas 4 e 5 r eferem-se a o grupo de 15 países (EU15) da Comunidade Européia. Tabela 4 - Nível de emprego em empresas intensivas em conhecimento, com referência aos países - Grupo EU15 da Comunidade Européia Fonte: (7) - Eurostat Tabela 5 - Nível de emprego em empresas intensivas em conhecimento, com referência aos setores – Grupo EU15 da Comunidade Européia Fonte: (7) - Eurostat ANEXO 3 30 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação 2.4. Trabalhadores do Conhecimento Em u m n ovo co ntexto, ond e o pr incipal fator de pr odução pass a a se r o conhecimento, t rabalhadores que ac ompanham esta t ransição a presentam o ‘rótulo’ que se convenciona chamar de ‘Trabalhadores do C onhecimento’. A definição d este t ítulo t em a v antagem d e se r multisetorial, ev itando-se as dificuldades já co mentadas relativas ao setor i ndustrial. Alguns caminhos podem se r i dentificados como co ntribuições para u ma d efinição de Trabalhadores do Conhecimento: Todos aqueles que trabalham em três ocupações típicas: gestores, engenheiros e técnicos; Todos aqueles que apr esentam el evado ní vel de habilidades e elevada qualificação educacional; Todos aqueles que desenvolvem tarefas que requer excelência de raciocínio e h abilidade par a co municação complexa co m o uso de computadores. Avaliando a ev olução dest a n ova t ipologia de t rabalhadores, o Reino Unido r ealizou um a projeção para o an o de 2014, buscando avaliar o av anço dos tipos ocupacionais de se us t rabalhadores, co nsiderando q uatro t ipos d e atividades, conforme ilustra a Tabela 6 a seguir. Tabela 6 - Projeção Ocupacional de Trabalhadores do Conhecimento na Economia do Reino Unido Ocupação 1984 1994 2004 2014 Variação % % % % % Trabalhadores do 31 36 41 45 + 45 Conhecimento Serviços pessoais, 25 28 28 28 + 12 comércio, adm. Serviços 28 23 19 18 - 36 Manuais Serviços sem 16 14 11 9 - 44 qualificação Fonte: (4) Uma f orma para m elhor apropriar a t ipificação oc upacional d estas categorias está i ndicada e m ( 4), su gerindo a se guinte di visão par a as habilidades humanas: ANEXO 3 31 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação Excelência de pensamento: solução d e pr oblemas onde as regras existentes não se aplicam; Comunicação co mplexa: i nteração co m outras pessoas com a intenção de a dquirir o u co nvencer so bre i nformações, per suadindo outras pessoas de su as implicações, t ais como: g estores, professores, vendedores; Rotina co gnitiva: dese nvolvimento d e t arefas mentais próprias da capacidade c ognitiva humana, poi s são frequentemente v ulneráveis para serem informatizadas vista a inerente tomada de decisão; Tarefas manuais não r otineiras: t arefas físicas que ex ijam di fícil capacidade d e co ntrole, às v ezes muscular, às vezes ótico, p or exemplo. Pesquisa recente sugere a adoção de um conjunto de habilidades para a identificação de g estores e ex ecutivos para em presas, no se ntido de g arantir vantagens competitivas para o ano de 2020 (4), definindo distintas categorias. 2.5. Indicadores da Sociedade do Conhecimento Vários são os indicadores utilizados para a valiar o gr au de i nserção e crescimento de um a so ciedade nest a nova era com f oco no conhecimento. Dependendo do ce ntro est atístico de est udo e ac ompanhamento, ocorrem mensurações sobre i ndicadores distintos. A O ECD adota e o ferece v ários estudos, pr incipalmente co m b ase e m se us países membros, assim co mo d e outros, a par tir de est udos esp ecíficos. A presentando atualmente um contingente de mais de t rinta m embros, s eguidamente a O ECD r eferenda análises com foco em todo o seu conjunto, ou particionando a s ua amostra no contexto de 1 5 m embros (EU15), ou v inte e ci nco m embros (EU25), por exemplo. Ao longo do presente trabalho, algumas amostras de dados estarão elencadas dentro deste objetivo. A se guir, co mo i lustração ao complemento des te C apítulo, é apresentado um conjunto de indicadores dos paises da OECD, f ortemente ANEXO 3 32 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação considerados na E conomia do C onhecimento ( Fonte: O ECD F actbook 2007: Economic, Environmental and Social Statistics). Indicador 1: Investimento em P&D Indicador 2: Pesquisadores Indicador 3: Investimento em TIC em locais não residenciais Indicador 4: Patentes Indicador 5: Telefones Celulares Indicador 6: Casas com acesso a computador Indicador 7: Investimento em Educação Indicador 8: PIB por hora trabalhada Indicador 9: Investimento em Conhecimento. ANEXO 3 33 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação OECD Factbook 2007: Economic, Environmental and Social Statistics - ISBN 92-64-029 Science and technology - Research and Development (R&D) - Expenditure on R&D Indicador 1: Gross domestic expenditure on R&D As a percentage of GDP, 2005 or latest available year ANEXO 3 Mexico 0,43 Slovak Republic 0,53 Poland 0,58 Greece 0,62 Turkey 0,66 India 0,69 Portugal 0,78 South Africa 0,87 Hungary 0,89 Brazil 0,91 Spain 1,07 Italy 1,11 New Zealand Russian Federation 1,14 Ireland 1,20 Czech Republic 1,27 China 1,34 Norway 1,61 Australia 1,64 Luxembourg 1,75 Netherlands 1,78 United Kingdom 1,88 Belgium 1,90 EU15 1,90 Canada 1,96 France 2,16 OECD Total 2,26 Austria 2,35 Denmark 2,48 Germany 2,49 United States 2,68 Korea 2,85 Japan 3,13 Iceland 2,92 Finland 3,51 Switzerland 2,94 Sweden 3,95 1,16 34 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação OECD Factbook 2007: Economic, Environmental and Social Statistics - ISBN 92-64-02946-X - © OECD 2007 Science and technology - Research and Development (R&D) - Researchers Indicador 2: Researchers Per thousand employed, full-time equivalent, 2004 or latest available year ANEXO 3 Mexico 0,8 Brazil 1,0 Turkey 1,1 China 1,5 South Africa 1,6 Italy 2,9 Czech Republic 3,4 Hungary 3,8 Greece 3,9 Portugal 4,0 Netherlands 4,5 Poland 4,6 Slovak Republic 5,2 United Kingdom 5,5 Spain 5,5 Austria 5,8 Ireland 5,8 Switzerland 6,1 EU15 6,1 OECD Total 6,9 Korea 6,9 Germany Russian Federation 7,0 Luxembourg 7,1 Canada 7,2 Belgium 7,7 France 7,8 Australia 7,8 New Zealand 10,2 Norway 9,2 Japan 10,4 Denmark 9,5 Sweden 11,0 United States 9,6 Finland 17,3 7,1 35 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação OECD Factbook 2007: Economic, Environmental and Social Statistics - ISBN 92-64 02946-X - © OECD 2007 Science and technology, Information and Communications Technology (ICT), Investment in ICT Indicador 3: Shares of ICT investment in non-residential fixed capital formation As a percentage of total non-residential fixed capital formation, total economy, 2005 or latest available year ANEXO 3 Ireland 8,1 Greece 10,8 Spain 11,6 Norway 12,6 Austria 13,2 Portugal 13,6 Germany 15,3 Korea 15,5 Italy 15,8 Japan 15,9 France 16,4 Canada 17,0 Netherlands 17,8 Denmark 19,6 New Zealand 19,6 Belgium 19,9 Australia United Kingdom 21,6 Finland 26,6 Sweden 26,6 United States 27,8 21,8 36 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação OECD F actbook 2007: E conomic, E nvironmental and Social S tatistics - ISBN 9 2-64 02946-X - © OECD 2007 Science and technology - Research and Development (R&D) – Patents Indicador 4: Share of countries in triadic patent families Percentage, Year 2003 United States EU25 Japan Others OECD 37,1% 30,9% 26,2% 5,8% Source: OECD, Patent database, November 2006. ANEXO 3 37 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação OECD Factbook 2007: Economic, Environmental and Social Statistics - ISBN 92-64-02946-X – © OECD 2007 Science and technology - Communications - Number of telephone access Indicador 5: Mobile cellular subscribers OECD and non-OECD share in the world total, 1996-2004 OECD share Non-OECD share ANEXO 3 1996 83,0 1997 79,4 1998 77,3 1999 74,0 2000 69,5 2001 63,5 2002 58,0 2003 52,5 2004 47,2 17,0 20,6 22,7 26,0 30,5 36,5 42,0 47,5 52,8 38 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação OECD Factbook 2007: Economic, Environmental and Social Statistics - ISBN 92-64-02946-X - © OECD 2007 Science and technology - Information and Communications Technology (ICT) - Computer and internet access by households Indicador 6: Households with access to home computer Percentage of all households, 2005 or latest available year ANEXO 3 Turkey 10,2 Mexico 18,4 Czech Republic 30,0 Greece 32,6 Poland 40,1 Hungary 42,3 Portugal 42,5 Italy 45,7 Slovak Republic 46,7 New Zealand 47,0 France 49,8 Spain 54,6 Ireland 54,9 United States 61,8 Austria 63,1 Finland 64,0 Australia 67,0 Canada 68,7 Germany 69,9 United Kingdom 70,0 Korea 78,9 Switzerland 70,6 Sweden 79,7 Norway 74,2 Japan 80,5 Luxembourg 74,5 Denmark 83,8 Netherlands 77,9 Iceland 89,3 39 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação OECD Factbook 2007: Economic, Environmental and Social Statistics - ISBN 92-64-02946-X - © OECD 2007 Education - Expenditure on education - Public and private education expenditure Indicador 7: Total expenditure on educational institutions for all levels of education As a percentage of GDP 1995 Turkey 2,3 3,7 Greece 3,0 4,2 Ireland 5,2 4,4 Spain Czech Republic Slovak Republic 5,3 4,7 5,1 4,7 4,7 4,7 Japan 4,7 4,8 Netherlands 4,7 5,0 .. 5,1 Germany 5,4 5,3 Austria 6,1 5,5 Australia 5,5 5,8 Portugal 5,3 5,9 Canada United Kingdom 7,0 5,9 5,5 6,1 Hungary 5,4 6,1 Belgium .. 6,1 Italy Finland 6,3 6,1 OECD Total .. 6,3 France .. 6,3 Poland .. 6,4 Switzerland .. 6,5 Norway 7,1 6,6 Sweden 6,2 6,7 Mexico 5,6 6,8 .. 6,8 Denmark 6,2 7,0 United States 7,2 7,5 New Zealand Korea ANEXO 3 2003 .. 7,5 Iceland 95 2003 .. 8,0 40 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação OECD Factbook 2007: Economic, Environmental and Social Statistics - ISBN 92-64-02946-X - © OECD 2007 Macroeconomic trends - Productivity - Labour productivity Indicador 8: GDP per hour worked Avarage annual growth in percentage, 2000-2005 or latest available period Portugal 0,2 Italy 0,3 Mexico 0,4 Spain 0,8 Switzerland 0,9 Netherlands 0,9 Austria 1,0 New Zealand 1,0 Belgium 1,1 Canada 1,1 Luxembourg 1,2 Denmark 1,3 Germany 1,3 France 1,5 Australia 1,7 United Kingdom 1,8 OECD Total 1,9 Finland 2,0 Norway 2,3 Japan 2,4 Sweden 2,4 United States 2,5 Ireland 3,0 Greece 4,0 Poland 4,1 Iceland 4,2 Korea 4,3 Hungary 4,7 Czech Republic ANEXO 3 Slovak 4,7 Republic 4,9 41 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação OECD Factbook 2006 - ISBN 92-64-03561-3 - © OECD 2006 Science and technology - research and development (R&D) investment in knowledge Investment in knowledge As a percentage of GDP, 2002 or latest available year ANEXO 3 Indicador 9: Investment in knowledge Portugal 1,8 As a percentage of GDP, 2002 or latest available year Greece 1,9 Italy 2,4 Ireland 2,4 New Zealand 2,8 Spain 2,8 Austria United Kingdom 3,4 France 3,7 Netherlands 3,8 EU15 3,8 Belgium 3,8 Germany 3,9 Australia 4,1 Canada 4,7 Japan 5,0 OECD total 5,2 Denmark 5,5 Korea 5,9 United States 6,6 Finland 6,1 Sweden 6,8 3,7 42 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação 2.6. Referências 1. EVERS, H ans-Dieter. T owards a M alaysian K nowledge S ociety. T hird International Malaysian Studies Conference (MSC3). Bangi. 2001. 2. HOUGHTON, Jo hn. S HEEHAN, P eter. A P rimer on t he K nowledge E conomy. Centre for Strategic Economic Studies. Melbourne City MC, Austrália. 2000. 25 p. 3. DTI. D epartment o f T rade a nd I ndustry. A R egional P erspective on t Knowledge Economy in Great Britain. London. 2002. 54 p. he 4. BRINKLEY, I an. D efining t he kn owledge eco nomy. T he Work Foundation. London. 2006. 31 p. 5. DTI. D epartment o f Trade an d I ndustry. Science & I nnovation: i nvestiment framework 2004 – 2014. London. 2004. 200 p. 6. Lambert Review Report. Final Report. 12 2003 7. BRINKLEY, I an. L EE, N eil. T he kn owledge eco nomy i n E urope. T he Work Foundation. London. 2007. 31 p. ANEXO 3 43 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação ANEXO 3 44 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação 3. Planos de países baseados na economia do conhecimento 3.1. Introdução Dentro d o escopo d este t rabalho, foram e scolhidos países que pud essem oferecer relevância em sua análise, não somente pela sua recente emergência, mas também por sua história e tradição no desenvolvimento mundial. Com vistas a a mpliar o esp ectro de a brangência d este estudo, o ptou-se por agrupar este conjunto de países em três grupos, sem configurá-los necessariamente por r azões sócio-políticas já est abelecidas, m as por a finidades que pod eriam enriquecer este trabalho. Estes Grupos assim compostos estão indicados na Tabela 7. Tabela 7 - Relação de países analisados por Grupo Grupo G1: América do Norte G2: União Européia G3: Ásia Paises Estados Unidos Espanha Finlândia França Nova Zelândia Irlanda Reino Unido China Coréia do Sul Índia Japão Malásia Singapura Taiwan Os itens seguintes deste Capítulo 3 estão apresentados por Grupo e por país, propondo-se u ma abordagem q ue poss a t ornar su a l eitura e interpretação m ais homogênea e passí vel de c omparação. Neste as pecto, c abe dest acar q ue a diversidade e a cu ltura dos países integrantes deste estudo t ornam co mplexa est a uniformidade, em que pese ter sido esta o objeto do trabalho. Neste sentido, para cada país foi proposta a identificação a partir de subitens que possa m apr esentar co ndutas de g overno e de so ciedade co mpatíveis com os 45 ANEXO 3 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação momentos at uais. O corte e e nquadramento d estes t emas, p or v ezes de di fícil visualização (até mesmo por não existirem em alguns momentos) nem sempre foram possíveis de f orma cl ara e pr ecisa, r azão pel a q ual se su gere q ue a su a l eitura considere o co njunto da ab ordagem para ca da p aís como fruto de u ma ação sistêmica e orgânica. O ex trato d e ca da país apresentado na se qüência co ntempla a abordagem dos itens a seguir. Contexto. Apresentando-se seu contexto e procurando-se quando possível o foco de suas relações com a Sociedade do Conhecimento. Políticas Públicas. Descrevem-se os planos e m arcos legais desenvolvidos ou em de senvolvimento co m v istas à d efinição d e di retrizes em nível de g overno com foco no conhecimento e inovação. Instrumentos e Ações. Onde estão identificadas ações efetivas implantadas, procurando-se r eferenciar se us instrumentos de a poio, metas, obj etivos e resultados, sempre que possível esta identificação. Papel dos PCTs. De forma ainda mais convergente com esta temática, estão postadas iniciativas estritamente v inculadas a P arques Tecnológicos, ou m esmo Parques de Inovação, procurando-se citar experiências de sucesso e sua relevância para a sociedade na qual estão inseridos. Referências. Utilizadas como f onte e s ubsidio, pr ocurando-se o ferecer possibilidade de maior apr ofundamento nos temas abordados, l imitados, de ntro d o escopo deste trabalho, a sua síntese. Informações Complementares. Apresentação de dados tabulados de ca da país, q uando i dentificados indicadores que poder iam ag regar valor a su a anál ise individual, ou p ela c omparação co m os demais e, em u ma l eitura mais ampla, inclusive com o Brasil. ANEXO 3 46 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação 3.2. Grupo 1: União Européia 3.2.1. Espanha 3.2.1.1. Contexto Desde o ano de 19 65, a m aior p arte d os países membros da O rganização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) já contava com políticas explícitas de C iência e T ecnologia ( C&T), porém, na E spanha o s passos que se deram n este se ntido foram de al cance menor. D urante as décadas de se ssenta e setenta, era cl ara a diferença e ntre a r ealidade esp anhola ( estagnada) e a dos países ocidentais. (1) Esta situação só começou a mudar durante os anos de transição política, na segunda metade da década de 1970, se ndo q ue e m 19 78 foi cr iado o C entro de Desenvolvimento Tecnológico Industrial (Centro de Desarrollo Tecnológico Industrial - CDTI) e, no m esmo ano, o M inistério de Universidades e P esquisa, o q ual t eve uma vida efêmera. (1) Apenas na segunda metade da década de 1980 q ue a E spanha abordou de forma sistemática a de finição e o des envolvimento de pol íticas públicas de apoio a C&T. Esses vinte anos de atraso com relação aos países vizinhos trouxeram ao país uma si tuação bem d esfavorável. U m ex emplo disso é q ue, n o an o d e 19 86, enquanto o gasto total espanhol (público e privado) em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) foi de 0,3% de seu Produto Interno Bruto (PIB), a média dos países europeus girava em torno de 2%. Desde então a si tuação vem evoluindo de forma favorável, significativamente i nfluenciada p elo i ngresso do país na C omunidade Européia em 1986. (1) Já n a d écada de 1 990, d entre os países europeus, a Espanha ai nda apresentava u m co nsiderável at raso e m matéria de P esquisa, D esenvolvimento e Inovação (P&D&I) tanto no que se refere aos investimentos totais relativos ao PIB do país, q uanto à par ticipação e mpresarial n o financiamento des tes investimentos. Existia um escasso apr oveitamento do co nhecimento g erado p elos Institutos Públicos de P esquisa se ndo q ue, um si ntoma desse d éficit t ecnológico er a q ue as empresas espanholas solicitavam dez habitantes que a m édia dos vezes menos patentes por m ilhão d e países da U nião E uropéia ( UE). A s empresas espanholas ai nda sã o p ouco e mpreendedoras e i sso ocorre devido à falta de ANEXO 3 47 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação cooperação e ntre as peq uenas e m édias em presas, o bai xo i nvestimento em inovação e pequena distribuição de venture capital. (2) As responsabilidades sobre as políticas de pesquisa e inovação, que no final da d écada de 1990 e i nício do ano 20 00 estavam a ca rgo d o a ntigo M inistério de Ciência e Tecnologia (MCYT), foram dividas em dois novos ministérios: Ministério da Educação e C iência (MEC) e Ministério da I ndústria, C omércio e T urismo. O Ministério da E conomia e Finanças é responsável pela Políticas Fiscal Espanhola e por todo desenvolvimento orçamentário público. (3) Conferir adeq uada coordenação à p olítica de i novação, a pesar d a descentralização das responsabilidades, co nstitui o m aior des afio par a o futuro e grande i mportância para se or ganizar um bom fluxo d e i nformação e u m eficiente sistema d e t omada d e deci são e nvolvendo stakeholders e ut ilizando f erramentas inteligentes e modernas. (3) No ano de 2 005 o g overno esp anhol publ icou Convergência e Emprego Programa Nacional de Reformas da Espanha (Convergencia Y Empleo Programa Nacional de Reformas de España) para fortalecer sua economia, sendo que um dos principais objetivos da r eforma é o i nvestimento e m i novação tecnológica e o suporte às empresas start-ups, fixando obj etivos para g astos em P&D e so ciedade d a i nformação, u tilizando f erramentas, co mo: m ais recursos focados em novas ações respondendo aos principais desafios do Sistema Espanhol de C&T; reforma regulatória para a área de P&D&I; novo sistema de monitoramento e avaliação das políticas de P&D&I. (3) 3.2.1.2. Políticas Públicas Os países europeus, notavelmente os que compõem a U E, compartilham de objetivos comuns em termos de política de inovação, baseados na “Lisbon Strategy”. Em m arço de 20 00, o Conselho E uropeu de Lisboa est abeleceu que o obj etivo estratégico da U E pa ra a pr imeira déca da do sé culo X XI er a: tornar-se a m ais competitiva e di nâmica eco nomia b aseada no co nhecimento do mundo, ca paz de um crescimento sustentável da economia, com mais e melhores empregos e maior coesão so cial. N este sentido, a promoção de i novação é o pi lar central d a Lisbon Strategy, visto que é o elemento chave para uma empresa, setor, região ou país se tornar competitivo. (3) ANEXO 3 48 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação Na E spanha, de ntre os principais desafios para o su cesso do S istema Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (C&T&I) estão: - as limitações orçamentárias; - a f alta d e co operação ent re u niversidades e em presas, dad o o pr ocesso burocrático de a plicação dos fundos públicos para desenvolvimento d e pr ojetos tecnológicos; - a f alta de uma estrutura estratégica comum da a dministração central, visto que ca da um d os dezessete g overnos regionais espanhóis possui su a pr ópria estratégia para política de inovação. (3) Como j á mencionado a nteriormente, no ano de 2 005 foi aprovado o Programa Nacional de Reformas da Espanha que se c onstitui na r eferência fundamental d a p olítica ec onômica do g overno es panhol entre os an os de 2 005 e 2010, i ncluindo um a fase de pr omoção, u ma de co municação e i nformação e um a fase de formação. A est rutura d o P rograma i nicia-se com u m diagnóstico da economia esp anhola, base ado e m estatísticas atualizadas e c onsiderando-se o processo de globalização que inclui novos países emergentes; depois são indicados os principais objetivos do programa em torno do desafio de se atingir a convergência com U E e m 2010, tanto e m r enda p er ca pita q uanto em e mpregos; e por fim, s ão delineados os sete pilares (linhas centrais) de at uação do programa para se atingir tais objetivos: (2) 1. Reforço da estabilidade macroeconômica e orçamentária; 2. Plano E stratégico de Infra-estrutura e T ransporte (Plan Estratégico de Infraestructuras y Transporte - PEIT); 3. Aumento e melhoria do capital humano; 4. Estratégia de P&D&I (INGENIO 2010); 5. Maior co mpetência, m elhor r egulamentação e e ficiência das administrações públicas e competitividade; 6. Mercado de trabalho e diálogo social; e 7. Plano de Fomento Empresarial. (2) A seguir, são descritos os principais planos espanhóis para a área de P&D&I: Plano Nacional de Pesquisa Científica, Desenvolvimento e Inovação Tecnológica 2004-2007: (4) ANEXO 3 49 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação Este plano é a linha central da política espanhola de P&D&I entre os anos de 2 004 e 2 007, b uscando co ntribuir par a a g eração d e co nhecimento a serviço da so ciedade. E ste plano é ch ave par a s e manter o r itmo de crescimento ec onômico e so cial d o p aís, pr etendendo alcançar investimentos de 1,4% do PIB em P&D no ano de 2007 e, em inovação, a meta a ser atingida é de 2,5% do PIB 2007. A el aboração do pl ano co ntou co m a mpla participação de experts das universidades, i nstitutos públicos, ce ntros tecnológicos e de e mpresas e, entre os principais objetivos listam-se: 1. Buscar i ncremento d o ní vel das áreas de ci ência e t ecnologia espanholas; 2. Aumentar os r ecursos humanos em P &D&I n os setores pú blico e privado; 3. Reforçar os direitos e garantias dos pesquisadores; 4. Fortalecer a par ticipação i nternacional d e pesquisas espanholas em C&T, principalmente na Europa; 5. Potencializar o papel da pesquisa básica; e 6. Melhorar a co mpartilhamento d os avanços produzidos com a sociedade. Programa INGENIO 2010 (5) A Espanha ocupa as últimas posições dos principais indicadores de C&T da U E. E xemplos disso pode m se r obse rvados nos números do ano de 2003: os recursos, em termos do PIB espanhol, destinados à área de C&T foram de aproximadamente metade da média dos países da UE; das 500 empresas da U E q ue m ais investiram e m P &D, a penas nove er am espanholas; o número de p atentes registradas foi dez vezes menor que o da França e Reino Unido. A U E, at ravés do co mpromisso firmado n a E stratégia de Li sboa, pr opõe que até o a no 2010 os investimentos em P&D&I alcancem 3% do PIB. A Espanha está bastante distante da realidade dos países vizinhos e é neste sentido q ue o g overno esp anhol f oca t odos os esforços neste se tor ANEXO 3 50 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação através do P rograma I NGENIO 2010, u m co mpromisso q ue pr etende envolver o E stado, as empresas, as universidades e as instituições públicas de pesquisa no esforço para se alcançar o nível correspondente ao peso econômico e político da Europa. O programa estabelece objetivos para a umentar os investimentos em P&D&I r elativos ao P IB, promover o financiamento privado dest es i nvestimentos, au mentar a porcentagem d o PIB des tinado as Tecnologias de I nformação e C omunicação ( TICs) e propiciar mais recursos, melhor gestão das políticas existentes e foco em novos recursos destinados a ações estratégicas para o sistema de P&D&I com objetivos mais ambiciosos (ver Figura 3.1). Figura 3.1 - Impacto do Programa INGENIO Fonte: Programa INGENIO (5) A seguir, são explicitados os principais objetivos do programa: 1. Alcançar o i nvestimento de 2% d o P IB de stinado a P&D em 201 0, o que contribuirá para o cu mprimento da es tratégia de Li sboa ( ver Figura 3.2). ANEXO 3 51 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação Figura 3.2 - Novos objetivos de investimento em P&D relativos ao PIB Fonte: Programa INGENIO (5) 2. Atingir 55% d e i nvestimento da i niciativa pr ivada em P &D em 2 010, interrompendo a t endência neg ativa dos últimos anos, u ma v ez q ue a Estratégia d e Lisboa estabelece co mo objetivo q ue em 20 10 dois terços dos investimentos em P&D da UE sejam financiados com fundos privados (ver Figura 3.3). Figura 3.3 - Novos objetivos de investimento pelo setor privado Fonte: Programa INGENIO (5) ANEXO 3 52 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação 3. Alcançar a média d a U E de p orcentagem do P IB des tinado a T IC (Plano AVANZA), passando de 4,8% em 2004 a 7% em 2010 (ver Figura 3.4). Figura 3.4 - Impacto do Plano sobre a convergência com a UE em termos de investimentos em TIC Fonte: Programa INGENIO (5) 3.2.1.3. Instrumentos e Ações A Lei de Ciência (abril de 19 86) foi u m i nstrumento fundamental par a se estabelecer a i mportância e pr ioridade q ue a ci ência j á r epresentava par a a sociedade espanhola. Este instrumento colocou em evidência a r epercussão social de seus atores (os cientistas), o que introduziu uma nova etapa de desenvolvimento mais flexível e co ordenada. As atividades foram estruturadas em um plano geral, o Plano Nacional, com planejamento plurianual para dar continuidade ao si stema. Foi estabelecida uma normativa para os Organismos Públicos de Pesquisa (Organismos Públicos de Investigación - OPIS) q ue os r edefiniu dentro d o esq uema g eral, fomentando as atividades de P&D. (6) O Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (Fondo Europeo de Desarrollo Regional - FEDER) também se ca racteriza co mo u m i mportante instrumento d estinado a c ontribuir c om a r etificação d os principais desequilíbrios regionais na co munidade, ag indo den tro d e um a es tratégia de estrutura g lobal e integrada d o d esenvolvimento su stentável e g arantindo u m e feito sinérgico co m as 53 ANEXO 3 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação intervenções de ou tros fundos est ruturais. O nov o r egime d e programação v igente corresponde ao período entre os anos de 2007 e 201 3. Dentro de suas funções, o FEDER deve dar suporte aos arredores produtivos; à competitividade das empresas, especialmente as pequenas e m édias; à pe squisa e dese nvolvimento t ecnológico; entre outros. (6) Os desdobramentos do P rograma I NGENIO 2010 co nstituem-se co mo as principais ações estratégicas do governo espanhol na área de P&D&I: Programa CENIT (5) O Programa CENIT (Consorcios Estratégicos Nacionales de Investigación Técnica) tem como objetivo aumentar a c ooperação pública e pr ivada em P&D&I. N este se ntido, o pr ograma, co -financiado e m 5 0% p elos setores público e privado, mobilizará €1 bilhão durante quatro anos para financiar grandes linhas de pesquisa i ndustrial al ém de cr iar fundos de c apital de risco ( venture capital) par a nov as empresas de bas e t ecnológica e, também, at ravés do pr ograma T orres Quevedo f omentar a inserção de pesquisadores - doutores no se tor pr ivado, su perando a marca de m il doutores no ano de 2010. Programa CONSOLIDER (5) CONSOLIDER é u ma l inha est ratégica par a co nseguir a ex celência em pesquisa a umentando a c ooperação e ntre pesq uisadores, formando grandes grupos de pesq uisa, c ontratando mais de nov ecentos pesquisadores. Tanto o P rograma C onsolider q uanto o C enit est ão centrados no âmbito da P&D, fundamentais para o crescimento econômico e de empregos sustentáveis a médio e longo prazo. Programa AVANZA (5) AVANZA é o programa para alcançar a média européia nos indicadores da Sociedade do Conhecimento, incrementando a porcentagem de empresas que ut ilizam o co mércio eletrônico de 8 % par a 55% , pr omovendo o governo eletrônico, aumentando as taxas de alunos conectados à internet nas escolas e dobrando o número de lugares com acesso à internet. Este programa se enquadra de ntro d a pol ítica d e i novação co m o i ntuito d e melhorar a pr odutividade e a e ficiência da e conomia espanhola em curto prazo. ANEXO 3 54 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação 3.2.1.4. Papel dos PCTs A Secretaria de E stado das Universidades e Pesquisa Espanhola estabelece diretrizes para a concessão de ajuda do Plano Nacional de P&D&I para implantação e melhoria de infra-estrutura e projetos de P&D realizados nos Parques Científicos e Tecnológicos. A úl tima r esolução, publ icada em B oletim Oficial d e E stado, dat a de março de 2007. Segundo de finição da A ssociação d e P arques Científicos e Tecnológicos da Espanha ( APTE), P arque C ientífico e Tecnológico é u m pr ojeto, g eralmente associado a um espaço físico que possui o papel de: Manter r elações formais e oper acionais com as universidades, c entros de pesquisa e outras instituições do ensino superior; Ser desenhado para impulsionar a criação e o crescimento de empresas baseadas n o co nhecimento e de outras or ganizações de alto v alor agregado do terceiro setor, normalmente residentes no próprio parque; e Possuir um organismo estável de gestão que promova a transferência de tecnologia e fomente a inovação entre as empresas e as organizações do parque. ANEXO 3 55 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação 3.2.1.5. Referências (1) ESPAN HA. El Sistema Español de Innovación - Diagnósticos y Recomendaciones. Fundación Cotec para la Innovación Tecnológica: Madrid, 1998. (2) ESPANHA. Convergencia y Empleo – Programa N acional de R eformas de España: Madrid, 2005. (3) EUROPEAN C OMMISSION. European Innovation Progress Report – Trendchart: Luxemburgo, 2006. (4) ESPANHA. Ministério da Educação e Ciência. Disponível em http://www.mec.es/ciencia/jsp/plantilla.jsp?area=plan_idi&id=2. A cessado e m 1 1 abr 2007. (5) ESPANHA. Programa Ingenio 2010. <http://www.ingenio2010.es.> Acessado em 11 abr 2007. Disponível e m (6) ESPANHA. Ministério da Educação e Ciência. Disponível em <http://www.mec.es/ciencia/jsp/plantilla.jsp?area=parques&id=30>. Acesso em : 1 1 abr 2007. (7) OECD. Economic Policy Reforms - Going for Growth: 2007 (8) Espanha. Indicadores del sistema español de ciencia y tecnología. Ministerio de Educación y Ciencia: 2005. ANEXO 3 56 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação 3.2.1.6. Informações Complementares Figura 3.5. Indicadores Estruturais. Fonte: OECD. Economic Policy Reforms - Going for Growth: 2007 ANEXO 3 57 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação Figura 3.6. Performance Espanhola em Inovação no ano de 2005. Fonte: EUROPEAN COMMISSION. European Innovation Progress Report – Trendchart: Luxemburgo, 2006 ANEXO 3 58 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação Figura 3.7 Inovação Tecnológica nas Empresas Espanholas – Principais variáveis por tamanho da empresa (2003-2004) Fonte: Espanha. Indicadores del sistema español de ciencia y tecnología. Ministerio de Educación y Ciencia: 2005. Figura 3.8 Número de Empresas Inovadoras e Gastos Total de Inovação (2004) Fonte: Espanha. Indicadores del sistema español de ciencia y tecnología. Ministerio de Educación y Ciencia: 2005. ANEXO 3 59 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação Figura 3.9 Gastos em Inovação e Distribuição Percentual por tipo de Atividade Inovadora e Tamanho da Empresa (2003-2004). Fonte: Espanha. Indicadores del sistema español de ciencia y tecnología. Ministerio de Educación y Ciencia: 2005. ANEXO 3 60 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação 3.2.2. Finlândia 3.2.2.1. Contexto A Finlândia, assim como alguns outros países, apresenta peculiaridades que a diferem de países europeus e, sob outros aspectos, apresenta várias semelhanças com a N ova Zelândia, por exemplo. É um país caracterizado por l agos, f lorestas e pela b aixa densi dade populacional, al ém d e si tuar-se di stante do resto d os países europeus. Anteriormente detinha uma economia fortemente baseada na atividade de reflorestamento e extração de madeira, s endo q ue atualmente est a at ividade é responsável por 3,8% do PIB nacional (1), conforme ilustra a Tabela 8. Tabela 8 - The share of the forest industry in the industry in the Finnish economy Percentage, 2004 Woody industry Pulp and paper industry Total forest industry Share of GDP 1.0 2.8 3.8 Share of employment 1.3 1.5 2.8 Share of exports 5.3 18.7 24.0 Fonte: OECD Economic Surveys: Finland. Paris: OECD, 2006. (1) Nas últimas cinco a seis décadas a população agrícola finlandesa sofreu uma redução de 70% p ara 6% , base ada e m um a al teração do per fil m acroeconômico, passando de u ma pr odução pr imária baseada em co mmodities p ara u ma i ndústria baseada em pr odutos e se rviços de al ta t ecnologia. C omo r esultado r ecente, es ta nova at ividade ec onômica a mpliou su a participação em mais de ci nco v ezes na renda per capita da população, fazendo que este indicador sofresse um a elevação muito acentuada. O G overno e su a p opulação co mpreenderam q ue hav ia a nec essidade d e atuar em um novo cenário, segundo novas regras. Neste sentido as estratégias de desenvolvimento sofreram drástica mudança de perfil e o desemprego passou a ficar sob co ntrole. M uitas das empresas com bas e na agricultura foram co nvertidas em novas indústrias baseadas no conhecimento. Um caso notável e de reconhecimento mundial é a Nokia, h oje um sí mbolo da al ta t ecnologia finlandesa. H istoricamente conhecida co mo uma i ndústria de base, co m foco na pr odução de pol pa e p apel, alterou seu business core a partir dos anos 80, tornando-se hoje uma das empresas ANEXO 3 61 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação líderes do mercado mundial de eletrônica, respondendo atualmente por mais de 15% das exportações do país. Estudos recentes justificam a emergência d esta mudança oco rrida em u m curto esp aço de t empo: ex istência de elevada pe netração de t ecnologias da informação junto à população e a clareza de definir estratégias para estas áreas. A p artir da per da de mercados ainda nos anos 90, co mo a di ssolução d a antiga U nião S oviética, o G overno da F inlândia desenvolveu estratégias para suplantar est es novos desa fios. A ções voltadas para a S ociedade da I nformação, lastreadas na desregulamentação do s etor de t elecomunicações, es timularam programas econômicos. A partir da diversificação o país envolveu novas tecnologias (1), t ecnologia de p rocessamento e m anufatura, e nergia, t ecnologia q uímica, tecnologia de construção e economia do conhecimento em um primeiro momento, e, mais recentemente, tecnologias da informação e comunicação, ambiente tecnológico e bi otecnologia. B aseada n este nov o p erfil t ecnológico, a economia finlandesa ampliou sua competitividade, f icando mais imune à f lutuação dos preços das commodities agrícolas. As empresas com foco na i novação tecnológica passa ram a t er u ma atitude mais pró-ativa, não somente aguardando ações governamentais para investimentos em P&D, passando a investir mais do que o dobr o da m édia dos países da OECD (1). Ao f inal dos a nos 90, so mente a e mpresa Nokia era r esponsável por investimentos em P &D su periores à N ova Z elândia. E m per íodos recentes, o investimento da F inlândia t em apresentado um í ndice 5 4% maior do q ue a média dos países da OECD (2). Este desenvolvimento foi possível e viável a partir de uma simultânea política educacional, su stentando el evados indicadores educacionais. O s estudantes têm acesso a os meios computacionais desde as primeiras idades e os currículos educacionais contemplam disciplinas na área de i nformática. Todas as escolas têm acesso à i nternet de banda larga com a utilização de al ta tecnologia; programas de capacitação sofreram forte de manda por pr ofissionais, universidades e esco las técnicas. A formação de bach aréis nas áreas de ciência e t ecnologia é ci nco vezes maior d o q ue os graduados em di reito. A tualmente a F inlândia a presenta-se co mo um país intimamente vinculado à tecnologia da informação, fazendo com que atinja, por exemplo, elevados índices de casas com computador com acesso à internet per 62 ANEXO 3 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação capita ( 57 por 10 0/hab) e í ndices de ca nais telefônicos de a cesso ( 154,2 p or 100/hab), acima da média da OECD (2). A partir de uma análise no European Innovation Scoreboard (EIS) (14) podese avaliar o d esempenho atual da Finlândia sob a luz de v ários indicadores, sendo líder em i novação, co nsiderando-se q uesitos como: cr escimento, competitividade e sofisticação e infra-estrutura tecnológica, ficando somente atrás da Suécia e Suíça. Dentre os seis principais indicadores avaliados, co nforme o European Innovation Progress Report 2006 (EIPR2006) (3), a F inlândia coloca-se entre os três primeiros países da O ECD, se ndo o primeiro nos quesitos de demanda d e i novação e governança i novativa. N este se ntido, o principal d esafio a se r en frentado é a manutenção da posição de l iderança, face às ações pró-ativas de pol íticas de inovação d os demais paí ses, apoiadas i gualmente na ex periência d e su cesso da Finlândia e su as políticas de l ongo pr azo q ue co nduziram o país para o t opo do ranking internacional (3). Baseado neste mesmo documento, uma eventual fraqueza identificada é a bai xa capacidade de inovação de peq uenas e médias empresas, o que não necessariamente é convergente com interpretações encontradas no próprio país, onde o real foco de inovação encontra-se neste momento no desafio de manter a atratividade para investimentos. No conjunto da O ECD, a F inlândia apresenta um desempenho similar à França e à Holanda (3). A Figura 3.10 ilustra a baixa variação da Finlândia em diretrizes de inovação avaliadas a par tir de se te di mensões quando co mparadas à média da U nião Européia, indicada em cinza. ANEXO 3 63 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação Figura 3.10 Fonte: European Innovatrion Progress Report, 2006, Mais recentemente, e m 200 6, a F inlândia par ticipou d e um projeto j unto à OECD, KI SA ( Knowledge-intensive se rvices act ivities) ( 17), j untamente co m o utros dez países da União Européia com vistas à melhoria de sistemas nacionais voltados para a inovação. 3.2.2.2. Políticas Públicas A F inlândia atualmente é u m p aís reconhecido i nternacionalmente co mo um caso exemplar de i mplantação de p olítica de i novação. O bjetivos com foco na inovação f oram f ortemente considerados no contexto da f ormulação do S istema Nacional de I novação (NIS – National Innovation Sytem) (3 ) a partir d o i nicio d os anos 90 do século passado. Este m odelo est á ilustrado na Figura 3.11 a se guir, r elativo ao Sistema d e Ciência e Tecnologia da Finlândia. ANEXO 3 64 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação Figura 3.11 - Modelo do Sistema de Ciência e Tecnologia da Finlândia Fontes: Finnish Innovation System, 2007 (4). Research in Finland. 2006 (5). O N IS r eúne pr odutores e usu ários de n ovas informações, co nhecimento e ‘know-how’, o ferecendo v árias formas de i nteração. D entro d este c ontexto, n o núcleo d o si stema d e i novação est ão: ed ucação, pesquisa e d esenvolvimento e empresas intensivas de co nhecimento. A co operação i nternacional é u ma característica do sistema (4) (5). Avaliação e at ividades de ‘ benchmarking’, al ém d e pol íticas de i nteligência têm si do ex tensamente ut ilizadas pelos tomadores de d ecisão no se ntido d e identificar as forças, fraquezas, o portunidades e a meaças. O rganizações internacionais têm agregado valor no desenvolvimento destas políticas de inovação. De u m modelo anterior, quando a Finlândia postava-se como u m país seguidor de políticas inovadoras, hoje é considerado um modelo a ser seguido. Como i lustrado n a figura ant erior, o C onselho de C &T ( Science and Technology Policy Council) desenvolve suas ações vinculado às agências chave de políticas de i novação, A cademia da F inlândia ( Academy of Finland) e a T EKES – Agência p ara Tecnologia e I novação ( Finnish Funding Agency for Technology and Innovation), p ermitindo u ma co ordenação co njunta de v árias atividades. Outra agência com f orte atividade dentro do m odelo f inlandês é a SITRA (Finnish Innovation Fund). O fato de muitos agentes políticos participarem de v ários grupos ANEXO 3 65 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação de trabalho, com o objetivo da pol ítica de i novação, tem garantido um melhor fluxo de i nformação ent re os diferentes organismos envolvidos, assim co mo f acilitado a integração de atividades entre diferentes organizações (EUROPEAN COMMISSION, 2006). E stas principais agências, pel a s ua i mportância n o s istema d e C T&I apresentam o seguinte escopo de atividades: Academia de Ciência - Academy of Finland (15) Organização voltada para a alta qualidade em pesquisa científica. Apresenta como missão ser um organismo especializado em ciência e pol ítica para ciência, além de reforçar a i mportância da ci ência e da p esquisa. T rabalha p ara o av anço da renovação e diversidade da p esquisa as sim co mo su porta a apl icação dos resultados da pesquisa e m beneficio do bem est ar, c ultura, e conomia do m eio ambiente. Seu campo de atuação cobre todas as disciplinas da área científica. TEKES - Finnish Funding Agency for Technology and Innovation (16) Organismo de fomento público para a pesquisa e desenvolvimento da Finlândia. Visa induzir e apoiar a pesquisa nas organizações, especialmente em inovação e projetos de risco. Oferece e apóia o acesso de parceiros externos para o aporte de alta tecnologia. O processo do seu Programa de Tecnologia pode ser visualizado a partir da Figura 3.12. Tekes’ Technology Programme Process Proposals from industry etc. Project Funding Process Technology Strategy Process Feasibility Study Programme Planning Assessment report Programm e Plan Programme Execution Project reports Final evaluation Evaluation reports Figura 3.12 - Processo do Programa TEKES de Tecnologia Fonte: TILLI, Kari. TEKES. Technology Programmes (6) Sitra - Finnish Innovation Fund ANEXO 3 66 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação Fundo público i ndependente co m o objetivo de su pervisionar a s atividades do Parlamento F inlandês co m v istas ao be m est ar da s ociedade finlandesa. V isa garantir o dese nvolvimento est ável e equi librado da F inlândia, o cr escimento qualitativo e q uantitativo da eco nomia e c ompetitividade e co operação e m ní vel internacional. Suas responsabilidades estão estipuladas em lei (7). Iniciativa g overnamental, de abr il de 20 05, Goverment Resolution (8), implantou uma estrutura pública para a pesquisa, definindo etapas para o futuro do sistema g overnamental de i novação. E sta r esolução i nclui um pl ano de ação par a reforçar a t omada d e deci são nas áreas de ci ência, t ecnologia e i novação. A permanente cooperação entre o Ministério da E ducação e o M inistério do C omércio e Indústria reforça e realça a importância do foco em ciência, tecnologia e inovação. Esta si nergia est á co locada co mo fundamental p ara de finir os atuais desafios a serem enfrentados, podendo ser citados, por exemplo: (3) Dualidade de foco a inda ex istente entre as áreas de ci ência e tecnologia e seus domínios; e O si stema c orrente ainda a presenta a t endência de neg ligenciar o estabelecimento do di álogo em ci ência, tecnologia e i novação en tre, por um lado, políticas implementadas e organismos de fomento, e, por outro, agentes políticos. 3.2.2.3. Instrumentos e Ações Com a per iodicidade de três anos, o C onselho d e C T&I pr omove a r evisão das estratégias para o se tor, t endo a úl tima oco rrido e m 2 004. A at ual v isão estratégica foca a r ápida i nternacionalização d o a mbiente d e i novação, su gerindo mudanças estrutural e operacional na Finlândia. As s eguintes açõ es se e ncontram e m d esenvolvimento ou foram recentemente re-lançadas, definindo iniciativas estratégicas para o país (3): Projeto de E stratégia de T ecnologia (Technology Strategy Design), integrante do escopo de atividades desenvolvidas pela TEKES; Capital de Risco (Venture Cup Finland), lançado em 2000, encontra-se em sua 3ª edição, foca competição de planos de negócios para empresas ANEXO 3 67 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação que apr esentam i ntenção e t endência de cr escimento, i ncluindo as melhores idéias de universidades, institutos e centros de pesquisa (9); Programa N acional para o desenvolvimento d e I ncubadoras ( YRKE Project), pr ograma c olaborativo ent re S ITRA, M inistério do C omércio e Indústria, TE (Labour and Economic Development) Centers e TEKES, com o obj etivo de r eforçar os recursos e co mpetências dos P arques Tecnológicos e dos Centros de Tecnologia (8); Programa de I novação ( Innovation Programme), l ançado p ela a gência SITRA em 2004, propôs a criação de um objetivo compartilhado entre os vários atores do setor: transformar a F inlândia em líder em atividades de inovação (7); Financiamento par a e mpresas emergentes (Seed Financing), p rograma dedicado para o financiamento de empresas em seus primeiros estágios, lançado ao i nicio d e 2004, t em o foco de enc orajar i nvestimentos em empresas nascentes; Programas de P esquisa f omentados pela Academia de Ciências, normalmente compostos de projetos com f oco no entorno de um m esmo campo de pesquisa; Prêmio “ Millennium Technolocy Prize”, suportado pel a Millennium Prize Foundation, or ganização independente fruto de par ceria e ntre a i ndústria Finlandesa e o Governo; Projeto I NNO-SUOMI – INNOFINLAND, v oltado par a a pr omoção d a criatividade, habilidade, espírito empreendedor e cooperação na Finlândia, como uma forma prática e cr iativa de m elhorar as novas oportunidades (10). Por outro lado, o documento Goverment Resolution (8), já comentado, definiu a partir de 2005 diretrizes mais amplas a serem perseguidas. Seus objetivos podem ser assim resumidos: Desenvolvimento econômico sustentável e equilibrado da sociedade; Elevado ní vel de em prego, c onsiderando pr odutividade e competitividade como fatores chave; ANEXO 3 68 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação Estabelecimento de i ndicadores para av aliar o des envolvimento da pesquisa e da tecnologia e a utilização dos seus resultados. Da mesma forma, a resolução atua como uma resposta aos desafios relativos à cu ltura e ao ambiente. O desenvolvimento est rutural do si stema d e p esquisa pública d everá apoi ar a r ealização dos objetivos propostos de aco rdo co m a s mudanças constantes do c enário i nternacional ( 8). O co njunto de r esoluções remonta a vinte e oito itens, distribuídos a partir de várias diretrizes, a saber: Níveis do sistema de pesquisa (3 itens) Tomada de Decisão e Organizações Âncoras (6 itens) Universidades e Centros Politécnicos (7 itens) Pesquisas Setoriais e Institutos de Pesquisa Setoriais (6 itens) Níveis Intermediários de Apoio (4 itens) Monitoramento e Avaliação da Implementação da Resolução (2 itens) Em fevereiro de 2006, o C onselho da Sociedade de Informação elaborou um relatório como forma de c ontribuição ao Programa da S ociedade de I nformação do Governo, pr opondo u m co njunto d e açõ es a se rem co nsideradas tanto q uanto possível para a pr eparação de u ma estratégia nacional (12), entre as quais podem ser citadas: Treinamento, pesquisa e des envolvimento de produto – plano de ação para 2006-2015; Desenvolvimento de p rocesso cooperativo para toda a ad ministração pública; Leis para D ireitos Autorais para as necessidades da S ociedade da Informação; Promoção do uso e compartilhamento da informação; Reforçar o co njunto d as bibliotecas para a pr estação de se rviços na Sociedade da Informação; Desenvolvimento d e i ndicadores e m edidas para a Economia do Conhecimento; ANEXO 3 69 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação Desenvolvimento d e comunidades de pr áticas em g estão e se rviços especializados; Renovação d os processos de i novação e dos processos de produtividade; Foco no mercado internacional; Desenvolvimento e di sseminação d e w orkshops referente a m étodos para a melhoria da produtividade. 3.2.2.4. Papel dos PCTs A partir de uma ampla cooperação entre o SITRA, o Ministério do Comércio e Indústria, o TE Centers e a T EKES foram implantados e canalizados recursos para investimentos em Parques de Ciências e Parques de Negócios, impulsionando esta iniciativa em todo o país. Sob o nome de P rojeto Y RKE ( YRKE Project), co m o o bjetivo de desenvolvimento de um projeto naci onal de incubadoras, três foram os focos delineados: Novos serviços; Fomento de longa duração; Promoção de ‘know-how’. O pr imeiro pi loto d o Projeto Y RKE foi i niciado c om q uatro or ganizações, sendo seguido posteriormente por mais quatro, alimentando a intenção de introduzir gradualmente novos modelos homogêneos em todo o país. Este P rojeto é parte de um conjunto de medidas estimuladas pelo Ministério de Comércio e Indústria para impulsionar o empreendedorismo no país e aproximar e pr omover a co laboração co njunta de s etores públicos voltados para a C &T, investidores regionais e os governos regionais. Suas características principais estão a seguir relacionadas (7). ANEXO 3 70 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação Novos Serviços e Melhores Práticas O projeto avalia modelos correntes utilizados pelas empresas incubadas e envolve nov os modelos para enc orajar no vas empresas e melhorar as empresas existentes. Em c ada r egião as e mpresas piloto i mpulsionaram seu próprio programa de desenvolvimento com vistas a ampliar o número de organizações baseadas em conhecimento e tecnologia. A proposta visa também à di sseminação das melhores práticas obtidas pelos diferentes pilotos espalhados pelo país. O Projeto YRKE oferece vários tipos de serviços de apoio, incluindo: 1. Reconhecimento regional de idéias de negócios; 2. Viabilização do desenvolvimento de serviços de organizações em seus primeiros estágios; 3. Avaliação de ideais de negócios; 4. Colaboração em novos planos de negócios; e 5. Oferta de co nsultoria especializada na e tapa de i ncubação com vistas a facilitar o conhecimento do negócio e a aceleração do crescimento. A maioria das empresas inovadoras são resultados do reconhecimento de idéias de negócios originadas no mundo da pesquisa a par tir da i nterface entre U niversidades e g randes organizações. N este se ntido, a F inlândia tem realizado enorme esforço para identificar idéias que não fazem parte do foco de g randes empresas, fazendo c om q ue as m elhores dest as idéias sejam comercializadas. Investimento de Longa Duração Uma i mportante c aracterística do P rojeto Y RKE é o ace sso a financiamento d e l onga dur ação par a as em presas incubadas. D esta forma, empresas envolvidas com o pr ojeto têm a i niciativa de m apear as possibilidades de financiamento de longa duração para fomentar parcerias com empresas incubadas. Rede de Cooperação A Rede de Cooperação formada na Finlândia tem se apresentado de uma forma m uito s egura, sendo u ma das mais co mpetitivas no m undo. S eu grande objetivo pode ser mensurado pelo desafio de procurar duplicar, em apenas alguns anos, o número de empresas intensivas em conhecimento ANEXO 3 71 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação e tecnologia. Os principais ‘nós’ desta Rede, distribuídos em todo o país, são: 1. Jyväskylä Science Park 2. Kareltek Science Park, 3. Oulutech Technopolis Incubator Oy 4. Technopolis Ventures Oy 5. Lahti Science and Business Park, 6. Technology Centre Teknia 7. PrizzTech Ltd. 8. Professia Ltd. Consórcio, incluindo Finn-Medi e Hermia 9. Seinäjoki Technology Centre, 10. Merinova Technology Centre e 11. Turku Science Park ANEXO 3 72 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação 3.2.2.5. Referências 1. OECD. OECD Economic Surveys: Finland. Paris: OECD, 2006. 2. OECD Factbook 2006 - ISBN 92-64-03561-3 - OECD 2006. 3. EUROPEAN COMMISSION, Trendchart. European Innovation Progress Report 2006. Bélgica, Luxembourg, 2006. 249 p. Disponível em: http://ec.europa.eu/enterprise/innovation/index_en.html. Acesso em: 03 mar. 2007. 4. Finnish Innovation System. http://www.research.fi/en/innovationsystem, (acesso em 20/05/07). 5. Research in Finland. 2006. 28p. www.research.fi Ministry of Education. Committee for Public Information. 6. TILLI, Kari. TEKES. Technology Programmes. Workshop on benchmarking national and regional policies in support of the competitiveness of the ICT sector. Apresentação (12/11/2004). Brussels. National Technology Agency (TEKES) 7. SITRA. Finnish Innovation Fund. http://www.sitra.fi/en/. Acesso em: 20 maio 2007. 8. Government Resolution on The Structural Development of The Public Research System http://www.minedu.fi/export/sites/default/OPM/Tiede/tiede_ja_teknologianeuvosto/erillisraportit/liitteet/resolution_2005.pdf. Acesso em: 20 maio 2007. 9. Venture Cup Finland. http://www.fvca.fi/english/node/295. Acesso em: 20 maio 2007. 10. INNOSUOMI 2007. http://www.innosuomi.fi/en/main.html. Acesso em: 20 maio 2007. 12. Efficiency and vitality in future Finland. The information society council’s report 2006. INFORMATION AND COMMUNICATION TECHNOLOGY & PRODUCTIVIT Y. Publisher Prime Minister’s Office. Fevereiro de 2006. 106 p. 13. OECD. Economic Policy Reforms: Going for Growth. Paris: OECD, 2007. 183 p. 14. European Trend Chart on Innovation. TrendtChart: Innovation Policy in Europe. http://trendchart.cordis.lu/. Acesso em: 30 abr. 2007. 15. Academy of Finland. http://www.aka.fi/index.asp?id=eb9a8e15a46244d989ac56c132e8d13a. Acesso em: 25 maio 2007. 16. TEKES. Finnish Funding Agency for Technology and Innovation. http://www.tekes.fi/eng/. Acesso em: 25 maio 2007. 17. OECD. OECD Innovation and Knowledge-Intensive Service Activities. Paris: OECD, 2006. ANEXO 3 73 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação 3.2.2.6. Informações Complementares Figura 3.13 Fonte: OECD. Economic Policy Reforms: Going for Growth, 2007 (13) ANEXO 3 74 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação Figura 3.14 Fonte: European Innovation Progress Report 2006 (14) ANEXO 3 75 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação Figura 3.15 - Investimento % do PIB investido em P&D Fonte: Research in Finland (5) Figura 3.16 - Evolução do qualificação em nível de Doutorado Fonte: Research in Finland (5) Figura 3.17 - Evolução do PIB da Finlândia em comparação com a Euro Área e EUA Fonte: OECD Economic Surveys Finland. 2006 (1) ANEXO 3 76 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação 3.2.3. França 3.2.3.1. Contexto A F rança é r econhecidamente u m g rande país, apr esentando c ontribuições em t odos os campos do co nhecimento, q ualquer q ue se ja o per íodo ou o foco d a análise. A presenta-se co m um s ólido si stema d e P &D, em qu e p ese ne cessite, atualmente, enfrentar desa fios de i mportantes mudanças estruturais com v istas à sustentabilidade do sistema nacional de inovação que permita em longo prazo maior competitividade no mercado global (2). Dentro deste contexto, três desafios podem ser identificados: Aumento dos gastos das empresas em P &D, at ravés da m elhoria das Parcerias Público-Privadas; Apoio para inovações não tecnológicas; e Educação Continuada. Ambientar a F rança n o m omento at ual d e d esenvolvimento g lobal não pode prescindir d e u ma a valiação, m esmo q ue br eve e m su a história r ecente de desenvolvimento, da t erminologia inovação, ou mesmo inovação tecnológica, posto ser um dos focos estratégicos da maioria dos países. Neste contexto, os primeiros desenvolvimentos tecnológicos na F rança t iveram i nicio a programas governamentais, p odendo-se citar o P partir de g randes lano C oncorde, n o S etor Aeronáutico, e o P rojeto A riane, no S etor E spacial, por exemplo. Destas iniciativas nasceram grandes empresas, desenvolvimento de pesquisa e domínio de tecnologia de ponta. Seguindo os passos de países como os Estados Unidos e o R eino Unido, os primeiros Parques Tecnológicos remontam ao inicio dos anos 70. Naquele momento estas iniciativas visavam nucl ear e mpresas de bas e t ecnológica em l ocais adequados, conferindo origem aos Tecnoparques, Tecnópolis, etc. (1). Como nesse momento o foco era uma nucleação geográfica das empresas, procuraram-se locais de m enor cu sto d e i mplantação, n ão l evando a u ma m aior i ntegração co m as universidades ou mesmo organismos de apoio à inovação. ANEXO 3 77 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação Sintetizando est as etapas de dese nvolvimento co m f oco no q ue hoj e chamamos de inovação tecnológica, pode-se melhor visualizar estas etapas a partir de breve linha do tempo (1): 1979. Criação d a A NVAR ( Agência N acional d e V alorização da Pesquisa), des tinada ao a poio e financiamento à pesq uisa. S ua importância às micros, peq uenas e m édias em presas foi n otável nesse período. Anos 80. Surgimento das Incubadoras de Empresas. Em 1984, a partir de Edital da Comunidade Européia, foram criados os Centros Europeus de Empresas de I novação ( CEEI), eq uivalentes às Incubadoras, o ferecendo acompanhamento e apoio adequado às empresas criadas. Criação das A gências de I novação ( Células de Valorização) nas Universidades com objetivos de: pr ospectar pesq uisas de cu nho tecnológico e co m r esultados a se rem v alorizados; asse gurar pr oteção à Propriedade Intelectual; fomentar interface entre Universidade e Empresas para colocar os produtos da pesquisa no mercado. Anos 90. Estabelecimento da Rede CURIE, integrando as Células de Valorização de t odas as Universidades. Permite troca de experiências, de know-how, de práticas e o compartilhamento de recursos. 1999. Lei d e I novação. Alterando pr ofundamente o co ntexto da inovação tecnológica na França. 2003. Lei d as Jovens Empresas Inovadoras (JEI). P ara o a poio e incentivo a empresas emergentes. 2004. Governo F rancês lança v ários Editais com v istas à cr iação de Pólos de Competitividade, destinados a f omentar e est imular a competitividade da economia a p artir de m aior sinergia entre empresas e centro de pesquisa. 2006. Lei de P rograma para a P esquisa. Objetiva aprimorar o apoio e fomento à pesquisa e desenvolvimento. Mesmo co m t odas estas ações, o desempenho d a F rança frente ao q uesito Inovação apr esenta-se em 9º l ugar no co ntexto do g rupo de 25 paí ses da U nião Européia ( EU 25) , participando d e u m g rupo co m Á ustria, H olanda, B élgica, R eino Unido, A lemanha e Itália. Seus pontos fortes estão na criação do conhecimento e ANEXO 3 78 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação diretrizes de i novação. S uas fraquezas apresentam-se nos quesitos de i novação e empreendedorismo (2). 3.2.3.2. Políticas Públicas O processo de inovação tecnológica na França mobiliza muitos atores, o que pode ser visualizado pela figura a seguir. Figura 3.18 - Articulação dos Atores no Processo de Inovação na França Fonte: BRUNET, Michel. O Modelo Francês de Inovação Tecnológico: dos Parques Tecnológicos aos Pólos de Competitividade. 2007. 41 p. No co ntexto d o planejamento co m v istas ao or denamento d e p olíticas públicas, três podem ser considerados os fundamentos mais recentes que suportam estas iniciativas: Lei da Inovação de 1999. Constituída de quatro eixos principais: 1. A mobilidade de pesquisadores públicos para atuar em empresas; 2. A colaboração entre a pesquisa pública e as empresas; 3. O quadro fiscal para as empresas inovadoras; e 4. O quadro jurídico para as empresas inovadoras. Cria estruturas e meios de fomento para incentivar a criação de empresas inovadoras, como por exemplo: ANEXO 3 79 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação 1. A criação de empresas a partir da pesquisa: - As pré-incubadoras vinculadas à pesquisa pública; - Os fundos de capital semente ("amorçage"); - O co ncurso N acional de apoi o à cr iação de em presas de t ecnologias inovadoras. 2. A parceria público/privada na pesquisa: - As redes de pesquisa e de inovação tecnológica; - Os centros nacionais de pesquisa tecnológica. Lei de Jovens Empresas Inovadoras de 2003. Amplia dispositivos de apoio a empresas jovens: 1. Apoio à criação de empresas: - Ensino do empreendedorismo; - Incentivos fiscais para os Business Angels, atraindo investidores para as jovens empresas inovadoras. 2. Apoio ao P&D na empresa: - Novo crédito de imposto-pesquisa; 3. Apoio à transferência de tecnologia: - Prêmio pelo registro de patente e à parceria público/privada; - Apoio à transferência de tecnologia nos estabelecimentos públicos; - Uma melhor valoração da pesquisa pelas empresas; - Jovens cientistas na empresa. Lei de Programa para a Pesquisa de 2006. Elaborada e implementada como um novo apoio à pesquisa (Pacte pour la Recherche) (5). Baseada em três princípios fundamentais: 1. Um desenvolvimento equilibrado do conjunto da pesquisa entre: - Pesquisa fundamental; - Pesquisa a plicada p ara fins sociais (saúde, se gurança, meio-ambiente, desenvolvimento sustentável…); - Pesquisa apl icada par a f ins econômicos (criação de r iquezas e empregos). ANEXO 3 80 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação 2. Desenvolvimento de interfaces e de cooperação entre os atores. 3. Desenvolvimento baseado em uma estratégia global e de longo prazo. 3.2.3.3. Instrumentos e Ações No contexto mais recente, a Lei de Programa para a Pesquisa (Pacte pour la Recherche) ( 5), v otada e m 2 006, apr esenta o bjetivos estruturais claros e be m definidos (1): Fortalecer as capacidades do E stado e m termos de or ientação estratégica e de definição de prioridades: 1º linha: Nova governança. - Criação de u m A lto C onselho p ara C iência e Tecnologia ( HLST), organismo independente consultivo e de orientação junto ao Governo. - Papel do C onselho S uperior de P esquisa e T ecnologia ( CSRT) co mo organismo de debate sobre a pesquisa. 2º linha: Articulação co mum en tre p olíticos Nacionais, R egionais e Europeus. - Criação de pólos de competitividade de domínio regional. - Criação de Pólos de Pesquisa e Ensino Superior (PRES). 3º linha: Fortalecimento da cultura de projetos: - Criação da A gência N acional d e P esquisa ( ANR). F inanciamento d e projetos de pesquisa fundamental e aplicada. - Criação d a A gência d e I novação Industrial ( AII). F inanciamento d e projetos de inovação de grande envergadura sob a proteção de g randes empresas. Criar um si stema d e av aliação d a pes quisa uni ficado, co erente, transparente e reconhecido internacionalmente: - Criação da Agência de Avaliação da Pesquisa (AER). Reunir as energias e f acilitar as cooperações entre os atores da Pesquisa: - Criação d e P RES: lógica de co ordenação r egional das atividades e cooperação mútua dos recursos. - Criação de campus de p esquisa: l ógica d e pr ojeto d e aproximação d as atividades. ANEXO 3 81 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação - Criação das RTRA: R edes Temáticas de P esquisas Avançadas, par a acompanhar projetos de excelência científica sobre um determinado tema. - Criação da ANR: financiamento de projetos de pesquisa em parceria. Otimização dos procedimentos administrativos. Melhorar a atratividade e a evolução das carreiras científicas. Intensificar a di nâmica de i novação e aproximar a p esquisa pública e a pesquisa pr ivada: i númeras medidas visando fortalecer as Jovens Empresas Inovadoras ( JEI), e par a f avorecer o dese nvolvimento da pesquisa privada. Fortalecer a i nserção do si stema francês no espaço E uropeu d a Pesquisa. O at ual M odelo d e I novação da F rança apr esenta al guns ei xos de desenvolvimento que apontam para ações estratégicas, podendo ser identificadas e sumarizadas a partir de três eixos principais (1): Medidas de apoio à inovação nas Universidades. Objetivos: 1. Favorecer a m igração ou a co laboração de p esquisadores par a as empresas; - Procurando r eduzir a di stância e ntre a s Universidades e as Micro, Pequenas e M édias E mpresas, apr oximando os pesquisadores das empresas. 2. Favorecer a m obilidade de pessoal al tamente q ualificado p ara as MPMEs; - Favorecendo a i nserção d e D outores e p esquisadores nas e mpresas, considerando que: - o número de Doutores disponível atende a demanda e, - a iniciativa eleva a competitividade das empresas. 3. Incentivar a transferência de tecnologia; A C élula de V alorização nas Universidades, i mplantadas anteriormente, tiveram su a at uação pot encializada a p artir de 1 999, co m a Lei de Inovação. Sua atuação é considerada essencial no pr ocesso de inovação tecnológica. ANEXO 3 82 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação 4. Desenvolver a Parceria Público-Privada (PPP). Com o obj etivo de de senvolver esta parceria, a Lei de I novação de 1999 permitiu a i mplantação de Redes de Pesquisa e de Inovação Tecnológica (RRIT) com os seguintes objetivos: - Reunir as equipes de pesquisa dos setores privado e públ ico em temas prioritários; - Derrubar as barreiras tecnológicas para desenvolver produtos e serviços em comum e criar empresas inovadoras; - Posicionar a França no nível europeu; - Associar os parceiros estrangeiros, principalmente da União Européia; - Lançar chamadas de projeto sobre temas inovadores. Dentro deste foco foram cr iadas v árias redes de P PP; os C entros Nacionais de P esquisa T ecnológica ( CNRT), co m o o bjetivo d e cr iar condições de colaboração entre laboratórios públicos e pesquisa industrial de al ta t ecnologia; e os Institutos Carnot – Selo C arnot, c onferido aos centros de pesquisa públicos que desenvolvem atividades conjuntas com o setor privado com foco no avanço do conhecimento. Medidas de apoio à inovação nas Empresas. Objetivos: 1. Favorecer a criação de empresas inovadoras: - Pré-incubadoras de empresas; - Incubadoras de empresas; - Parques Tecnológicos (ou Tecnoparques); 2. Favorecer o financiamento de capital nas start-ups; 3. Desenvolver f erramentas de apoio a o financiamento de P &D nas empresas; 4. Incentivar e favorecer o esforço de P&D e de Inovação nas empresas; 5. Promover co mpetências necessárias à i novação at ravés do desenvolvimento de Agências Especializadas. Para atender a estratégia de a poio à cr iação de empresas inovadoras, a França adotou u m modelo d e q uatro fases, pr ocurando i dentificar os atores e seus respectivos papéis. A Figura 3.19 ilustra este modelo. ANEXO 3 83 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação Desenvolvimento Pré-Incubação Criação Início da atividade Validação Figura 3.19 - Modelo de criação de empresas inovadoras na França Fonte: BRUNET, Michel. O Modelo Francês de Inovação Tecnológico: dos Parques Tecnológicos aos Pólos de Competitividade. 2007. 41 p. Observando a Lei d e I novação de 1 999, po de-se i dentificar as seguintes funções: - Função de Pré-Incubação: conduzida pelas pré-incubadoras; - Função de ac ompanhamento das e mpresas criadas: co nduzida pel as incubadoras. A Figura 3.20 apresenta as a forma co mo a empresa i novadora er a tratada, considerando-se a etapa anterior e posterior ao advento das préincubadoras. Governo Incubadora Labs CEEI Hospedagem Serviço escritorio Labs Financiamento Portador de Projeto Marketing Comercial Propriedade Indus Estrategia Pre-incubadora ANVAR CETI Acompanhamento "treinador" Expertises Financiamento Plano de negocio Juridico Industrial Situação anteriora aos pre-incubadoras Região Acompanhamento "treinador" Hospedagem Serviço escritorio Financiamento Portador de Projeto Marketing Comercial Propriedade Indus Estrategia Expertises Financiamento Plano de negocio Juridico Industrial Situação com os pre-incubadoras Figura 3.20 - Empresas Inovadoras e as Pré-Incubadoras, Modelo Francês Fonte: BRUNET, Michel. O Modelo Francês de Inovação Tecnológico: dos Parques Tecnológicos aos Pólos de Competitividade. 2007. 41 p. As Incubadoras de Empresas. Estas iniciativas remontam ao inicio dos anos 80, apoiando empresas a partir de sua fase de cr iação e co nferindo suporte geralmente ao longo de três anos. Com o selo da União Européia, ANEXO 3 84 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação através da R ede E BN ( European BIC Network) ( 6), foram cr iados os Centros Europeus de E mpresas Inovadoras (CEEI), co m o o bjetivo de prospecção e ac ompanhamento de pr ojetos de cr iação de e mpresas inovadoras, o u do desenvolvimento de empresas existentes através da inovação. O Selo "Technopole" é emitido pela rede RETIS, representante da EBN na França, r epresentante f rancês da I ASP ( International Association of Sciences Park, www.iasp.ws). 3.2.3.4. Papel dos PCTs De aco rdo co m Brunet ( 1), as i niciativas precursoras dos Parques Tecnológicos na F rança, o u ‘ Tecnópolis’, f oram adotadas como políticas de desenvolvimento, co m o obj etivo de at rair em presas ‘limpas’, de bai xo i mpacto ambiental e, preferencialmente, com forte base tecnológica. Os primeiros Parques Científicos e Tecnológicos (PCTs) na França tinham o foco d e d esenvolvimento l ocal e r egional, c oncentrados geograficamente. E m um segundo momento o s PCTS passaram a atividades inovadoras, a p artir de n ser f oco de f omento e atração de ovos modelos de g estão e r edes de competências. O pa pel pr incipal des tes Parques, m antido no momento at ual, c onsiste na organização de uma rede econômica e uma fonte de serviços e facilidades onde as empresas inovadoras e de base tecnológica poderão ter suporte as suas principais demandas (1): Ser hospedada (papel das incubadoras); Encontrar l ocais próprios após 3 a 4 anos de ex istência, a pós sair da incubadora; Encontrar os fornecedores que ela precisa; Encontrar pess oal q ualificado, be m c omo e scritórios de c onsultoria e m recursos humanos para fazer contratações; Encontrar capital inicial, de risco e de desenvolvimento; Encontrar bancos para o financiamento de curto prazo; Encontrar organismos de apoio e de financiamento da P&D; e ANEXO 3 85 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação Encontrar esp ecialistas de aco mpanhamento de e mpresas: co nsultores jurídicos, advogados, profissionais de contabilidade, entre outros. Com est a v isão, di versos foram os nasceram na F rança nos parques científicos e t ecnológicos que últimos 30 a nos, p odendo-se ci tar aq ueles que se transformaram em referências mundiais: Parque Tecnológico de S ophia A ntipolis na r egião P ACA ( Provence, Alpes, Cote d’Azur) (www.sophia-antipolis.net); Parque Tecnológico d e La bège I nnopole, n a r egião d e M idi P yrénées (www.sicoval.fr); ZIRST de M eylan em G renoble na r egião d e R hones Alpes (www.zirst.com); Parque Biotecnológico do T ecnopolo de E VRY na r egião Parisiense (Île de France); Parque Ulis na região Parisiense, entre outros. Iniciativas mais recentes ilustram a emergência e a i mportância dos Parques Tecnológicos na política de desenvolvimento na França. Dentre estas, pode-se citar: Tabela 9 - Parques Tecnológicos Parques tecnológicos Alimentec Toulon Var technopole Rennes Atalante Technopole de l'Aube Eurasanté Montpellier Technopole Synergia Agropole Angers Technopole Atlanpole www.alimentec.com www.tvt.fr www.rennes-atalante.fr www.technopole-aube.fr www.eurasante.com www.montpellier-technopole.com www.synergia.fr www.agropole.com www.angerstechnopole.com www.atlanpole.fr Com o adv ento d e e stímulos devido às ações que env olvem os Pólos de Competitividade, at ualmente c ontinuam em cu rsos ações d e v ulto co m v istas a consagrar i niciativas com o o bjetivo d e co locar a i novação n o ce ntro d o desenvolvimento. Exemplo a ser considerado é o Parque Tecnológico METROTECH (http://www.st-etienne-metropole.com/), situado na região de Saint E tienne, implantado em local de 30 hectares, com mais de 60.000 m2, com forte atratividade ANEXO 3 86 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação de empresas âncora, além de médias e pequenas empresas a partir de incubadoras associadas. As experiências francesas neste ca mpo sã o bast ante co nhecidas, apresentando resultados significativos, relevantes e positivos. Em seus modelos de implantação e desenvolvimento, cada iniciativa apresenta uma prática própria, com proposições diferenciadas para o conjunto de desafios impostos, dentre estes (1): Romper o isolamento (acesso a rodovias, ferrovias, aeroportos, etc); Manejo fundiário; Urbanismo; Transporte; Serviços a e mpresas: F inanciamentos, Correio, Telecomunicações, Bancos, Suporte Tecnológico, etc; Serviços para as pessoas: Restaurantes, Creches, Esporte, Cultura. Cabe ressaltar que, dentro do modelo francês, os PCTs não apresentam em sua m issão o obj etivo de f inanciar di retamente as empresas que o co mpõem. S ua missão é de pr ospecção, atração e atuar como facilitador na relação com os órgãos de financiamento adequados, podendo-se citar, entre outros: ANVAR para o financiamento da P&D; Redes de Business Angels, Fundos de amorçage - financiamento inicial, redes de “empréstimos d’honneur”, empresas de capital de r isco (venture capital) ou desenvolvimento, para o financiamento em capital; COFACE para o financiamento para Exportação; Bancos para o financiamento de capital de giro. ANEXO 3 87 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação 3.2.3.5. Referências 1. B RUNET, M ichel. O M odelo F rancês de I novação Tecnológico: d os Parques Tecnológicos aos Pólos de Competitividade. 2007. 2. E UROPEAN C OMMISSION, Trendchart. European I nnovation P rogress Report 2006. Bélgica, Luxembourg, 2006 .D isponível em : <http://ec.europa.eu/enterprise/innovation/index_en.html>. Acesso em: 03 mar 2007. 3. OECD. Economic Policy Reforms: Going for Growth. Paris: OECD, 2007. 183 p. 4. OECD. OECD Economic Surveys: France. Paris: OECD, 2005. 5. D isponível em : http://www.pactepourlarecherche.fr/pacte/index.htm. Acesso em : 17 jan. 2007. 6. EBN - European BIC Network, http://www.ebn.be. Acesso em: 18 jan. 2007. ANEXO 3 88 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação 3.2.3.6. Informações Complementares Figura 3.21 Fonte: OECD. Economic Policy Reforms: Going for Growth, 2007 ANEXO 3 89 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação Figura 3.22 Fonte: European Innovation Progress Report 2006 ANEXO 3 90 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação 3.2.4. Irlanda 3.2.4.1. Contexto A Irlanda vem desempenhando, em tempos recentes, um esforço reconhecido mundialmente, com sua planificação inicial registrada em documento elaborado em 2002 ( 1), onde é r esgatado co m m uita pr opriedade o m omento g lobal at ual, a emergente S ociedade do C onhecimento, o s indicadores deste país dentro deste contexto – além de i ndicar su as eventuais forças e fraquezas relativas, e a proposição dos desafios a s erem e nfrentados pelo g overno e um el enco muito substancioso de recomendações ao governo com vistas a enfrentar esta nova era. As estratégias que e stão no foco d e ação do paí s são apresentadas co m vistas ao se u s ucesso q uanto ao des envolvimento s ócio-econômico, on de simplesmente manter o status quo já não é mais suficiente, mas sim ampliar o valor econômico d as atividades, co nquistar m elhores empregos e b uscar um a n ova prosperidade s ocial, como forma de enfrentar e ev itar um eventual, e pr ovável, retrocesso. Podem ser aqui destacados como decididamente esclarecedores em relação à S ociedade do Conhecimento, sua gênese e su as características, ações que vêm balizando as atividades estratégicas da Irlanda dentro deste contexto (1): Os principais recursos desta nov a er a sã o a i nformação e o conhecimento, se ndo o co nhecimento a pr imordial fonte de g eração de riqueza; Atualmente, as principais economias do m undo est ão b aseadas no conhecimento; O avanço tecnológico atual não tem precedente, impondo aos governos e gestores novas políticas de desenvolvimento; O v alor eco nômico e so cial da i nformação e d o co nhecimento é ampliado na m edida em que sejam compartilhados e utilizados por outros atores; ANEXO 3 91 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação A e fetiva cr iação, i novação, uso e di sseminação do co nhecimento é a chave do su cesso, c onduzindo par a u ma eco nomia su stentável e um desenvolvimento social que visa beneficiar a todos; Diferentes tipos de co nhecimento passam a ser i mportantes co mo alicerces para a economia baseada em conhecimento: know-what, knowwhy, know-how e know-who. O s pr imeiros dois tipos, m ais vinculados à informação, c aracterizando-se co mo co nhecimento ex plícito. O s dois últimos, de m ais difícil codificação e m ensuração, t idos co mo conhecimento t ácito, f atores absolutamente di ferenciais no momento contemporâneo; Na passa gem d o sé culo X IX par a o sé culo X X, a ener gia el étrica desempenhou fator insubstituível, agora, do século XX para o s éculo XXI, o pr incipal meio para o des envolvimento e conômico é , ou ainda se rá – para m uitos, a v irtual ca pacidade d e t ransmitir dados e i nformações – broadband infrastructure, per mitindo q ue o c onhecimento se ja ace ssado, utilizado e compartilhado; Na S ociedade do C onhecimento, a origem da v antagem co mpetitiva depende do co nhecimento b aseado n a i novação, e ntendida est a como a capacidade de co nverter r esultados de p esquisa em novos produtos, serviços ou processos, e disponibilizando rapidamente ao mercado; A at ual f ronteira é o v alor de u ma i déia, a c apacidade de u tilizá-la e a inovação que ela cria; Inovação n ão é de r esponsabilidade de a penas um se tor d a eco nomia ou da s ociedade. O su cesso e m u ma Sociedade d o C onhecimento significa cr iar um am biente para que v ários atores possam simultaneamente contribuir (governo, organizações e indivíduos); A S ociedade do C onhecimento dep ende d e pesso as com cr iatividade, talento, adaptáveis e hábeis; Garantir a op ortunidade da ed ucação continuada, não somente para as crianças ou a dolescentes, p assa a se r fundamental. M uitas das ocupações ai nda hoje t radicionais estão m udando r apidamente face ao ANEXO 3 92 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação avanço tecnológico, oferecer a atualização e o crescimento profissional do trabalhador de hoje, é formar o trabalhador do conhecimento do futuro. Neste c ontexto, a ed ucação, em su a g ênese, passa a se r fundamental n a Sociedade d o C onhecimento, t anto p ela su a pot encialidade t ransformadora, co mo por sua capacidade de dignificar o indivíduo, principalmente em uma sociedade que tem como foco o co nhecimento e a gestão do saber, tendo sido adotada como um dos principais alicerces para ações estratégicas do Governo da Irlanda. Atualmente, a economia da Irlanda t ende a um l eve d eclínio d o se u crescimento, prevendo-se um PIB de 5% p ara 200 7 e 4,5% par a 2008 ( 2). A pesar disto, para o mesmo período as metas de inflação indicam que a mesma deverá ficar abaixo da m édia e uropéia. O s investimentos pr ioritários deverão i ncidir em investimentos de ca pital hu mano, de c apital físico e n uma d esaceleração no consumo de energia, especialmente no setor de eletricidade e gás natural. 3.2.4.2. Políticas Públicas A Irlanda at ualmente, f rente aos países da U nião Européia (UE), apr esenta uma boa posição intermediária em relação ao seu desempenho à inovação, estando posicionada da 11ª posição, entre um grupo de 25 paí ses membros (UE25), ou na 15ª posição no grupo UE33, resultando, na média, na 8ª posição para indicadores de inovação. S eu m elhor dese mpenho ocorre nos setores de i novação, est ando posicionado na 1ª colocação no UE25 devido fortemente ao sucesso no c ampo dos serviços e ex portações de al ta t ecnologia ( 3), c onforme i lustra a F igura 3 Application, item 3.2.4.6 – Documentos Complementares. Por ou tro l ado, o país ainda a presenta m uitos desafios a enfrentar, f ruto de um l ongo período de d esfavorecimento, q ue o i mpediram de a mpliar s ua i nfraestrutura e impor um ritmo mais vigoroso ao setor produtivo. Neste se ntido, a I rlanda en frenta no m omento at ual os seguintes desafios prioritários, o q ue est á n orteando a a doção d e políticas estratégicas desenvolvimento: Baixa penetração de Banda Larga. E sta é co nsiderada u ma das maiores fraquezas com v istas às políticas de i novação do g overno, ANEXO 3 93 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação posicionando o país na 25ª posição frente à UE31, com um índice de 22% desta m édia eur opéia. O Reforme Programme 2004-2007 pr omove u m investimento de € 35 milhões por ano para a implantação de infraestrutura de Banda Larga de alta velocidade para todas as cidades com mais de 1,5 mil habitantes. Insuficiente participação em projetos de Educação Continuada. Este é um indicador em q ue a I rlanda se apresenta muito ab aixo da m édia européia, o q ue j á é r econhecido pel o g overno e r epresenta o objeto d e ações prioritárias para um quadro de qualificações na estrutura curricular nacional. Investimento em P&D, Inovação e Venture Capital por parte das empresas. C om i nvestimentos da or dem de 13% d a m édia e uropéia (UE33) em inovação, a Irlanda coloca-se na 28ª posição frente aos demais países. Já em termos de investimento em empresas iniciais, sua média a coloca l ogo ab aixo da m édia e uropéia, tendência es ta q ue vem se apresentando em queda desde o ano 2000. Baixa cooperação Universidade-Indústria. E sta co nstatação e stá mensurada pel o baixo f inanciamento de em presas em universidades, resultando e m so mente 5 7% da média e uropéia ( UE33), o q ue v em conduzindo a o fortalecimento de aç ões com v istas à melhoria d este desempenho. Esta política está delineada no National Reform Programme, onde est a co operação é i dentificada c omo a m elhor pr ática a través da produção de excelentes resultados de pesquisa. R ecentes investimentos reforçam o investimento na base da fronteira de pesquisas de excelência. 3.2.4.3. Instrumentos e Ações Nos anos mais recentes, várias iniciativas em termos de programas de ação de governo foram adotadas no sentido de fortalecer a inovação, estando ilustradas e sintetizadas na Tabela 10 a seguir. ANEXO 3 94 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação Tabela 10 - Programa de Ações da Irlanda Referencia Tema Objetivo Período IE 25 R&D Capability Iniciative Aumento de investimento de empresas em pesquisa e inovação tecnológica. Aumento da taxa de comercialização das atividades de inovação em empresas. 2000/06 IE 26 Research Technology & Innovation (RTI) Competitive Grants Scheme Aumento de investimento de empresas em pesquisa e inovação tecnológica. Aumento da taxa de comercialização das atividades de inovação em empresas. 2000/06 IE 27 Advanced Technologies Research Programme Promoção do desenvolvimento de colaboração entre empresas e outros atores para articular atividades de inovação e troca de conhecimento. Aumento da taxa de comercialização das atividades de inovação em empresas. 2001/06 IE 31 Knowledge transfer accross the Island of Ireland Aumento de investimento de empresas em pesquisa e inovação tecnológica. Facilitar a aquisição e transferência de conhecimento e tecnologia para empresas, incentivando iniciativas transversais. Adequada infra-estrutura em novas tecnologias para facilitar a sobrevivência e crescimento de empresas. 2002/07 IE 33 Additional R&D tax credits 2004 Aumento de investimento de empresas em pesquisa e inovação tecnológica. Aumento da taxa de comercialização das atividades de inovação em empresas. 2004/10 IE 34 Innovation Partnership Iniciative Facilitar acesso de empresas às habilidades pessoais. Facilitar a aquisição e transferência de conhecimento e tecnologia para empresas, incentivando iniciativas transversais. Aumento da disponibilidade, escala e a qualidade de serviços especializados às empresas a fim aumentar a eficácia de suas atividades em inovação. 2004/06 IE 35 Industry Led Research Networks Aumento de investimento de empresas em pesquisa e inovação tecnológica. Promoção do desenvolvimento de colaboração entre empresas e outros atores para articular atividades de inovação e troca de conhecimento. 2005/07 IE 36 INNOVA Collaborative R& D Programme Aumento de investimento de empresas em pesquisa e inovação tecnológica. Facilitar a aquisição e transferência de conhecimento e tecnologia para empresas, incentivando iniciativas transversais. Promoção do desenvolvimento de colaboração entre empresas e outros atores para articular atividades de inovação e troca de conhecimento. 2005/08 ANEXO 3 95 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação Além di sto, foi r ecentemente cr iado e i mplantado S ub-comitê d e C iência, Tecnologia e Inovação (STI) conferindo status a um setor que até então não existia, oferecendo um nível mais adequado de informação ao governo. Outros instrumentos foram el aborados e ad otados com v istas a ca racterizar uma política nacional para o setor: Plano Nacional de D esenvolvimento, c om n ovas e per manentes avaliações; Adoção de políticas a partir de estudos aprofundados; e Envolvimento d as parcerias em t odos os e stágios do processo e e m experiências de outros países. 3.2.4.4. Papel dos PCTs É convergente a i déia de que a i novação é um elemento chave e c rítico para uma política nacional de desenvolvimento, devendo nortear ações futuras. Com este sentido, al gumas iniciativas podem es tar m ais intimamente r elacionadas com as ações de PCTs, podendo-se destacar: Indução para o crescimento de grandes empreendimentos; Internacionalização de empreendimentos; Aumento do número de empresas com maior investimento em P&D; e Ênfase no desenvolvimento r egional d a i novação e melhoria da produtividade. Políticas de co operação e a doção d e benchmarking internacional t êm contribuído para a definição e estabelecimento de um Modelo de Competitividade da Irlanda, o q ue é i lustrado pel a Figura 3.23, i dentificando políticas de ap oio – entre estas, o ‘empreendedorismo’ e a ‘ inovação’, e co ndições essenciais ao s uporte de um crescimento sustentável. Este modelo tem sido objeto de debate e discussão de toda a so ciedade, auxiliando o g overno no se guimento de p olíticas econômicas e influenciando a at itude de p otenciais parceiros econômicos, co ntribuindo so bre maneira para a percepção pú blica d o v alor de u ma eco nomia de est ado p ara a nação. ANEXO 3 96 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação PCTs Figura 3.23 - Modelo de Competitividade da Irlanda Fonte: National Competitiveness Council (4) ANEXO 3 97 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação 3.2.4.5. Referências 1. I nformation S ociety Commission. B uilding t he K nowledge S ociety. R eport t o Government. Ireland. December 2002. 2. OECD Economic Outlook Nº 80, 2006 3. E UROPEAN C OMMISSION, Trendchart. European I nnovation P rogress Report 2006. Bélgica, Luxembourg, 2006 . Disponível em : <http://ec.europa.eu/enterprise/innovation/index_en.html>. Acesso em: 03 mar. 2007 4. N ational C ompetitiveness Council.Annual C ompetitiveness Report 200 4. Forfas, Dublin, Ireland in European Trend Chart on Innovation, Ireland, 2006. 5. OECD. OECD Economic Surveys: Ireland. Paris: OECD, 2006. 6. O ECD. E conomic Policy R eforms: G oing f or G rowth. Paris: O ECD, 200 7. ANEXO 3 98 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação 3.2.4.6. Informações Complementares Figura 3.24 Fonte: OECD. Economic Policy Reforms: Going for Growth, 2007 (6) ANEXO 3 99 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação Figura 3.25 Fonte: European Innovation Progress Report 2006 (3) ANEXO 3 100 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação 3.2.5. Nova Zelândia 3.2.5.1. Contexto Acompanhar esta nova ‘onda’, baseada no Conhecimento, requer entendê-la e est udá-la profundamente, avaliando e ac ompanhando as experiências de m uitos países. P ara q ualquer g overno, co locar se u paí s como at or nest e pr ocesso g lobal requererá pr ofunda d eterminação e o e nvolvimento de t oda a so ciedade, ca so contrário, por exemplo, um país como a N ova Z elândia ( NZ) “sobreviverá so mente como um parque de di versões e um local de f érias para os cidadãos dos demais países com economias mais desenvolvidas” (2). A N ova Z elândia, assi m co mo outros paí ses – Irlanda, A ustrália, C oréia do Sul, e tc. – que v isualizaram o m omento a tual co mo um ce nário d e opor tunidades, procurou identificar neste contexto suas forças e fraquezas para melhor enfrentá-lo, preparando doc umento e m ní vel g overnamental c om a finalidade de orientar s uas ações e conduzi-las para o n ovo ce nário social e eco nômico ( 2), substancialmente diferente do anterior – Era Industrial, baseado no capital tangível (capital e trabalho) – rotulado co ntemporaneamente co mo E ra do C onhecimento, o nde a r iqueza se rá provida pel a maior ou menor ca pacidade de ‘ acumulação’ d e c apital i ntangível, representado pelo saber, produção e compartilhamento do conhecimento. Nas economias mais desenvolvidas atualmente, m ais de 5 0% d o P IB t êm origem no c onhecimento, dei xando p ara t raz a er a i ndustrial e ca minhando firmemente para a era da informação. Na Nova Zelândia, em que pese mais de 40% de sua população ter acesso à internet, o setor econômico baseado na tecnologia da informação representa apenas 7% do seu PIB (7), deixando claro o árduo caminho a perseguir no se ntido das importantes mudanças estruturais que dev em se r realizadas no país. C om o a dvento da i nternet, e se u g eométrico cr escimento nos últimos anos, pode-se dizer que caíram as fronteiras e as distâncias do mundo, os acessos e o s r elacionamentos ficaram i nfinitamente m ais facilitados, e o co mércio eletrônico passou a ser o grande facilitador destas ações. Participará deste mercado quem es tiver apt o e pr eparado para u ma co mpetição g lobal. T ransformar a economia ainda agrícola da NZ, baseada na exportação de produtos primários como a carne congelada, em um a economia base ada no ANEXO 3 conhecimento pod e ser 101 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação comparada ao advento do navio frigorífico na entrada do século XX à importância da internet na entrada deste século XXI. O passaporte para este novo modelo de pais requererá da NZ superar fraquezas identificadas em algumas áreas: Limitação de c ursos nas áreas de tecnologia da i nformação e comunicação, co m v istas a a mpliar o nú mero de g raduados em cursos técnicos, qualificando tanto alunos como professores neste seguimento; Política de i migração, v isando à ca ptação e r etorno d e t écnicos qualificados que vivem no estrangeiro; Investimento em P&D, principalmente advindo do se tor privado, através de política de redução de impostos e incentivos; Ampliação do co njunto de artigos de ex portação, i ncorporando principalmente produtos de alta tecnologia, em detrimento às commodities vinculadas ao setor primário; Ampliar aç ões que v isem ca ptar ca pital de r isco, i ncentivar o empreendedorismo e criar uma cultura mais voltada à inovação; Ampliar a infra-estrutura de tecnologia do país; Definir visão est ratégica, pr incipalmente no sentido d o desenvolvimento rumo à economia bas eada no co nhecimento, env olvendo a p articipação de todos os habitantes da NZ. No período 1985-1999 a NZ perseguiu, com sucesso, o encolhimento do setor público, atingindo o ní vel identificado como um dos mercados mais flexível, aberto, transparente e desregulamentado d o mundo. H ouve, i nclusive, u m acr éscimo substancial de pos tos de t rabalho no per íodo de 19 91-1999. P orém, ao final do século XX, isto já não era suficiente. Estes podem ter sido considerados os primeiros passos de u ma ca minhada m ais longa e necessária, p ois os países competidores estão jogando outro jogo, com regras que devem ainda ser aprendidas pela NZ rumo a uma nova economia. Dois fatores de pr odução determinam o que ai nda s e co nsidera co mo a economia tradicional, trabalho e capital. Na nova economia, o conhecimento passa a ser um t erceiro fator, cr escendo muito de i mportância nas economias mais avançadas, on de é necessária a formação de c apital humano c aracterizado p or ANEXO 3 102 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação educação formal, t reinamento, ed ucação contínua e p ermanente da força de trabalho – trabalhadores do conhecimento. Simplesmente saber ‘o quê’ (know-what) fazer não é mais suficiente, mas agregar o ‘ por que’ (know-why) e o ‘quem’ (knowwho) pode f azê-lo sã o fundamentais. O co nhecimento b aseado na ex periência individual – conhecimento tácito – passa a ser valorizado tanto quanto (ou mais) que o conhecimento f ormal, co dificado e est ruturado obt ido no período esco lar – conhecimento explícito. C om o r ápido desenvolvimento t ecnológico e o advento permanente de novas tecnologias, garantir a permanente aprendizagem é uma ação vital tanto para indivíduos como para as organizações, sendo este Capital Intelectual a f onte d e um a v antagem co mpetitiva g lobal – inúmeros são os autores que oferecem m etodologias para m ensurar est a f orma de capital, pod endo-se ci tar Sveiby (8, 9) co mo um a r eferência r elevante. N este co ntexto, vi sualizar a implantação d e u ma pod erosa i nfra-estrutura e m t ecnologia de i nformação e comunicação é fundamental para esta nova economia, sendo este o melhor caminho para a cr iação do c onhecimento e d a i novação, r essaltando-se que a T I é necessariamente v ista como u ma ferramenta, não c omo co ndutora do pr ocesso, porém fundamental para u m mundo q ue o pera 2 4h por di a e onde os produtos podem se r entregues e m q ualquer l ugar do mundo. M undo est e se m fronteiras, colocando a N Z em se u ce ntro, co mo q ualquer paí s que es teja no r umo d a Economia do Conhecimento. Não existe modelo perfeito a se r seguido por qualquer país, a N ova Zelândia tem co mo m eta d esenvolver e co nstruir o se u pr óprio ca minho. Aprender co m a experiência de out ros países e co mpetidores em potencial é i mportante, m as suas diferenças devem sempre ser consideradas, pois são dependentes de suas culturas, prioridades nacionais, status econômico, di mensão, g eografia e pop ulação, par a citar al guns fatores. Basear es ta a nálise a par tir de i ndicadores fornecidos por organismos internacionais, co mo a O ECD, por ex emplo, p ode e m m uito co ntribuir para conhecer as fraquezas e reconhecer a s forças para o enfrentamento e m um mercado verdadeiramente global. No estudo formulado para o G overno da N Z pela Ernest & Young (2) estes focos ficam bem identificados, se comparados com países competidores deste mesmo mercado: o i ndicador r eferente ao nú mero d e computadores pessoais, co loca a N Z nu ma f aixa m ediana entre os países de melhores índices; no quesito computadores vinculados à internet seu índice passa a ANEXO 3 103 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação ser m ais próximo dos países mais avançados e, em r elação ao nú mero d e graduados em cursos técnicos e ao p ercentual de ex portação de produtos de altatecnologia, se u des empenho dei xa m uito a dese jar, co locando-a nos níveis mais inferiores. Como ilustração, a Figura 3.26 apresenta a representação do posicionamento da NZ perante outros países competidores baseada na metodologia INEXSK (gráfico radar), desenvolvida por Mansell e Wehn (1998), ferramenta utilizada no documento com v istas melhor si tuar a N Z f rente a o utros países, co nsiderando o co ntexto da Economia do Conhecimento. Figura 3.26 - Comparação da Nova Zelândia com outros países Fonte: Ernest & Young (2) Nesta proposta inicial, foram resgatadas questões relevantes que deveriam e estão sendo enfrentadas pelo Governo da Nova Zelândia, podendo ser aqui citadas algumas: 1. Educação: a mpliação de v agas em c ursos técnicos; a mpliar qualificação de m estrados e do utorados em ár eas técnicas; i ncentivar a prática par a o d esenvolvimento d e ha bilidades; i mplantar pol ítica de educação c ontinuada par a g arantir per manência dos trabalhadores por mais tempo no mercado de trabalho; 2. Incentivar a participação dos Mãori na economia do conhecimento: a cr ença n o be m es tar d a nação é i nseparável do b em ANEXO 3 104 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação estar M ãori; os Mãori pode m ag regar i mportantes valores ao conhecimento; a cu ltura M ãori pode agregar v alor par a u ma m arca genuína da NZ; 3. Política de imigração e retenção de ‘cérebros’: incentivar a at ração de t rabalhadores do c onhecimento; d esenvolvimento d e or ganizações de conhecimento como forma de reter e atrair de volta qualificados cidadãos do país residentes no exterior; transformar a NZ em um país atrativo para o mercado de trabalho global; 4. Pesquisa e desenvolvimento: i nvestimentos em P &D a fetam a t axa de i novação e pr oduz m últiplos efeitos n a eco nomia; P &D habilita a inovação co mo u ma vantagem co mpetitiva; i mplantação de p olítica co m redução de taxas para empresas que investem em P&D; 5. Cultura da Inovação: a i novação deve ser precedida de um ambiente adequado p ara a s ua pr omoção – os empreendedores necessitam compreender as necessidades dos investidores; 6. Alterar o ‘mix’ de exportação: ampliar o l eque d e pr odutos ‘hi-tech’ para ex portação; a i nternet permite q ue p equenas empresas atuem n o mercado internacional; o comércio eletrônico permite alcançar aumento do mercado e a di minuição d os custos de produção; o co mércio el etrônico influencia o direcionamento das exportações. Para a Nova Zelândia, seus passos iniciais para entrar e participar desta nova Era f oram baseados no l evantamento d as f orças e f raquezas do paí s e do se u cenário, propondo q ue em menos de 1 0 a nos isto s eria possí vel, co ntando c om o indispensável co mprometimento da toda a so ciedade. Para est e pr ocesso não poderia ser esquecido o necessário ‘senso de urgência’ face à velocidade do avanço do m undo global. A o Governo da N ova Zelândia cabe a m issão capital de se r não apenas o i nstrumento desta proposta, m as seu l íder e co ndutor, definindo o senso de direção a s eguir e o desenvolvimento d e u ma v isão est ratégica co m v istas ao futuro, envolvendo lideres do próprio setor público, assim como do setor empresarial e educacional. ANEXO 3 105 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação 3.2.5.2. Políticas Públicas A economia da NZ tem apresentado uma contínua expansão de forma vigorosa, tendo alcançado um crescimento de aproximadamente 4 ½ % no ano d e 2004, el evando a m édia da t axa de cr escimento par a 3 ¼ % após a fase d e recessão oco rrida n o início dos anos 90. Este f ato f oi al cançado devido, principalmente, a implantação de uma política macroeconômica bem sucedida e d e reformas estruturais colocadas em prática ao longo dos últimos 20 anos. O atual e pr incipal objetivo, mantida esta base econômica solidamente construída, é d e al cançar ef etivos ganhos relativamente a i ndicadores sociais para toda a população. N este se ntido, a g estão pública i dentifica t rês desafios a s erem enfrentados: 1º Desafio. Aumentar o cr escimento da produtividade co mo forma de ampliar os ganhos reais. Como ação de governo, o objetivo é de identificar e remover obstáculos para fomentar o cr escimento e o provimento de um ambiente no q ual e mpresas e pr ofissionais t enham mais condições de florescer. D e forma co mplementar às reformas recentemente implementadas, algumas áreas ainda carecem de maior apoio, como por exemplo: co mpetição de mercado, t axação de e mpresas, i nfra-estrutura, mercado de trabalho, inovação e formação de capital humano. 2º Desafio. Alcançar m aior par ticipação de al guns grupos ainda pouco representados no m ercado de trabalho como forma de r eduzir os efeitos sociais da d ependência d e b enefícios. D ois são os g rupos mais representativos e focos desta açã o: m ães q ue não r ecebem q ualquer benefício e apr esentam a i ntenção de t rabalhar por ém t êm q ue su perar obstáculos financeiros e p ráticos para tal; t rabalhadores que r ecebem benefícios por um l ado, e por out ro u m ap oio m uito l imitado par a abandonar esta dependência e retornar ao mercado de trabalho. 3º Desafio. Continuar a gestão pública das finanças de forma prudente e efetiva par a se m anter os ganhos alcançados com a p olítica fiscal alcançada ao l ongo d a úl tima d écada. O foco é co ntinuar i nvestindo em políticas e programas que sejam prioritárias e que possam contribuir para ANEXO 3 106 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação o d esenvolvimento s ocial e a elevação dos indicadores de l ida d a população. Outros temas têm merecido especial atenção das políticas governamentais: Energia. Alguns se tores da ec onomia ai nda n ecessitam r esolver su as incertezas regulatórias, se ndo o se tor de el etricidade e e nergia t alvez o principal on de a c ompetição não ocorre d e f orma satisfatória, pod endo agravar o cr escimento do desenvolvimento. E ste fato t em i nduzido dificuldades de avaliar o cu sto efetivo de di ferentes alternativas de fontes energéticas, dentre estas: carvão, vento, hidráulica ou gás natural. Redes de Comunicação – Banda larga. Investimento na ampliação em uma melhor i nterligação de co municação t em si do o bjeto de e xtenso debate, pr incipalmente nas áreas congestionadas em A uckland e, co m menos intensidade, na região de Wellington. Precaução deve ser dada ao fato de q ue um al to i nvestimento nest e s etor não r esulta, necessariamente, em um au mento da pr odutividade. O est abelecimento de um novo modelo de infra-estrutura para o setor, formalizado pelo Land Transport Act de 20 03, per mite a participação d e P arcerias PúblicoPrivadas (PPP). Inovação. O m odelo r eferendado pel o Growth and Innovation Framework – GIF (2005) confere destaque e importância à inovação como a ch ave par a ca pacidade d e ex pansão d o paí s. E sta est ratégia, em se u conjunto, par ece estar bem elaborada e projetada. A t axa d e i novação entre as empresas está n o e ntorno d o ní vel dos países da U E, em q ue pese os gastos em P&D destas ainda esteja abaixo da média dos países que co mpõem a O ECD. O g overno da N Z opt ou por o ferecer o suporte público par a a inovação privada at ravés de concessões e subsídios, conferindo maior dinamismo à ação, maior capacidade de coordenação e avaliação com vistas a prover políticas coerentes e minimizar os riscos de um programa ‘descontrolado’. Com isto a I novação induziu uma melhor e maior ca pacidade do se tor pr ivado d e a bsorver nov os conhecimentos, desenvolver açõ es mais próximas e co laborativas entre uni versidades e empresas privadas, permitindo uma maior difusão e apl icação das ações ANEXO 3 107 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação de P&D. Nos itens seguintes este tema será novamente abordado, posto estar mais convergente com o foco deste documento. Educação. Os serviços educacionais apresentam a ca pacidade de redirecionar mais e fetivamente a c onstrução d o ca pital humano para o país. O c apital hu mano, v isto t ambém c omo u m ativo i ntangível de qualquer or ganização ou so ciedade, apr esenta-se co mo u ma peça importante no cr escimento d a pr odutividade, n ão so mente a partir de habilidades especificas, mas porque a partir de uma força de trabalho bem formada cresce a sua condição de adaptabilidade e com mais rapidez esta se i ntegra a nov os equipamentos e pr ocessos. A tualmente o g overno mantém um conjunto de instrumentos para conduzir o di recionamento de fundos públicos para ár eas prioritárias, t endo r ecentemente r etirado subsídios de c ursos que a presentavam co ntribuição i nsignificante para a melhoria da força de trabalho. Produtividade no Setor Público. Alcançar o crescimento de uma maior produtividade no s etor públ ico r equer m elhor ní vel de i nformação e incentivo par a a aç ão dos gestores. C om foco n os gastos, dois setores merecem m aior at enção: educação e s aúde. E xistem di ficuldades para determinar ní veis de produtividade par a ca da ca so, assi m co mo agregar valor aos serviços. D a m esma forma, esforços estão se ndo r ealizados para co nferir m aior di nâmica à at uação do s gestores do se tor públ ico, conferindo incentivos para identificar e i mplementar melhoria na eficiência dos serviços. 3.2.5.3. Instrumentos e Ações O objetivo da N Z está dirigido para recolocar o paí s no grupo que compõe a metade su perior d os paí ses da OECD n o q ue c oncerne ao PIB per c apita. A economia da N Z t em apr esentado um r ápido cr escimento, o nde o P IB at ual representa um cr escimento de 4 0% se co mparado co m 10 an os atrás, a pesar da queda sofrida em 1998 devido à cr ise asiática. E ste desempenho colocou a NZ no grupo dos melhores na OECD, à frente dos EUA, porém atrás da Austrália. O futuro crescimento dependerá dos ciclos econômicos, mas as expectativas são positivas e ANEXO 3 108 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação refletivas em v ários fatores: o a umento v ertiginoso da po pulação bas eado principalmente no fluxo migratório; diminuição da taxa de desemprego; crescimento do est oque do c apital de neg ócios. Existe a t endência de melhoria de um a m aior produtividade no trabalho, porém ainda está abaixo dos indicadores da OECD. A Agenda de Transformação Econômica – Economic Transformation Agenda – da NZ tem o foco no progresso com vistas à elevação da renda, mercado baseado na economia do conhecimento, com ca racterísticas de i novação e cr iatividade, e a provisão de el evação da qualidade de v ida p ara t oda a p opulação. Em 2 006 o governo da N Z consolidou este setor com uma das três prioridades para a próxima década, dirigindo sua ação com base no GIF para ampliar o nível de i novação e o desempenho econômico. Este se tor, v inculado ao M inistério da E conomia e D esenvolvimento, apresenta-se c omo um d epartamento t ransversal co mprometido com ci nco t emas: empresas com cr escimento c ompetitivo e m nível g lobal; esp aços de t rabalho inovadores e pr odutivos; i nfra-estrutura d e cl asse m undial; A uckland: ci dade competitiva internacionalmente e, sustentabilidade ambiental. Empresas com crescimento competitivo em nível global Prover as empresas da NZ de capacidade de competir globalmente é t ratado como questão chave para o futuro da economia. Três níveis são considerados com vistas à competitividade global: Ser internacionalmente competitiva dentro do mercado doméstico; Ser competitiva dentro do mercado global; Desenvolver empresas baseadas na NZ com presença global. Para s erem g lobalmente c ompetitivas, as empresas requerem um a efetiva ação d e g overno, pod erosos modelos de g estão, cu ltura d e i novação e g rupo d e colaboradores motivado e com habilidade. ANEXO 3 109 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação Espaços de trabalho inovadores e produtivos A economia da N Z será transformada a p artir de um a força de trabalho com capacidade de apl icar suas habilidades, idéias e tecnologias. Os espaços de trabalho deverão prover ambiente, incentivos e oportunidades para os trabalhadores serem inovadores, criativos e receptivos à mudança. Infra-estrutura de classe mundial Este t ema i nclui t ecnologias de i nformação e co municação e banda l arga, energia e transporte. Relativamente à infra-estrutura de banda larga, a visão da NZ é de apresentar desempenho nesta área, até 2010, compatível com o grupo superior de 25% dos países da O ECD. E nergia dev erá se r r egulamentada par a a mpliar os níveis de co nfiabilidade e s uprimento, co m pr eços estáveis. I nfra-estrutura e m transporte par a s ustentar o cr escimento e m elhoria l ogística d as ligações entre regiões e s eguimentos, p ermitindo desl ocamentos m ais eficientes de bens e serviços. Auckland: cidade competitiva internacionalmente Aplicada a A genda de T ransformação E conômica, A uckland v irá a se r um a cidade com níveis de competitividade global, suportada por habilidades em serviços de primeira classe. Auckland será vista como um dos melhores lugares para viver no mundo, para negócios e para turismo. Sustentabilidade ambiental Baseado n o P rotocolo de K yoto para o per íodo d e 20 08-2012, a sustentabilidade ambiental foca a mudança de clima e o gerenciamento da terra e da água. Gestão sustentável da terra assegura que as necessidades sócio-econômicas da população sejam encontradas hoje, enq uanto, ao m esmo tempo, f icam assegurados os interesses das futuras gerações. O GIF i dentificou a inda a necessidade d e foco e m ár eas co m esca ssos recursos de investimento, sendo as que passaram a merecer particular atenção são: ANEXO 3 110 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação Biotecnologia; Tecnologia da Informação e Comunicação Indústrias criativas e inovadoras, e, mais recentemente, Alimentação e Bebidas. 3.2.5.4. Papel dos PCTs Nas ações de g overno da N Z nã o co nstam a tividades especificamente destinadas ao papel do PCTs, tais como são consideradas no Brasil. Cabe destacar, porém, ênfase concedida às ações voltadas ao conjunto de empresas que compõe o grupo das pequenas e médias empresas, Small and Medium Enterprises – SMEs. Ação est ratégica q ue é v alorada t ambém pela O ECD e, no q ue co mpete à N Z, incluindo o estabelecimento de uma D iretoria esp ecífica j unto ao Ministry of Economic Development (MED) a p artir de 2003. E sta D iretoria é r esponsável em aconselhar o governo na cr iação de um ambiente econômico e regulado com vistas a pr omover o dese nvolvimento e o su cesso das SMEs, i ncluindo assi stência empresarial, ace sso a ca pital e co nhecimento das melhores práticas. D a m esma forma, este setor atua como um facilitador na ligação das empresas com o g overno com o bjetivo de e fetivar m aior co municação e di álogo. R esumindo, a a tividade enfoca: Apoio jurídico; Efetiva i nserção d as S MEs no d esenvolvimento de políticas a elas afetadas; Melhor entendimento do foco e importância das atividades das SMEs; Melhoria dos serviços governamentais dedicados às SMEs. O nível de co municação entre o g overno e as SMEs pode ser ilustrado pela Figura 3.27 a seguir. Os diversos grupos têm liberdade de comunicação no sentido de i nformar o andamento das ações, s eus pr ogressos e pr ioridades do t rabalho adotadas pelas agências governamentais. ANEXO 3 111 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação Figura 3.27 - Modelo sistêmico de relação entre Agências Governamentais na Irlanda Fonte: Ministry of Economic Development (10) Inovação, palavra chave neste contexto, parece estar com modelo projetado, podendo ampliar a eficiência de políticas convergentes, que inclui, por exemplo: Adotar medidas adequadas em favor da colaboração entre universidades e empresas privadas; Promover um a i ntegração mais próxima d e pol íticas entre e ducação, imigração e mercado de trabalho com política de inovação para melhorar capacidade do setor privado de absorver novos conhecimentos; Limitar o a umento da parcela de fundo não reembolsável para institutos de pesquisa; Melhorar a g estão en tre ag entes responsáveis pelo su porte púb lico e pelo est abelecimento de di retrizes para a provisão de su bsídios para promover maior convergência das políticas; Monitorar o d esenvolvimento do mercado de ca pital de r isco, c om a proposta de acompanhar as mudanças de taxas de mercado. No que compete às ações de P&D, cabe alguns destaques: Investimentos em P&D adv indos de e mpresas privadas sofreram aumento equivalente à 9,5% no período de 2002 a 2004; Em 2 002 so mente 5% do i nvestimento em P&D r ealizado pel as universidades foi financiado p elas empresas privadas, se ndo 23% realizado pelo Crown Research Institute (CRI) e f inanciado por empresas da NZ; ANEXO 3 112 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação No ano de 2002 o investimento em P&D suportado pelo Governo da NZ e pelas universidades foi equivalente a 0,5% do PIB, tendo também como proposta o s uporte à i novação. I nstituições prioritariamente en volvidas com a g estão d e fundos públicos para a i novação est ão a se guir relacionadas: 1. Foundation for Research Science and Technology (FRST); 2. Royal Society of New Zealand; 3. Health Research Council; 4. Ministry of Research Science and Technology (MoRST); 5. Tertiary E ducation Commission an d t he M inistry of E ducation. Moreover; 6. New Zealand Trade and Enterprise(NZTE); e 7. Venture Investment Fund (VIF). ANEXO 3 113 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação 3.2.5.5. Referências 1. DUNCAN, Ian; YEABSLEY, John. S tructural reform: A ction and reaction in small country: the case of New Zealand. Paris: Nzier, 2006. 2. E rnst & Y oung N ew Z http://www.knowledge.gen.nz. 1999. ealand. The K nowledge E conomy. 3. K ERR, S usi. The p olitical eco nomy o f st ructural r eform i n natural r esource us e: observations from New Zealand. Paris: Motu, 2006. 4. M inistry of E conomic Development. Economic Transformation A genda. New Zealand. http://www.med.govt.nz/templates/StandardSummary____22996.aspx, (acessado em 05/05/2007). 5. M inistry o f E conomic Development. SMEs in N ew Z ealand: S tructure an d Dynamics. New Zealand. 2006. 6. Ministry of Economic Development. The Growth and Innovation Framework Sector Taskforces: Progress with Implementation. New Zealand. 2005. 7a. OECD. OECD Economic Surveys: New Zealand. Paris: OECD, 2005. 7b. OECD. OECD Economic Surveys: New Zealand. Paris: OECD, 2007. 8. SVEIBY, K. The Invisible Balance Sheet. 1988 9. SVEIBY, K. Knowledge Management – Lessons from the pioneers. Article, 2001 10. M inistry o f E conomic Development. S mall-Middle-Enterprises - SMEs. http://www.med.govt.nz/templates/StandardSummary____160.aspx ( acessado e m 05/05/2007). 11. M inistry of E conomic Development. SMEs in N ew Z ealand: S tructure and Dynamics. 2006. 12. N ZIER A uthoritative A nalylis. S tructural r eform: A ction a nd r eaction i n a sm all country: the case of New Zealand. 2006. ANEXO 3 114 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação 3.2.5.6. Informações Complementares Figura 3.28 Fonte: OECD. Economic Policy Reforms: Going for Growth, 2007 (3) ANEXO 3 115 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação ANEXO 3 116 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação 3.2.6. Reino Unido 3.2.6.1. Contexto O R eino U nido ( RU) apr esenta uma t radição hi stórica de l iderança al ém d e suas fronteiras, pr incipalmente ao l ongo do s séculos XVIII e X IX, t anto no O riente como no Ocidente. No século XX esta posição passou a sofrer forte competição de outros países, t ornando o i nício dest e sé culo o m omento cr ucial par a o se u reposicionamento em nível mundial. Nos anos recentes, sã o i números os est udos, pl anos e pr ogramas desenvolvidos pelo R eino U nido, co locando e m su a esp inha dorsal a i mperiosa necessidade de inserção de sua economia na Era do Conhecimento. Neste sentido, uma nova estratégia política tem norteado o desenvolvimento de políticas públicas e norteado a implementação de programas de governo dentro do escopo da Economia do Conhecimento, com envolvimento em nível regional, sub-regional e níveis locais, procurando a mpliar, a glutinar e oferecer m aior ent endimento d este nov o m omento nacional e global (4). Após amplo p eríodo de de bate e di scussão, co nduzidos pelas A gências Regionais de D esenvolvimento ( RDA), f oram des envolvidos modelos de desenvolvimento d entro da eco nomia do c onhecimento chamados de A rquitetura Econômica R egional ( REA), ado tando o e mprego e ha bilidades como i ndicadores, além d e benchmarking para medição do uso de co nhecimento i ntensivo na s indústrias. E ste est udo, q ue abr angeu t odo o paí s a par tir de su as várias regiões, mostrou claramente o dom ínio da região de Londres como a mais avançada no uso intensivo do conhecimento (knowledge-intensive). Desta análise, ficou demonstrada que existem duas incompatíveis geografias no p aís, dentro da escala da economia do conhecimento: de um lado um relativo e bem distribuído padrão de cr escimento em qualificação e t rabalho graduado, e de o utro uma alta concentração de trabalho dentro do padrão knowledge-intensive favorecendo mais largamente as regiões de Londres e South East (4). A par tir d este co ntexto, o G overno do R eino U nido op tou por desenvolver e elaborar uma visão própria da economia do conhecimento para as suas demandas e necessidades. A ec onomia d o c onhecimento foi e é v ista co mo u ma j anela d e oportunidade p ara n ovas estratégias e par a q ue o co nhecimento e a i novação 117 ANEXO 3 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação passassem a s er e muladores de um m aior nú mero de P equenas e M édias Empresas (SMEs). N este ce nário, o G overno r econhece se r o s etor pú blico se u principal ator. A Figura 3.29 ilustra o r esultado d a a plicação d este estudo ( REA) par a o Reino Unido, considerando a E conomia do Conhecimento. Notam-se as diferenças entre vários indicadores a partir dos focos de análise. Esta análise fica enriquecida quando são comparadas várias regiões, ou mesmo outros países. K1 Setor K2 Setor K3 Setor K4 Setor ≥ 40% de graduados compõe a força de trabalho entre 25% e 40% de graduados compõe a força de trabalho entre 15% e 25% de graduados compõe a força de trabalho ≤ 15% de graduados compõe a força de trabalho Figura 3.29 - Aplicação do Modelo REA para o Reino Unido (4, p. 31) Destas análises e est udos iniciais realizados a par tir do i nício dest e sé culo, emerge uma n ova ag enda par a o R eino U nido, o nde os seguintes pontos apresentam relevância: Criação de uma genuína visão nacional; Oportunidade para a Economia do Conhecimento; Reconhecimento q ue o S etor P úblico é u m at or i mportante d entro da Economia do Conhecimento; Cidades como motivadoras e n ucleadoras da E conomia do Conhecimento. Com esta visão preliminar estabelecida, o RU desenvolveu ao l ongo de 2 003 e 2 004 u ma av aliação d o a mbiente d e i novação, através de v árias atividades relevantes no se ntido de pr opor um a aç ão mais afirmativa par a a adoçã o de u ma política de Ciência e Inovação, podendo-se citar os itens a seguir. ANEXO 3 118 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação Lambert Review of Business - University Collaboration, 07/2003 (6). Documento elaborado sob a responsabilidade de Robert Lambert. Objetivo: Reforçar a relação entre as Universidades e as Empresas com vistas a prover maior benefício para a economia do país. O contexto do trabalho demonstrou a percepção que a q ualidade acadêmica, em termos de ciência e tecnologia, apresenta bom desempenho. Porém, em sentido inverso, a transformação do conhecimento gerado nas universidades em produtos e serviços não apr esenta bo m d esempenho, principalmente q uando co mparado c om outros países. Lambert Review of Business- University Collaboration, 12/2003 (7). Documento elaborado sob a responsabilidade de Robert Lambert. Objetivo: Elaborar um co njunto de r ecomendações para a mpliar e r eforçar as relações entre as Universidades, as Empresas e o Governo com vistas à inclusão do Reino Unido na Economia do Conhecimento, atendendo requisitos de competitividade e inovação. Este ‘Final Report’, publicado ao final do ano de 2003, procurou consolidar 31 recomendações com vistas a atender os objetivos do trabalho e fornecer ao Governo do RU um plano de ação. Duas constatações iniciais sustentaram este trabalho: 1ª Alteração por parte das empresas de seus sistemas e padrões de P&D, onde at uavam em próprios laboratórios, pr eferencialmente de f orma secreta, para a busca de uma maior colaboração e novas formas de obter inovação; 2ª Tendência de globalização de P&D em empresas, fixando seus centros de pesquisas mais próximos aos seus mercados e a centros relevantes e reconhecidos de pesquisa. Ficam identificadas ações para os principais atores: Universidades: identificar áreas para reforçar atividade mais competitiva em pesquisa; Empresas: como explorar as idéias mais inovadoras desenvolvidas pelo setor universitário; Governo: ampliar o suporte para a colaboração universidade-indústria. ANEXO 3 119 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação DTI, Innovation Report, 12/2003 (8). Documento elaborado pel o Departamento de Comércio e Indústria do Reino Unido (DTI – Departament of Trade and Industry) e publ icado e m dez embro de 2003. O bjetivo: E laborar pr oposta de ação co m v istas à co mpetição e m u ma ec onomia g lobal, co locando co mo d esafio primordial a inovação. Três pontos são co locados como r azões principais para a ur gência do f oco em inovação por parte das empresas e dos países: Liberalização do comércio e a r ápida queda no custo das comunicações e t ransporte. N ecessidade d e melhorar ní veis de co mpetitividade para enfrentar produção d e b aixo cu sto ( China) e mão d e o bra qualificada (Coréia); Ciência e a t ecnologia so frendo m udanças de forma muito m ais veloz que em est ágio an teriores. N ovas áreas de co nhecimento: t ecnologia de informação e co municação, nov os m ateriais, bi otecnologia, nanotecnologia, en tre out ras, est ão o ferecendo m aiores oportunidades para empresas empreendedoras, assim como vantagens competitivas; Globalização das comunicações, est abelecida pel o fenômeno das 24 horas, 7 /7 di as, al terando pr ofundamente as características dos consumidores ao início do século XXI. Science & Innovation Investiment Framework 2004-2014, 07/2004 (5). Documento el aborado em co laboração entre HM Treasury, Departament of Trade and Industry e Departament of Education and Skills, e publ icado em julho de 2004. Objetivo: E laboração pr opositiva de estrutura d e i nvestimento, e m ci ência e inovação, a par tir d e uma v isão de l ongo p razo, co m foco i nicial na d écada 2 0042014. A construção deste documento, em nível nacional, contou com a participação de mais de d uzentas or ganizações, p úblicas e privadas, co nsiderando u ma r eal contribuição ao cr escimento econômico e à m elhoria dos s erviços públicos, baseados em um sistema de pesquisa que permita este avanço. A visão proposta no documento tem o o bjeto de colocar o RU como o local de maior atração no mundo para a C iência e I novação, i ndicando c omo alvo pr incipal o cr escimento de investimento em P&D de 1.9% a 2.5% do PIB em dez anos. ANEXO 3 120 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação A economia do Reino Unido tem apresentado um crescimento consistente ao longo da úl tima d écada ( média d e 2, 5% a.a.), oferecendo indicadores bastante consistentes quando comparada com outros importantes países industrializados (2). De aco rdo com o European Innovation Progress Report 2006 (2), o R U está na 7ª posição e m I novação, q uando co mparado c om o g rupo d e 25 p aíses membros da União E uropéia ( EU 25) . O utros indicadores, co mo f ormação em C iência e Engenharia ( S&E) e E ducação C ontinuada t ambém a presentam el evado desempenho ( ver i tem 3 .2.6.6). O p aís está aci ma da m édia do g rupo E U 25 em investimento em i novação, ca pital de r isco e i nvestimento em T ecnologias de Informação e C omunicação, p or ex emplo. Porém, em v ários outros indicadores apresenta t endência n egativa, co mo e m f inanciamento de P &D e m U niversidades, por exemplo, enquanto que a tendência do grupo de membros da EU é inversa. Uma das principais dificuldades do R U é t raduzir se u en orme po tencial de g eração d e conhecimento e m pr odutos co merciais e s erviços. E m u ma análise m ais ampla, dentro do escopo da U nião Européia, constata-se que a S uécia apresenta ‘forças e fraquezas’ si milares a o R U, p orém, p or o utro l ado, a S uécia é l íder e m t odos os indicadores de inovação (2). Nas recentes análises r ealizadas no â mbito da European Commission (2) e da O ECD ( 1,3), pode m-se obt er os principais desafios a se rem enf rentados pelo Reino Unido no futuro próximo: Baixo investimento das indústrias e empresas em P&D; Alta d ependência d e p oucos se tores e g randes e mpresas no investimento em P&D; Diminuição do financiamento de P &D em Universidades por parte d as empresas; Baixo desenvolvimento de inovação por parte das SMEs. Science & Innovation Investiment Framework 2004-2014: Next Steps, 03/2006 (9). Documento el aborado em co laboração p elo HM Treasury, o Departament of Trade and Industry, o Departament of Education and Skills e o Departamento of Health e publ icado em março de 200 6. O bjetivo: A presentar os próximos passos em relação ao documento fonte, de 2 004, agregando novas áreas para inclusão na estrutura anterior. ANEXO 3 121 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação Na per spectiva de a mpliação da co mpetitividade g lobal par a at ividades intensivas em c onhecimento, est e d ocumento a presenta políticas-chave par a ci nco novas áreas: Maximização do impacto do investimento em ciência através do aumento da inovação na economia; Ampliação da efetividade dos Conselhos de Pesquisa; Apoio à pesquisa de excelência em Universidades; Apoio à Classe Mundial de pesquisa em saúde; Ampliação do s uporte às habilidades em C iência, Engenharia, Tecnologia e Matemática (SETM). 3.2.6.2. Políticas Públicas As políticas públicas no R eino U nido v oltadas para a I novação r epresentam uma aç ão t ransversal no G overno, env olvendo v ários atores, co nforme i lustra a Figura 3.30. Figura 3.30 - Visão Geral do Sistema de Inovação do Reino Unido (10) A Secretaria de C iência e I novação (OSI – Office of Science and Innovation) foi formada em abril de 2006, trazendo a Secretaria de Ciência e Tecnologia (OST ANEXO 3 122 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação Office of Science and Technology) e o G rupo de I novação d o Departamento de Comércio e I ndústria ( DTI Innovation Group) ( incluindo o G rupo E stratégico de Tecnologia - Technology Strategy Board). A expectativa do G overno é de a mpliar a contribuição de est ratégias governamentais em i novação at ravés de i mportantes setores do g overno co m v istas à eco nomia do R U ( 9, 10) . E sta reformatação da estrutura g overnamental v isa of erecer m aior su porte à i novação em ár eas importantes para alcançar maior crescimento e pr odutividade dentro do co ntexto de ampliação da economia global. Apresenta também um foco particular para aproximar as empresas das universidades, valorizando o investimento em pesquisa de base. O pr incipal m arco d e r eferência d o R eino Unido foi p ublicado e m j ulho de 2004, Science & Innovation: Investiment Framework 2004-2014 (5), se ndo posteriormente complementado com seu acompanhamento, ratificado em Science & Innovation: Investiment Framework 2004-2014, Next Steps (9), publicado em março de 2006. Em seu primeiro momento, 2004, o Governo do RU declara a i ntenção de aumentar para 2,5% do PIB as despesas públicas e privadas em iniciativas de C&T no Reino Unido ao longo da próxima década. A P olítica Pública d e C iência e I novação, es tabelecida e m 2004 ( 5), apresentava naquele momento as seguintes metas: Desenvolver pesq uisa de C lasse M undial a par tir de Centros de Pesquisa de Excelência; Capacidade de ação dos fundos públicos para a pesq uisa com vistas a atender as demandas da economia e dos serviços públicos; Aumentar o v olume de investimento em pesquisa científica por meio do crescimento an ual su stentado d e 5% em financiamentos a pr ogramas e equipamentos através de Conselhos de Pesquisa; Investir m ais £ 50 milhões por an o at é 2005-06 e m a poio à pesquisa colaborativa e ao dese nvolvimento de novas tecnologias-chave de grande alcance; Aumento do investimento em P&D por parte das empresas, assim como ampliar o eng ajamento das empresas no m odelo de inovação adot ado para fomento de novas idéias e talentos; Fomento às empresas para capturar pesquisas inovadoras e boas idéias junto às universidades e sua transformação em novos produtos e serviços; ANEXO 3 123 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação Fornecer n ovos e su bstanciais recursos aos Conselhos de Pesquisa, possibilitando u ma c ontribuição m ais eficaz aos custos totais das pesquisas que patrocinam nas universidades; Reconhecimento da S ociedade d o R U dos avanços da p esquisa e da aplicação de inovações. Pela sua capital importância, os principais aspectos abordados ao longo deste documento (5), encontram-se a seguir referidos. Estrutura de Investimento. A s Figura 3.31 e Figura 3.32 refletem est a intenção. A Figura 3.31 ilustrando as parcelas de investimento em P&D por par te do Setor P úblico e do S etor P rivado, r eferenciado a 2 002, comparando com outros países. A Figura 3.32 indicando claramente a visão de f uturo d o R U co m v istas à ev olução su stentada do investimento em P&D entre 2004 e 2014. Figura 3.31 - Investimento em P&D – Setor Público e Setor Privado - % do PIB (5) Figura 3.32 - Cenário indicativo para o investimento em P&D em 2014 - % do PIB (5) Reforço à Ciência no Reino Unido. O Governo garante um cr escimento anual real em f inanciamentos públicos à ciência de 5, 8% so bre o orçamento de 20 04, c analizando £ 1 bi lhão a m ais em i nvestimentos na 124 ANEXO 3 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação ciência em 2007-08 do que em 2004-05. O objetivo é m anter o al to nível de pr odutividade e co mpetência c ientifica desenvolvida no R U, e ntre os melhores do m undo, e pr over r eestruturação e r eforma co m vistas a minimizar o impacto da ciência na direção da inovação. Pesquisa de C lasse M undial j unto a os C entros de P esquisa de Excelência. Mesmo mantendo o alto nível científico da pesquisa no RU, o acréscimo de i nvestimento deverá se r acompanhado d e estratégias desenvolvidas pela OST com vistas a ajustar o Orçamento para a Ciência proposto com as novas oportunidades e prioridades; Financiamento às Universidades e aos Laboratórios Públicos; Ampliação d a ca pacidade de r esposta d a pesq uisa bási ca p ara a economia; Aumento d o i nvestimento das e mpresas e m P &D, d e ac ordo c om o modelo científico adotado no R U. A partir do D TI – Technology Strategy, desenvolvimento de estrutura para a definição de prioridades e melhorias efetivas com vistas ao suporte à inovação nas empresas. Transferência de C onhecimento e I novação. A s universidades se rão incentivadas a co mercializar se us avanços ci entíficos e a t rabalhar de forma mais colaborativa com as empresas. Para tanto, através do Higher Education Innovation Fund (HEIF) será investido um valor equivalente à £ 110 milhões por ano até 2007-08. Capacitação e m ha bilidades nas áreas de C iência, E ngenharia e Tecnologia. Para atender a necessidade de uma demanda de alto nível de P&D se rá f undamental am pliar o nú mero de est udantes nas áreas de ciência, engenharia e t ecnologia. P ara t anto, o pr ograma d o G overno contemplará proposta de qualificação de professores e pesquisadores em todas as escolas do país. A Figura 3.33 ilustra o desa fio a se r superado, apresentando dados de diminuição destes índices em anos recentes. ANEXO 3 125 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação Figura 3.33 - % de estudantes em várias áreas do conhecimento no RU. (5) Comprometimento público e engajamento em Ciência e Tecnologia; Ciência e Inovação como ação transversal no Governo; Parceria em nível global, envolvendo redes de cooperação internacional e naci onal de P &D. A i ntenção d o G overno é co locar o R U co mo possibilidade d e esc olha p ara as empresas l ocalizarem se us setores de P&D, o u mesmo para uni versidades est rangeiras buscarem c olaboração com base na ci ência e n os negócios. N este se ntido, se rá i mportante reforçar as relações entre r edes nacionais e i nternacionais de P &D e os planos econômicos dos países que co mpõem o R eino U nido e su as regiões. Anexo A . C omenta a i nfluência d o i nvestimento pú blico em ci ência. Destaca as demandas da ci ência p ara o adequado d esempenho de u m sistema naci onal d e i novação. A Figura 3.34 ilustra, e m u ma perspectiva histórica, o des envolvimento d e P &D, ex ternamente e i nternamente às empresas, i ndicando q ue est as ações caminham a tualmente par a o equilíbrio, co mpondo um m odelo mais flexível par a um si stema de inovação. ANEXO 3 126 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação Figura 3.34 - Perspectiva histórica de desenvolvimento de P&D. (5) Anexo B. Contempla a definição de metas e indicadores de medição Anexo C . C ontempla a r esposta do G overno do R eino U nido às recomendações f ormuladas pelo Lambert Review of Business-University Collaboration – Final Report. 3.2.6.3. Instrumentos e Ações O G overno do R eino U nido est abeleceu c laramente q ue a ‘ invenção’ e a ‘inovação’ científicas são elementos cruciais para a competitividade. Neste sentido, o RU cr iou pr ogramas de açã o p ara pr omover m aior q ualificação de pesq uisa em ciência e t ecnologia nas universidades e laboratórios. Esses programas implicam a adoção de novas idéias, novas práticas científicas e novas tecnologias pela indústria privada. A s ações estabelecidas são d esenvolvidas fruto d a co laboração co njunta dos pesquisadores. Em julho de 2004, o compromisso do Reino Unido de fomentar esse ambiente de co laboração r ecebeu u ma i njeção de £ 1 bi lhão, q uando o Governo di vulgou o seu plano decenal de ciência e i novação. O plano define a i ntenção do G overno de 127 ANEXO 3 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação aumentar p ara 2, 5% do P IB as d espesas públicas e pr ivadas com P&D n o R eino Unido ao longo da próxima década. Entre o utros comentários já ci tados no i tem an terior, est e pl ano i nclui as seguintes ações: Aprovação de l egislação q ue ap óie a i ndústria pr ivada e as instituições públicas que conduzam pesquisa em C&T em áreas de excelência; Aumento do i nvestimento co mercial e m P &D e est ímulo par a que a indústria utilize idéias e pesquisadores da base científica; Estabelecimento de programas inovadores em C&I (Ciência & Inovação) que at raiam a par ticipação das comunidades acadêmica, i ndustrial, de pesquisa e do governo; Financiamento de projetos para o avanço da Ciência e Inovação; Desenvolvimento e apoio às universidades e l aboratórios públicos sustentáveis e financeiramente sólidos em todo o país; Divulgação da pesq uisa de C &I e su as diversas aplicações práticas, garantindo a transparência das ações. As principais áreas prioritárias atuais para o des envolvimento e m ci ência e inovação no Reino Unido são: Biotecnologia e biociências; Energia e ambiente, engenharia avançada e de materiais; Ciências do espaço e planetárias; Tecnologia da informação e da comunicação; e Nanotecnologia. Atualmente o R U apr esenta-se e m p osição de d estaque q uanto ao q uesito ‘inovação’, q uando co mparado aos países mais desenvolvidos do m undo. O p aís está empenhado no fortalecimento da pesquisa universitária, a partir da utilização de sua i nfra-estrutura para a ci ência e do estímulo à co laboração entre p esquisa e negócios, que é um elemento-chave para que a excelência em ciência e tecnologia se mantenha. Neste co ntexto, o R eino U nido pr oduz um a em presa spin-off (empresa de base tecnológica ou de serviços desenvolvida no meio acadêmico) para cada £ 12 milhões investidos em pesquisa. Para este mesmo parâmetro nos Estados Unidos, a razão é de uma empresa spin-off a cada £ 46 milhões investidos. No momento atual, 128 ANEXO 3 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação tanto as u niversidades como as empresas t rabalham em co laboração di reta n a economia do conhecimento. Já é visível uma mudança na cultura das universidades nos últimos anos, g erando um r ápido au mento no n úmero de e mpresas spin-offs, licenças e patentes resultantes de programas de pesquisa universitária. Complementarmente aos documentos Lambert Review – Final Report (12/2003) (7) e Science & Innovation: Investiment Framework 2004-2014 (5), neste mesmo período, o D TI l ança o Innovation Report – Competing in the global economy: the innovation challenge (8), já focalizado anteriormente. Este documento, dentro do contexto de Instrumentos e Ações aqui abordado, estabelece um plano de ação par a en frentar o desa fio d a i novação ( 8, p. 127) , est abelecendo: ár eas de ação, proposições para a i novação, parágrafos vinculados ao longo do d ocumento, organizações responsáveis e par ticipantes da açã o e o t empo d e dese nvolvimento da ação. Entre estas ações podem ser citadas: Garantir a existência de habilidades para o suporte à inovação; Maximizar o potencial do mercado de trabalho; Suportar a inovação nas SMEs; Suportar o empreendedorismo feminino; Incorparar o design para agregar valor; Aumento d e n ovas idéias a partir das ár eas de ci ência, engenharia e tecnologia; Incorporar especialistas em medição de indicadores; Encorajamento à gestão de Propriedade Intelectual; Incluir a agenda de inovação nas ações do Governo; Utilização do poder de compra do Governo para suportar a inovação; Estimular a inovação através de uma estrutura regulamentada; Alinhamento regional e nacional frente às estratégias de inovação; Encorajamento do crescimento regional através do investimento; Suporte à inovação nas diversas regiões do país; Encorajamento à inovação através da colaboração internacional. A i novação é um dos principais desafios do G overno do R U, s endo t ema central de p olíticas de al to ní vel. C onforme p ode se r vi sualizado na Tabela 11, em sua política de aco mpanhamento, várias medidas foram e est ão sendo implementadas. ANEXO 3 129 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação Tabela 11 - Medidas da Política de Inovação adotadas no RU Medidas da Política de Inovação UK 72 Micro and Nanotechnology Manufacturing Initiative UK 71 Business Link UK 70 Enterprise Capital Funds UK 69 Sciencewise Grants UK 68 Selective Finance for Investment in England UK 67 Web-based Toolkit UK 65 Collaborative Research and Development UK 64 Knowledge Transfer Networks UK 63 Manufacturing Advisory Service UK 62 COMMUNITY INVESTMENT TAX RELIEF UK 61 Enterprise Investment Scheme UK 60 Venture Capital Trusts UK 59 R&D Tax Incentives for Larger Companies UK 58 CASE - Cooperative Awards in Science and Engineeri UK 56 Corporate venturing & matchmaking UK 54 UK High Technology Fund UK 53 Regional Venture Capital Funds UK 52 Fund for commercialisation of IP in PSREs UK 50 Enterprise Insight Campaign UK 46 Small Business Research Initiative UK 45 Intellectual Property (IP) Portal UK 41 Science and Engineering Ambassadors Scheme UK 39 Science Research Investment Fund UK 38 Higher Education Innovation Fund (HEIF) UK 37 The Biotechnology Exploitation Platform Challenge UK 35 Research & development: new tax incentives for sma UK 31 Corporate Venturing Tax Relief UK 23 Ufi/ Learndirect UK 19 Faraday Partnerships UK 18 Knowledge Transfer Partnerships (formerly Teaching UK 10 National Endowment for Science, Technology and Art UK 9 Grant for Research and Development (formerly SMART UK 8 Small Firms Loan Guarantee Scheme UK 6 Biotechnology Finance Advisory Services UK 4 R&D Scoreboard UK 1 Foresight Programme Fonte: Trend Chart Innovation Policy in Europe. Disponível em: <http://trendchart.cordis.lu/index.cfm>. ANEXO 3 130 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação Ajustadas ao momento atual e ao foco da inovação que irradia todas as ações do G overno do R U e considerando al gumas t endências, al gumas ações tendem a ser tomadas, baseadas no European Innovation Scoreboard (2): Aumento do investimento Público e Privado em P&D - Ampliação do investimento público em P&D - Criação de incentivos para o investimento de empresas privadas em P&D Ampliação da promoção d e financiamento de e mpresas para P &D em universidades - Aumento d e pr êmios e v antagens para a oco rrência d e co laboração entre empresas e universidades, especialmente as SMEs - Rever prioridades dos Fundos Públicos de P&D, considerando realidades do m ercado, co m v istas a cr iar m aiores possibilidades para a oc orrência de parcerias público-privadas Ampliação da capacidade de inovação das SMEs - Acesso simplificado para as SMEs emergentes e inovativas - Reforço a iniciativas com vistas à cooperação entre SMES e entre SMEs e organizações de pesquisa Prover se rviços de co nsultoria e mpresarial na ár ea de c omercialização de produtos e serviços. 3.2.6.4. Papel dos PCTs No co njunto dos documentos pesquisados não foram i dentificadas ações específicas que pu dessem r eferendar at ividades cuja t ipologia asse melha-se a Parques Tecnológicos. Neste sentido, optou-se por aprofundar neste item a questão da i novação, t ema atual do G overno d o R U, post o se r est a um a açã o es tratégica que env olve em se u foco os três pi lares governo-universidades-empresas, preferencialmente as S MEs, co ntexto pr incipal de q ualquer P arque C ientífico e Tecnológico. No Reino Unido, assim como no mundo industrial e desenvolvido, o papel das universidades que p odem s uportar o d esempenho da i novação e da pr odutividade ANEXO 3 131 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação tem si do en fatizado. No ca so d o R U est e f ato fica c onstatado pel o d ocumento Science & Innovation Investiment Framework 2004-2014, (5) (11). Para m elhor en tender a nat ureza da pol ítica de i ntervenção na r elação universidade-empresa no R U é útil co locar este contexto dentro d e su a Política de Ciência e do se u S istema d e P&D. A Figura 3.35 oferece um a visão am pla e esquemática das principais organizações que financiam o conjunto de atividades de Ciência, E ngenharia e T ecnologia ( SET), q uando i ndicados, os valores financiados estão referidos ao ano de 2002. Organismos financiadores estão identificados pelos quadros em so mbra. Os demais quadros ilustram o co njunto de or ganismos que compõe a área d e S ET, i ncluindo se tores públicos e pr ivados (empresas, universidades, La boratórios do C onselho de P esquisa do R U, se tor públ ico e institutos de pesquisa). (11) Figura 3.35 - Financiamento e Desempenho da Ciência, Engenharia e Tecnologia (SET) no RU: contexto das relações Universidade-Empresa (11) Considerando o documento Innovation Report (8), “a inovação é o sucesso na exploração de novas idéias”. A inovação ocorre porque se pode agregar valor a bens e se rviços, pr ocessos de pr odução n ovos, l impos e m ais ef icientes e o melhoramento dos modelos de negócios. O documento, com foco na Inovação e na Competição Global, apresenta Plano de Ação já abordado no item anterior, mas que ANEXO 3 132 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação aqui é or ganizado um co mentário final, d e caráter m ais resumido, em se is áreas chaves: Transferência de C onhecimento: entre o ‘negócio’ e a ‘ ciência’, de empresa para empresa, com a colaboração de parceiros internacionais; Captura da Inovação: utilizando o g rande poder de c ompra do Governo para estimular a inovação; Habilidades e M ercado de Trabalho: s uportando el evado ní vel de habilidades e alto desempenho dos mercados de trabalho; Inovação em nível das regiões do RU; Estrutura Regulamentada: direitos à propriedade intelectual, indicadores para o suporte da inovação; SMEs: apoio ao empreendedorismo e pequenas empresas como fonteschave para a inovação. A i novação de pende do co nhecimento, co mpetência e ha bilidades. O R eino Unido des empenha um i mportante papel co m v istas a cr iar um a mbiente de inovação. A Figura 3.36 apresenta, de forma esquemática, a forma como o Governo do R U des envolve su as políticas de inovação, de aco rdo com o Innovation Report (8), i ndicando m ecanismos e c anais através dos quais o G overno i nfluencia a inovação. Figura 3.36 - Mecanismos e Canais da Política de Inovação do Governo do RU. (8) ANEXO 3 133 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação 3.2.6.5. Referências 1. OECD. OECD Economic Surveys: United Kingdom. Paris: OECD, 2006. 2. E UROPEAN C OMMISSION, Trendchart. European I nnovation P rogress Report 2006. Bélgica, Luxembourg, 2006 . Disponível em : http://ec.europa.eu/enterprise/innovation/index_en.html. (acesso em: 03/03/2007). 3. OECD. Economic Policy Reforms: Going for Growth. Paris: OECD, 2007. 4. DTI. Department of Trade and Industry. A Regional Perspective on the Knowledge Economy in Great Britain. London. 2002. 5. D TI. D epartment o f T rade a nd I ndustry. S cience & I nnovation: i nvestiment framework 2004 – 2014. London. 2004. 6. Lambert Review Report. Consultation. 07.2003 7. Lambert Review Report. Final Report. 12 2003 8. DTI_Innovation Report. 12 2003. 9. D TI. D epartment o f T rade a nd I ndustry. S cience & I nnovation: i nvestiment framework 2004 – 2014, Next Steps. London. 2006. 10. E UROPEAN C OMMISSION, E uropean T rend C hart on I nnovation. Annual Innovation Policy Trends and Appraisal Report: United Kingdom. 2006. 11. HUG HES, A lain. University-Industry Li nkages and U k Science and I nnovation Policy. Centre for Business Research, University of Cambridge. Junho 2006. ANEXO 3 134 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação 3.2.6.6. Informações Complementares Figura 3.37 Fonte: OECD. Economic Policy Reforms: Going for Growth, 2007 (3) ANEXO 3 135 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação Figura 3.38 Fonte: European Innovation Progress Report 2006 (2) ANEXO 3 136 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação 3.3. Grupo 2: América do Norte 3.3.1. Estados Unidos da América 3.3.1.1. Contexto Durante o s éculo X X, os Estados Unidos da A mérica ( EUA) m antiveram liderança e m t ermos de eco nomia mundial g raças à pod erosa co mbinação d e robustos investimentos, m ão-de-obra e ngenhosa e um mercado hosp italeiro p ara inovações na área de d esenvolvimento d e p esquisa e t ecnologia. N o en tanto, significativas mudanças estão per meando os primeiros anos do n ovo sé culo v isto que ca da v ez m ais emergem p aíses competidores fazendo frente à v antagem competitiva norte-americana. (1) A v elocidade co m q ue a U nião Européia e a Á sia estão av ançando t em trazido preocupações para a hegemonia norte-americana. Vários são os indicadores que traduzem esse cenário: (2) Apesar dos EUA ai nda se rem os maiores det entores de p ublicações científicas do m undo, entre 1 991 e 19 98 a t axa de cr escimento d e su as publicações atingiu so mente 1 3%, enquanto a t axa da Europa O cidental foi de 59% , do Ja pão 67% e d os países da Á sia, i ncluindo C hina, Singapura, Coréia do Sul e Taiwan a taxa foi de 492% (ver Figura 3.39). Figura 3.39 Fonte: EUA. The Knowledge Economy – Is the United States Losing its Competitive Edge. 2005. ANEXO 3 137 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação A t axa de cr escimento de s olicitação de patentes nos EUA cr esceu 116% no período entre 1998 e 200 1, enquanto que nos países asiáticos, incluindo a C hina, Í ndia, S ingapura, C oréia do S ul e Taiwan a t axa de crescimento foi de 759% (ver Figura 3.40). Figura 3.40 Fonte: EUA. The Knowledge Economy – Is the United States Losing its Competitive Edge. 2005. Entre os anos de 19 80 e 20 03, as exportações da indústria high-tech americana seguem em declínio (ver Figura 3.41). ANEXO 3 138 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação Figura 3.41 Fonte: EUA. Measuring the Moment – Innovation, National Security and Economic Competitiveness. 2006. O cr escimento da t axa de i nvestimento e m P &D r elativo ao P IB nos países asiáticos (China, Coréia do Sul e Taiwan) atingiu 140% entre 1995 e 2001, enquanto que no mesmo período a taxa foi de 32% nos EUA (ver Figura 3.42). ANEXO 3 139 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação Figura 3.42 Fonte: EUA. The Knowledge Economy – Is the United States Losing its Competitive Edge. 2005. Diante deste cenário, várias são as propostas e recomendações de políticas relativas à inovação e competitividade desenvolvidas em âmbito nacional, nos EUA. Tais recomendações resultam e m di versos Reports como ‘Innovate America’ e Innovation: The New Reality for National Prosperity (escritos pela National Innovation Initiative) e ‘Innovation America’ (reports de i niciativa do National Governors Association - NGA). No documento ‘Innovate America’ as recomendações para p olíticas públicas em inovação são apresentadas em três grandes categorias: (3) Talento. É a di mensão hu mana da i novação, i ncluindo a cr iação de conhecimento, educação, capacitação e suporte técnico. Investimento. É a di mensão f inanceira da inovação, incluindo os investimentos em P&D, a di sponibilidade de capital de r isco e as políticas macro-econômica fiscal e monetária. ANEXO 3 140 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação Infra-estrutura. S ão as estruturas físicas e pol íticas que su portam as inovações, incluindo a infra-estrutura de r ede, saúde, transporte, energia, sistemas regulatórios, pr oteção d e pr opriedade i ntelectual, g estão d e inovação e políticas de comercialização. A seguir, são apresentadas algumas questões, dentro de cada categoria, que norteiam os estudos dos grupos de trabalho do National Innovation Initiative: Figura 3.43 Fonte: EUA. Innovate America – Thriving in a World of Challenge and Change. National Innovation Initiative: 2004. O docu mento também pr opõe u m nov o framework de i novação que di verge do modelo de produção do s éculo XX, o q ual se focava somente no lado da oferta (ver Figura 3.44 e Figura 3.45). A n ova e strutura d e i novação, na ec onomia do conhecimento, t em o f oco t anto na o ferta co mo na d emanda, influenciadas pelo ambiente de co nhecimento, p elas políticas públ icas e por t oda estrutura o ferecida pela so ciedade. N este nov o framework são ev idenciadas cinco ca racterísticas principais: globalização, m ultidisciplinaridade, m ultiplicação, ab ertura e transformação. (3) ANEXO 3 141 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação Figura 3.44 - Innovation Framework Fonte: EUA. I nnovate America – Thriving in a World of C hallenge a nd C hange. N ational I nnovation Initiative: 2004. Figura 3.45 - Innovation Framework Fonte: EUA. Innovation – The New Reality for National Prosperity. National Innovation Initiative: 2004. ANEXO 3 142 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação O report ‘Innovation: The New Reality for National Prosperity’, também d e iniciativa do National Innovation Initiative, trata d a i mportância da i novação ( ver Figura 3. 46), pr opõe um a definição e d escreve as mudanças de na tureza da inovação, além de fazer recomendações de ação. (4) Figura 3.46 Fonte: EUA. Innovation – The New Reality for National Prosperity. National Innovation Initiative: 2004. Segundo o docu mento, dur ante a d écada de 19 80, o Ja pão foi o paí s que mais acelerou r umo à co mpetitividade c om os EUA. Para v encer esse d esafio, o foco d as políticas norte-americanas se fixou n a r edução d e c ustos, eficiência operacional e aumento de qualidade, visto que a economia daquela época transitava do paradigma d e produção e m massa para a cu ltura d e g estão da q ualidade. N o entanto, no início do século XXI, com a nova economia do conhecimento, as forças de uma economia integrada e os avanços tecnológicos criam desafios diferentes e complexos. P ara se garantir co mpetitividade su stentável, é ne cessário, al ém de eficiência, q ualidade e ba ixos custos, cr iar nov os mercados, agregar valor aos consumidores e i novar co ntinuamente. A Figura 3.47 apresenta as diversas diferenças entre questões abordadas na velha e na nova economia. (4) ANEXO 3 143 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação Figura 3.47 - A nova e a velha economia. Fonte: EUA. The 2007 State New Economy Index – Benchmarking Economic Tranformation in the States. Innovation America: 2007. O documento também explicita os desafios que a nova economia traz através da co mpetição g lobalizada, on de os paí ses, de uma forma g eral, est ão busc ando estratégias de fortalecimento de suas políticas de inovação. A velocidade da taxa de penetração de produtos e serviços inovadores, por exemplo, vem aumentando cada vez m ais: foram 1 00 anos para q ue o a utomóvel al cançasse u ma t axa d e 5 0% de penetração no m ercado m undial; 75 an os para o telefone; 50 anos para a energia elétrica. Comparando-se, a taxa de penetração dos telefones celulares foi meteórica, mais veloz que a dos computadores pessoais e da Internet (ver Figura 3.48). (4) ANEXO 3 144 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação Figura 3.48 Fonte: EUA. Innovation – The New Reality for National Prosperity. National Innovation Initiative: 2004. A nat ureza da i novação so freu t ransformações (ver Figura 3.49): ant es, a inovação g irava em t orno da per gunta ‘ Como poss o fazer m elhor m eu pr oduto?’; hoje, c om a nov a ec onomia d o co nhecimento, o foco d eve se r no v alor q ue o produto ou serviço agrega ao consumidor (‘O que o consumidor mais valoriza hoje e no futuro?’). (4) Figura 3.49 Fonte: EUA. Innovation – The New Reality for National Prosperity. National Innovation Initiative: 2004. ANEXO 3 145 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação Para que os EUA possam fortalecer sua performance em inovação, o National Innovation Initiative, no report ‘Innovation: The New Reality for National Prosperity’, traz como objetivos estratégicos: (4) Manter a l iderança mundial e m fronteiras de ci ência e t ecnologias emergentes; Capacitar ca pital hu mano par a a daptação à di nâmica força-trabalho global; Implementar políticas fiscal e monetária para assegurar adequada oferta de capital de r isco inovativo e de i ncentivo para rápida comercialização e difusão; Promover ag enda de inovação, ac abando c om as barreiras políticas e acelerando os investimentos em infra-estrutura de suporte; Modernizar os serviços de governo através da inovação; Expandir mercados mundiais de inovação. 3.3.1.2. Políticas Públicas Fatores como a revitalização das políticas de inovação, a preparação do país para o nov o cenário de competição global, os desafios da proteção de pr opriedade intelectual, o declínio da f orça-trabalho doméstica em C&T, entre outros, balizam a tomada de decisão nos EUA em suas políticas públicas para inovação: (6) Networking and Information Technology Research and Development Program (NITRD): (7) O C onselho N acional de C iência e Tecnologia ( National Science and Technology Council – NSTC) f oi est abelecido e m 1 993 e at ua c omo uma ‘agência v irtual’ de co ordenação d as políticas de C &T do g overno federal. Sob a t utela d o N STC q ue o P rograma N ITRD f oi est abelecido pel o Congresso norte-americano (considerando-se o High-Performance Computing Act , de 1991, e o Next Generation Internet Act , de 1998) como uma estrutura de co ndução co laborativa das principais agências federais de P &D ( Agency for Healthcare Research and Quality – AHRQ, Defense Advanced Research Projects Agency – DARPA, Defense Information Systems Agency – DISA, Department of Defense, Office of the Director, Defense Research & ANEXO 3 146 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação Engineering - ODDR&E, Department of Energy National Nuclear Security Administration - DOE/NNSA, Department of Energy Office of Science DOE/SC, Environmental Protection Agency – EPA, National Aeronautics and Space Administration – NASA, National Institutes of Health – NIH, National Institute of Standards and Technology – NIST, National Oceanic and Atmospheric Administration – NOAA, National Security Agency – NSA, National Science Foundation - NSF) nas seguintes áreas: t ecnologias de gestão da i nformação, sistemas computacionais, software, redes avançadas, assim co mo nas implicações dessas novas tecnologias no ce nário só cioeconômico do p aís. N este se ntido, o pr ograma permite q ue t ais agências coordenem s eus planos e at ividades, i ntensificando a i nteroperabilidade do s resultados das pesquisas, de forma a m aximizar a apl icação dos investimentos federais em P&D, além de contribuir para a competitividade do setor pr ivado. O governo f ederal define a nualmente o orçamento par a o programa e os focos prioritários de atuação. Os principais objetivos do programa são: - Assegurar a co ntinuidade da liderança dos EUA em computação e TIC, dando su porte aos interesses da aca demia, da i ndústria e do g overno norte-americano para o século XXI; - Acelerar o co mpartilhamento das TIC ex perimentais e av ançadas para manter a liderança m undial em ciência, engenharia e m atemática, melhorando a q ualidade de v ida, pr omovendo o cr escimento eco nômico em l ongo pr azo, pr otegendo o meio a mbiente, a umentando o nível de aprendizagem, intensificando a segurança nacional; - Aumentar a pr odutividade e co mpetitividade i ndustrial n orte-americana através de pesquisa científica e de engenharia em computação e TIC. National Institute of Standard and Technology (NIST): (8) Fundado em 1901, o National Institute of Standard and Technology (NIST) é uma ag ência f ederal do Departamento de Comércio e A dministração Tecnológica d os EUA e poss ui a missão de promover a i novação e a competitividade industrial, contribuindo para que a área de C&T intensifique a ANEXO 3 147 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação segurança econômica e melhore a q ualidade de v ida no paí s. São quatro os programas de cooperação do NIST: (8) - NIST Laboratories: promovem pesquisas para melhorar a i nfra-estrutura tecnológica do país, além de aperfeiçoarem, c ontinuamente, os bens e serviços da indústria norte-americana; - Baldrige National Quality Program: promove excelência em performance dos fabricantes americanos, e mpresas de pr estação de se rviço, instituições de ensino e de saúde; - Hollings Manufacturing Extension Partnership: u ma r ede naci onal de centros locais que oferece assistência t écnica e d e n egócios para pequenos empresários; e - Advanced Technology Program: ace lera o d esenvolvimento d e tecnologias inovadoras para am plos benefícios nacionais através do co financiamento de parceiros da área de P&D e da iniciativa privada. Os recursos para operação do NIST para o período entre janeiro de 2006 e se tembro d e 2 007 sã o de aproximadamente U $843.3 milhões (ver Figura 3.50). Figura 3.50 Fonte: EUA. National Institute of Standard and Technology. Disponível em <http://www.nist.gov>. ANEXO 3 148 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação 3.3.1.3. Instrumentos e Ações Em 1 980, foi est abelecido o University and Small Business Patent Procedures Act, co nhecido co mo Bayh-Dole Act, qu e foi um a vanço par a a legislação em mecanismos de transferência de tecnologia norte-americana, uma vez que co nfere às universidades, i nstituições de pesq uisas e peq uenas empresas o controle so bre a pr opriedade i ntelectual do s resultados de pesq uisas financiadas pelo g overno federal, asse gurando-se a proteção e di reito d e pa tentes e o licenciamento para comercialização. Em 2005, foi introduzido o novo National Innovation Act, que corresponde à nova legislação-base na área de inovação dos EUA, com os seguintes objetivos: (3) Criar o C onselho P residencial e m I novação ( President’s Council on Innovation) para fomentar a inovação nos setores público e privado; Criar o P rograma de Aceleração de I novação ( Innovation Acceleration Grants Programme) para promover f inanciamentos em P &D p ara as agências federais nos setores de C&T; Aumentar o co mprometimento n acional co m a pesquisa b ásica, duplicando o financiamento d e p esquisas pela F undação N acional d e Ciência (National Science Foundation) até o ano de 2011; e Promover o dese nvolvimento e cr escimento de cl usters regionais em inovação tecnológica. Como j á mencionado ant eriormente, v árias são as ações e i nstrumentos norte-americanos desenvolvidos em prol da nova economia do conhecimento: Small Business Innovation Research Program (SBIR). Nos EUA existe a f alta de coordenação ent re o governo f ederal e os estados para a promoção de políticas de inovação, uma vez que as tomadas de decisões dos governos estaduais são i ndependentes do g overno federal. Os governos dos estados têm a t endência d e pl anejar e implementar su as próprias iniciativas. U m dos poucos programas federais onde o governo federal dá suporte às atividades estaduais é o Programa SBIR. (6) ANEXO 3 149 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação O Programa SBIR originou-se em 1982 e se estenderá até o ano de 2008, sendo q ue a ca da a no, dez ag ências federais destinam par te de se us orçamentos em P&D para financiar propostas de pesquisas de pequenas empresas baseadas em tecnologia. Os objetivos do programa são: (10) 1- aumentar a c omercialização das inovações derivadas de P &D f ederal pelo setor privado; 2- utilizar pequenos negócios para suprir as necessidades de P&D federal; 3- estimular pequenos negócios em inovação tecnológica; 4- promover e e ncorajar a p articipação dos grupos m inoritários em inovação tecnológica. Advanced Technology Program (ATP): (11) A v elocidade das mudanças tecnológicas está ca da v ez maior co m a economia g lobalizada e, as tecnologias competitivas avançadas são fatores críticos para o cr escimento eco nômico naci onal. N os EUA, os investimentos do se tor pr ivado em P&D sã o pr incipalmente focados no aprimoramento da aceleração do r etorno par a as empresas e stakeholders. N este s entido, A TP aj uda as indústrias norte-americanas a fazerem investimentos em longo prazo e em pesquisas de alto risco e, ao dividir os custos com a iniciativa privada, ATP acelera o desenvolvimento de t ecnologias inovativas em est ágio i nicial, co ntribuindo par a q ue as indústrias elevem se u pot encial co mpetitivo al ém de proporcionar u m melhor padrão de vida para os norte-americanos. A m issão d o pr ograma, e ntão, é ac elerar o d esenvolvimento de tecnologias inovativas para benefício naci onal co m a p arceria d o se tor privado (a Tabela 6 apresenta os investimentos por área e por ano da ATP entre os anos de 1990 e 2004) e, dentre seus princípios citam-se: 1- Benefício Nacional. A celerar d esenvolvimento d e t ecnologias que possibilitem aplicações múltiplas para o progresso dos norte-americanos; 2- Parceria. E ncorajar o ar ranjo de par cerias (empresas, uni versidades, instituições de pesquisa, entidades locais, Estado) nos primeiros estágios da pesquisa, desenvolvimento, manufatura e comercialização; 3- Comunicação (Compartilhamento de Conhecimento). C omunicar resultados aos stakeholders e r eunir em presários para di scussão de ANEXO 3 150 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação futuras op ortunidades de i nvestimento d a A TP, enc orajar as e mpresas a publicarem e co mpartilharem seus resultados e também solicitar patentes e l icenciamento par a dar opor tunidades a out ros se be neficiarem do conhecimento criado nos projetos da ATP; 4- Monitoramento. Monitorar a performance dos projetos e encorajar as melhores práticas de gestão, avaliando o i mpacto dos projetos na naçã o através de ferramentas e técnicas do estado da arte; e 5- Organização. O s bens da ATP sã o as pessoas, o c onhecimento e a reputação. Tabela 12 - ATP Summary Data–Funding ($ Millions) - Technology Area by Year 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 TOTALS Advanced Materials/ Chemicals $0 $16 $11 $15 $92 $96 $7 $21 $62 $32 $23 $32 $26 $22 $33 $488 0 6 5 13 19 29 4 5 35 2 16 24 26 19 12 215 0 $0 10 $6 6 $13 2 $10 73 $75 67 $32 3 $4 16 $40 27 $46 30 $29 7 $30 8 $58 0 $51 3 $26 21 $29 273 $449 0 6 4 6 31 19 4 34 29 25 23 30 32 26 29 298 0 Electronics/Computer $43 Hardware/Communiations 0 9 4 44 13 0 6 17 4 7 28 19 0 0 151 $31 $12 $24 $20 $50 $8 $23 $107 $16 $56 $32 $52 $47 $55 $576 • Single Applicants • Joint Ventures 5 6 12 14 6 8 2 2 15 8 22 10 19 26 23 178 38 $1 25 $4 0 $3 10 $3 14 42 6 $115 $162 $0 21 $54 92 $16 8 $23 34 $8 22 $24 33 $21 21 $40 32 $30 398 $504 1 4 3 3 35 33 0 32 12 8 8 15 18 28 24 224 0 $2 0 $36 0 $9 0 $8 80 $7 129 $74 0 $0 22 $24 4 $4 15 $10 0 $27 9 $18 3 $6 12 $19 6 $8 280 $252 2 6 5 5 2 21 0 14 1 6 5 6 2 6 4 85 0 30 4 3 5 53 0 10 3 4 22 12 4 13 4 167 • Single Applicants • Joint Ventures Biotechnology • Single Applicants • Joint Ventures Information Technology • Single Applicants • Joint Ventures Manufacturing • Single Applicants • Joint Ventures Fonte: EUA. Advanced Technology Program. Disponível em <http://www.atp.nist.gov/atp/ charter.htm> 3.3.1.4. Papel dos PCTS (12) O Governo dos EUA possui um “guia” denominado ‘Cluster-Based Strategies for Growing State Economies’ que tem como objetivo dar subsídios, aos governos de cada est ado am ericano, so bre as vantagens competitivas e o v alor eco nômico agregado das iniciativas de cl usters (construção de r elacionamentos/network; estabelecimento d e uma fundação s ólida; des envolvimento de ha bilidades e talentos; al inhamento de i nvestimentos em i novação; ace leração de empreendedorismo; prioridades globais) para o cr escimento e a sustentabilidade da 151 ANEXO 3 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação economia em ca da estado. O g uia traz um a r evisão a r espeito do q ue j á foi aprendido com clusters e as iniciativas de clusters desde a década de 1980, elucida algumas mudanças associadas à g lobalização e a forma de co mo os efeitos das mudanças globais afetam a est rutura e as razões para est ratégicas de ‘clustering’, alterando geograficamente os mercados, a competitividade e a cooperação. As estratégias de cl uster t omam u m nov o si gnificado na n ova eco nomia do conhecimento, em q ue aco rdos comerciais, av anços nas áreas de co municação e transporte, rápido crescimento das empresas, fortes recursos regionais, qualificação das instituições educacionais e a r obustês das áreas de P &D t êm r eduzido as barreiras comerciais e criado uma economia global extremamente competitiva. Neste co ntexto, os clusters são d e i nteresse pr ioritário d os governos dos estados americanos por pr omoverem o fortalecimento das economias regionais através do estímulo à i novação, r emuneração, o portunidades de e mprego, empreendedorismo e diversificação d e neg ócios, co nduzidos por m eio d e pol íticas de i ncentivo, educ ação e ca pacitação, i nvestimentos em pesquisa, de finição de legislação e encorajamento de fomento e venture capital. Na figura 3 .51 é i lustrado um ex emplo de estrutura d e cl uster r egional d o estado americano de Atlanta: Figura 3.51 - Cluster Regional de Tecnologia da Informação do Estado de Atlanta Fonte: EUA. Cluster Based Strategies for Growing States Economy. Innovation America: 2006. ANEXO 3 152 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação 3.3.1.5. Referências (1) E UA. Measuring the Moment – Innovation, N ational S ecurity and E conomic Competitiveness. 2006. (2) E UA. The Knowledge Economy – Is the U nited S tates Losing i ts Competitive Edge. 2005. (3) EUA. Innovate America – Thriving in a World of Challenge and Change. National Innovation Initiative: 2004. (4) E UA. Innovation – The New Reality for National Prosperity. National Innovation Initiative: 2004. (5) E UA. The 2007 State New Economy Index – Benchmarking Economic Tranformation in the States. Innovation America: 2007. (6) E UA. Key Findings on Innovation Strategies in the United States. Washington: 2007. (7) E UA. Advanced Foundations for American Innovation. Committee on Technology National Science and Technology Council: 2003. (8) E UA. National Institute of Standard and Technology. Disponível em <http://www.nist.gov>. Acessado em: 15 mai 2007. (9) E UA. National Innovation Act. Disponível em < http://trendchart.cordis.lu/ tc_policy_information_fiche.cfm?ID=3304>. Acessado em 22 mai 2007. (10) E UA. Small Business Innovation Research Program. Disponível em <http://patapsco.nist.gov/ts_sbir/general_info.htm>. Acessado em 15 mai 2007. (11) E UA. Advanced Technology Program. Disponível em <http://www.atp.nist. gov/atp/charter.htm>. Acessado em 22 mai 2007. (12) E UA. Cluster Based Strategies for Growing States Economy. Innovation America: 2006. (13) OECD. Economic Policy Reforms: Going for Growth, 2007 ANEXO 3 153 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação 3.3.1.6. Informações Complementares Figura 3.52 Fonte OECD. Economic Policy Reforms: Going for Growth, 2007 (13) ANEXO 3 154 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação 3.4. Grupo 3: Ásia 3.4.1. China 3.4.1.1. Contexto Após a Segunda Guerra Mundial, o S istema de Inovação Chinês foi baseado no m odelo r usso t endo um a es trutura v ertical co m ag entes autônomos e i solados não havendo cooperação vertical. As atividades de C &T er am g eradas por Public Research Institutes (PRIs) enquanto as atividades de pr odução eram r ealizadas exclusivamente p or State Owned Enterprises (SOEs) sendo suas funções completamente separadas. Em 1 985, de ac ordo co m a R esolução do C omitê C entral do P artido Comunista da China, para mudar de um sistema centralizado de planejamento para uma eco nomia baseada n o mercado, a r eforma estrutural do si stema d e C &T foi realizada juntamente com as reformas no sistema de inovação. O Sistema Nacional de I novação da C hina ent rou e m u ma fase de t ransição q ue ai nda per dura, se ndo que est as iniciativas lhe ca usaram cl aro i mpacto em su a es trutura, dinâmica e também em sua performance. Os principais agentes do sistema são: Governo. T odas as importantes políticas e m edidas relacionadas à inovação têm como origem o governo por meio do Ministério de Ciência e Tecnologia cujo papel é de protagonista, ainda que outros departamentos do g overno t enham u m i mportante papel n a r eforma ch inesa de C &T. A maioria dos investimentos nacionais em inovação veio de planos nacionais de ci ência e t ecnologia usa dos sistematicamente co mo um mecanismo para promover a i novação e m áreas chaves e t ambém co mo meio d e financiar o desenvolvimento de alta tecnologia. Universidades e institutos de pesquisa. A par tir das reformas est es têm si do forçados a s e l igar ao m ercado e a ag irem co mo co rporações. PRIs e universidades têm grande autonomia para vender seus outputs de pesquisa enquanto o financiamento institucional do governo é reduzido de modo a incentivar os institutos de pesquisas a satisfazerem as empresas. ANEXO 3 155 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação As universidades chinesas são os principais realizadores de pesquisa básica e r epresentam m etade deste f ilão, empregando m ais de m etade dos pesquisadores engajados na pesquisa básica do país. Também a Chinese Academy of Sciences (CAS), que é uma PRI, tem um importante papel e é o melhor exemplo de comercialização e privatização. No f inal de 2003 h avia um t otal de 1 16 i nstituições diretamente so b a supervisão d a C AS; entre el as 89 er am i nstitutos de p esquisa, 3 er am institutos de ed ucação, 1 2 er am órgãos administrativos da A cademia, 7 eram departamentos de apoio, 2 eram instituições de mídia e publicações e out ros 3 er am d e d iferentes tipos de i nstituições. Empregando 44 m il pessoas das quais 30 m il pesq uisadores e t écnicos, 5 m il ca rgos administrativos e 9 mil outros trabalhadores. Os dados est atísticos mostram q ue a C AS é a maior be neficiária do s fundos de ciência e t ecnologia do g overno chinês. Em março de 2 005 ela adotou u m approach interdisciplinar anun ciando o est abelecimento d e base de inovação para os próximos cinco anos; este seria parte de seu, já em andamento, Knowledge Innovation Programme (KIP). Empresas de negócios. A C hina t em v árias oportunidades de empreendedorismo g raças a se u en orme mercado i nterno e r ecentes reformas, t odavia l he f altam em preendedores para sa tisfazer a de manda do m ercado. Três tipos de c ompanhias pr ecisam s er co nsiderados separadamente para avaliar seus comportamentos inovadores: 1. Empreendimentos de propriedade estatal - no período de transição da reforma do sistema de inovação em direção a um network com o mercado, algumas empresas melhoraram s uas capacidades tecnológicas e começaram a colaborar com universidades e PRIs. 2. Empresas de pr opriedade est rangeira – elas não s ão at ivamente engajadas em at ividades de network. U m nú mero su bstancial del as somente tem sua produção feita no país, sendo que a tecnologia das suas matrizes vem do exterior. Todavia esta situação está mudando. 3. Empresas spin-off, ou se ja, der ivadas de out ras - durante o pr ocesso de r eforma dos institutos de pesquisa pú blicos um nú mero s ubstancial destas empresas foi criado e se tornou u m i mportante c omponente do sistema d e i novação nacional. U ma v ez que o g overno não est imula os 156 ANEXO 3 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação estudantes a voltarem do exterior para iniciar seus próprios negócios, este tipo de empresa é bastante curioso e sua maioria se localiza em B eijing; sendo q ue aq uelas operadas ou pe la U niversidade de Pequim ou p ela Universidade Tsinghua somam mais de 30% do lucro e ainda mantém sua missão d e dar t reinamento prático a e studantes universitários. A s empresas da China investem mais na importação de tecnologia do que em seu próprio desenvolvimento de ca pacidades de P&D, especialmente por causa da f alta de i ncentivos para os agentes primários de P&D melhorarem sua capacidade de inovação de forma pró-ativa. Organizações financeiras. O s mercados de c apitais da C hina sã o imaturos, o q ue dificulta a co leta suficiente de fundos para P&D do se tor privado, forçando assim o g overno a fazer o pap el de pivô no financiamento das atividades de P &D, o q ue t em p or co nseqüência, n o país, uma escassez neste tipo de investimento. Ainda assim, empréstimos bancários para a tividades de C &T di minuíram a f alta de i nvestimento nesse setor nacional e vem com sucesso apoiando mais de 10 mil itens de desenvolvimento de nova tecnologia. Tabela 13 - Selected key organisations within the national innovations systems-2005 Country Name of organisation (in English) Government and legislative bodies China MOST Private sector organisations and entrepreneurship promotion Knowledge institutes (R&D and education bodies) China A broad list of universities appearing on appendix 2 CAS National Natural Science Foundation of China Beijing University Tsinghua University Website (where available) www.most.gov.cn http://english.cas.ac.cn www.nsfc.gov.cn www.pku.edu.cn www.tsinghua.edu.cn www.cast.org.cn www.cdb.com.cn www.bhti.com.cn Industrial research centres and innovation intermediaries China CAST Tech Zones Financial system China China Development Bank Beijing High Technology Venture Capital Fonte: Annual Innovation Policy Trends Report ANEXO 3 157 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação • Realização das políticas de inovação e estruturas de entrega (delivery) A China é u m caso interessante diante do seu esforço para realizar reformas sem r ejeitar t otalmente se u passado s ocialista, se ndo q ue a maioria das grandes organizações é resultado da reorganização de i nstituições pré-existentes baseadas no modelo d a U nião Soviética. T odavia na s duas últimas décadas elas evoluíram para uma versão chinesa dos modelos ocidentais mantendo características distintas e próprias. As organizações listadas a seguir administram agora a maioria das pesquisas civis de ci ência e e ngenharia n a C hina, embora os Ministérios da D efesa, S aúde, Agricultura e da A dministração E statal F lorestal e out ras agências econômicas também tenham operações de pesquisa significantes sob sua administração direta. State Steering Committee on S&T and Education – teve sua fundação em 1998 e de ntro do C onselho E statal é o mais alto órgão de co ordenação de política estatal. O Premier do Conselho Estatal tem o papel de co ordenar as políticas de governo como o decisor das estratégias nacionais de C&T e os campos de educação, c oordenando a p olítica de i novação t anto no ministério q uanto localmente. Ministry of Science &Technology (MOST) – também cr iado em 199 8 é tido como órgão de alta competência em relação ao design e à implementação das políticas de inovação. Outros ministérios também es tão envolvidos na r ealização d o processo de política, esp ecialmente at ravés da al ocação d e fundos específicos. A ssim, o Ministério da Educação fiscaliza e financia todas as universidades no país enquanto o M inistério d as Finanças é r esponsável, assim co mo o M OST, pel o F undo de Inovação para pequenas firmas de tecnologia. ANEXO 3 158 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação Figura 3.53 - Framework institucional da China Fonte: Annual Innovation Policy Trends Report - 2005 3.4.1.2. Políticas Públicas • Desenvolvimentos na política de inovação - Tendências recentes sobre a performance A Ch ina é de p articular i nteresse p or ca usa de se u t amanho, t axa de crescimento e aumento de investimentos em tecnologia. O país é a força econômica do mundo emergente com espetacular alto crescimento na última década e continua até hoje a apresentar um rápido desempenho. O m odelo de desenvolvimento ch inês sempre f oi det erminado p ela si tuação política e, at é r ecentemente, a economia er a fechada d esconsiderando a competitividade internacional e a i novação era praticamente inexistente. A mudança ocorreu n a úl tima d écada e o r ápido cr escimento é acompanhado por u m es forço intensivo de m elhorar a ár ea de P &D&I e m um es forço par a conquistar nov os mercados. A ár ea de i novação a presenta melhorias, m as somente e m algumas áreas e a passos lentos, conforme indicado pelo seu baixo ranking - 70º lugar - no Innovation Sub-index. O í ndice de 584 p esquisadores por m ilhão de pess oas permanece m uito baixo, ent retanto, e m núm ero a C hina agora t em um a das maiores forças de trabalho em P&D do mundo. ANEXO 3 159 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação O si stema de ed ucação ch inês evoluiu m uito v agarosamente e co mo resultado o o utput do se u si stema de educação s uperior n ão i mpressiona, se ndo relativamente forte em ci ências naturais e eng enharia, co locando m ais ênfase na teoria do que no desenvolvimento de habilidades práticas e pensamento inovador. Apesar d o cr escimento r ápido, o paí s ainda est á em d esvantagem nos setores de alta tecnologia e su as principais vantagens atuais consistem nas baixas tecnologias uma v ez q ue su a m ão de obra per manece se m p erícia par a se tores intensivos mesmo tendo aumentado sua especialização em setores intensivos, como o m aquinário elétrico e aviação. O i nvestimento estrangeiro direto t ende a se r direcionado às indústrias de baixa tecnologia. • Programas de inovação Nos últimos anos, o país tem aumentado a intervenção nas políticas em favor da i novação, se ndo q ue e m 1 998, a C hina apr ovou q ue a C AS i niciasse o Pilot Project of Knowledge Innovation Program (KIP). Plano Estratégico para Inovação em Ciência e Tecnologia – SAPI. Lançado e m 20 01 é uma c ontinuação e a profundamento d o at ual e naci onal KIP sendo ch ave na avaliação de ci ência e tecnologia par a a CAS e para f azer contribuições fundamentais, estratégicas e futurísticas ao crescimento econômico, à segurança naci onal e ao des envolvimento so cial da C hina. Também se f az necessário um passo à frente para melhorar a capacidade nacional de inovação em ciência e t ecnologia, o q ual c ompreende um pl ano totalitário e q uatro o utros subordinados, em pesquisa bási ca, ci ências da v ida e t ecnologia, ci ência e tecnologia em recursos e meio-ambiente, e P&D de alta tecnologia. O plano também inclui outros quatro programas especiais e duas iniciativas especiais. 3.4.1.3. Instrumentos e Ações Em 199 4, a Agenda 21 foi finalmente c ompletada co m base nas co ndições específicas do p aís e l evando e m consideração a população, o m eio-ambiente e o desenvolvimento, est abelecendo u ma meta est ratégica de dese nvolvimento sustentável q ue possa pr omover de f orma co ordenada o des envolvimento d a economia, da sociedade, dos recursos e d o meio a mbiente. A A genda po de se r categorizada em quatro partes: ANEXO 3 160 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação 1. Estratégia compreensível e política de desenvolvimento sustentável; 2. Desenvolvimento social sustentável; 3. Desenvolvimento da economia sustentável; e 4. Utilização racional dos recursos e proteção ambiental. A im plementação da A genda 21 pode s er di vidida em q uatro se ções principais, são elas: 1. co nsideração d e ajustamento da estrutura econômica e transformação do modelo de desenvolvimento econômico; 2. i ntegração g radual aos planos nacionais de d esenvolvimento econômico e social; 3. fortalecimento da c onstrução de c apacidade par a o des envolvimento sustentável melhorando o entendimento do povo a seu respeito; e 4. promoção de cooperação internacional utilizando vários canais por meio da formulação e i mplementação d o P rograma de P rioridades para a Agenda 21 da China. O National Program for Key Science & Technology Projetcs teve início em 1982 e é atualizado a ca da ci nco a nos e su bmetido à a provação d o National People´s Congress. Seus objetivos estratégicos são: e ncontrar s oluções par a as dificuldades científicas e tecnológicas no dese nvolvimento nacional eco nômico e social a m édio e l ongo prazo; promover a m odernização de indústrias tradicionais e otimização das estruturas industriais; apoiar o desenvolvimento de alta tecnologia e a su a i ndustrialização; m elhorar a q ualidade do desenvolvimento ec onômico nacional e a vida das pessoas; e melhorar a capacidade de ciência e t ecnologia da nação. O Torch Programme é um programa-guia para o dese nvolvimento de nov as tecnologias industriais na C hina cu jo propósito é a i mplementação d a estratégia “promoção do desenvolvimento do país com educação e ciência”. O National Basic Research Priorities Programme (Climbing Programme) é de g rande i mportância su a i mplementação par a pr omover o desenvolvimento nacional e o av anço científico e t ecnológico, bem como atingir os objetivos estatais em pesquisa básica. O National Development Research Programme é um pr ograma d e atividades na implementação da estratégia chinesa de desenvolvimento sustentável 161 ANEXO 3 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação e uma pesquisa científica e t ecnológica nacional sobre desenvolvimento social que tem p or obj etivo a pr omoção d a q ualidade de v ida das pessoas ajustando su as relações com a natureza. Seu período de implantação é de 1996 a 2010. O National Science and Technology Achievements Spreading Programme tem co mo pr opósito mobilizar e or ganizar t rabalhos tecnológicos bem como todas as camadas da sociedade para que apliquem os resultados científicos e tecnológicos alcançados ao desenvolvimento da economia nacional, às vastas áreas rurais e aos empreendimentos industriais e de mineração. • Marcos regulatórios International Traditional C hinese M edicine Program for C ooperation i n Science and Technology [2006-08-18] Trademark Law of the People's Republic of China [2004-12-27] Copyright Law of the People's Republic of China [2004-12-27] Patent Law of the People’s Republic of China [2005-01-05] Implementing Regulations of the Patent Law of the People's Republic of China [2005-01-07] Product Q uality Law of t he P eople’s Republic of C hina ( Amended on 7/8/2000) [2005-01-05] Law of t he P eople's Republic of C hina on S cience an d T echnology Progress [2004-12-28] Law of the People's Republic of China on Popularization of Science and Technology [2005-01-12] Regulations on the Protection o f L ayout-Designs of I ntegrated C ircuits [2005-01-12] • Ferramentas para a gerência das políticas de inovação No at ual si stema de inovação, a di fusão d e t ecnologia é, g eralmente, d e institutos d e p esquisas e universidades pa ra as empresas e, a t ransferência de tecnologia entre empresas é rara. Três mecanismos principais de difusão existem na China. O primeiro é o de contrato de transferência de tecnologia. O segundo são os mercados de tecnologia que são uma importante medida da reforma de sistemas de ANEXO 3 162 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação inovação no país, pois eles contêm mecanismos que permitem ao fornecedor e a o comprador al cançarem um t rato, pac to na transferência de t ecnologia o q ue i nclui além dela, consultoria, treinamento, serviços tecnológicos e assim por diante. O terceiro mecanismo são as empresas spin-offs sendo que um total de 1611 empresas derivou de uni versidades e, 43 34 de i nstitutos de pesquisa em 1 997, ilustrando que elas representam uma transferência em larga escala de universidades e institutos para as indústrias. A Ch ina não faz ex ercícios de benchmarking relativos à performance de inovação par a a t otalidade do p aís e at é a gora est es dados são de or ganizações independentes como a OECD. Uma pesquisa anual é conduzida com todas as grandes e médias empresas e seus resultados são u sados como estatísticas oficiais de C &T. O g overno t ambém faz av aliações sobre a m aioria das políticas e m edidas implementadas que acontecem anualmente e são de uso interno do ministério responsável ou do devido órgão de administração. R elatórios anuais são p ublicados depois do final de c ada ano e sã o usados para identificar o pr ogresso de ca da medida ou política, também outros relatórios de avaliação são publicados cobrindo períodos de tempo superiores a um ano. A C hina est á s e abrindo par a as co nferências internacionais ajudando na análise comparada dos sistemas nacionais de inovação. A Chinese Academy of Sciences - CAS co nvidou per itos renomados internacionalmente para formar co mitês d e av aliação ci entífica q ue d epois de visitarem as instalações dos institutos, co letar dados com se us diretores e di scutir com os principais investigadores, pesquisadores e estudantes de graduação devem avaliar a performance dos institutos de acordo com os altos padrões internacionais e a dar recomendações para o seu desenvolvimento futuro. 3.4.1.4. Papel dos PCTs O si stema d e i novação naci onal c hinês é o dese nvolvimento d o sistema de inovações regionais com a aj uda de z onas de d esenvolvimento d e al ta tecnologia. Tais z onas – funcionam de parques de al ta t ecnologia o nde t odos os agentes d o sistema de inovação nacional coexistem e várias taxas e incentivos fiscais estão em vigor - totalizam o nú mero de 53 e foram baseadas na mais bem sucedida delas, a ANEXO 3 163 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação de Zhongguancun e estão em sua maioria localizadas na costa e nas fronteiras que atraíram g rande fluxo de i nvestimento est rangeiro di reto, se rvindo d e pl ataformas para transferência, clustering e incubação de tecnologia. Figura 3.54 - Economic and Technological Development Zones Fonte: http://www.cadz.org.cn/en Figura 3.55 - Free Trade Zones Fonte: http://www.cadz.org.cn/en ANEXO 3 164 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação Figura 3.56 - Export Processing Zone Fonte: http://www.cadz.org.cn/en ANEXO 3 165 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação 3.4.1.5. Referências Annual I nnovation P olicy T rends Reports f or Ja pan, C hina, K orea, Trhailand, Indonesia. European Trend Chart on Innovation, 2005. Challenge 2008 - The Six-year National Development Plan. Published: M ay 21, 2002 By: Government Information Office. Source: Government Information Office: http://www.gio.gov.tw/taiwan-website/4-oa/20020521/2002052101.htm Hong Kong Science and Technology Parks Corporation. A nnual R eport 2005/2006. Huang, C , Amorim, C., S pinoglio, M . , G ouveia, B ., M edina, A. - Organization, Program, and Structure: An Analysis of the Chinese Innovation Policy Framework - Departamento de Economia, Gestão e Engenharia Industrial, Campus Universitário de Santiago, Portugal – 2003 Hu, A . G. Technology Parks and Regional Economic Growth in China Department o f E conomics - National U niversity of S ingapore - Organisation de Coopération et de D éveloppement E conomiques Organisation for E conomic Cooperation and Development Mar-2004 Katsuno, M. Status and overview of official ict indicators for china sti working paper 2005/4 - Organisation d e C oopération et de D éveloppement E conomiques Organisation for Economic Co-operation and Development 22-Mar-2005 Directorate for science, technology and industry Statistical Analysis of Science, Technology and Industry. China D evelopment Z ones www.cadz.org.cn/en Proposal for the establishment of a science and technology park network mechanism designed to foster international partnerships for sustainable development 17 A pril 200 2, B eijing, C hina http://www.johannesburgsummit.org/html/calendar/beijing Rongping, M. Development of Science & Technology Policy in China. Institute of Policy & Management. Chinese Academy of Sciences – CAS www.most.gov.cn Shaaper, M. An emerging knowledge-based economy in china? Indicators from oecd databases directorate for science, technology and industry sti working paper 2004/4 Statistical Analysis of Science, Technology and Industry www.most.gov.cn Tan, J. Growth of industry clusters and innovation: Lessons from Beijing Zhongguancun Science Park. S chulich S chool o f Business, Y ork University, Toronto, O ntario, C anada M 3J 1P3 acce pted Ju ne 2 005 http://www.gio.gov.tw/taiwan-website/4-oa/20020521/2002052101.html ANEXO 3 166 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação CAST - www.cast.org.br CADZ - www.cadz.org.br Ministry of Science and Technology - www.most.gov.cn ANEXO 3 167 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação ANEXO 3 168 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação 3.4.2. Coréia do Sul 3.4.2.1. Contexto Neste paí s está e mergindo um a t erceira geração de si stema nacional de inovação. A pr imeira su rgiu no s anos 60 e 70 co m a ca racterística das pol íticas e atividades de ci ência, t ecnologia e i novação num modelo l inear. A se gunda, no s anos 80, est abeleceu m uitos Institutos Governamentais de P esquisa; co nsórcios entre e mpresas privadas, u niversidades, I nstitutos Governamentais de P esquisa, e/ou governo foram formados sendo que o sistema nacional de inovação deu apoio a grandes conglomerados. O m odelo da terceira geração e nfatiza a c oerência das políticas do si stema nacional de i novação em t ermos de metas, si gnificado, h armonização, t empo e espaço; e é c aracterizado pel a i ntegração em t ermos de p olíticas nacionais da economia e da s ociedade co mo u m t odo, bem c omo d a i ntegração ec onômica regional. O Vice - Primeiro Ministro de Ciência e Tecnologia é o encarregado de toda a política m icroeconômica na C oréia e o est abelecimento do E scritório de C iência, Tecnologia e I novação dentro do seu m inistério é o m elhor exemplo do m odelo de terceira geração. Assim o país está se tornando um dos líderes globais em inovação com políticas que visam participar do G7 até o ano de 2015. Os principais agentes do sistema de CT&I são: Governo. O M inistério de C iência e T ecnologia, o M inistério d o Comércio, I ndústria e E nergia, e o M inistério das Comunicações sã o os departamentos chaves de pol íticas financiando mais de 6 4% dos programas governamentais de pesq uisa e dese nvolvimento no ano d e 2002. Universidades e Organizações de Pesquisa. Um g rande nú mero de universidades funciona dentro do país conduzindo pesquisas e programas com a Universidade Nacional de Seul e a Universidade Pohang de Ciência e T ecnologia. O utras uni versidades envolvidas em pesq uisa i ncluem a Universidade da Coréia, a Sogang, a Pusan e a Hanyang. Nos últimos anos v em ocorrendo o aum ento de colaborações internacionais com outras universidades tais como o MIT e a Universidade 169 ANEXO 3 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação de S tanford, t endendo a aco nteceram mais com os Estados Unidos do que com a Europa. As políticas atuais visam est reitar l aços e m odernizar os quase 150 Centros de E xcelência no Engenharia e C país. C entros de P esquisa C ientífica, de entros Regionais de P esquisa f oram cr iados para implementar pr ogramas encorajando a p esquisa bási ca n as grandes universidades. Os Centros de P esquisa C ientífica e d e Engenharia foram criados em 1989 focando a pe squisa i novadora em ci ências básicas e nov as tecnologias. E les são se lecionados com base n a cr iatividade e n a capacidade de pesquisa. Já os Centros Regionais de P esquisa que f oram cr iados em 199 5 enfatizam a pesq uisa co operativa ent re uni versidades regionais e indústrias locais e são selecionados tanto por sua capacidade quanto sua contribuição à economia e comunidade regional. Uma vez selecionados os centros eles recebem financiamento do governo por n ove anos d esde q ue haja progresso nas av aliações q ue sã o realizadas a cada três anos. Negócios e financiamento. O se tor de n egócios é dom inado por um pequeno n úmero de conglomerados que t rabalham i ntensamente co m pesquisa e ca da v ez m ais captura n ovos mercados com produtos inovadores. As pequenas e m édias empresas têm o apoio d a A dministração de Pequenas e Médias Empresas da Coréia – SMBA – cujo principal objetivo é pr omover o e mpreendedorismo e facilitar a co laboração entre as mesmas e, também, entre instituições de pesquisa. O Korea Invest é a ag ência de promoção nacional de i nvestimento e t em como se u úni co pr opósito a facilitação da ent rada e o be m-sucedido estabelecimento d e n egócios estrangeiros no p aís. E sta ag ência f ornece um extenso serviço pós-estabelecimento projetado para assegurar que se maximizem os be nefícios. O s eu pr opósito v aria ent re co nsultoria de negócios, p esquisa d e m ercado e pr ocessos administrativos bem co mo resolução d e di ficuldades com o g overno e m ediação de d isputas trabalhistas. ANEXO 3 170 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação Tabela 14- Selected key organisations within the National Innovation Country Name of organisation (in English) Website (where available) Government and legislative bodies Korea Ministry of Science and Technology www.most.go.kr (MOST) National Science and Technology Council (NSTC) PCST Ministry of Commerce Industry and www.mocie.go.kr Energy (MOCIE) Ministry of Communications(MIC) www.mic.go.kr Private sector organisations and entrepreneurship promotion Knowledge institutes (R&D and education bodies) Korea Seoul National University Pohang University of Science Technology Korea University Sogang University Pusan University Hanyang University www.snu.ac.kr and www.postech.ac.kr www.korea.ac.kr www.sogang.ac.kr www.pusan.ac.kr www.hanyang.ac.kr Industrial research centres and innovation intermediaries Korea Financial system Korea KAIST Small and Medium Business www.smba.go.kr Administration Invest Korea Fonte: Annual Innovation Policy Trends Report - 2005 • Realização da política de inovação e estruturas de entrega A Política de Ciência e Tecnologia começou no país no final dos anos 60 com a criação do Instituto de Ciência e Tecnologia da Coréia e o Ministério de Ciência e Tecnologia – MOST – que é r esponsável pe la i mplementação da co ordenação nacional de ciência e tecnologia. Isto inclui iniciativas de P &D, desenvolvimento de recursos humanos e educação, p olíticas internacionais, bem co mo a co ordenação de atividades entre os ministérios da ciência e i nstitutos de pesquisa apoiados pelo governo. S uas maiores prioridades são o d esenvolvimento de t ecnologia, ap oio à pesquisa científica e prognósticos de tecnologia. Através de um nov o at o, Science and Technology Framework Act, a dotado em 2001, são governadas as atuais políticas na tentativa de enxugar todo o sistema para torná-lo mais eficaz. ANEXO 3 171 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação O governo criou em janeiro de 19 99, a fim de estabelecer prioridades para a alocação de orçamentos de C&T e, de forma eficaz, revisar e coordenar as políticas de C&T e pr ogramas de P &D. O Conselho Nacional de C iência e T ecnologia, cujo encarregado é o presidente d o paí s, é c omposto pelos ministérios relacionados à C&T e r epresentantes da co munidade d e C &T. H á t ambém u m se gundo ór gão d e conselho, o C onselho P residencial de C iência e Tecnologia do q ual par ticipam peritos científicos não-governamentais e líderes corporativos que representam várias áreas de ci ência e tecnologia q ue v êm se t ornando m ais relevante co m as mudanças na política. O Centro de Políticas de Inovação foi criado em 2004 como resultado de uma grande reorganização de outro órgão e seu papel é apoiar as colocações e estudos das políticas de inovação governamentais. O M inistério do C omércio, I ndústria e Energia é r esponsável p or um g rande número de at ividades e projetos de inovação cujas prioridades estão no ca mpo da reestruturação da indústria de eletricidade. Figura 3.57 Fonte: Annual Innovation Policy Trends Report – 2005 ANEXO 3 172 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação 3.4.2.2. Políticas Públicas • Desenvolvimentos na política de inovação: tendências recentes sobre a performance A C oréia do Sul é u m dos países desenvolvidos na r egião e q ue cr esce rapidamente. S ensibilidade por causa da p otencial reunificação co m a Coréia do Norte e o regime político influenciam consideravelmente a adoção e i mplementação do modelo nacional de desenvolvimento. A C oréia t em p ouca par ticipação d e i nvestimentos estrangeiros diretos, resultado da regulação e n ão da relutância de companhias estrangeiras em investir no p aís. E m termos de co ncorrência global o paí s está e m 1 8º l ugar ( índice m uito ruim), sendo que o índice de desenvolvimento humano é ainda pior, ocupando a 28º posição. Um fator interessante sobre a C oréia é a s ua ênfase na política de i novação conforme indicado pelos benchmarks: o país está em 6º globalmente no Technology Index e e m 7 º no I nnovation S ub-index. É i mpressionante q ue a Coréia t enha um número muito baixo de pesquisadores por milhão de pessoas, o que indica uma alta produção científica de pesquisa. De modo geral, o país fez um grande investimento nas políticas de inovação e espera que isso o l eve ao des envolvimento rápido na pr óxima década permitindo-o atingir al tas posições em t ermos de r iqueza. E a c onsiderável at ividade empreendedora é um bem a mais. ANEXO 3 173 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação Figura 3.58 ANEXO 3 174 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação • Objetivos da política de inovação Especialmente à c olaboração, ao networking e a os recursos humanos e m ciência e tecnologia é dada alta prioridade pelo governo. A interface entre ciência e indústria permanece muito fraca na Coréia. O g overno co reano b usca d ois principais caminhos políticos para l idar co m este des afio: u ma política em l ongo pr azo no ca mpo d e pr omoção d o desenvolvimento do c onhecimento e i ntensas atividades científicas, e t ambém u m esforço a m édio/curto pr azo par a fazer co m q ue o si stema ci entífico se ja mais responsivo às mudanças demandadas. O g overno t ambém apói a u niversidades e obj etiva m elhorar se u per fil e performance gerais. Especial foco é dado à participação da mulher em atividades de pesquisa e através do Programa WISE tornou-se necessário que institutos públicos de pesquisa aumentem a pr oporção de mulheres cientistas e engenheiras em, pelo menos, 25% do total de empregados. • Ferramentas para a gerência das políticas de inovação Na Co réia ex iste um bai xo ní vel de i novação d e cl uster e as sim o paí s alcança um nível médio na cooperação público-privada. E ntretanto, as políticas de governo estão f ocadas na pr omoção de par cerias público-privadas entre companhias multinacionais, pequenas e médias empresas e o setor público. O paí s tem um pr ograma a mbicioso de ap oio à i nfra-estrutura d e ci ência e tecnologia. P ara promover at ividades de P&D no se tor pr ivado o governo of ereceu incentivos de impostos e medidas de apoio desde o início dos anos 70. O Instituto Coreano para Avaliação e Planejamento de Ciência e Tecnologia – KISTEP – é u m dos principais órgãos para a av aliação das políticas de ci ência e tecnologia. Ele foi criado em fevereiro de 1999 e, com a Lei de Framework de C&T, sua m issão e o bjetivos foram fortalecidos e ex pandidos e ele é r esponsável pel as diretrizes e est ratégias de ci ência e tecnologia, pr ognóstico de t endências tecnológicas e co ndução de pesquisas estatísticas nacionais de at ividades de pesquisa e desenvolvimento. T ambém pa ra promover pol íticas de i novação e tendências ele implementa políticas de avaliação e benchmarking. ANEXO 3 175 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação 3.4.2.3. Instrumentos e Ações • Programas de inovação. Vision 2025: Visão em Longo Prazo do Desenvolvimento de C&T Os principais direcionamentos para o desenvolvimento de C&T estabelecidos incluem: Mudar o si stema nacional de i novação: de g uiado pelo g overno par a guiado pelo setor privado; Melhorar a eficiência de investimentos nacionais em C&T; Alinhar os sistemas de C&T aos padrões globais; Ir ao e ncontro dos desafios e aproveitar as oportunidades apresentadas por novas tecnologias. Em um es forço para co ncretizar a v isão até o a no de 2 025, o g overno coreano lançou o 21st Century Frontier R&D Program e, a Lei de Framework de C&T foi sa ncionada em 1999. C om bas e n esta l ei o governo f ormulou o Five-Year Science and Technology Plan (Plano de C&T de cinco anos) e National Technology Road Map (Mapa de estradas da tecnologia nacional). • Primeiro Plano Principal de C&T de cinco anos Este pl ano est abelece o framework para a gerência do d esenvolvimento científico e t ecnológico incluindo m edidas par a açõ es em investimento em C&T, aumento da consciência pública sobre C&T, desenvolvimento de r ecursos humanos em C&T, promoção da comercialização e transferência de tecnologia e, globalização das atividades de C&T. Este plano, que foi finalizado em dezembro de 2001, serve como um plano de ação para alcançar o pr imeiro estágio da meta de d esenvolvimento estabelecida no Vision 20 25 e su plementa o Five-year Plan for S&T Innovation. O pl ano busca colocar a Coréia entre o ranking do Top 10 de potências de C&T até o ano de 2006. Com este objetivo o plano segue as seguintes estratégias. Investir no des envolvimento d e C &T so b o pr incípio de “ seleção e concentração”; Fazer o melhor uso da criatividade dos cientistas e engenheiros; Fazer o link do sistema doméstico de inovação ao sistema global; Aumentar o entendimento público sobre C&T e seus interesses; ANEXO 3 176 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação Uso eficiente dos recursos de Pesquisa & Desenvolvimento. • Promoção da C&T Regional A promoção da C&T regional é essencial para o desenvolvimento sustentável da naçã o. O governo est abeleceu um Five-year Comprehensive Regional Science and Technology Promotion Plan – Plano de Promoção de Compreensão Regional de C&T em Cinco Anos – que consiste nos seis programas seguintes: Desenvolvimento de competências locais em tecnologias estratégicas; Criação de centros regionais para a inovação tecnológica; Desenvolvimento de recursos humanos locais de C&T; Estabelecimento de sistemas regionais de informações de C&T; Criação de uma cultura que conduza à inovação em C&T; Aumento dos investimentos em P&D por parte dos governos locais. • 21st Century Frontier R&D Program O 21st Century Frontier R&D Program foi lançado em 1999 para desenvolver a competitividade científica e tecnológica em novas áreas emergentes e o governo planejou i nvestir u m total de U S$3.5 bilhões em u m período de dez an os neste programa que compreende 23 projetos – cada diretor de projeto tem autonomia total de administração - em novas áreas de fronteira como a biociência, a nanotecnologia e a tecnologia espacial sendo que 23 projetos já haviam sido lançados até setembro de 2003. Em 2002 um Plano de Promoção e Desenvolvimento da Ciência e Tecnologia Nacional (2002-2006) foi adotado juntamente com uma versão revisada do m esmo para o período de 2003 até 2007. O governo coreano também estabeleceu o objetivo de duplicar o investimento nacional em P &D durante o per íodo de 200 1-2007. Também é i mportante a o governo facilitar a transição para uma sociedade baseada no conhecimento. Outros programas: Creative Research Initiative (CRI), National Research Laboratory (NRL), Biotechnology Development Program, Nanotechnology Development Program, Space and Aeronautics Program. ANEXO 3 177 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação • Projetos Figura 3.59 • Marcos regulatórios Há apr oximadamente 90 l eis para C &T e pr omoção d a t ecnologia. A s leis principais são: 1. A l ei n acional d a P romoção da ci ência e da t ecnologia ( lei N o. 1864, 1967). E sta é a l ei bá sica par a promover si stematicamente a ci ência e a tecnologia no ní vel nacional. As provisões importantes desta lei incluem o estabelecimento das políticas e as plantas para a ciência e a t ecnologia e o mecanismo total da sustentação para projetos e agências relacionados. 2. A lei industrial da Promoção do desenvolvimento da tecnologia (lei No. 2399.1972). E sta l ei f ornece i ncentivos financeiros e de i mposto par a incentivar o desenvolvimento da tecnologia de empresas confidenciais. 3. A P romoção da engenharia pr esta se rviços de m anutenção à l ei ( lei No. 2474, 1973). Esta lei aponta promover a indústria da engenharia, que contribui a o d esenvolvimento d e i ndústrias de manufatura e ex pede a comercialização de resultados de P&D. ANEXO 3 178 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação 4. A P romoção d a l ei ci entífica bási ca d a pes quisa ( lei N o. 4196 , 1 989) Esta l ei fornece u ma bas e l egal para a s ustentação financeira par a a pesquisa científica básica em institutos e universidades. 5. A lei da energia atômica (lei No. 483, 1959). Esta lei foi decretada para promover o uso ca lmo da ener gia at ômica. I nclui t ambém as medidas a respeito da segurança de desastre público da radiação. 6. A l ei especial n a i novação da ci ência e d a t ecnologia. Esta l ei está sendo escrita e acelera a inovação na ciência e na tecnologia. ANEXO 3 179 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação Figura 3.60 ANEXO 3 180 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação 3.4.2.4. Papel dos PCTs Na C oréia, as Cidades da C iência foram co nstruídas em c inco ár eas provinciais para promover P&D, instrução e atividades da pesquisa industrial. Cada cidade foi c onstruída de modo a a proximar as indústrias e as instituições de um a instrução mais elevada da região. A primeira cidade da ciência foi a de Taedok, terminada em dezembro 1973. Foi co nstruída para se rvir co mo o e nlace e ntre i nstitutos de p esquisa e universidades e i ndústrias. A pós vinte anos desd e su a c onstrução, a ci dade age como u m centro d e C&T. A tualmente, a ci dade da ci ência d e Taedok acomoda 5 2 organizações: 5 ag ências de governo, incluindo o M useu Nacional da C iência e 17 agências de governo, 6 institutos de governo na área de investimentos, 21 institutos de pesquisa confidenciais, e 3 instituições educacionais, incluindo KAIST. A construção de outras quatro cidades de ciência (em Pusan, em Taegu, em Chunju, e em Kangleung) foi realizada pelos governos locais. As plantas básicas de complexos industriais locais foram terminadas entre 1990 e 1991, sob a sustentação do governo central. ANEXO 3 181 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação 3.4.2.5. Referências Choi, Y. Technology Roadmap in Korea. In Korea Session 5: Foresight Activities in Asian Countries Stepi - Korea Chung, H. H. Document of the World Bank Lessons from the Korean Venture Industry Development - Short Term Consultant [email protected] Report No. 2034 6-KO - Republic of Korea Transition to a Knowledge- ased Economy - East Asia and P acific Region - June 29, 2000 - Document of the World Bank Kim, J -H. Government Innovation in Korea: Focusing on Common Innovation Subject - ScienceKyung H eeUniversity, S eoul, K orea. C ommittee on G overnment Innovation M anagement. M inistry of G overnment A dministration a nd H ome A ffairs KOREA Sep – 2005. OECD 2005 Economic Survey of Korea, 2005. POLICY BRIEF.October 2005 Report Korea as a Knowledge Economy Evolutionary Process and Lessons Learned 2006 The I nternational B ank for eco nstruction and D evelopment / The World Bank Report: INNOVATION POLICIES IN SOUTH KOREA & TAIWAN – VINNOVA ANALY SISVA 2005 : 03 SÖREN ERIKSSON JÖNKÖPING INTERNATIONAL BUSI NESS SCHOOL Sunga, T.K, Gibsonb, D. V. Kangc, B.S. Characteristics of technology transfer in business ventures: the case of Daejeon, Korea. Technological F orecasting & Social Change 70 (2003) 449–466 accepted 11 September 2002 Yim, D, S. Korea’s National Innovation System and the Science and Technology Policy. S cience and T echnology P olicy I nstitute ( STEPI) S eoul, K orea ANEXO 3 182 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação 3.4.3. Índia 3.4.3.1. Contexto A Í ndia é u m paí s de eco nomia d ual, i sto é, p ossui p ólos competitivos emergentes no su l, mas problemas massivos nas outras regiões com uma g rande parte da população vivendo abaixo da linha da pobreza. Seus maiores desafios são a pr omoção do desenvolvimento b alanceado em s uas regiões e t ambém a eliminação da pobreza. O paí s possui d uas características relevantes para a competitividade g lobal: su a enor me po pulação e o r ápido cr escimento, n a úl tima década, de al gumas regiões do p aís. A pós uma primeira onda de i nvestimentos baseados em baixo custo, o país está enfatizando o desenvolvimento da pesquisa e do ca pital h umano. O paí s simboliza um d esafio p ara a co operação n as indústrias high-tech e uma ameaça competitiva para a Europa. Apesar d e a i novação apar ecer co mo co mponente c have nas pol íticas e planos da Índia, não existe nenhuma Política de Inovação propriamente dita no país. A pol ítica do g overno est á co ntida n o se tor de C iência e Tecnologia do D écimo Plano Q üinqüenal (2002-2007). A o se dar c onta da i mportância d a i novação c omo condutora d e cr escimento, o g overno i ndiano cr iou, e m m arço d e 200 0 at ravés do Departamento de C iência e Technology), a F Tecnologia ( DST – Department of Science and undação N acional de Inovação ( NIF - National Innovation Foundation) para coordenar e implementar políticas relacionadas com inovação. A ev olução da performance econômica na Í ndia se deu d esde as reformas econômicas dos anos 90, com o crescimento do Produto Interno Bruto superando os 6% nesse período e o índice de pobreza reduzido em 10%. A superpopulação ainda é u m g rande pr oblema par a o paí s, v isto q ue e m t orno d e ¼ d a pop ulação v ive abaixo da linha da pobreza. Enquanto a economia do país é dominada pelo setor de serviços, o q ual continua mantendo uma média da taxa de crescimento de 8, 8%, a agricultura ainda é o maior setor de empregos do país. Apesar de existir um grande número de pessoal altamente treinado na Índia, sua densidade de engenheiros e cientistas pesquisadores é uma das mais baixas da região. A taxa do número de pesquisadores por 1000 pessoas é abaixo de 0,8. Isso pode ser atribuído pela baixa demanda para inovação pelas empresas privadas e a carência de incentivos, especialmente financeiros, para os pesquisadores. ANEXO 3 183 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação O paí s tem uma l onga t radição em políticas de C &T, apesar de só recentemente s erem bem s ucedidas. A e strutura so cial e su a hi stória co lonial criaram u ma d upla s ociedade, on de u ma peq uena fração t eve ac esso à b oa educação. Na última década, principalmente através da combinação da liberação da economia e o es forço par a apr imorar a performance inovativa, pode -se observar o crescimento guiado pela inovação em casos seletos, dos quais o mais espetacular é o milagre do sul nos arredores de Bangalore, onde a indústria da TI e mídia formam um cluster desafiador para a indústria de TI e a mão-de-obra de software da Europa e dos Estados Unidos. 3.4.3.2. Políticas Públicas A Índia, apesar de sua pobreza e do início tardio de sua inserção na nova economia do conhecimento, tem a vantagem de um arranjo institucional mais maduro, quando comparado com outros países da região, devido à tradição britânica. Na Figura 3.61, apresenta-se o atual arranjo governamental indiano para o sistema de C&T&I: (1) ANEXO 3 184 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação Figura 3.61 - Framework Institucional Indiano em C&T 1 DBT – Department of Biotechnology (Departamento de Biotecnologia). 2 DSIR – Department of Scientific and Industrial Research (Departamento de Pesquisa Científica e Industrial). 3 DST – Department of Science and Technology (Departamento de C iência e Tecnologia). 4 MOST - Ministry of Science and Technology (Ministério de Ciência e Tecnologia). 5 NIF – National Innovation Foundation (Fundação Nacional de Inovação). 6 SERC – The Science and Engineering Research Council (Conselho d e P esquisa em Ciência e Engenharia). 7 TIFAC – Technology Information, Forecasting & Assessment Council (Conselho de Planejamento e Avaliação em Tecnologia da Informação). ANEXO 3 185 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação A Í ndia p ossui u ma co missão d e pl anejamento q ue traça pl anos de desenvolvimento para todas as instâncias do governo de cinco em cinco anos. 2007 é o ano d e i nício do planejamento p ara o Décimo Primeiro Plano ( 2008-2012) e , consequentemente, o último ano do Décimo Plano Qüinqüenal (2002-2007). (2) Segundo a co missão de pl anejamento i ndiana, a t arefa do Décimo Plano Qüinqüenal é fazer uma reavaliação da estratégia de desenvolvimento traçada para o país (que era pautada em um comportamento paternalista, controlador e cheio de restrições) e t ambém da est rutura i nstitucional q ue g uia e ste pr ocesso d e desenvolvimento. D evido ao r ápido r itmo d a g lobalização, à cr escente co mpetição entre as nações e à crescente necessidade de proteção de propriedade intelectual, a importância do fortalecimento da b ase de c onhecimento é u ma questão crucial que necessita ser reconhecida no Décimo Plano Qüinqüenal do país. (2) Neste se ntido, co mo foco des te P lano n o se tor de C , T & I, ci tam-se: fortalecimento da área de P&D orientada para a g eração de tecnologia; estímulo ao desenvolvimento d e r ecursos humanos, especialmente e m termos de enc orajar novos cientistas; aplicação d e P &D p ara pr evisão, pr evenção e m itigação d e desastres naturais; integração do desenvolvimento de C&T com todas as atividades de esfera naci onal; pr oteção ambiental; geração de em prego para a ár ea de C&T; ênfase no desenvolvimento de tecnologias inovadoras. (2) Além dos pl anos qüinqüenais de des envolvimento, os principais planos, programas e políticas do governo indiano são: Technology Vision 2020: (1) É um programa de iniciativa do Conselho de Planejamento e Avaliação em Tecnologia da I nformação ( TIFAC – Technology Information, Forecasting & Assessment Council) que visa subsidiar diretrizes e uma forte base para a estruturação de uma política de investimento e desenvolvimento em C&T em ní vel dos estados indianos e t ambém e m ní vel naci onal. E ste programa j á envolveu di retamente mais de 500 p essoas e, i ndiretamente mais de 5 000 experts da i ndústria, do g overno, d e i nstituições de P &D e das universidades. D ezessete setores foram i dentificados dentro de t rês grandes categorias: Tecnologias com implicações sócio-econômicas, Infraestrutura, Tecnologias avançadas; ANEXO 3 186 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação Science and Technology Policy 2003: (3) Tem como objetivo principal a i ntegração direta entre os interesses da sociedade e o ca mpo de C&T. É a aposta do governo indiano em uma política m ais dinâmica e flexível no â mbito d a C &T q ue p ode se r prontamente adaptável às rápidas mudanças no ce nário g lobalizado, reiterando o comprometimento do país em uma participação vigorosa e igualitária co mo player global. T rata da esp ecificação da implementação d e e stratégias que p ossibilitem a i dentificação d e planos, programas e projetos específicos, com clareza de definição de tarefas, estimativas de recursos necessários e tempo alvo. Alguns dos elementos-chave da estratégia de implementação desta política são: 1- Investimentos e governo de C&T; 2- Utilização otimizada da infra-estrutura e competências já existentes; 3- Fortalecimento da infra-estrutura para C&T nas universidades; 4- Novos mecanismos de investimento para pesquisa básica; 5- Desenvolvimento de recursos humanos; 6- Desenvolvimento, transferência e compartilhamento de tecnologia; 7- Promoção de inovação; 8- P&D científica e industrial; 9- Recursos locais e Conhecimento tradicional; 10- Tecnologias de mitigação e gerenciamento dos desastres naturais; 11- Geração e gerenciamento de propriedade intelectual; 12- Compartilhamento com a sociedade dos resultados de C&T; 13- Cooperação internacional em C&T; 14- Medidas fiscais; 15- Monitoramento; 16- A nova visão. ANEXO 3 187 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação Home Grown Technology Programme (HGT Programme): (3) A i ndústria i ndiana t rabalhava so b o r egime de u ma economia protecionista e, p ara que ho uvesse a adequação n o n ovo am biente de negócios, i nicialmente houve a i ntervenção do g overno e das instituições de P &D. Co m is so, su gerido pel a co missão de pl anejamento do paí s no ano de 1993, o C onselho de P lanejamento e Avaliação em Tecnologia da Informação - TIFAC deu i nício ao pr ograma HGT, dando sustentação aos projetos industriais em P &D. E ste pr ograma é o m aior m ecanismo d o TIFAC p ara o su porte da co mercialização de t ecnologias desenvolvidas por P &D d entro d a Í ndia, pr omovendo a ca pacitação para o desenvolvimento de novos produtos e pr ocessos. O programa H GT é catalisador de esforços de P&D no país e promotor de integração entre as instituições de P&D e a indústria. Science & Technology Entrepreneurship Park (STEP) Programme: (4) O P rograma P arques Empreendedores de C &T ( STEP - Science & Technology Entrepreneurs Park Programme) t eve i nício co m o i ntuito de reorientar o em preendedorismo e i novação nas áreas de ed ucação, capacitação, pesquisa, finanças, gestão e governo. Os parques científicos, e i niciativas similares, aj udam a cr iar u ma at mosfera p ara: i novação e empreendedorismo; i nteração a tiva ent re uni versidades e i ndústrias; compartilhamento de ex periências, i déias, co nhecimento e facilidades para o dese nvolvimento de n ovas tecnologias e a r ápida t ransferência para o usuário final; crescimento da cultura de transdisciplinaridade entre estudantes, professores, pesquisadores e gestores. Dentre os principais objetivos do programa, citam-se: 1) Promover a co laboração e ntre universidades, i nstituições de P&D e a indústria; 2) Promover iniciativas empreendedoras e inovadoras em C&T; 3) Prover su porte para peq uenas indústrias principalmente através de interação com instituições de pesquisa; e 4) Promover empresas baseadas em inovação. ANEXO 3 188 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação 3.4.3.3. Instrumentos e Ações Information Technology Act, 2000: (5) Em j unho do a no d e 200 0 f oi pr omulgado o A to d e T ecnologia da Informação q ue de terminava o r econhecimento l egal do c omércio eletrônico, envolvendo o uso de al ternativas para f acilitar a t ransação de documentos eletrônicos, o ar mazenamento de i nformação, métodos de comunicação entre as agências do Governo. Foi adotado o m odelo de l ei de comércio i nternacional d a C omissão das N ações Unidas. A resolução recomenda, en tre out ras coisas, q ue t odos os estados indianos sigam o modelo d e l ei ao r evisarem su as próprias leis para q ue oco rra um a uniformização de aplicação da mesma, com o intuito de promover serviços de di stribuição e ficientes do g overno at ravés de r egistros eletrônicos confiáveis. Science & Technology Entrepreneurship Development (STEP) Project: (4) O C omitê N acional d e D esenvolvimento de C &T e E mpreendedorismo (NSTEDB - National Science & Technology Entrepreneurship Development Board), cr iado em 1 982 pelo g overno da Í ndia so b os cu idados do Departamento de C &T, é u m mecanismo i nstitucional par a aj udar n a promoção de empresas intensivas em conhecimento e tecnologia. Uma de suas iniciativas éoP rojeto de D esenvolvimento de C &T e empreendedorismo ( STED – Science & Technology Entrepreneurship Development Project) que tem como objetivos: 1) Identificar possí veis recursos nas ár eas ( urbana e r ural) d e co bertura do projeto; 2) Organizar programas de di vulgação das e mpresas e d e ca pacitação para o desenvolvimento de ambiente empreendedor adequado ao local de aplicação do projeto; 3) Identificar potencialidades de oportunidades empreendedoras em C&T; ANEXO 3 189 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação 4) Aprimorar o desempenho d e e mpresas baseadas em C &T, modernizando-as através de upgrade tecnológico; e 5) Abertura de n o m ínimo 200 micro-empresas de t ecnologia e m á reas específicas previamente identificadas. STED é um pr ojeto co m q uatro a nos de dur ação e de s uporte financeiro, se ndo q ue a c ontinuidade do projeto depende de sua pr ópria performance que é avaliada e m onitorada quantitativamente e qualitativamente por um comitê consultivo de experts. Entrepreneurship Development Cell (EDC): (4) Entrepreneurship Development Cell (EDC) scheme teve i nício para desenvolver um mecanismo institucional para se criar cultura empreendedora nas instituições acadêmicas de C&T e estimular o empreendedorismo na área de C&T para geração de emprego. Os objetivos deste programa são: 1) Atuar co mo mecanismo i nstitucional pa ra pr over se rviços informação com o intuito de alavancar empreendedores em C&T; de 2) Criar cu ltura em preendedora nas instituições e pr omover os objetivos do Comitê Nacional de Desenvolvimento de C&T e Empreendedorismo (NSTEDB - National Science & Technology Entrepreneurship Development Board), i ncluindo programas r elacionados a m inorias sociais; 3) Estimular a i ntegração ent re i ncubadoras, indústrias, i nstituições de P&D e or ganizações engajadas na promoção d e peq uenas e m édias empresas, i ncluindo Organizações Não-Governamentais (ONGs) e outras voluntárias; 4) Promover o d esenvolvimento de e mpresas de bas e tecnológica e oportunidades de emprego; e 5) Responder efetivamente aos desafios emergentes e às oportunidades, em nível nacional e internacional, relacionados às médias, pequenas e micro empresas. ANEXO 3 190 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação Technology Innovation Management and Entrepreneurship Information Service (TIME): (5) O S erviço de G estão, E mpreendedorismo e I nformação e m I novação Tecnológica ( TIME) é um pr ojeto d e pa rceria ent re o N STEDB, o Departamento de Ciência e Tecnologia, o Governo da Índia e a Federação de I ndústria e C omércio da Í ndia ( Federation of Indian Chambers of Commerce and Industry-FICCI) e at ua c omo ferramenta i nterativa e modelo on-line facilitadores para os empreendedores. Tem como objetivo auxiliar o s empreendedores a e ncontrarem o pções de tecnologias, projetos, fundos e informações sobre o ambiente das políticas, planos de incentivos, m ercados pot enciais e i nfra-estrutura d os governos dos estados e do país. 3.4.3.4. Papel dos PCTs Technology Business Incubators (TBI): (4) A nece ssidade de i nstrumentos como as Incubadoras de B ase Tecnológica ( Technology Business Incubators - TBI) sã o ca da ve z m ais reconhecidas mundialmente c omo co ndutoras de novas empresas de base t ecnológica e base adas no co nhecimento, al ém de i ncrementar substancialmente a t axa de so brevivência dest as (de 3 0% par a mais de 70%). U ma c aracterística ess encial das TBIs é q ue a e mpresa fica incubada num espaço entre 2 e 3 anos, sendo que as principais áreas de atividade sã o: Biotecnologia; N Tecnologia de I nformação e C anotecnologia; A gricultura; omunicação ( TIC); Tecnologia de confecção/vestuário; serviços. Segundo o g overno i ndiano, as TBIs têm co mo objetivo: -facilitar n a agilidade de co mercialização dos resultados das pesquisas; -contribuir para a so brevivência e cr escimento de novas empresas, al ém d e pequenas e m édias empresas já ex istentes na r egião; -criar v alor agregado aos serviços; facilitar a t ransferência de t ecnologia; -promover espírito empreendedor. ANEXO 3 191 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação Software Technology Parks of India (STPI): (6) No ano de 19 95, em Chennai, começaram as operações dos P arques Tecnológicos de Software com 10 empresas, sendo que ao final de 2003 já ex istiam em torno de 86 6 e mpresas. N os primeiros três anos, o foco inicial do S TPI era n ortear e d ar su porte par a as pequenas, m édias e grandes empresas de dese nvolvimento de software. A pós a fase i nicial, STPI passo u t ambém a dar su porte a i nstitutos e or ganizações como o Software Quality Insitute (SQI), abr angendo também atividades da indústria de f ibra ót ica e de estações de sa télites na T erra, al ém de promover a interação entre indústrias e universidades. ANEXO 3 192 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação 3.4.3.5. Referências (1) T SIPOURA, L ena. Z YGOURA, A nna. P ATSATZIS, Vasilis. Annual Innovation Policy Trends Report for Japan, China, Taiwan, Singapore, India, Malaysia, Thailand, Indonesia. European Trend Chart on Innovation. European Union: 2005. (2) INDIA. Planning Commission. Disponível em < http:\\planningcomission.nic. in/plans/planrel/ fiveyr/welcome. Html>. Acessado em: 02 mar 2007. (3) IN DIA. National Science & Technology Information System. Disponível em <http:\\ www.nstmis-dst.org>. Acessado em 02 mar 2007. (4) IN DIA. National Science and Technology Entrepreneurship Development Board. Disponível em <http:\\ www.nstedb.com>. Acessado em 05 mar 2007. (5) INDIA. Technology Innovation Management and Entrepreneurship Information Service. Disponível em < http:\\ www. techno-preneur.net>. A cessado em 05 mar 2007. (6) I NDIA. Software Technology Parks of India. Disponível e m < http:\\ www. chennai.stpi.in>. Acessado em 05 mar 2007. (7) TRIPATHI, M anorama. Transforming India intoa Knowledge Economy through Information Communication Technologies – Current D evelopments. Elsevier. New Delhi: 2006. ANEXO 3 193 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação 3.4.3.6. Informações Complementares Tabela 15 - Selected key organisations within the National Innovation Systems Fonte: TSIPOURA, Lena. ZYGOURA, Anna. PATSATZIS (1) Figura 3.62 Fonte: INDIA. Planning Commission. (2) ANEXO 3 194 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação Tabela 16 Fonte: TRIPATHI, Manorama. (7) Tabela 17 Fonte: TRIPATHI, Manorama. (7) ANEXO 3 195 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação Figura 3.63 - Central Scientific Department Progress of Plan Expenditure Fonte: Planning Commission. (2) ANEXO 3 196 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação 3.4.4. Japão 3.4.4.1. Contexto Desde as décadas de 19 20 e 1 930, o J apão p ossui u m programa d e desenvolvimento industrial nas áreas de indústria pesada, química, têxtil e de aço e, em termos de maquinário, o paí s se t ornou auto-suficiente. T oda essa bas e contribuiu p ara o d esenvolvimento das indústrias de a poio militar, o q ue nesse mesmo per íodo f oi o di ferencial par a o cr escimento r ápido d as exportações. E sse cenário, aliado ao c onstante cr escimento da pr odutividade, permitiu a o Ja pão acumular u ma v aliosa ex periência r elativa ao cr escimento econômico e ao desenvolvimento tecnológico, os quais foram importantes forças promotoras de um rápido crescimento do país pós-guerra. (1) Assim, p olíticas públicas industriais do p ós-guerra, co mo por e xemplo, os subsídios do g overno, der am v ida a u m g rande número d e i ndústrias (elétricas, eletrônicas, de fundição de alumínio, automobilísticas, etc.) e t ambém a um enorme número de grandes corporações (Toyota, Toshiba, NEC, Nissan). (1) Durante 15 anos desde 1 955, o J apão cr esceu a nualmente a u ma t axa de 10,3%, m ais do q ue o dobr o d a m édia an ual de cr escimento ( 4,4%) dos outros países da O rganização par a a C ooperação e o D esenvolvimento E conômico (OECD) no mesmo período. Mesmo durante a segunda metade da década de 1970, quando o ambiente da economia mundial foi seriamente afetado pela segunda crise do p etróleo, o J apão continuou como a maior eco nomia i ndustrial em cr escimento. (1) Todavia, a partir da década de 1990, o modelo japonês começou a apresentar desempenho dec adente, o q ue acarretou a nece ssidade de mudanças estruturais em su as instituições, si stemas e pr áticas nos campos da ed ucação, pesq uisa, ciência e tecnologia e inovação (C&T&I). (2) Dentre as causas desse problema, citam-se deficiências na contabilidade do sistema financeiro local e a pr opensão das famílias japonesas à poupança ao invés do co nsumo. A pesar de esse s fatores t erem p ouca c onexão co m C &T&I, investimentos nessas áreas e a c onseqüente ut ilização e fetiva de se us benefícios ANEXO 3 197 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação são f atores-chave par a co locar a eco nomia j aponesa no r umo do cr escimento de longo prazo, na chamada Nova Economia baseada no Conhecimento. (6) Em busca da revitalização de sua economia, o Japão vem se articulando para a promoção contínua dos sistemas de ciência, tecnologia e inovação (C&T&I). Neste contexto, o M inistério da E conomia, Comércio e I ndústria do Japão, no doc umento ‘New Economic Growth Strategy’, de 2006, apresenta d entre as estratégias para o crescimento d a ec onomia d o p aís, o fortalecimento d as iniciativas para i novação dentro do p aís e, t ambém, do J apão co m se us países vizinhos da Á sia, caracterizando dois círculos virtuosos focados em inovação (Ver Figura 3.64): Figura 3.64 - Dois Círculos virtuosos focados em inovação. Fonte: Ministério da E conomia, C omércio e I ndústria J aponês. New Economic Growth Strategy. Japão: 2006. (7) 3.4.4.2. Políticas Públicas Na Figura 3.65, apr esenta-se o at ual arranjo g overnamental j aponês para o sistema de C&T&I, no qual se identifica uma forte tendência de descentralização da nova reestruturação institucional do Governo Japonês na área de C&T: ANEXO 3 198 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação Figura 3.65 - Framework Institucional Japonês em C&T 1 AIST – National Institute of Advanced Industrial S&T (Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia Industrial Avançada). 2 JSPS – Japan S ociety f or t he P romotion o f S cience (Sociedade Ja ponesa par a a Promoção da Ciência). 3 JST – Japan S cience a nd Technology A gency ( Agência Ja ponesa de C iência e Tecnologia). 4 METI - Ministry of Economy, Trade and Industry (Ministério da Economia, Comércio e Indústria). 5 MEXT – Ministry of Education, Culture, Sports, Science and Technology (Ministério da Educação, Cultura, Esportes, Ciência e Tecnologia). 6 NEDO – New E nergy and I ndustrial T echnology Development O rganisation (Organização de Desenvolvimento e Novas Energias). 7 NISTEP – National Institute of Science and Technology Policy (Instituto Nacional de Políticas de Ciência e Tecnologia). 8 RIKEN - Institute of Physical and C hemical R esearch ( Instituto de P esquisa e m Física e Química). 9 SCJ – Science Council of Japan (Conselho Científico do Japão). No co ntexto da n ova eco nomia d o co nhecimento, l istam-se os programas, planos e políticas do governo japonês: ANEXO 3 199 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação Plano Básico de C&T (1996-2000): (5) Com a apr ovação da Lei B ásica de C &T pelo par lamento j aponês, e m 1995, o pl ano b ásico f oi formado e nfatizando o a umento do or çamento destinado p ara a ár ea de C &T ( investimento do g overno su perior a 17 trilhões de Y en em P&D) e i niciando a pr eparação dos sistemas par a a promoção de alianças entre indústria-universidade-governo; Programa ‘Centres of Excellence for the 21st Century’ (CEO Programme): (2) Foi i ntroduzido n o a no de 2001 co m o obj etivo pr incipal de dar suporte financeiro par a pesq uisas das 30 u niversidades nacionais, pú blicas e privadas, se lecionadas como mais co mpetitivas. D entre as principais atividades do pr ograma, l istam-se: aco mpanhamento de c andidatos a pesquisadores PhD; apoio e p articipação de jovens pesquisadores assim como de pesq uisadores post-doctoral; c olaboração en tre uni versidades; fornecimento de esp aço e equipamento nece ssários para pesq uisa; estabelecimento de l aboratórios de p esquisa i nternacionais; c ontratação de pesquisadores. Segundo Plano Básico de C&T (2001-2005): (5) Dando co ntinuidade ao pl ano bási co antecedente, u m dos principais objetivos deste pl ano foi promover C &T em ca da r egião ge ográfica do Japão através de estratégias de desenvolvimento de clusters locais, tendo as universidades como ator crítico desse processo (ajudando a construir a infra-estrutura i nicial necessária, es tabelecendo as p arcerias entre as autoridades l ocais e as organizações de su porte e enc orajando o desenvolvimento de incubadoras) para maximizar o p otencial nacional. O investimento do g overno japonês em P&D superou os 21 trilhões de yen, com foco em quatro campos prioritários (ciências humanas, informação e telecomunicação, meio ambiente, nanotecnologia e materiais). Programa Estratégico de Propriedade Intelectual: (2) Teve i nício no an o d e 20 03 e v isa asse gurar hon orários de p atentes e estabelecer escritório de bens intelectuais; ANEXO 3 200 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação Terceiro Plano Básico de C&T (2006-2010): (2) Além d e dar co ntinuidade às idéias básicas e ao foco n os campos prioritários do S egundo P lano, os pr incipais objetivos e pr ogramas do Terceiro Plano Básico de C &T são: a m anutenção dos diversos sistemas de f undos de pesq uisas de ac ordo c om o estágio de evolução d e P &D; construção de um sistema progressivo e sustentável de colaboração entre indústria-universidade-governo; pr omoção da ut ilização d e nov as tecnologias no setor público; promoção de atividades empreendedoras em P&D e Venture Capital; promoção de P&D pelas empresas privadas. 3.4.4.3. Instrumentos e Ações Desde o i nicio do s éculo X XI, v árias ações foram i mplementadas pel o governo japonês: Reforma uni versitária ce ntrada nas mudanças legais da est rutura de governança das U niversidades Nacionais, r eorganizando-as em Corporações, t ornando-se or ganizações f lexíveis, i ndependentes e autônomas para desenvolverem suas próprias características individuais e vitalizarem as pesquisas, trabalhando em coordenação com a indústria e o governo; Promoção de um si stema d e C &T p ara a i novação at ravés da colaboração entre indústria-universidade-governo; Implementação do ’ Knowledge Cluster Iniciative ‘ (ver Figura 4) para a formação de cl usters regionais com investimentos de fundos de pesquisa focados para o dese nvolvimento de network entre i ndústria, g overno e universidades para alavancar novas tecnologias resultantes de pesquisas; Promoção de estratégias de propriedade intelectual; Estabelecimento de si stemas de i novação adequados ao pr óprio paí s (não si mplesmente r eplicando os de outros países, u ma v ez que h á diferenças na estrutura e operação); Promoção de C&T regional. Listam-se, abaixo, leis japonesas que norteiam a área de C&T&I: (5) ANEXO 3 201 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação Lei Básica de C&T (1995): tinha como objetivo transformar o Japão em uma nação avançada em C&T; Lei de promoção de Transferência de Tecnologia das universidades para indústrias (1998): estabelecendo-se O rganizações Licenciamento de Tecnologia (TLO – Technology Licensing Organisations); Lei de medidas especiais para a revitalização industrial (1999): pesquisa comissionada pelo governo e t ransferida para a implementação de agências (versão japonesa do Bayh-Dole); Lei Básica de Propriedade Intelectual (2002): estabelecimento de um plano p ara a pr oteção de propriedade i ntelectual co m foco n as universidades, or ganizações públicas de pesquisa, se tor i ndustrial e pesquisadores. E xiste t ambém a pr oposta d e p articipação na padronização i nternacional de m edidas para o si stema d e pr opriedade intelectual. As universidades e institutos de pesquisa também implementaram ações em prol da inovação, conformeTabela 18. Tabela 18 - Ações em prol da inovação ANO Instituições 2001 University of Tokyo Research Center for Advanced Science and Technology Osaka University, Graduate School of Engineering Research, Frontier Research Center Kyoto University Graduate School of Medicine, Horizontal Medical Research Organization 2001 2002 2002 2003 2003 National Institute of Advanced Industrial Science and Technology, Venture Development Strategy Research Center Tohoku University Biomedical Engineering Research Organization Hokkaido University Creative Research Initiative ANEXO 3 Ações/Estratégias Criação de laboratórios e organizações off-campus e promoção de políticas para o compartilhamento dos resultados das pesquisas com a sociedade em geral e sua capacitação. Criação do ‘Frontier Research Base Vision’ para se construir uma base de pesquisa com o intuito de, num contexto global, atrair atenção para os sistemas de pesquisa e seus resultados. Estabelecimento de organização de pesquisa voltado para a pesquisa médica, laboratórios abertos com jovens equipes, um centro de suporte para pesquisa e mecanismos para compartilhamento dos resultados das pesquisas. Preparação de um ambiente aberto de pesquisa e de um sistema suporte para o início de negócios baseados em tecnologias embrionárias. Criação de engenharia biomédica através do estreitamento entre as tecnologias da engenharia com a saúde e as ciências humanas. Desenvolvimento de um modelo base de aliança entre governo-indústria-universidade para a revitalização 202 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação Instituições ANO 2003 2004 “Sousei” National Institute for Materials Science, International Center for Young Scientists Waseda University Consolidated Research Institute for Advanced Science and Medical Care 2004 Keio University Research Institute for Digital Media and Content 2004 Kyushu University User Science Institute 2005 Tokyo Women’s Medical University 2005 Tokyo Institute of Technology 2005 University of Tokyo Ações/Estratégias econômica e regional guiada pela ciência e tecnologia. Introdução de remuneração e sistemas de recursos humanos estritamente baseados em resultados e, um sistema de pesquisa utilizando-se o inglês como primeira língua. Estabelecimento de facilitadores entre a participação de pesquisadores dos campos das ciências natural, humana e social com os das ciências médicas, dentro e fora das universidades, a fim de capacitar novos pesquisadores e identificar novos potenciais de comercialização e industrialização. Construção de uma organização de conteúdo digital e atração de interatividade e criatividade internacionais com a fusão das ciências sociais, humanas, engenharias e medicina. Construção de uma base de pesquisa e desenvolvimento (P&D) pioneira para o novo campo do ”usuário da ciência”, combinando tecnologia e sentidos. Formação de uma base de P&D e de desenvolvimento de recursos humanos, combinando a medicina tradicional com as várias especialidades para se estabelecer um sistema de saúde integrado. Construção de uma base que efetivamente implemente pesquisas para se resolverem problemas, tomando-se como partida a concepção de uma sociedade ideal e suas soluções. Construção de uma base altamente competitiva internacionalmente sobre sustentabilidade através de parcerias entre diversos institutos mediadas pela Universidade de Tokyo. Fonte: Traduzido de White Paper on Science and Technology – Challenges for Building a Future Society. Ministry of Education, Culture, Sports, Science and Technology. Japão: 2006. 3.4.4.4. Papel dos PCTs Com r elação ao p apel dos PCTs, co mo j á citado no i tem anterior, o J apão adotou a est ratégia de implementação do c hamado ’ Knowledge Cluster Iniciative ‘ (ver Figura 3.66) para a formação de clusters regionais com investimentos de fundos de pesquisa focados para o des envolvimento de network entre indústria, governo e universidades. ANEXO 3 203 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação Figura 3.66 - Mapa dos Knowledge Clusters Fonte: White Paper on Science and Technology – Challenges for Building a Future Society. Ministry of Education, Culture, Sports, Science and Technology. Japão: 2006. Neste m esmo co ntexto, as recentes transformações nas políticas nacionais japonesas de C &T&I, q ue est ão se ndo delineadas desde a promulgação da Lei Básica de C &T, em 1995, enfatizam o co nceito do m odelo “Triple-Helix” (E tzkowitz and Ley desdorff, 19 97 a pud K itagawa, 20 05) q ue r etrata o link entre i ndústriauniversidade-governo. Tal m odelo pode t er uma m ulti-escala de a plicação e m espaços de inovação. Como exemplo, o Fukuoka Silicon Sea-Belt Project (ver Figura 3.67), um projeto de i niciativa j aponesa co m o o bjetivo de pr omover o compartilhamento de P&D e o dese nvolvimento de network entre uni versidades, institutos de pesquisa e organizações voltadas para a i novação entre o J apão e os países do l este asi ático ( Coréia do Sul, Taiwan, S ingapura), r efletindo c omo u m rápido desenvolvimento tecnológico de colaboração trans-regional no leste asiático. 204 ANEXO 3 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação Figura 3.67 - Fukuoka Silicon Sea-Belt Fonte: KITAGAWA, Fumi. Regionalising the Governance of Science and Innovation: Triple Helix and New Innovation Systems in East Asia. Robert Shuman Centre for Advanced Studies, European University Institute: 2005. (5) São considerados três níveis de interação no modelo “Triple-Helix”: (3) 1 - Atores (nível micro): Pesquisadores das universidades tornam-se empreendedores de suas próprias tecnologias; Empreendedores trabalhando nos laboratórios de universidades ou em escritórios de transferência de tecnologia; Pesquisadores trabalhando em empresas privadas. 2 - Instituições (nível médio): Agentes ‘híbridos’ de i novação, c omo p or ex emplo, as universidades ‘top’ e m des envolvimento d e al ta t ecnologia e em ajustes de sociedades de venture capital; As interfaces de inovação entre pesquisa e business; Os ‘coordenadores de i novação’ r esponsáveis pelo g erenciamento e coordenação das várias fases da at ividade de i novação. Ex: A gências regionais de transferência de tecnologia. 3 - Políticas e Instrumentos (nível macro): Instrumentos tradicionais de política de C&T, como as leis de direitos de propriedade e autonomia das universidades; Instrumentos de Mercado. ANEXO 3 205 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação 3.4.4.5. Referências (1) CORORATON, Ca esar. Technological Innovations in Japan and S&T Experiences in the Philippines. PIDS - Philippine I nstitute f or D evelopment Studies. Makati City. Philippines: 2001. (2) T SIPOURA, L ena. Z YGOURA, A nna. P ATSATZIS, Vasilis. Annual Innovation Policy Trends Report for Japan, China, Taiwan, Singapore, India, Malaysia, Thailand, Indonesia. European Trend Chart on Innovation. European Union: 2005. (3) KITAGAWA, Fumi. Regionalising the Governance of Science and Innovation: Triple H elix and N ew Innovation Systems in E ast A sia. R obert S human C entre f or Advanced Studies, European University Institute: 2005. (5) White Paper on Science and Technology – Challenges for Building a Future Society. Ministry of E ducation, C ulture, S ports, S cience an d T echnology. Ja pão: 2006. (6) STENBERG, L ennart. Government Research and Innovation Policies in Japan. Swedish R esearch C ouncil and Swedish I nstitute for G rowth P olicy S tudies (ITPS). Embassy of Sweden, Tokyo: 2004. (7) JAPÃO. Ministério da Economia, Comércio e Indústria Japonês. New Economic Growth Strategy. Japão: 2006. (8) OECD. Economic Policy Reforms: Going for Growth. Paris: OECD, 2007. ANEXO 3 206 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação 3.4.4.6. Informações Complementares Figura 3.68 Fonte: OECD. Economic Policy Reforms: Going for Growth. Paris: OECD, 2007. ANEXO 3 207 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação Tabela 19 - Selected key organisations within the National Innovation Systems Fonte: TSIPOURA, Lena. Z YGOURA, An na. PATSATZIS, Va silis. Annual I nnovation Policy Trends R eport f or J apan, C hina, T aiwan, S ingapore, I ndia, Ma laysia, Thailand, I ndonesia. European Trend Chart on Innovation. European Union: 2005. Tabela 20 - Ratio of successful innovation by district Fonte: TSIPOURA, Lena. Z YGOURA, An na. PATSATZIS, Va silis. Annual I nnovation Policy Trends R eport f or J apan, C hina, T aiwan, S ingapore, I ndia, Ma laysia, T hailand, I ndonesia. European Trend Chart on Innovation. European Union: 2005. ANEXO 3 208 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação 3.4.5. Malásia 3.4.5.1. Contexto Previamente um a eco nomia co nhecida co mo a maior ex portadora d e borracha e estanho, ela foi transformada em uma economia baseada na manufatura em menos de duas décadas por meio do envolvimento ativo do governo. O governo malasiano – fator chave do sistema de inovação nacional do país – age co mo o pr incipal cr iador de p olíticas dando forma e dirigindo a ev olução tecnológica e a adoção de atividades de inovação no país. O M inistério e C iência, Tecnologia e M eio-ambiente ( MOSTE) co manda a formulação de p olíticas científicas e t ecnológicas bem co mo a pesq uisa e desenvolvimento do s etor pr ivado c ujo c hefe é o Secretário-Geral. Sua m issão é promover a co mpetência ci entífico-tecnológica enq uanto assegura a co nservação ambiental e o desenvolvimento sustentável e sua esfera inclui: Pesquisa e d esenvolvimento, d esenvolvimento humano e m ci ência e tecnologia, Transferência d e t ecnologia e desenvolvimento de i nfra-estrutura d e pesquisa e desenvolvimento. Embora o g overno seja mais como uma força-guia, oferecendo incentivos às áreas que se jam co nsideradas importantes, as iniciativas por el e ado tadas para atrair pessoal qualificado para trabalhar no país ainda não obtiveram muito sucesso. Os principais agentes do sistema de inovação são: Universidades e Organizações de Pesquisa. E mbora h aja i númeras universidades com moderna infra-estrutura, o país tem escassez de mãode-obra altamente qualificada. Isto se reflete nas baixas taxas de inscrição em ed ucação su perior. O utro pon to fraco é bai xo l ink ent re i ndústrias e universidades embora a colaboração entre elas seja promovida através de muitos programas e p lanos de pesquisa. I sto aco ntece d evido ao pouco gasto público e também pela falta de interesse do setor privado local em pesquisa e desenvolvimento. A criação do Centro Universidade-Indústria (UNIC) no recém estabelecido Kolej U niversiti T eknikal K ebangsaan M alaysia ( KUTKM) e o B ureau of Innovation an d C onsultancy na U niversidade de Tecnologia d a Malásia bem c omo a ex ANEXO 3 istência de p arques tecnológicos ou i ncubadoras 209 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação localizados perto de universidades como a Universidade de Tecnologia da Malásia e a Universidade de Multimídia são algumas iniciativas indicando a disposição das universidades em terem uma participação mais ativa no sistema nacional de políticas. O Institute of Strategic and Internacional Studies (ISIS) co nduz est udos estratégicos independentes e pesquisa de m arketing q ue aj udam n a formação destas políticas. O Research Institute of Investment Analysts Malaysia (RIIAM) co nduz estudos e pesq uisas di rigidas ao G rupo de C ompanhias KLSE e à Indústria d e S ecurities Malasiana se ndo q ue estas at ividades aj udam a enriquecer o banco de conhecimento da nação. O Setor de Negócios. Embora o setor de pequenas e médias empresas seja um i mportante co mponente do si stema de i novação n acional da Malásia, el e c onstitui 93.2% de todas as empresas de manufatura, m as por o utro l ado ele t ambém co nstitui um obst áculo eis que é m uito tradicional e tem um sério déficit em competência tecnológica. A m aioria des tas empresas busca o mercado l ocal e a s ua pr odução é baseada em mão-de-obra barata enquanto seu link com outros agentes do sistema de inovação nacional é muito fraco. A Small and Medium Industries Development Corporation (SMIDEC) q ue opera su bordinada a o M inistério I nternacional d e C omércio e I ndústria (MITI) é uma iniciativa governamental para dar assistência às pequenas e médias empresas no seu desenvolvimento e competitividade por meio da disponibilização de se rviços de consultoria, assistência fiscal e financeira, dependências de i nfra-estrutura, acesso ao m ercado e outros programas de apoio. O i nvestimento es trangeiro di reto é si gnificativo em t ermos de produção local, mas como não há uma séria atividade de envolvimento e pesquisa não há di stribuição d a su a t ecnologia par a a i ndústria l ocal. S eus links com firmas locais são m uito fracos e el es se l imitam a abundância de r ecursos naturais e a explorar a mão-de-obra bar ata par a a montagem de co mponentes importados. Ainda o utro co mponente d o sistema de inovação nacional m alasiana consiste em Organizações NãoGovernamentais que contribuem para o d esenvolvimento de pesquisa e 210 ANEXO 3 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação desenvolvimento n o paí s e e mbora e stas organizações p oderiam, potencialmente, t er u m p apel i mportante no es boço e de finição d as políticas de i novação; t odavia o se u pap el é, at é o m omento, em su a maioria, restrito à promoção/defesa dos interesses de seus membros. Instituições Financeiras. N estas incluem-se os capitalistas de ve nture que po deriam a fetar o processo d e i novação na M alásia. A tividades governamentais de financiamento também suplementam estes esforços. O sistema bancário da Malásia e as instituições financeiras industriais são as maiores fontes institucionais de crédito para o setor industrial do país. Tabela 21 - Selected key organisations within the National Innovation Systems Country Name of organisation (in English) Government and legislative bodies Malaysia • Ministry of Science, Technology and Innovations • Malaysia Industry – Government Group for High Technology • Malaysian Technology Development Corporation • Malaysian Industrial Development Authority (MIDA) • Small and Medium Industries Development Corporation (SMIDEC) • Malaysian Science and technology information Centre • Ministry of International Trade and Industry Private sector organisations and entrepreneurship promotion Malaysia • Multimedia Super Corridor • Federation of Malaysian Manufacturers (FMM) • Association of the Computer and Multimedia Industry, Malaysia (PIKOM) • Technopreneurs Association of Malaysia (TeAM) Knowledge institutes (R&D and education bodies) Malaysia • University Technology Malaysia • Multimedia University (MMU) • Technology Park Malaysia Industrial research centres and innovation intermediaries Financial system Malaysia • Malaysia Venture Capital Management Bhd (MAVCAP) • Malaysian Industrial Development Finance Berhad (MIDF) • Bank Industry and Technology Website (where available) • www.mosti.my • www.might.org.my/ • www.mtdc.com.my/ • www.mida.gov.my/ • www.smidec.gov.my • www.mastic.gov.my • www.miti.gov.my • • www.msc.com.my www.fmm.org.my • www.pikom.org.my • http://team.net.my • • • www.utm.my www.mmu.edu.my www.tpm.com.my • www.midf.com.my • www.bankindustri.com.my/ Fonte: Annual Innovation Policy Trends Report - 2005 ANEXO 3 211 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação Realização da política de inovação e estruturas de entrega Na f alta de u m framework institucional or ientado à i novação c laramente definido no país, órgãos de diferentes altos escalões e ministérios estão lidando com a inovação. Pode-se m encionar o N ational C ouncil f or S cientific Research an d Development ( NCSRD) q ue aco nselha o g overno e m t emas r elacionados à s políticas de ci ência e t ecnologia cu jo papel pr incipal é aj udar a fortalecer a b ase tecnológica naci onal pelo au mento de at ividades de p esquisa e dese nvolvimento, promoção da ci ência e formulação de um co mpreensível pl ano de ação pa ra o desenvolvimento tecnológico. O N ational I nformation Technology C ouncil ( NITC) t em foco especialmente nas áreas e q uestões relativas às tecnologias de i nformação e co municação. O Projeto do S upercorredor de M ultimídia ( MSC) é um a cr iação deste co nselho e o MSC Implementation Council toma decisões relativas a ele. No âmbito ministerial, as principais políticas de tecnologia e inovação do país foram implentadas primariamente pelo MOSTE, que foi renomeado como MOSTI e se tornou responsável pela promoção da Agenda de Ciência e Tecnologia do país; e de forma secundária, pelo MITI por meio de várias agências e divisões que operam de forma subordinada a estes dois ministérios. O MOSTI agora também é responsável pelo desenvolvimento de tecnologias de informação e comunicação e de multimídia que antes era de responsabilidade do Ministério da E nergia, C omunicação e M ultimídia; p ela co ordenação e l inks com o setor privado para a promoção de alta tecnologia, anteriormente responsabilidade do Escritório d o P rimeiro Mi nistro e ai nda, pel a adm inistração d e ve nture ca pital q ue ficava a ca rgo do M inistério de C omércio e I ndústria Internacional. Ainda há out ras adições a su a su bordinação co mo o M IMOS B hd, M ultimedia D evelopment Corporation ( MDC), Malaysian T echnology Development C orporation S dn B hd (MTDC) e o C entre for I ntellectual P romotion a nd Technological A dvancement (CIPTA). ANEXO 3 212 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação Figura 3.69 Fonte: Annual Innovation Policy Trends Report - 2005 3.4.5.2. Políticas Públicas • Desenvolvimentos na política de inovação: tendências recentes sobre a performance de inovação O índice de 160 pesquisadores por milhão de pessoas é muito baixo e mostra uma esca ssez de m ão-de-obra especializada. N a v erdade, em r elação à disponibilidade de cientistas e engenheiros o país fica em 60º lugar de acordo com o Global Competitiveness Report. A maioria dos cientistas e tecnólogos que trabalham no país tem s omente g raduações bási cas embora a proporção de g asto c om educação seja alto quando se considera as matrículas em cursos superiores. • Objetivos da política de inovação Embora a necessidade de se estabelecer uma política nacional de i novação seja reconhecida pelo governo, até agora, não há uma única Política de Inovação no ANEXO 3 213 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação país. T odavia a i novação a parece como c omponente c have e m t odos os Planos e Políticas malasianas. • Ferramentas para a gerência das políticas de inovação Na M alásia par cerias público-privadas foram f ormalmente i niciadas com a criação do Industrial A dvisory Council em 1 979 e foram significativamente fortalecidas em 1 991 co m a M alaysia I ncorporated P olicy q ue cr iou p ainéis consultivos em ca da M inistério/Departamento/Escritório nas esf eras federal, estadual e distrital. O P ainel Consultivo serve como um mecanismo para que ambos os setores discutam a i mplementação de p olíticas/programas/projetos g overnamentais que envolvam o se tor p rivado e r euniões acontecem d uas vezes ao an o. O impressionante cr escimento do p aís desde então t em si do am plamente at ribuído a esta pol ítica, poi s ela deu opor tunidade p ara m aior ent endimento das estratégias, políticas e procedimentos g overnamentais e, ai nda, per mitiu ao se tor pr ivado participar na formulação de estratégias, políticas e procedimentos. O benchmarking é limitado no país acontecendo sobre uma base ad-hoc e é incluído nos relatórios e estudos de avaliação. A avaliação, por outro lado, acontece regularmente, mas p ode se r ca racterizada pr incipalmente co mo u m pr ocesso interno; ela acontece como uma revisão de políticas, estudos e pesquisas nacionais e a m aioria delas é r ealizada pel as Agências governamentais de i mplementação como MIDA, MIGHT, MASTIC. 3.4.5.3. Instrumentos e Ações • Principais programas Vision 2020 é a maior estratégia que demonstra o objetivo da Malásia de ser tornar um país totalmente desenvolvido até o ano de 2020 e foca em nove desafios estratégicos a se rem alcançados até l á. O se xto del es é o desa fio de est abelecer uma s ociedade ci entífica e pr ogressiva, i novadora e co m ol har no f uturo, q ue se ja não somente uma tecnologia de consumo, mas também um contribuidor à civilização científica e tecnológica do futuro. ANEXO 3 214 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação Formulada e m 200 2, a i mplementação d a S egunda P olítica N acional de Ciência e Tecnologia ( DSTN2) d estina-se a ace lerar o des envolvimento d a capacidade ci entífica e t ecnológica e da ca pacidade par a uma co mpetitividade nacional abordando sete áreas de prioridade, são elas: 1. fortalecimento da capacidade e competência de pesquisa e tecnologia; 2. promover a comercialização dos outputs de pesquisa; 3. desenvolver capacidades e competências em recursos humanos; 4. pr omover um a cu ltura par a a ci ência, i novação e em preendedorismo técnico; 5. fortalecimento do framework institucional e administração para ciência e tecnologia além do monitoramento da sua política de implantação; 6. asse gurar a mpla di fusão e aplicação de t ecnologia com o objetivo de atingir um nível de pe squisa e des envolvimento melhorado e voltado para o mercado; e 7. co nstruir co mpetência par a a esp ecialização em i mportantes tecnologias emergentes. A i novação t ambém está pr esente nos I ndustrial M aster P lans do paí s cujo programa para o período de 1996-2005 foca no desenvolvimento industrial baseado em clusters. Como complemento ao IMP2, o SMI Development Plan foi desenvolvido pelo SMIDEC em 2002 e tem por obj etivo criar um a mbiente f avorável à co ndução de políticas para a umentar a pr odutividade, a ca pacidade p ara a aq uisição d e tecnologia e a competitividade global das pequenas e médias empresas locais. Human Resource Development Programme in Science and Technology lançado p elo M inistério da Ciência, T ecnologia e M eio-ambiente l ançou em 19 97 objetiva aum entar o cr ítico núm ero de ci entistas/pesquisadores no paí s, f ortalecer ainda m ais a p esquisa e t ecnologia e m i nstituições de aprendizado su perior e instituições públicas de pesq uisa e, t ambém, melhorar a co mpetitividade do país através do desenvolvimento de recursos humanos inovadores e criativos. Supercorredor de Multimídia – MSC. O MSC teve como modelo o V ale do Silício na C alifórnia co m i nputs de di versos parques de ci ência m undiais. E mbora mais de 700 empresas operem no MSC, sendo mais de 50 del as consideradas de classe mundial, a literatura acadêmica publicada na MSC é restrita. ANEXO 3 215 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação O M SC é um a z ona de 50 x 50 km ² que t em i nício nas Torres Gêmeas Petronas no centro de K uala Lumpur até o nov o ae roporto de K uala Lumpur. Ele abriga diversos nichos administrativos, industriais e de desenvolvimento tecnológico. Figura 3.70 - Implementation of the MSC Malaysia is divided into three phases from 1996-2020 O M SC é um pr ojeto co m dur ação d e apr oximadamente 20 anos vislumbrando q ue a Malásia at inja a l iderança n a E ra da I nformação. O pr ojeto compreende 3 fases: 1ª – engloba atrair e mpresas de cl asse mundial par a q ue i nstalem s uas operações no MSC, o lançamento de 7 modelos de aplicações incluindo o governo eletrônico e a t elemedicina, bem como o es tabelecimento de 2 cidades inteligentes, Putrajaya e Cyberjaya. ANEXO 3 216 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação Figura 3.71 - MSC Malaysia 2a. Phase 2ª – se concentra em criar networks entre o MSC e outros nichos no país, atraindo m ais companhias e a i mplementação de m ais operações de modelo. ANEXO 3 217 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação Figura 3.72 - Concept of the MSC Malaysia National Rollout 3ª – verificar a cu lminação da M alásia como u ma so ciedade baseada n o conhecimento, um lar para um grande número de empresas de multimídia, com cidades lincadas à superestrada global de informação. A performance do MSC é m edida especialmente pela avaliação do status de suas companhias que são as consideradas desenvolvedoras ou grandes usuárias de produtos e serviços de m ultimídia/informação tecnológica. E stas empresas passam por um pr ocesso se letivo e um a v ez apr ovadas receberão i ncentivos financeiros e também nã o-financeiros que podem variar da i mportação livre de impostos e t axas de multimídia para infra-estrutura física e de TI uma vez que localizadas no MSC. ANEXO 3 218 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação Foram criados até agora 18 mil empregos no MSC dos quais mais de 15 mil foram pr eenchidos por trabalhadores do co nhecimento; estes são esp ecialmente (87%) buscados dentro do próprio país. 3.4.5.4. Papel dos PCTs Na M alásia nã o se e ncontra menção esp ecífica so bre PCTs mas existem tecnópoles que dão suporte a implementação do MSC. Tecnópole. N a cr iação de u ma tecnópole o r esultado b uscado é um espiral sustentável de cr escimento econômico p ela cr iação de novos empreendimentos, expansão dos antigos e a atração de outros fora da região. Fatores institucionais se relacionam c om a g rande q uantidade d e e ntidades físicas, i nfra-estrutura e capital humano que dão apoio ao desenvolvimento da tecnópole. Estes fatores podem ter iniciativa governamental ou privada sendo o MSC de iniciativa do governo. O sucesso de uma tecnópole é determinado pelos seguintes elementos: 1. Universidades. Eis que elas complementam as atividades dos institutos de pesq uisa e ao mesmo t empo ag em co mo c atalisadoras de u m networking i nformal para os futuros empreendedores. E mbora haj a inúmeras universidades e instituições de aprendizado superior localizadas dentro do M SC, n em t odas desenvolvem pesq uisas agindo mais como provedoras de trabalhadores. 2. Recursos Humanos Talentosos e Diversificados. MSC h á um a lacuna de recursos humanos para preencher as demandas de tecnologia da informação e comunicação, ICT, e das indústrias de multimídia. O salto em direção à tecnologia futurística cria uma demanda por engenheiros de hardware, de s oftware, a nalistas de s istemas, pr ogramadores de computador e p essoal de s uporte t écnico. O mercado de t rabalho malasiano t ambém r egistra esca ssez de em pregados nas categorias de administração, profissional e técnica. Na tentativa de aliviar o problema o governo tem facilitado o recrutamento de trabalhadores estrangeiros em curto prazo e enco rajado trabalhadores do co nhecimento malasianos que m oram fora a v oltar a o se u p aís. ANEXO 3 Ele 219 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação também t em v ários fundos para o t reinamento e r etreinamento d e trabalhadores para indústrias de ICT em todos os níveis de educação. 3. Infra-estrutura para serviços de apoio. O P rincipal pr ovedor de serviços de apoi o no M SC é a C orporação de D esenvolvimento de Multimídia, de pr overno e cr opriedade do g iada em 1996 par a sistematicamente checar a i mplementação e o d esenvolvimento do MSC. A co rporação t ambém funciona co mo "centro d e úni co" p ara e mpresas que desejam obter o status na MSC. 4. Papel do governo. P rimariamente se u pa pel t em si do o do estabelecimento de políticas para o d esenvolvimento do M SC, su as empresas e se us recursos necessários o q ue i nclui v ários planos de incentivo tais como facilitação na instalação e op erações das companhias do MSC. Tais políticas estão previstas na Carta de Garantias que consiste em 10 normas de garantia do governo malasiano com o desenvolvimento do M SC e das necessidades das companhias do M SC; po dendo-se deduzir cl aramente, que assi m c omo o utros parques científicos, o desenvolvimento do MSC está principalmente nas mãos do governo. 5. Institutos Governamentais e Corporativos de Pesquisa. a f im de promover o dese nvolvimento d o M SC foi cr iado o M IMOS – Instituto Malasiano de S istemas Microeletrônicos - para ag ir co mo co nselheiro do governo nas políticas e est ratégias relacionadas ao d esenvolvimento d e tecnologia. O s grupos de pesq uisa do M IMOS t êm se u f oco na próxima geração da i nternet, g erenciamento d e i nformações adaptáveis, criptografia e peer to peer computing. 6. The venture capital community. A falta de ca pital é frequentemente vista co mo u ma barreira à formação e cr escimento d e e mpresas de al ta tecnologia especialmente diante do alto risco da natureza destes produtos e dos procedimentos dest as empresas, daí a r elutância das f ontes tradicionais de ca pital e m i nvestir ness es empreendimentos e em v irtude disso se r um a est ratégia co mum entre t ecnópoles o estabelecimento de programas assistenciais de ca pital. N a Malásia em bora haj a encorajamento a est es tipos de programas a g rande fonte é ai nda o governo. ANEXO 3 220 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação 7. Incubadoras de pequenos negócios. São montadas em convênio com grandes universidades malasianas e tem instalações que são destinadas a assistir os empreendedores fornecendo a e les um ambiente de apoi o tipicamente el es oferecem aluguel de escritórios abaixo do m ercado e espaço para laboratório, além de r ecepção, fax e co piadora - no início de seus negócios. S eu p ropósito é r eduzir os custos do i nício a fim de que diminua a taxa de mortalidade destas novas firmas. 8. Desenvolvimento. O dese nvolvimento de infra-estrutura física e d e informação é i mportante par a uma t ecnópole e o t ransporte t anto de pessoas quanto d e pr odutos é m uito i mportante, t anto q ue o pr ojeto do MSC pode se r v isto co mo o m aior es forço de des envolvimento i nfraestrutural da Malásia o que inclui a criação de nov as cidades e g randes redes de sistemas de transportes tanto por terra, ar ou mar. ANEXO 3 221 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação 3.4.5.5. Referências Annual Innovation Policy Trends Reports for Japan, China, Korea, Trhailand, Indonesia. European Trend Chart on Innovation, 2005. Evers, H-D Towards a Malaysian Knowledge Society1 University of Bonn Second Draft 1 August 2001. JEFFERSON, T. RESPONDING TO CITIZENS “I AM CAPTIVATED MORE BY THE DREAMS OF THE FUTURE THAN BY THE HISTORY OFTHE PAST” OECD 1998. Madieha, I., Azmi, M. Novidades Jurídicas: Medidas Tecnológicas de Protección em Malásia. E-Boletim do Autor. Octubre-Deciembre, 2004. Ramasamy, B . C hakrabarty, A ., C heah, M . Malaysia’s leap into the future: an evaluation of the multimedia super corridor. Technovation 24 ( 2004) 87 1–883 www.elsevier.com/locate/technovation Relatório Como Exportar: Malásia. Coleção Estudos e Documentos de Comércio Exterior. MRE - Brasilia 2002 Report STI - Knowledge-based Industries in Asia. OECD 2000. Report The annual Asian Development Outlook provides a comprehensive economic analysis of 43 economies in developing Asia and the Pacific. Asian Development Bank 2006. ANEXO 3 222 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação 3.4.6. Singapura 3.4.6.1. Contexto A economia de S ingapura é um a das mais competitivas do mundo. Ela ficou colocada co mo a s egunda ec onomia m ais competitiva do m undo pelo World Competitiveness Yearbook (IMD 200) e m t ermos de n egócios e i nfra-estrutura e eficiência governamental. Principais agentes do sistema de CT&I são: Governo. O papel do governo na organização de políticas de inovação é fortemente estabelecido no paí s. O Economic Development Board (EDB) criado em 1 961 é a a gência l íder que pl aneja e i mplementa est ratégias para manter o país como um hub global para negócios e investimentos. O M inistério de C omércio e I ndústria é o r esponsável pel a a tividade de Ciência e T ecnologia – não há um ministério esp ecífico par a C T&I. Agências governamentais como a IDA, A *STAR e SINGAPURA S PRING lideram os esforços para desenvolver ci ência, t ecnologia e i novação. Como r egra g eral, a co ordenação de C &T n a es fera p ública é feita pel a A*STAR - Agency for Science, Technology and Research. Esta agência é responsável pel a f ormulação e i mplementação das políticas referentes à inovação. Universidades e institutos de pesquisa. A U niversidade T ecnológica de Nanyang e o Singapore Science Park são atores fundamentais para o desenvolvimento de C&T. O Singapore Science Park foi cr iado p or iniciativa governamental em 1980 para fornecer infra-estrutura necessária a promover P&D na cidade e para que ele fosse mais efetivo sua direção foi pr ivatizada em 19 90 e t em ag ora co mo su a pr oprietária e g estora a Ascendas Pte Ltd. A*STAR é um dos agentes mais importantes nas atividades de p esquisa em Singapura e estabeleceu um grande número de institutos de pesquisa de p onta. Tais pesquisas, t odas e m i ndústrias de al ta t ecnologia e algumas com ambiciosos approaches de interdisciplinariedade. Intermediários. São eles o Intellectual Property Office (IPOS) criado em 2002 para fornecer a infra-estrutura, plataforma e ambiente para a criação, proteção e exploração de PI e também a SINGAPURA SPRING, criada em 223 ANEXO 3 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação abril de 2002 co m a m issão de el evar a pr odutividade e aumenta a competitividade e o crescimento econômico de Singapura. Negócios e financiamento. A s atividades iniciais de pesq uisa de Singapura foram a fetadas pela pr esença de g randes companhias multinacionais que operavam no paí s. T ecnologias eram transferidas destas companhias para em presas e e mpresas locais. A ec onomia é dominada por su bsidiárias de g randes multinacionais, ag indo co mo hubs para uma a mpla r egião, mas t ambém es tá r apidamente desenvolvendo um nexo local de SMEs. Tabela 22 - Selected key organisations within the National Innovation Systems Country Name of organisation (in English) Government and legislative bodies Website (where available) Singapore www.sedb.com/ www.mti.gov.sg/ www.spring.gov.sg/ www.ipos.gov.sg/ Economic Development Board (EDB) Ministry of Trade and Industry (MTI) SPRING IPOS Private sector organisations and entrepreneurship promotion Knowledge institutes (R&D and education bodies) Singapore Nanyang Technological University Industrial research centres and innovation intermediaries Singapore Singapore Science Park Financial system Singapore Fonte: Annual Innovation Policy Trends Report - 2005 www.ntu.edu.sg/ www.sciencepark.com.sg/ • Realização das políticas de inovação e estruturas de entrega A i mplementação de política de i novação é al tamente c entralizada e est á a cargo do E conomic Development Board (EDB). Na falta de um ministério exclusivo da ci ência o ór gão governamental r esponsável pel as atividades de ci ência e tecnologia é o Ministério de Comércio e Indústria. A A gência par a C iência, T ecnologia e P esquisa t ambém é r esponsável pel a formulação e i mplementação das políticas de i novação em S ingapura compreendendo o C onselho d e P esquisa B iomédica ( BMRC), o C onselho de Pesquisa d e E ngenharia e C iência ( SERC), a di visão de Administração e Planejamento Corporativo (CPAD), a A cademia de G raduação, A*STAR (A*GA) e o ANEXO 3 224 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação ETPL. A mbos BMRC e S ERC pr omovem, a póiam e su pervisionam o s etor p úblico de atividades de pesquisas de R&D em Singapura. • Agência para Ciência, Tecnologia e Pesquisa (A*STAR) A A gência par a C iência, T ecnologia e P esquisa ( A*STAR) f oi cr iada co m a missão pr imária de elevar o ní vel da ciênci a e da t ecnologia em S ingapura. Estabelecida em 1991 no l ugar d o N ational S cience and T echnology B oard el a implementou d ois planos de 5 an os: o N ational T echnology P lan ( S$ 2 bi lhões de 1991 a 199 5) e o N ational S cience & T echnology P lan ( S$ 4 bi lhões de 19 96 a 2000). A A*STAR é a agência líder na implementação com o Plano 2005 de National Science & Technology com um orçamento de S$ 7 bilhões de 2001-2005. Para co nstruir um a economia b aseada n o co nhecimento ( KBE), S ingapura deve i nvestir na cr iação, pr opriedade e ex ploração ( COE) do ca pital i ntelectual. A A*STAR pr omove e enc oraja ex celente pesq uisa em ci ência, e ngenharia e biomédica e c uida de talentos para ajudar a S ingapura a avançar a t ransição para uma KBE. • Foco Principal da A*STAR A missão da A*STAR é abrigar pesquisa científica de classe mundial e capital humano para uma Singapura baseada em conhecimento vibrante. A*STAR r epresenta os cientistas de pesquisa e a g eração futura de aspirantes a ci entistas da at ualidade q ue se at revem a co mpetir co m o m elhor do mundo p elos limites da ci ência m oderna. Ju ntamente co m ci entistas que i rão construir o ca pital i ntelectual e as habilidades científicas. Que i rão i mpulsionar a competitividade econômica de Singapura. A*STAR mapeia o curso da Ciência e da Tecnologia de Singapura. Ela inclui o B iomedical Re search Co uncil ( BMRC), o S cience an d E ngineering R esearch Council (SERC), Exploit Technologies Pte Ltd (ETPL), a A*STAR Graduate Academy (A*GA) e a Corporate Planning and Administration Division (CPAD). ANEXO 3 225 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação Figura 3.73 - Biomedical Research Council Fonte: www.a-star.edu.sg Figura 3.74 - Science and Engineering Research Council Fonte:www.a-star.edu.sg • Estrutura organizacional 2. A ag ência eng loba o B iomedical R esearch C ouncil ( BMRC), o S cience a nd Engineering R esearch C ouncil ( SERC), a A*STAR G raduate A cademy ( A*GA), o commercialisation ar m, E xploit T echnologies P te Ltd ( ETPL), Policy and P ersonnel Division (P&P) e a Corporate Planning and Administration Division (CPAD). ANEXO 3 226 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação 3. Ambos BMRC e SER C p romovem, apóiam e O VERSEE/FISCALIZAM o s etor público de atividades de pesquisa em pesquisa e tecnologia em Singapura. A A*GA dá a poio a o pr incipal f undo d e des envolvimento d e ca pital h umano d a A *STAR através da pr omoção de b olsas de es tudos de ci ências e o utros programas e iniciativas de dese nvolvimento d os trabalhadores. ETPL g erencia a P ropriedade Intelectual criada pelos institutos de pesquisa e facilita a transferência de tecnologia dos institutos de pesquisa par a as i ndústrias. P &P e C PAD dã o ap oio a os dois Conselhos de P esquisa, A *GA e Recursos ETPL, r ealizando as Humanos, P lanejamento da funções de F inanças, P olítica C orporativa, C omunicações Corporativas, Legais, Tecnologia da Informação e Auditoria. Figura 3.75 Fonte: www.mti.gov.sg ANEXO 3 227 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação 3.4.6.2. Políticas Públicas • Desenvolvimentos na política de inovação Sendo um hub para todas as grandes multinacionais de alta tecnologia, não é surpresa q ue 60% de su as exportações sejam c onstituídas de mercadoria de al ta tecnologia. Seu indicador competitividade global a posiciona em sexto lugar e i sto a qualifica e m al ta posição embora, se ja i mportante mencionar i sto v enha ca indo recentemente. Em termos tecnológicos a s ua performance não é t ão b oa q uando comparada a benchmarks internacionais, ocu pando a 1 2ª e a 15ª posi ção no Tecnology Index e no Innovation Sub-index, respectivamente. O g overno apar enta e star ci ente d esta fraqueza e i nveste pesadamente na política tecnológica; um a boa performance empreendedora e a propensão ao empreendedorismo, c ombinada co m es tes i nvestimento p ode ajudar o paí s a melhorar ainda mais e diversificar suas bases produtivas. • Objetivos da política de inovação A i novação se t ornou um foco em S ingapura e o pr incipal objetivo é transformá-la de uma “ cidade e ficiente” em um a “ nação d e i novação”, na q ual o efeito das pol íticas de i novação não se ja l imitado e a c ultura de inovação p ermeie toda a economia e a sociedade. O g overno co ntinua a apoi ar a ci ência e t ecnologia e pol íticas amigáveis ao empreendedorismo p ara al cançar maior cr escimento e d esenvolvimento da economia a longo prazo e para isso estabeleceu um número de prioridades a serem alcançadas até o ano de 2018, são elas: Globalização d a eco nomia onde S ingapura dev erá est ar e nvolvida n a network global com links em todas as maiores economias do mundo; Promoção da criatividade e do empreendedorismo; Diversificação da economia onde o crescimento seja proporcionado por dois grandes motores: manufatura e serviços. ANEXO 3 228 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação Em 20 03 a S ingapura i nvestiu 2, 15% do se uP IB em C&T di stribuídos: 3 6% em pesq uisa apl icada, 17% e m pesq uisa bási ca e 47% em desenvolvimento experimental. Do total de investimentos em C&T 58% foram destinados a engenharia e t ecnologia, 14% para ciências naturais (excluindo as ciências biológicas), 15% em bi omédicas, 1 % em ag ricultura e 13 % nas outras áreas. • Ferramentas para a gerência das políticas de inovação Embora as colaborações público-privadas sejam i ntensas, S ingapura t em bons links de inovação como resultado da presença dominante de multinacionais. O benchmarking também é importante para o país uma vez que o g overno e os órgãos responsáveis pela C &T r ealizam anual mente pesquisas estudos comparativos com ou tros países. O aprendizado t ransnacional é o r esultado de dedicados esforços para r eceber i nformação e se f oca pr incipalmente e m co ntatos com o R eino U nido cooperando co m agências governamentais, uni versidades e consultores privados. A valiações são bas tante des envolvidas e ex ercitadas em todas as etapas pelas principais agências. 3.4.6.3. Instrumentos e Ações • Principais programas Propriedade intelectual para internacionalização. Este pr ograma da International Enterprise of Singapore’s (IE Singapore) objetiva outputs de valores de propriedade i ntelectual de m ais de $1 00 milhões, ben eficiando pel o m enos 500 companhias durante três anos por meio de treinamento, consultoria e i niciativas de pesquisa. Os principais componentes do programa são: 1. Estratégia. Valendo-se da expertise de consultores, o portfólio de uma empresa d e pr opriedade i ntelectual se rá au ditada e avaliada p ara determinar o v alor es tratégico de s eus planos de i nternacionalização e seus resultados serão usados para desenvolver a gerência de propriedade intelectual da companhia a longo prazo. ANEXO 3 229 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação 2. Pesquisa. IE SINGAPURE apoi ará pesq uisas de m ercados relacionadas à propriedade intelectual pelas indústrias ou comunidades de negócios que se jam úteis aos seus membros quando estes formularem estratégias de propriedade intelectual. 3. Treinamento. I ES INGAPURE t rabalhará co m fornecedores qualificados de t reinamento par a desenvolver programas customizados para ajudar empresas a adquirirem melhor entendimento e est ratégias de aplicação p ara su as propriedades intelectuais. E t ambém i rá co laborar com associações de co mércio, câ maras de co mércio e i nstitutos de treinamento par a or ganizar workshops e seminários de pr opriedade intelectual para o mercado e à indústria. 4. Recursos. I E SINGAPURE t rabalhará c onjuntamente co m p arceiros como o IPOS e a Academia de PI para tornar disponíveis recursos on-line. Programa de ação para o empreendedorismo. Foi cr iada e m março de 2003 para abrigar um ambiente empreendedor, facilitar o networking entre firmas e melhor o ace sso a f inanciamento. A lgumas ações tem si do f ormuladas para promover e aj udar diferentes áreas de empreendedorismo como: Finanças, Cultura, Propriedade Intectual e Internacionalização e Formação para Executivos Globais. O foco é patrocinar a formação e crescimento de empreendimentos – através de network de v aliosas relações e r ecursos – para cr iar u m h ost para empreendimentos dinâmicos e inovadores em Singapura. Trabalhos com nossos parceiros para cr iar um a mbiente pr ó-negócios que encoraje a f ormação e crescimento de empreendimentos e f acilitar o crescimento das indústrias. Auxílio par a melhorar a pr odutividade e i novação e ca pacidades dos empreendimentos e aum entamos o ace sso a m ercados e o portunidades de negócios. • Ações estratégicas Ação estratégica 1: Promover um Ambiente Pró-negócio. Me lhorar u m ambiente de negócios tornando-o pr opício para a f ormação, competitividade e crescimento de empreendimentos. ANEXO 3 230 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação Trabalho com nossos parceiros para fortalecer a infra-estrutura dos negócios, revisar regras e regulamentos, e f acilitar m elhor ace sso d e f inanciamento e o utros recursos como local e mão-de-obra para os empreendimentos. Ação estratégica 2: Patrocínio do Desenvolvimento Industrial. Criação de approach integrado para melhorar a vitalidade e competitividade da nossa indústria. Trabalho co njuntamente co m nossos p arceiros para apl icar i niciativas que apóiem o upgrading de indústrias e sustente robusto crescimento nestes setores. Ação estratégica 3: Aumento das Capacidades dos Empreendimentos. Impulsionar um upg rade ca pacidades/habilidades dos empreendimentos. I dentificar e facilitar as ca pacidades/habilidades e competência em br anding – uso de propaganda, desi gn, marca -, ex celência d e se rviço, g erência de t ecnologia, mãode-obra e excelência organizacional. F ornecer assistência pr ópria ao aceleramento do d esenvolvimento e cr escimento de empreendimentos por meio de ne twork de relacionamentos e recursos. Ação estratégica 4: Acesso ao Mercado e Oportunidades.Trabalho par a ajudar os pr odutos e serviços dos empreendimentos a g anharem m elhor ace sso a mercados reduzindo barreiras técnicas ao comércio, dando garantia de qualidade e facilitando aos empreendimentos o e ntendimentos e u tilização dos FTAs – Free Trade Agreements (Acordos de Livre Comércio). Utilizar de net work de relacionamentos, tanto local quanto internacional, para ligar empreendimentos a mais oportunidades de negócios. 3.4.6.4. Papel dos PCTs Nas pesquisas realizadas não foi encontrado qualquer menção sobre o papel dos PCTs nas polítcias de CT&I da Singapura. Construídos no Technology Corridor o primeiro Science Park I construído em 1980, Science Park II em 1993 e o Science Park III 2003. E stes parques têm u ma c oncentração d e co rporações baseadas no conhecimento e agências de pesquisa. ANEXO 3 231 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação Figura 3.76 - Technology Corridor Fonte: www.sciencepark.com.sg ANEXO 3 232 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação 3.4.6.5. Referências GOH, A . L . S . AN INNOVATION-DRIVEN ECONOMY THROUGH INDUSTRIAL POLICYMAKING: AN EVOLUTIONARY ANALYSIS OF SINGAPORE. The Innovation Journal: The Public Sector I nnovation Jo urnal, V olume 10( 3), ar ticle 34. U niversity of London, U nited Kingdom Koh, F .C.C., K oh, W. T . H ., Tschang, F .T. An analytical framework for science parks and technology districts with an application to Singapore. Journal o f Business Venturing 20 (2005) 217–239 Kuruvilla, S. ILR Impact Brief – Sustainable Workforce Development: The Paths of Singapore and India. Cornell University, [email protected] Lesher, M ., M iroudot, S . Analysis Of The Economic Impact Of Investment Provisions In Regional Trade Agreements. OECD T rade P olicy Working Paper No. 36 Organisation for Economic Co-operation and Development 11-Jul-2006 Mani, S . Government, Innovation and Technology Policy, An International Comparative Analysis. United N ations University/Institute for N ew T echnologies. The Netherlands [email protected] Report by the Government TRADE POLICY REVIEW SINGAPORE - WORLD TRADE ORGANIZATION - Trade Policy R eview B ody WT/TPR/G/13017 M ay 2 004 RESTRICTED Ritchie, B . Foreign Direct Investment And Intellectual Capital Formation In Southeast Asia - OECD D EVELOPMENT C ENTRE - Working P aper N o. 19 4 Research programme on: Global Interdependence and Income Distribution 2006 Tan, J., Gopinathan, S. Education Reform in Singapore: Towards Greater Creativity and Innovation? Ministry of T rade & I ndustry (1986). The Singapore Economy: New Directions. Singapore: Report of the Economic Committee. Cornell University Year 2006 ANEXO 3 233 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação ANEXO 3 234 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação 3.4.7. Taiwan 3.4.7.1. Contexto Taiwan t em um si stema naci onal d e i novação q ue v em se des envolvendo rapidamente e g anhando competitividade global. A indústria de ci rcuitos integrados tem sido emblemática no processo atualização do país e o país se tornou o 4º maior produtor de circuitos integrados e o 2º maior designer do mundo. Há um a t radição de i ntervenção g overnamental e o si stema est á t entando adotar uma política moderna de inovação. As responsabilidades de pesquisa e des envolvimento de ci ência e tecnologia e i novação est ão dividas entre v árias agências governamentais t ais o co mo o Executive Yuan, o Council for Economic Planning and Development (CEPD), e o recentemente criado, em 2002, Centre for Economic Deregulation and Innovation. O National State Council do Executive Yuan é a m ais alta ag ência responsável por promover o des envolvimento de ciência e tecnologia. Tal conselho criou e su pervisiona um am plo net work de l aboratórios de pesquisa esp ecialmente nas áreas de alta tecnologia. Principais agentes do sistema de CT&I são: Universidades e organizações de pesquisa. As universidades do país estão c onduzindo pr ogramas de p esquisa em u ma g rande v ariedade de campos científicos focando em alta tecnologia. Entre outras universidades, a U niversidade N acional de C hiao T ung i nclui o Microeletronics and Information Systems Research Centre, o Centre of Telecommunication Research e o Brain Research Centre, entre outros. Dentre as universidades que fazem p esquisas intensivas estão a Universidade de Tecnologia de K ung Shan e a U niversidade Nacional de Taiwan. Há também importantes institutos de pesquisa tais como: - O In dustrial Technology Research Institute (ITRI), qu e é um a organização de pesq uisa e des envolvimento sem fins lucrativos engajada em pesquisa aplicada e se rviço técnico que serve como o ce ntro técnico para a i ndústria e é t ambém um braço não-oficial das políticas industriais de governo de Taiwan. ANEXO 3 235 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação - O Institute for Information Industry (III), que também é uma organização sem fins lucrativos sob o patrocínio do Ministério de Assuntos Econômicos e o se tor pr ivado cu ja m issão é o dese nvolvimento e a pr omoção da indústria de informação. Intermediários. O s i ntermediários no si stema de pesquisa e i novação do p aís incluem os três principais Parques Industriais de C iência e m Taiwan. O Hsinchu Science-based Industrial Park (HSIP) com re gistro positivo de cr escimento, o Taiwan Science-based Industrial Park (TSIP) que foi criado com a aprovação do Executive Yuan em fevereiro de 1995 como parte de um grande esforço par a melhorar a i ndústria no s udoeste de Taiwan. O Executive Yuan é o agente m ais importante no d esenvolvimento d e sistemas de ci ência e t ecnologia em Taiwan. A lem del e, o Office of the President é a ú nica a dministração em T aiwan q ue pode co mpartilhar o poder de r ealização de pol íticas de ci ência e t ecnologia e el e é independente d o Executive Yuan e r epresenta o c hefe su premo d o governo. O Intellectual Property Office (TIPO), antigo National Bureau of Standards, do M inistério de Assuntos Econômicos tem co mo missão e ncorajar a criação e i novação, pesquisa e dese nvolvimento e a t ransferência de tecnologia a f im d e m anter a co mpetitividade g lobal das indústrias de Taiwan. Taiwan é bem-sucedida no ambiente de inovação de cluster, mas fica para trás em linkages de i novação. E la t em um denso network de ce ntros de pesquisa e tecnologia que promovem a infra-estrutura: no setor privado, a maior e m ais influente associação de m anufaturadores é a T EEMA – Taiwan Electrical and Electric Manufactures Association – cujos maiores objetivos são prestar assistência ao governo no planejamento de políticas de i ndústrias tecnológicas, co nduzirem p esquisas sobre t alentos de al ta tecnologia disponíveis, servir como ponte de comunicação entre indústria e o g overno, e e m p articular, ouv ir os desejos de pequenas e médias empresas. ANEXO 3 236 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação Negócios e financiamento. O se tor de ne gócios é bast ante di nâmico, composto or iginalmente p or i nvestimento e strangeiro e trabalho barato, mas se adapta r apidamente, par te g raças à m icroeletrônica e de monstra um g rande su cesso n o m ercado g lobal co m a cr iação de poucas, m as muito bem-sucedidas multinacionais como a Acer e a BenQ. Pequenas e médias empresas dominam o sistema de produção. Esforços do g overno i ncluem m odelos de pol ítica de i novação par a promover a so ciedade com base no conhecimento; entretanto a pesquisa e o desenvolvimento são menores em Taiwan em comparação ao Japão e à Coréia. Tabela 23 - Selected key organisations within the National Innovation Systems Country Name of organisation (in English) Website (where available) Government and legislative bodies Taiwan The Executive Yuan CEPD Centre for economic deregulation and Innovation www.ey.gov.tw www.cepd.gov.tw www.cedi.cepd.gov.tw Private sector organisations and entrepreneurship promotion Knowledge institutes (R&D and education bodies) Taiwan ITRI III National Taiwan University Kung Shan University of Technology National Chiao Tung University www.itri.org.tw www.iii.org.tw www.ntu.edu.tw www.ksut.edu.tw www.nctu.edu.tw Industrial research centres and innovation intermediaries Taiwan HSIP TSIP Central Taiwan Science Park TEEMA Financial system Taiwan Fonte: Annual Innovation Policy Trends Report – 2005 http://www.sipa.gov.tw/en/sevices1.html www.ststipa.gov.tw www.teema.org.tw • Realização da política de inovação e estruturas de entrega O E xecutive Y uan é o agente m ais importante n o desenvolvimento de sistemas de ciência e tecnologia e também de inovações. Alem dele, o Office of the President é a única a dministração em T aiwan que po de compartilhar o poder de ANEXO 3 237 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação realização de p olíticas de ci ência e t ecnologia e el e é i ndependente d o Executive Yuan. O Council for Economic Planning and Development (CEPD) é responsável por esboçar pl anos gerais par a o d esenvolvimento ec onômico nacional, av aliação d e projetos e desenvolvimento, propostas e programas. O Centre for Economic Deregulation and Innovation foi cr iado para expandir ainda mais o t rabalho de l iberalização eco nômica, i nternacionalização e r eengenharia; e t ambém est á l igado a u m detalhado est udo do sistema nacional regulador econômico e financeiro. O National Science Council do Executive Yuan criado em 1959 é a m ais alta agência governamental responsável pela promoção do desenvolvimento de ciência e tecnologia. Figura 3.77 Fonte: Annual Innovation Policy Trends Report – 2005 ANEXO 3 238 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação 3.4.7.2. Políticas Públicas • Desenvolvimentos na política de inovação Tendências recentes sobre a performance. Taiwan é, assi m co mo a Coréia, determinada pela sensibilidade política. Ela demonstra considerável sucesso econômico o q ue a torna u m dos países m ais ricos da r egião. E ntretanto, a performance econômica geral de T aiwan é melhor do que aq uela da C oréia, poi s não é somente mais rica mas também tem uma colocação mais alta nos termos do Global Competitiveness Rank e mais do q ue i sso, é 2ª e 3ª c olocada m undial n o Innovation Sub-index e no Tecnology Index, respectivamente. O fator de pr eocupação é q ue el a fica e m b aixa posi ção em t ermos de empreendedorismo e i sto ex plica por que s eu r ecente su cesso s e ba seia m ais nos poucos campeões nacionais de microeletrônica. Objetivos da política de inovação. Em Taiwan a iniciativa governamental de criar P arques Industriais baseados na Ciência e I nstitutos de P esquisa de Tecnologia I ndustrial foi um fator cr ítico par a performance de i novação no paí s. A indústria de semicondutores é m aior f orça do paí s eis que o cluster do Hsin-chu Science Park está entre os melhores do mundo. Todavia, Taiwan não t em linkages fortes entre u niversidades e i ndústrias o que ai nda é s eu ponto m ais fraco no sistema de ciência e tecnologia. Ferramentas para a gerência das políticas de inovação. As parcerias públicoprivadas constituem uma ênfase do governo com fortes incentivos às universidades e ce ntros de pesquisa par a q ue foquem suas agendas par a a co mercialização. A o mesmo t empo g randes investidores, em particular os grandes ag entes globais emergentes como a A cer e a BenQ sã o co nsultados para o d esign de políticas de inovação. Taiwan usa i nstrumentos de be nchmark e tem expressado o d esejo d e se tornar um membro da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico para se r ca paz de pa rticipar de se us exercícios, t odavia não po de se r ace ita p or razões políticas. Uma g rande c onferência i nternacional j á f oi or ganizada par a c ompartilhar experiências com p aíses europeus e os E stados Unidos. N este c ontexto um ANEXO 3 239 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação interesse particular foi ex presso na co operação co m I srael par a a pr omoção d e venture capital. Avaliações ex-ante são usadas para o financiamento de projetos e avaliações ex-post são sistematicamente organizadas pelos grandes institutos de política e são usados como feedback para n ovas políticas. O s grandes institutos de p esquisa também são avaliados em termos institucionais. 3.4.7.3. Instrumentos e Ações • Principais programas de CT&I Taiwan não t em um m inistério es pecífico par a C T&I t em o Center for Economic Deregulation and Innovation – CEDI, subordinado ao Executive Yuan e tem como missão: Servir como uma janela de ajuda para companhias estrangeiras que dese jam investir e co mo p onte p ara a comunicação e ntre o governo e o se tor privado. Coordena e i mplementa P lan to D evelop Knowledge-based E conomy in Taiwan" a nd "Global Log istics Development P lan. É t ambém responsável pel o planejamento do framework legal para o e-commerce e a co ntratação de operações de governo para o setor privado. • Plano Principal: Asia Pacific Regional Operations Center Plan (APROC Plan) O A PROC P lan é des dobrado em dois grandes planos estratégicos: P lan t o Develop Knowledge-based Economy in Taiwan" and " Global Logistics Development Plan que tem como visão transformar Taiwan em a “Green Silicon Island”. ANEXO 3 240 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação Figura 3.78 - APROC PLAN Fonte: www.cedi.cepd.gov.tw Objetivos do aproc Aumentar a internacionalização econômica de Taiwan; Fortalecer o fluxo de pessoas, produtos e fundos; Atrair i nvestimentos de em presas domésticas e m ultinacionais para o desenvolvimento de Taiwan, expandindo-se para o mercado asiático. 1. Knowledge-based economy Acelerar a co mercialização de n ovas invenções e a criação de nov os mercados através da ut ilização de mecanismos que e ncoragem a inovação e promovam a aplicação das TIs e da Internet. Rever asp ectos relevantes de i nfra-estrutura bási ca, l eis e regulamentações, procedimentos administrativos e su porte de m ão-deobra nec essários ao dese nvolvimento d e i ndústrias intensivas em conhecimento. Ações concretas para o desenvolvimento do KBE Desenvolver mecanismos que encoragem a inovação e fomentar novas empreendimentos; Expandir o uso das TIs e da Internet no cotidiano; Criar suporte para novos ambientes de uso de Internet; ANEXO 3 241 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação Promover m udanças no si desenvolvimento d as stema educacional e m d uas direções: necessidades pessoais et reinamento e desenvolvimento para formar trabalhadores do conhecimento; Melhorar os serviços governamentais; e Formular políticas sociais para a transformação da economia. 2. Global logistics development plan Ações Concretas E-Commerce: des envolver l eis de se gurança, mecanismos de pagamento el etrônico, r ever controles de segurança de operações de bancos e e-business, proteger os clientes; Promover o sistema de faturas eletrônicas; Promover o intercâmbio de dados eletrônicos; e Desenvolver proteção aos domínios. Figura 3.79 - Management do Global Logistics Development Plan Fonte: www.cedi.cepd.gov.tw ANEXO 3 242 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação 3.4.7.4. Papel dos PCTs Os parques ci entíficos estão pensados par a at rair i ndústrias de al ta tecnologia, pr omover a m elhoria d as indústrias, eq uilibrar o dese nvolvimento regional e conduzir o desenvolvimento econômico. Situado ao norte da Ilha o Parque Científico de Hsinchu - PCH concentra-se na produção de semicondutores; o Parque do Centro está centrado em maquinaria de precisão e o ptoeletrônica e av iação e o Parque do Sul em optoeletrônica. As empresas investiram em P&D 1,5 milhões de dólares no PCH, este valor representa 5% de todo o investimento feito em P&D em Taiwan. Figura 3.80 Fonte: www. sipa.gov.tw ANEXO 3 243 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação 3.4.7.5. Referências Annual Innovation Policy Trends Reports for Japan, China, Korea, Trhailand, Indonesia. European Trend Chart on Innovation, 2005. INVESTMENT AND TECHNOLOGY POLICIES FOR COMPETITIVENESS: Review of successful country experiences United Nations Conference on Trade and Development United Nations New York and Geneva, 2003 Lai, H-C, Shyu, J. A comparison of innovation capacity at science parks across the Taiwan Strait: the case of Zhangjiang High-Tech Park and Hsinchu Sciencebased Industrial Park Institute of M anagement o f Technology, N ational C hiao T ung U niversity, N o. 10 01, Ta-hsueh Road, Hsinchu City, Taiwan Technovation 25 (2005) 805–813 Lau, J., Li, K-T Industrialization, Innovation and Industrial Policy. Department of Economics Stanford University U.S.A.China Development Forum, Beijing, China March 23, 2003 Lin, M. Technology policy in Hard Times, or How Taiwan is Coping with the Current Economic Downturn - Tech, Regions and Policy, PUBP 6415, December 3, 2001 Hu, T -S, L in, C-Y, Chang, S-L Technology-based regional development strategies and the emergence of technological communities: a case study of HSIP, Taiwan. Taiwan bGraduate Institute of Building and Planning, National Taiwan University Technovation 25 (2005) 367–380 Mann, C. Information Technology Use and Diffusion: A Latin-Asian Dialogue A First Look at Entrepreneurship and Innovation in Chile and Taiwan Background P resentations by G erman E checopar K oechlin a nd M eng-Chun Li u March 7, 2003 Tsai, K-H, Wang, J-C. An Examination of Taiwan’s Innovation Policies and R&D Performance Chung-Hua I nstitution for E conomic Research 2002 Sites: www.ey.gov.tw www.cepd.gov.tw www.cedi.cepd.gov.tw www.sipa.gov.tw www.stsipa.gov.tw ANEXO 3 244 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS O t rabalho d esenvolvido de monstrou a n ecessidade d e se r s istêmica e orgânica a abor dagem atual dos países no que t ange ao conhecimento e à inovação. N as análises realizadas para os diversos países, é factível not ar q ue a importância dos relacionamentos e parcerias não é m ais prescindível, ratificando a globalidade e a complexidade do mundo atual na Era do Conhecimento. Visto d esta forma, este documento encerra um a e tapa q ue pod e se r ricamente es tendida, quer na a mpliação de dad os e i nformações de um país, o u mesmo na a mpliação da r ede de paí ses aqui est udados. A v isualização de u ma grande rede de experiências em constante mutação e evolução poderá oferecer ao Brasil uma contribuição para a el aboração de proposta de pl anejamento futuro com vistas a uma política de i novação voltada para Parques Científicos e Tecnológicos, sustentada p or su as potencialidades e co m foco n a i novação c omo forte fator de competitividade e o conhecimento como fator produtivo. É v isível t ambém o e sforço constatado de anál ise baseado em indicadores, muitos de forma isolada e outros poucos fruto de combinação de vários indicadores. O ca so d o ‘ indicador de co nhecimento’ i nsere-se nes te se gundo co ntexto, o q ue deverá se r m otivado e am pliado. A b usca de i ndicadores que poss am se r balanceados e m elhor enca deados passa a se r açã o co ntributiva i mportante, melhorando o ní vel d as análises e o per manente e nec essário acompanhamento. Modelos associados de causa-efeito também poderão sugerir acréscimos para uma avaliação mais consistente. Cabe o r egistro, face ao estudo r ealizado, da nã o i dentificação mais precisa de ev entuais barreiras encontradas com v istas à i novação. N este se ntido, indicadores que poss am ac ompanhar a ‘ resistência’ à i mplantação de medidas poderão auxiliar no enfrentamento do desafio para a implantação de novas políticas de dese nvolvimento b aseadas em co nhecimento e i novação. D a m esma f orma, o registro das ‘melhores pr áticas’, a assim como a av aliação d as ‘piores práticas’ na implantação des tas medidas, po derão a uxiliar açõ es similares em co ntextos distintos, considerando a di sseminação e o compartilhamento do conhecimento como características do mundo atual. ANEXO 3 245 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação Por out ro l ado, co m v istas à co ntinuidade des te t rabalho, d uas recomendações são aqui apresentadas: Ampliar o nú mero d e paí ses analisados, pr incipalmente aq ueles que j á colocam a i novação co mo t ema estratégico em s uas propostas de desenvolvimento. Neste contexto, aproveitando recente trabalho da OECD (OECD, Innovation and Knowledge-Intensive Service Activities/KISA, 2007), anteriormente comentada no Capítulo 1 - Introdução, poderiam ser acrescidas análises referentes à Dinamarca, Noruega e República Checa, pois os demais países participantes desta ‘survey’ já se enc ontram aq ui analisados. Incluir t ambém an álise so bre P ortugal r eveste-se de importância, uma vez que este país, mais recentemente integrado à União Européia, des envolve at ualmente pl ano nacional v oltado a Tecnológicos e t ambém i ntenso pr ograma de i Parques mplantação d e características compatíveis com o chamado ‘governo eletrônico’, além de apresentar relação histórica e econômica com o Brasil; e Buscar i ndicadores que r eflitam o i nvestimento dos países nos seguimentos de conhecimento e inovação, como o comentado neste texto, avaliando-se especificamente i nversões recentes e futuras de ca pital neste setor, fundamental para o desenvolvimento sustentável de um país, oferecendo i nício ao que pod eria se r co nsiderado um O bservatório de tendências sob o foco desta temática. ANEXO 3 246 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação 5. ANEXO: DOCUMENTOS COMPLEMENTARES Na relação a seguir elaborada, encontram-se documentos que foram julgados relevantes para u m aprofundamento dos t emas e ass untos tratados neste est udo. Em su a g rande maioria est ão r elacionados nas Referências dos Capítulos anteriores, porém foram aditados novos títulos que transcendem a exclusividade dos assuntos específicos dos países aqui estudados, mas conferem maior abrangência sobre o tema conhecimento e inovação no contexto atual. Foi adotada como condição para compor esta relação documentos que apresentam v ersão el etrônica di sponível, est ando t odos est es arquivos disponibilizados em CD anexo. Tabela 24 – Documentos com versão eletrônica disponível Documento 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 Descrição Australia. Australian Science and Innovation System – A Statistical Snapshot. 2005 Australia. Mapping Australian Science & Innovation - Summary Report. 2003 Australia. Science and Innovation in Regional Australia. 2003 China: Annual Innovation Policy Trends Reports for Japan, China, Korea, Trhailand, Indonesia. European Trend Chart on Innovation, 2005. China: Challenge 2008 - The Six-year National Development Plan Published: May 21, 2002 By: Government Information Office Source: Government Information Office http://www.gio.gov.tw/taiwan-website/4oa/20020521/2002052101.htm China: Hong Kong Science and Technology Parks Corporation Annual Report 2005/2006 Espanha. Convergencia y Empleo - Programa Nacional de Reformas de Espana. 2005 Espanha. El Sistema Español de Innovación - Diagnósticos y Recomendaciones. 1998 Espanha. Indicadores del Sitema Español de Ciencia y Tecnologia. 2005 EUA. A Call for Action – Why America must Innovate. 2005 EUA. Advanced Foundations for American Innovation. 2003 EUA. Cluster Based Strategies for Growing States Economy. 2006 EUA. Knowledge for Development Strategy. 2004 EUA. The 2007 State New Economy Index – Benchmarking Economic Transformation in the States. 2007 EUA. The Knowledge Economy - Is The United States Losing its Competitive Edge. 2005 European Commission. Annual Innovation Policy Trends Report for Japan, China, Korea, Taiwan, Singapore, India, Malaysia Thailand, Indonésia. 2005 European Commission. European Innovation Progress Report. 2006 European Commission. European Trend Chart on Innovation. Ásia. 2005 Finland. Goverment Resolution. Health2015. Finland. ITC Cluster Finland. 2005 Finland. Knowledge Society. 2001 Finland. Research in Finland. 2006 Finland. Strategic Evaluation on Innovation. 2006 France. Artigo – Modelo Frances de Inovação. Michel Brunet. 2007 ANEXO 3 247 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação Documento 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 53 54 55 56 57 58 59 Descrição India. Transforming India into a knowledge economy through information communication technologies - Current developments. 2006 Ireland. Building Ireland’s Knowledge Economy. 2004 Ireland. Building the Knowledge Society. 2002 Ireland. European Commission. European Trend Chart on Innovation. 2006 Japão. Government Research and Innovation Policies in Japan. 2005 Japão. New Economic Growth Strategy. 2006 Japão. White Paper on Science and Technology – Challenges for Building a Future Society. 2006 Korea: OECD 2005 Economic Survey of Korea, 2005. POLICY BRIEF October 2005 Korea: Report Korea as a Knowledge Economy Evolutionary Process and Lessons Learned 2006 The International Bank for econstruction and Development / The World Bank Malásia: Evers, H-D Towards a Malaysian Knowledge Society1 University of Bonn Second Draft 1 August 2001. Malásia: Ramasamy, B. Chakrabarty, A., Cheah, M. Malaysia’s leap into the future: an evaluation of the multimedia super corridor. Technovation 24 (2004) 871–883 www.elsevier.com/locate/technovation New Zealand. Growth through Innovation. 2005 New Zealand. Knowledge Economy. 1999 New Zealand. OECD Structural Reform. 2006 New Zealand. SMES Structure and Dynamics. 2006 OECD. Economic Policy Reforms GOING FOR GROWTH_2007 OECD. Economic Survey of Ireland. 2006 OECD. Economic Survey of New Zealand. 2005 OECD. Economic Survey of New Zealand. 2007 OECD. Economic Survey of United Kingdom. 2006 OECD. Economic Surveys Euro Area. 2007 OECD. Economic Surveys of Finland. 2006 OECD. Economic Surveys of France. 2005 OECD. Economic Surveys of United States. 2007 OECD. KISA – Innovation and Knowledge-Intensive Service Activities. 2006 Singapura: GOH, A. L. S. AN INNOVATION-DRIVEN ECONOMY THROUGH INDUSTRIAL POLICY-MAKING: AN EVOLUTIONARY ANALYSIS OF SINGAPORE. The Innovation Journal: The Public Sector Innovation Journal, Volume 10(3), article 34. University of London, United Kingdom Singapura: Koh, F.C.C., Koh, W. T. H., Tschang, F.T. An analytical framework for science parks and technology districts with an application to Singapore. Journal of Business Venturing 20 (2005) 217–239 Singapura: Report by the Government TRADE POLICY REVIEW SINGAPORE - W ORLD TRADE ORGANIZATION - Trade Policy Review Body WT/TPR/G/13017 May 2004 RESTRICTED Taiwan: Lau, J., Li, K-T Industrialization, Innovation and Industrial Policy. Department of Economics Stanford University U.S.A.China Development Forum, Beijing, China March 23, 2003 Taiwan: Tsai, K-H, Wang, J-C. An Examination of Taiwan’s Innovation Policies and R&D Performance Chung-Hua Institution for Economic Research – 2002 UK. DTI_Innovation Report. 12 2003 UK. Lambert Review Report. Final Report. 12 2003 UK. Science Framework 2004-2014. 2004 UK. Science Framework 2004-2014. Next Steps. 2006 EUA. Measuring the Moment - Innovation, National Security and Economic Competitiveness. 2006 ANEXO 3 248 Políticas mundiais para o desenvolvimento econômico baseadas em conhecimento e inovação ANEXO 3 249 Parques Tecnológicos no Brasil – Estudo, Análise e Proposições 18 ANEXO 4 Página 40 Projeto Parques Tecnológicos no Brasil Estudo, Análises e Proposições Módulo 2 Levantamento de Informações Sobre os Parques Científicos e Tecnológicos no Brasil Junho de 2007 RELATÓRIO I Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................. 4 2 METODOLOGIA ................................................................................................ 6 3 CENÁRIO BRASILEIRO DE PARQUES CIENTÍFICOS E TECNOLÓGICOS.. 9 3.1 Instituição ................................................................................................... 9 3.1.1 Estágio de desenvolvimento dos parques pesquisados........................ 9 3.1.2 Natureza e Forma Jurídicas dos Parques Nacionais ............................ 9 3.2 Propósitos dos Parques Nacionais ........................................................ 11 3.3 Áreas de Atuação das Empresas ............................................................ 13 3.4 Empresas Instaladas nos Parques ......................................................... 14 3.4.1 Tipo de empresas ............................................................................... 14 3.4.2 Foco de Mercado ................................................................................ 15 3.4.3 Aspectos Financeiros das Empresas .................................................. 16 3.4.4 Pessoal dos Parques ......................................................................... 17 3.5 Mecanismos e Ambiente de Apoio à Inovação ...................................... 18 3.6 Mecanismos e Ambiente de Apoio à Inovação ...................................... 21 3.6.1 Modelo Conceitual do Parque ............................................................. 21 3.6.1.1 Relação dos Parques com Centros Promotores de Conhecimento de Qualidade ................................................................................................. 21 3.6.1.2 Posição das empresas no fluxo tecnológico ................................ 22 3.6.1.3 Grau de especialização dos parques ........................................... 22 3.6.1.4 Empresas Alvo ............................................................................. 23 3.6.1.5 Mercado Foco (local, regional e internacional) ............................ 23 3.6.1.6 Nível de Integração à Malha Urbana ........................................... 24 3.6.1.7 Disponibilidade de Infra-estrutura bem ou pouco definidos ......... 25 3.6.1.8 Portifólio de serviços oferecidos às EBTs .................................... 25 3.6.1.9 Nível de Trabalho em Rede ......................................................... 26 3.6.1.10 Modelos de Gestão ...................................................................... 27 3.6.2 Importância Estratégica do Parque tecnológico .................................. 27 3.6.3 Estratégias de Implantação dos Parques Tecnológicos...................... 28 Figura 43: Comparativo das estratégias de implantação dos parques nacionais .......................................................................................................................... 29 3.6.4 Informações Sobre o Status do Processo de Desenvolvimento, Implantação ou Operação ................................................................................. 30 3.6.4.1 Projeto Conceitual Básico................................................................ 31 ANEXO 4 2 RELATÓRIO I Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior 3.6.4.2 Estudo de Viabilidade Preliminar ................................................. 31 3.6.4.3 Plano de Negócios do Parque ..................................................... 31 3.6.4.4 Regularização Fundiária .............................................................. 31 3.6.4.5 Formatação Jurídica do Parque ................................................... 32 3.6.4.6 Regularização Ambiental e Urbanística ....................................... 32 3.6.4.7 Modelo de Financiamento ............................................................ 32 3.6.4.8 Infra-estrutura Básica ................................................................... 32 3.6.4.9 Modelo e Mecanismo de Participação da Universidade e/ou Instituto de Pesquisa...................................................................................... 33 3.6.4.10 Empreendimentos Âncora............................................................ 33 3.6.4.11 Portifólio de Serviços às Empresas ............................................. 33 3.6.4.12 Modelo de Gestão do Parque ...................................................... 33 3.6.4.13 Modelo/sistemática de operação ................................................. 34 3.6.4.14 Plano de Marketing e Promoção .................................................. 34 3.6.4.15 Implementação de Projetos Empresariais.................................... 34 3.7 Principais Acertos/Aprendizados, Problemas/Erros e Desafios/Necessidades ...................................................................................... 34 3.7.1 3.7.1.1 Parques em Operação ................................................................. 34 3.7.1.2 Parques em Implantação ............................................................. 35 3.7.1.3 Parques em Projeto ..................................................................... 36 3.7.2 Principais Problemas e Erros .............................................................. 37 3.7.2.1 Parques em Operação ................................................................. 37 3.7.2.2 Parques em Implantação ............................................................. 38 3.7.2.3 Parques em Projeto ..................................................................... 38 3.7.3 3.8 Principais Acertos e Aprendizados...................................................... 34 Principais Desafios e Necessidades ................................................... 40 3.7.3.1 Parques em Operação ................................................................. 40 3.7.3.2 Parques em Implantação ............................................................. 40 3.7.3.3 Parques em Projeto ..................................................................... 41 Orçamento dos Parques .......................................................................... 42 3.8.1 Parques em projeto ............................................................................. 42 3.8.2 Parques em implantação .................................................................... 49 3.8.3 Parques em operação ......................................................................... 54 ANEXO 4 3 RELATÓRIO I Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior 1 INTRODUÇÃO As transformações ocorridas no mundo ao longo das últimas décadas do século XX deixaram a sociedade diante de desafios sociais, políticos, econômicos e ambientais extremamente co mplexos e pr ofundos. A lguns fenômenos nunca antes experimentados na história d a h umanidade c olocaram países, e mpresas e indivíduos numa posição i nusitada em q ue enor mes ameaças co nvivem co m fantásticas oportunidades. Dentre os principais fatores q ue l evaram a est e momento hi stórico t ão es pecial, destacam-se: • O processo de globalização m undial, que promoveu a i ntegração de países, economias e pessoas de uma forma avassaladora; • A ve locidade d e ac esso à informação e co nhecimento, v iabilizada pel o avanço nos processos de comunicação e gestão de bases de dados; • A formação de u ma nova estrutura econômica global, com o su rgimento dos grandes blocos econômicos, d as economias emergentes e d as megaempresas globais; • O cr escimento d a co nsciência cr ítica só cio-ambiental, co m o su rgimento de movimentos, entidades e or ganismos or ientados formalmente para a d efesa do meio ambiente e a redução das desigualdades. Em meio a este turbilhão de mudanças, um tema que assume importância cada vez maior trata da capacidade de se diferenciar produtos, serviços, empresas e países. Em outras palavras, num mundo tão competitivo e integrado todos sofrem do mal de “parecer igual”. Países “referência” têm suas estratégias de crescimento “copiadas” por o utros países. Empresas “vencedoras” sã o an alisadas cu idadosamente p elos concorrentes. P rodutos e se rviços “de su cesso” g anham si milares nas prateleiras semanas depois de seus lançamentos. O combustível que mantém esta corrida frenética chama-se inovação. Ao longo do “Projeto P arques Tecnológicos no B rasil: Estudo, A nálises e P roposições” o t ema inovação v endo s endo t ratado, especialmente, no q ue r efere-se ao p apel q ue os parques científicos e tecnológicos cumprem no cenário da inovação. No deco rrer da et apa ant erior a est e es tudo, os modelos de par ques científicos e tecnológicos internacionais foram am plamente di scutidos. E ssa et apa per mitiu reflexões sobre estes modelos, o que neste momento subsidia a presente etapa que ocupa-se d o mapeamento das v ariáveis q ue e nvolvem a dinâmica d os PCTs brasileiros. Neste sentido, ainda que sem a pr etensão de esgotar o ass unto, o presente estudo traz resultados de um a pesq uisa apl icada j unto aos parques científicos e tecnológicos nacionais, o que p or su a v ez abr e caminhos para qu e em momento oportuno, se jam el aboradas proposições sistemáticas para o fortalecimento e incremento de p olíticas voltadas ao desenvolvimento dos parques científicos e tecnológicos brasileiros. ANEXO 4 4 RELATÓRIO I Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior ANEXO 4 5 RELATÓRIO I Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior 2 METODOLOGIA Para q ue s e b uscasse u ma melhor ca racterização da r ealidade d os parques científicos e t ecnológicos brasileiros a presente pesquisa utilizou-se da combinação de f ontes primárias e secundárias. Desta f orma a p esquisa foi em seu pr imeiro momento orientada pelo levantamento de informações secundárias provenientes de publicações, si tes, g overnos e ent idades representativas de par ques científicos e tecnológicos. Esta primeira etapa teve seu maior detalhamento no “Módulo I”, onde discutiu-se a s mais representativas experiências internacionais de par ques científicos e tecnológicos. Cabe ainda destacar que o estudo apresentado no módulo anterior per mitiu o est abelecimento de parâmetros, os quais orientaram a formatação dos questionários utilizados para as entrevistas junto a os parques científicos e tecnológicos nacionais. Uma vez definidas as variáveis a serem investigadas junto às iniciativas nacionais, a pesquisa co mposta p or asp ectos quantitativos e q ualitativos foi aplicada j unto a o público alvo da amostra, constituído pelas diversas iniciativas de parques científicos e tecnológicos do país, conforme os procedimentos detalhados na figura 1. Figura 1: Procedimentos utilizados para a pesquisa Definiçãodo dopúblico públicoalvo alvoee Definição objetivos da pesquisa objetivos da pesquisa Definiçãoda dacoleta coletade dedados dados Definição Dados Dados secundários secundários Dados Dados primários primários Tabulaçãodos dos Tabulação dados dados Definiçãodo dométodo métodode de Definição pesquisa de dados primários pesquisa de dados primários Pesquisa Pesquisa Qualitativa Qualitativa Definiçãodo domeio meiode de Definição aplicação da pesquisa aplicação da pesquisa Pesquisa Pesquisa Quantitativa Quantitativa Elaboraçãodo do Elaboração relatório relatório Definiçãoda da Definição amostra amostra Elaboraçãodos dosinstrumentos instrumentos Elaboração de pesquisa de pesquisa Aplicaçãoda da Aplicação pesquisa pesquisa ANEXO 4 6 RELATÓRIO I Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior A pesquisa encaminhada via correio eletrônico f oi aplicada junto a 54 (cinqüenta e quatro) PCTs, associados à ANPROTEC. Deste universo de par ques, foi obtido um total de 35 questionários respondidos. É opor tuno r essaltar que co m bas e no per fil dos parques entrevistados, t ornou-se conveniente est abelecer um a s egmentação de ntre os entrevistados, face a se us diferentes estágios de desenvolvimento. Esta segmentação fez com que a exposição dos resultados fosse orientada a três categorias de parques: (I) os em operação, (II) os parques em fase de i mplantação e, ( III) os parques fase de pr ojeto. C umpre ressaltar, q ue est a se gmentação pr oporcionou a possi bilidade de i dentificação d e tendências, por outro l ado, est e ag rupamento apresentou em al guns ca sos, limitações de or dem q uantitativa e a té q ualitativa no q ue di z r espeito à ainda n ão operação e co nseqüente não mensuração de resultados por parte dos parques em implantação e em fase de projeto. No contexto dos entrevistados, foram pesquisados os seguintes parques: Parques em Operação: • Parque Tecnológico Agroindustrial do Oeste – PR; • Parque T ecnológico Conhecimento, I novação e Tecnologia d a U niversidade Federal do Rio Grande do Sul - CIT _ UFRGS – RS; • Parque Tecnológico da UNIVAP – SP; • Sergipe Parque Tecnológico - Sergipe Tec – SE; • Parque Tecnológico de Uberaba – MG; • Parque Tecnológico do Rio/UFRJ – RJ; • Parque Tecnológico do Vale dos Sinos – VALETEC – RS; • Parque Tecnológico de Bodocongó – PaqTcPB – PB; • Porto Digital – PE; • Parque Científico e Tecnológico da PUCRS – TECNOPUC – RS; • Parque Tecnológico Itaipu – PTI – PR. Parques em Implantação: • Parque Tecnológico CIENTEC – RS; • Parque Tecnológico de Pato Branco – PR; • Parque Tecnológico de Rio Claro - RCParque – SP; • Parque Tecnológico de São Carlos – São Carlos Science Park – SP; • Núcleo do Parque Tecnológico de São Paulo - CIETEC II – SP; • Parque Tecnológico de Viçosa - PTV – CENTEV/UFV – MG; • Parque Tecnológico do INMETRO – PTI- RJ; • Sapiens Parque – SC; • Parque Tecnológico de Belo Horizonte - BH-TEC – MG; • Parque Tecnológico Capital Digital – PTCD – DF; ANEXO 4 7 RELATÓRIO I Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior • Parque Tecnológico de Blumenau – ParqueBlu – SC; • Parque Científico e Tecnológico de Itabira – MG; • Parque Tecnológico de São José dos Campos – PTSJC – SP. Parques em Projeto: • Parque Tecnológico PCT Samambaia – GO; • Parque Tecnológico de Maringá TECNOPARQ – PR; • Parque Tecnológico de Lavras – LAVRASTEC – MG; • Parque Tecnológico de Alagoas – PTA - AL; • Parque Tecnológico Damha - São Carlos – SP; • Parque Científico e Tecnológico Regional - UNISC – RS; • Parque Científico e Tecnológico Universidade de Brasília – PCTec-UnB – DF; • Parque de Ciência e Tecnologia Guamá – UFPA; • Parque de Inovação Tecnológica e Cultural da Gávea – PITCGÁVEA – RJ; • Centro de Biotecnologia da Amazônia – CBA – AM; • Parque de Inovação e Tecnologia de Joinville – PITJ – SC. Os resultados destas entrevistas são apresentados de f orma esq uemática, se ndo expostos na maioria dos casos sob a forma d e g ráficos, os quais permitirão abrir espaços para futuras comparações da amostra nacional com os estudos realizados sobre a atuação e políticas vigentes nos demais países estudados. Contudo, est a pesquisa n ão i ntenciona se r ex austiva, porém abr e es paços para proposições futuras so bre a est ruturação d e políticas para a a tuação e i mplementação d e parques científicos e tecnológicos no Brasil. ANEXO 4 8 RELATÓRIO I Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior 3 CENÁRIO BRASILEIRO DE PARQUES CIENTÍFICOS E TECNOLÓGICOS 3.1 Instituição 3.1.1 Estágio de desenvolvimento dos parques pesquisados Do total de 35 parques participantes da pesquisa, 11 del es estão em operação, 13 estão em fase de i mplantação e 11 e m fase de pr ojeto e pl anejamento. A figura 2 representa a pr oporção d estes parques que co ntribuíram c om respostas par a a realização da pesquisa. Figura 2: Estágio de operação dos parques Estágio dos parques 31,4% 31,4% 37,1% Implantação Operação Projeto 3.1.2 Natureza e Forma Jurídicas dos Parques Nacionais De acordo com os entrevistados os resultados apontam para a natureza pública dos parques nacionais, se ndo que esta condição foi v erificada e m 43% do t otal dos pesquisados (figura 3). Essa natureza jurídica pública conforme destaca a figura 4, é m ais evidente nos parques em estágios de i mplantação e pr ojeto, onde est a natureza jurídica alcança respectivamente 46% e 45%. Figura 3: Natureza jurídica dos parques 43% 23% 20% 14% Privada ANEXO 4 Pública Mista Outra (Associação Civil sem fins lucrativos ) 9 RELATÓRIO I Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior Figura 4: Comparativo da natureza jurídica dos parques 46% 45% 36% 36% 27% 23% 18% 18% 15% 18% 9% 8% Privada Pública Operação Implantação Mista Outra (Associação Civil sem fins lucrativos ) Projeto Quanto a forma j urídica dest es parques, conforme d emonstrado na figura 5, o volume m ais expressivo de respostas são at ribuídas à constituição de F undações, as quais respondem por 63% dos casos. Figura 5: Forma jurídica dos parques 63% 21% 17% Associação Fundação Sociedade (Limitada ou S/A) Quando comparados os diferentes estágios de desenvolvimento, as Fundações tem uma maior representatividade junto aos parques já em operação (figura 6). Figura 6: Comparativo da formatação jurídica dos parques 55% 38% 36% 27% 18% 18% 8% Associação Fundação Operação ANEXO 4 18% 15% 15% 9% 9% Sociedade (Limitada ou S/A) Implantação Não respondeu Projeto 10 RELATÓRIO I Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior 3.2 Propósitos dos Parques Nacionais De modo geral as respostas dos três grupos de parques pesquisados apresentaram uma co nsiderável co ncordância q uanto aos se us pr incipais pr opósitos. O co njunto de propósitos apontados, estão dispostos conforme ilustra a figura 7, na qual tem-se o agrupamento do volume de respostas mencionados. 70% 86% 89% 66% 60% 80% 63% 74% 90% 74% 100% 89% 89% Figura 7: Propósitos dos parques nacionais 43% 46% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% Alterar a dinâmica urbana da cidade e região Favorecer a criação Criação de novos e consolidação de postos de trabalho e micro e pequenas geração de impostos empresas Atrair empresas e investimentos Fortalecer o espírito empreendedor Estimular o aumento Apoiar o de qualidade e desenvolvimento de competitividade áreas tecnológicas Aumentar a parceria entre empresas e outras instituições Facilitar transferência de tecnologia Oferecer espaços condominiais e promover ações associativas Outros Com r elação aos dados agrupados os propósitos mais mencionados em g rau decrescente de relevância são: • Atrair empresas e investimentos; • Apoiar o desenvolvimento de áreas tecnológicas; • Aumentar a parceria entre empresas e outras instituições • Favorecer a criação e consolidação de micro e pequenas empresas; • Fortalecer o espírito empreendedor. Outros propósitos específicos foram identificados. O primeiro deles, relatado por um dos entrevistados refere-se a est ratégia de i nserção estadual em ár eas intensivas em co nhecimento ( Biotecnologia, E nergia e T IC). Um ou tro p arque relatou s eu propósito de oferecer condições para o desenvolvimento de atividades relacionadas com o empreendedorismo social. O interesse em alterar a matriz produtiva local e de rentabilizar a pesquisa pública foi apontado por dois parques distintos. Para os parques em operação os propósitos mais relevantes e comumente citados pelos entrevistados estão relacionados aos seguintes aspectos: • Aumentar a parceria entre empresas e outras instituições; • Fortalecer o espírito empreendedor; • Apoiar o desenvolvimento de áreas tecnológicas; • Facilitar a transferência de tecnologia. • Favorecer a criação e consolidação de micro e pequenas empresas. ANEXO 4 11 RELATÓRIO I Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior Os demais propósitos avaliados junto aos parques em operação são apresentados na figura 8. Figura 8: Propósitos dos parques em operação 100,0% 90,9% 81,8% 90,9% 90,9% 81,8% 72,7% 45,5% 72,7% 72,7% Oferecer espaços condominiais e promover ações associativas Outros (especificar): 45,5% Alterar a Favorecer a Criação de novos Atrair empresas dinâmica urbana criação e postos de e investimentos da cidade e região consolidação de trabalho e micro e pequenas geração de empresas impostos Fortalecer o espírito empreendedor Estimular o aumento de qualidade e competitividade Apoiar o Aumentar a Facilitar desenvolvimento parceria entre transferência de de áreas empresas e tecnologia tecnológicas outras instituições No que di z r espeito aos parques em fase de implantação os propósitos mais fortemente ev idenciados são apresentados na figura 9, c abendo m aior des taque para os aspectos que seguem: • Atrair empresas e investimentos; • Apoiar o desenvolvimento de áreas tecnológicas; • Aumentar a parceria entre empresas e outras instituições; • Facilitar a transferência de tecnologia; • Oferecer espaços condominiais e ações associativas. Figura 9: Propósitos dos parques em Implantação 100,0% 92,3% 76,9% 61,5% 84,6% 76,9% 84,6% 84,6% 69,2% 53,8% 15,4% Alterar a Favorecer a Criação de novos Atrair empresas dinâmica urbana criação e postos de e investimentos da cidade e consolidação de trabalho e região micro e pequenas geração de empresas impostos Fortalecer o espírito empreendedor Estimular o aumento de qualidade e competitividade Apoiar o Aumentar a Facilitar desenvolvimento parceria entre transferência de de áreas empresas e tecnologia tecnológicas outras instituições Já co m r elação aos parques e projeto, os apontados são: Oferecer espaços condominiais e promover ações associativas propósitos mais f requentemente • Favorecer a criação e consolidação de micro e pequenas empresas; • Atrair empresas e investimentos; • Apoiar o desenvolvimento de áreas tecnológicas; ANEXO 4 Outros 12 RELATÓRIO I Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior • Aumentar a parceria entre empresas e outras instituições; • Facilitar a transferência de tecnologia. Os demais aspectos assinalados pelos parques em fase d e pr ojetos são ex postos na figura 10. Figura 10: Propósitos dos parques em projeto Propósitos dos parques em fase de projeto 81,8% 81,8% 81,8% 81,8% 81,8% 63,6% 54,5% 54,5% 36,4% 36,4% 27,3% Alterar a Favorecer a Criação de novos dinâmica urbana criação e postos de da cidade e região consolidação de trabalho e micro e pequenas geração de empresas impostos Atrair empresas e investimentos Fortalecer o espírito empreendedor Estimular o aumento de qualidade e competitividade Apoiar o Aumentar a Facilitar desenvolvimento parceria entre transferência de de áreas empresas e tecnologia tecnológicas outras instituições Oferecer espaços condominiais e promover ações associativas Outros (especificar): 3.3 Áreas de Atuação das Empresas Na et apa d e p esquisa b uscou-se i dentificar as áreas de at uação dos parques científicos e t ecnológicos nacionais. N este se ntido foram apontadas áreas já atendidas pelos parques em op eração, b em co mo as áreas onde os parques em implantação e em fase de projeto direcionam suas futuras atuações. A figura 11 demonstra de f orma comparativa as áreas de atuação a tendidas ou a serem atendidas pelos três estágios de parques. 31% 36% 31% 27% 46% 45% 38% 55% 64% 37% 36% 0% 15% 11% 18% 15% 31% 36% 26% 9% 9% 15% 31% 36% 55% 34% 36% 36% 31% 9% ' 0% 10% 9% 9% 8% 9% 20% 26% 30% 11% 18% 15% 23% 40% 26% 60% 64% 46% 50% 49% 45% 54% 45% 60% 55% 60% 45% 54% 70% 40% 45% 80% 73% 82% 90% 73% 83% 91% 85% Figura 11: Comparativo das áreas de atuação nos parques pesquisados 100% 0% Aeroespacial Biotecnologia Agronegócios Construção Eletroeletrônica civil Instrumentação Energia Mídia e Audiovisual Agrupamento dos parques Meio- Nanotecnologia ambiente Operação Novos Petróleo e Materiais derivados Implantação Químico- TIC Serviços Outras farmacêutica Projeto Com bas e na atuação e pr opósitos dos parques pesquisados foram i dentificadas aproximadamente 2 0 áreas de atuação atendidas ou a serem at endidas pelos parques entrevistados. Dentre as áreas mais citadas (já existentes ou em fase de projeto ou implantação) cabe destacar a área de TIC, que por sua ação transversal e provedora de soluções para outras áreas do conhecimento, está presente em 83% ANEXO 4 13 RELATÓRIO I Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior das respostas dos parques. A s áreas de e nergia e bi otecnologia são ci tadas por 60% dos parques e a área de eletroeletrônica em 49% dos casos. Cabe destacar com relação às áreas de energia e bi otecnologia que est as áreas já são contempladas por alguns dos parques em operação, todavia, estas duas áreas são mais evidenciadas junto aos parques em fase do projeto, o q ue de c erto modo confirma u ma t endência pr omissora des te campo d e at uação. As áreas de m eioambiente e de q uímico/fármacos, t ambém m ostram-se bast ante presentes nos propósitos dos parque em fase de projeto. 3.4 Empresas Instaladas nos Parques Em co nformidade co m as áreas de atuação foi i dentificado um t otal de 249 empresas instaladas, sendo 236 delas nos parques em operação e 13 e m dois dos parques em fase de implantação. Na figura 12 pode-se observar que a área de TIC mantém uma posição destacada, sendo a mais presente entre os parques. E sta condição faz co m q ue est a ár ea responda por 61,6% das empresas instaladas nos parques entrevistados. Figura 12: Empresas alocadas nos PCTs segundo suas áreas de atuação 1,6% 1,2% 1,6% 0,4% 4,0% 2,0% 2,0% 0,4% 4,4% TIC 5,2% 6,0% 9,6% 61,6% Agronegócios Outras (pneumáticos e c omponentes; design, automação ind.) Serviços Eletroeletrônica / Instrumentação Mídia e A udiovisual Químico-farmacêutica Meio-ambiente Aeroespacial Energia Biotecnologia Petróleo e derivados Construção civil Nota: Base percentual relativa aos parques em fase de operação Um dos parques mencionou possuir um total de 103 empresas, sendo 101 delas na área de TIC. Outras áreas de dest aque q uanto a o nú mero de em presas alocadas em par ques, relacionam-se às áreas de agronegócios, serviços e eletroeletrônica/instrumentação. 3.4.1 Tipo de empresas Os tipos d e e mpresas instaladas de ac ordo co m as respostas obtidas junto aos parques em operação estão dispostos conforme demonstra a figura 13. ANEXO 4 14 RELATÓRIO I Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior Unidades Figura 13: Tipos de empresas instaladas no parque 250 200 150 100 50 0 193 50 25 Start ups Empresas c onsolidadas geradas localmente: Empresas atraídas de out ras regiões/países: Tipos de Empresas Segundo informações obtidas junto a nov e dos parques em o peração, as características das empresas alocadas nestes parques, são predominantemente do setor de serviços. A figura 14 ilustra as características destas empresas. Unidades Figura 14: Características das empresas instaladas no parque 223 250 200 150 100 50 0 Empresas de s erviço 28 28 Empresas industriais Empresas de at ividade de pesquisa (básica ou apl icada) Características dos empreendimentos 3.4.2 Foco de Mercado Com r elação ao per centual d e faturamento t otal das empresas instaladas nos parques pesquisados, o r eduzido número de respostas (3 parques) limitou maiores aprofundamentos sobre este aspecto, ainda deste modo, a figura 15 apresenta os resultados colhidos junto a estes entrevistados. Faixa de faturamento (%) Figura 15: Percentual de faturamento total das empresas dos parques, segundo os mercados de destino 80% 70% 60% 40% 60% 52% 38% 30% 20% 30% 10% 10% 0 0% X Mercado local ANEXO 4 Y Parques Mercado Nacional Z Mercado Internacional 15 RELATÓRIO I Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior Com relação à or ientação de mercado do co njunto d e em presas instaladas nos parques tecnológicos em operação, o agrupamento das informações colhidas junto a esses parques demonstra que 54% das empresas têm seu foco de atuação restrito ao m ercado n acional. Constatou-se ai nda um excessivo volume de e mpresas orientadas estritamente ao m ercado l ocal/estadual, co ndição es ta que ap onta u ma menor ca pacidade de ssas empresas expandirem se us mercados. Não diferente a realidade d a p ouca p articipação no m ercado g lobal, as empresas orientadas ao mercado internacional representam somente 14% das empresas pesquisadas. Como r esultado da pouca pe netração n o m ercado ex terno, bem co mo a forte dependência do m ercado naci onal e l ocal, est e r etrato ap onta par a desa fios no sentido de d esenvolver políticas e açõ es q ue apói em a m aior co mpetitividade dessas empresas no mercado internacional. A figura 16 ilustra a or ientação de mercado das empresas instaladas nos parques tecnológicos. Figura 16: Foco de mercado das empresas instaladas no parque 14% Empresas que at uam somente no Mercado Local/Estadual 32% Empresas que at uam somente no Mercado Nacional Empresas que at uam somente no Mercado Internacional 54% 3.4.3 Aspectos Financeiros das Empresas A et apa de análise dos aspectos financeiros das empresas instaladas nos parques apresentou limitações quanto ao número de respostas obtidas. A inda assim, podese com base nos indicadores de seis parques, observar a f orte variação do v olume de faturamento movimentado pelo conjunto de suas respectivas empresas. Frente aos grupos e ntrevistados pode-se v erificar que o f aturamento geral das empresas alocadas nos parques variou no ano de 2006 ent re R $ 600.000,00 e R$ 500.000.000,00. Frente a essa configuração, buscou-se estabelecer um paralelo entre o faturamento e o número de empresas, todavia tal comparação não permitiu um diagnóstico conclusivo do faturamento médio por empresa, face a pr esença de empresas líderes o que por sua vez acarreta forte distorções nesta relação. A figura 17 apresenta a r elação da faixa de faturamento e o número de empresas dos seis parques que responderam a essa questão. ANEXO 4 16 RELATÓRIO I Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior Número de empresas Figura 17: Comparativo entre faturamento e número de empresas instaladas em parques tecnológicos em 2006 120 100 80 60 40 20 0 120 - 100 200 300 400 Faturamento (R$ Milhões) Parque Tecnológico 500 600 100 80 60 40 20 0 - 100,0 200,0 300,0 400,0 500,0 600,0 De acordo com a figura 17, pode-se verificar que dos seis parques que responderam a est a q uestão, quatro del es (66,7%), alcançaram co m o co njunto d e e mpresas neles alocados, um faturamento de até R$ 15 milhões no ano de 2006. Diferenciando-se da maioria dos entrevistados, dois parques alcançaram no mesmo ano com o co njunto de suas empresas, um montante de R $ 51 m ilhões e R $ 500 milhões. Contudo, cabe destacar do último caso, que o faturamento mais expressivo foi v erificado d e forma co mbinada co m a existência de u m maior co ntingente de empresas e também da existência de empresas líderes (âncoras). No q ue se r efere às estimativas de am pliação de faturamento d as empresas, f oi apontado pelos entrevistados, uma perspectiva de crescimento projetada para 2007, da ordem de 12% a 35%. Com r elação a o per centual de faturamento i nvestido em P&D pelas empresas do parque, de acordo c om a v isão dos gerentes dos PCTs entrevistados, est a proporção varia numa faixa de 10 a 47 por cento. 3.4.4 Pessoal dos Parques Do total de 35 parques pesquisados, 16 deles apontaram para o somatório de 3.648 empregos gerados n as empresas neles abrigadas. É importante dest acar o importante papel q ue essas empresas cumprem na geração de empregos de nível superior, representando 89% dos empregos gerados. Foi ainda identificado um contingente de 311 pessoas envolvidas na administração dos parques pesquisados. A figura 18 apresenta a relação da qualificação d os postos de trabalho g erados pelas empresas presentes nos parques. ANEXO 4 17 RELATÓRIO I Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior Figura 18: Comparativo da qualificação dos postos de trabalho gerados pelas empresas residentes nos parques tecnológicos 3500 3247 Unidades 3000 2500 2000 1500 1000 89% 342 500 59 9,4% 1,6% 0 nível superior nível médio nível básico Qualificação 3.5 Mecanismos e Ambiente de Apoio à Inovação Ao longo da pesquisa buscou-se identificar os mecanismos e ambientes de apoio à inovação di sponíveis em ca da um dos p arques entrevistados. D esta forma foi avaliada a o ferta de mecanismos e a mbientes dos parques em at uação, a o pass o que os parques em fase de i mplantação e projeto foram analisados levando-se em consideração a oferta local própria ou não desses instrumentos. Ainda co m r elação a disponibilidade d e m ecanismos e am bientes, os parques em fase d e i mplantação e pr ojeto foram or ientados a c onsiderar a o ferta desse s equipamentos sob a ótica da disponibilidade local. Um bom exemplo que ilustra esta condição, diz respeito aos casos onde os parques em fase de projeto e implantação consideraram a di sponibilidade desses instrumentos com bas e n as infra-estruturas oferecidas por suas entidades mantenedoras ou mesmo gestoras. De aco rdo c om o agrupamento de i nformações obtidas junto à totalidade d os parques entrevistados, a figura 19 apresenta comparativos da disponibilidade dos mecanismos e ambientes disponíveis. 91% 64% 73% 20% 18% 50% 45% 18% 20% 17% 30% 33% 17% 20% 11% 11% 18% 18% 73% 60% 30% 40% Pré-incubadora Centro de P&D Centro de P&D Laboratórios Mecanismo de Consórcio de Mecanismo de Mecanismo de privado público e/ou transferências P&D promoção de suporte equipamentos de tecnologia venture capital gerencial às disponíveis às empresas empresas abrigadas pelo parque Operação Implantação Projeto ANEXO 4 0% 0% Incubadora 17% 9% 10% 0% 9% 11% 30% 20% 82% 73% 56% 40% 25% 50% 40% 62% 60% 45% Existência 70% 67% 80% 60% 90% 30% 100% 100% Figura 19: Existência de mecanismos e ambientes de apoio à inovação Ambientes/mecanismos Mecanismo, Ambientes de Centros de Área de esporte sistema que serviços que eventos e e lazer promova a abrigue bancos, treinamentos integração de restaurantes, ações entre as lojas e serviços empresas do técnicos? Parque e entre essas e centros de P&D ou Universidades 18 RELATÓRIO I Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior Conforme a presentado na figura an terior t odos os parques em o peração poss uem incubadoras, e 56% deles contam com pré-incubadoras. Ainda chama a atenção nos parques em operação, a ampla presença dos seguintes mecanismos e ambientes: • Centros de eventos e treinamentos; • Mecanismo de transferência de tecnologia; • Laboratórios e/ou equipamentos disponíveis às empresas abrigadas pelo parque; • Mecanismo de suporte gerencial às empresas do parque; • Mecanismo ou si stema q ue pr omova a i ntegração de aç ões entre as empresas do parque e entre essas e os centros de P&D ou universidades. Por o utro lado foi identificado que somente 20% dos parques em operação contam com a existência de um mecanismo de promoção de venture capital. Frente a essa situação, foi ap ontado p or esse g rupo de e ntrevistados que 40% del es pretendem viabilizar um mecanismo desta natureza. Outra et apa dess e t ópico da pesq uisa r eferia-se a i dentificação dos ambientes e mecanismos de ap oio a i novação a se rem v iabilizados pelos 35 par ques pesquisados. Deste modo, é representado na figura 20 o percentual de intenção de implantação desses mecanismos e ambientes. Incubadora 18% 18% 27% 36% 40% 50% 64% 70% 70% 73% 82% 92% 67% 70% 83% 78% 88% 73% 75% 80% 0% 0% 18% 20% 9% 11% 30% 10% 22% 40% 40% 38% 50% 67% 60% 60% 45% 55% 60% 70% 73% 82% 70% 80% 0% Pretendem viabilizar (%) 90% 10% 89% 100% 89% Figura 20: Mecanismos e ambientes de apoio à inovação a serem viabilizados Pré-incubadora Operação Implantação Projeto Centro de P&D privado Centro de P&D público Laboratórios e/ou equipamentos disponíveis às empresas abrigadas pelo parque Mecanismo de transferências de tecnologia Consórcio de P&D Mecanismo de promoção de venture capital Ambientes/mecanismos Mecanismo de suporte gerencial às empresas Ambientes de Mecanismo, serviços que sistema que abrigue bancos, promova a restaurantes, integração de ações entre as lojas e serviços técnicos? empresas do Parque e entre essas e centros de P&D ou Universidades Centros de eventos e treinamentos Área de esporte e lazer De acordo com as representações das figuras 19 e 20, foi possível listar quais dos mecanismos e am bientes são co nsiderados importantes sob a ót ica dos entrevistados, v isto q ue esses faziam a i ndicação dos mecanismos ou a mbientes que seriam viabilizados. Cabe salientar que esta relação foi realizada com base nos equipamentos disponíveis e a se rem i mplementados. D esta forma, co m b ase nas respostas dos entrevistados, a seguir são relacionados os aspectos mais relevantes: • Incubadoras: A s incubadoras estão pr esentes em 10 0% dos parques em operação. D os parques em i mplantação e em fase d e pr ojeto, nem todos possuem ainda est e a mbiente, t odavia, os que n ão os poss ui declararam o propósito de implantá-lo. ANEXO 4 19 RELATÓRIO I Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior • Pré-incubadora: S omente 56% dos par ques em o peração p ossuem este ambiente. A pr esença de pr é-incubadoras demonstra se r m ais v alorizada pelos parques em fase de pr ojeto, s endo q ue 40% j á co ntam co m ess e ambiente e 60% pretende implementá-lo. • Centro de P&D Privado: D os parques em oper ação, 67% di spõem desse ambiente. No caso dos parques em fase de projeto, 30% deles os possuem e 70% pretendem implantá-los. • Centro de P&D Público: D os parques em oper ação, 60% dispõem dess e ambiente e mais 10% tem interesse de criá-lo. No caso dos parques em fase de projeto, 11% já os possuem e 89% declararam que esta é uma estrutura a ser implementada. • Laboratórios e ou equipamentos disponíveis às empresas abrigadas pelo parque: S etenta e três por ce nto d os parques em o peração d eclararam a disponibilidade desta infra-estrutura e 9% apontaram que vão viabilizá-la. No caso dos parques em fase de implantação e projeto, foi verificado uma ampla intenção pela viabilização destas infra-estruturas. • Mecanismo de transferência de tecnologia: E sse mecanismo é b astante presente nos parques em operação (82%). No caso dos parques em fase de projeto, 30% deles relataram a ex istência desse mecanismo, sendo também manifestado o i nteresse a mpliá-lo e mesmo i nstituí-lo. D e u m modo g eral, aproximadamente 60% do total de parques (operação, implantação e projeto) demonstraram o interesse de ampliar ou mesmo instituir este mecanismo. • Consórcio de P&D: A presença dos consórcios de P&D foi verificada em 60% dos parques em operação, s endo ai nda r elatado q ue os demais 40% pretendem viabilizá-los. A efetivação dos consórcios de P&D é uma estratégia perseguida pelos parques entrevistados, visto que 65% dos que não utilizam esse mecanismo pretendem viabilizá-los. • Mecanismo de promoção de Venture Capital: A co nsolidação d esse mecanismo é uma meta bastante perseguida pela amostra geral dos parques. Cerda de 70% dos parques pretendem viabilizar este mecanismo. • Mecanismo de suporte gerencial às empresas: Esse mecanismo já é presente em 73% dos parques em operação, sendo que 27% desse grupo relatou sua inclinação p ela est ruturação dest es instrumentos. A t endência da pel a estruturação d esses mecanismos é t ambém d emonstrada pelos demais estágios de parques, v isto q ue os q ue nã o os p ossuem pretendem implementá-los ou mesmo remodelá-los. • Mecanismo ou sistema de promoção da integração de ações entre as empresas dos parques e dessas com os centros de P&D e/ou Universidades: Um t otal de 73% d os parques em o peração j á c onta com a est ruturação dessa si stemática. R esguardados os respectivos estágios de desenvolvimento, os par ques em i mplantação e em projeto apo ntam fortemente para a estruturação desse mecanismo. • Ambientes de serviços que abriguem bancos, restaurantes, lojas e serviços técnicos: Esse tipo de ambiente ainda não é muito freqüente na maioria dos parques em operação. De um modo geral, pouco mais de 50% dos parques ANEXO 4 20 RELATÓRIO I Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior entrevistados (operação, i mplantação e projeto) pr etendem v iabilizar i nfraestruturas para acomodar esses serviços. • Centros de eventos e treinamentos: E ssa i nfra-estrutura est á pr esente e m 91% dos parques em operação, nesse grupo, um deles relatou a intenção de ampliação dessa infra-estrutura e outro, a i ntenção de v iabilizá-la. Seguindo essa t endência, os parques em i mplantação e e m fase d e pr ojeto apo ntam para o propósito de viabilizar tais instrumentos. • Área de esporte e lazer: C erca de 65% dos parques em o peração co ntam com essa infra-estrutura. Para os parques em fase de implantação e pr ojeto, respectivamente, 70% e 73% del es, d eclararam q ue ess as são i nfraestruturas a serem viabilizadas. 3.6 Mecanismos e Ambiente de Apoio à Inovação 3.6.1 Modelo Conceitual do Parque 3.6.1.1 R elação dos P arques c om C entros P romotores de C onhec imento de Qualidade No q ue r efere-se ao r elacionamento dos parques com os centros promotores de conhecimento, 84% dos parques entrevistados declararam manter uma forte relação com essas instituições (figura 21). Na seqüência, a (figura 22) demonstra de forma comparativa esse grau de relacionamento dos parques de acordo com os seus três estágios de desenvolvimento. Figura 21: Relação dos parques com os centros promotores de conhecimento 16% 0% Forte Médio Fraco 84% Figura 22: Comparativo do grau de relacionamentos dos parques com os centros promotores de conhecimento de qualidade 82% 82% 90% 18% 18% Forte Médio Operação ANEXO 4 10% Implantação 0% 0% 0% Fraco Projeto 21 RELATÓRIO I Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior 3.6.1.2 P os ição das empres as no fluxo tec nológico Conforme demonstra a figura 23, no q ue d iz respeito a p osição das empresas do parque co m r elação a su a p osição no f luxo t ecnológico, 3 6% dos p arques mencionaram q ue estas empresas são l igadas à p esquisa e q ue 25% estão m ais relacionadas ao mercado. Figura 23: Posição das empresas do parque no fluxo tecnológico 39% Parque com empreendimentos mais ligados à pesquisa 36% Parque com empresas mais intensamente relacionadas com o mercado Parque com empresas distribuídas uniformemente 25% Figura 24: Comparativo das empresas do parque com relação ao fluxo tecnológico 50% 38% 38% 40% 31% 31% 31% 31% 10% Parque com empreendimentos mais ligados à pesq uisa Operação 3.6.1.3 Parque com empresas mais intensamente relacionadas com o mercado Implantação Parque com empresas distribuídas uniformemente Projeto G rau de es pec ialização dos parques Quando q uestionados quanto a o g rau d e esp ecialização, 61 % dos gerentes entrevistados classificaram seus parques como generalistas, enquanto que 39% dos parques foram classificados como especialistas (figura 25). Um comparativo do grau de especialização dos parques é demonstrado na figura 26. Figura 25: Grau de especialização dos parques 39% Generalista Especialista ANEXO 4 61% 22 RELATÓRIO I Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior Figura 26: Comparativo do grau de especialização dos parques 75% 56% 50% 50% 44% 25% Generalista Operação 3.6.1.4 Especialista Implantação Projeto E mpres as Alvo Com r elação aos t ipos de e mpresas alvo dos par ques ent revistados, mais da metade (51%), apontou para a combinação da atração de empresas maduras e spinoffs, conforme demonstra a figura 27. Figura 27: Empresas alvo 51% 19% Empresas spin-off (empresas nascentes) Empresas maduras, já estabelecidas 30% Distribuição uniforme Figura 28: Comparativo das empresas focalizadas pelos parques tecnológicos 50% 54% 50% 33% 31% 25% 25% 17% 15% Empresas spin-off (empresas nascentes) Operação 3.6.1.5 Empresas maduras, já estabelecidas Implantação Distribuição uniforme Projeto Merc ado F oc o (local, regional e internac ional) Foi identificado junto aos entrevistados que a pr edominância dos empreendimentos atraídos para os parques são na maioria dos casos empresas locais ou até mesmo regionais. Segundo o s indicativos da p esquisa, o foco n a at ração d e e mpresas internacionais alcança o patamar de apr oximadamente 30% par a os parques em operação. As figuras 29 e 30 ilustram o f oco de atuação dos parques e o comparativo desta orientação de mercado frente aos três estágios estudados. ANEXO 4 23 RELATÓRIO I Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior Figura 29: Mercado foco dos parques 23% 40% Empresas Locais/da Região Empresas Nacionais Empresas Internacionais 38% Figura 30: Comparativo do mercado foco dos parques 35% 40% 44% 44% 35% 35% 29% 25% 13% Empresas Locais/da Região Empresas Nacionais Operação 3.6.1.6 Implantação Empresas Internacionais Projeto Nível de Integraç ão à Malha Urbana Com relação ao nível de integração à m alha urbana, os resultados apontam que os parques nacionais estão em 71% dos casos implantados em área urbana e 20% fora do perímetro urbano, conforme apontado pela figura 31. Figura 31: Nível de integração à malha urbana Parque Implantado de forma pulverizada na malha urbana, sem uma delimitação clara; 9% 20% Parque instalado em área urbana, com delimitação clara; Parque instalado fora do perímetro urbano (áreas periféricas à cidade). 71% Comparativamente entre os três estágios de parques investigados, os em operação demonstram um a m ais clara localização em ár eas urbanas, enq uanto que as iniciativas em pr ojeto apontam par a u ma di screta t endência de l ocalização j unto à áreas fora do perímetro urbano (figura 32). Figura 32: Comparativo da integração à malha urbana 82% 0% 18% 15% 15% 9% Parque Implantado de forma pulverizada na malha urbana, sem uma delimitação clara; Parque instalado em área urbana, com delimitação clara; Operação ANEXO 4 69% 64% Implantação 27% Parque instalado fora do perímetro urbano (áreas periféricas à cidade). Projeto 24 RELATÓRIO I Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior 3.6.1.7 Dis ponibilidade de Infra-es trutura bem ou pouc o definidos De acordo com esta variável buscou-se identificar a existência efetiva de um a área física e infra-estrutura de qualidade bem definidas e formalmente relacionadas com o par que t ecnológico. De aco rdo co m est a q uestão, co nforme dem onstrado n a figura 32, 76% dos parques classificaram como forte a definição e a di sponibilidade dessas áreas. Figura 33: Disponibilidade de espaços e infra-estruturas 0% 24% Forte Médio Fraco 76% Figura 34: Comparativo da disponibilidade de espaços e infra-estruturas 73% 83% 73% 27% 17% 27% 0% Forte Operação 3.6.1.8 Médio Implantação 0% 0% Fraco Projeto P ortifólio de s erviç os oferec idos às E B T s Esse tópico da pesq uisa ocupou-se d a i dentificação do por tifólio de se rviços oferecidos pelos parques. N este sentido bu scou-se i dentificar a cl areza, q ualidade, formalidade o u até m esmo a i nformalidade com q ue tais serviços são o ferecidos e prestados às empresas de base tecnológicas. De aco rdo co m as respostas co lhidas pelo t otal de e ntrevistados foi i dentificada a necessidade de maiores esforços na formatação desses portifólios de serviços, visto que segundo os entrevistados, o grau de definição desse mix alcança 62% entre os patamares de média e pouca definição (figura 35). Essa si tuação é ai nda m ais cr ítica, co mo pode-se obs ervar na figura 36, o nde os próprios parques em operação apontam que 60% dos integrantes desse grupo, não dispõe da determinação de seu portifólio de serviços claramente definida. ANEXO 4 25 RELATÓRIO I Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior Figura 35: Portifólio de serviços oferecidos às EBTs 21% 38% Portifólio claramente definido Portifólio medianamente definido Portifólio pouco definido 41% Figura 36: Comparativo do portifólio de serviços oferecidos às EBTs 50% 56% 50% 40% 30% 22% 22% 20% 10% Portifólio cla ramente definido Operação 3.6.1.9 Portifólio medianamente definido Implantação Portifólio pouco definido Projeto Nível de T rabalho em R ede Quando avaliada a ocorrência estratégica ou ocasional e a existência de estruturas sinérgicas que est ejam co ntribuindo par a a al avancagem dos negócios, os entrevistados ap ontaram q ue e m 57% d os casos existe o predomínio d e u m forte trabalho em rede. Figura 37: Nível de trabalho em rede 14% Forte trabalho em rede Médio trabalho em rede Fraco trabalho em rede 29% 57% Em u ma anál ise comparativa, pode-se o bservar q ue os parques em op eração conseguem al cançar um patamar de f orte à m édio nas co operações e m r edes. Segundo os parques entrevistados em fase de pr ojeto, os resultados apontam para um provável trabalho prévio de estruturação dessas redes de cooperação. A figura 38 ilustra o co mparativo das r edes de co operação ex istentes nos t rês estágios de parques pesquisados. ANEXO 4 26 RELATÓRIO I Parques Científicos e Tecnológicos – Modelos e programas de apoio bem sucedidos no exterior Figura 38: Comparativo do nível de trabalho em rede 71% 55% 50% 45% 30% 20% 14% 14% 0% Forte trabalho em rede Operação Médio trabalho em rede Implantação Fraco trabalho em rede Projeto 3.6.1.10 Modelos de G es tão A configuração dos modelos de gestão dos parques entrevistados, conforme figura 39, foi cl assificado na m aioria d os casos co mo se ndo u m modelo ai nda e m construção. Cabe chamar a at enção que esta condição é t ambém evidenciada nos parques em operação. Figura 39: Modelos de Gestão 10% 35% Modelo claramente definido Modelo de Gestão em Construção Modelo de Gestão pouco definido 55% Figura 40: Comparativo dos modelos de gestão 78% 45% 45% 45% 45% 11% Modelo claramente definido Operação 9% Modelo de Gestão em Construção Implantação 9% 11% Modelo de Gestão pouco definido Projeto 3.6.2 Importância Estratégica do Parque tecnológico Com relação a importância estratégica dos parques tecnológicos, os mesmos foram avaliados com base nos seguintes aspectos de relevância: • Relevância estratégica Nacional: Diz respeito ao ca so de parques que foram concebidos e implantados como elementos chave de uma estratégia nacional de desenvolvimento, com po