ARQ. PEDRO PACHECO lugar, 30 de Julho de 2014 ao longo do tempo, na sua gradualmente a nos fascinar, pelo modo como se foi construindo com o rio, com os percursos, com a ruralidade e com o ALENTEJO lugares e e com as actividades quotidianas da aldeia, ir ao lavadouro, ir ao campo, fazer o pastoreio e reconhecer o de quem o percorre diariamente. Pedro P.: ao do concurso de ideias para o plano da nova aldeia da Luz, em 1996, tinha tido muito pouco contacto com o Alentejo, a minha era mais de passagem, portanto, este trabalho desencadeou uma descoberta gradual deste Conheci o Alentejo de uma forma intensa, como nunca o tinha visto, no inverno, com extensos prados verdes. Para mim, o Alentejo, era um da imagem que tinha. Depois o trabalho obrigou a um reconhecimento mais aprofundado da paisagem e do paisagem era uniformidade do que o entre aglomerados urbanos e a que os envolve e que os liga, portanto, foi uma de conhecimento deste gradual como cultura, de conhecer as pessoas, as focados no tema da aldeia da Luz, ARQUITECTURA NA ALDEIA DA LUZ Perante as acentuadas Pedro P.: Essa na Aldeia da Luz, como pode o arquitecto ter uma acabou por ir sendo respondida ao longo do percurso. uma pergunta que se tenha uma resposta imediata. Como uma mais-valia a um dos lugares, o sentimento de foi gradual, identificamos como estruturantes ou e como os lugares se perpetuam no tempo e nas pessoas. Numa fase inicial foi importante o reconhecimento do Luz, a partir da ideia de ligadas e natureza dos solos, perceber a com os rituais de da e dos e de entre as aldeias de atravessamento e as aldeias de fim de curso, claras ao das que o nosso projecto poderia ser mais de um olhar atento e muito continuado, de ir viver para o sitio, de perceber quais os que e importantes perpetuar, as dos materiais e das tecnologias. dos lugares, a uma resposta continua que o projeto vai procurando dar media que se vai construindo. A equipa que em torno deste projeto foi contributo fundamental de Benjamim Pereira, antropologia (Clara Saraiva), arqueologia (equipa da EDIA), (Sandra Monteiro), audio-visual (Catarina arquitectura do habitar e da forma como se fixam com os lugares. A aldeia da Luz era um destes casos, uma aldeia no final de um percurso, com que forma determinante para um envolvimento multidisciplinar entre museologia e etnologia, com o da aldeia da Luz. Surgiram das de todo este tentamos ir respondendo a essa pergunta E agora acho que foi bem sucedida, muito da ou de perda, os elementos que que podemos acrescentar no sentido de melhorar as processo? A especificamente muito mais estruturada, no sentido de perceber a na de leitura, que se tornaram projecto. durante todo o processo Na altura com outros fundamentais descodificar, para depois se tornarem instrumentos de trabalho e de Mas esta uma imagem muito inscrita no meu subconsciente, a ideia - paisagem continua, grandes onde vivia, e de entrar num seco, de de cor queimada, e na altura do concurso decorria o inverno, portanto, isso foi logo uma grande Em suma, o efeito de sair da escala urbana a que estava habituado, a cidade do Porto directa ao rio Guadiana, portanto, ir Luz, era um Uma nova forma de interpretar o que projectar com o lugar foi-nos sendo revelada, fomos construindo a nossa aprendizagem. A escola nos deu essa portanto, foi uma sensibilidade que se desencadeou a partir do nosso confronto e com os lugares da Luz. De certa forma, o projecto tenta reconstituir e reinventar que convocam a e a que as pessoas do mais sensoriais, como a pedra que aquece ao final do dia sobre a intensidade do sol, a luz que se desenha no interior de um a prima que determina as tecnologias e a arquitectura dos lugares. Foi muito ir ao encontro do que havia e do que podia ser, reconhecendo que existem especificidades nos lugares e nas suas ou seja, ir reconhecendo estas e estar no sentido . de as traduzir de uma O Museu promove o redimensionamento de uma nova realidade e paisagem. Como Pedro P.: Este projeto comunidade da Luz, na processo de foi um trabalho do condicionando as pessoas pois envolveu directamente a na perda de um lugar e seu inevitabilidade de redescobrir a Fig. 77 Arquitecto Pedro Pacheco CURTA-METRAGEM | 126