UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” INSTITUTO A VEZ DO MESTRE UM NOVO OLHAR DA PROFISSÃO FARMACÊUTICA PARA ATENÇÃO A SAÚDE PÚBLICA Por: Emercy de Miranda Orientadora Profª Maria da Conceição Maggioni Poppe CASCAVEL 2 2011 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” INSTITUTO A VEZ DO MESTRE UM NOVO OLHAR DA PROFISSÃO FARMACÊUTICA PARA ATENÇÃO A SAÚDE PÚBLICA Apresentação Candido de Mendes monografia como à requisito Universidade parcial para obtenção do grau de especialista em Saúde da Família Por: Emercy de Miranda 3 AGRADECIMENTOS A Deus por ter me dado a vida e com isto a aprender oportunidade mais. A de minha sempre amiga Lindonez por me incentivar a voltar a estudar. 4 DEDICATÓRIA Dedico este trabalho a minha filha Emanuely que me anima sempre fazer tudo melhor. 5 RESUMO O farmacêutico mostra-se necessário na atenção básica, pois tal profissional irá atuar em todo o ciclo de assistência preceituado pelo PSF. Reconhecendo que cada vez mais a população vem sofrendo problemas decorrentes do mau uso de medicamentos nota-se a necessidade do farmacêutico em todos os locais ou programas que envolvam seu uso. O objetivo do PSF é reorganizar a prática assistencial em novas bases e critérios, em substituição ao modelo tradicional de assistência, orientado para a cura de doenças e realizando, principalmente, no hospital. A atenção está centrada na família, entendida e percebida a partir de seu ambiente físico e social, o que vem possibilitando às equipes de Saúde da Família, uma compreensão ampliada do processo saúde/doença e da necessidade de intervenções que vão além das práticas curativas. A presença do profissional farmacêutico, é sabido, faz-se necessária em todos os locais onde haja presença de medicamentos, de modo que o uso dos referidos medicamentos seja realizado de maneira adequada e segura, atendendo ao que se propõe por meio deles. A inserção do profissional farmacêutico no Programa de Saúde da Família traria benefícios à comunidade, pois, auxiliaria em uma melhor adesão ao tratamento por ter um contato com o paciente esclarecendo suas dúvidas sobre questões relacionadas aos medicamentos em uma linguagem mais acessível e por verificar a ocorrência de alguma interação medicamentosa ou efeito colateral indesejável. O objetivo deste estudo é demonstrar que o profissional farmacêutico tem uma visão do perfil de atendimento ligado ao programa saúde da família e utiliza-se de conceitos da prática de atenção farmacêutica e acompanhamento farmacoterapêutico para integrar o farmacêutico ao programa. 6 METODOLOGIA Esta pesquisa é de cunho qualitativo, descritivo e exploratório a qual apresenta como propósito formular um conhecimento acerca das propriedades que lhe são inerentes, pretendendo apresentá-las em sua essência, para torná-las capazes de serem distinguidas das outras (TURATO, 2003). Este estudo trabalha com a pesquisa qualitativa, onde demonstra dados sobre o assunto obtido pela pesquisa. “A pesquisa descritiva observa, registra, analisa, e correlaciona fatos ou fenômenos (variáveis) sem manipulá-los” (CERVO; BERVIAN, 2006, p.66). Para o levantamento de dados utilizou-se apenas fontes secundárias, que com relação aos dados secundários, Barquette e Chaoubah (2007), definem-nos como aqueles que reúnem dados já coletados para outro fim e já tratados. Algumas destas fontes são: livros, jornais, revistas, relatórios, sistemas automatizados em pontos-de-venda, internet, entre outros. Para Mattar (1999), as vantagens dos dados secundários são a economia de tempo, dinheiro e esforços. Poderão ocorrer algumas limitações na realização da pesquisa, são referentes ao instrumento da coleta de dados, pois, os dados secundários coletados estão sujeitos a desvantagens para a pesquisa. Pois, na utilização dos dados secundários que, segundo Mattar (1999), a primeira delas é que à medida que são coletados com diferentes objetivos, raramente serão encontrados dados secundários que se ajustem perfeitamente às necessidades de determinada pesquisa. Os dados secundários apresentam uma desvantagem relacionada com o tempo decorrido entre a coleta de dados e sua publicação, ou seja, muitos 7 dados coletados sofreram alterações em decorrência do tempo e das inovações que forem modificadas pela organização Os dados para essa pesquisa foram analisados de forma descritiva, onde a análises dos dados serão convertidos em informações sobre a importância do farmacêutico no Programa de Saúde da Família. Delimitar a pesquisa é estabelecer limites para investigação à pesquisa pode ser limitada em relação: ao assunto: selecionando um tópico, a fim de impedir que se torne ou muito extenso ou muito complexo; á extensão, porque nem sempre se pode abranger todo o âmbito no qual o fato se desenrola; a uma série de fatores, meios humanos, econômicos e de exigüidade de prazo, que podem restringir o seu campo de ação (LAKATOS; MARCONI, 1999, p.31). O assunto abordado, neste estudo foi somente sobre a importância do profissional farmacêutico na atenção básica no Programa de Saúde da Família. 8 SUMÁRIO INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 09 CAPÍTULO I - SISTEMA DE SAÚDE E O PROGRAMA DA FAMÍLIA (PSF)......... 12 1.1 A PROMOÇÃO DA SAÚDE .............................................................................. 12 1.2 As tendências do setor saúde ........................................................................... 13 1.3 SISTEMA DE SAÚDE ...................................................................................... 14 1.4 Programa saúde da família (PSF) .................................................................... 16 CAPÍTULO II – ATUAÇÃO DO FARMACÊUTICO E A INCLUSÃO NO PROGRAMA DE SAÚDE DA FAMÍLIA (PSF) ........................................................ 21 2.1 Exercício profissional do farmacêutico ............................................................ 21 2.2 Inserção do farmacêutico na estratégia saúde da família ................................. 22 CAPÍTULO III – A ASSITÊNCIA FARMACÊUTICA NO PSF COMO AÇÃO FAVORÁVEL PARA A FAMÍLIA ............................................................................. 28 3.1 ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA CHEGA AO NASF ....................................... 28 3.2 A assistência farmacêutica e a família .............................................................. 29 3.3 A assistência farmacêutica no Brasil ................................................................ 31 3.4 Políticas farmacêuticas ..................................................................................... 34 3.5 Assistência Farmacêutica ................................................................................. 35 CONCLUSÃO ......................................................................................................... 38 40 BIBLIOGRAFIA ...................................................................................................... 9 INTRODUÇÃO Promover a saúde é necessário. Não se trata de uma ação individual, mas de um conjunto delas, exercidas contínua e globalmente sobre um indivíduo ou uma determinada população, com os objetivos de diminuir a morbimortalidade, propiciar os melhores níveis de crescimento e desenvolvimento físico, intelectual e emocional, conduzindo essa população a uma vida mais longa, saudável e produtiva. Essa é a responsabilidade dos agentes participantes desse processo. Considerando como um instrumento relativamente novo de reforma na política sanitária de saúde, o PSF vem provocando profundas alterações na condução e operação na política de saúde no Brasil. Até então, a política de saúde no Brasil era entendida como um modelo tradicional de assistência à saúde, orientado para a cura da doença e para o atendimento hospitalar. Com a implantação do PSF, o propósito foi reorganizar a prática assistencial em novas bases e critérios, estabelecendo um modelo pautado na família, com lócus privilegiado de atuação e ênfase na articulação de sua equipe com a comunidade. Ao considerarmos o papel do farmacêutico, prestando assistência farmacêutica e interagindo com uma equipe multiprofissional, com o intuito de auxiliar na assistência prestada a população, torna-se importante ressaltar que o atual contexto pode se apresentar como um importante campo de atuação para esse profissional; entretanto, torna-se necessário estudar as vantagens de sua inserção profissional no PSF, bem como, analisar os aspectos significativos para a equipe e para os usuários. (SEVERINO, ZANCHETTA, CAVALLIN, 2003). Alguns farmacêuticos e profissionais da saúde ainda não têm consciência das funções do farmacêutico no cuidado à saúde. Isso pode ajudar a explicar porque o SUS e outras fontes pagadoras de assistência à saúde não reconhecem o farmacêutico como prestador de cuidados nem estabelecem claramente a forma de reembolso por esses serviços. 10 Pode ser atribuído a isso o fato de que o farmacêutico criou seu próprio conjunto de regras, isolando-se, consciente ou inconscientemente, do resto da equipe de saúde. Como relatado por Saar; Trevisan (2007), o papel do farmacêutico limita-se à gerência, bioquímica e farmácia, de tal forma que outros profissionais não vêem sua importância em uma equipe de saúde. Por essas razões, a nova prática profissional de atenção farmacêutica é realmente de extrema importância para a inserção do Programa de Saúde da Família. A participação do profissional farmacêutico na atenção básica, inclusive no Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF) que apóia o Programa Saúde da Família (PSF), consiste em ato legal autorizado pelas portarias n. 698 de 03 de março de 2006 (PSF) e 154 de 24 de janeiro de 2008 (NASF) ambas do Ministério da Saúde. Entende-se que o farmacêutico mostrase necessário na atenção básica, pois tal profissional irá atuar em todo o ciclo de assistência preceituado pelo PSF. Reconhecendo que cada vez mais a população vem sofrendo problemas decorrentes do mau uso de medicamentos nota-se a necessidade da figura do farmacêutico em todos os locais ou programas que envolvam seu uso. Diante de tal quadro o presente estudo se propõe a destacar a importância do farmacêutico no NASF e no PSF, salientando aspectos significativos de sua atuação nas unidades de saúde. Justifica-se para a autora abrir a possibilidade de analisar em maior profundidade o PSF, com enfoque na atuação do farmacêutico; para a comunidade acadêmica surgem novas perspectivas de pesquisa envolvendo a atuação dos diversos profissionais que constituem o PSF e para a sociedade, de modo geral, a discussão de um tema que vem preocupando pela alta incidência, a saber: o uso inadequado de medicamentos. O objetivo deste estudo é demonstrar que o profissional farmacêutico tem uma visão do perfil de atendimento ligado ao programa saúde da família e 11 utiliza-se de conceitos da prática de atenção farmacêutica e acompanhamento farmacoterapêutico para integrar o farmacêutico ao programa. No capítulo I comenta sobre como funciona o nosso sistema de saúde o SUS e o que é o programa saúde da família (PSF). No capítulo II descreve quais as funções do profissional farmacêutico e qual seu papel dentro do PSF e sua importância, sendo que a inserção do profissional farmacêutico no PSF incorpora ações positivas para o PSF evidenciando benefícios tanto para a equipe quanto para os usuários. No capítulo III relata dados sobre como é benéfico à assistência do farmacêutico para a família, onde os cuidados de orientação de medicação são primordiais para o tratamento junto à equipe de saúde. 12 CAPÍTULO I SISTEMA DE SAÚDE E O PROGRAMA DA FAMÍLIA (PSF) Neste capítulo aborda sobre como define a Constituição Federal Brasileira sobre a saúde, o que pode ser melhorado dentro do sistema público e a adesão do farmacêutico em conjunto com serviços públicos em auxílio à população. A seguir o Ministério da Saúde, vem a priorizar metas para o Programa de Saúde da Família. Sendo que o objetivo do PSF é melhorar a prática de assistência e orientação para curas de doenças. 1.1 A PROMOÇÃO DA SAÚDE A globalização é um fato real e irreversível. Trata-se de uma integração mundial dos mais diversos setores econômicos e financeiros, que se tornou possível pelo grande avanço tecnológico que a informatização e as facilidades de comunicação instantânea propiciaram. Outros fatores que também contribuíram para a consolidação da tendência globalizante foram mudanças geopolíticas, como a queda do muro de Berlim, a emergência de novos países, o aumento da demanda e da expectativa dos consumidores de bens de serviços, bem como o surgimento de regulamentações exigidas pelo mercado internacional. Embora a globalização unifique o mundo, uma grande parte da população permanece excluída. Nesse contexto, de acordo com Hirschfeld e Oguisso (2002), em uma análise de dados publicados pela Organização Mundial da Saúde (OMS), observa-se um enorme desequilíbrio nos gastos globais com assistência à saúde, notadamente entre os países mais industrializados e os em desenvolvimento. Portanto, se gasta muito mais com muito menos pessoas nos países industrializados. 13 Assim, percebe-se que as sociedades em que as pessoas tiverem senso de otimismo em relação ao futuro, coesão social e eqüidade terão como resultado melhor saúde. Nesse aspecto, Wilkinson (1998) afirma que hoje não há mais dúvidas sobre as evidências de determinantes sociais que afetam a saúde. A Organização Mundial de Saúde na Europa está trabalhando para promoção da saúde e, conscientizando a população da necessidade de que tal iniciativa parta de cada indivíduo na busca de sua própria qualidade de vida. A promoção de saúde é a busca da melhoria da qualidade de vida do ser humano, com objetivo de permitir a ele uma vida mais feliz, saudável e longeva. A saúde pode ser entendida conforme a percepção de Capra, apud Silva e Aguillar (2002, p. 124), em que se trata da “[...] experiência e bem-estar resultante de um equilíbrio dinâmico, envolvendo os aspectos físicos e psicológicos do organismo, assim como suas interações com o meio ambiente natural e social”. Percebe-se, em diversas outras obras da literatura, a abordagem da enfermagem orientada para a promoção de saúde e assistência integral, não apenas no sentido de prevenção e cura, mas de melhoria da qualidade de vida. Dessa forma, o primeiro passo para a promoção da saúde seria conscientizar ou educar a população, aliados à experiência, sabedoria, compaixão e desvelo pelo paciente como ser humano. 1.2 AS TENDÊNCIAS DO SETOR SAÚDE Quando se estuda a qualidade de vida, vê-se que se trata de hábitos, costumes, local em que se vive práticas, conceitos e condição sócioeconômica. Todos esses são fatores que interferem na qualidade de vida do indivíduo, podendo ou não levar a um estilo de vida doentio ou saudável. É impossível ser feliz estando doente. As doenças se manifestam das mais variadas formas e nos mais variados locais. Podem estar no corpo físico ou na saúde mental. Os efeitos da globalização no contexto mundial têm proporcionado diversas modificações, positivas e negativas, nas mais diversas áreas de nossas vidas. Assim, também na área da saúde, é necessário que se 14 observem as mudanças ocorridas nos últimos tempos, bem como as tendências para um planejamento futuro. Olhando à volta pode-se perceber claramente que o perfil da saúde da população está mudando. O aumento significativo das condições crônicas de saúde tem feito com que um número maior de famílias passe pela experiência de ter uma criança ou um adulto doente crônico em sua casa. O controle cada vez maior de epidemias por meio do avanço das pesquisas em saúde, de vacinas, saneamento básico e educação, é outra preocupação da saúde no Brasil e no mundo. Todavia, outro fenômeno, tem marcado a tendência da área de saúde com muita ênfase: o aumento da longevidade do ser humano. Segundo a Organização Pan-Americana de Saúde, citada por Gomes e Loures (2004), o envelhecimento é reconhecido como uma das mais importantes modificações na estrutura da população mundial. Esta é uma realidade em todos os países do mundo. Todavia, entre os dotados de menos recursos econômicos e sociais, como o Brasil, a questão ocasiona maiores problemas, devendo ser considerada primordial na política, na saúde e na educação. 1.3 SISTEMA DE SAÚDE (SUS) Constituição Federal Brasileira de (1988), em seu artigo 196, conceitua a saúde como “direito de todos e dever do Estado (...)”, definindo de maneira clara o princípio da universalidade da cobertura doutrinada pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O SUS é hoje um dos maiores sistemas públicos de saúde do mundo, sendo o único a garantir assistência integral completa e gratuita para a totalidade da população (RENILSON, 2002). Dentro das diretrizes básicas do SUS, o processo de descentralização gera a necessidade de aperfeiçoamento e busca de novas estratégias que venham ampliar a capacidade de gestão dos estados e municípios. Por sua 15 vez, a consolidação das ações de Atenção Básica como fator estruturante dos sistemas municipais de saúde torna-se um desafio. Nos anos 1990, no contexto de formação do Sistema Único de Saúde (SUS), no Brasil, importantes debates acerca da formulação e da implantação das políticas públicas de saúde vieram somar esforços à transformação das condições de saúde da população. As políticas de saúde passam a requerer uma atenção diferenciada, principalmente no que diz respeito à formulação e à estruturação de serviços de saúde, que devem oferecer cuidado integral aos cidadãos. O estabelecimento do SUS, no Brasil, a partir de 1988, garantiu em termos legais o acesso universal, igualitário e integral a serviços e ações de saúde (CARNEIRO JUNIOR; SILVEIRA, 2003). Ainda para este autor é preciso pensar em como promover a inclusão social usando a categoria eqüidade, não tratando de forma igual pessoas desiguais, e criar programas que privilegiem os grupos populacionais mais despossuídos, na tentativa de favorecer-lhes o acesso aos serviços. Esse deve ser o objetivo fundamental para as políticas públicas de saúde (CARNEIRO JUNIOR; SILVEIRA, 2003). Nesse contexto, a assistência farmacêutica contemplando a atenção farmacêutica reforça e dinamiza a organização desses sistemas de saúde, que, por sua vez, tornam-se mais eficientes, consolidam vínculos entre os serviços e a população, além de contribuir para a universalização do acesso e a integralidade das ações. Os medicamentos atraem grande atenção por parte dos gestores, pois a sua utilização gera distorções comuns à maioria dos países: utilização de produtos desnecessários ou com potencial tóxico inaceitável; prescrições irracionais; desperdícios e outras, elevando o custo com a morbidade e mortalidade relacionadas a eles (JOHNSON; BOOTMAN, 1997). 16 1.4 PROGRAMA SAÚDE DA FAMÍLIA (PSF) O Programa de Saúde da Família (PSF) pode ser compreendido como peça fundamental na reestruturação da atenção básica e, em alguns casos, como extensão da cobertura para regiões sem nenhuma forma de assistência a saúde. Por outro lado, pode-se inferir, também, que com o PSF se promove a inclusão de segmentos populacionais em áreas com bom desenvolvimento da assistência, porém, sem acesso universal. (MARSIGLIA 2005). Estruturado pelo Ministério da Saúde, em 1995, o PSF articulou no Brasil, três linhas de contribuições: as proposições da Atenção Primária, definidas na Conferência de Alma-Ata, em 1978; a Medicina de Família implantada nos países desenvolvidos e em Cuba e a Medicina Geral e Comunitária, destinada aos segmentos da população mais excluídos nos países centrais, vigente a partir dos anos 1970. Esse programa também recebeu influência das experiências com agentes comunitários de saúde, desenvolvidas em várias regiões do país, desde a década de 70 (CHAVES, 1999). No contexto atual, o PSF, tendo se expandido por vários municípios e regiões metropolitanas, é definido como o primeiro nível de atenção às pessoas, com a responsabilidade de reestruturar a atenção prestada pelo SUS em todo o território nacional e como estratégia de implantação do SUS em localidades onde não avançou a política de saúde, definida na Constituição Federal de 1988. Para Viana e Dal Póz (1998), o PSF introduziu uma visão ativa da intervenção em saúde, uma vez que não se espera que as pessoas busquem os serviços, e sim que os serviços busquem as pessoas, sendo um instrumento de reorganização da demanda. A intervenção centrada na família e na comunidade, sem a preocupação de se discutir aqui as questões decorrentes do uso destes conceitos, demonstra a intenção de não agir apenas sobre a doença instalada, mas de incentivar a promoção da saúde, a 17 prevenção e a reorganização da demanda aos serviços em uma área adstrita, fazendo do PSF a “porta de entrada” para o SUS. O estímulo financeiro do MS para implantação do PSF, segundo a parcela variável do Piso de Atenção Básica (MS, 1996) tem, desde 1998, efetivamente contribuído para a expansão do programa em todo o país, o que remete à definição quanto ao estabelecimento de prioridades e critérios das áreas para implantação do projeto para o nível local. O Programa de Saúde da Família foi proposto como uma das estratégias para fortalecer e possibilitar a concretização dos princípios do SUS, universalidade, integralidade e equidade; e das diretrizes, descentralização e participação da comunidade. O programa centra sua atenção na família, entendida e percebida a partir de seu ambiente físico e social, o que possibilita às equipes do programa uma compreensão ampliada do processo saúde/doença e da necessidade de intervenção que vai além das práticas curativas. Esta estratégia está estruturada a partir da unidade de saúde da família com equipe multiprofissional, que assume a responsabilidade por uma determinada população a ela vinculada e desenvolve ações de promoção e de prevenção da saúde, tratamento e reabilitação dos agravos. Com esta equipe o programa tenta promover com a participação da comunidade, um plano local para o enfrentamento dos determinantes do processo saúde/doença. Neste contexto o programa quando visa integralidade, universalidade e equidade centralizadas em famílias em situações de vulnerabilidade a fatores de riscos principalmente os relacionados à saúde ele assume algumas dimensões de atuações neste grupo. O Programa Saúde da Família (PSF), com o principal propósito de reorganizar a prática da atenção à saúde em novas bases e substituir o modelo tradicional, levando a saúde para mais perto da família e, com isso, melhorando a qualidade de vida dos brasileiros. 18 A estratégia do PSF prioriza as ações de prevenção, promoção e recuperação da saúde das pessoas de forma integral e contínua. O atendimento é prestado na Unidade Básica de Saúde ou no domicílio pelos profissionais (médicos, enfermeiros, auxiliares de enfermagem e agentes comunitários de saúde) que compõem as equipes de Saúde da Família. Assim, esses profissionais e a população acompanhada criam vínculos de coresponsabilidade, o que facilita a identificação e o atendimento aos problemas de saúde da comunidade. O objetivo do PSF é reorganizar a prática assistencial em novas bases e critérios, em substituição ao modelo tradicional de assistência, orientado para a cura de doenças e realizado, principalmente, no hospital. A atenção está centrada na família, entendida e percebida a partir de seu ambiente físico e social, o que vem possibilitando às equipes de Saúde da Família, uma compreensão ampliada do processo saúde/doença e da necessidade de intervenções que vão além das práticas curativas (BRASIL, 2001). O funcionamento baseia-se em equipes de Saúde da Família trabalhar com uma população adstrita, ou seja, com um número fixo de famílias. Recomenda-se que cada equipe acompanhe 600 a 1.000 famílias, entre 2.400 a 4.500 pessoas (NUNES, 1998 & BRASIL, 2001). Cada PSF possui uma Equipe de Saúde da Família (ESF) que atuam nas Unidades de Saúde da Família (USF), onde contam com os equipamentos e instalações indispensáveis para garantir bom atendimento à comunidade. As ESF em atividade na USF identificam os problemas e necessidades das famílias, planejando, priorizando e organizando o atendimento. As ESF dispõem de meios e profissionais capazes de resolver a maioria dos problemas de saúde na própria USF. Quando necessário é feito atendimento em domicílio e só em casos excepcionais são encaminhados para unidades onde hajam profissionais especializados e equipamentos mais sofisticados (BRASIL, 2001). Um dos pressupostos mais importantes do PSF é promover o trabalho de equipe, o que requer o estabelecimento de respeito profissional muito 19 grande entre todos os membros e a percepção de que a formação dos demais profissionais não é subalterna à formação médica. O trabalho em equipe exige o estabelecimento de novas rotinas, por parte dos profissionais (BRASIL, 2001). Sendo assim Scorel (2008) identifica 5 dimensões da existência humana que são rompidas na condição de exclusão social exclusão mas que podem ser abordadas pelas estratégias de atuação da ESF (Equipe de Saúde da família). Na econômico-ocupacional, o PSF tem potencialidade de impacto indireto ao prover tratamento e medicamento gratuitos, reduzindo ou extinguindo gastos que poderiam levar a família à miséria, ou seja, minimizando choques. Diretamente, o programa cria novos postos de trabalho, como os de agentes comunitários de saúde, “embora boa parte dos vínculos trabalhistas seja precária, instável e sem direitos”, lembrou Sarah. A equipe do PSF também pode intervir na dimensão sócio-familiar, apoiando a prevenção e o cuidado em situações como as de idosos acamados, usuários de drogas e alcoolismo, violência doméstica, gravidez na adolescência e doenças mentais. Quando bem sucedida, a equipe contribui para o fortalecimento dos vínculos familiares que, nessas situações, ficam fragilizados e podem mesmo se romper. Na dimensão política, a potencialidade de inclusão social do PSF está na constituição de um espaço de cidadania ativa, não apenas no sentido do acesso e usufruto do direito à saúde, mas no de participação em instâncias como os conselhos locais de saúde. Na dimensão cultural, essas potencialidades se expressam nas representações sociais positivas ou menos discriminatórias de situações que eram estigmatizadas antes da presença do serviço de saúde, diminuindo a indiferença ou a hostilidade frente ao sofrimento alheio. 20 Na dimensão da vida, designação usada pela pesquisadora, o PSF também pode contribuir para aumentar a expectativa e a qualidade, além de diminuir o sofrimento. Sendo estas dimensões rompidas com a exposição a vulnerabilidade e à exclusão social e tendo o PSF a intenção de promover a equidade e universalidade. 21 CAPÍTULO II ATUAÇÃO DO FARMACÊUTICO E A INCLUSÃO NO PROGRAMA DE SAÚDE DA FAMÍLIA (PSF) No capítulo II aborda sobre o exercício profissional farmacêutico, seu compromisso com a saúde e qualidade de vida dos indivíduos com atenção a medicação. No subitem inserção do farmacêutico na estratégia saúde da família, vem a relatar a necessidade do profissional junto ao PSF, pois é relevante o exercício profissional para conscientização e orientação dos usuários de medicamentos, adequado com acompanhamento profissional. 2.1 EXERCÍCO PROFISSIONAL DO FARMACÊUTICO A atenção farmacêutica é um exercício profissional no qual o farmacêutico assume a responsabilidade de atender às necessidades do paciente em relação ao emprego de medicamentos e adquire um compromisso a esse respeito (STRAND, 1997). Pode ser definida como a provisão responsável da farmacoterapia, cujo objetivo é alcançar resultados definidos para a melhoria da qualidade de vida do paciente, individualmente considerado (HEPLER; STRAND, 1990). A assistência farmacêutica é um conjunto de ações desenvolvidas pelo farmacêutico e por outros profissionais de saúde voltadas à promoção, à proteção e à recuperação da saúde, tanto no nível individual como no coletivo, tendo o medicamento como insumo essencial (IVAMA et al., 2002). No âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), a assistência farmacêutica tem como objetivo primordial garantir o abastecimento contínuo e 22 o uso racional de medicamentos nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), mediante processos de seleção, programação, aquisição, armazenamento, prescrição e dispensação (MARIN et al., 2003). Nesses processos, verifica-se com freqüência a concentração das ações no medicamento, marginalizando o cuidado com o paciente. A Atenção Farmacêutica, uma das atividades da Assistência Farmacêutica, engloba ações específicas do profissional farmacêutico no contexto da assistência ao paciente, que visam à promoção do uso racional de medicamentos (IVAMA et al., 2002). É no momento em que o farmacêutico assume responsabilidades no cuidado com o paciente, por meio da prática da Atenção Farmacêutica, que são identificados inúmeras problemas relacionados aos medicamentos (PRM) e dificuldades na adesão ao tratamento farmacológico. 2.2 INSERÇÃO DO FARMACÊUTICO NA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA Johnson; Bootman (1997) desenvolveram um modelo que estima o custo da morbidade e mortalidade em relação aos fármacos e também elaboraram um modelo de probabilidades que estima “até que ponto o cuidado farmacêutico conseguiria minimizar os resultados terapêuticos negativos”. As conclusões apontaram a atenção farmacêutica como ferramenta capaz de reduzir os problemas ou as distorções relacionados a medicamentos. A presença do profissional farmacêutico, é sabido, faz-se necessária em todos os locais onde haja presença de medicamentos, de modo que o uso dos referidos medicamentos seja realizado de maneira adequada e segura, atendendo ao que se propõe por meio deles. No dizer de Silva; Nascimento (2009) a assistência farmacêutica pode ser entendida como uma atividade essencial para o adequado atendimento das necessidades dos indivíduos que fazem uso dos diversos serviços de saúde 23 disponíveis. De modo geral, segundo as autoras, ao farmacêutico compete: produzir, selecionar, programar, adquirir, armazenar, distribuir e dispensar. Analisando o teor de cada uma das ações acima elencadas e considerando o cotidiano das unidades básicas de saúde entende-se a importância e a validade do trabalho do farmacêutico nas referidas unidades. Assegurar a acessibilidade de medicamentos e farmacoterapia de qualidade à população, com ênfase nos grupos de risco; garantir o uso racional de medicamentos e de insumos farmacêuticos; oferecer serviços farmacêuticos e cuidados ao paciente e à comunidade, complementando a atuação de outros serviços de atenção à saúde e contribuir de maneira eficaz e efetiva para transformar o investimento com medicamentos em incremento de saúde e qualidade de vida (ARAÚJO; FREITAS, 2006, p. 09). O autor acima citado enumera as atribuições do farmacêutico e salienta a questão de que tal profissional deverá, por vezes, complementar outros serviços, o que, por certo, deverá ocorrer no PSF. De outra parte, sabese que um dos entraves ao incremento da saúde e à qualidade de vida consiste na automedicação. Ora, é crescente o número de pessoas que faz uso de medicamentos de forma indiscriminada; da mesma forma a oferta e o acesso sem obstáculos contribuem para que o problema torne-se ainda mais grave. Em relação à inadequação do uso de medicamento, ou automedicação, observa-se a seguinte afirmação: A automedicação é definida como uso de medicamentos sem prescrição médica, onde o próprio paciente decide qual fármaco utilizar. Inclui-se nessa designação genérica (ou orientação) de medicamentos por pessoas não habilitadas, como amigos, familiares ou balconistas da farmácia (VILARINO, 1998, p.44). A automedicação pode acontecer de diversas maneiras e, a esse respeito, assim dispõe: Várias são as maneiras de a automedicação ser praticada: adquirir o medicamento sem receita, compartilhar remédios com outros membros da família ou círculo social e utilizar sobras de prescrições, reutilizarem antigas receitas e descumprir a prescrição profissional 24 prolongando ou interrompendo precocemente a dosagem e o período de tempo indicado na receita (LOYOLA FILHO, 2002, p.56). Conforme Francia (2002) deve-se partir da qualificação de profissionais de saúde, sem a qual se torna impossível levar adiante qualquer tipo de trabalho a respeito da automedicação, principalmente quando relacionada a um boa orientação ao usuário, motivo pelo qual a capacitação de profissionais deve se dar de forma permanente. Observa-se, portanto, a relevância do trabalho do farmacêutico no que tange à orientação, de modo a conscientizar os usuários de medicamentos, especialmente nas unidades básicas de saúde, a respeito da importância do uso adequado dos medicamentos, com recomendação médica e acompanhamento de profissionais capacitados. Diante disso mostra-se indispensável à presença do farmacêutico no PSF e, ainda, no NASF, em uma atividade de suporte. Por oportuno, convém conceituar tanto o programa de saúde da família quanto seu núcleo de apoio. O NASF consiste em um núcleo de apoio que tem por principal objetivo ampliar as ações da atenção básica, apoiando a questão da saúde da família dentre os demais serviços que compõem a referida atenção básica. De acordo com dados disponibilizados pelo Ministério da Saúde: A saúde da família caracteriza-se como a porta de entrada prioritária de um sistema hierarquizado, regionalizado de saúde e vem provocando um importante movimento de reorientação do modelo de atenção à saúde do SUS. Visando apoiar a inserção da Estratégia Saúde da Família na rede de serviços e ampliar a abrangência e o escopo das ações da Atenção Primária bem como sua resolutividade, além dos processos de territorialização e regionalização, o Ministério da Saúde criou o Núcleo de Apoio à Saúde da Família – NASF, com a portaria GM n. 154, de 24 de janeiro de 2008, Republicada em 04 de março de 2008.4 Com isso tem-se que a partir da implantação do PSF com o apoio do NASF tem-se uma reorganização do sistema de saúde, que nessa nova formulação vem buscando a melhoria na 25 atenção primária com vistas a garantir, a partir dessa ação, a reorganização de todo o sistema. Sendo o NASF um núcleo de apoio, imperioso observar que deve ser composto de uma equipe multiprofissional, isto é, composta de profissionais de diferentes áreas que atuem em conjunto no auxílio aos profissionais do PSF. Tanto no NASF quanto no NASF conta-se com a presença do farmacêutico, profissional que deverá integrar o núcleo de apoio ao PSF no sentido de atuar na área de medicamentos, realizando as atividades que compreendem a atenção farmacêutica, área que, não raro, é mal interpretada no cotidiano das unidades de saúde. Duppim (1999) em atenção a isso observa que necessário se faz superar a visão estreita que entende que a atenção farmacêutica se restringe à distribuição de medicamentos, pelo contrário, deve ser vista como recurso complementar nas ações em saúde, com enfoque amplo, abarcando a multidisciplinaridade e a integralidade em suas práticas, combatendo o uso irracional de medicamentos que causa prejuízos financeiros. Bernardi, Bieberbach e Thomé (2006) asseveram que a atuação farmacêutica deve contemplar a organização da assistência farmacêutica, identificando claramente o contexto de atuação e suas necessidades. Para os autores isso pode ser feito por meio de levantamentos de dados referentes a características econômicas, sociais e culturais tanto da região de modo geral quanto da população-alvo a ser atendida por aquele serviço, numa avaliação contínua das práticas e sua eficácia. Considerando a questão do PSF, por se tratar de um serviço específico, com área de atendimento definida, entende-se que esse levantamento será eficiente, com dados claros e precisos acerca das necessidades da população a ser atendida. No dizer de Abrantes (2010) o profissional farmacêutico vai atuar na atenção básica, inclusive no Programa Saúde da Família (PSF). O ato legal 26 que disciplina a inclusão é a Portaria n. 698, de 30 de março de 2006 do Ministério da Saúde. A norma define que o custeio das ações de saúde é de responsabilidade das três esferas de gestão do Sistema Único de Saúde (SUS), observado o disposto na Constituição da República e na Lei do SUS. Convém, por oportuno, citar o magistério de Pereira e Freitas (2008) que evidenciam que antes do SUS, o farmacêutico era afastado dos pacientes, uma vez que sua participação não era prevista na equipe de saúde e o medicamento não era considerado insumo estratégico. Tal panorama mudou e atualmente o farmacêutico é um dos integrantes do PSF, para Abrantes (2010) as ações desse profissional destinam-se a adquirir medicamentos e insumos de assistência farmacêutica; angariar financiamentos para o custeio de ações de assistência farmacêutica bem como para programas de saúde específicos; estabelecer critérios para dispensação excepcional e atrair financiamento para tal. Evidenciada a porção estratégica, importante ressaltar que, no SUS, o farmacêutico atuará em todo o ciclo de assistência, a saber: seleção, aquisição, distribuição e dispensação de medicamentos. Em sendo incluído no PSF o farmacêutico assume funções que, na sua ausência, eram desenvolvidas por médicos e enfermeiros, a exemplo de acompanhar doentes crônicos como diabéticos e hipertensos segundo os princípios da assistência farmacêutica na busca de promover a adesão ao tratamento, o uso racional de medicamentos, redução dos gastos na aquisição de produtos, diminuição de internações hospitalares desnecessárias dentre outros (ABRANTES, 2010). No dizer de Hardling; Taylor (1997) a tecnologia no uso de medicamentos, especialmente no que se refere a atendimento, isto é, a relação direta entre farmacêutico e paciente, é vista como a face mais importante do farmacêutico, uma vez que este último é o detentor privilegiado do conhecimento sobre o medicamento. 27 Em face de tal concepção, não é adequado que o farmacêutico esteja desvinculado da atenção básica, como visto, esse profissional deve estar em contato com o paciente, sendo, por vezes, o agente motivador da adesão ao tratamento e do uso adequado do medicamento. De acordo com Araújo, Ueta e Freitas (2005) uma assistência farmacêutica de qualidade requer recursos e planejamento na consecução de todas as etapas que compõem o ciclo, a saber: seleção dos medicamentos, programação, aquisição, armazenamento, dispensação e utilização do medicamento. distribuição, prescrição, Ora, a atenção farmacêutica deve estar presente em todas as referidas etapas, mas nota-se como essencial sua presença no final do ciclo, isto é, na dispensação e uso, momento em que a figura do farmacêutico mostra-se de fundamental importância. 28 CAPÍTULO III A ASSITÊNCIA FARMACÊUTICA NO PSF COMO AÇÃO FAVORÁVEL PARA A FAMÍLIA No terceiro capítulo relata dados sobre como é benéfico à assistência do farmacêutico para a família, onde os cuidados de orientação de medicação são primordiais para o tratamento junto à equipe de saúde. 3.1 ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA CHEGA AO NASF Garantir à população o acesso efetivo de medicamentos, bem como seu uso racional, é uma das atividades a serem desenvolvidas nos Núcleos de Apoio à Saúde da Família (Nasf). A criação dos núcleos integra o Mais Saúde, plano estratégico de ações para a ampliação da assistência e qualificação do SUS até 2011. Para tanto será realizado um curso de capacitação com os profissionais vinculados à Estratégia de Saúde da Família (ESF). A implantação dos núcleos, que será de responsabilidade dos municípios, já foi autorizada pelo ministro José Gomes Temporão. O objetivo dos núcleos, além de ampliar a abrangência de atendimento, é de coordenar e executar ações da assistência farmacêutica básica. A iniciativa visa assegurar a dispensação adequada dos medicamentos e viabilizar a implementação da Assistência Farmacêutica no Programa Saúde da Família. Os Núcleos de Apoio à Saúde da Família deverão selecionar, programar, armazenar e distribuir medicamentos e insumos com garantia de qualidade dos produtos e serviços. Cabe aos profissionais dos núcleos acompanhar e avaliar a medicação a ser ministrada, até mesmo dos fitoterápicos e homeopáticos. A meta é obter uma utilização racional de medicamentos voltada para a melhoria da qualidade de vida da população. 29 Quando se fala em acesso, no caso de medicamentos, significa ter o produto certo para uma finalidade específica, na dosagem correta, pelo tempo necessário, com garantia de qualidade e informação suficiente para a utilização segura e capaz de atingir a sua finalidade. O Ministério da Saúde pretende integrar a assistência farmacêutica básica às demais políticas de saúde através da otimização de recursos financeiros e da incorporação do farmacêutico na rede pública municipal. Atividades fazem parte da estratégia de atuação dos núcleos a promoção da saúde e da qualidade de vida, como estratégia de prevenção de doenças, e por essa razão, destaca-se a importância da atuação multiprofissional, com farmacêuticos, professores de Educação Física, nutricionistas, entre outros. A assistência Farmacêutica nos Nasf visa fortalecer a inclusão da atividade farmacêutica e do farmacêutico às equipes da Saúde da Família. Para implementar o Nasf, o município deve elaborar projeto, contemplando o território de atuação, as atividades que serão desenvolvidas, os profissionais e sua forma de contratação com especificação de carga horária, identificação das equipes de Saúde da Família vinculadas ao Nasf, e a unidade de saúde que credenciará o Nasf. Esse projeto deverá ser aprovado pelo Conselho Municipal de Saúde e pela Comissão Intergestores Bipartite de cada estado. O Nasf foi criado pela portaria ministerial nº 154, publicada no Diário Oficial da União em 25 de janeiro deste ano. (MS, 2011). 3.2 A ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA E A FAMÍLIA Um dos pontos mais fortes do PSF é a busca ativa aonde a equipe vai às casas das pessoas, vê de perto a realidade de cada família, toma providências para evitaras doenças, atua para curar os casos em que a doença 30 já existe, dá orientação para garantir uma vida melhor com saúde (BRASIL, 2001). Nos municípios onde o PSF está bem implantado, com equipes capacitadas e dispondo de estrutura física e equipamentos adequados, diminui o número de mortes de crianças por causas evitáveis; aumenta a quantidade de gestantes que chegam saudáveis e bem informadas ao parto; melhora a qualidade de vida dos idosos; melhora os índices de vacinação; os hipertensos e diabéticos são diagnosticados, tratados e acompanhados; os casos de tuberculose e hanseníase são localizados e tratados; diminuem as filas para atendimento nos hospitais da rede pública de saúde (BRASIL, 2001). A inserção do profissional farmacêutico no PSF incorpora ações positivas para o PSF evidenciando benefícios tanto para a equipe quanto para os usuários, como: a) Oferecendo informações sobre o uso correto dos medicamentos (indicações, contra-indicação, efeitos colaterais, interações com outros medicamentos e alimentos, custo dos tratamentos, entre outros, prestando atenção e assistência farmacêutica; b) Acompanhamento do paciente em seu tratamento, ajudando-o a esclarecer suas dúvidas e a seguir as orientações médicas, interagindo ainda com o médico na escolha do melhor tratamento; c) Promovendo a educação para a saúde, informando sobre prevenção e cuidados com a pressão alta, diabetes, doenças transmitidas com o ato sexual (AIDS e outras), tabagismo, planejamento familiar, vacinas entre outros; d) Planejamento, supervisão e compra, armazenamento, distribuição e dispensação de medicamentos; e) Colaborar com os outros profissionais da saúde para o adequado atendimento à comunidade; f) Participar das discussões sobre políticas de medicamentos e assistência à saúde da comunidade; g) Participar das discussões sobre os medicamentos a serem oferecidos nas farmácias do setor público; 31 h) Auxiliar nas campanhas realizadas pela equipe multiprofissional a fim de ajudar no esclarecimento dos temas abordados. Com um esclarecimento mais adequado do uso correto dos medicamentos e sua importância, os pacientes se sentem mais acolhidos e a vontade para conversar e expor seus problemas. O farmacêutico por meio de seus conhecimentos ainda pode propor a normalização e a ampliação do acesso da população à Homeopatia, podendo representar um grande passo no sentido da reafirmação dos princípios da Reforma Sanitária de Universalização, Integralidade, Equidade e da construção de um SUS mais humanizado e efetivo na medida em que a Homeopatia caracteriza-se por estimular os mecanismos naturais de cura do organismo e por uma importante valorização da relação médico-paciente através de uma ação generalista, assistindo a todas as faixas etárias por uma tecnologia simples e um custo de financiamento condizente com as condições sócio-econômicas e culturais do País, podendo estender-se das doenças agudas e epidêmicas às crônicas, não-transmissíveis e às lesionais; em médio prazo ser capaz de reduzir a demanda por intervenções hospitalares e emergenciais; contribuir com a diminuição dos gastos públicos com a saúde. A adesão dos usuários tem se mostrando grande nos locais onde já está implantada. A Assistência Farmacêutica trata de um conjunto de ações desenvolvidas pelo farmacêutico em um contexto multiprofissional voltado à promoção, manutenção e recuperação da saúde, tanto no nível individual quanto coletivo, tendo o medicamento, como elemento fundamental, visando o acesso qualitativo e quantitativo e o seu uso racional (LESSA, 1998). 3.3 A ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA NO BRASIL É importante compreendermos que, para o Brasil, o termo Assistência Farmacêutica envolve atividade de caráter abrangente, multiprofissional e intersetorial, que tem como objetivo de trabalho, organizar as ações e serviços relacionados ao medicamento em suas diversas dimensões, com ênfase na 32 relação com o paciente e à comunidade. Assim, podemos entender que a Assistência Farmacêutica engloba entre suas diversas atividades, as ações de Atenção Farmacêutica quando se referir às ações específicas do profissional farmacêutico no contexto da assistência à população individual e coletiva quanto à promoção do uso racional de medicamentos (LESSA, 1998). A Atenção Farmacêutica é um componente da assistência farmacêutica, permitindo a interação do farmacêutico com o paciente, objetivando o atendimento daquelas suas necessidades relacionadas com os medicamentos e favorecendo a adesão do paciente ao tratamento (MARIN et al, 2003). A adesão ao tratamento corresponde ao grau do acompanhamento dos pacientes à orientação médica; pode referir-se ao tratamento, às consultas, ou a ambos. A não adesão ao tratamento e às consultas corresponderia ao seu abandono (LESSA, 1998). A não adesão ao tratamento ocorre devido aos aspectos relacionados ao próprio paciente, como: falta de interesse em continuar o tratamento, ausência de medicamentos, não entendimento das orientações recebidas. Uma das importantes contribuições do farmacêutico para uma adesão ao tratamento resultará na habilidade do paciente em: cumprir as determinações clínicas conforme o recomendado; utilizar o medicamento prescrito; adotar as mudanças aconselhadas no estilo de vida; realizar os procedimentos diagnósticos e de monitoramento recomendados (MARIN, et al, 2003). Johnson; Bootman (1997) desenvolveram um modelo que estima o custo da morbidade e mortalidade em relação aos fármacos e também elaboraram um modelo de probabilidades que estima “até que ponto o cuidado farmacêutico conseguiria minimizar os resultados terapêuticos negativos”. As conclusões apontaram a atenção farmacêutica como ferramenta capaz de reduzir os problemas ou as distorções relacionados a medicamentos. 33 A atenção farmacêutica é um exercício profissional no qual o farmacêutico assume a responsabilidade de atender às necessidades do paciente em relação ao emprego de medicamentos e adquire um compromisso a esse respeito (STRAND, 1997). Pode ser definida como a provisão responsável da farmacoterapia, cujo objetivo é alcançar resultados definidos para a melhoria da qualidade de vida do paciente, individualmente considerado (HEPLER; STRAND, 1990). Hoje, no Brasil, apesar de 51% dos brasileiros não terem acesso aos medicamentos, desperdiça-se, anualmente, cerca de 20% desses produtos, tanto no setor público, quanto no privado. E para os 80% dos medicamentos aproveitados, ainda existe o risco de serem mal utilizados, o que pode impedir que o paciente apresente a resposta terapêutica esperada pelo médico (ABRANTES, 2010). Segundo a dirigente do Conselho Federal de Farmácia, Lérida Vieira, em muitos Municípios brasileiros, pessoas desqualificadas assumem as secretárias de saúde e postos-chave ligados à área de medicamentos. "Os gestores não contratam o farmacêutico, porque desconhecem as suas atribuições profissionais, não sabem das inúmeras vantagens que os seus serviços propiciam às populações, quando não alegam que não dispõem de recursos para a contratação", lamenta a dirigente do CFF (ABRANTES, 2010). A chegada do farmacêutico na atenção básica, inclusive no PSF, vai aproximá-lo da sociedade e estimulá-lo a atuar dentro da equipe multiprofissional. Para a saúde pública, a norma é um avanço. Além de definir o custeio de ações e serviços inerentes á assistência farmacêutica, ela encerra uma década de discussões sobre a necessidade de o farmacêutico atuar na atenção básica. O farmacêutico não poderia ficar á margem do contexto da atenção básica. Ganha a sociedade brasileira, que passa a ter mais proteção, mais segurança sobre o uso de medicamento. Ganha, ainda, o farmacêutico, vez 34 que a portaria inaugura uma nova fase na profissão, marcada pela sua identidade com a saúde pública. Ganham os pacientes, os municípios e o SUS (ABRANTES, 2010). 3.4 POLÍTICAS FARMACÊUTICAS Política é um compromisso oficial expresso em documento escrito, no qual consta um conjunto de diretrizes, objetivos, intenções e decisões de caráter geral e em relação a um determinado tema em questão. Funciona como um guia para direcionar o planejamento e a elaboração de estratégias, cujo desdobramento é um plano de ação, programas e projetos, para sua efetiva implementação (MS, 2006). A importância de se estabelecer políticas tem por objetivo resolver ações concretas, executar, acompanhar e avaliar, criando espaço para debates e discussão pertinentes à área. Para concretização dos objetivos da saúde foram estabelecidas Políticas Farmacêuticas (Política Nacional de Medicamentos e a Política Nacional de Assistência Farmacêutica). (MS, 2006). Os objetivos e a execução de uma política farmacêutica dependem de vários fatores e circunstâncias: econômicas, sanitárias e de prioridades políticas de governo, e tem por fundamento: ü Garantir o acesso da população a medicamentos essenciais com qualidade e segurança. ü Promover seu uso racional. O Sistema Único de Saúde, pela sua complexidade e características, necessita de uma Assistência Farmacêutica estruturada, de pessoal qualificado para suporte técnico às ações de saúde e do alcance de bons resultados. Contar com uma política de Assistência Farmacêutica é uma prioridade na Saúde Pública. A compreensão do processo de construção, 35 implementação, suas interações e relações, necessidade de avaliação, são de fundamental importância para o entendimento da Assistência Farmacêutica no contexto das políticas nas quais ela está inserida: Política Nacional de Saúde, Política Nacional de Medicamentos, Política Nacional de Assistência Farmacêutica, entre outras normas pertinentes. A perspectiva é a da integralidade, cuja efetivação envolve o estabelecimento de estratégias, parcerias e interfaces com outras políticas setoriais, bem como participação de diferentes atores e segmentos envolvidos (MS, 2006). 3.5 ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA A Assistência Farmacêutica integra as diretrizes da Política Nacional de Medicamentos (portaria GM 3.916/98), devendo ser considerada uma das atividades prioritárias da assistência à saúde. Ela compreende um conjunto de atividades relacionadas ao acesso e ao uso racional de medicamentos destinados a complementar e apoiar as ações de atenção à saúde. Portanto, o medicamento é essencial, sendo difícil que outro fator, isoladamente, influencie a capacidade resolutiva dos serviços de saúde. O medicamento pode ser então considerado insumo estratégico para a melhoria da saúde da população (CRF; 2010). a) Gestão da Assistência Farmacêutica A gestão da Assistência Farmacêutica visa apoiar as ações de saúde, promovendo o acesso da população aos medicamentos e seu uso racional. Neste contexto, temos o Ciclo da Assistência Farmacêutica. b) Ciclo da Assistência Farmacêutica O Ciclo da Assistência Farmacêutica compreende um sistema integrado e de sequências lógicas cujos componentes apresentam naturezas técnicas, científicas e operacionais que representam as estratégias e o conjunto de ações necessárias para a implementação da Assistência Farmacêutica (CRF; 2010). 36 b.1) Seleção de Medicamentos A seleção é um processo de escolha de medicamento eficaz e seguro, imprescindível para a população, tendo como base as doenças prevalentes com a finalidade de garantir uma terapêutica medicamentosa de qualidade nos diversos níveis de atenção à saúde. A seleção de medicamentos deve estar fundamentada em critérios epidemiológicos, técnicos e econômicos, bem como, na estrutura dos serviços de Saúde. É um processo dinâmico e participativo, que precisa ser bem articulado e envolver um número representativo de profissionais da saúde (CRF; 2010). b.2) Programação de Medicamentos Programar medicamentos consiste em estimar quantidades a serem adquiridas, para atender uma determinada demanda de serviços, em um período definido de tempo, com influência direta sobre o abastecimento e o acesso ao medicamento. É necessário dispor de dados consistentes sobre o consumo de medicamentos, o perfil epidemiológico, a oferta e demanda de serviços na área de Saúde, além de recursos humanos capacitados e a disponibilidade financeira para a execução da programação (CRF; 2010). b.3) Aquisição de Medicamentos Consiste em conjunto de procedimentos para compra dos medicamentos programados para suprir as Unidades de Saúde em quantidade, qualidade e menor custo, visando regularizar o sistema (CRF; 2010). b.4) Armazenamento Conjunto de procedimentos técnicos e administrativos que envolvem as atividades de recebimento, estocagem, conservação e controle de estoque de medicamentos (CRF; 2010). 37 b.5) Distribuição Atividade que busca suprir medicamentos às Unidades de Saúde, em quantidade, qualidade e tempo, para posterior dispensação à população. A distribuição de medicamentos deve garantir agilidade e segurança na entrega, e eficiência no controle. Pela dispensação, o farmacêutico proporciona um ou mais medicamentos a um paciente, em resposta à apresentação de receita médica. Neste ato, o farmacêutico informa e orienta o paciente sobre o uso adequado do medicamento. São elementos importantes da orientação, entre outros, a ênfase no cumprimento da dosagem, a influência dos alimentos, a interação medicamentosa, o reconhecimento de reações adversas, as condições de conservação dos medicamentos e a farmacovigilância (CRF; 2010). A atenção Farmacêutica é a interação direta do farmacêutico com paciente, visando a uma farmacoterapia racional e com resultados definidos e mensuráveis, compreendendo atitudes, valores éticos, comportamentos, habilidades, compromissos e corresponsabilidades, na prevenção de doenças, promoção e recuperação da saúde, de forma integrada à equipe de saúde, voltados para a melhora da qualidade de vida (CRF; 2010). 38 CONCLUSÃO Até há pouco tempo, o foco da Assistência Farmacêutica era basicamente restrito ao medicamento. Atualmente, tem-se buscado conciliar a ação voltada ao medicamento e ao usuário. O desenvolvimento da Atenção Farmacêutica, no Brasil, possibilitou novo olhar ao cuidado no exercício da profissão farmacêutica, voltando à atenção ao usuário e à identificação, prevenção e resolução de problemas relacionados aos medicamentos. Com o presente trabalho verificou-se ser necessária a ampliação desse foco para abordagem mais ampla, que envolva o contexto familiar e social. O profissional farmacêutico não faz parte da equipe mínima da ESF, contudo, conforme possibilidades de aponta Veber atuação (2005), desse existem pelo profissional: menos no três âmbito gerencial/administrativo; nas ações voltadas diretamente ao usuário do sistema de saúde que englobam a atividade de dispensação orientada de medicamentos, passando por atividades educativas de fármaco vigilância e de Atenção Farmacêutica e nas atividades direcionadas aos outros profissionais da equipe de trabalho, destacando o suporte informativo em relação aos medicamentos, o auxílio na terapêutica e a contribuição para um tratamento medicamentosa seguro e eficaz. Evidentemente que, para cada uma dessas áreas de atuação, o farmacêutico deve aprimorar seus conhecimentos. Nas ações relacionadas ao cuidado do paciente, além da prática de Atenção Farmacêutica, faz-se necessário o desenvolvimento de habilidades que envolvam o trabalho em equipe e a utilização de ferramentas que facilitem a abordagem familiar. Além disso, essa abordagem familiar somente é possível em virtude da organização da atenção primária adotada atualmente no Brasil, denominada de Estratégia de Saúde da Família, a qual, conforme apontam Falceto, Fernandes e Wartchow (2004), está estruturada na forma de equipes multidisciplinares, que têm como foco a família, compreendida a partir do 39 ambiente em que vive e de sua realidade, o que permite um entendimento ampliado do processo saúde/doença, bem como intervenções com maior significado social. A inserção do profissional farmacêutico no Programa de Saúde da Família traria benefícios à comunidade, pois, auxiliaria em uma melhor adesão ao tratamento por ter um contato com o paciente esclarecendo suas dúvidas sobre questões relacionadas aos medicamentos em uma linguagem mais acessível e por verificar a ocorrência de alguma interação medicamentosa ou efeito colateral indesejável. Quanto à equipe multiprofissional, ampliaria a visão destes sobre o uso dos medicamentos e na escolha do melhor tratamento, além de auxiliar na inclusão dos medicamentos homeopáticos e fitoterápicos no SUS, facilitando o seu acesso à população. Além disso, auxiliaria nas campanhas educativas multiprofissionais, informando os seus melhores métodos de prevenção e tratamento. Na área administrativa, esse profissional é imprescindível para realizar o planejamento da compra de medicamentos, através da sua supervisão e execução, bem como, planejando o local de armazenamento e dispensação, diminuindo o custo dos tratamentos. 40 BIBLIOGRAFIA CITADA 1 - ABRANTES, Abdias de. A inserção do farmacêutico no PSF. Correio da Tarde. ed. n. 1239 – Ano 4 – Natal e Mossoró. Quarta-feira, 03 de março de 2010. Disponível em <http://www.correiodatarde.com.br/artigosp30> Acesso em 13 de dez. de 2010. 2 - ARAÚJO, A. L. A.; UETA, J. M.; FREITAS, O. Assistência farmacêutica como um modelo tecnológico em atenção primária à saúde. Revista Ciência Farmacêutica Básica Aplicada. V. 26. n. 8, 2005. 3 - BARQUETTE, Stael; CHAOUBAH, Alfredo. Pesquisa de Marketing. São Paulo: Saraiva, 2007. 4 - BERNARDI, Carmem L. B. de; BIEBERBACH, Emily Wagner & THOMÉ, Henrique Inácio. 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