IST – PORTFÓLIO PESSOAL – Relatório de Actividades 2008/2009 – 1º Semestre Realização de uma Curta-Metragem Temática 58401 – Henrique Delfina – LEIC – AL – PPI – [email protected] Resumo: Com a inscrição da cadeira de Portfolio Pessoal I foi lançado o desafio de desenvolver uma actividade extracurricular, de forma a desenvolver actividades transversais as aprendizagens no curso e que desse lugar a novas vivencias e aprendizagens. Assim decidi optar pela realização de uma Curta-Metragem temática que abordasse diversos problemas existentes na nossa sociedade. A idealização deste projecto aconteceu durante todo o semestre em colaboração com algumas pessoas ligadas à área da Representação, Música e Edição de Vídeo sendo as filmagens efectuadas no final do semestre, quando foi possível coordenar a agenda de todos as pessoas envolvidas. Grande parte das filmagens tiveram ligar em Almeirim, sendo, no entanto, algumas cenas filmadas em Lisboa. O Resultado obtido (a curta-metragem “Silentium”) pode ser descarregado gratuitamente no endereço Web: http://boxstr.com/files/4640944_undgt/Silentium.wmv ou, então, através do site de partilha de vídeos “YouTube” procurando pelas keywords (Silentium, Henrique Delfina ou Portfolio Pessoal IST). Palavras-chave: Cinema, Curta-Metragem, Indiferença, Solidão, Consumismo, Movimento, Silêncio. 1. Introdução Pretendo com a concretização deste relatório dar a conhecer a actividade que realizei no âmbito da disciplina de Portfolio Pessoal I, actividade essa que consistia na escrita, produção e realização de uma Película de Curta Duração com uma Temática relacionada com as diferentes relações entre as pessoas na nossa sociedade, nomeadamente focando a solidão e indiferença dos dias de hoje e as justificações para tal comportamento. Com a participação de algumas pessoas com formação na área, pretendeu-se dar a este projecto a consistência devida, tendo estas participações sido cruciais para o resultado obtido, que chegou mesmo a superar as expectativas iniciais. num filme sem componente auditiva. Assim, optou-se por uma banda sonora escolhida cuidadosamente que acompanharia as imagens e que conseguisse traduzir os sentimentos e emoções que se pretendia com a representação das personagens. 3. Planeamento Depois de definidos os contornos gerais do projecto, deu-se inicio ao planeamento do filme. Desde logo algumas situações começaram a formar-se nas nossas cabeças e foi a partir daí que a curta-metragem actual surgiu. A película seria dividida em 4 actos que representariam alguns problemas e características que se pretendiam representar. Assim surgiram: 2. A Ideia A ideia inicial de realizar uma curta-metragem começou por surgir no âmbito da participação no Prémio Zon: Criatividade e Multimédia, coisa que nunca chegou a acontecer mas que deixou os contactos estabelecidos e as ideias já algo delineadas. Assim, a disciplina de Portfolio I foi a desculpa perfeita para avançar com este projecto e dá-lo a conhecer ao público. Alguns aspectos foram ajustados às exigências da Actividade e, logo a partir daí, começou-se a gerar os contornos reais daquilo que viria a ser o “Silentium” (Silêncio em Latim), uma curta-metragem sobre a solidão e indiferença das pessoas nas nossas sociedades, sobre a correria dos nossos dias e sobre o consumismo e bombardeamento de informação e publicidade a que somos sujeitos todos os dias. Também era aspecto fundamental do projecto que este não contasse com nenhum tipo de fala ou diálogo mas que isso também não se traduzisse Realização de uma Curta-Metragem Temática - 1º Acto: Desordem e Movimento. 2º Acto: Indiferença 3º Acto: Solidão 4º Acto: Frieza, Consumismo e Guerra 3.1. 1º Acto: Desordem e Movimento Foi desde o inicio uma certeza na idealização deste projecto a inclusão de uma parte desorganizada e até mesmo confusa logo no inicio do filme, contrastando com o silêncio ouvido durante as imagens que acompanham o título do mesmo. Nesta cena pretendeu-se recriar a atmosfera borbulhante e caótica das nossas cidades e centros urbanos e todo o bombardeamento de informação estilizada e publicidade que nos ataca diariamente. Cenas com muito movimento, televisões ou até grandes aglomerados de pessoas eram os grandes objectivos de filmagem para este acto. Página 1 de 4 IST – PORTFÓLIO PESSOAL – Relatório de Actividades 3.2. 2º Acto: Indiferença Esta parte fulcral do filme foi surgindo também desde muito cedo, sendo caracterizada por duas cenas distintas mas com uma temática comum: a indiferença das pessoas nas sociedades de hoje. Assim, a primeira cena iria consistir numa pessoa a divagar sozinha à beira de uma estrada, cumprimentando as pessoas que passavam sem obter qualquer tipo de resposta. A frustração presente na personagem seria essencial nesta cena mas também na cena seguinte. Esta, seria complementar á primeira, e seria constituída por um diálogo mudo entre a personagem principal e um idoso, nomeadamente num simples cumprimento por parte da personagem sem obter resposta por parte do outro interveniente. Depois de algumas tentativas, ambos sairiam frustrados de cena após o contacto falhado. 3.3. 3º Acto: Solidão O 3º Acto pretenderia mostrar a frieza das pessoas nos dias de hoje, usando, para isso, a metáfora do frio meteorológico que a personagem sentiria durante esta parte da película. Uma espera quase interminável atravessando várias fases do dia seria a componente essencial desta cena tendo a personagem, em último caso que desistir desta pois estar certa do insucesso da mesma. O cenário ideal seria um local relativamente público e “quente” onde a personagem se sentiria só e “gelada”. 3.4. 4º Acto: Frieza, Consumismo e Guerra O último acto do filme iria reunir vários problemas que não se enquadrariam nos últimos 3 actos. Para esta parte do filme surgiram várias cenas, inclusive algumas que nunca se chegaram a filmar por falta de tempo e condições propícias à sua realização. Das passagens escolhidas podemos salientar: O desinteresse e falta de educação de que a personagem principal é alvo quando tenta, muito simplesmente perguntar as horas a um transeunte num banco de jardim; a representação do consumismo de que todos somos vítimas (apesar de nem sempre termos condições para isso) na metáfora de um carrinho de compras vazio acompanhado por alguns bastante compostos; a exibição de armas e imagens de guerra como componente fundamental do entretenimento e diversão dos homens de hoje e por fim; o desrespeito e frieza de que a personagem principal é alvo quando é empurrada no meio da rua como se de uma boneca de trapos se tratasse. A ideia original deste acto incluía ainda uma cena de café onde a personagem se tentava fazer ouvir no meio dos seus amigos sem sucesso e algumas imagens representativas do estado de espírito que esta ia sentido ao longo do filme. No entanto, estas ideias acabaram por ser postas de lado e, no Realização de uma Curta-Metragem Temática 2008/2009 – 1º Semestre contexto actual do filme, acho que não fazem muito sentido. 4. Gravações Depois do planeamento efectuado, pode-se dar inicio às filmagens do filme em si. Estas tiveram lugar nas cidades de Almeirim e Lisboa durante os dias 3 e 4 de Janeiro de 2009, sendo que a maior parte dos actos teve lugar na primeira cidade. O equipamento utilizado foi uma câmara de filmar Canon MVX3i e uma cassete JVC de 60 minutos. 4.1. 1º Acto Para a concretização do 1º Acto procedeu-se à gravação de várias vias de trânsito na cidade de Lisboa durante um período de cerca de 20-25 minutos. Filmou-se também algumas transmissões dos canais generalistas portugueses, com especial atenção para os noticiários diários, programas de entretenimento, etc. Por último foram filmadas várias ruas comerciais da cidade de Almeirim com o intuito de fazer transparecer o consumismo e indiferença das pessoas numa cidade e num pequeno centro urbano. 4.2. 2º Acto Para a filmagem do 2º Acto, escolhi uma estrada movimentada da cidade de Almeirim, onde a personagem principal iria, de facto, interagir com as pessoas. Usou-se um parque de estacionamento anexo para a deambulação da personagem durante esta cena do filme. A 2ª parte deste 2º Acto teve lugar no mesmo local com um idoso que estava curiosamente no lugar pretendido. Depois de se ter permissão para a sua participação no filme, esta cena foi filmada em poucos minutos tendo o resultado obtido sido bastante melhor do que o que seria esperado. 4.3. 3º Acto A gravação do 3º Acto decorreu na entrada da Igreja Matriz de Almeirim, lugar que penso se adequa perfeitamente no que era pretendido. Para simular a passagem do tempo filmou-se em diferentes alturas do mesmo dia e de ângulos bastante parecidos. Pretendeu-se dar especial destaque à expressão facial e corporal da personagem. 4.4. 4º Acto O 4º e último acto foi filmado recorrendo á captura de imagens de magazines de informação e documentários relacionados com guerra e armas de destruição maciça. Outras cenas como os Encontrões na Multidão e a Frieza no Banco de Jardim foram filmadas num Página 2 de 4 IST – PORTFÓLIO PESSOAL – Relatório de Actividades jardim sito perto da Igreja Matriz de Almeirim, durante a Noite. A cena relacionada com o consumismo foi, ainda, filmada no hipermercado “Modelo” de Almeirim, tendo, para isso, a participação dos transeuntes sido fundamental no sucesso obtido durante as gravações desta cena. 4.5. Dados das Gravações As Gravações (em bruto) desta curta-metragem perfazem a totalidade de 31:55m. 5. Edição Depois das gravações totalmente realizadas e de todo o planeamento estar correctamente definido e concretizado, passou-se à edição do filme em si. Para isso utilizou-se o software Pinnacle Studio Plus 10 da casa Pinnacle Systems, Inc. (isto tanto para a captura de vídeo como para a posterior edição do mesmo). O formato utilizado foi “.avi”. 5.1. 1º Acto Em relação ao primeiro acto (que era o que necessitava de maior quantidade de edição e processamento) decidiu-se pegar nas imagens de trânsito conseguidas e, depois acelerar as mesmas cerca de 5x para a obtenção do resultado caótico desejado inicialmente. Em relação às imagens d programas televisivos, estas seriam, também aceleradas e até nalguns casos invertidas para obter, mais uma vez, o efeito desejado. No processo de edição surgiu a ideia de complementar algumas imagens com complementos visuais que desorientassem o espectador como barras verticais aleatórias e quadrados de cor que se moveriam pelas imagens (televisivas) durante esta parte do filme. Este último elemento servia também para exemplificar o vazio que muitas vezes nos é transmitido aquando o bombardeamento de informação que se queria representar. Por isso, muitas das vezes, optou-se por colocar tais elementos visuais sobre a boca e/ou olhos das pessoas que apareciam aleatoriamente nas reportagens. Para acompanhar as imagens criadas, optou-se pela música “Like Eating Glass” da banda britânica Block Party, extraída do álbum de 2005 “Silent Alarm”. Esta música, além de ser muito forte instrumentalmente, produzia o efeito desejado conjuntamente com o trecho de filme produzido. A decisão de a incorporar foi, por isso, praticamente instantânea. 5.2. 2º Acto A edição do 2º Acto foi muito mais subtil (recorrendo apenas a “fades” simples e pontuais) e apenas levantou alguns problemas quanto à música a escolher. No entanto e após vários testes com o filme criado para esta parte recorrendo a “fades” Realização de uma Curta-Metragem Temática 2008/2009 – 1º Semestre entre as várias cenas deste acto, decidiu-se optar pela música “Smithereens”, uma faixa de Annie Lennox do álbum de 2007, “Songs Of Mass Destruction”. A atmosfera criada por esta música em conjunção com as imagens que obtivemos foi o principal factor que pesou na escolha desta banda sonora para o acto que se estava a editar. Isto apesar de a letra não estar 100% adequada ao momento. Ainda assim, e após alguma discussão com algumas pessoas com melhor conhecimento de edição de vídeo e música, acabou-se por se decidir por esta faixa em detrimento de outras menos adequadas. 5.3. 3º Acto Quanto à edição do 3º Acto, sobre Solidão pareceu-nos óbvio escolher “Never Dream Alone” de Ashlee Simpson, do mais recente álbum “Bittersweet World” (2008). Achou-se que a letra desta música (e, também, a sua duração) se adequava particularmente nesta fase do filme e, por isso, após alguns ajustes com o material gravado, esta faixa acabou por entrar no corte final da curta-metragem. As técnicas de edição para esta parte do filme foram idênticas às utilizadas no acto anterior. 5.4. 4º Acto O último acto foi o mais difícil de editar, não pela sua complexidade mas sim pela variedade de temas que abrangia e pela heterogeneidade de imagens que continha. A escolha acabou por recair em “Lonely World” de Robin Thicke do álbum de 2006 “The Evolution of Robin Thicke”. Esta música que tinha estado em dúvida para o 2º Acto acabou por se enquadrar muito bem nesta fase do filme e, por isso, decidiu-se por fazer algumas alterações, nomeadamente no que consta à duração dos clipes, para que esta música se adequasse (já que a sua duração, cerca de 04:21m foi, desde o inicio um problema a resolver) no filme criado. A edição além de recorrer aos habituais “fades”, contou também com algumas técnicas de alteração de tempo das faixas (o inverso do que foi usado na edição do 1º Acto. No entanto, acho que o resultado obtido ficou muito bem conseguido, principalmente a integração com os créditos finais. 5.5. Créditos Finais Os créditos atrás referidos foram brindados com uma escolha (desta vez pessoal) de “Life In Technicolor” do álbum de 2008, “Viva La Vida or Death And All His Friends” da banda Coldplay. O estilo de letras utilizadas foi o mesmo que o que foi utilizado para o título do filme (Galeforce BTN) em cor vermelha. O tamanho da letra varia dos 34 aos 60 pontos (legendas menores - título do filme). Optou-se também por pôr como pano de fundo uma das cenas captadas para o 1º Acto, nomeadamente, algumas imagens de trânsito Página 3 de 4 IST – PORTFÓLIO PESSOAL – Relatório de Actividades 2008/2009 – 1º Semestre bastante simples com um tratamento de Filme Antigo a Preto e Branco aplicado às mesmas, o que, com os títulos escolhidos me pareceu resultar muito bem do ponto de vista visual. 6. Conclusões Quando optei por esta actividade para projecto de Portfolio Pessoal I, o meu objectivo principal era aproveitar algum do trabalho feito para uma (eventual) participação no prémio Zon Multimédia (coisa que nunca chegou a acontecer), mas também ter acesso a um mundo novo, mais visual e menos cinzento do que o da edição de código de informática: a edição de vídeo. O aspecto final desta curta-metragem, acho que é bastante satisfatório, tendo sido concretizados todos os aspectos e cenas que se pretendiam desde o inicio. Assim, os resultados obtidos resumem-se na seguinte listagem: 6.1. Título do Filme “Silentium” 6.2. Sinopse Uma curta-metragem de Henrique Delfina desenvolvida no âmbito da disciplina de Portfolio Pessoal I, que visa alertar para os problemas da sociedade moderna tais como a Solidão, Indiferença, Consumismo, Guerra e Frieza para com os que nos rodeiam. 6.3. Elenco Íris Plantier – Personagem Principal Firmino Serôdio – Rapaz do Banco/Multidão Gonçalo Pires – Multidão Ana Gabriel – Multidão Ana Joaquim - Multidão 6.4. As Cenas - 1º Acto: Desordem e Movimento. o Montagem com Imagens de trãnsito, capturas televisivas. - 2º Acto: Indiferença o Cena de contacto o Cena com Idoso - 3º Acto: Solidão o Cena da Igreja (Dia/Noite) - 4º Acto: Frieza, Consumismo e Guerra o Cena do Banco de Jardim o Cena da Multidão o Imagens de Guerra/Armamento o Cena do Consumismo - Créditos Finais Realização de uma Curta-Metragem Temática Página 4 de 4