UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA DEPARTAMENTO DE TECNOLOGIA CURSO DE ENGENHARIA CIVIL TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO Rafael Santos da Silva ANÁLISE DE RISCOS DE ACIDENTE NUM AMBIENTE DE TRABALHO : UM ESTUDO DE CASO Feira de Santana 2008 Rafael Santos da Silva ANÁLISE DE RISCOS DE ACIDENTE NUM AMBIENTE DE TRABALHO : UM ESTUDO DE CASO Trabalho de Conclusão de Curso da Universidade Estadual de Feira de Santana, apresentado à disciplina Projeto Final II como requisito parcial à obtenção de título de Bacharel em Engenharia Civil. Orientadora: Prof(a). Sarah Patrícia de Oliveira Rios Feira de Santana 2008 Rafael Santos da Silva ANÁLISE DE RISCOS DE ACIDENTE NUM AMBIENTE DE TRABALHO : UM ESTUDO DE CASO Trabalho de Conclusão de Curso para obtenção de Título de Bacharel em Engenharia Civil. Feria de Santana, setembro de 2008. Banca Examinadora: _______________________________________________________ Sarah Patrícia de Oliveira Rios -UEFS _______________________________________________________ Eduardo Antonio Lima Costa - UEFS _______________________________________________________ Sergio Tranzillo França - UEFS DEDICATÓRIA Aos meus pais, Antonio Bomfim Anes da Silva e Telma de Brito Santos da Silva e a minha irmã, Márcia Regina Santos da Silva, essência de meu aprendizado e pelo apoio imensurável ao longo de minha vida. AGRADECIMENTOS À Universidade Estadual de Feira de Santana, pela estrutura e qualidade do Curso de Engenharia Civil que me foram proporcionadas, principalmente pelos ensinamentos ministrados por seus docentes e pela dedicação de todos os funcionários. A Prof.(a) Sarah Patrícia de Oliveira Rios, pela competência e paciência demonstrada no período de minha orientação deste trabalho, conquistando minha admiração e estima. À EMBASA por ter autorizado e cedido material e local para a conclusão deste trabalho. A todos os amigos feitos na EMBASA, que direta e indiretamente contribuíram ao longo deste trabalho. A todos os colegas, amigos e irmãos feitos ao longo do curso de Engenharia Civil, que mesmo com seus nomes omitidos, direta ou indiretamente contribuíram para a minha formação como pessoa e profissional. CONSTRUÇÃO (Chico Buarque) “Amou daquela vez como se fosse a última Beijou sua mulher como se fosse a última E cada filho seu como se fosse o único E atravessou a rua com seu passo tímido Subiu a construção como se fosse máquina Ergueu no patamar quatro paredes sólidas Tijolo com tijolo num desenho mágico Seus olhos embotados de cimento e lágrima Sentou pra descansar como se fosse sábado Comeu feijão com arroz como se fosse um príncipe Bebeu e soluçou como se fosse um náufrago Dançou e gargalhou como se ouvisse música E tropeçou no céu como se fosse um bêbado E flutuou no ar como se fosse um pássaro E se acabou no chão feito um pacote flácido Agonizou no meio do passeio público Morreu na contramão atrapalhando o tráfego ...” RESUMO O Brasil apresenta um grande índice de acidentes de trabalho. Acidentes que, quando não interrompem a vida do trabalhador, podem deixar seqüelas permanentes, causar danos à saúde do trabalhador comprometendo sua força produtiva. Assim, considerando que esses acidentes geram custos à nação e principalmente afetam a saúde do trabalhador, como mencionado anteriormente, foi feito um estudo de caso num galpão industrial (destinado à manutenção de peças e equipamentos) apontando as fontes de riscos de acidentes geradas pela falta de adoção de medidas preventivas e corretivas e de investimentos em segurança no ambiente de trabalho. Na elaboração desse estudo de caso, primeiramente foi feita uma fundamentação teórica a respeito da Segurança do Trabalho e sobre os Acidentes de Trabalho, mostrando suas causas, conseqüências e medidas que podem minimizar e eliminar os riscos de acidentes, evitando danos à saúde do trabalhador e custos para a empresa. Em seguida foi feita uma análise dos dados sobre a evolução dos acidentes de trabalho no Brasil, mostrando os custos para a nação, a partir de informações da Previdência Social. Fez-se então a análise do ambiente de trabalho propriamente dito (no setor de manutenção da EMBASA – Feira de Santana). De posse desta análise, foram feitos 2 mapas de riscos: o primeiro mostrando riscos gerados pelas condições atuais do ambiente de trabalho; e o segundo, mostrando uma situação hipotética dos riscos de acidentes se houvesse a adoção de algumas medidas, a curto prazo, de melhorias do ambiente de trabalho. Foram feitas outras propostas de melhorias no ambiente de trabalho que podem ser empregadas a médio e longo prazo, que vão desde a adequação do atual prédio do setor à construção de um novo prédio. Este estudo de caso permitiu mostrar que: o setor de manutenção da EMBASA apresenta um ambiente de trabalho impróprio para as atividades que ali são desenvolvidas; a falta de controle administrativo no setor intensifica o grau de risco de acidentes; e comparando os dados da Previdência Social com relação aos custos com acidentes, pode-se fazer uma projeção através das condições do ambiente de trabalho do galpão industrial, que os custos com acidentes poderiam ser bem menores se houvesse investimentos em melhoria das condições de trabalho, e trariam também retorno tanto para a empresa, através do aumento da produtividade, quanto para o empregado, por ter a sua saúde e capacidade física protegidas no seu ambiente de trabalho. Palavras-Chave: Segurança do Trabalho, Acidentes do trabalho, Investimento, Prevenção. ABSTRACT Work accident index in Brazil is high. When work accident does not interrupt the worker life, it can cause health problems and may compromise the number of active workers. Thus, considering that these accidents cause costs to the nation and mainly affect the health of the worker, as mentioned previously, was a case study in an industrial shed (for the maintenance of parts and equipment) pointing the sources of risk of accidents caused by lack the adoption of preventive measures and corrective and investment in safety in the workplace. In compiling such a study case, initially, it was made a theoretical study about the work security and accidents in the work place, indicating causes, consequences and measures that can be take to minimize or eliminate accident risk, avoiding harms to the workers or economy and expenses to the company. Data on the evolution of work-accident in Brazil was assembled showing the nation expenditure with this issue based on INSS data. There was then an analysis of the working environment itself (in sector of maintaining EMBASA - Feira de Santana). With this analysis, were made 2 maps of risk: the first showing risks created by the current conditions of the working environment, and second, showing a hypothetical situation of the risk of accidents if there was the adoption of some measures in the short term, improvements the work environment. Have been other proposals for improvements in the work environment that can be employed in the medium and long term, ranging from the adequacy of the current building sector to construct a new building. This case study has shown that: the industry of maintaining EMBASA presents a working environment unfit for the activities that are developed there, the lack of administrative control in the industry intensifies the degree of risk of accidents, and comparing data from the Social Welfare with respect to costs related accidents, you can make a projection by the conditions of working environment for industrial shed, that the costs of accidents could be much smaller if there were investments in improving working conditions, and would also return both the company, through increased productivity, as to the employee, to have their health and physical capacity protected in their workplaces. Key word: Work security, work accident, investment, prevention. SUMÁRIO LISTA DE TABELAS 11 LISTA DE GRÁFICOS 12 LISTA DE FIGURAS 13 LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS 16 1 – INTRODUÇÃO 17 1.1 – JUSTIFICATIVA 18 1.2 – OBJETIVOS 18 1.2.1 – Geral 18 1.2.2 – Específico 18 1.3 – METODOLOGIA 2 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 19 20 2.1 - HISTÓRICO SOBRE A SEGURANÇA DO TRABALHO 20 2.2 – MARCOS DA SEGURANÇA DO TRABALHO NO BRASIL 21 2.3 - CONCEITO DE SEGURANÇA DO TRABALHO 23 2.4 – CONTRIBUIÇÕES DE HEINRICH E DE BIRD 24 2.5 – ASPECTOS CONCEITUAIS DE ACIDENTE DO TRABALHO 31 2.6 – RISCOS OU AGENTES AMBIENTAIS 33 a) Agentes Físicos 33 b) Agentes Químicos 33 c) Agentes Biológicos 34 d) Agentes Ergonômicos 34 e) Agentes Mecânicos 34 2.7 – MAPA DE RISCO 35 2.8 – ACIDENTES DE TRABALHO E SUAS CAUSAS 2.9- O CUSTO DOS ACIDENTES 2.9.1 Cálculo do custo do acidente (FUNDACENTRO) 2.10 – PREVENÇÃO DE ACIDENTES 3 – ACIDENTES DO TRABALHO NO BRASIL 3.1 – ESTATÍSTICA DOS ACIDENTES DE TRABALHO NO BRASIL 3.2 – GASTOS DOS ACIDENTES PARA O BRASIL 4 – ANÁLISE DE RISCO DO AMBIENTE DE TRABALHO 4.1 – ESCOLHA DA EMPRESA E DO SETOR. 4.1.1 – Apresentação da Empresa 4.1.2 – Setor analisado 4.2 – ANÁLISE DO AMBIENTE DE TRABALHO a) Instalação elétrica b) Circulação, iluminação e cobertura c) Materiais d) Equipamentos e mobiliário e) Equipamentos de segurança e placas de sinalização 36 37 38 39 41 41 48 50 50 50 51 55 55 60 62 63 66 5 – PROPOSTAS DE INVESTIMENTOS NO AMBIENTE DE TRABALHO 67 6 - CONCLUSÕES 73 7- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 75 ANEXOS 77 ANEXO 1 – RELAÇÃO DAS NORMAS REGULAMENTDORAS DE SEGURANÇA ANEXO 2 – RELAÇÃO DE EXAMES OCUPACIONAIS DE ACORDO COM OS RISCOS E A FUNÇÃO DO EMPREGADO ANEXO 3 – ORÇAMENTO DE REFORMA DA OFICINA (1) ANEXO 4 – ORÇAMENTO DE CONSTRUÇÃO DA OFICINA (2) ANEXO 5 – PROJETO DA OFICINA (2) ANEXO 6 – ORÇAMENTO DE CONSTRUÇÃO DO PRÉDIO ADMINISTRATIVO ANEXO 7 – PROJETO DO PRÉDIO ADMINISTRATIVO ANEXO 8 – AUTORIZAÇÃO DA EMBASA 78 79 81 83 85 86 88 89 LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Relação entre as representações das gravidades de risco. 35 Tabela 2 – Relação entre os tipos de riscos e as cores representadas no MAPA 36 DE RISCO. Tabela 3: Fatores responsáveis pelos atos e condições inseguras na construção. 37 Tabela 4 Acidentes e doenças de trabalho ocorrido no Brasil da década de 70 42 Tabela 5 Acidentes ocorridos no Brasil na década de 80 43 Tabela 6 Acidentes e doenças de trabalho ocorrido no Brasil na década de 90 44 Tabela 7 Média dos acidentes e doenças de trabalho ocorrido no Brasil,entre os anos de 1970 a 1999. 45 Tabela 8 Número de acidentes de trabalho no Brasil, entre os anos 2000 a 2006. 47 LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1 - Números de acidentes ao longo da década de 70 42 Gráfico 2 - Números de acidentes ao longo da década de 80 43 Gráfico 3 - Números de acidentes ao longo da década de 90 44 Gráfico 4 – Representação das médias dos acidentes de trabalho ocorrido no 45 Brasil, nas décadas de 70,80 e 90. Gráfico 5 – Representação da evolução dos acidentes de trabalho entre as 46 décadas de 70 e 90. Gráfico 6 – Representação da evolução dos óbitos ocorridos em decorrência dos acidentes de trabalho entre as décadas de 70 e 90. 46 LISTA DE FIGURAS Figura 1 – Seqüência de eventos que originam o acidente, segundo Heinrich. 25 Figura 2 – Triângulo de Heinrich (1931). 26 Figura 3 – Triângulo de Bird (1966). 26 Figura 4 – Comparação dos estudos realizados por Heinrich e Bird 27 Figura 5 – Seqüência de eventos que originam o acidente, segundo Heinrich e 28 Frank Bird (1931/1966) (FRANÇA, 2002). Figura 6 – Desencadeamento das quedas das peças originadas pela falta 29 controle administrativo. Figura 7 – Retirada da terceira peça da seqüência. 30 Figura 8 – Vista externa do setor de manutenção 51 Figura 9 – Croqui da planta baixa do setor de manutenção 52 Figura 10 – Ponte rolante utilizada para carga e descarga 53 Figura 11 – Tomada (1), danificada, sem identificação de voltagem e a fiação 56 elétrica exposta. Figura 12 – Tomada (2), danificada e sem a fiação elétrica 56 Figura 13 – Tomada (3), instalação exposta sem a presença de eletrodutos 56 Figura 14 – Detalhe da tomada (3), fiação da tomada colocada de maneira 56 improvisada e sem a identificação de voltagem Figura 15 – Mesa (4), chegada da rede elétrica na mesa, fiação sem dutos de 57 passagem, exposta. Figura 16 – Mesa (5), dutos inadequados para rede elétrica. 57 Figura 17 – Mesa (6), fixação improvisada da rede elétrica na mesa e sem a 57 presença de eletrodutos Figura 18 – Quadro de energia (7), dutos danificados. 58 Figura 19 – Quadro de energia (7), ligação improvisada com a fiação exposta 58 Figura 20 – Quadro de comando (7), matérias e moveis armazenados próximos 58 ao quadro Figura 21 – Caixa de tomada (8), rede elétrica danificada com a fiação exposta 59 Figura 22 – Caixa de tomada (9), instalação danificada 59 Figura 23 – Circulação (10), piso com buracos 60 Figura 24 – Circulação (11), equipamentos obstruindo local destinado a 60 circulação Figura 25 – Circulação (12), passagem de nível com pintura desgastada e 61 próxima a uma caixa de inspeção com a tampa quebrada Figura 26 – Detalhe da cobertura, telha quebrada (13). 62 Figura 27 – Lâmpadas armazenadas de forma improvisada próxima a área de carga e descarga, dentro de um recipiente de vidro quebrado (14) Figura 28 – Lâmpadas armazenadas no chão de forma inadequada (15) 62 62 Figura 29 – Armazenagem de material no setor de soldagem (16). 63 Figura 30 – Máquina de solda elétrica sem o conector para ser ligado na tomada 64 (17). Figura 31 – Tela de proteção adaptada a prensa pneumática (18). 64 Figura 32 – Banco quebrado, sem regulagem de altura e encosto lombar (19). 65 Figura 33 – Detalhe da mesa, com a extremidade irregular em metal pontiaguda (20). Figura 34 – Extintores de incêndio, faltando a sinalização adequada (21) 65 65 Figura 35 – Extintor de incêndio (22) 66 Figura 36 – Placa com restrição de acesso ao local (23) 66 Figura 37 – Placa alertando sobre as atividades realizadas no local (24) 66 Figura 38 – Adaptação ao efeito dominó proposto por Heinrch e Bird, ilustrando a queda das duas primeiras peças. Figura 39 – Representação esquemática dos pontos onde há estoque 68 69 inadequado de material. Figura 40 (a) – Mapa de risco levando em conta as condições atuais do ambiente de trabalho 71 Figura 40 (b) – Mapa de risco mostrando uma situação hipotética dos riscos de acidentes se houvesse a adoção de medidas a curto prazo de melhorias do ambiente de trabalho. 72 LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS APES – Associação Paranaense dos Engenheiros de Segurança CECA – Comunidade Européia do Carvão e do Aço CERB – Companhia de Engenharia Rural da Bahia CIPA – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes CLT – Consolidação das Leis do Trabalho DRT – Delegacia Regional do Trabalho EMBASA – Empresa Baiana de Águas e Saneamento EMBASA - ER – Empresa Baiana de Águas e Saneamento - Escritório Regional EPI – Equipamento de Proteção Individual MTE – Ministério do Trabalho e Emprego NRs – Normas Regulamentadoras NR – Normas Regulamentadora Ntep – Nexo Técnico Epidemiológico OIT – Organização Internacional do Trabalho OMS – Organização Mundial da Saúde PIB – Produto Interno Bruto PPRA – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais SESMET - Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho 1 – INTRODUÇÃO Os acidentes de trabalho, em sua grande maioria, acontecem por falta de cumprimento das normas de segurança e da falta de medidas prevencionistas por parte dos empresários dos diversos setores produtivos, como por exemplo, o da construção civil que, segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), é responsável por 22,8% dos casos de óbito por acidentes de trabalho, que não tem uma cultura de computar investimentos em ações de prevenção de acidentes e de doenças laborais. Não raro, e infelizmente, encontram-se ambientes de trabalho completamente inadequados que contribuem diretamente com estes índices. Por isso faz-se necessário a constante identificação e análise dos riscos de um ambiente de trabalho de modo que se possa interferir neste quadro alarmante de acidentes e óbitos registrados decorrentes de atividades laborais. Qualquer acidente de trabalho, além dos danos físicos, psicológicos e financeiros que causam ao trabalhador e à sua família, acarreta também prejuízos para a empresa e para a União. Além dos custos diretos com o acidentado, como o atendimento médico e a indenização paga pela Previdência, há também os custos indiretos que a empresa deve cobrir como salário pago ao acidentado no dia do acidente, os salários pagos aos colegas do acidentado, os quais deixaram de produzir para socorrer a vítima, as despesas decorrentes da manutenção de máquinas e equipamentos envolvidos no acidente e os prejuízos decorrentes de danos causados ao produto em processo. O preço a pagar é alto quer para o trabalhador, quer para a empresa, que é obrigada a pagar indenizações à família do trabalhador e vê a sua reputação manchada por acidentes desnecessários e, algumas vezes até por mortes, que em sua maioria são causados por falta de investimento em segurança, custo que poderia ser evitado por uma iniciativa simples que, os empresários insistem em não adotar: o investimento em segurança do trabalho e prevenção de acidentes. 1.1 JUSTIFICATIVA A escolha pelo tema Análise de Risco num Ambiente de Trabalho foi motivada pelo fato de que o Brasil gasta cerca de 4 % do PIB com os auxílios (doença, aposentadoria por invalidez etc.), ocasionados por acidentes no trabalho, sendo que 30% dos acidentes atingem mãos, dedos e punhos, gerados por condições precárias de trabalho (www.previdenciasocial. gov.br). Estes acidentes poderiam ser evitados com investimentos em melhorias do ambiente de trabalho. Sendo assim, optou-se por um estudo de caso em um setor que apresenta condições de trabalho consideradas precárias, buscando mostrar propostas de melhorias e investimentos que poderiam contribuir com a redução destes gastos e principalmente com a redução dos índices de acidentes e óbitos decorrentes de atividades laborais. 1.2 – OBJETIVOS 1.2.1 – Geral Realizar um estudo de caso em um ambiente de trabalho considerado precário, analisando os riscos de acidentes e destacando a importância da adoção de medidas preventivas e corretivas que venham a melhorar o ambiente de trabalho, através da eliminação/diminuição dos riscos de acidentes, pois os gastos provenientes de um acidente podem causar custos muito altos para o país, para empresa e principalmente para o trabalhador. 1.2.2 – Específicos Obter os conceitos relacionados à segurança do trabalho, custos (diretos e indiretos) dos acidentes de trabalho, prevenção e as medidas de segurança do trabalho. Verificar ou propor meios de prevenção de acidentes, num ambiente de trabalho, de modo a diminuir o grau de risco de acidentes. 1.3 – METODOLOGIA O desenvolvimento da proposta de monografia seguirá as seguintes etapas: 1. A obtenção da fundamentação teórica em segurança do trabalho, custos diretos e indiretos em acidentes do trabalho e sobre o significado de prevenção; 2. Através de estudos de dados estatísticos da previdência social, obter informações a respeito de gastos com acidentes de trabalho; 3. Selecionar uma empresa para fazer um levantamento de riscos e ocorrência de acidentes e, com autorização da mesma, realizar um estudo de caso. 4. Elaborar uma análise dos riscos de acidentes identificados. 5. Elaborar, em conjunto com a empresa, uma proposta de investimento em prevenção de acidentes, justificando-a de forma econômica e, acima de tudo, da valorização da saúde e segurança do trabalhador. 2 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 2.1 – HISTÓRICO SOBRE A SEGURANÇA DO TRABALHO1 A preocupação com a segurança do trabalhador teve marcos importantes em todo mundo ao longo dos anos, destacando-se: 1. Com o fim da Segunda Guerra Mundial, é assinada a Carta das Nações Unidas, em São Francisco, em 26 de junho de 1945, que estabelece nova ordem na busca da preservação, progresso social e melhores condições de vida das futuras gerações; 2. Em 1948, com a criação da OMS - Organização Mundial da Saúde estabelece-se o conceito de que a “saúde é o completo bem-estar físico, mental e social, e não somente a ausência de afecções ou enfermidades” e que “o gozo do grau máximo de saúde que se pode alcançar é um dos direitos fundamentais de todo ser humano”; 3. Em 10 de dezembro de 1948, a Assembléia Geral das Nações Unidas, aprova a Declaração Universal dos Direitos Humanos do Homem, que se constitui uma fonte de princípios na aplicação das normas jurídicas, que assegura ao trabalhador o direito ao trabalho, à livre escolha de emprego, as condições justas e favoráveis de trabalho e à proteção contra ao desemprego; o direito ao repouso e ao lazer, limitação de horas de trabalho, férias periódicas remuneradas, além de padrão de vida capaz de assegurar a si e a sua família saúde e bem-estar. Contudo, a reconstrução pós-guerra induz a sérios problemas de acidentes e doenças que repercutem nas atividades empresariais, tanto no que se refere às indenizações acidentárias, quanto ao custo pelo afastamento de empregados doentes. Impunha-se a criação de novos métodos de intervenção das causas de doenças e dos acidentes, recorrendo-se à participação inter-profissional; 4. Em 1949, a Inglaterra pesquisa a ergonomia, que objetiva a organização do trabalho em vista da realidade do meio ambiente laboral adequar-se ao homem; 1 Cronologia Histórica da Segurança do Trabalho (segundo a Associação Paranaense dos Engenheiros de Segurança – APES). 5. Em 1952, com a fundação da Comunidade Européia do Carvão e do Aço CECA, a questão voltou-se para a segurança e medicina do trabalho nos setores de carvão e aço, que até hoje estimula e financia projetos no setor; 6. Na década de 60 inicia-se um movimento social renovado, revigorado e redimensionado marcado pelo questionamento do sentido da vida, o valor da liberdade, o significado do trabalho na vida, o uso do corpo, notadamente nos países industrializados como a Alemanha, França, Inglaterra, Estados Unidos e Itália. 2.2 – MARCOS DA SEGURANÇA DO TRABALHO NO BRASIL2. No início da década de 70 o Brasil foi detentor do título de campeão mundial de acidentes, devido principalmente às condições de trabalho precárias, com isso foram surgindo varias medidas adotadas pelo governo com o intuito de mudar o atual cenário em que se encontrava, destacando-se: 1. No Brasil em 1919, por meio do Decreto Legislativo nº 3.724, de 15 de janeiro de 1919, implantaram-se serviços de medicina ocupacional, com a fiscalização das condições de trabalho nas fábricas. Com o advento da Segunda Guerra Mundial despertou-se uma nova mentalidade humanitária, na busca de paz e estabilidade social; 2. Em 1977, o legislador dedica no texto da CLT - Consolidação das Leis do Trabalho, por sua reconhecida importância Social, capítulo específico à Segurança e Medicina do Trabalho. Trata-se do Capítulo V, Título II, artigos 154 a 201, com redação da Lei nº 6.514/77. 3. O Ministério do Trabalho e Emprego, por meio da Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho, hoje denominado Departamento de Segurança e Saúde no Trabalho, regulamenta os artigos contidos na CLT por meio da Portaria nº 3.214/78, Normas Regulamentadoras - NRs. Com a publicação da Portaria nº 3214/78 se estabelece a concepção de saúde ocupacional. 4. Em 1979, a Comissão Intersindical de Saúde do Trabalhador, promove a Semana de Saúde do Trabalhador com enorme sucesso e em 1980 essa 2 manual prático, 2003 comissão se transforma no Departamento Intersindical de Estudos e Pesquisas de Saúde e dos Ambientes do Trabalho. Os eventos dos anos seguintes enfatizaram a eliminação do risco de acidentes, da insalubridade ao lado do movimento das campanhas salariais. Os diversos Sindicatos dos Trabalhadores, como o das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas, tiveram fundamental importância denunciando as condições inseguras e indignas observadas no trabalho. Com a Constituição de 1988 nasce o marco principal da etapa de saúde do trabalhador no nosso ordenamento jurídico. Está garantida a redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança. E, ratificadas as Convenções 155 e 161 da OIT, que também regulamentam ações para a preservação da Saúde e dos Serviços de Saúde do Trabalhador. As conquistas, pouco a pouco, vêm introduzindo novas mentalidades, sedimentando bases sólidas para o pleno exercício do direito que todos devem ter à saúde e ao trabalho protegido de riscos ou das condições perigosas e insalubres que põem em risco a vida, a saúde física e mental do trabalhador. A proteção à saúde do trabalhador fundamenta-se, constitucionalmente, na tutela “da vida com dignidade”, e tem como objetivo primordial a redução do risco de doença, como exemplifica o art. 7º, inciso XXII, e também o art. 200, inciso VIII, que protege o meio ambiente do trabalho, além do art. 193, que determina que “a ordem social tem como base o primado do trabalho, e como objetivo o bem-estar e a justiça sociais”. Posteriormente, o Ministério do Trabalho, por meio da Portaria nº 3.067, de 12.04.88, aprovou as cinco Normas Regulamentadoras Rurais (revogadas pela Portaria GM n.º 262, 29/05/2008). A Portaria SSST nº 53, de 17.12.97, aprovou a NR 29 - Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho Portuário. Atuando de forma tripartite o Ministério do Trabalho e Emprego, divulga para consulta pública a Portaria SIT/SST nº 19 de 08.08.01, publicada no DOU de 13.08.01, para a criação da NR nº 30 - Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho Aquaviário. Em 06.11.02 foi publicada no DOU a Portaria nº 30, de 22.10.02, da Secretaria de Inspeção do Trabalho, do Ministério do Trabalho e Emprego - MTE, divulgando para consulta pública proposta de texto de criação da Norma Regulamentadora Nº 31 - Segurança e Saúde nos Trabalhos em Espaços Confinados. No ano de 2003 há o advento da PNSST (Política Nacional de Segurança e Saúde do Trabalhador). A PNSST assenta-se em diretrizes que definem responsabilidades institucionais, mecanismos de financiamento, gestão, acompanhamento e controle social, alinhados com a realidade política, social e econômica. Busca superar a fragmentação e a desarticulação tradicionalmente presentes nas ações governamentais voltadas para a área. Além de estar relacionada com as políticas dos ministérios do Trabalho, Saúde, Previdência e Meio Ambiente, apresenta interfaces com as políticas econômicas dos ministérios da Indústria e Comércio, Agricultura, Ciência e Tecnologia, Educação e Justiça, em perspectivas intersetorial e transversal, o que é fundamental para sua efetiva implementação como uma política global de governo. Em 2005 é aprovada a Norma Regulamentadora n.º 32 (Segurança e Saúde no Trabalho em Estabelecimentos de Saúde). No ano de 2008 são revogadas as Normas Regulamentadoras Rurais através da portaria GM n.º 191, 15/04/2008 e a Norma Regulamentadora n.º 27, através da Portaria GM n.º 262, 29/05/2008. 2.3 – CONCEITO DE SEGURANÇA DO TRABALHO Segurança do trabalho pode ser definida como uma ciência que busca a proteção da integridade e da capacidade do trabalhador em seu local de trabalho, com o objetivo da prevenção de riscos e de acidentes nas atividades de trabalho. Segurança do Trabalho estuda diversas disciplinas como a Segurança, Higiene e Medicina do Trabalho, Prevenção e Controle de Riscos em Máquinas, Equipamentos e Instalações, entre outras (AREASEG). A Segurança do Trabalho é regida por normas e leis. No Brasil, a Legislação de Segurança do Trabalho compõe-se de Normas Regulamentadoras (ANEXO 1), outras leis complementares, como portarias e decretos e também as Convenções Internacionais da Organização Internacional do Trabalho, ratificadas pelo Brasil (Manuais de Legislação, 2003). 2.4 – CONTRIBUIÇÕES DE HEINRICH E DE BIRD Heinrich desenvolveu uma teoria que mostra que o acidente e conseqüentemente a lesão são causados por alguma causa anterior, alguma coisa onde se encontra o homem, e todo acidente é causado, ele nunca acontece (AQUINO, 1996). É causado porque o homem não se encontra devidamente preparado e comete atos inseguros, ou então existem condições inseguras que comprometem a segurança do trabalhador, portanto, os atos inseguros e as condições inseguras constituem o fator principal na causa dos acidentes (FRANÇA, 2002). Heinrich imaginou, partindo da personalidade, demonstrar a ocorrência de acidentes e lesões com o auxilio de cinco pedras de dominós como pode ser visto na figura 1; a primeira representando a personalidade; a segunda as falhas humanas, no exercício do trabalho; a terceira as causas de acidentes (atos e condições inseguras); a quarta, o acidente e a quinta, as lesões (http://www.geocities.com/Athens/Troy/8084/idx_acid.htm). 1. Personalidade – ao iniciar o trabalho em uma empresa, o trabalhador traz consigo um conjunto de características positivas e negativas, de qualidades e defeitos, que constituem a sua personalidade. Esta se formou através dos anos, por influência de fatores hereditários e do meio social e familiar em que o indivíduo se desenvolveu. Algumas dessas características (irresponsabilidade, temeridade, teimosia, etc.) podem se constituir em razões próximas para a prática de atos inseguros ou para a criação de condições inseguras. 2. Falhas humanas – devido aos traços negativos de sua personalidade, o homem seja qual for a sua posição hierárquica, pode cometer falhas no exercício do trabalho, do que resultarão as causas de acidentes. 3. Causas de acidentes – estas englobam as condições inseguras e os atos inseguros. 4. Acidente – sempre que existirem condições inseguras ou forem praticados atos inseguros, pode-se esperar as suas conseqüências, ou seja, a ocorrência de um acidente. 5. Lesões – toda vez que ocorre um acidente, corre-se o risco de que o trabalhador venha a sofrer lesões, embora nem sempre o acidente provoque lesões. Figura 1 – Seqüência de eventos que originam o acidente, segundo Heinrich. Desde que não se consegue eliminar os traços negativos da personalidade, surgirão em conseqüência, falhas no comportamento do homem no trabalho, de que podem resultar atos inseguros e condições inseguras, as quais poderão levar ao acidente e às lesões, quando isso ocorrer, tombando a pedra "personalidade" ela ocasionará a queda, em sucessão de todas as demais. Deve-se procurar eliminar as causas de acidentes, sem que haja preocupação em modificar a personalidade de quem quer que seja, para tanto, deve-se buscar a eliminação tanto das condições inseguras, como também, deve-se procurar que os operários não pratiquem atos inseguros, o que se pode conseguir através da criação nos mesmos, da consciência de segurança, de tal sorte que a prática da segurança, em suas vidas, se transforme em um verdadeiro hábito. A filosofia de que os acidentes também poderiam gerar danos à propriedade (acidentes sem lesões) foi introduzida por Heinrich, a partir de 1931. Nos estudos que realizou, em 1500 empresas dos Estados Unidos, Heinrich conseguiu demonstrar que, para cada acidente com lesão incapacitante, havia 29 acidentes que produziam lesões não incapacitantes (leves) e 300 acidentes sem lesões (De Cicco & Fantazzini, 1985).Os dados levaram aos resultados mostrados na Figura 2. Figura 2 – Triângulo de Heinrich (1931). Durante o período de 1959 a 1966, o engenheiro Frank Bird Jr. empreendeu uma pesquisa na qual analisou mais de 90 mil acidentes ocorridos em uma empresa siderúrgica americana, e atualizou a relação estabelecida por Heinrich, desenvolvendo a proporção 1:100:500 (Figura 3). Ou seja, para cada uma lesão incapacitante, existiam 100 lesões não incapacitantes e 500 acidentes com danos à propriedade (De Cicco & Fantazzini, 1985). Figura 3 – Triângulo de Bird (1966). Os dados obtidos permitiram que Bird desenvolvesse a sua teoria intitulada de “Controle de Danos”. Um programa de Controle de Danos é aquele que requer a identificação, registro e investigação de todos os acidentes com danos à propriedade, e a determinação do seu custo para a empresa. Além disso, todas essas medidas deverão ser seguidas de ações preventivas (De Cicco & Fantazzini, 1985). Segundo Tavares (1996) e De Cicco & Fantazzini (1985), Bird ainda ampliou o seu referencial de estudo analisando acidentes ocorridos em 297 empresas, as quais representavam 21 grupos de indústria diferentes, com um total de 1.750.000 operários que trabalharam mais de 3 bilhões de horas durante o período de exposição. Assim sendo, obteve a seguinte proporção: 1:10:30:600. Para cada acidente com lesão incapacitante, havia 10 acidentes com lesões leves, 30 acidentes com danos à propriedade e 600 acidentes sem lesão ou danos visíveis (quase-acidentes). Estes dados podem ser observando-se a Figura 4. Figura 4: Comparação dos estudos realizados por Heinrich e Bird FONTE: Tavares, 1996. A seqüência de dominós de Heinrich pode ser associada aos estudos de Bird como pode ser vista na figura 5. Figura 5 – Seqüência de eventos que originam o acidente, segundo Heinrich e Frank Bird (1931/1966) (FRANÇA, 2002). A primeira peça é o CONTROLE ADMINISTRATIVO a qual relaciona as funções que a administração deve conhecer e praticar: · Planejamento. · Organização. · Direção. · Controle. A falta de controle administrativo gera a queda da primeira peça e desencadeia a queda da próxima (CAUSA BÁSICA), ou seja, o surgimento das outras causas (Figura 6). Figura 6 – Desencadeamento das quedas das peças originadas pela falta de controle administrativo. As CAUSAS BÁSICAS estão relacionadas diretamente a dois fatores; 1. Fatores Pessoais: · Falta de conhecimento ou capacidade. · Erros operacionais. · Movimentação incorreta. · Problemas físicos ou mentais. 2. Fatores do Trabalho: · Normas inadequadas de trabalho. · Projetos inadequados. · Manutenção inadequada. · Normas inadequadas de compras. · Desgastes anormais para uso de ferramentas, materiais e equipamentos. · Uso anormal de ferramentas, materiais e equipamentos. Existindo a CAUSA BÁSICA pode originar a CAUSA IMEDIATA, ainda assim existe a possibilidade de evitar o acidente, retirando a terceira peça (CAUSA IMEDIATA). Desse modo evita o contato em seqüência entre as peças seguintes, com isso evita-se o acidente e em posterior a lesão (Figura 7). Figura 7 – Retirada da terceira peça da seqüência. As CAUSA IMEDIATAS estão relacionadas a atos e condições sub-padrões de trabalho, definidos por Atos inseguros e Condições inseguras. Existindo atos e condições inseguras há um potencial de ocorrência de um acidente, ou seja, o incidente. Os incidentes que dão resultados a danos humanos ou materiais, em sua grande parte envolvem o contato com uma fonte de energia. A proporção de 1 : 10 : 30 : 600 indica que a maioria dos incidentes que se produzem não dão origem a perdas. Desencadeada a seqüência completa, tem-se como resultado a perda, que está relacionada com as pessoas ou a propriedade. 2.5 – ASPECTOS CONCEITUAIS DE ACIDENTE DO TRABALHO Definição satisfatória para acidente de trabalho não se encontra em dicionários e enciclopédias. Acontecimento imprevisto, infortúnio e aquilo que sobrevém repentinamente são algumas das definições vocabulares, que apenas se relacionam com certos aspectos do acidente do trabalho (ZOCCHIO, 2002). De acordo com o artigo 19 da lei 8.213 (Previdência Social), publicada em 24 de julho de 1991, a definição de acidente de trabalho é:"o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa, ou pelo exercício do trabalho do segurado especial, provocando lesão corporal ou perturbação funcional, de caráter temporário ou permanente". Essa lesão pode provocar a morte, perda ou redução da capacidade para o trabalho. A lesão pode ser caracterizada apenas pela redução da função de determinado órgão ou segmento do organismo, como os membros. Incidente de Trabalho: é o termo utilizado para designar um “quase acidente”, é uma situação em que houve um risco e uma exposição simultânea a ele, mas não houve lesões e perdas materiais. Ainda segundo a lei 8.213 consideram-se e equiparam-se aos acidentes de trabalho através de seus artigos 20 e 21, temos : Artigo 20 I - doença profissional, assim entendida a produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a determinada atividade constante da respectiva relação elaborada pelo Ministério da Previdência Social; II - doença do trabalho, assim entendida a adquirida ou desencadeada em função de condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente, constante da respectiva relação elaborada pelo Ministério da Previdência Social. Não são consideradas como doença do trabalho: a) doença degenerativa b) a inerente a grupo etário; c) a que não produza incapacidade laborativa; d) a doença endêmica adquirida por segurado habitante de região em que ela se desenvolva, salvo comprovação de que é resultante de exposição ou contato direto determinado pela natureza do trabalho. Artigo 21: Equiparam-se ao acidente do trabalho: I - o acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha sido a causa única, haja contribuído diretamente para a morte do segurado, para redução ou perda da sua capacidade para o trabalho, ou produzido lesão que exija atenção médica para a sua recuperação; II - o acidente sofrido pelo segurado no local e no horário do trabalho, em conseqüência de: a) ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado por terceiro ou companheiro de trabalho; b) ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por motivo de disputa relacionada ao trabalho; c) ato de imprudência, de negligência ou de imperícia de terceiro ou de companheiro de trabalho; d) ato de pessoa privada do uso da razão; e) desabamento, inundação, incêndio e outros casos fortuitos ou decorrentes de força maior; III - a doença proveniente de contaminação acidental do empregado no exercício de sua atividade; IV - o acidente sofrido pelo segurado, ainda que fora do local e horário de trabalho: a) na execução de ordem ou na realização de serviço sob a autoridade da empresa; b) na prestação espontânea de qualquer serviço à empresa para lhe evitar prejuízo ou proporcionar proveito; c) em viagem a serviço da empresa, inclusive para estudo quando financiada por esta dentro de seus planos para melhorar capacitação da mão-de-obra, independentemente do meio de locomoção utilizado, inclusive veículo de propriedade do segurado; d) no percurso da residência para o local de trabalho ou deste para aquela, qualquer que seja o meio de locomoção, inclusive veículo de propriedade do segurado; V - nos períodos destinados à refeição ou descanso, ou por ocasião da satisfação de outras necessidades fisiológicas, no local de trabalho ou durante este, o empregado é considerado no exercício do trabalho. Não é considerada agravação ou complicação de acidente do trabalho a lesão que, resultante de acidente de outra origem, se associe ou se superponha às conseqüências do anterior. A maior parte dos acidentes do trabalho é o somatório de diversos fatores ligados ao setor de produção, como material, equipamentos, trabalhadores e ambiente de trabalho. 2.6 – RISCOS OU AGENTES AMBIENTAIS Risco pode ser definido como “a combinação da probabilidade e conseqüência da ocorrência de um evento perigoso e da severidade da lesão ou dano à saúde das pessoas causada por esse evento” (ILO, 2001). São considerados agentes ambientais os riscos existentes nos ambientes de trabalho que, em função de sua natureza, concentração ou intensidade e tempo de exposição, são capazes de causar danos à saúde do trabalhador, e são definidos pela NR-9 como : a) Agentes Físicos – são as diversas formas de energia que possam estar exposto os trabalhadores. São considerados riscos físicos: · Ruídos; · Calor; · Vibrações; · Pressões Anormais; · Radiações; · Umidade. b) Agentes Químicos – são as substâncias, compostos ou produtos que possam penetrar no organismo pela via respiratória, ou que, pela natureza da atividade de exposição, possam ter contato ou ser absorvidos pelo organismo através da pele ou por ingestão. Classificam-se em: · Poeiras; · Fumos; · Névoas; · Gases; · Vapores; · Neblinas e substâncias; · Compostos e produtos químicos em geral. c) Agentes Biológicos – são as bactérias, fungos, bacilos, vírus, entre outros. Os riscos biológicos ocorrem por meio de microorganismos que, em contato com o homem, podem provocar inúmeras doenças. Muitas atividades profissionais favorecem o contato com tais riscos. d) Agentes Ergonômicos – são um conjunto de parâmetros que devem ser estudados e implementados de forma a permitir a adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar um máximo de conforto, segurança e desempenho eficiente. São considerados riscos ergonômicos: · Esforço físico; · Levantamento de peso; · Postura inadequada; · Controle rígido de produtividade; · Situação de estresse; · Trabalhos em período noturno; · Jornada de trabalho prolongada; · Monotonia e repetitividade; · Imposição de rotina intensa. A Organização Internacional do Trabalho (OIT) define a ergonomia como “a aplicação das ciências biológicas humanas em conjunto com os recursos e técnicas da engenharia para alcançar o ajustamento mútuo, ideal entre o homem e o seu trabalho, e cujos resultados se medem em termos de eficiência humana e bem-estar no trabalho" (OIT – 2004). e) Agentes Mecânicos – de acordo com a NR 9 – São os que se originam das atividades mecânicas, que envolve máquinas e equipamentos. São considerados como riscos geradores de acidentes: · Arranjo físico inadequado; · Máquinas e equipamentos sem proteção; · Ferramentas inadequadas, ou defeituosas; · Eletricidade; · Incêndio ou explosão; · Armazenamento inadequado. 2.7 – MAPA DE RISCO Os riscos ambientais, descritos anteriormente, podem ser representados graficamente sobre a planta baixa da empresa através de um levantamento dos pontos de risco de acidente, identificando situações e locais potencialmente perigosos, com o intuito de alertar os trabalhadores que venham a trabalhar no local. Essa representação é denominada de MAPA DE RISCO. O Diário Oficial da União de 20 de agosto de 1992 publicou uma portaria do Departamento Nacional de Segurança e Saúde do Trabalhador (DNSST) implantando a obrigatoriedade da elaboração de mapas de riscos pelas Comissões Internas de Prevenção de Acidentes (CIPAS) nas empresas (http://www.btu.unesp.br/cipa/mapaderisco.htm). O mapa deve ser colocado em um local visível para alertar a os trabalhadores sobre os perigos existentes naquela área. Os riscos serão simbolizados por círculos de três tamanhos distintos: pequeno, médio e grande, com diâmetros na proporção de 1: 2: 4, respectivamente (Tabela 1). Estes tipos são agrupados em cinco grupos classificados pelas cores vermelho, verde, marrom, amarelo e azul. Cada grupo corresponde a um tipo de agente: químico, físico, biológico, ergonômico e mecânico (Tabela 2). Tabela 1 – Relação entre as representações das gravidades de risco. GRAVIDADE PEQUENA MÉDIA GRANDE PROPORÇÃO 1 2 4 Tabela 2 – Relação entre os tipos de riscos e as cores representadas no MAPA DE RISCO. TIPO DE RISCO FÍSICO QUÍMICO BIOLÓGICO ERGONÔMICO MECÂNICO COR VERDE VERMELHO MARROM AMARELO AZUL Na elaboração de um MAPA DE RISCO a idéia é que os membros da CIPA façam um levantamento dos riscos de acidentes do ambiente de trabalho. Na planta da seção, exatamente no local onde se encontra o risco.Quando num mesmo local houver incidência de mais de um risco de igual gravidade, utiliza-se o mesmo circulo, dividindo-o em partes, pintando-as com cor correspondente ao risco. Dentro dos círculos deverão ser anotados o numero de trabalhadores expostos ao risco e o nome do risco (http://www.uff.br/ enfermagem dotrabalho/mapaderisco). A empresa receberá o levantamento e terá 30 dias para analisar e negociar com os membros da CIPA ou do Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT), se houver, prazos para providenciar as alterações propostas. Caso estes prazos sejam descumpridos, a CIPA deverá comunicar a Delegacia Regional do Trabalho DRT. 2.8 – ACIDENTES DO TRABALHO E SUAS CAUSAS Segundo a FUNDACENTRO (1980), as principais causas de acidentes de trabalho podem ser agrupadas em dois blocos, a saber: a) causas objetivas – englobam as causas que se vinculam aos métodos e utensílios de trabalho. São as condições inseguras de trabalho que colocam em risco as máquinas, os equipamentos e a integridade física e mental do trabalhador. b) causas subjetivas – englobam as causas que dependem da pessoa do trabalhador. São os atos inseguros que, conscientes ou não, podem provocar algum dano a ele ou mesmo às máquinas e aos materiais e equipamentos. Podem-se relacionar alguns dos principais fatores que, segundo a FUNDACENTRO (1980), levam a atos inseguros ou a condições inseguras na construção civil (Tabela 3). Tabela 3: Fatores responsáveis pelos atos e condições inseguras na construção. Fonte: FUNDACENTRO (1980) 2.9 – O CUSTO DOS ACIDENTES O custo com acidente de trabalho é muito alto: para o empregado que passa por dor física, readaptação ao trabalho, problemas psicológicos: para a família que tem aumento das despesas com cuidados especiais, para a empresa que gasta com perda de produção, despesas com o acidentado, com recrutamento, seleção, com a readaptação do acidentado, etc.: para a nação gera redução na força de trabalho. Os custos diretos envolvem diretamente gastos com o acidentando, como o pagamento de salário ao acidentado durante o período de afastamento incide também nos custos diretos as contribuições mensais pagas pelo empregador à Previdência Social. O empregador, pessoa física ou jurídica, além de descontar e recolher à seguridade as contribuições do empregado é obrigado a contribuir sobre a folha de salários, da seguinte forma (Ministério da Previdência Social): · 1%, 2% ou 3% sobre o salário de seus empregados, de acordo com o grau de risco da atividade da empresa; · 12%, 9% ou 6% exclusivamente sobre o salário do empregado, cuja atividade exercida ensejar a concessão de aposentadoria aos 15, 20 ou 25 anos de contribuição – Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social (GFIP). Os custos indiretos são custos imensuráveis (MICHEL, 2001) variam muito de acidente a acidente. As principais despesas relacionadas a esses custos são: · Tempo perdido pelo acidentado e pelos colegas; · Tempo perdido na investigação do acidente; · Tempo perdido na seleção e formação de um substituto mesmo temporário; · Tempo perdido na impressão causada aos colegas; · Diminuição do rendimento no momento em que regressar ao trabalho; · Quebra natural da produção; · Perdas com reparação do equipamento e danos materiais; · Não cumprir prazos de entrega; · Deterioração da imagem da empresa no mercado. 2.9.1 Cálculo do custo do acidente. (FUNDACENTRO) Pesquisa feita pela FUNDACENTRO revelou a necessidade de modificar os conceitos tradicionais de custos de acidentes e propôs uma nova sistemática para a sua elaboração, com enfoque prático, denominada Custo Efetivo dos Acidentes, como descrito a seguir: Ce = C – i o Ce=Custo efetivo do acidente. o C=Custo do acidente. o i= Indenizações e ressarcimento recebidos por meio de seguro ou de terceiros (valor líquido). C = C1 + C2 + C3 o C1= Custo correspondente ao tempo de afastamento (até os 15 primeiros dias) em conseqüência de acidente com lesão; o C2= Custo referente aos reparos e reposições de máquinas, equipamentos e materiais danificados (acidentes com danos a propriedade); o C3= Custo complementares relativos as lesões (assistência médica e primeiro socorros) e os danos a propriedade (outros custos operacionais, como os resultantes de paralisações, manutenções e lucros interrompidos). 2.10 – PREVENÇÃO DE ACIDENTES Como visto anteriormente os acidentes de trabalho geram custos muitos altos, que podem ser eliminados através da adoção de medidas (Prevenção) que venham a combater os riscos de acidentes e com isso a ocorrência de acidentes. A prevenção de acidentes visa o combate aos riscos existentes no ambiente de trabalho de modo a evitar que ele possa gerar um futuro acidente. Um dos principais procedimentos formais de controle para acompanhar a alcançar os objetivos de um programa de segurança é a Inspeção de Segurança, que permite identificar os riscos antes que eles venham a provocar lesões ou acidentes. A Inspeção de Segurança demonstra o interesse da administração da empresa na preservação da integridade física dos empregados. Sendo que a mesma não deve ser feita para apurar falhas ou culpas de modo a se concluir com uma punição, e sim antes de tudo ser construtiva com a finalidade precípua de evitar acidentes. Os riscos mais comuns encontrados em uma Inspeção de Segurança são (Zocchio, 2002): · Falta de proteção nas máquinas; · Falta de ordem e limpeza; · Má conservação das ferramentas; · Iluminação e instalações elétricas deficientes; · Obstrução de portas e outros meios de saída; · Equipamentos de proteção a incêndio em mau estado ou insuficiente. Os atos inseguros e condições de insegurança são as CAUSAS BÁSICAS, isto é, os sintomas dos acidentes, onde as condições inseguras surgem principalmente devido as seguintes causas: · O desgaste normal ou anormal dos equipamentos, ferramentas e instalações; · O fator pessoal de insegurança praticado pelo pessoal provocando condições que poderão acarretar acidente. As Condições Inseguras que devem ser observadas nas inspeções são: · Falta de avisos ou avisos inadequados, falta de proteção nos equipamentos e máquinas; · Falta de sistemas de alarmes, ou alarmes inadequados; · Condições de inflamabilidade ou explosão; · Condições de instabilidade de materiais ou equipamentos · Ausência de organização e limpeza; · Objetos que ficam sobressaindo em áreas de circulação; · Congestionamento da área de trabalho; · Condições ambientais insalubres devido a riscos químicos; · Condições ambientais insalubres devido a riscos físicos; · Ferramentas, equipamentos e materiais defeituosos; · Estocagem imprópria; · Vestuário inadequado ao serviço. 3 – ACIDENTES DO TRABALHO NO BRASIL 3.1 – ESTATÍSTICA DOS ACIDENTES DE TRABALHO NO BRASIL O Brasil foi o primeiro país a ter um serviço obrigatório de segurança e medicina do trabalho em empresas com mais de 100 funcionários (www.sesipr.org.br/saude/ FreeComponent81content55394.shtml). No dia 27 de julho de 1972 o governo militar baixou portaria obrigando a instalação de serviço de segurança e medicina do trabalho nas empresas com mais de 100 trabalhadores. Esta data foi escolhida para ser o Dia Nacional de Prevenção de Acidentes de Trabalho ou, como também é conhecida, o Dia do Cipeiro. Era um período de fragilidade no tocante à segurança dos trabalhadores no Brasil. O número de acidentes de trabalho era tamanho que começaram a surgir pressões exigindo políticas de prevenção, inclusive com ameaças do Banco Mundial de retirar empréstimos do país caso o quadro continuasse. Mesmo assim o Brasil chegou a ocupar na década de 70, o primeiro lugar, no ranking mundial, em acidentes de trabalho, com uma média de 1.575.566 acidentes (Tabela 4 e Gráfico 1), na década de 80 houve uma pequena redução, onde esse número passou para 1.118.071 (Tabela 5 e Gráfico 2). Esses números alarmantes só tiveram uma redução considerável a partir da década de 90 com uma média de 470.210 acidentes (Tabela 6 e Gráfico 3), uma redução comparada com as décadas de 70 e 80 de 70% e 57,94 %, respectivamente. O índice de acidentes de trabalho no Brasil pode ser bem maior do que os mostrados pelas estatísticas uma vez que dos cerca de 70 milhões de trabalhadores assalariados, somente 33% (que corresponde a 25 milhões de trabalhadores), têm carteira de trabalho assinada e emprego registrado e esses que podem entrar nas estatísticas da previdência e do SUS.. Entre estes não estão os funcionários públicos, os trabalhadores ditos “informais” e uma expressiva parcela de trabalhadores rurais (http://www.pco.org.br/conoticias/mov_operario). Tabela 4 Acidentes e doenças de trabalho ocorrido no Brasil da década de 70 Acidentes Ano Trabalhadores Típico Trajeto Doenças Total de acidentes Acidente/ 100mil trab. Óbitos /100 mil Óbitos trab. 1970 7.284.022 1.199.672 14.502 5.937 1.220.111 16.750,51 2.232 31 1971 7.553.472 1.308.335 18.138 4.050 1.330.523 17.614,72 2.587 34 1972 8.148.987 1.479.318 23.389 2.016 1.504.723 18.465,15 2.854 35 1973 10.956.956 1.602.517 28.395 1.784 1.632.696 14.901,00 3.173 29 1974 11.537.024 1.756.649 38.273 1.839 1.796.761 15.573,87 3.833 33 1975 12.996.796 1.869.689 44.307 2.191 1.916.187 14.743,53 4.001 31 1976 14.945.489 1.692.833 48.394 2.598 1.743.825 11.667,90 3.900 26 1977 16.589.605 1.562.957 48.780 3.013 1.614.750 9.733,50 4.445 27 1978 16.638.799 1.497.934 48.511 5.016 1.551.461 9.324,36 4.342 26 1979 17.637.127 1.388.525 52.279 3.823 1.444.627 8.190,83 4.673 26 12.428.828 1.535.843 36.497 3.227 1.575.566 13.696,54 3.604 30 Média anos 70 Fonte INSS (2003), Tabela adaptada pelo autor. Gráfico 1 - Números de acidentes ao longo da década de 70 Tabela 5 Acidentes ocorridos no Brasil na década de 80 Acidentes Ano Trabalhadores Típico Trajeto Doenças Total de acidentes Acidentes/ Óbitos/ 100mil Óbitos 100mil trab. trab. 1980 18.686.355 1.404.531 55.967 3.713 1.464.211 7.835,72 4.824 26 1981 19.188.536 1.215.539 51.722 3.204 1.270.465 6.620,96 4.808 25 1982 19.476.362 1.117.832 57.874 2.766 1.178.472 6.050,78 4.496 23 1983 19.671.128 943.110 56.989 3.016 1.003.115 5.099,43 4.214 21 1984 19.673.915 901.238 57.054 3.233 961.525 4.887,31 4.508 23 1985 21.151.994 1.010.340 63.515 4.006 1.077.861 5.095,79 4.384 21 1986 22.163.827 1.129.152 72.693 6.014 1.207.859 5.449,69 4.578 21 1987 22.617.787 1.065.912 64.830 6.382 1.137.124 5.027,57 5.738 25 1988 23.661.579 926.354 60.202 5.025 991.581 4.190,68 4.616 20 1989 Média anos 80 24.486.553 825.081 58.524 4.838 888.443 3.628,29 4.554 19 21.077.804 1.053.909 59.937 4.220 1.118.066 5.388,62 4.672 22 Fonte INSS (2003), Tabela adaptada pelo autor. Gráfico 2 - Números de acidentes ao longo da década de 80 Tabela 6 Acidentes e doenças de trabalho ocorrido no Brasil na década de 90 Acidentes Ano Trabalhadores Típico Trajeto Doenças Total de acidentes Acidentes Óbitos/ /100mil 100mil trab. Óbitos trab. 1990 23.198.656 623.012 56.343 5.217 684.572 2.950,91 5.355 23 1991 23.004.264 579.362 46.679 6.281 632.322 2.748,72 4.527 20 1992 22.272.843 490.916 33.299 8.299 532.514 2.390,87 3.516 16 1993 23.165.027 374.167 22.709 15.417 412.293 1.779,81 3.110 13 1994 23.667.241 350.210 22.824 15.270 388.304 1.640,68 3.129 13 1995 23.755.736 374.700 28.791 20.646 424.137 1.785,41 3.967 17 1996 23.830.312 325.870 34.696 34.889 395.455 1.659,46 4.488 19 1997 24.104.428 347.482 37.213 36.648 421.343 1.747,99 3.469 14 1998 24.491.635 347.738 36.114 30.489 414.341 1.691,77 3.793 15 1999 24.993.265 326.404 37.513 23.903 387.820 1.551,70 3.896 16 Média anos 90 23.648.341 413.986 35.618 19.706 469.310 1.994,731 3.925 17 Fonte INSS (2003), Tabela adaptada pelo autor. Gráfico 3 - Números de acidentes ao longo da década de 90 Tabela 7 - Média dos acidentes e doenças de trabalho ocorrido no Brasil, entre os anos de 1970 a 1999. Acidentes Ano Média anos 70 Média anos 80 Média anos 90 Média Trabalhadores Típico Trajeto Doenças Total de acidentes Acidentes/ Óbitos/ 100mil 100mil trab. Óbitos trab. 12.428.828 1.535.843 36.497 3.227 1.575.566 12.676,71 3.604 30 21.077.804 1.053.909 59.937 4.220 1.118.066 5.304,47 4.672 22 23.648.341 413.986 35.618 19.706 469.310 1.984,54 3.925 17 19051657 1001246 44017 9051 1054314 6655,24 4067 23 Fonte INSS (2003), Tabela adaptada pelo autor. . Gráfico 4 – Representação das médias dos acidentes de trabalho ocorrido no Brasil, nas décadas de 70,80 e 90. Como podemos ver, na Tabela 7 e na representação do Gráfico 4, as estatísticas de acidentes a partir da década de 70 foram diminuindo ao longo dos anos. No começo essa diminuição se deu devido a modificações na legislação previdenciária, o que aumentou a carência do pagamento do seguro, passando de dois dias para quinze dias, gerando um aumento do sub-registro de acidentes leves e a inclusão de autônomos e de empregados domésticos no Regime Geral da Previdência sem seguro acidente. Fato esse que podemos constatar verificando a evolução do número de acidentes versus o número de óbitos no decorrer desses anos (Gráficos 5 e 6). O Gráfico 5 – Representação da evolução dos acidentes de trabalho entre as décadas de 70 e 90. O Gráfico 6 – Representação da evolução dos óbitos ocorridos em decorrência dos acidentes de trabalho entre as décadas de 70 e 90. Com a análise dos Gráficos 5 e 6 podemos notar que a evolução no número de óbitos não segue a mesma tendência registrada no número total de acidentes de trabalho, chegando a apresentar valores entre as décadas de 80 e 90, maiores do que a década de 70, o que chega a ser uma contradição com a redução dos acidentes registradas nesses mesmos períodos. Esperava-se que, com base no triângulo de Heinrich e Bird, se houve uma redução no número de acidentes deveria haver também redução no número de óbitos (lesões graves), deixando mais claro o aumento da sub notificação de acidentes por partes das empresas, a fim de diminuir os seus gastos, provenientes dos acidentes de trabalho. A Tabela 8 mostra os valores mais atuais das ocorrências de acidentes de trabalho no Brasil, entre os anos 2000 e 2006, como podemos notar esses números seguem a mesma tendência entre a relação de acidentes e óbitos registrados entre as décadas de 80 e 90. Tabela 8 – Número de acidentes de trabalho no Brasil, entre os anos 2000 a 2006. Acidentes Típico Trajeto Doenças Total de acidentes Acidentes/ 100mil trab. Ano Trabalhadores 2000 26.228.629 304.963 39.300 19.605 363.868 1.387,293 3.094 12 2001 27.189.614 282.965 38.799 18.487 340.251 1.251,401 2.753 10 2002 28.683.913 323.879 46.881 22.311 393.071 1.370,353 2.968 10 2003 29.544.927 325.577 49.642 23.858 399.077 1.350,746 2.674 9 2004 31.407.576 375.171 60.335 30.194 465.700 1.482,763 2.839 9 2005 33.238.617 398.613 67.971 33.096 499.680 1.503,312 2.766 8 2006 35.158.570 403.264 73.981 26.645 503.890 1.433,193 2.717 8 Média 30.207.407 344.919 53.844 24.885 423.648 1.397,01 2.830 9 Fonte INSS (2007), Tabela adaptada pelo autor. Óbitos Óbitos/ 100mil trab. 3.2 – GASTOS DOS ACIDENTES PARA O BRASIL. Segundo o diretor de saúde e segurança ocupacional do Ministério da Previdência Social (www.previdenciasocial.gov.br), Remígio Todeschini, os benefícios previdenciários decorrentes de acidentes de trabalho e de atividades insalubres representaram custo de R$ 10,7 bilhões para a Previdência Social no ano de 2007, o maior valor já desembolsado com esses benefícios pela Previdência Social. Sendo que R$ 5,075 bilhões gastos com auxílios por doença, por acidente e suplementar,e também com aposentadorias por acidentes e doenças ocupacionais. Outros R$ 5,7 bilhões foram pagos em aposentadorias especiais, concedidas pela exposição do trabalhador a riscos. No ano anterior, essas despesas totalizaram R$ 9,941 bilhões. O aumento, segundo Todeschini, foi causado pelo crescimento da quantidade de empregos formais e pelo aprimoramento da notificação dos casos de acidentes e doenças do trabalho, com a entrada em vigor, em abril de 2007, do Nexo Técnico Epidemiológico (Ntep). O Ntep permite que o médico-perito do INSS estabeleça, com base em padrões técnicos, a relação entre doença e atividade profissional. Antes, a comunicação de acidente ou doença do trabalho dependia da empresa ou do sindicato dos trabalhadores. O aumento ocorreu com despesas acidentárias que passou de R$ 4,387 bilhões em 2006 para R$ 5,075 bilhões em 2007, o número de auxílios-doença aumentou 95 %, e houve uma diminuição na concessão de auxílio-doença previdenciário, que são pagos a trabalhadores com doenças não relacionadas ao trabalho. O secretário de Políticas de Previdência Social, Helmut Schwarzer, calcula que o Brasil perde, por ano, o equivalente a 4% do PIB por causa dos acidentes de trabalho. “O cálculo inclui os gastos da Previdência Social, do Ministério da Saúde e os prejuízos para a produção”. Schwarzer ressalta que 30% dos acidentes atingem mãos, dedos e punhos, e poderiam ser evitados com investimentos em máquinas mais modernas, com dispositivos de segurança, com capacitação dos trabalhadores e processos de produção mais adequados. “É necessário que se faça um grande esforço de prevenção”, afirma o secretário, que defende maior cooperação entre os órgãos do Estado e empenho das empresas. “Os empresários têm que perceber que prevenção não é caridade, nem é benemerência. A prevenção tem impacto na produção” (Ministério da Previdência Social). Segundo PASTORE (2001) “Durante muito tempo, considerou-se que a relação entre os custos segurados e os não segurados era de 1:4. Considerando-se que a Previdência Social do Brasil arrecada e gasta anualmente cerca de R$ 2,5 bilhões no campo dos acidentes do trabalho, as empresas brasileiras estariam arcando com um custo adicional de R$ 10 bilhões o que, nos leva a concluir que a precariedade da prevenção dos riscos do trabalho custa a elas, R$ 12,5 bilhões por ano”. Ainda segundo PASTORE: Os acidentes têm custos para outros membros e entidades da sociedade, a saber: 1. Devem ser considerados aqui os danos aos trabalhadores e às suas famílias na forma de redução de renda, interrupção do emprego de familiares, gastos com acomodação no domicílio e, o mais importante, a dor e o estigma do acidentado ou doente. Os trabalhadores e os familiares "bancam" uma grande parte dos custos dos acidentes, estimando-se que isso eleva a relação acima para 1:5, fazendo subir o custo para R$ 15 bilhões por ano. 2. Além disso, os acidentes e doenças profissionais geram custos para o Estado não só em termos de pagamento de benefícios a doentes e acidentados, mas também em termos do pagamento das despesas de recuperação da saúde e reintegração das pessoas no mercado de trabalho e na sociedade em geral, inclusive os do mercado informal (60% dos brasileiros). Estima-se que isso acarrete um adicional de custo de R$ 5 bilhões Chega-se à triste conclusão de que os acidentes do trabalho no Brasil geram uma despesa fenomenal que chega à casa dos R$ 20 bilhões por ano. 4 – ANÁLISE DE RISCO DO AMBIENTE DE TRABALHO 4.1 ESCOLHA DA EMPRESA E DO SETOR. Este trabalho tem como um dos objetivos fazer uma análise de um setor de trabalho numa determinada empresa, visando à identificação de riscos de acidentes, métodos de prevenção utilizados e eventuais acidentes ocorridos. A empresa escolhida foi a Empresa Baiana de Águas e Saneamento de Feira de Santana – Bahia (EMBASA – ER), pelo fato de ser a empresa em que foi desenvolvido Estágio Acadêmico, que teve início em 10 de outubro de 2007 e período de estágio de um ano. Ressaltando que nesse intervalo que se despertou o interesse de fazer um estudo na área de Segurança do Trabalho. Para fim de obtenção de dados para estudo e análise, foi selecionado o setor de manutenção da EMBASA, por ser o setor onde acontecem as atividades com maior grau de risco para os trabalhadores, primeiramente por ser o local onde se dá a maior interação entre os trabalhadores e fontes de energia, máquinas, materiais, energia elétrica, etc., e segundo por suas instalações físicas apresentarem necessidades de reformas e investimentos, para eliminação das fontes de riscos encontradas devido ao seu estado atual, como poderá ser visto no decorrer desse trabalho. 4.1.1 – Apresentação da Empresa. A EMBASA é uma sociedade de economia mista de capital autorizado, pessoa jurídica de direito privado, tendo como acionista majoritário o Governo do Estado. A empresa atua na área de abastecimento de água e esgotamento sanitário, e tem como objetivo assegurar o abastecimento de água e serviços de esgotamento sanitário. A empresa atua na zona urbana de sua área de concessão. A zona rural é de responsabilidade da Companhia de Engenharia Rural da Bahia – CERB. Os serviços, entretanto, alcançam uma considerável parcela desta população situada nas periferias das localidades urbanas e, principalmente, dispersa ao longo dos sistemas integrados. São atendidas 555 localidades do meio urbano e cerca de 887 do meio rural, entre povoados, núcleos e pontos dispersos localizados nos municípios das áreas de concessão. A empresa trabalha em 355 do total de 417 municípios do Estado, o que representa 85% dos municípios da Bahia. De acordo com a Norma Regulamentadora 4 – NR-4, a EMBASA está enquadrada no “Grau de Risco 3”, é obrigada a possuir o Serviço Especializado em Segurança e Medicina do Trabalho - SESMET e ser dimensionado de acordo com o quadro II anexo da NR-4. 4.1.2 – Setor analisado. O setor da empresa escolhido a ser estudado nesse trabalho foi a oficina da unidade de manutenção do Escritório Regional de Feira de Santana (Figura 8 e 9), por apresentar um maior grau de risco para os trabalhadores. Na Figura 8 apresenta-se a vista externa do setor seguida de sua planta baixa ilustrando os pontos (de 1 a 24) que foram analisados (Figura 9). O setor é responsável pela manutenção de peças, acessórios e equipamentos utilizados nas redes de abastecimento de água e de esgotamento sanitário. Figura 8 – Vista externa do setor de manutenção LEGENDA 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 Figura 11 – Caixa de tomada (1), danificada, sem identificação de voltagem e a fiação elétrica exposta. Figura 12 – Caixa de tomada (2), danificada e sem a fiação elétrica. Figura 13 – Tomada (3), instalação exposta sem a presença de eletrodutos. Figura 14 – Detalhe da tomada (3), fiação da tomada colocada de maneira improvisada e sem a identificação de voltagem. Figura 15 – Mesa (4), chegada da rede elétrica na mesa, fiação sem dutos de passagem, exposta. Figura 16 – Mesa (5), dutos inadequados para rede elétrica. Figura 17 – Mesa (6), fixação improvisada da rede elétrica na mesa e sem a presença de eletrodutos. Figura 18 – Quadro de energia (7), dutos danificados. Figura 19 – Quadro de energia (7), ligação improvisada com a fiação exposta. Figura 20 – Quadro de comando (7), materiais e móveis armazenados próximos ao quadro de comando. Figura 21 – Caixa de tomada (8), rede elétrica danificada com a fiação exposta. Figura 22 – Caixa de tomada (9), instalação danificada. Figura 23 – Circulação (10), piso com buracos Figura 24 – Circulação (11), equipamentos obstruindo local destinado a circulação Figura 9 – Croqui da planta baixa do setor de manutenção com indicação de pontos críticos (1 a 24). 12 13 14 15 16 17 18 19 Figura 25 – Circulação (12), passagem de nível com pintura desgastada e próxima a uma caixa de inspeção com a tampa quebrada Figura 26 – Detalhe da cobertura, telha quebrada (13). Figura 27 – Lâmpadas armazenadas de forma improvisada próxima a área de carga e descarga, dentro de um recipiente de vidro quebrado (14) Figura 28 – Lâmpadas armazenadas no chão de forma inadequada (15) Figura 29 – Armazenagem de material no setor de soldagem (16). Figura 30 – Máquina de solda elétrica sem o conector para ser ligado na tomada (17). Figura 31 – Tela de proteção adaptada a Prensa Pneumática (18). Figura 32 – Banco (19) quebrado, sem regulagem de altura e encosto lombar Figura 33 – Detalhe da mesa (20), com a extremidade irregular em metal 20 pontiaguda Figura 34 – Extintores de incêndio, faltando a sinalização adequada (21) 21 Figura 35 – Extintor de incêndio (22) 22 Figura 36 – Placa com restrição de 23 acesso ao local (23) Figura 37 – Placa alertando sobre as atividades realizadas no local (24) 24 Nesta oficina encontram-se equipamentos para usinagem de peças, bancadas, ferramentas para desmontagem e montagem de equipamentos eletromecânicos, área para solda e corte, existência de uma ponte rolante de 5 toneladas usada para carga e descarga (Figura 10). Conforme destacado por uma seta branca na Figura 10, a ponte rolante passa sobre as mesas dos eletromecânicos oferecendo um risco no momento de sua utilização. Figura 10 – Disposição dos equipamentos na oficina com destaque pra a ponte rolante utilizada para carga e descarga. Os equipamentos e peças que chegam ao setor para manutenção são retirados em campo por outra equipe de trabalho (de responsabilidade de outra empresa terceirizada). Os equipamentos ao chegarem ao setor de manutenção são limpos e vistoriados. Exemplos de atividades desenvolvidas: a) Fabricação de peças utilizadas para reposição nos equipamentos como eixos de bombas e rolamentos; b) Fabricação de peças e acessórios utilizados na rede de água e esgoto como flanges de aço-carbono curvas e derivações. No local há um número total de 13 (treze) trabalhadores sendo que são terceirizados, e a empresa que os emprega é a responsável pelo seu treinamento e fornecimento de material de segurança, cabendo a EMBASA o fornecimento do local de trabalho, com os seguintes cargos: · Torneiro Mecânico; · Eletromecânicos; · Assistentes; · Soldador; · Técnicos; · Serralheiro. Principais equipamentos utilizados por estes funcionários no ambiente de trabalho: · Torno mecânico; · Prensa pneumática; · Máquinas cortes pneumáticas; · Serra elétrica; · Máquinas de solda. No Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) da EMBASA, conforme previsto na NR-7, está definida a relação dos riscos inerentes de cada cargo, bem como a relação dos exames admissionais, periódicos e demissionais (ANEXO 2). A empresa que tem contrato com a EMBASA para o fornecimento da mão de obra empregada no setor de manutenção é a responsável por todos os custos sobre eles. A equipe de manutenção tem um representante junto à CIPA da empresa, o qual passa as necessidades do setor. Segundo o presidente da CIPA, a empresa prestadora de serviço fornece equipamento de proteção individual de excelente qualidade aos funcionários, além de oferecer treinamento adequado (todos receberam treinamento sobre PPRA/NR-9) também faz vistorias sobre o uso dos EPIs pelos funcionários, e adota uma política que vai desde uma simples suspensão do empregado pela não utilização até mesmo a demissão em caso de reincidência (comunicação pessoal). Embora a EMBASA não mantenha um registro estatístico de acidente de trabalho, ainda segundo o presidente da CIPA e o Coordenador do setor de manutenção nunca foram registrado casos de ocorrência de acidente no ambiente de trabalho. 4.2 ANÁLISE DO AMBIENTE DE TRABALHO. Para uma maior identificação do setor estudado, foi feita uma avaliação do estado atual de suas instalações, com o auxílio de registro fotográfico realizado entre os dia 6 de agosto de 2008 e 19 de agosto de 2008. A seguir serão mostradas fotos com as análises dos pontos 1 a 24 mencionados anteriormente na Figura 9. a) Instalação elétrica. Após visitas no setor foi detectado que a rede elétrica apresenta vários pontos com um estado de degradação elevado, gerando a possibilidade de contato direto dos trabalhadores com a corrente elétrica, risco de choque elétrico, além da existência de risco de incêndio. Como pode ser visto na Figura 11, a caixa da tomada (1) encontra-se sem identificação de voltagem e danificada, com a fiação exposta, localizada na área de carga/descarga e circulação de trabalhadores e visitantes, expondo-os a possíveis choques elétricos, que numa operação de cargas e descargas pode ocasionar acidentes de proporções graves. A Figura 12 mostra caixa de tomada (2), que apesar do seu estado atual não apresentar um risco de acidente, ressalta a necessidade de investimento na manutenção das instalações do setor. Figura 11 – Caixa de tomada (1), danificada, sem identificação de voltagem e a fiação elétrica exposta. Figura 12 – Caixa de tomada (2), danificada e sem a fiação elétrica. A Figura 13 mostra instalação elétrica na tomada (3), com a falta de eletrodutos para a passagem adequada da fiação, sendo que a mesma se encontra próxima a materiais estocados, gerando um risco de incêndio. Na Figura 14 podemos ver com mais detalhes o estado improvisado que ela se encontra, e, além do risco de incêndio, já mencionado, gera um risco de choque muito alto para o trabalhador no momento de sua utilização. Figura 13 – Tomada (3), instalação exposta Figura 14 – Detalhe da tomada (3), fiação sem a presença de eletrodutos. da tomada colocada de maneira improvisada e sem a identificação de voltagem. As Figuras 15, 16 e 17 mostram as instalações elétricas utilizadas nas mesas (4, 5 e 6). Pode-se notar que as ligações estão improvisadas e desgastadas, gerando um potencial de choques muito alto sendo que o ideal é que essa fiação estivesse dentro de eletrodutos. A Figura 16 mostra a fiação que chega à mesa (5). Como se pode ver, ela está passando por dentro de uma tubulação que é destinada a rede de água, sendo o ideal que fossem utilizados dutos destinados à rede elétrica, que não propagam chamas em caso de incêndio. Figura 15 – Mesa (4), chegada da rede elétrica na mesa, fiação sem dutos de passagem, exposta. Figura 16 – Mesa (5), dutos inadequados para rede elétrica. Figura 17 – Mesa (6), fixação improvisada da rede elétrica na mesa e sem a presença de eletrodutos. As Figuras 18 e 19 mostram um quadro de energia de alta tensão com a fiação exposta e com ligações improvisadas. Figura 18 – Quadro de energia (7), dutos danificados. Figura 19 – Quadro de energia (7), ligação improvisada com a fiação exposta. Na Figura 20 abaixo podemos ver que, próximo ao quadro de comando, estão sendo depositados móveis, que já não são utilizados, e recipiente plástico destinado a depósito de resíduos. A localização desses móveis nessa área gera um risco de incêndio muito alto além de obstruir o acesso ao quadro de comando em caso de emergência. Figura 20 – Materiais e móveis armazenados próximos ao quadro de comando (7). A Figura 21 mostra várias ligações improvisadas, com o eletroduto já danificado (8), deixando exposta toda a fiação - risco de choque e incêndio. Figura 21 – Caixa de tomada (8), rede elétrica danificada com a fiação exposta. A Figura 22 mostra um eletroduto danificado (9), com a fiação exposta e improvisada, gerando um risco de acidente e de incêndio muito alto. Figura 22 – Caixa de tomada (9), instalação danificada. b) Circulação, iluminação e cobertura. As áreas destinadas à circulação dos trabalhadores e visitantes apresentam desgastes do piso e da pintura com as indicações dos locais apropriados para tal. O piso apresenta irregularidades em muitos pontos (Figura 23), materiais e equipamentos obstruindo locais destinados a circulação (Figura 24), a pintura com as demarcações dos locais destinados a circulação está bastante desgastada e em alguns pontos já não é possível a sua identificação. Com isso, essa demarcação já não é seguida pelos funcionários. Figura 23 – Circulação (10), piso com buracos e demarcação desgastada. Figura 24 – Equipamentos obstruindo local destinado a circulação (11). Na Figura 25 mostra-se a pintura da passagem de nível desgastada, e em um ponto apresenta uma tampa de concreto de uma caixa de inspeção danificada, com a ferragem exposta, gerando uma fonte de risco de acidente. Figura 25 – Circulação (12), passagem de nível com pintura desgastada e próxima a uma caixa de inspeção com a tampa quebrada. A iluminação do local apresenta-se insatisfatória devido aos muitos contrastes de iluminação observados, o que vem causando desconforto visual para os empregados. Com o objetivo de se minimizar essa situação, foi instalada iluminação auxiliar em pontos onde se têm mais atividades de trabalho, como sobre as mesas e sobre o torno mecânico. A cobertura apresenta-se em bom estado de conservação (Figura 26), com apenas um trecho danificado, sendo ele responsável pela passagem de raios solares e de água da chuva, causando a exposição dos trabalhadores, maquinário e equipamentos. Figura 26 – Detalhe da cobertura, telha quebrada (13). c) Materiais Dos materiais utilizados pela manutenção, uma parte está armazenada em locais apropriados, mais a maioria está em locais que obstruem a circulação e que geram fontes de risco de acidentes. Esse armazenamento inadequado se dá principalmente pela a falta de espaço físico, visto que o volume de material e equipamento que chegam à oficina é muito grande. As Figuras 27 e 28 mostram o armazenamento inapropriado de lâmpadas: na primeira, as lâmpadas estão em um recipiente de vidro quebrado, gerando um risco de corte no manuseio e na outra estão localizadas no chão envolvidas por um papelão. Figura 27 – Lâmpadas armazenadas de Figura 28 – Lâmpadas armazenadas no forma improvisada próxima a área de carga chão de forma inadequada (15). e descarga, dentro de um recipiente de vidro quebrado (14). No setor de soldagem há a presença de materiais, utilizados como matéria prima, armazenados de forma inadequada, colocados uns pelos outros na vertical, como mostra a Figura 29 abaixo, gerando um potencial risco de acidente (queda de material). Figura 29 – Armazenagem de material no setor de soldagem (16). d) Equipamentos e mobiliário. Como pode ser notado na Figura 30, um equipamento destinado à solda, que é alimentado por energia elétrica, não possui mais o conector para se conectar à rede elétrica, e a conexão é feita de forma improvisada gerando um potencial de choque elétrico. Nota-se também que o carrinho utilizado para o seu transporte não apresenta protetor para as mãos. Figura 30 – Máquina de solda elétrica sem o conector para ser ligado à tomada (17). A Figura 31 mostra uma prensa pneumática na qual foi adaptada uma tela de proteção para proteger o operador, eliminando dessa forma uma fonte potencial de acidentes. Figura 31 – Tela de proteção adaptada à prensa pneumática (18). No setor foram detectados riscos ergonômicos para os funcionários, como pode ser visto na Figura 32: o banco não oferece estabilidade e regulagem de altura para se adaptar ao funcionário e não possui encosto lombar, para que se evitem dores nas costas e mal estar dos funcionários. Figura 32 – Banco quebrado, sem regulagem de altura e encosto lombar (19). As mesas apresentam extremidades de metal irregulares pontiagudas, gerando um risco muito alto de acidentes para os funcionários que a utilizam (Figura 33). Figura 33 – Detalhe da mesa, com a extremidade irregular em metal pontiaguda (20). e) Equipamentos de segurança e placas de sinalização. Através da CIPA e da Gerência do setor de manutenção foi instalado no local equipamento de combate a incêndio, que em seu atual estado não atende as recomendações da NR-23 quanto a sua sinalização (extintores, Figuras 34 e 35), placas de sinalização (Figura 36), informando os riscos existentes e limitando o acesso de pessoas ao ambiente de trabalho do setor de manutenção. Figura 34 – Extintores de incêndio, Figura 35 – Extintor de incêndio (22). faltando a sinalização adequada (21). Figura 36 – Placa com restrição de acesso Figura 37 – Placa alertando sobre as ao local (23). atividades realizadas no local (24). 5 – PROPOSTAS DE INVESTIMENTOS NO AMBIENTE DE TRABALHO Ao analisar o setor segundo a teoria de Heinrich e Frank Bird, podemos ver a queda das duas primeiras peças do dominó (Figura 38): · Primeira peça - A Falta de Controle Administrativo. À medida em que não estão sendo oferecidas as condições necessárias para o setor atuar de forma adequada, através de planejamento, organização, direção e controle das atividades que ali são desenvolvidas, provoca-se a queda da segunda peça (Causas Básicas); · Segunda peça - As Causas Básicas (Fatores Pessoais e Fatores do Trabalho). - Fatores do Trabalho : devido ao projeto inadequado do local de trabalho, manutenção inadequada das máquinas e ao desgaste que já se encontram as ferramentas e as máquinas. O que poderia dar seqüência à queda da terceira peça (Causas Imediatas) · Terceira peça - As Causas Imediatas. A principal causa imediata encontrada no local, caracteriza-se como “condições inseguras” de trabalho, devido a degradação da rede elétrica, falta de local próprio para estocagem de material, dentre outras, todas elas gerando condições propícias para ocorrência de acidentes. Apesar de não constatadas situações de Atos Inseguros, caracteriza-se a queda desta peça (causas imediatas), pelas condições verificadas no local. A não ocorrência, até o momento, de situações indesejáveis com possibilidades de perdas, mantém afastada a peça seguinte (Acidente), e conseqüentemente não são verificadas perdas de nenhuma natureza. Ressalta-se porém, mais uma vez, que já se configura toda a situação de pré-contato. Figura 38 – Adaptação ao efeito dominó proposto por Heinrch e Bird, ilustrando a queda das duas primeiras peças. O ponto que merece maior atenção diz respeito ao arranjo físico do setor de manutenção. O mesmo se divide entre a oficina e a parte administrativa que se encontram no mesmo prédio, o que leva a uma situação não muito ideal de ambiente de trabalho, pois leva à exposição dos empregados da área administrativa a um ambiente de trabalho que não condiz com o ambiente inerente de sua profissão. O setor administrativo fica então exposto ao ambiente da oficina: seja pelos ruídos, estocagem de material, carga e descarga de material feita em local de circulação e sem isolamento da área e sem sinalização. O arranjo físico do setor apresenta pontos que precisam ser melhorados, como já mostrado anteriormente, devido à estocagem de material e equipamentos no mesmo ambiente (Figura 39), como também a presença de atividades de trabalho distintos no mesmo local, o que faz com que alguns empregados fiquem expostos a riscos que não são inerentes a sua atividade. Foi constatado que a área onde fica instalada a oficina é um galpão que não foi projetado para essa atividade, ou seja foi sendo instalado equipamento e mobiliário para o funcionamento da oficina, e com o aumento cada vez maior do volume de serviços e materiais, o espaço físico não comporta mais as atividades que são desenvolvidas. Na Figura 39 foi feita uma representação esquemática dos locais onde estão estocados os materiais na oficina, representados pelos círculos em vermelho. Como pode ser visto, não há um local devidamente apropriado para o estoque de material, gerando muitos pontos de risco de acidente e dificultando até mesmo a livre circulação dos funcionários. Figura 39 – Representação esquemática dos pontos onde há estoque inadequado de material. Apesar dos riscos devidos as atividades que são desenvolvidas serem grandes, foi notado, após a análise do setor, que as fontes de maior grau de risco de acidente são devido às condições em que se encontra o ambiente de trabalho (Causas Imediatas), ou seja, à má conservação em que se encontram as suas instalações, mostrando que, apesar das medidas de seguranças que são implantadas, não é feito no local manutenção preventiva e corretiva tanto dos equipamentos como do espaço físico. Com isso foram feitos dois mapas de riscos: o primeiro MAPA DE RISCO levando em conta as condições atuais do ambiente de trabalho Figura 40 (a); segundo Mapa de risco mostrando uma situação hipotética dos riscos de acidentes se houvesse a adoção de medidas a curto prazo de melhorias do ambiente de trabalho Figura 40 (b). MAPA DE RISCO LEGENDA RISCOS FÍSICOS RISCOS QUÍMICOS RISCOS BIOLÓGICOS Figura 40 (a) – Mapa de risco levando em conta as condições atuais do ambiente de trabalho. RUÍDO - SOLDA ELÉTRICA / OXICETILÊNICA TEMPERATURA ELEVADA GRAXAS - ODORES VÍRUS OU BACTÉRIAS RISCOS ERGONÔMICOS POSTURA INADEQUADA ESFORÇO FÍSICO - TRABALHO REPETITIVO - RITMO EXCESSIVO DE TRABALHO RISCOS MECÃNICOS ILUMINAÇÃO IINADEQUADA ARRANJO FÍSICO INADQUADO QUEDA DE OBJETO ELETRICIDADE ARMAZENAMENTO INADEQUADO LEGENDA RISCOS FÍSICOS RISCOS QUÍMICOS RISCOS BIOLÓGICOS RUÍDO - SOLDA ELÉTRICA / OXICETILÊNICA TEMPERATURA ELEVADA GRAXAS - ODORES VÍRUS OU BACTÉRIAS RISCOS ERGONÔMICOS POSTURA INADEQUADA ESFORÇO FÍSICO - TRABALHO REPETITIVO - RITMO EXCESSIVO DE TRABALHO RISCOS MECÃNICOS ILUMINAÇÃO IINADEQUADA ARRANJO FÍSICO INADQUADO QUEDA DE OBJETO ELETRICIDADE ARMAZENAMENTO INADEQUADO Figura 40 (b) – Mapa de risco mostrando uma situação hipotética dos riscos de acidentes se houvesse a adoção de medidas a curto prazo de melhorias do ambiente de trabalho. 72 Como proposta para a melhoria do ambiente de trabalho fica como sugestão medidas que podem ser empregadas a curto, médio e longo prazo. As medidas de curto prazo são as que necessitam de uma maior urgência de serem implementadas através de reformas e medidas gerenciais, com a finalidade de eliminar e controlar as maiores fontes de riscos encontradas, as condições inseguras de trabalho · As reformas têm como principal objetivo a eliminação dos riscos de acidentes devido às instalações elétricas, que inspira maiores cuidados devido ao estado precário em que se encontra, sendo o investimento já justificado pela eliminação deste risco, que poderiam e podem causar eventualmente, danos pessoais e materiais muitos maiores para a empresa e para os empregados, comparando-se com os custos com investimentos. · As medidas gerenciais podem evitar os riscos atuais devidos à estocagem inadequada de material e equipamentos, ao isolamento e sinalização da área no momento de carga e descarga. As medidas de médio e longo prazo dizem respeito às mudanças no arranjo físico do setor, que já foram discutidas em reuniões com a alta administração da EMBASA. Em médio prazo seria feita uma adequação do atual prédio do setor, com a finalidade de separar os diversos serviços que são executados. Essas mudanças já foram propostas pela gerência do setor através de projetos conceituais que foram passados a administração da empresa, chegando a um valor que gira em torno de R$ 55.000,00 (ver orçamento e projeto conceitual das mudanças que poderiam ser implantadas nos ANEXOS 3 e 4). A longo prazo foi feita uma proposta pela gerência da manutenção: a construção de um novo prédio para as instalações da manutenção, com a finalidade de separar a oficina e a área administrativa, chegando a um valor estimado de R$ 170.000,00 ( ver o orçamento e o projeto conceitual nos ANEXOS 5, 6 e 7). Vale salientar que todo o desenvolvimento de estudo de caso foi realizado com autorização da empresa (ANEXO 8). 73 6 – CONCLUSÕES Este trabalho teve como principal objetivo realizar um estudo de caso de um ambiente de trabalho analisando os riscos de acidentes e mostrando que a falta de investimento em segurança, podem gerar riscos muito maiores para os trabalhadores além daqueles decorrentes de suas atividades, riscos estes que poderiam e podem ser evitados através de pequenos investimentos na área de segurança, seja com treinamento e/ou investimento em melhorias do ambiente do trabalho. Através da fundamentação teórica e com a metodologia aplicada nesse trabalho, foram obtidas algumas conclusões, a saber: 1. A principal conclusão deste estudo de caso foi que o setor apresenta condições de risco de acidentes muito alto, e que embora até o momento não tenha ocorrido nenhum registro de acidente de trabalho, isso não justifica a falta de melhorias e investimentos no setor. 2. Com a análise dos índices de acidentes de trabalho ocorridos no Brasil nas últimas décadas, vemos que a apesar da diminuição do registro de acidentes de trabalhos por número de trabalhadores nesse período, ainda há um gasto muito grande para a nação, gastos estes que não geram retorno nenhum e que poderiam ser bem menores, se houvesse uma política de prevenção de acidente de trabalho mais eficaz, tanto por parte do governo quanto pelos empresários 3. A redução das taxas de acidentes se deu muito mais pelo aumento da subnotificação dos acidentes do que devido à redução da incidência deles, fato que pode ser constatado devido ao número da ocorrência de óbitos durante os mesmo intervalo, que não seguiu a mesma redução ocorrida com o número de acidentes, sendo os óbitos mais difíceis ou impossíveis de serem sub notificados. 74 4. O setor de manutenção da EMBASA não apresenta registro de acidentes de trabalho, o que não quer dizer que as chances deles ocorrerem sejam pequenas ou que não possam acontecer futuramente, ou seja, medidas de controle e investimentos em prevenção de acidentes são sempre necessárias. 5. O setor apresenta riscos de acidente alto, devido às atividades que nele são realizadas. Os riscos devidos às atividades desenvolvidas são controlados e eliminados por medidas como: · Treinamento que os funcionários recebem; · O fornecimento de equipamento de proteção adequado a cada função; · Com a mão de obra qualificada que opera no setor, com os conhecimentos dos riscos das suas atividades e com o uso e conhecimento dos métodos para a eliminação e controle dos riscos; · Intervenções da CIPA, dentro de suas limitações, agindo sempre com a visão da melhoria do ambiente de trabalho para os funcionários. 6. As medidas propostas para investimentos a curto, médio e longo prazo, mostraram-se viáveis, uma vez que vão desde propostas de mudanças de hábitos, a investimentos financeiros que trariam para empresa não só o aumento de segurança para o setor como também um retorno: através do aumento na produtividade e de eliminação de possíveis gastos com acidentes que possam existir devido à atual condição em que se encontra o setor de manutenção. 7. O investimento em segurança do trabalho, independente da comparação de valores com os custos de um acidente, sempre se mostram mais viáveis, principalmente para a saúde dos empregados, que tem o direito garantido por lei de trabalhar num ambiente que garanta a sua segurança. 75 7 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AQUINO, J. D. Considerações críticas sobre a metodologia de coleta e obtenção de dados de acidentes do trabalho no Brasil. Dissertação (Mestrado em Administração). Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade, Universidade de São Paulo. São Paulo – SP. 1996. AREASEG, SEGURANÇA DO TRABALHO. Artigos. Disponível em <http://www.areaseg.com.br/estatisticas>. Acesso em 05/03/2007. Associação Paranaense dos Engenheiros de Segurança – APES. Disponível em <http://www.apes.eng.br/>. Acesso 10/06/2007. Causa Operária. – Movimento Operário. Disponível em http://www.pco.org.br /conoticias/ mov_operario_2007/2ago_cipeiro.html/. Acesso 10/12/2007. Decreto nº 611/92. Disponível em <http://www.wlad.com.br/sites/cipa/artigos> Acesso em 20/07/2007. DE CICCO, Francesco; FANTAZINNI, Mário Luiz. Técnicas modernas de gerência de riscos. São Paulo: IBGR, 1985. FRANÇA, Sergio Tranzillo. Análise Crítica das Estatísticas de Acidentes do Trabalho no Brasil. Monografia. Universidade Estadual de Feira de Santana. Feira de Santana-BA, 2002. FUNDACENTRO - Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho. Textos. Disponível em <http://www.fundacentro.gov.br> Acesso em 05/04/2007. MANUAIS DE LEGISLAÇÃO ATLAS. Segurança e Medicina do Trabalho. 53º Ed. São Paulo: Atlas, 2003. UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE – UFF.Elaboração de Mapa de Risco.Disponível em < http://www.uff.br/enfermagemdotrabalho/>. Acesso 10/05/2008. MINISTÉRIO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL. Dados. Disponível em < http://www.mpas.gov.br/ > Acesso em 16/05/2007. Michel, Oswaldo. Acidentes do trabalho e Doenças ocupacionais. 2º Ed. São Paulo: LTr, 2001. Piza, Fábio de Toledo. Informações Básicas Sobre Saúde. 2º Ed. São Paulo: SESI, SENAI, 1997. TAVARES, José da Cunha. Noções de prevenção e controle de perdas em segurança do trabalho. São Paulo: Ed. Senac, 1996. 76 Zocchio, Álvaro. Prática da Prevenção de Acidentes: ABC da Segurança do Trabalho. 7º Ed. São Paulo: Atlas S.A.- 2002. 77 ANEXOS 78 ANEXO 1 – RELAÇÃO DAS NORMAS REGULAMENTDORAS DE SEGURANÇA NR-1 Disposições Gerais NR-2 Inspeção Prévia NR-3 Embargo ou Interdição. NR-4 Serviços Especializados em Eng. de Segurança e em Medicina do Trabalho NR-5 Comissão Interna de Prevenção de Acidentes NR-6 Equipamento de Proteção Individual NR-7 Programas de Controle Médico de Saúde Ocupacional NR-8 Edificações NR-9 Programa de Prevenção de Riscos Ambientais NR-10 Instalações e Serviços em Eletricidade NR-11 Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais NR-12 Máquinas e Equipamentos NR-13 Caldeiras e Vasos de Pressão NR-14 Fornos NR-15 Atividades e Operações Insalubres NR-15 Atividades e Operações Insalubres NR-16 Atividades e Operações Perigosas NR-17 Ergonomia NR-18 Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção NR-19 Explosivos NR-20 Líquidos Combustíveis e Inflamáveis NR-21- Trabalhos a Céu Aberto NR-22 Segurança e Saúde Ocupacional na Mineração NR-23 Proteção Contra Incêndio NR-24 Condições Sanitárias e de Conforto nos Locais de Trabalho NR-25 Resíduos Industriais NR-26 Sinalização de Segurança NR-27 Registro Profissional do Técnico de Segurança do Trabalho no MTb (Revogada pela Portaria GM n.º 262, 29/05/2008) NR-28 Fiscalização e Penalidades NR-29 Segurança e Saúde no Trabalho Portuário NR-30 Trabalho Aquaviário NR-31 Agricultura, Pecuária Silvicultura, Exploração Florestal e Aquicultura NR-32 Segurança e Saúde no Trabalho em Estabelecimentos de Assistência à Saúde NR-33 Segurança e Saúde no Trabalho em Espaços Confinados 79 ANEXO 2 – RELAÇÃO DE EXAMES OCUPACIONAIS DE ACORDO COM OS RISCOS E A FUNÇÃO DO EMPREGADO CARGO RISCO FÍSICO AGENTE DE MANUTENÇÃO QUÍMICO E (COODERNADOR) ERGONÔMICO AUXILIAR DE OPERAÇÃO MANUTENÇÃO E SERVIÇO FÍSICO QUÍMICO ERGONÔMICO FÍSICO SOLDADOR QUÍMICO ERGONÔMICO EXAMES ADMISSSIONAIS EXAMES PERIÓDICOS EXAMES DEMISSIONAIS Eritrograma Leucograma Plaquetas Reticulócitos VDRL Sumário de urina P. De fezes ECG>/=40 anos Espirometria Audiomentria Tonal focal Ortho-raiter Consulta ocupacional Eritrograma Leucograma Plaquetas Reticulócitos Glicemia Colesterol Trigricerideos TGO/TGP Gama GT PSA>/= 40 anos Sumário de urina P. De fezes ECG>/=40 anos Audiomentria Tonal focal Espirometria Ortho-raiter Consulta ocupacional Eritrograma Leucograma Plaquetas Reticulócitos Glicemia Colesterol Trigricerideos TGO/TGP Gama GT PSA>/= 40 anos Sumário de urina P. De fezes ECG>/=40 anos Audiomentria Tonal focal Espirometria Ortho-raiter Consulta ocupacional Eritrograma Leucograma Plaquetas Reticulócitos Glicemia Colesterol Trigricerideos TGO/TGP Gama GT PSA>/= 40 anos Chumbo Sanguíne Sumário de urina P. De fezes Eritrograma Leucograma Plaquetas Reticulócitos Sumário de urina P. De fezes ECG>/=40 anos Audiomentria Tonal focal Espirometria Consulta ocupacional Eritrograma Leucograma Plaquetas Reticulócitos VDRL Sumário de urina P. De fezes ECG>/=40 anos Espirometria Audiomentria Tonal focal Ortho-raiter Consulta ocupacional Eritrograma Leucograma Plaquetas Reticulócitos VDRL Sumário de urina P. De fezes ECG>/=40 anos Audiomentria Tonal focal Espirometria Ortho-raiter Consulta ocupacional RX de Tórax PA Consulta Ocupacional Eritrograma Leucograma Plaquetas Reticulócitos Sumário de urina P. De fezes ECG>/=40 anos Audiomentria Tonal focal Espirometria Consulta ocupacional RX de Tórax PA Consulta Ocupacional Eritrograma Leucograma Plaquetas Reticulócitos Sumário de urina P. De fezes ECG>/=40 anos Audiomentria Tonal focal Espirometria Consulta ocupacional RX de Tórax PA 80 ERGONÔMICO TORNEIRO MECÂNICO FÍSICO MECÂNICO FÍSICO QUÍMICO ERGONÔMICO Eritrograma Leucograma Plaquetas VDRL Sumário de urina P. De fezes ECG>/=40 anos Audiomentria Tonal focal Ortho-Raiter RX de Tórax PA Consulta ocupacional Eritrograma Leucograma Plaquetas VDRL Sumário de urina P. De fezes ECG>/=40 anos Audiomentria Tonal focal Ortho-Raiter RX de Tórax PA Consulta ocupacional Reticulócitos ECG>/=40 anos Audiomentria Tonal focal Espirometria Ortho-raiter Consulta ocupacional Eritrograma Leucograma Glicemia Colesterol Trigricerideos TGO/TGP Gama GT PSA>/= 40 anos Sumário de urina P. De fezes ECG>/=40 anos Audiomentria Tonal focal Ortho-raiter Consulta ocupacional RX de Tórax PA Eritrograma Leucograma Glicemia Colesterol Trigricerideos TGO/TGP Gama GT PSA>/= 40 anos Sumário de urina P. De fezes ECG>/=40 anos Audiomentria Tonal focal Ortho-raiter Consulta ocupacional RX de Tórax PA Consulta Ocupacional Eritrograma Leucograma Sumário de urina P. De fezes ECG>/=40 anos Audiomentria Tonal focal RX de Tórax PA Consulta Ocupacional Eritrograma Leucograma Sumário de urina P. De fezes ECG>/=40 anos Audiomentria Tonal focal RX de Tórax PA Consulta Ocupacional 81 ANEXO 3 – ORÇAMENTO DE REFORMA DA OFICINA (1) 82 83 ANEXO 4 – ORÇAMENTO DE CONSTRUÇÃO DA OFICINA (2) 84 85 ANEXO 5 – PROJETO DA OFICINA (2) 86 ANEXO 6 – ORÇAMENTO DE CONSTRUÇÃO DO PRÉDIO ADMINISTRATIVO 87 88 ANEXO 7 – PROJETO DO PRÉDIO ADMINISTRATIVO 89 ANEXO 9 – AUTORIZAÇÃO DA EMBASA OBS: Ressaltando que houve uma alteração no título do trabalho, de “CUSTOS COM ACIDENTES VERSUS INVESTIMENTO EM SEGURANÇA”, passando a ser ANÁLISE DE RISCOS DE ACIDENTES NUM AMBIENTE DE TRABALHO : UM ESTUDO DE CASO.