PROVA MODELO 1 – PROPOSTA DE RESOLUÇÃO GRUPO I 1. A frase do texto que traduz um facto em que Aristóteles e Galileu eram concordantes será “Tal como Aristóteles, descobriu ser muito difícil medir diretamente as trajetórias dos corpos em queda, porque o olho não é suficientemente veloz, e os medidores de tempo existentes na época não eram suficientemente exatos para medir curtos intervalos de tempo”. 2. 2.1. (D) Aristóteles conclui, pelo modo como os corpos caem dentro de água, que a velocidade de um corpo em queda é uniforme e proporcional ao seu peso. Assim, de acordo com este pensamento, o movimento é uniforme, isto é, a velocidade é constante e tanto maior quanto maior for o peso do corpo. Os únicos gráficos que apresentam velocidade de valor constante são o (B) e o (D), mas dado que a velocidade do corpo 1 deverá ser maior que a velocidade do corpo 2, o gráfico que melhor traduz o módulo da velocidade dos corpos, 1 e 2, de acordo com a conceção de Aristóteles será o gráfico (D). 2.2. Se forem deixados cair os dois corpos, 1 e 2, da mesma altura, num ponto próximo da superfície da Terra, eles poderão atingir o solo no mesmo instante se a resistência for desprezável e nessas condições os corpos caem em queda livre, isto é, o movimento dos corpos 1 e 2 em direção à Terra fica apenas sujeito à atracão gravitacional. A aceleração dos corpos 1 e 2 devida à interacção gravítica tem a direção da vertical do lugar e o seu sentido é no sentido do centro da Terra. O seu modulo é representado por g e é aproximadamente constante em percursos não muito grandes quando comparados com o raio do planeta, neste caso a Terra. A segunda Lei de Newton permite estudar este tipo de movimentos, uma vez que para pequenas altitudes, a intensidade da interação gravítica se pode considerar constante. Por outro lado, admitindo-se a resistência do ar considerável, os dois corpos poderão ficar sujeitos a uma resultante de forças diferentes, pelo que atingirão o solo em instantes diferentes. 3. 3.1. (D) A taxa de variação da velocidade em funD» v ção do tempo é a aceleração, a », = . Assim, Dt na frase referida, a “taxa” poderá ser substituída pela palavra aceleração. 3.2. Admitir que o sistema é conservativo DEm = 0 § DEmf + DEmi = 0 § § DEmf = - DEmi § (Ecf + Epf) = -(Eci + Epi) Uma vez que o corpo é largado, a velocidade inicial é zero (v0 = 0) pelo que a energia cinética inicial também é zero (Eci = 0 J) Ao atingir o solo, a altura a que se encontra do nível de referência é zero (hf = 0 m) pelo que a energia potencial final também é zero (Ecf = 0 J). Assim, a conservação da energia mecânica pode reescrever-se: (Ecf + Epf) = -(Eci + Epi) § Ecf = -Epi § mv2f mv2f 2mghi = § § = mghi § 2 2 m 2mghi § vf = V√2√g√h § § v2f = m § vf = V√2 √* √1,√6 √* √2√0√,0 § vf = 8,0 m s-1 O corpo atingiria a superfície da Lua com uma velocidade cujo valor seria 8,0 m s-1. Outro processo: Partindo das equações do movimento, já que o objeto estará em queda livre na Lua. Estabelecer as equações do movimento, isto é, y = y(t) e v = v(t). 1 y = y0 + at2 e v = v0 + at 2 1 y = 20,0 + (−1,6)t2 e v = −1,6t 2 Determinar o tempo de queda. Quando o corpo atinge o solo, y = 0. 0 = 20,0 + 1 2 (-1,6t2) § § -20,0 = −0,80t2 § t = V 20,0 0,80 § t = 5,0 s Determinar o valor da velocidade ao fim de 5,0 s de movimento. Partindo da equação das velocidades: v = −1,6t v(t = 5,0 s) = −1,6 * 5,0 § § v(t = 5,0 s) = −8,0 m s-1 O valor da velocidade do corpo ao atingir o solo é -8,0 m s-1. O sinal “-“ resulta do facto se ter considerado o eixo de referência orientado verticalmente para cima. © Edições ASA 1 PROVA MODELO 1 – PROPOSTA DE RESOLUÇÃO 4. 4.1. No movimento do bloco sobre o plano inclinado atuam o peso do corpo, a reação normal do plano sobre o corpo e a força de atrito. Na subida e na descida, o peso e a reação normal mantêm a mesma direção e sentido, mas a força de atrito tem sentido oposto na subida e na descida. Na subida orienta-se para a base do plano inclinado e na descida orienta-se no sentido do topo do plano. O tipo de movimento, na subida é uniformemente retardado e na descida é uniformemente retardado. Relativamente ao valor da aceleração, na subida é maior que na descida, dado que: Na subida: a resultante das forças é a soma da componente Px e da força de atrito, ou seja, Fr = Px + Fa, Px + Fa pelo que a = . m Na descida: a resultante das forças é a diferença entre a componente Px e a força de atrito, ou seja, Px - Fa . Fr = Px - Fa, pelo que a = m Assim, conclui-se que a aceleração na descida será maior que na descida. 4.2. (D) Se não existisse atrito entre o bloco o plano inclinado, a resultante das forças coincidiria com a componente Px, ou seja, a componente do peso na direção tangente ao plano do movimento. Assim, quer na subida como na descida a aceleração teria o mesmo módulo, Px dado por a = . Como na subida, agora a acem leração é menor que na situação em que há Px Px + Fa atrito, < , o corpo subirá até uma al m m tura superior até parar. Relativamente ao tempo de subida e de descida será igual dado que, nesses percursos, percorrem distâncias iguais com a mesma aceleração. 2.2. (D) (A) A afirmação é falsa, pois a energia recebida pela água durante a fusão (B " C) pode ser calculada pela expressão: E = 2,26 * 106 * m (J). A expressão: E = 2100 * m * (100 – 0) (J) não permite determinar qualquer energia com significado físico, porque entre as temperaturas 0 °C e 100 °C, a água está líquida e a sua capacidade térmica mássica é 4200 J (kg °C)-1. (B) A afirmação é falsa, pois energia recebida pela água entre C e D pode ser calculada pela expressão: E = 4200 * m * (100 - 0) (C) Afirmação falsa, a energia recebida pela água na fase sólida (A " B), para que a temperatura aumente de qi até 0 °C, pode ser calculada pela expressão: E = 2100 * m * (0 – qi) (J). A expressão E = 3,34 * 105 * m (J) permite determinar a energia recebida pela água durante a fusão a 0 °C. (D) Afirmação verdadeira a energia recebida pela água na fase líquida (C " D) pode ser calculada pela expressão: E = 4200 * m * (100 - 0) (J). 2.3. (B) Para o gelo " Qgelo = mgelo * cgelo * Dqgelo Para a água líquida " Qágua líquida = mágua líquida * cágua líquida * Dqágua líquida Como Qgelo = Qágua líquida = Q e Dqgelo = Dqágua líquida = Dq Podem reescrever-se as expressões anteriores Q = mgelo * cgelo * Dq § Q = mgelo * cgelo Q = mágua líquida * cágua líquida × Dq § § Q = mágua líquida * cágua líquida Então: mlíquida * clíquida = mgelo * cgelo § § § GRUPO II 1. Um aparelho que permite medir a temperatura de um corpo é o termómetro e a unidade SI de medida da temperatura é o kelvin. 2. 2.1. Para que um quilograma de água a 0 °C passe do estado sólido para o estado líquido é necessário fornecer a energia 3,34 * 105 J. 2 © Edições ASA mgelo mlíquida mgelo mlíquida = cágua cgelo § mgelo mlíquida = 4,200 2,100 § = 2 § mgelo = 2 mlíquida 3. 3.1. Com base na tabela, pode concluir-se que para o intervalo de temperaturas [+15 ; -10] °C, quanto maior a temperatura do ar maior a velocidade de propagação do som nesse meio. 3.2. O comprimento de onda de um som no ar aumenta com o aumento da temperatura. PROVA MODELO 1 – PROPOSTA DE RESOLUÇÃO O valor da velocidade do som no ar pode ser determinada recorrendo expressão v = l * f. A frequência mantêm-se constante, pois apenas depende da fonte emissora. Assim, se a velocidade, v, aumenta o com o aumento da temperatura, também o comprimento de onda, l, terá de aumentar. 3.3. Utilizando a máquina de calcular gráfica pode obter-se como relação vsom = f(rar), a equação: vsom = -130,03 rar + 499,66. 4. 4.1. (C) A Lei do Deslocamento Wien afirma que existe uma proporcionalidade inversa entre o comprimento de onda da radiação emitida com intensidade máxima (lmáx) e a temperatura do corpo (T). A expressão matemática que traduz essa relação de proporcionalidade é lmáx * T = constante, sendo a constante de proporcionalidade aproximadamente igual a 2,898 * 10-3 m K A Lei de Lavoisier, também conhecida por lei da conservação da massa, afirma que no decorrer de uma reação química, em sistema fechado, o número total de átomos de cada elemento presente no sistema reacional mantêm-se constante e, como tal, a massa total do sistema é conservada durante a reacção. A Lei do Stefann-Boltzmann relaciona a potencia total, P, irradiada por um corpo, em todas as frequências, com a temperatura a que este se encontra, T, a área da superfície de emissão, A, a sua emissividade, e, através da expressão P = e s A T4. A Segunda Lei da Termodinâmica afirma que no universo (sistema isolado), a quantidade de energia útil nunca aumenta. 4.2. A incerteza associada à escala dos instrumentos de medida é a menor divisão da escala se o instrumento for digital e metade da menor divisão da escala se instrumento de medida for analógico. Assim, como o aparelho é digital, incerteza associada à escala desse termómetro é de ± 0,01 °C, pois a menor divisão da escala é 0,01 °C. GRUPO III 1. 1.1. Os pontos X e Y possuem a mesma densidade e pressão pelo que se encontram à mesma altitude. O ponto Z encontra-se a uma altitude superior à de X e Y porque a pressão e a densidade diminuem com a altitude. 1.2. Determinar o volume de monóxido de carbono, CO, existente em 5,00 m3 de ar. %V/V = V(CO) V(ar) § V(CO) = § V(CO) = * 100 § %V/V * V(ar) 100 § 0,00002 * 5,00 100 § § V(CO) = 1,00 * 10-6 m3 V(CO) = 1,00 * 10-6 m3 § § V(CO) = 1,00 * 10-3 dm3 Determinar a massa de monóxido de carbono correspondente a 1,00 * 10-3 dm3 de CO. r(CO) = m(CO) V(CO) § m(CO) = r(CO) * V(CO) § § m(CO) = 1,25 * 1,00 * 10-3 § § m(CO) = 1,25 * 10-3 g A massa de monóxido de carbono, CO, existente em 5,00 m3 de ar é 1,25 * 10-3 g. 1.3. (D) Atendendo à Lei de Avogadro pode afirmar-se que volumes iguais de gases diferentes contêm o mesmo número de moléculas, quando medidos nas mesmas condições de pressão e temperatura. 2. A configuração eletrónica das espécies referidas é: X2- " 1s2 2s2 2p6 3s2 2p6 16 X " 1s2 2s2 2p6 3s2 2p4 16 Se compararmos a configuração eletrónica de X2- com a de 16X, verifica-se que o ião tem 16 mais dois eletrões que o átomo, apesar de terem a mesma carga nuclear. Assim, no ião predominam as repulsões comparativamente com o átomo. Deste modo, é de prever que a nuvem eletrónica do ião será maior que a do átomo, ou seja, o raio do ião é maior que o do átomo que lhe deu origem. 3. 3.1. Na molécula de amoníaco há 8 electrões de valência. A representação da molécula em notação de Lewis será: •• H •• N •• H •• H © Edições ASA 3 PROVA MODELO 1 – PROPOSTA DE RESOLUÇÃO 3.2. Nas reações de oxidação-redução ocorrem transferências de electrões entre partículas. Assim, a oxidação é o processo no qual uma espécie química perde eletrões e a redução o processo no qual uma espécie química ganha electrões. Não podem ocorrer processos de oxidação ou de redução isolados. Para que uma espécie química se oxide e perca electrões, tem de estar na presença de outra que aceite esses eletrões, e que, por sua vez, se reduza. A equação A traduz uma reação de oxidaçãoredução pois ocorre com variação dos números de oxidação das espécies envolvidas na reação n.o. 0 +1 -1 0 2 Na(S) + Cl2 (aq) " 2 NaCl (s) redução oxidação O sódio sofre oxidação porque perde eletrões e o cloro sofre redução porque ganha eletrões. 3.3. Pares conjugados ácido-base são pares de espécies que diferem entre si de apenas um protão (H+). Assim um par será NH4+/NH3 e o outro será HCl/Cl3.4. Em solução aquosa o cloreto de sódio, NaCl, sofre dissociação de acordo com a equação: NaCl (aq) " Na+ (aq) + Cl- (aq) Originando em solução aquosa os iões Na+ (aq) e Cl- (aq) que têm caráter ácido-base neutro. Em solução aquosa o cloreto de amónio, NH4Cl, sofre dissociação de acordo com a equação: NH4Cl (aq) " NH4+ (aq) + Cl- (aq) Originando em solução aquosa os iões NH4+ (aq) e Cl- (aq). Cl- (aq) que têm caráter ácido base neutro e NH4+ têm caráter ácido base ácido. Assim o caráter químico da solução obtida no gobelé irá ser ácido. 4. Determinar a percentagem de pureza. % de pureza = 100 - % de impurezas § § % de pureza = 100 - 20 § § % de pureza = 80% Determinar a massa de ferro pura. % de pureza = § m(Fe)pura = 4 © Edições ASA m(Fe)pura m(Fe)impura * 100 § % de pureza * m(Fe)impura 100 § § m(Fe)pura = 80 * 12,15 100 § § m(Fe)pura = 9,72 g Determinar a quantidade de ferro, n(Fe). n(Fe) = m(Fe) M(Fe) § n(Fe) = 9,72 55,85 § § n(Fe) = 1,74 * 10-1 mol Determinar o reagente limitante tendo em conta a esteoquiometria da reação. n(HNO3) = 2 n (Fe) n(HNO3) = 0,174 * 2 n(HNO3) = 0,348 mol Como apenas existem 0,2 mol de HNO3 o ácido nítrico é o reagente limitante. Determinar a quantidade de nitrato de ferro (II) Fe (NO3)2 (aq) teoricamente previsto n[Fe (NO3)2]t . f 1 n[Fe(NO3)2]t = n (HNO3) f 2 1 n[Fe(NO3)2]t = (0,20) f 2 n[Fe(NO3)2]t = 0,10 mol f Determinar o rendimento. η= n[Fe(NO3)2]r.o * 100 n[Fe(NO3)2]tp η= 0,082 * 100 § n = 82% 0,10 O rendimento foi 82%. GRUPO IV 1. O nome do soluto utilizado na preparação das soluções é o dicromato de potássio. 2. (C) Grupo I cm = m(soluto) Vsolução § cm= m 50,00 § § cm = 2,000 * 10-2 m (g mL-1) m(soluto) m(soluto) M(soluto) c= §c= § Vsolução 50,00 * 10-3 § c = 20 m(soluto) M(soluto) (mol L-1) Grupo II cm = m(soluto) Vsolução § cm= 2m 100,00 § § cm = 2,000 * 10-2 m (g mL-1) 2 m(soluto) n(soluto) M(soluto) c= §c= § Vsolução 100,00 * 10-3 PROVA MODELO 1 – PROPOSTA DE RESOLUÇÃO § c = 20 m(soluto) M(soluto) (mol L-1) Determinar a quantidade de dicromato de potássio, K2Cr2O7, necessária. Grupo III cm = m(soluto) Vsolução § cm= 5m 250,00 § § cm = 2,000 * 10 m (g mL-1) 5 m(soluto) n(soluto) M(soluto) c= §c= § Vsolução 250,00 * 10-3 -2 § c = 20 m(soluto) M(soluto) -1 (mol L ) Podendo concluir-se que: A solução preparada pelo grupo III tem a mesma concentração mássica e molar que a preparada pelo grupo I. A concentração mássica da solução preparada pelo grupo II é igual à concentração mássica da solução preparada pelo grupo I. A quantidade sal usada pelo grupo I é metade da usada pelo grupo II. 3. 3.1. Apurar qual o volume de solução que o grupo pretende preparar. Por consulta da do quadro verifica-se que Vsolução = 50,00 mL § Vsolução = 50,00 * 10-3 L c= n(K2Cr2O7) Vsolução § n(K2Cr2O7) = c * Vsolução § § n(K2Cr2O7) = 0,080 * 50,00 * 10-3 § § n(K2Cr2O7) = 4,0 × 10-3 mol Determinar a massa de dicromato de potássio, K2Cr2O7, necessária. n(K2Cr2O7) = n(K2Cr2O7) M(K2Cr2O7) § § m(K2Cr2O7) = n(K2Cr2O7) * M(K2Cr2O7) § § m(K2Cr2O7) = 4,0 * 10-3 * 294,20 § § m(K2Cr2O7) = 1,2 g A massa de soluto que o grupo deve medir é 1,2 g. 3.2. (C) Este procedimento é errado, já que no vidro de relógio e na espátula ficam resíduos do soluto que se não forem transferidos para a solução farão que a concentração efetiva seja menor que a concentração que se prevê obter. Assim, após a transferência, o vidro de relógio e a espátula deveriam ter sido lavados, transferindo a água de lavagem para o gobelé onde está a ocorrer a dissolução do soluto. FIM © Edições ASA 5