CEEQ Centro de Estudos de Engenharia Química Transformação química da matéria, em tempo real Realização: André Matias; Tiago Barata Orientação: Ana Maria Seco; Jaime Puna Estágio realizado em: Julho de 2011 Objectivo: Estudar a reacção de hidrólise do Acetato de Etilo em meio alcalino, num reactor descontínuo (BATCH) e num reactor contínuo perfeitamente agitado (CSTR). Introdução: Neste trabalho, pretendeu-se averiguar, a evolução cinética da reacção em estudo, em ambos os reactores (CSTR ou BATCH), estudando a evolução das concentrações das espécies químicas intervenientes (reagentes e produtos), o correspondente grau de conversão, a validação da ordem da reacção e a respectiva velocidade, tudo em ordem ao tempo. A reacção em causa é descrita pela seguinte equação química: NaOH(aq) + CH3COOC2H5(aq) CH3COONa(aq) + C2H6O(aq) Para a obtenção dos parâmetros referidos no parágrafo anterior, começou-se por determinar a evolução da condutividade eléctrica da solução reaccional (resultante maioritariamente, do NaOH e do Acetato de Sódio), ao longo do tempo, através do uso de um condutivímetro, de modo a se poder determinar, a correspondente evolução da concentração de reagente limitante, que, neste caso, foi o Hidróxido de Sódio e, a partir da estequiometria da reacção e, do modelo cinético adoptado, os restantes parâmetros, já mencionados anteriormente. De referir que, a equação cinética desta reacção é de segunda ordem, tipo II, isto é: r = k.[NaOH].[Ac. Etilo] em que k – constante de velocidade da reacção Parte experimental: Para os dois tipos de reactores estudados, ambos no mesmo equipamento reaccional (ver figura 7), prepararam-se soluções aquosas de 0,06M de NaOH e Acetato de Etilo. Após a determinação do volume total do reactor, foram adicionados volumes iguais de ambas as soluções, correspondendo cada uma, a 50% do volume total. Para o reactor BATCH, estudou-se o efeito da temperatura da reacção (30ºC e 35ºC) sobre as concentrações de todas as espécies químicas envolvidas (reagentes e produtos da reacção). Tabela 1 – Tabela de resultados experimentais nos reactores Ensaio T (ºC) Qv NaOH (mL/min.) Qv Ac. Etlio (mL/min.) BATCH 30 - - BATCH 35 - - CSTR 30 30 30 Volume inicial NaOH (mL) Volume inicial Ac. Etilo (mL) [NaOH] (M) (t = 0) [Ac. Etilo] (M) (t = 0) 960 960 0,025 0,025 Tratamento de resultados: [NaOH] = [Ac. Etilo] = f(t) Condutividade = f(t) 6 4 2 0 0 200 400 600 800 1000 1200 0,045 0,04 0,035 0,03 0,025 0,02 0,015 0,01 0,005 0 CSTR, T= 30ºC 0,016 0,014 0,012 0,01 0,008 0,006 0,004 0,002 0 0 0 t (s) BATCH, T= 30ºC [Produtos] (M) 8 [NaOH] (M) Cond. (mS/cm) 10 [Produtos] = f(t) 200 400 600 800 1000 200 400 1200 600 800 1000 1200 t (s) t (s) BATCH, T= 30ºC BATCH, T = 35ºC CSTR, T= 30ºC BATCH, T= 30ºC BATCH, T = 35ºC CSTR, T= 30ºC BATCH, T = 35ºC Figura 1 – Condutividade ao longo do tempo de reacção Figura 2 – Concentração de reagentes ao longo do tempo de reacção Figura 3 – Concentração dos produtos reaccionais ao longo do tempo de reacção Grau de Conversão = f(t) Reacção de 2ª ordem, tipo II Velocidade da reacção = f(t) 70 60 60 50 1/[NaOH] X (%) 50 0,00025 r (mol.dm-3.s-1) 70 40 30 20 40 30 10 20 0 10 0 200 400 600 800 1000 1200 CSTR, T= 30ºC BATCH, T = 35ºC Figura 4 – Grau de conversão ao longo do tempo de reacção 0,00015 0,0001 0,00005 0 0 0 0 t (s) BATCH, T= 30ºC y = 0,1103x + 28,265 R2 = 0,9996 0,0002 50 100 150 200 250 t (s) Figura 5 – Correlação linear de 2ª ordem, tipo II 200 400 600 800 1000 1200 t (s) 300 BATCH, T= 30ºC CSTR, T= 30ºC BATCH, T = 35ºC Figura 6 – Velocidade ao longo do tempo de reacção Discussão de resultados e conclusões: Em função dos dados obtidos, podese concluir que, relativamente ao reactor BATCH, um aumento da temperatura reaccional provocou uma diminuição do grau de conversão final, de 57% para 37%, embora, do ponto de vista cinético, a reacção tenha alcançado o estado estacionário mais rapidamente. No reactor CSTR, a conversão final é a mais baixa de todas, cerca de 10% (francamente baixa), devido ao facto de, neste reactor, estar sempre a ocorrer entrada de reagentes e saída de mistura reaccional. Refªs Bibliográficas: - F. P. Incropera, D. P. DeWitt, Introduction to Heat Transfer, 4th. Edition, John Wiley & Sons, 2002 - Armfield Limited, Product Manual HT30X ”Heat Exchanger Service Unit”, Armfield, 2002. Figura 7 – Equipamento reaccional usado nas experiências Agradecimentos: Ciência Viva; ISEL – Centro Estudos Eng. Química; Prof. Jaime Puna, Profª. Ana Seco e Profª. Celeste Serra.