Filhos: o que fazer? Por Ms. Janaína Nascimento Teixeira (Psicóloga) e Luciana Maria Assis Silva (Psicóloga) No mundo atual, as pessoas pensam cada vez mais se vale a pena ter filhos. O alto índice de violência, o custo de vida, descartáveis, as o relações humanas individualismo, a competitividade cada vez mais acirrada são apenas alguns dos critérios que fazem jus a essa dúvida. Superado esse questionamento, vêm à próxima questão: como educá-lo? Como prepará-lo para esse mundo tão hostil já citado anteriormente? Não existe uma fórmula geral sobre a melhor forma de educar um filho. No entanto, pode-se garantir que existe um caminho a ser seguido. Skinner, psicólogo comportamental, nos propõe a seguinte questão sobre o futuro da humanidade, incluem-se aqui os FILHOS: “A escolha é clara: ou não fazemos nada e permitimos que um futuro miserável e provavelmente catastrófico nos alcance, ou usamos nosso conhecimento sobre o comportamento humano para criar um ambiente social no qual poderemos viver vidas produtivas e criativas, e fazemos isso, sem pôr em risco as chances de que aqueles que se seguirão a nós serão capazes de fazer o mesmo.” Skinner, B.F. (1978, p.66) Essa previsão aparentemente exagerada de Skinner, não parece tão exagerada quando se imagina o índice de criminalidade que enfrentamos hoje no nosso país.. Então, o que seria usar o conhecimento sobre o comportamento humano no caso dos pais que querem saber a melhor forma de educar seus filhos? Primeiro: é necessário entender que conceitos amplamente conhecidos, como “personalidade”, “desejo” ou “força de vontade”, NÃO são responsáveis pelos comportamentos humanos. Na verdade, pensar assim, só desloca a atenção das verdadeiras variáveis que controlam o comportamento humano: o material genético, a história de vida e a cultura. Não se devem buscar dentro dos indivíduos as causas primárias dos seus comportamentos, e sim na sua relação com o ambiente: espaço físico, as pessoas, a sociedade, a cultura. Os pais, inicialmente, deveriam ter conhecimento sobre o processo de desenvolvimento to infantil, boas intenções não são suficientes para educar uma criança da melhor forma. Sendo assim, deveriam fazer cursos ou ler bons materiais sobre esse assunto. Além disso, a criança precisa ser cuidada pelos pais, já que o AMOR é o elemento fundamental tal e insubstituível para um desenvolvimento saudável. Os pais devem ter alguma disponibilidade de tempo para estar com os filhos, se não têm deveriam repensar seriamente sobre a idéia de ter filhos. Claro que as pessoas devem trabalhar, mas precisam separar separar um período diário para estar ao lado do filho, mesmo que seja curto. Os pais devem produzir na criança sentimentos de auto-estima, estima, autoconfiança e responsabilidade. O sentimento de autoauto estima é produzido quando a criança se sente verdadeiramente amada. a. Para isso, a criança precisa receber elogios, carinhos não apenas quando fazem o que os pais querem. Se os pais são afetivos só quando a criança se “comporta bem”, ela não se sente, necessariamente, amada, uma vez que só recebe o carinho pelos “bons” comportamentos. comportamentos. Com isso, ela pode aprender que só recebe carinho se agir da forma como o outro espera que ela se comporte e assim, ter baixa auto-estima. A autoconfiança se desenvolve a partir de uma história de vida em que a criança tem um bom desempenho no no que faz. Os pais para ajudarem no desenvolvimento da autoconfiança devem criar situações em que o filho realize algo por si só, estimulando sua iniciativa. Essas tarefas devem ser programadas com níveis crescentes de dificuldades para aumentar a probabilidade de sucesso da criança. Os pais, também, devem dar limites aos filhos. Muitas vezes, eles confundem liberdade – que é saudável e necessária – com ausência de limites – muito prejudicial. Esses limites vão ajudar no desenvolvimento da responsabilidade e não atrapalhar a espontaneidade da criança. No entanto, essas restrições devem ser feitas de forma contingente e sistemática. Os pais não podem punir os filhos baseados no seu estado de humor ou de “estresse” sem relação com um comportamento inadequado, ou de forma exagerada ou imprevisível – uma hora o comportamento é punido na outra não. Dessa forma, a criança pode se tornar insegura, ansiosa, tímida, agressiva ou até mesmo mentirosa. Quando os limites são sistemáticos e equilibrados desenvolvem na criança senso de limite, responsabilidade e a consciência de que a vida tem suas dificuldades e exigem esforços para superá-las. Uma criança com bom nível de autoestima, de autoconfiança e responsabilidade é segura, afetiva, assume seus atos, é cooperativa, se compromete com a realidade, enfrenta desafios, tem disciplina, sabe lidar com frustrações, é capaz de se colocar no lugar do outro. Retomando o início do texto, é uma criança mais bem preparada para lidar com todas as dificuldades apresentadas no mundo atual, e para ajudar a transformá-lo no mundo melhor com seus comportamentos.