694 Luana Rambo Assis & Lucineide Orsolin considero oportuno discutir e desmistificar algumas concepções que estão em torno dessa relação. Quando falamos em Direitos Humanos, devemos associar ao ser humano, ou seja, qualquer sujeito independente de natureza tem assegurado na legislação seus direitos e deveres. O grande equívoco que se percebe no imaginário social é a associação entre PRESO x DIREITOS HUMANOS, como se fossem as pessoas privadas de liberdade, os únicos detentores desses direitos. Um dos fatores que talvez possa contribuir para resolver determinada ideia é o fato de que as pessoas que estão encarceradas reivindiquem, lutem pela efetivação de seus direitos como cidadão ativo. Manzini, nos alerta que “só existe cidadania se houver a prática da reivindicação, da apropriação dos espaços, da pugna para fazer valer os direitos do cidadão” (MANZINI, 2010, p.13). Como vimos acima, as pessoas privadas de liberdade estão apenas exercendo sua cidadania, fato que toda sociedade deveria fazer, mas não faz, e pior ainda julga, condena, ridiculariza, quanto cidadãos saem da postura passiva e assumem uma postura ativa de luta e mobilização para tornar a cidadania eficaz. A HISTÓRIA DA PRISÃO Antes de adentrarmos na discussão sobre pena privativa de liberdade, faz-se necessário realizar uma breve explanação sobre a evolução das prisões. Desde a antiguidade o sistema prisional é baseado no modelo punitivo e coercitivo, onde os reclusos eram considerados, “lixo da sociedade”, totalmente despossuídos de direitos. Como forma de castigo, utilizavam a pena de morte e para crimes mais graves, o suplício, entendido como um castigo corporal, cruel e doloroso. De acordo com Foucault, o suplício é caracterizado uma “Pena Corporal, dolorosa, mais ou menos atroz”, e acrescentava: é um fenômeno inexplicável à extensão da imaginação dos homens para a barbárie e crueldade (FOUCAULT, 2010, p.35). Como vimos, o corpo dos sujeitos era mantido como objeto de punição e massacre. Entendia-se que a partir do momenI Seminário Internacional de Direitos Humanos e Democracia Os Direitos Humanos e a sua Proteção 25 e 26 de abril de 2013