ESTRATÉGIAS QUE ESTÃO SENDO PRIORIZADAS POR REITORES DAS UNIVERSIDADES FEDERAIS MINEIRAS Maria Helena Barbassa – UNESP Maria Zita Figueiredo Gera – UNESP Resumo O presente estudo objetiva identificar e analisar os tipos de estratégia que estão sendo priorizados pelos gestores das universidades federais, diante desse contexto de dificuldades, de restrições de toda ordem em que estão imersas. A investigação partiu do pressuposto de que as universidades federais vivem uma situação de declínio organizaciona l (Sá 1995). Esta pesquisa abrange o universo das universidades federais mineiras, composto por seis instituições, onde foram entrevistados todos os Reitores e os Vice-Reitores. Para a classificação das estratégias, optou-se por usar taxonomia proposta por Miles & Snow (1978), numa versão modificada, que possibilitou verificar a ocorrência dos três tipos de estratégia: analítica, prospectiva e defensiva. Os resultados indicam que, em resposta à fase que estão enfrentando, a priorização de estratégias analíticas constitui a tendência mais forte. Isto significa que as universidades apresentam um comportamento híbrido, mesclado pelo conservadorismo, no sentido de manter o que está consolidado, ao mesmo tempo em que procuram inovar, como, por exemplo, oferecendo novas modalidades de cursos. INTRODUÇÃO A universidade é uma instituição de ensino superior, complexa, em contínua interação com o seu meio ambiente. Contém em seu bojo as funções básicas: o ensino, a pesquisa e a extensão. É um espaço fecundo para a geração do saber, para o debate, a reflexão e a transmissão de idéias e de conhecimentos. Houve uma época em que, numa atmosfera provinciana, a universidade servia a uma pequena parcela da população; hoje pode-se perceber que as vidas de muitas pessoas da população são afetadas, de alguma forma, pelo trabalho desenvolvido por estas instituições. Universidade e sociedade se interinfluenciam. A universidade tem passado por contínuas e significativas mudanças para adaptação a novos momentos, para a superação de crises do pensamento, crises econômicas ou de outra natureza ou, ainda, para a superação de situações de declínio organizacional. Esta capacidade se revela desde o início da existência das universidades como a de Bolonha, que foi criada no século XII. Segundo Hart (1990), a crise significa uma ameaça importante às estruturas básicas ou aos valores e normas principais de um sistema social que, sob pressão do tempo e de condições incertas, requer decisões críticas. Assim colocada, uma crise pode desencadear uma situação de declínio organizacional. Weitzel & Jonsson (1989) consideram que as organizações entram em estado de declínio quando falham em antecipar, reconhecer, evitar neutralizar ou adaptar-se às pressões internas e externas. Nas últimas décadas do século XX e neste início de século, as universidades federais brasileiras estão sentindo o reflexo do contexto marcado por mudanças rápidas, de natureza econômica, política, cultural e tecnológica, por um processo acelerado de globalização que leva a uma reformatação do mundo. Estas instituições estão pressionadas pela retração significativa das fontes de financiamento, pela redução do quadro efetivo de professores e funcionários técnicos e administrativos e pela busca de crescentes níveis de excelência. Nos últimos anos, têm sido criticadas pela sociedade, pela dificuldade de estabelecer estratégias para se ajustarem, com 2 agilidade, às demandas do mundo em aceleradas mudanças, e têm vivido uma relação difícil com os governantes. Além de estarem vivenciando tal situação, as universidades federais brasileiras estão passando por transformações importantes, dentre as quais se destacam a adaptação às exigências da nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei nº 9394/96) e a questão da autonomia universitária, que tem como fundamento a transformação das atividades de extensão em prestação de serviços, consultorias e realização de convênios, visando a ampliar a captação de recursos financeiros. Esse contexto de desencantamento e de crise vividos pelas universidades federais brasileiras e, ainda, a necessidade de transformações importantes requer dos seus gestores, aqui considerados Reitores e Vice-Reitores, uma adequada visão de futuro, com a redefinição de cenários que deverão nortear a superação desta situação, com a adoção de estratégias adequadas. Nesta contingência, fica evidente a importância da ação dos dirigentes das universidades federais brasileiras. Serão eles os principais sujeitos responsáveis pela superação da referida crise e pela revitalização destas instituições de ensino superior. Em relação ao perfil do gestor universitário, Marcovitch (1998, p. 169) distingue como traço fundamental [...] “a capacidade de articular uma visão de futuro. Ele precisa ter em mente [...] uma proposta estratégica e não apenas a rotina de seu cargo”. Segundo Andrews, citado por Horwitch (1986, p. 38), ele precisa ser também o [...] “arquiteto da estratégia”. Ressaltamos, portanto, neste momento, a importância de os gestores dessas universidades efetuarem uma leitura crítica das mudanças em curso, dos desafios que se configuram no cenário presente e futuro, bem como traçarem estratégias capazes de superar esta fase crítica e conduzi- las à revitalização. Em investigação sobre crise e declínio nas universidades federais brasileiras para o desenvolvimento de Tese de Doutorado, Sá (1995, p.189) concluiu que [...] “a crise das Universidades Federais Brasileiras pode ser caracterizada como uma situação de declínio organizacional, particularmente um tipo de declínio denominado declínio como estagnação”. Segundo Whetten (1988), esse tipo de declínio leva à estagnação e à resistência às mudanças. Partindo desse pressuposto é que foi elaborado esse estudo. Nessa situação de ambiente hostil, os resultados de pesquisas realizadas por Rubin (1979) e por Cameron & Tschirhart (1992), em universidades americanas, cujo gerenciamento se dá com uma conotação mais empresarial, indicam que as organizações tendem a responder de forma rígida às ameaças, a adotar estratégias conservadoras. No Brasil, pesquisa realizada por Bertucci (1999, p. 1), junto a coordenadores de cursos de duas universidades particulares de grande porte, evidenciou um perfil estratégico prospectivo e analítico. Este trabalho trata, portanto, da universidade federal, que tem um papel de reconhecida importância na História do Brasil, tanto pelo exercício de sua missão acadêmica, pelo desempenho de suas funções sociais e culturais, quanto pela concepção e/ou realização de projetos complexos e significativos para a sociedade brasileira. Apesar dessa contribuição ao País, esta instituição enfrenta muitos desafios, sem novos recursos e sem atualização do contingente de pessoal. Muitos estudos focam as causas e/ou as conseqüências do declínio organizacional. O objetivo deste trabalho é estudar as ações e reações das universidades federais mineiras, no momento em que o declínio está ocorrendo, para que seja possível conhecer e refletir sobre essas ações e reações que estão em curso, possibilitando um ‘repensar’ do processo como um todo e, especificamente, do tipo de estratégia que está sendo priorizado. Essas colocações remetem à seguinte questão que constitui parte do problema estudado: 3 Que tipo de estratégia está sendo priorizado para superar esse momento que as universidades vivem e para conduzi- las a uma fase de revitalização? Para responder a esta questão, foi usada a tipologia desenvolvida por Miles & Snow (1978), que será apresentada e comentada nos próximos itens. ESTRATÉGIA ORGANIZACIONAL A partir do início da década de 1950, o ambiente das organizações começou a modificar-se, de forma cada vez mais acelerada e turbulenta. Essas modificações continuam aceleradas até os dias de hoje. As universidades federais brasileiras não escaparam a essa realidade, estão inseridas num ambiente marcado pela incerteza e padecem com a não priorização da educação pelos governantes, com a escassez de recursos, com as mudanças tecnológicas. Para sobreviver a esse contexto desafiador, torna-se imperativo às universidades encontrarem caminhos, estratégias para enfrentarem a crise. As estratégias podem ser consideradas, na avaliação de Megginson, Mosley & Pietri Junior (1986, p. 111), “como os mecanismos que ajudam as organizações a se adaptarem a seus ambientes e integrarem as operações internas”. Por séculos, os militares usaram essa palavra referindo-se à direção que era dada à guerra com o objetivo de alcançar a vitória. Gradualmente, passou a ser assimilada pelo senso comum e, posteriormente, a administração tomou emprestada essa palavra para utilizá- la como “o caminho que a organização irá seguir para atingir seus objetivos” (ALMEIDA, 1994, p. 18). A estratégia é, hoje, uma ferramenta gerencial de valor reconhecido. Na literatura, seus conceitos são múltiplos, provenientes de variadas perspectivas de análise. Para Stoner & Freeman (1995, p. 141), “estratégia é o programa amplo para definir e alcançar os objetivos de uma organização e implementar suas missões”. Mintzberg (2001) considera que estratégia requer, pelo menos, cinco definições, a saber: A estratégia como plano, consiste em um curso de ação conscientemente traçado, um guia para lidar com uma determinada situação, implica olhar adiante. Pode não ser alcançado. Diz respeito, portanto, à estratégia pretendida, que pode desaguar em estratégia deliberada, na qual o intencionado se realiza, ou em estratégia não realizada. Como padrão, estratégia significa consistência em comportamento ao longo do tempo, seja ela pretendida ou não, implica olhar o comportamento vivido. Diz respeito à estratégia realizada. Está associada à estratégia emergente, em que os padrões surgem e evoluem na ausência de intenção ou apesar dela. A estratégia como manobra é concebida para amedrontar, para enganar o competidor. É uma ameaça ao concorrente, para tirar vantagem em determinada situação. A estratégia como posição identifica a situação da organização e sua posição no ambiente em que atua. Procura posicionar a organização no contexto em que interage. A estratégia como perspectiva consiste numa maneira de a organização ver o mundo. “A estratégia, neste particular, é para a organização o que a personalidade é para o indivíduo”. Mintzberg (2001) destaca que mais importante que o sentido de que essas definições podem-se revezar, elas se complementam. Além do ponto de vista tradicional, apresenta a idéia de estratégia emergente, isto é, estratégia que pode ser formada, sem ter sido consciente e propositalmente formulada. Podem surgir padrões não estruturados intencionalmente. Este aspecto será tratado no próximo tópico. 4 Nesta pesquisa, utiliza-se o conceito desenvolvido por Oliveira (1997, p. 51): “estratégia é a ação ou o caminho mais adequado a ser executado para alcançar os objetivos e desafios”. A formulação da estratégia Em 1997, Mintzberg (2000) e seus colaboradores fizeram uma revisão da evolução do pensamento estratégico sobre a formulação de estratégias, abordando todas as questões referentes ao conteúdo, ao processo e ao ambiente estratégico das organizações. A revisão feita pelos autores acima mencionados, da vasta literatura sobre estratégia organizacional, identificou dez pontos de vista diferentes que foram classificados em dez escolas. Estas dez escolas da estratégia foram agrupadas pelo autor em três segmentos apresentados, resumidamente, a seguir: 1° - Escolas Prescritivas: dão mais ênfase em como devem ser do que como realmente são formuladas as estratégias. São elas: Escola do Design: desenvolvida nos anos 60 do século passado, considera a formulação de estratégia como um processo que abrange o desenho informal e conceitual. Escola do Planejamento: também desenvolvida nos anos 60 do século XX, fez muito sucesso na década de 1970, focaliza a formulação de estratégia como um processo de planejamento formal. Escola do Posicionamento: teve seu auge nos anos 80 do século passado, enfatiza o posicionamento competitivo no mercado. 2º - Escolas Descritivas: dão mais ênfase à descrição de como as estratégias são formuladas do que à determinação do comportamento estratégico ideal. As escolas descritivas envolvem: Escola Empreendedora: considera a formação de estratégia como um processo visionário. Escola Cognitiva: fundamentada na psicologia cognitiva, apresenta a estratégia como um processo mental. Escola de Aprendizado: a estratégia emerge gradualmente, à medida que a organização aprende. Escola do Poder: vê a estratégia como um processo de negociação. Escola Cultural: considera a formulação de estratégia como um processo coletivo e cooperativo, apoiado na cultura da organização. Escola Ambiental: trata a formação da estratégia como um processo reativo. 3°- Esse segmento contém somente uma escola que combina todas as outras. Escola de Configuração: procura traçar os estágios e seqüências do processo de formação de estratégia como um todo interligado. Ao analisar a evolução do pensamento estratégico, que é um tópico muito relevante para a administração das organizações, Cavalcanti (2000, p. 25) comenta: O que possibilita visualizar a empresa agindo em múltiplas direções criando redes exuberantes de contatos, parcerias, reconfigurações, a economia global é na realidade um universo em expansão, atingindo padrões nunca antes vistos pela humanidade, o que exige um novo homem, uma nova mulher, novas profissões, novos estilos de agir, e de aprender a agir. O autor prevê, para 2005, o surgimento de estratégias em redes multicêntricas. 5 A formação da estratégia Neste tópico, aborda-se o aspecto descritivo de como as estratégias, de fato, parecem ser elaboradas, lembrando que elas podem ser exp licitamente formuladas, como foi comentado no tópico anterior, ou podem se formar implicitamente. O processo de formação de estratégia é considerado, por muitos autores, um espaço complexo. Mintzberg et al. (2000, p. 274) concluem: A formação de estratégia é um desígnio arbitrário, uma visão intuitiva e um aprendizado intuitivo; ela envolve transformação e também perpetuação; deve envolver cognição individual e interação social, cooperação e conflito; ela tem de incluir análises antes e programação depois , bem como negociação durante e tudo isso precisa ser em resposta àquele que pode ser um ambiente exigente. Tente apenas deixar tudo isso de lado e veja o que acontece! As estratégias podem ser planejadas, pretendidas e realizadas ou não, dependendo da situação. Grande parte do que já foi escrito sobre a formação da estratégia apresenta-a como um processo deliberado, porém, nem sempre acontece assim. As estratégias chamadas emergentes aparecem sem intenções claras e se convergem em padrões ou planos, que podem vir a ser deliberadas, se forem reconhecidas pela alta administração, conforme figura 3, apresentada a seguir. Figura 3. Estratégias Deliberadas e Emergentes Fonte: Mintzberg & Quinn, 2001, p. 29. Observa-se um consenso entre os estudiosos de que não existe uma estratégia que pode ser considerada estritamente emergente ou estritamente deliberada. Toda formação de estratégia é mesclada pelos dois aspectos. O conteúdo da estratégia A dimensão do conteúdo de estratégia refere-se à estratégia propriamente dita, conforme afirma Mintzberg (2001). 6 Os autores Fahey e Christensen, citados por Gimenez (2000, p. 28), avaliaram o eixo de pesquisa que aborda conteúdo de estratégia e definiram “esse tipo como a pesquisa envolvida com o conteúdo das decisões relacionadas a metas, objetivos”. Consiste em um tipo de pesquisa que dá forte ênfase aos tipos de estratégia. Ao se analisar o processo de busca de adaptação estratégica das organizações, que consiste num esforço de ajustamento recíproco entre a organização e o ambiente em que ela opera, verifica-se que são consideradas duas possibilidades: uma, de visão determinista, que considera o ambiente como o maior causador das mudanças que ocorrem na organização e, portanto, o determinante de sua sobrevivência. Desta forma, a capacidade da organização escolher estratégias fica restrita. Esta visão pode ser melhor compreendida a partir de dois aspectos: a seleção natural ou ecologia das populações, que foi proposta na década de 70 do século passado, por autores como Aldrich e Pfeffer (1976). Nessa concepção, sobrevivem as organizações que melhor se ajustam ao ambiente; o segundo aspecto consiste na perspectiva institucional, que segundo Zucker (1987), sugere que grupos ou normas sociais, tanto internas quanto externas, influenciam a organização. Portanto, a organização é pressionada a conformar-se a esses ditames. A outra possibilidade, que consiste na visão voluntarista, reconhece a capacidade dos atores organizacionais de eleger e de gerar condições propícias às mudanças organizacionais. Esta visão pode ser melhor elucidada, por meio de três perspectivas: - a abordagem da seleção racional, que parte do pressuposto de que, dadas as condições ambientais, os administradores possuem a capacidade e a habilidade racional para escolher as estruturas e os processos que se ajustam melhor ao ambiente (MILES; SNOW, 1978). - O modelo da dependência de recursos, que considera que a organização consegue produzir todos os recursos de que necessita para sobreviver. - A abordagem da escolha estratégica, que considera os administradores, os tomadores de decisão (líderes ou coalizões), e não o ambiente, como fatores decisivos no processo de adaptação das organizações às demandas ambientais, conforme análise dos autores Miles & Snow (1978). Estes autores apresentaram uma tipologia organizacional que tem sido utilizada em várias pesquisas. Eles classificaram as organizações a partir das estratégias que elas adotam. Partiram do pressuposto de que as estruturas e os processos organizacionais retratam interações previamente mantidas com o ambiente. Após pesquisa em muitas organizações, os autores explicaram que Até agora, a partir de nossas pesquisas e de nossa interpretação da literatura, identificamos quatro tipos de organizações. Cada um desses tipos tem sua própria estratégia para responder ao ambiente, e cada um tem uma configuração específica de tecnologia, estrutura e processo, que é compatível com a estratégia” (MILES; SNOW, 1978, p. 29). Conforme a tipologia proposta, serão descritas, a seguir, as principais características de cada um dos quatro tipos de organizações, desenvolvidos com base nas estratégias utilizadas. As organizações prospectivas são criativas, inovadoras, dinâmicas. Mantêm uma postura proativa, estão atentas às novas oportunidades. Investem em pesquisa e desenvolvimento de novos produtos e mercados. Tendem a uma alta organicidade estrutural, a pouca formalização, a poucos níveis hierárquicos e à descentralização. As organizações analíticas podem ser consideradas como um híbrido de estratégia prospectiva e defensiva. Simultaneamente, sondam novas oportunidades e procuram manter sólidas as bases de ações consolidadas. Realizam operações rotineiras e eficientes, e há 7 predominância de estruturas e processos formalizados. Os gestores buscam, continuamente, novas idéias e novos produtos e procuram absorvê- los. As organizações defensivas são caracterizadas por uma orientação estreita para produtos e mercados. Não são inovadoras e almejam a estabilidade. Não apresentam tendência de expansão de domínio buscando novas oportunidades. Buscam baixos custos de produção. As estruturas, processos e tecnologias raramente sofrem ajustes e procuram gerar resultados eficientes. E por último, as organizações reativas: são capazes de perceber as mudanças e incertezas que ocorrem em seu meio, mas geralmente são incapazes de responder eficazmente. Somente sob forte pressão externa respondem às pressões do ambiente. Segundo Zahra & Pearce (1979), citados por Pérola & Gimenez (2000), o va lor dessa tipologia está em que ela especifica relacionamentos entre estratégia, estrutura e processos de tal modo que possibilita a identificação das organizações como todos integrados em interação com seus ambientes. Foi utilizada, nesta pesquisa, a tipologia organizacional desenvolvida por Miles & Snow (1978), apresentada acima, e já validada por alguns autores, para conhecimento e análise do tipo de estratégia que os gestores das universidades federais mineiras estão priorizando para superar a fase que estão vivendo. A partir dos resultados deste estudo, essas instituições poderão ter parâmetros para refletirem sobre suas posturas e reforçá- las ou reavaliá-las. METODOLOGIA Tipo de pesquisa Esta pesquisa caracteriza-se como descritiva. De acordo com Gil (1988), o objetivo principal dese tipo de pesquisa é a descrição das características de determinado grupo, população ou fenômeno, o levantamento de opiniões e atitudes de uma população e o estabelecimento de relações entre variáveis, fase fundamental para possibilitar posterior explicação. Como pesquisa descritiva, buscou-se identificar e analisar as estratégias que os gestores estão adotando para superar essa fase que as universidades estão vivendo. Usando a tipologia desenvolvida por Miles & Snow (1978), verificou-se o tipo de estratégia que está sendo priorizada. Definição da amostra Esta pesquisa abrangeu todo o universo das universidades federais localizadas no Estado de Minas Gerais, à época da coleta de dados: Universidade Federal de Juiz de Fora, Universidade Federal de Lavras, Universidade Federal de Minas Gerais - Belo Horizonte, Universidade Federal de Ouro Preto, Universidade Federal de Uberlândia e Universidade Federal de Viçosa. A escolha deste Estado deve-se ao fato de ele estar localizado numa região considerada representativa e por concentrar, hoje, oito universidades, o maior número de universidades federais, em relação aos outros estados brasileiros. Outra razão dessa escolha refere-se à trajetória profissional de uma das pesquisadoras, que possibilitou conhecer estas instituições. Nelas, houve oportunidade também de realizar estudos e projetos de pesquisa. Esta vivência nestas instituições enriqueceu a análise e a interpretação dos dados coletados. 8 Devido à natureza dos aspectos a serem analisados, a pesquisa foi realizada junto aos Reitores e Vice-Reitores das instituições escolhidas. Segundo Cameron (1978), dentre as vantagens de se trabalhar com membros da coalizão dominante, incluem a participação direta nos objetivos e nas políticas da organização, sua influência no processo político e de alocação de recursos e o conhecimento acumulado que têm sobre a instituição. Definida a amostra, foram feitos contatos telefônicos com a Reitoria de cada universidade, para se obterem dados como os nomes completos dos Reitores e Vice-Reitores e para efetuar o agendamento das entrevistas. Todos os contactados concordaram em participar e o fizeram de uma forma muito atenciosa. Coleta de dados e procedimentos Para alcançar os objetivos desta pesquisa, foi usado um formulário elaborado por Miles & Snow (1978) com questões estruturadas, e como foi dito anteriormente, objetivou identificar os tipos de estratégia que os gestores estão adotando no momento presente das universidades. Este formulário foi testado por seus criadores e por outros autores. Sobre a tipologia desenvolvida por Miles & Snow (1978), embora já utilizada em muitos trabalhos de pesquisa, Bertucci (2000, p. 159) observa que [...] os diferentes resultados encontrados introduzem algumas dificuldades metodológicas acerca da pertinência de utilização integral da tipologia [...]. Uma das questões mais polêmicas refere-se ao tratamento a ser concedido ao tipo reativo, já que o estudo original deixa dúvidas se essa é uma estratégia temporária ou um tipo mal-adaptado que não contribui para efetividade e, portanto, deveria ser tratado como uma categoria residual. A autora faz referência aos estudos de Doty, Glick e Huber (1993), que concluíram que a interpretação ideal da teoria de Miles e Snow suporta a adoção de três e não quatro tipos ideais ao longo de um continuum estratégico: os tipos prospectivo e defensivo nos extremos e o analítico numa posição intermediária. Os próprios autores da tipologia, Miles e Snow (1978, p. 68) fizeram o seguinte comentário: “Baseados em nossa pesquisa, nós acreditamos que defensivos e prospectivos residem em extremos opostos de um continuum de estratégias de ajustamento. Entre esses dois extremos observamos um terceiro tipo de organização que denominamos analítica”. Com base nesses dados, foi usada, nesta pesquisa, a taxonomia desenvolvida por Miles e Snow (não incluindo o tipo reativo), apresentada acima, e já validada por alguns autores. Isto porque essa taxonomia torna possível conhecer e analisar as estratégias que gestores das universidades federais mineiras têm priorizado para superar a situação de crise em que estas estão imersas. A operacionalização da variável estratégia está relacionada no Quadro I, apresentado a seguir. Foram entrevistados, individualmente, seis Reitores e seis Vice-Reitores, sendo que as entrevistas tiveram uma duração média de 2 horas e 30 minutos em cada universidade. As entrevistas foram realizadas nos primeiros quatro meses de 2002. Foram tomadas providências quanto à gravação das entrevistas, quanto ao sigilo das respostas e ao anonimato dos entrevistados, resguardando, desta forma, a privacidade de cada participante. Assim, os entrevistados foram identificados apenas pelo cargo e a universidade por letra. Para se constatar a clareza e a pertinência das questões das entrevistas, foi realizada uma pesquisa piloto com pessoas que não compuseram a amostra. 9 Os dados coletados a partir do formulário estruturado, receberam apurações proporcionadas pela estatística descritiva. Quadro 1. Operacionalização da Variável Estratégia Estratégia Características Questões Produz a inovação; ênfase em pesquisa e desenvolvimento de novos serviços e mercados; constante escaneamento ambiental. 1 Prospectiva Busca identificar novas oportunidades e necessidades dos clientes; amplia o conceito de “cliente educacional”; responde rapidamente a novas tendências, independentemente de perspectivas de rentabilidade; busca efetividade 5 6 Atributos administrativos: complexos mecanismos de coordenação e comunicação; valoriza a participação; processo decisório descentralizado; baixo nível de controle dos processos de trabalho. Ênfase em estabilidade; oferece os serviços educacionais tradicionais, mas enfrenta os concorrentes prospectivos, oferecendo serviços sem inovação; mantém um domínio híbrido entre os tipos prospectivo e defensivo. Analítica Busca um equilíbrio entre eficiência e efetividade; análise custo-benefício; é determinante par oferta de novos serviços; valoriza pesquisa, mas os investimentos são baixos. Atributos administrativos: moderada centralização de controles; processo decisório moderadamente centralizado; valoriza a participação; canais hierárquicos estabelecidos. Mantém a estabilidade do nicho por meio de alta fidelidade aos serviços educacionais tradicionais; limitada gama de serviços. Defensiva 9 2 7 10 11 3 Ênfase em eficiência e qualidade. Tende a ignorar os desafios e mudanças ambientais; baixa agressividade em termos e expansão de domínios; aversão a risco. 4 Atributos administrativos: alto nível de formalização e controle; coordenação simples, centralização do processo decisório. 12 8 Fonte: Adaptado de Miles & Snow (1978) e Clott (1994), por Bertucci (2000). ANÁLISE DOS DADOS Usando a tipologia desenvolvida por Miles & Snow (1978), foi verificado o tipo de estratégia que está sendo priorizado pelos gestores em resposta ao momento pelo qual as universidades federais mineiras estão passando. Os resultados, referentes ao tipo de estratégia adotado, são tratados e apresentados conforme o quadro de operacionalização da variável estratégia, mostrado na metodologia. 10 Tipos de estratégias priorizadas pelos gestores Diante dos desafios que são colocados, hoje, às universidades, pode-se perceber uma preocupação de seus gestores, no sentido de envidar esforços para que esse momento seja superado e a sobrevivência daquelas instituições seja conseguida mantendo-se a capacidade de atender, da melhor maneira possível, aos anseios e necessidades da sociedade. Os entrevistados demonstraram ter uma idéia clara da dimensão e da seriedade do momento e dos desdobramentos que essa fase pode gerar na sobrevivência das universidades federais, dependendo da forma pela qual for conduzida. Esta pesquisa possibilitou a verificação dos tipos de estratégia que estão sendo priorizados pelos gestores em resposta aos desafios que as universidades federais estão vivendo nesse momento. Conforme o modelo de Miles & Snow (1978), são três os tipos de estratégia: as prospectivas, as analíticas e as defensivas. Para facilitar nossa análise e tornar a apresentação dos dados mais clara, optou-se por sintetizar os resultados nas tabelas abaixo. Tabela 1. Respostas dos Gestores que denotam adoção ou não de estratégias prospectivas por suas instituições. Questões (1) Discordo (2) (3) (4) Concordo Prospectivas totalmente Discordo Concordo totalmente 13 1 6 5 17 5 6 1 18 9 3 21 3 8 1 Total 9 29 10 Em % 19,0% 81,0% Conforme os resultados apresentados na Tabela acima, pode-se perceber uma forte adesão, 81,0%, às questões que indicam uma opção pelas estratégias prospectivas, isto é, inovadoras pelas instituições pesquisadas. Apenas 19,0% dos entrevistados discordam ou discordam totalmente das afirmativas que indicam o uso de estratégias prospectivas em suas instituições. Esses resultados chamam a atenção comparativamente ao que foi visto na literatura sobre o assunto. Diante do pressuposto de que estas instituições universitárias estão em fase de declínio, nesse caso, Rubin (1989) e Cameron & Tschirhart (1992), como mencionado na introdução desse trabalho, consideram que as organizações, nessa fase, tendem a adotar estratégias conservadoras e a tornarem-se inflexíveis. Os resultados obtidos mostram que as instituições pesquisadas, ao contrário do suposto pelos autores acima citados, indicam a adoção de estratégias prospectivas, o que significa o uso de estratégias mais agressivas, inovadoras, com ênfase em pesquisa e desenvolvimento de novos serviços, que realizam escaneamento ambiental constante, que valorizam a participação e o processo decisório descentralizado. Como foi comentado anteriormente, os gestores demonstraram uma postura não conservadora diante do ambiente de restrições que vivem. Isso fica evidente também na fala dos gestores que afirmam claramente que acreditam na possibilidade e estão lutando para encontrar novos caminhos para superar esta fase com o oferecimento de novos cursos de graduação, pós-graduação e o investimento em pesquisa, a despeito da falta de recursos e o estímulo à descentralização e à participação. Também, mostram-se empenhados na busca de 11 novos recursos para a manutenção da universidade; algumas firmaram novos convênios com instituições como a Secretaria de Educação do Estado de Minas Gerais. As instituições que rejeitaram as estratégias prospectivas, 19,0%, denotam uma tendência a um comportamento tradicional mais conservador em relação ao oferecimento de novos serviços, ao empreendimento de novas ações, enfatizando a consolidação das conquistas alcançadas. Tabela 2. Respostas dos gestores que denotam adoção ou não de estratégias analíticas por suas instituições. Questões (1) Discordo (2) (3) (4)Concordo Analíticas totalmente Discordo Concordo totalmente 14 2 5 5 19 1 5 6 22 1 3 7 1 23 1 6 5 Total 1 7 23 17 Em % 16,5% 83,5% Verificou-se, com esta pesquisa, que as estratégias analíticas apresentaram os maiores níveis de concordância, demonstrado até mesmo pelo mais baixo índice de discordância encontrado, 16,5%. A maioria dos entrevistados, 83,5%, demonstra uma concordância significativa com as questões que indicam a adoção de estratégias que dão ênfase à estabilidade e à oferta de serviços educacionais tradicionais. No entanto, pode-se perceber que esse resultado indica, também, uma atenção, uma preocupação em relação às inovações apresentadas pelas outras instituições. Os entrevistados deixaram transparecer que, ainda que de uma maneira menos ofensiva, tentam nivelar-se às tendências do mercado. A adoção de estratégias analíticas denota que as universidades lutam para manter as posições conquistadas e consolidadas, numa atitude mais conservadora, ao mesmo tempo em que lutam pela inovação. Apresentam, assim, um comportamento híbrido, mesclado pelo conservadorismo e pela busca de novas oportunidades. Tabela 3. Respostas dos gestores que denotam adoção ou não de estratégias defensivas por suas instituições. Questões (1) Discordo (2) (3) (4) Concordo Analíticas totalmente Discordo Concordo totalmente 15 7 4 1 16 3 5 3 1 20 1 5 6 24 3 7 2 Total 6 20 14 8 Em % 54,0% 46,0% Em relação às estratégias defensivas, sem dúvida, verificou-se a menor discrepância nas respostas. Dos gestores entrevistados, 46,0% apresentam uma concordância com as questões que indicam uma escolha pelas estratégias defensivas em suas instituições. Foi observado que a maioria, 54,0%, discorda das afirmativas que denotam a opção por 12 estratégias defensivas, que tendem a ignorar os desafios e mudanças ambientais, apresentam baixa agressividade em termos de expansão de domínios e aversão ao risco. A indicação de estratégias prospectivas pelos gestores das universidades federais mineiras contraria os estudos que indicam que, numa situação de declínio, as organizações tendem a adotar estratégias conservadoras e/ou que deram certo no passado. CONCLUSÕES Para desenvolver esta pesquisa, partiu-se do pressuposto de que “as universidades federais brasileiras vivem uma situação de declínio organizacional” (SÁ, 1995, p. 189). Assim, esse estudo teve como objetivo, usando a tipologia desenvolvida por Miles & Snow (1978), conhecer e analisar os tipos de estratégia que estão sendo priorizados pelos gestores em resposta à situação que aquelas instituições estão vivendo. Para avaliar esta questão, foi utilizada a tipologia desenvolvida por Miles & Snow (1978), adaptada de Bertucci (2000), que identifica os seguintes tipos de estratégia: prospectivas, analíticas e defensivas. Percebeu-se que os gestores utilizam os diferentes estilos estratégicos. Possivelmente, em determinados momentos prevalece um ou outro tipo. Foi evidenciada uma tendência mais forte à adoção, nas universidades federais mineiras, da estratégia analítica. Este é um tipo de estratégia que busca um híbrido de inovação e preservação das conquistas consolidadas, ao mesmo tempo em que os gestores demonstram uma busca significativa na identificação de novas oportunidades. Essa tendência fica mais fortalecida com a afirmação, pela maioria dos entrevistados, de que as estratégias defensivas são usadas, mas não são priorizadas pelas universidades federais mineiras. Seguidas muito de perto, aparecem as estratégias prospectivas que supõem ações criativas e inovadoras. Pode-se inferir que essa indicação é conseqüente do processo de implementação das orientações apresentadas pelos governantes às universidades federais como, por exemplo, as estratégias de crescimento que estão sendo implementadas tanto na graduação como na pós-graduação, a implementação de novo modelo de pós-graduação como o Mestrado Profissional e a busca de novos clientes. Esses resultados se coadunam com os encontrados por Bertucci (1999), quando os coordenadores de cursos de duas grandes universidades particulares priorizaram os tipos prospectivo e analítico. Esse resultado se mostra bastante diverso do que foi encontrado em pesquisas realizadas por Rubin (1979) e por Cameron & Tschirhart (1992) em universidades americanas. Os resultados obtidos por esses autores mostram que as organizações, quando vivem situações de declínio, tendem a responder de forma rígida às ameaças, a adotar estratégias conservadoras. Todo esse esforço envidado pelos gestores no sentido de promover o crescimento das universidades, mesmo sem novos recursos, e sem atualizar o contingente de pessoal, refletiu, em nosso entendimento, na indicação da priorização de estratégias analíticas e prospectivas. Em relação às estratégias defensivas, verificou-se, coerentemente com os resultados apresentados anteriormente, que a maioria dos gestores das Universidades Federais de Minas Gerais afirmou que elas não estão sendo adotadas. Esse tipo de estratégia, quando priorizado, indica que a organização tende a ignorar os desafios e mudanças ambientais e são pouco agressivas em relação à expansão, por exemplo. Portanto, ficou evidente que as estratégias analíticas constituem a tendência mais forte, seguidas de perto pelas estratégias prospectivas. 13 Constatou-se que os gestores estão cientes da gravidade da situação que as universidades federais mineiras estão vivendo no momento e avaliam que os desafios que enfrentam são tão sérios que ameaçam a sobrevivência dessas instituições. Existe a esperança de que a universidade federal continue desempenhando seu papel como instituição social, geradora e transmissora do conhecimento comprometido com a sociedade. Nesta pesquisa foi encontrada a indicação de uma postura mais ofensiva na priorização de estratégias por parte dos gestores das universidades federais mineiras e ressalta-se a importância da realização de pesquisas em outras regiões para que esses resultados possam ser comparados. BIBLIOGRAFIA ALDRICH, H. E.; PFEFFER, J. Environments of organizations. Annual Review of Sociology, v. 2, p. 79-105, 1976. ALMEIDA, M. I. R. 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