CONHECIMENTO Ram Charan explica como cristalizar estratégias ESTILO O seu próximo emprego pode estar no Facebook Junho/2013 Ano 36 - nº 324 Conheça os jovens administradores que estão revolucionando grandes empresas e desafiam o mercado Editorial A lição das ruas: o que podemos aprender com as manifestações Aqui cabem outras perguntas: as nossas empresas sabem usar as redes sociais em seu benefício? Os administradores dominam essas ferramentas? Nós temos a capacidade de usá-las para injetar energia e provocar inovação em um ambiente corporativo? Essa onda de manifestações ainda vai nos trazer muitas questões, levantar muitas dúvidas e nos obrigar a pensar fora da nossa zona de conforto. Embora o debate esteja apenas no começo, um detalhe não pode ser ignorado: as pessoas anseiam por participação. Tanto na esfera pública como em seus ambientes de trabalho, as pessoas querem ser ouvidas, querem mostrar suas opiniões e se sentirem relevantes. Sim, as pessoas são relevantes! Esse entendimento, essa visão mais humana de nossas relações de trabalho também pode construir empresas mais sólidas e administradores mais eficazes. Não vamos deixar esse momento passar. O País não pode perder mais tempo. Precisamos começar a mudá-lo agora. MARCELO MARQUES Nas últimas semanas, a sociedade brasileira mostrou o que uma reivindicação pode trazer em termos de mobilização e resultados. Acompanhar as pessoas ocupando as ruas de forma pacífica, descartando lamentáveis excessos, trouxe de volta a esperança de que mudanças mais profundas podem ocorrer no País. Para muito além da redução de tarifas do transporte público, as manifestações apontam para uma necessidade profunda de mudanças estruturais. Questões como as reformas Política, Sindical, Tributária, a celeridade da nossa Justiça, o fim da impunidade entre outros, precisam entrar na pauta deste novo Brasil que se avizinha. Agora, amigo administrador, você pode estar se perguntando: o que nós, como categoria, podemos tirar de ensinamento destes acontecimentos? E mais do que isso, como podemos aproveitar esse momento para o aprimoramento do nosso trabalho? Podemos enxergar nas manifestações apenas atos de vandalismo ou uma mera empolgação da sociedade. Mas, o que aconteceu (e está acontecendo) nos mostra mais do que isso. Nos mostra jovens com poder de liderança, capacidade organizacional e coragem. Não seriam esses atributos fundamentais para um administrador? Não estaria nesse jovem aquele algo a mais que buscamos em um profissional? Que empresa não gostaria de contar com alguém com essas características em seus quadros? Além disso, a mobilização provou, mais uma vez, que as redes sociais são fundamentais para quem deseja atingir metas e objetivos. Foi através de ferramentas como o Facebook e o Twitter que as pessoas conseguiram se organizar e, principalmente, disseminar ideias e conceitos que serviram de estofo para as manifestações. Adm. Walter Sígollo Presidente do Conselho Regional de Administração de São Paulo - CRA-SP 3 facebook.com/ twitter.com/ oficial.crasp Presidente Administrador Walter Sigollo cra_sp SÃO JOSÉ DO RIO PRETO Diretoria Adm. José Alfredo Machado de Assis Vice-presidente Administrativo Adm. Milton Luiz Milioni Vice-presidente de Relações Externas RIBEIRÃO PRETO PRESIDENTE PRUDENTE BAURU CAMPINAS SÃO JOSÉ DOS CAMPOS Adm. Alberto Emmanuel de Carvalho Whitaker Vice-presidente de Planejamento SOROCABA Adm. Hamilton Luiz Corrêa Vice-presidente para Assuntos Acadêmicos Adm. Teresinha Covas Lisboa 1ª Secretária GRANDE SÃO PAULO SANTOS Seccionais CRA-SP Adm. Roberto Carvalho Cardoso 2ª Secretário Seccional de Bauru Delegado: Adm. William Lisboa Simas Coordenador Regional: Adm. Carlos Eduardo Sperança Av. Nações Unidas, quadra 17-17, sala 109, Vila Santo Antônio 17013-905 - Bauru - SP Tel.: (14) 3223-1857 [email protected] Adm. Antonio Geraldo Wolff 1º Tesoureiro Adm. Álvaro Augusto Araújo Mello 2º Tesoureiro Conselheiros Arlindo Vicente Junior, Carlos Antonio Monteiro, Edgar Kanemoto, Luiz Carlos Marques Ricardo, Luiz Carlos Vendramini, Marco Antônio Sampaio de Jesus, Nelson Reinaldo Pratti, Rogério Góes, e Silvio Pires de Paula (representante do CRA-SP no CFA) Seccional de Campinas Coord. Regional: Adm. Elcio Eidi Itida Rua Maria Monteiro, 830, cj. 53, Cambuí 13025-151 – Campinas – SP Tel.: (19) 3307-8555 [email protected] Conselho Editorial para RAP 2011/2012 Coordenador: José Alfredo Machado de Assis. Integrantes: Hamilton Luiz Corrêa, Luiz Carlos Marques Ricardo, Luiz Carlos Vendramini, Milton Luiz Milioni, Roberto Carvalho Cardoso, Teresinha Covas Lisboa e Maria Cecilia Stroka Seccional de Presidente Prudente Analista responsável: Adm. Manoel Barreto de Souza Av. Cel. 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Braz Oláia Acosta, 727, cj 109 - Jardim Califórnia 14026-040 - Ribeirão Preto - SP Tel.: (16) 3621-1061 [email protected] Seccional de Santos (Baixada Santista e Vale do Ribeira) Coordenadora Regional: Adm. Renata Farias Pizarro Busch Av. Ana Costa, 296, sala 14, Campo Grande 11060-000 - Santos - SP Tel.: (13) 3221-9357 [email protected] Seccional de São José do Rio Preto Coordenador Regional: Adm. Eduardo Gomes de Azevedo Junior Rua Imperial, 59, salas 1 e 2, Vila Imperial 15015-610 - São José do Rio Preto - SP Tel.: (17) 3305-1765 [email protected] Seccional de São José dos Campos (Vale do Paraíba e Litoral Norte) Coordenador Regional: Adm. Dejair Dutra de Souza Rua Euclides Miragaia, 700, sala 25, Centro 12245-820 - São José dos Campos - SP Tel.: (12) 3923-9954 [email protected] Seccional de Sorocaba Delegado: Adm.Edson Conceição Júnior Coordenadora Regional: Adm. Aida Rodrigues Avenida Antônio Carlos Comitre, 510, sala 86, Parque Campolim 18047-620 - Sorocaba - SP Tel.: (15) 3233-8565 [email protected] A necessidade de estratégias fortalece o papel dos administradores na área financeira getty images Sumário 3 Editorial 6 Perfil Administrador Fábio Luchetti, presidente da Porto Seguro em Na Prática getty images Saiba como o Facebook e outras redes sociais podem facilitar sua recolocação profissional em Estilo GETTY IMAGES Jovens ganham espaço e ocupam cargos de liderança em Capa 10 Capa Nova geração Apesar da pouca experiência, os jovens alcançam posições de destaque nas grandes empresas 16 Conhecimento Quem sabe faz Guru dos negócios, o indiano Ram Charam prega objetividade e poder de “realização” 22 Na Prática Administração financeira Cresce o papel dos administradores no cash management das empresas 26 Estilo Redes Sociais Empregadores estão de olho na sua página do Facebook 30 Notícias Coaching e tendências de mercado 34 Opinião Adm. Laerte Leite Cordeiro Perfil MARCELO KURA por Gilberto Amendola e Maria Cecilia Stroka Um humanista na linha de frente Homenageado com a distinção Administrador Destaque, concedida pelo CRA-SP, Fábio Luchetti, diretor-presidente da Porto Seguro, fala nesta entrevista sobre sua E longevidade na empresa e o mercado de seguros no País m meados dos anos 70, o menino que usava o portão de ferro da Porto Seguro em suas partidas de futebol de rua não imaginava o gol que o futuro ainda estava guardando. Fábio Luchetti iniciou sua trajetória na empresa em 1984, como office-boy. A partir daí, seu interesse por um crescimento pessoal e profissional fez com que ele procurasse uma faculdade de Administração. Não demorou para Luchetti começar a galgar posições. Em 1996, ele já era gerente técnico; em 2000 foi promovido a diretor de emissão; assumiu a diretoria operacional em 2011 e foi eleito diretor-presidente da Porto Seguro S/A em 2012. “Ao longo desta trajetória, a política de movimentação interna da empresa me permitiu continuar com bastante energia”, conta. 6 Luchetti diz que “adora administrar” – principalmente porque “gosta de gente”. “O que o administrador precisa entender é que uma empresa é feita de pessoas. Pessoas que pensam, sentem e querem”, diz. Para ele, o segredo do sucesso da Porto Seguro é o engajamento dos seus funcionários. “Nós temos 15 mil funcionários. São 15 mil famílias. O nosso sucesso é a felicidade dessas pessoas”. Neste sentido, Luchetti acredita que a função de um líder é a de ser um catalizador. “Por isso, precisamos saber ouvir nossos colaboradores. Os funcionários querem participar. Hoje em dia, ninguém mais pode liderar apenas pelo poder do crachá”, afirma. Sobre seu estilo de administração, Luchetti diz ser contra o “radicalismo de posicionamento”. “O importante é ter menos convic- ções e entender que nem tudo é preto ou branco". Entre as inovações experimentadas por Luchetti, destaca-se a ampliação do Home-Office (a possibilidade de funcionários trabalharem na própria residência). “Em dois anos, 3 mil pessoas estarão trabalhando desta forma. Entre os benefícios do Home-Office, Luchetti ressalta a possibilidade de uma nova relação com o próprio trabalhador. Na sede CRA-SP, Luchetti falou da importância do próprio Conselho de Administração para o profissional da área. “O Conselho pode ajudar a tirar o administrador da solidão que é tomar algumas decisões difíceis e também deve atuar como um farol em alto-mar para os recém-formados”. RAP: Na contramão da visão que os jovens e o mercado têm de uma carreira ascendente nos dias de hoje, o sr. trabalha na mesma empresa desde 1984. Por que crescer na mesma companhia foi e tem sido a sua opção de carreira? Fábio Luchetti: Eu sempre acreditei que trabalhar para uma empresa não deveria mudar minhas atitudes e que eu deveria pensar como se eu fosse dono do negócio. Ter atitudes ousadas, lutar pelos meus interesses e também de outros e ter autonomia , assim como qualquer empresário faria. É verdade que a cultura da Porto Seguro sempre estimulou esses comportamentos e criou o ambiente necessário para que eu pudesse desenvolver todo meu potencial, gerando oportunidades e desafios. Coincidentemente, a Porto Seguro cresceu e expandiu suas atividades além do seguro (hoje são 25 empresas de vários segmentos), o que também permitiu que eu navegasse por várias áreas e negócios do grupo. Essa movimentação me permitia ampliar conhecimentos, quebrar a rotina e buscar motivação. No fundo, eu tinha um mercado de oportunidades novas dentro do mesmo grupo. RAP: Como o conhecimento de diferentes áreas da empresa contribui para o seu trabalho? Fábio Luchetti: O fato de operarmos com seguros em geral, serviços financeiros (cartão de crédito, financeira, consórcio de imóveis e automóveis) e serviços em geral (serviços emergenciais e de conveniência, rastreamento de veículos e caminhões, alarmes monitorados de residências, empresas, chips de celular e outros), obviamente que administrados por uma equipe de especialistas juntamente com a diretoria, me estimula a ter uma visão mais ampla dos temas. Buscar a sinergia entre os negócios e nossos canais de distribuição favorece a leitura dos movimentos da economia, dos hábitos e comportamentos da sociedade e permite muitas oportunidades de inovação. Essa diversidade de negócios reflete a necessidade que qualquer líder precisa ter para lidar com a diversidade dentro das organizações. E, em um ambiente de respeito e confiança mútuos, com boa governança, permite criar uma organização catalizadora de ideias e realizações. E a meu ver, o papel de um diretor-presidente é zelar para que o ambiente, os recursos humanos e a infraestrutura estejam à disposição dos talentos, influenciando, quando possível, para que o universo conspire a favor dos negócios, dos resultados e das felicidades das pessoas. RAP: Que características foram determinantes para que o sr. chegasse ao topo na Porto Seguro? Fábio Luchetti: Eu acredito que foram as minhas atitudes. A capacidade de me expor diante das situações difíceis; de pensar diferente dos meus líderes e achar a melhor forma de expor minhas opiniões, mesmo que contrárias; de ser ousado em enfrentar as soluções para problemas crônicos na organização. Minha curiosidade sempre me despertou interesse e, consequentemente, acabo questionando processos e decisões. Outro componente que considero importante é que sempre me empenhei muito em atender o ponto de vista dos clientes, buscando representá-lo dentro da empresa. Não é incomum que regras sejam criadas para facilitar processos, mas acabam sendo injustas em alguns momentos. É muito importante qualquer colaborador saber respeitar normas e procedimentos, mas não pode perder o seu bom senso. Acredito que cheguei até onde estou porque, de alguma forma, tive o endosso de meus pares, equipes e clientes. Afinal, todo líder deveria se ver como uma marca. Da mesma forma que as empresas cuidam das suas marcas, eu também cuido da minha. Procuro sempre gerir com atenção para que minhas contribuições e meu trabalho sejam reflexos dos meus valores. RAP: Como a inovação é estimulada na Porto Seguro? Fábio Luchetti: Temos uma cultura de ouvir muito todos os envolvidos na nossa cadeia de valor, sempre atentos aos detalhes. Somos muito verticalizados em nossas operações, não porque somos desatualizados 7 Perfil RAP: Da mesma forma, como a empresa trabalha para a excelência no atendimento aos segurados, que, em geral, procuram a seguradora em momentos tensos de perdas patrimoniais e afetivas? Existe uma preocupação nesse sentido? Fábio Luchetti: Sem dúvida, nosso maior patrimônio são nossos relacionamentos. Apesar de um contrato de seguro ser um instrumento que o cliente nunca deseja tirar da gaveta, pelas incertezas da vida e acidentes do cotidiano, inevitavelmente o seguro faz parte da sociedade e protege tudo que as pessoas mais atribuem valor, desde propriedades até fatores emocionais. Precisamos preparar nossos funcionários para que compreendam a natureza desses acontecimentos e assumam uma postura de empatia, solidariedade e, principalmente, de proatividade diante de situações inusitadas. O que vale é transformar a experiência do cliente, na melhor experiência possível. Afinal, queremos ser o Porto Seguro dos nossos clientes. RAP: Qual é a sua visão do mercado de seguros de hoje no Brasil e quais as possibilidades de expansão? Fábio Luchetti: Tenho uma visão otimista. A percepção da importância do seguro na sociedade brasileira ainda é muito pequena comparada a países mais desenvolvidos. A classe C está se fortalecendo e tenderá a buscar mais proteção aos seus bens e familiares à medida que necessidades mais básicas sejam supridas e conquistadas (pirâmide de Maslow que muito vemos no estudo da Administração). O seguro, quando uma economia começa a dar sinais de melhorias e evolução, não é a primeira a reagir, pois tem uma curva mais longa, mas qualquer sociedade que não se apoia no seguro acaba se tornando pobre. Quantas famílias não são classe 8 MARCELO KURA ou descrentes da terceirização, pelo contrário. Acreditamos que os problemas precisam estar perto dos nossos executivos. Assim, ele saberá tudo o que está acontecendo e agir rápido. Isso é empreender, gerir o negócio como se fosse dono dele. Temos uma política de portas abertas e incentivamos que as pessoas não se limitem aos seus cargos ou funções e participem ativamente de qualquer assunto. Mas um componente importante, também, é que herdamos da família Garfinkel um pensamento de longo prazo. Temos paciência para o resultado e tolerância para os erros. Luchetti: capacidade de se expor em situações difíceis foi um diferencial na carreira média na sexta-feira e, ao perder um pai ou uma mãe, que é quem nutre a família economicamente, num fim de semana, não acordam na segunda-feira com problemas econômicos? Filhos que estudavam em escolas particulares não conseguem mais manter o padrão. A família precisa mudar, pois não aguenta assumir as despesas do apartamento e condomínio. Mas qual era o sonho daquele pai ou daquela mãe? Com certeza era dar o melhor para seus filhos. O seguro protege esse sonho, mas não é algo tão tangível quanto um bem ou serviço que pode ser degustado de imediato e esse é o grande desafio: despertar nas famílias brasileiras que o seguro da casa, o seguro de vida do pai e da mãe é tão importante quanto a assinatura de uma TV a cabo, de um telefone celular ou a assinatura de um jornal ou revista semanal. RAP: Por que o brasileiro ainda não tem a cultura de contratar seguros residenciais e de vida, por exemplo, como acontece com o seguro de veículos? O que tem sido feito para mudar essa cultura? Fábio Luchetti: Acredito que é uma reunião de fatores. A primeira, como mencionei na questão anterior, é que o Brasil ainda é um país em desenvolvimento e que existem necessidades tão básicas a serem desejadas e consumidas pelas famílias que o seguro não é a prioridade. As pessoas correm o risco, por uma questão de prioridade de desejos versus recursos que possuem. Isso muda à medida que o país se desenvolve e isso está acontecendo.Depois temos uma questão educacional. As pessoas precisam aprender e entender a natureza do seguro e onde de fato são protegidas. Os corretores de seguros são muito importantes, pois são eles que levam para as famílias e empresas brasileiras a importância do seguro. A Cnseg (Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais), entidade que representa as seguradoras, também investe na educação, bem como a Fenacor (Federação Nacional dos Corretores de Seguros) e os Sincor (Sindicato dos Corretores de Seguros) de cada Estado. As pautas dos jornais de economia, revistas especializadas e as faculdades criando cursos voltados à indústria do seguro, têm contribuído bastante para novas percepções. A Susep (Superintendência de Seguros Privados), órgão regulador do mercado de seguros, também tem contribuído muito com revisões de procedimentos e regulamentos que visam a maior abertura do mercado, mais flexibilidade e modernidade para os produtos, fazendo com que novas soluções, mais coerentes com a realidade do consumidor brasileiro, sejam atendidas, e isto tende a potencializar o seguro no Brasil. RAP: O aumento de roubos e furtos de automóveis nas grandes cidades brasileiras amplia o pagamento de indenizações e eleva os índices da chamada taxa de sinistralidade. O que as empresas do segmento têm feito para competir nesse cenário? Fábio Luchetti: Sem dúvida quando aumenta a violência nas cidades impacta fortemente nos resultados das seguradoras. Elas investem fortemente em políticas de análise e aceitação de riscos, buscando mitigar possíveis fraudes, infelizmente muito comum nesse segmento, mas também investe muito em prevenção ao risco, adotando, por exemplo, em tecnologias de rastreamento de veículos. Também é importante investir em bons sistemas de precificação e bons atuários e estatísticos que saibam lidar muito bem com as informações, pois o sucesso ou fracasso de uma seguradora está em precificar muito bem seus riscos e ter um corpo de profissionais talentosos, visando um equilíbrio perfeito entre as receitas que virão dos prêmios que os segurados pagarão e as despesas que virão dos sinistros (bens roubados, mortes, acidentes) que acontecerão durante os 12 meses de vigência de um contrato. RAP: A Porto Seguro entrou no ano passado no segmento de telefonia móvel. Quais são as expectativas em relação a esse setor? Fábio Luchetti: A Porto Seguro já utilizava muito tecnologia de celular para os dispositivos antifurtos que gere na frota segurada e, portanto, ficou nítida a oportunidade de nos inserirmos nesse mercado. A ideia não é competir na mesma estratégia das operadoras que são bem conhecidas no mercado. A Porto Seguro Conecta, como é conhecida, ofertará chip de celular para voz e dados, pós e pré-pagos, para seus clientes. A ideia é oferecer um produto diferenciado, com bom atendimento, com muita transparência dos custos e consumo e criando sinergia com o seguro. Uma parte do que os clientes do seguro de automóvel consumir com despesas do seu telefone celular, eles poderão ter de desconto no seguro e, assim, queremos criar uma forma de relacionamento e fidelização, oferecendo um celular diferenciado. Esse tipo de operação é comum na Europa, quando marcas que possuem forte relacionamento e confiança dos seus clientes, busca criar valor num segmento que virou commodities, que é o caso da telefonia celular. É uma operação bem recente e ainda vamos começar a fazer a oferta no varejo brevemente. RAP: Qual a sua expectativa em relação ao crescimento do país? O que tem impedido que o Brasil volte a crescer de forma significativa? Fábio Luchetti: Eu acredito que o Brasil de fato é uma potência. Tem desafios estruturais enormes e questões polêmicas em torno da política, tributos, gastos públicos que mais cedo ou mais tarde serão superados. É um ciclo natural de evolução. Sou fã da antroposofia ,e não é por acaso, pois faz 10 anos que não tiro uma poesia da minha cabeceira (de Ulrich Schaffer): "Eu cresço e amadureço junto à insolubilidade dos problemas do meu mundo. Eu compreendo mais e mais a fundo que nada é só preto ou só branco, e que não existem respostas simples. (...)" 9 Capa por Marcos Yamamoto Administradores: liderança jovem Eles são de uma geração conhecida pelo imediatismo e impaciência. Mas quais são os reais valores dos administradores que atingiram a chefia de grandes empresas antes dos 40 anos? É cada vez maior a inserção de jovens profissionais de Administração em posições estratégicas, incluindo a presidência de corporações. Apesar do pouco tempo de experiência tradicional, eles possuem vivência, autocontrole e formação suficientes para comandar processos e equipes em grandes empresas nacionais e multinacionais, em um processo natural de renovação sem destruir de forma abrupta o que já existe e funciona. A RAP conversou com administradores que conquistaram altos cargos antes dos 40 anos e mostra o perfil do líder “geração Y”, a primeira a crescer na era digital, aberta ao diálogo, com amplo acesso às informações de interesse e dentro do mercado de trabalho há cerca de dez anos. 10 GETTY IMAGES 11 Capa DIVULGAçÃO Paulo Sérgio Kakinoff 38 anos presidente da Gol Linhas Aéreas A comunicação entre a alta direção com os colaboradores e o público deixou de ser um caminho de mão única e se tornou um espaço de debates em prol da melhoria dos serviços e na busca por mais satisfação interna e externa. Segundo o administrador Paulo Sérgio Kakinoff, “não é a multiplicação de canais que ganha o colaborador. É o teor da mensagem, sua clareza e a verdade, seja boa ou má. E nada substitui a comunicação 'face to face' ”. Com passagens bem sucedidas nas montadoras Volkswagen e Audi, a gestão dele tem sido Apressados? Algumas características associadas aos integrantes da geração Y, nascidos entre o final da década de 70 e meados dos anos 12 marcada pelo relacionamento aberto com os colaboradores e o público. “Faço reuniões semanais com o Comitê Executivo da GOL, encontros periódicos com todos os níveis de liderança e a quase totalidade de tripulantes e mecânicos. Nessas ocasiões, tenho a oportunidade de ouvir, aprender e responder diretamente às questões que afetam o nosso dia a dia. Da mesma forma, faço questão de voar quase uma vez por semana para ouvir nossos clientes, que trazem críticas e sugestões que podemos adotar”. Kakinoff acredita que as rígidas estruturas hierárquicas dificultam a interação e a compreensão das orientações. Por isso, as ações conjuntas são efetivas quando todos sabem de forma clara suas responsabilidades e desafios. “Há de se ter diretrizes, estratégias e planejamento, mas é fundamental compartilhar informação e, eventualmente, atuar de forma matricial”. 90, não são lisonjeiras: apressados, imediatistas, só fazem o que têm vontade e desapegados dos empregos. Toda generalização, porém, reduz a nossa compreensão sobre as pessoas com as quais lidamos. Para o administrador André Martins, presidente da VB Serviços, o gestor formado em administração adquire uma visão holística de seus colaboradores e dos processos envolvidos na companhia e, com isso, pode sair de julgamentos pré-concebidos. “Os jovens líderes não têm um perfil único, mas percebo uma preocupação maior em questões amplas e menos em problemas pontuais”. Enquanto os "babies boomers" (nascidos entre 1946 e 1964) são reverenciados pelo pacto de fidelidade eterna ao emprego e a geração X (de 1965 a 1977) é marcada pelos workaholics natos, a atual safra de gestores é famosa por priorizar os objetivos individuais aos corporativos. É verdade que a empresa desempenha um papel importante, mas não é a única a influenciar a realização pessoal desses profissionais ambiciosos e ávidos por resultados a curto prazo. Porém, a mudança de paradigma ainda não está difundida em muitas organizações. De acordo com a recrutadora Hay Group, apenas 7% das empresas confirmam ter um programa específico ou tratamento diferenciado para a faixa etária, e uma fatia ainda menor, 1%, informou possuir um pacote diferenciado de remuneração. “A Geração Y é a que tem maior risco de sair do emprego, pela necessidade de crescimento rápido, novos desafios, aumento de conhecimento e exposição”, analisa Antonio Guariglia, gerente da consultoria Hay Group. Enquete da agência de Recur- Juventude transviada Por toda a fama que a geração Y acumulou, é previsível que André Martins 38 anos presidente da VB Serviços. “Quando escolhemos seguir a carreira em administração, buscamos adquirir a capacidade de enxergar a empresa como um todo”, define o administrador André Martins, formado pela FAAP, presidente do grupo VB Serviços, especializado no comércio, logística e distribuição de benefícios como vale-transporte, alimentação, refeição e convênios. Para ele, a união de esforços de líderes e liderados vai além de um chefe transmitindo ordens explícitas aos seus subordinados. “Tínhamos, no passado, uma característica de comando-controle. Hoje, o trabalho tem bases na confiança, na relação e na busca de resultados excepcionais. As empresas extraordinárias trabalham em um patamar de resultados acima daquelas que usam o comando-controle, de resultados ordinários”. Martins também preside o comitê Jovem do Grupo de Líderes Empresariais – LIDE e acredita 48% dos executivos avaliem esses profissionais como os mais difíceis de atrair e 55% os considerem os mais complicados para reter, segundo um levantamento da Robert Half (empresa de recrutamento) com cerca de dois mil CFOs de 15 países. A DIVULGAçÃO sos Humanos Cia de Talentos mostra que 52% dos jovens pediriam demissão de seus cargos se estivessem em um ambiente de trabalho sem reconhecimento do esforço, de falta de respeito e ética, poucas perspectivas de crescimento e pouca identidade com os valores organizacionais. Um estudo da consultoria Page Personnel indica que um emprego atraente para eles deve possuir, na ordem, promoções, metas, desafios, salário melhor e qualidade de vida. Outros itens da pesquisa de opinião, muito valorizados no passado, já não seduzem mais os novos talentos. Entre os benefícios menos considerados estão: proximidade entre escritório e residência, horário flexível, home office, bolsa de estudos e carga de trabalho. Para Guariglia, “quem não se atentar para as necessidades específicas dos jovens terá uma probabilidade maior de turnover, perder força de trabalho e gerar custos para substituir um funcionário, entre 0,5 e 1,5 vez o salário dele”. Esse não é um problema apenas do setor privado. “A área pública tem uma rotatividade menor, portanto acontece o envelhecimento da força de trabalho nesses órgãos. Quando o jovem entra em uma empresa pública, por meio de concurso ou cargo de confiança, existe o choque cultural”, explica o administrador Murilo Lemos de Lemos, coordenador do Comitê Jovens Administradores do CRA-SP. que as Pequenas e Médias Empresas precisam de alternativas para prosperarem e obterem créditos baratos no mercado. “Temos uma nova geração no país criando empregos e inovando. No LIDE Jovem, realizamos workshops de incentivo ao jovem para montar o próprio negócio com uma forte base de relacionamento e, acima de tudo, buscamos melhores elementos no desenvolvimento do empreendedorismo no Brasil, como um projeto de permitir que PMEs consigam emitir debêntures e atrair investidores a um custo menor”. principal dificuldade de retenção da geração Y é por conta das expectativas em relação ao plano de carreira, segundo 60% dos entrevistados, seguida da expectativa de remuneração (54%) e qualidade de vida (36%). Segundo os realizadores 13 Capa O exemplo de sucesso vem de casa. Herdeiro da Rossi, uma das maiores construtoras do país, Guilherme resolveu construir o próprio negócio e seguir, a seu modo, o empreendedorismo do pai, João Rossi, atual presidente do Conselho de Administração da incorporadora. “Desde os 10 anos acompanho e tento entender como um empresário ‘self made man’ toca a vida e a empresa. Gosto desse modelo e já trabalhei por mais de cinco anos na empresa do meu pai, com seus executivos e também diretamente com ele. Aprendi o que fazer e adaptei o estilo dele ao meu negócio. Assim, consigo ter um jeito próprio de tocar minha empresa”. Como bom administrador, ele já tem o planejamento e a estratégia para a sua empresa, a GR Properties, incorporadora e admi- da pesquisa, a geração Y também busca uma nova maneira de encarar a vida profissional e prefere mostrar o trabalho em resultado produzido e não em horas trabalhadas. Além disso, a disposição em seguir os pró14 DIVULGAçÃO Guilherme Rossi Cuppoloni 33 anos sócio-fundador da GR Properties nistradora de galpões industriais e centros comerciais em todo o Estado de São Paulo, fincar as bases no competitivo mercado imobiliário. “Pretendemos consolidar a atuação no segmento de condomínios de galpões e desenvolver projetos de prédios de alto padrão em locais nobres de São Paulo. A empresa também pretende aumentar a sua parcela de investimento em empreendimentos comerciais geradores de renda, para assim ter receitas de locações dentro de um portfólio diversificado e de alta qualidade”, conta. prios ideais e colocá-los em prática transforma a juventude em uma fonte de novos negócios. De acordo com o Global Entrepreneurship Monitor, programa de pesquisa de abrangência mundial sobre atividades em- preendedoras, 34% dos brasileiros que planejam montar a própria empresa tem entre 25 e 34 anos. Para atrair e reter esses talentos, não basta a companhia oferecer uma vaga e esperar a aparição de alguém com todos os requisitos e que aceite candidamente as condições impostas. O relacionamento deve ser um ganha-ganha. “É importante escutar e fazer com que todos se sintam parte dos mesmos objetivos, com uma visão clara e motivadora”, diz o administrador Alexandre Schiavo, presidente da Sony Music Brasil. “Queremos que a identificação seja mútua, que o candidato nos conheça e se identifique com o negócio e com nossa cultura”, completa Américo Garbuio Júnior, diretor de Desenvolvimento Humano e Organizacional da fabricante de bebidas Brasil Kirin, responsável por programas de trainees e estágios em áreas ligadas à Administração, como marketing, financeiro e comercial, entre outros. Os processos seletivos de novos talentos são, aliás, uma grande porta de entrada de potenciais líderanças. Caso do administrador José Guilherme Leme, 25 anos, convocado no Programa de Trainees da Coca-Cola Femsa em 2011 e atual chefe de Inteligência Competitiva e Planejamento da multinacional no Brasil. “Na época, passei por três áreas no Brasil e na Venezuela. Tive contato com profissionais de alto nível, projetos importantes e os principais processos nos dois países. Além disso, o ambiente dinâmico contribuiu para o meu Alexandre Schiavo 44 anos presidente da Sony Music Brasil Formado em Administração pela PUC/RJ, o presidente da Sony Music Brasil, Alexandre Schiavo, começou na gravadora em 1992 como estagiário do departamento de marketing estratégico. Em poucos anos, galgou promoções de assistente, coordenador, supervisor, gerente de marketing estratégico, diretor de marketing internacional e Artistas e Repertórios (A&R) de artistas latinos e brasileiros, diretor de marketing nacional, vice-presidente de marketing e a presidente, posição que ocupa há sete anos. “Creio que os cargos sempre foram seguidos de um reconhecimento de mérito pelo trabalho duro e resultados. Também tenho um estilo descontraído e nunca usei a formalidade do cargo, mas sim o trabalho, a motivação e a integração”, conta. Aliado a uma diretoria jovem, um forte plano de reestruturação e a criação de uma campanha de motivação interna, a companhia conseguiu dar uma nova “cara” à sucursal brasileira, combalida E, para mantê-los com força total, a possibilidade de crescimento precisa coexistir com um ambiente desafiador e que propicie a liberdade de ações. “Eles DIVULGAçÃO SONY MUSIC desenvolvimento”, relata. A fama de egoístas, portanto, não faz jus aos reais potenciais e anseios da juventude Y. “Eles são muito focados e se relacionam bem com os pares, são high-flyers (pessoas que almejam rápida ascensão profissional), apesar de existir uma dificuldade de linguagem e comportamento com a geração X, que sempre foi mais cuidadosa”, avalia Luís Henrique Pereira, coordenador do Master in Business and Management da FGV-EAESP. “É importante montar uma equipe balanceada com um pessoal novo, de muita vontade e ideias, e outra mais experiente”, completa. A riqueza de mentalidades é o foco do administrador Paulo Sérgio Kakinoff, presidente da Gol Linhas Aéreas. “Acredito na pluralidade de perfis diante do diversos modelos empresariais. É fundamental ser pautado pelos valores pessoais, frutos do caráter, de educação e heranças que constroem nossa personalidade. Há também a necessidade de domínio da tecnologia, dinamismo, sede por desafios, reconhecer os erros e saber a hora de mudar”, lista. Para o administrador Guilherme Rossi Cuppoloni, sócio-fundador da GR Properties, as premissas para alçar o sucesso na vida profissional está em hábitos simples, positivos e de efeitos a longo prazo, o oposto do estereótipo da atual geração. “Um jovem líder deve ser estudioso e ter uma rotina de sucesso. Hábitos saudáveis também são fundamentais: boa alimentação, sono, exercícios físicos e bons relacionamentos sociais e empresariais”, analisa. nos anos 90 no bojo da crise da indústria fonográfica local. “Foi realmente um grande desafio, praticamente a última esperança de retirar a Sony Music e a BMG de cinco anos seguidos de prejuízos e uma ameaça de encerrar a operação no Brasil. Tornamos a operação não somente lucrativa, mas com crescimento de faturamento, temos a liderança do market share por quatro consecutivos anos e recorde de participação de mercado de quase 35%. Hoje, o Brasil está entre os nossos dez maiores mercados e um dos maiores exemplos de crescimento e superação.” não gostam de tarefas repetitivas e as empresas devem se adaptar a isso. A empolgação e o desânimo acontecem na mesma velocidade”, explica Pereira. 15 Conhecimento DIVULgação por Gilberto Amendola Quando menos é mais Guru em estratégias de negócio, Ram Charan ensina a cristalizar objetivos em uma folha de papel e prega a valorização do "realizador" N ão espere que o especialista em estratégia e coach de CEOs Ram Charan use o Power Point em suas palestras. “Tem gente que gasta muito tempo com isso. Eu não usei Power Point nem quando fiz uma apresentação para o Steve Jobs”, comentou o indiano que hoje é considerado a maior autoridade 16 em management do mundo. Durante um fórum promovido pela HSM, no último dia 12 de junho, em São Paulo, Charan enfatizou a importância de cristalizar qualquer ação estratégica em uma única folha. “Se tiver mais do que isso é porque a estratégia está errada ou falta clareza nos objetivos”, enfatizou. O próprio Charan usou ape- nas uma folha de papel, escrita à mão, para explicar seu ponto de vista. “Os mais jovens não gostam de documentos de mil páginas ou de Power Point. Eles se comunicam através de 140 caracteres (via Twitter) – o que significa que estão se concentrando naquilo que realmente importa. Temos que aprender com isso”, completou. Divulgação Como se tornar um realizador Tenha atitude: as pessoas devem saber do seu comprometimento. Construa uma relação de confiança com seus interlocutores. Mesmo nas discordâncias, tente entender o ponto de vista dos outros. O especialista Ram Charan propõe exercícios práticos de administração se souber, é louco”, brincou. Para o diretor da HSM, Fernando Serra, a técnica de colocar a estratégia de negócio em apenas uma folha mostra que Selecione as metas certas. Não se preocupe com a quantidade, mas foque na qualidade dessas metas. Depois de definida a estratégia, não se esqueça de acompanhar cada ação. Defina os marcos de realização de forma clara e objetiva. Faça uma revisão de estratégia a cada 3 meses. Monte uma equipe de trabalho adequada. Divulgação O guru da gestão empresarial prega a transformação de “toneladas” de informação em algo mais preciso e objetivo. Mais do que isso, Charan acredita que uma estratégia, além de enxuta, também precisa ser compartilhada por pessoas de outras áreas, por gente que faça o administrador enxergar para além do seu próprio umbigo. “Hoje, as inovações não nascem somente nas empresas. As inovações podem vir de mais de 1 bilhão de pessoas, de qualquer usuário da internet. Será que os gerentes, administradores e homens de negócio estão olhando para frente ou para os seus retrovisores?”, perguntou. Charan acredita em processos colaborativos, no envolvimento de muitas pessoas na direção de solucionar gargalos estratégicos. “É preciso conversar, aprender e conhecer o mundo exterior. Ninguém sabe tudo. E Lembre-se que toda reunião precisa ser finalizada com um resultado claro ou com distribuição de tarefas definida. Tenha agilidade para corrigir erros de rota. 17 Conhecimento Reconhecido como uma das maiores autoridades de Management do mundo e autor de 15 best-sellers, com mais de 2 milhões de cópias vendidas, o indiano Ran Charan começou sua carreira trabalhando na pequena loja de sapatos do pai, em uma cidade no norte da Índia. Depois de formado na Índia, Charan foi trabalhar em uma empresa na Austrália. Lá, seu talento para os negócios foi logo descoberto. Charan possui MBA e doutorado pela Harvad Business School – onde também atua como professor (sendo o primeiro professor indiano da instituição). Entre os feitos de Charan está o treinamento de um dos mais bem-sucedidos CEOs do mundo, Jack Welch (General Eletric). Certa vez, Welch fez a seguinte declaração sobre Charan: “Ele tem a rara capacidade de encontrar sentido em coisas aparentemente sem sentido e, principalmente, transferir esse conhecimento de forma calma”. Em 35 anos, Charan atuou em empresas do porte da GE, DuPont, Novartis, Home Depot, 3M, Verzion e outras. Em todas elas, foi responsável por estratégias e inovações. Atualmente, Charan é um dos palestrantes mais requisitados quando o assunto é estratégia e negócios. 18 Charan pede para que os administradores tenham coerência em suas estratégias empresa é igual”. Serra também afirma que “o fato de colocar em uma página não significa que seja um trabalho superficial ou sem fundamento, mas pelo contrário, se trata de um trabalho de síntese e de análise que busca um foco para a organização”. palmente aquelas que atuavam no ramo de filmes fotográficos e celulares (antes do surgimento do iPhone). “É preciso entender que nenhuma vantagem competitiva é vitalícia. O mundo muda muito rápido. Precisamos antecipar essas mudanças. Não podemos prever o futuro, mas podemos criá-lo”. Contra a obsolescência, segundo Charan, o bom administrador precisa ter o desprendimento para questionar suas próprias estratégias: “Eu conheço bem o meu negócio? Como vou ganhar dinheiro com ele? Para que tipo de consumidor estou trabalhando? Eu estou conectado com as mudanças de comportamento no mundo? Minha estratégia é coerente? As ações para atingir os meus objetivos são coordenadas? Quais forças podem fazer da minha estratégia algo irrelevante?”. Para Charan, responder essas perguntas de forma clara já pode ser considerado um bom Obsoleto, não! Com uma estratégia compacta, o próximo passo seria o de garantir que ela não se torne obsoleta. Exemplos de produtos líderes de mercado que perderam o “bonde da história” não faltam. Charan lembrou das empresas que já foram líderes em seus segmentos, mas perderam mercado de forma avassaladora – princi- “Vantagens competitivas nunca são vitalícias” DIVULGAçÃO lolastudio.com.br/Zen Quem é Ram Charan? descomplicar é a melhor solução. “Como consultor vou a empresas que possuem estratégias complicadas e que contam com dezenas de objetivos. Sempre pergunto os Dez Mandamentos a eles. Até hoje ninguém conseguiu me dizer de cor. Conseguem dizer um ou dois. Na “Faz faz Adalberto de Luca Sócio Consultor da M. Prado Consultoria “Conheço bastante o trabalho do Charan. Com ele, procuro me manter atualizada no que existe de mais interessante em termos de administração” Irmã Rosane Ghedin Diretora-Presidente do Hospital Santa Marcelina GILBERTO AMENDOLA GILBERTO AMENDOLA GILBERTO AMENDOLA “O que o Ram Charan diz é aplicável no nosso cotidiano empresarial. Ele consegue reunir o conceito e a prática” GILBERTO AMENDOLA Quem viu e ouviu “A grande contribuição de Charan é ir direto ao ponto para clarificar o que é importante e fundamental, mesmo que a resposta seja óbvia e o executar seja difícil. Enfim, ao que se tem que estar atento” Fernando Serra Diretor da HSM “Ele sempre consegue oxigenar algumas ideias. Neste sentido, tem a capacidade de nos fazer refletir. Além de ser um ótimo orador” Rodrigo Tetti Garcia Diretor Executivo da Santa Cruz S/A Açúcar e Álcool As frases do guru “Gaste mais tempo observando o mundo do que produzindo Power Point” azer só aquilo que você sabe azer bem, não resolve nada no mundo moderno” “Ninguém sabe o futuro, mas podemos criar o futuro” “Nunca coloque um solitário numa posição de liderança” “Ninguém sabe tudo, se souber é porque é louco” “O maior sucesso virá das pessoas que sabem realizar as coisas. As pessoas que só pensam e não fazem são incompletas”. 19 Conhecimento passo para qualquer estratégia – só que, ainda assim, não teria o poder de garantir o sucesso de nenhuma iniciativa. “Precisamos estar preparados para mudar, refazer e revisar nossas estratégias o tempo todo”, falou Charan. “Não podemos esperar mais aquelas reuniões de planejamento anuais aos moldes do passado. Os encontros para revisão de estratégia precisam acontecer trimestralmente. Em um ano tudo muda e você pode perder o seu negócio”. Charan acredita na força de administradores com poder de realização Outro ponto importante, de acordo com Charan, seria a capacidade de o administrador olhar para o mundo e para o seu próprio negócio sem arrogância. “Você não pode pensar que o seu negócio é grande e importante – e que ele nunca será afetado por nenhuma mudança. Quem pensa assim já sai perdendo. Fazer só aquilo que você sabe fazer bem, não resolve nada no mundo moderno”. O especialista avisa que é preciso “treinar a mente” para detectar as mudanças que estão no horizonte. “Eu recomendo a leitura de jornais e sites como uma espécie de exercício de abdominal para o cérebro. Trata-se de um treino para aumentar nossa percepção do mundo, das tendências e das pessoas”. 20 Realizadores Na contramão da tendência dominante no mercado de valorização dos “homens de ideias”, Charan acredita que qualquer estratégia só terá sucesso se contar com a presença de “realizadores”. Para ele, as pessoas que só pensam e não fazem são incompletas. “O maior sucesso virá daqueles que conseguem fazer as coisas. Isso porque as ideias sempre poderão ser compradas”. Neste sentido, o administrador de sucesso deve criar uma marca pessoal que enfatize o seu lado realizador. Para isso, Charan propõe reflexões importantes. “Qual a sua atitude em relação ao compromisso em entregar aquilo que prometeu? Você é capaz de Como elaborar uma estratégia vencedora (em uma folha) Biblioteca básica EXECUÇÃO - A DISCIPLINA PARA ATINGIR RESULTADOS Livro sobre como acabar com a lacuna entre os resultados prometidos e os alcançados e a importância de comprometimento com as estratégias. O LÍDER CRIADOR DE LÍDERES Livro que descreve como atuar no contexto de vendas e construir uma relação de confiança com os clientes. REINVENTANDO A GOVERNANÇA CORPORATIVA Neste livro, Ram Charan explora o novo papel que os conselhos de administração estão desempenhando nas corporações, baseado em pesquisas e entrevistas, além de sua própria experiência como consultor e membro de três conselhos. Leitura essencial para CEOs, conselheiros, executivos seniores e todos os interessados na qualidade da governança corporativa. A ARTE DE CULTIVAR LÍDERES O livro mostra porque os bons líderes colocam as pessoas à frente dos números e reforça a ideia de que os talentos são a engrenagem que move todo o conjunto. Ram Charan utiliza sua experiência e insights para escrever o livro definitivo sobre o talento e a arte de cultivar lideranças - uma obra revolucionária que explica como levar uma empresa ao próximo nível. KNOW – HOW As 8 competências que separam os que fazem e os que não fazem. Obra que ajuda os leitores a atingirem um bom desempenho em suas carreiras. construir confiança entre seus parceiros de negócio? Você tem agilidade para resolver imprevistos? Você consegue entender o ponto de vista dos outros?”. Segundo o especialista, o poder de realização nasce, principalmente, das relações de confiança. “A confiança é uma espécie de capital. Um capital tão ou mais importante do que o capital financeiro”, provocou Charan. Para que a conversa ficasse mais palpável, Charan propôs uma iniciativa prática. “O realizador não termina uma reunião sem um fechamento. As pessoas precisam sair de uma reunião tendo clareza do que foi decidido e os quais serão as funções de cada um a partir daquele momento. As ações devem ficar claras após cada encontro”, reforçou. Em relação à equipe de trabalho, Charan é preciso. “O realizador precisa ser ágil para corrigir eventuais erros na formação do seu time. A pessoa certa na função errada deve ser substituída”, disse. “O principal na montagem da equipe é não colocar um solitário numa posição de liderança. Pessoas solitárias são inteligentes, mas não têm senso de liderança, não constroem relações”. Com capacidade de realização e um bom time de colaboradores, a estrada do sucesso estaria menos congestionada? Sim, mas Charan adverte. “Não adianta chegar até aqui e não selecionar as metas certas. Não adianta ter 20 metas. Elas não irão se realizar. Pense em apenas cinco metas. Isso é o suficiente e irá ajudar a construir sua marca como realizador”. 21 Na Prática por Marcos Yamamoto De olho nas finanças GETTY IMAGES A necessidade de estratégia e planejamento combinada com uma visão abrangente dos negócios fortalece a importância dos administradores no cash management das empresas 22 O momento em finanças é de fortalecimento para os profissionais de administração que atuam na área. “A formação acadêmica beneficia a condução dos processos ligados à área financeira, pois oferece um conhecimento abrangente. A área financeira tem sido um caminho trilhado por muitos administradores”, atesta Marcelo de Lucca, formado em Administração de Empresas, presidente da Page Executive e vice-presidente de Admissão e Frequência do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças de São Paulo. O setor concentra muitas demandas de planejamento e visão holística da organização. “Além disso, o mercado está aquecido. O nível de exigência aumentou, principalmente em carreiras executivas. Hoje é preciso ter uma visão global do mercado onde a empresa está inserida, pois, em muitas ocasiões, o profissional de finanças acaba assumindo responsabilidades em outras áreas, como RH e TI”, analisa o diretor executivo do comitê de Carreiras da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), Luiz Everardo Muezerie. Dentro da atuação do profissional do setor financeiro, existem fortes pressões e demandas, vindas de acionistas, investidores e também do mercado financeiro, que favorecem quem tiver domínio, além de conhecimentos técnicos, de competências de liderança e negociação. Para Muezerie, “além das competências técnicas, existem demandas relacionadas à gestão de conflitos e capacidade de gerenciamento. O mercado é muito competitivo, o profissional precisa ter um bom relacionamento com bancos, outras empresas do seg23 tem que ser transparente e coerente mento e saber negociar para obter os melhores produtos e serviços financeiros”. Assim, a relação com os interlocutores deve ser a mais aberta possível. A adoção de práticas de Governança Corporativa, o combate aos abusos de poder, aos erros administrativos e às fraudes se torna mais efetivo e objetivo. “É essencial haver transparência com coerência. O executivo principal deve divulgar todas as informações pertinentes a todos os interessados tão logo estejam disponíveis, além daquelas obrigatórias por lei ou regulamento, abordando tanto os aspectos positivos quanto os negativos. E prevalece o conteúdo sobre a formalidade legal, por meio de linguagem acessível ao publico alvo”, informa o diretor executivo de Governança Corporativa da Anefac, Charles Holland. Para manter o budget alinhado com as diretrizes de volume de 24 com destaque para os cargos de Controller e Diretor Financeiro, com vencimentos mensais de até 35 mil e 80 mil reais, respectivamente (confira mais cargos na página 25). “Apesar de essas áreas estarem mais aquecidas, a farmacêutica continua sendo a que paga melhor”, afirma Marcela Esteves, gerente da divisão de Finanças e Contabilidade da Robert Half. Segundo uma pesquisa global da Michael Page, o Brasil ocupa o segundo lugar no mundo em remuneração entre os CFOs mais bem pagos. 41% dos profissionais brasileiros acumula remuneração superior a 255 mil dólares anuais. Para se ter uma ideia, esse percentual é superado apenas pelos Lettiere pede atenção aos ciclos de estocagem e pagamento de contas Escassez de talentos A valorização da área está relacionada com a disputa de mercado em busca de talentos de alta performance. Segundo um estudo da consultoria de recrutamento Robert Half, 90% dos CFOs brasileiros estão preocupados com a falta de material humano capaz de trazer diferenciais e quase todos os entrevistados – 95% –, considera desafiadora a tarefa de encontrar mão de obra qualificada. “Há uma carência de profissionais que reúnam competências em finanças, contabilidade e legislação fiscal e tributária”, sinaliza Muezerie. A edição 2012-2013 do Guia Salarial da Robert Half mostra que os salários dos profissionais de finanças valorizaram de 15% a 20%. Os setores mais aquecidos são o de construção civil, agronegócio, óleo e gás e bens de capital, DIVULGAÇÃO Para Holland, Governança Corporativa crescimento, margens e capital empregado, o Chief Financial Officer (CFO) e diretor de Relações com Investidores da Alpargatas, administrador José Roberto Lettiere, reforça a importância dos processos de negócios terem um retorno cada vez mais otimizado. “O cash management deve estar conectado à geração de valor para o acionista. Um indicador que utilizo é o de Ciclo de Conversão de Caixa (CCC), que mostra em quantos dias acontecem as gerações de caixa provenientes das operações de negócios, as principais fontes de renda da indústria. Para melhorar o retorno, é preciso administrar muito bem os ciclos de estocagem, o recebimento e pagamento de contas. Não adianta ter um alto faturamento, mas, ao mesmo tempo, um ciclo muito longo de conversão de caixa”, argumenta. CREDITO DIVULGAÇÃO Na Prática VEJA COMO ESTÁ A REMUNERAÇÃO DENTRO DA ÁREA FINANCEIRA DIRETOR FINANCEIRO (CFO) de 12 mil a 80 mil reais CONTROLLER de 7 mil a 35 mil reais GERENTE DE PLANEJAMENTO de 7,5 mil a 30 mil reais FINANCEIRO/TESOURARIA GERENTE FINANCEIRO de 6 mil a 24 mil reais GERENTE DE AUDITORIA de 8 mil a 25 mil reais GERENTE FISCAL de 6 mil a 25 mil reais COORDENADOR FINANCEIRO de 4,5 mil a 12 mil reais COORDENADOR DE CONTROLADORIA de 5 mil a 14 mil reais AUDITOR de 2,5 mil a 12 mil ANALISTA DE de 2 mil a 11 mil reais PLANEJAMENTO/TESOURARIA ANALISTA FINANCEIRO de 2 mil a 8,5 mil reais Fonte: Guia Salarial 2012-2013 – Robert Half norte-americanos, que registram 49%, e maior que a média europeia, cujos salários de tal envergadura não passam de 13% do total. “O setor financeiro está cada vez mais estratégico, seja em multinacionais ou empresas nacionais. O mercado de trabalho na área financeira está forte e existem muitas oportunidades para os administradores”, constata Lucca. O mesmo levantamento indica que aqueles que possuem experiência internacional ganham mais. 60% dos CFOs com remuneração anual abaixo de 80 mil dólares não havia passado por uma experiência na carreira fora do seu país de origem. Por outro lado, entre os CFOs com remuneração anual superior a 255 mil dólares, apenas 26% não exerceu atividade profissional fora de seu país de origem. “A experiência internacional é supervalorizada pelas companhias brasileiras e é determinante para remuneração, porte da empresa e nível de internacionalização que o executivo almeja para sua carreira”, destaca o diretor da Michael Page, João Marco. Outra competência valorizada nos últimos dois anos é do profissional que saiba lidar tanto com a parte técnica como com o domínio mental sobre a gestão de pessoas. “Muitas informações são transmitidas aos investidores pela linguagem corporal e a entonação de voz. Existem estudos que indicam que o processo decisório estratégico sofre influência desses sinais. O corpo fala e a entonação, idem”, analisa Holland. “A diferença de um profissional para ‘o’ profissional está justamente na união dessas duas habilidades”, conclui Marcela. 25 Estilo por Mayara Marboza Caiu na rede é... emprego! As empresas estão conectadas e procurando novos talentos. Manter um perfil atualizado no Facebook e usar o Twitter de forma inteligente pode aumentar suas chances de conseguir uma boa posição profissional V ai longe o tempo em que Facebook, Twitter e outras redes sociais eram apenas mais um passatempo, uma diversão virtual entre amigos e conhecidos. Ninguém minimamente conectado com novas (e nem tão novas) tecnologias duvida do poder desse tipo de ferramenta e do quanto elas se tornaram essenciais ao nosso cotidiano. O que poucos ainda se deram conta 26 é de como essas redes podem contribuir na busca de novos desafios profissionais, transformando-se em uma eficiente plataforma para oportunidades de emprego. Antes de entender como uma rede social pode afetar sua empregabilidade é preciso cristalizar o seu conceito. Segundo Natanael Oliveira, Bacharel em Publicidade e Propaganda pela Faculdade Cearense, e fundador da Nordeste SEO (Seach Engine Optimization), as redes sociais nasceram da necessidade do ser humano compartilhar e criar laços sociais: “São grupos que compartilham de um interesse em comum, um ideal, uma preferência, etc.. Portanto, as redes podem ser clubes de futebol, igrejas, salas de aula, empresas, entre outros”. Oliveira também acrescenta: “Quando essa interação social parte para o ambiente GETTY IMAGES A partir de 2004, com o sucesso dessas redes, a busca por empregos sofreu uma sensível mudança. A partir deste marco, as entrevistas de trabalho não precisavam ser presenciais. Ou seja, com as características das redes 1 e 2 já era possível passar por uma entrevista online, em outra cidade ou qualquer outra parte do mundo – inclusive com envio de currículos, vídeos e áudio. Ainda de acordo com Oliveira, a criação do Facebook marcou o início da era das Redes 3.0. Estas são caracterizadas pela integração com outras redes, como também, pela utilização generalizada de jogos sociais como Farmville e Mafiawars e o uso de aplicativos para celulares. Dentro das características das Redes Sociais 3.0 fazem parte, além do Facebook, o Twitter, Google+ e outras. online, nesse momento temos as chamadas redes sociais digitais”. Oliveira divide as redes sociais digitais em três diferentes grupos. As Redes 1.0 foram aquelas que, originalmente, permitiram o diálogo em tempo real, como ICQ e MSN. O salto para as Redes 2.0 ocorreu a partir do compartilhamento de arquivos, fotos e outros, principalmente com o surgimento do Orkut, MySpace e LinkedIn Procurar no ‘Face’ Hoje, chegamos ao ponto em que a relevância das redes está tão consolidada que muitas empresas se utilizam desses recursos para avaliar um candidato na hora da seleção das vagas. Na outra ponta, essas empresas também aproveitam a visibilidade das redes para divulgarem suas vagas de trabalho. Portanto, uma boa presença na internet pode representar um diferencial no currículo dos candidatos – aquele detalhe a mais na disputa com outros concorrentes pela mesma vaga. Muitos grupos divulgam vagas de trabalho na rede, como é o caso do “Vagas de Estágio, Administração e Ciências Contábeis”, criado pelo estudante David Bertoncello, Sócio-Diretor da Hello Research, agência paulista de inteligência e pesquisa de mercado, realizou um trabalho chamado “Papo Social”, usado para averiguar as nuances dos perfis dos usuários das redes sociais. Com a pesquisa, ele mapeou o perfil dos usuários da rede e a relação deles com o trabalho: A geração Y (16 aos 30 anos) é a que mais interage nas redes 84% dos usuários da internet têm perfis ativos 53% dos usuários são mulheres São 55 milhões de oportunidades para você divulgar/promover/discutir o que quiser O total de pessoas que falam sobre trabalho no Facebook é de 60% 48% dos jovens até 20 anos se utilizam da rede para se informar sobre trabalho Os mais velhos, de 51 a 60 anos, são os que mais gostam do assunto trabalho nas redes 27 Estilo "As empresas e profissionais de RH me procuram para divulgar oportunidades de trabalho em primeira mão" Daniel Lopes, criador do grupo Vagas de Estágio, Administração e Ciências Contábeis tunidades por região, por áreas específicas (gestão de pessoas, financeiro, contábil, auditoria) e pelo valor da bolsa como fator de atração” diz. DIVULGAção Perfil público, vida privada de administração Daniel Lopes D'Albuquerque, da Faculdades Integradas Simonsen (RJ). Segundo ele, a intenção do grupo é divulgar as vagas de administração para os estudantes da área: “Algo que me chama atenção é que ele (o grupo) existe há apenas dois meses, foi fruto inicial de grande divulgação, e me assusto com a ideia de que ele tem crescido de forma tão intensa, e que empresas e profissionais de RH me procurem para divulgar oportunidades em primeira mão. Além das vagas que as empresas me mandam, divulgo também as vagas que busco nos sites especializados. Sempre procuro filtrar as opor28 Mas para ser bem visto pelas empresas alguns cuidados on-line se fazem necessários. Segundo Flávia Cruz, coordenadora de mídias sociais da agência Web Esperienza, a melhor coisa a se fazer é deixar a página com menos informações pessoais – pois uma página com muitas informações pode gerar um pré-julgamento. “Algumas ferramentas das redes sociais possibilitam o bloqueio de determinados conteúdos para pessoas e listas específicas. As pessoas precisam aprender a utilizar esses recursos e assim preservar mais a sua intimidade” explica. Já Rosana Marques, coordenadora de Recursos Humanos da consultoria Crowe Horwarth Brasil, empresa internacional de auditoria e consultoria que está presente em mais de 100 países, diz que hoje muitos recrutadores, assim como ela, se Algumas dicas para ter um bom perfil profissional 1 Quando escrever um e-mail, opte por um tom mais sério e formal 2 Apresente seriedade, a escolha da foto do perfil pode influenciar e muito na hora de olhar o seu profile 3 4 5 6 7 Faça sempre uma abordagem positiva dos assuntos Evite discussões Tenha bom senso Não tenha nenhum tipo de preconceito E se quiser ter um perfil no tom de brincadeira faça dois, um pessoal e o outro profissional. Assim você cria um perfil exclusivo para networking sem ter a sua imagem prejudicada por algum tipo de observação mais descompromissada que postar. Fonte: Rosana Marques, coordenadora de Recursos Humanos da consultoria Crowe Horwarth Brasil "Se preciso de um líder para inspirar pessoas não irei contratar alguém que vive reclamando nas redes sociais" Rosana Marques, coordenadora de Recursos Humanos da consultoria Crowe Horwarth Brasil Segurança nas redes Entretanto um ponto chave a se avaliar também é a questão da segurança. Segundo Coriolano Almeida Camargo, coordenador do curso de direito eletrônico e inteligência cibernética da Fadisp (Faculdade Autônoma de Direito de São Paulo) e pre- DIVULGAção utilizam do Linkedin. “Quando olhamos o perfil de alguém tentamos avaliar e classificar essa pessoa por nível de profissional que desejamos. Se preciso de um líder para inspirar pessoas não irei contratar alguém que vive reclamando, que desabafa no feed de notícias. As pessoas não podem transformar as redes sociais em seus diários pessoais”, avalia Rosana. sidente da comissão de crimes de alta tecnologia da OAB/SP, a exposição das informações pessoais é um fator de grande risco, uma vez que as redes sociais possuem domínio sobre o conteúdo publicado pelo usuário e dele podem dispor a qualquer De acordo com o livro, “Redes Sociais na Internet”, de Raquel Recuero (2009), as redes sociais representam interação e troca. Desta forma, as redes sociais reproduzem, basicamente, as mesmas relações entre os indivíduos na vida cotidiana (e real). O que a rede social digital exige de diferente é o domínio da linguagem, das convenções e signos do mundo online. momento. “Na internet não há o chamado ‘Direito ao Esquecimento’” lembra. Ainda de acordo com Almeida, algumas medidas preventivas, tais como selecionar os seus amigos, evitaria muitas dores de cabeça. “A seleção do rol de amigos é essencial. E isso implica, não apenas na observação de comportamento, mas, sobretudo em limitar os convites de contato e de amizade a pessoas que sejam suas conhecidas na vida real. Além disso, todo site de rede social possui ferramentas de denúncia no caso de abusos, spam, transtornos ou desagrados”, conclui. 29 GETTY IMAGE Notícias Coaching na construção de talentos O desenvolvimento de jovens profissionais por meio de coaching, mentoring e counselling pode ser melhor otimizado se estiver acompanhado por um profissional qualificado e capaz de ter uma percepção holística da empresa, da alta direção, colaboradores, clientes, fornecedores e outros. 30 “É necessário evitar a banalização e o modismo em coaching, além de manter o patrimônio de liderança dentro de uma cultura de práticas éticas”, define o coordenador do Grupo de Excelência em Coaching (GEC), administrador Paulo Roberto Pereira da Costa, durante a primeira edição do Simpósio Coaching – Arte e Ciência, realizado em maio na sede do Conselho Regional de Administração de São Paulo. Para ele, o estabelecimento de parâmetros de atuação é um passo no desenvolvimento da atividade profissional. A preocupação com a renovação bem conduzida de talentos transparece no mercado de trabalho. Segundo um estudo da Câmara Americana de Comércio, 80% dos diretores de RH brasileiros acreditam que, em pouco tempo, os jovens ocuparão mais cargos de liderança nas empresas, e 67% deles acreditam que as companhias devem investir em suas qualificações e coaching. Desde 2009, o CRA-SP adota conceituações de coaching, mentoring e counselling a fim de dar parâmetros éticos ao assunto para os administradores atuantes na área (confira o box abaixo) e mantém um projeto de assistência a estudantes e recém-formados em Administração em seus ritos de passagem na carreira. “O projeto busca dar a eles uma visão ampla do mercado e quais tipos de situações e dificuldades eles vão encontrar. São diagnosticados itens como a competição, as mudanças conjunturais e econômicas, seus impactos e como lidar em tais situações”, diz Costa. A geração Y, por conta da ampla disponibilidade de informações pertinentes a sua carreira, pode usar seus conhecimentos de forma criteriosa e produtiva, sendo capaz de questionar seus superiores em questões pertinentes. Para auxiliar os jovens, o GEC mantém uma equipe de assistência a estudantes e recém- C M Y CM MY CY CMY K Costa: É necessário evitar a banalização e ARQUIVO CRA o modismo em coaching -formados em Administração em relação aos seus direcionamentos de carreira. “Antes, as pessoas aceitavam as decisões de forma passiva. O jovem de hoje resgatou a cidadania dentro da organização. Ele precisa de explicações do “‘por que sim’ e ‘por que não’”, comenta o administrador Jansen de Queiróz Ferreira, coautor do livro “Manual completo de Coaching”. Porém, a dispersão e a falta de interesse no autodesenvolvimento desde a formação comprometem – e muito – as pretensões dos novatos. “A maioria dos estudantes pensa apenas em se formar na faculdade, não em aprender. E, no mercado, vendemos o que aprendemos”, analisa a consultora de T&D Vera Cecilia Motta Pereira. Orientar é mais que agir como um capitão de um barco com tripulantes aprendizes, significa proporcionar um legado de conhecimento e boas práticas para toda a sociedade. “Ao buscar um coach, o cliente quer melhorar sua contribuição social e profissional e aperfeiçoar a qualidade de vida das pessoas ao redor”, afirma Nelson Junque, conselheiro do grupo G3 de RH e ex-presidente do conselho da seccional São Paulo da Associação Brasileira de Recursos Humanos. Curso direito do trabalho e gestão de pessoas com Aristeu de Oliveira módulo 1 Gestor e Relações Trabalhistas módulo 2 Tipos de Contrato módulo 3 Cálculos Trabalhistas módulo 4 Descontos em Folha de Pagamento módulo 5 Tipos de Rescisão do Contrato de Trabalho na compra do curso, você ganha a obra CLT para Rotinas Trabalhistas, de Aristeu de Oliveira, no formato que escolher: impresso ou eBook. em até 5x sem juros nos cartões master ou visa O curso contém cinco módulos, cada um com dez exercícios com quatro alternativas e em cada uma delas há um comentário. São 50 exercícios com 200 alternativas e comentários. Acesse: atlas.com.br/CursoAristeu 31 Notícias GETTY IMAGEs renciador de e-mails pessoais e de negócios” e “Como realizar apresentações de sucesso – aulas 1 e 2”. A programação completa, junto com as sinopses dos cursos, pode ser acessada no hotsite www.cursos.crasp.gov.br. Quem mora na região da Grande São Paulo deve se inscrever pelo e-mail eventos. [email protected]. Administradores de outras cidades podem procurar a seccional do Conselho mais próxima. Inovação competitiva A inovação é um importante elemento de vantagem competitiva nas empresas, atingida por meio da fundamentação estratégica, como princípio da organização em todos os seus processos. Nesse contexto, o capital intelectual funciona como o berço das ideias e influencia diretamente as organizações pela qualidade dos serviços e produtos, otimização de processos, produtividade, sustentabilidade e vantagem competitiva frente ao concorrente. Diante da necessidade de os administradores alinharem tais demandas mercadológicas, o Conselho Regional de Administração de São Paulo oferece a Série Profissional inédita “Estratégia e Inovação”, em parceria estratégica de conteúdo com a empresa de capacitação profissional Dtcom. As aulas têm a função de apresentar elementos fundamentais para os cenários de competitividade, 32 destacando o posicionamento inovador por parte dos colaboradores e das organizações. O objetivo será o reconhecimento do processo de inovação dentro das organizações e seu papel fundamental na construção e implementação de planejamentos estratégicos. As aulas irão explicar os cenários da competitividade, a estratégia e o pensamento sistêmico, a estratégia e inovação e o conhecimento e sustentabilidade. A série é apresentada pela consultora Deise Bautzer, mestre em Gestão Empresarial pela Fundação Getulio Vargas do Rio de Janeiro e doutoranda da American World University, nos Estados Unidos. Essa e outras atividades grátis aos registrados fazem parte de uma parceria do CRA-SP com a Dtcom destinada aos administradores em todo o Estado de São Paulo. Entre os temas do mês, ainda destacam-se os cursos “Ge- Social Saúde Criança Nesta edição, apresentamos a Saúde Criança, uma associação cujo trabalho visa a reestruturar e promover a autossustentação das famílias abaixo da linha da miséria, com crianças provenientes de unidades públicas de saúde. As ações são focadas em ações ligadas à saúde, renda, moradia, cidadania e educação, como orientação jurídica básica, mutirões em reformas de casas e serviço social, entre outros. A entidade aparece no ranking feito pelo Global Journal das 100 melhores organizações não governamentais do mundo. A metodologia da ONG já inspirou 23 instituições e, no Estado de São Paulo, conta com escritórios na capital paulista e em São José dos Campos. Saiba mais em: www.saudecrianca.org.br (11) 3459-1885 - São Paulo (12) 3797-0825 - S. J. dos Campos Fluência em alta vidas confirmam que o inglês é sua língua oficial de negócios. A RAP adiantou o assunto na edição de abril, quando mostrou que, apesar de o Brasil ser um polo de atração de negócios, muitos executivos ainda precisam adquirir fluência em idiomas importantes no continente americano, como inglês e espanhol. O mobile (smartphones, tablets) foi apontado como um potencial “professor” corporativo do ensino de outras línguas. 47% das empresas entrevistadas estão habilitadas para realizar Registrados CRA-SP têm descontos exclusivos nas lojas Drogasil. Aproveite! o treinamento digital de idiomas. Entretanto, 44% das corporações entrevistadas investem menos de 10% em soluções digitais de treinamento, embora já saibam de seus benefícios. A crescente demanda pela tecnologia de treinamento de idiomas é um indicativo de que há uma mudança global para uma melhor comunicação além das fronteiras, além da padronização no ensino (quase 30%), a flexibilidade e acessibilidade (19%) e o monitoramento dos resultados (17%) são as maiores vantagens apontadas no estudo. a partir de a partir de 30% 20% de desconto* em medicamentos genéricos tarjados. a partir de 5% de desconto* em perfumaria. de desconto* em medicamentos de marca tarjados. mais de 400 lojas para comprar.** Listão Drogasil são mais de 1.200 medicamentos com descontos* a partir de 25% até 55%. *Benefícios válidos até 30/10/13. **Consulte o site www.drogasil.com.br 33 sorrentino.com.br Para 88% das empresas multinacionais, a habilidade em comunicar-se e o conhecimento de língua estrangeira são vitais para o negócio, segundo pesquisa realizada pela multinacional de treinamento corporativo de idiomas Speexx. O estudo foi feito com 230 empresas de cinco continentes, em mais de uma dúzia de setores da indústria, o que representa 1,6 milhão de profissionais. O levantamento aponta que o inglês é a língua com maior demanda global (90%). No entanto, só 25% das multinacionais ou- Opinião Alerta vermelho para os acomodados 34 toda a sua equipe de staff administrativo. Inúmeras empresas grandes foram inclementes nas reduções do quadro gerencial e muita gente perdeu o emprego. Se olharmos para as companhias brasileiras nos últimos cinco anos, temos evidências de que a situação que promoveu a reengenharia pode voltar. Segundo os jornais, as empresas vivem dias difíceis – algumas mais que outras – com baixas nas vendas, a inflação subindo, a exportação caindo, a produtividade industrial insuficiente e muitas outras variáveis de dificuldade nas organizações. Por enquanto, não há um fato claro que mostre que a tal reengenharia volte ou que as empresas estejam se preparando para outro processo semelhante ao acontecido no passado. De repente, porém, os problemas se acentuam, a crise lá fora recrudesce e as organizações talvez tenham de adotar medidas mais restritivas e as racionalizações, terceirizações, reengenharias e enxugamentos tenham de ocorrer, para tristeza geral. Vale o alerta vermelho para os acomodados, tranquilos em suas posições, desatentos ao que pode, de repente, voltar a acontecer. A vida calma, sem muito investimento pessoal na carreira e caminhando na chamada “santa paz” é uma situação que talvez não se sustente em um futuro próximo. Como se preparar para esse di- fícil momento? Não há dúvida que o profissional proativo, intenso, participante, interessado em progresso, disposto a investir na carreira e muito ligado no trabalho e na empresa será aquele que estará mais protegido da intempérie. Não bastará tempo de casa, só cumprir obrigações, atender aos superiores e ser um bom chefe de família para manter sua zona de relativo conforto. Por isso, o acomodado profissional, simples cumpridor de suas obrigações, pode ser um daqueles a sucumbir na hora em que uma eventual e necessária reengenharia mostre, de novo, suas garras nas empresas brasileiras. Os profissionais empregados devem refletir agora sobre essa situação, quando nada de mais grave está à vista. DIVULGAÇÃO Você que nunca tem tempo para fazer os cursos que a empresa lhe oferece; lida com o computador, mas não procura conhecer além do Pacote Office; diz que saber o idioma inglês é importante apenas para quem trabalha em uma multinacional; não se importa muito com a sua avaliação de desempenho na empresa; sempre se negou a transferências de interesse da organização; e que se sente protegido pelo fato de ter mais de 10 anos de casa: cuidado! Há cerca de 20 anos, a manutenção de empregos de executivos e profissionais nas empresas era tranquila. Recrutava-se mais e assistentes, assessores, secretárias e gerentes médios e seniores andavam pelos corredores dos escritórios e fábricas em uma vida funcional estável. De repente, diante de condições econômicas nacionais e internacionais, esse quadro foi modificado e a famosa “reengenharia” mudou o panorama do emprego. As empresas passaram a olhar para suas estruturas e quadros em busca de economia, produtividade e eficácia. Organogramas foram modificados e reduzidos em altura e largura e os quadros – principalmente onde os custos eram maiores – enxugados de forma drástica. O nível gerencial foi o mais sacrificado por se entender ser melhor subordinar supervisores e coordenadores diretamente aos diretores e cortar os gerentes e Adm. Laerte Leite Cordeiro CRA-SP n.º 02.10 Consultor titular de Carreiras da Laerte Cordeiro Consultores em Recursos Humanos. Colaborações para esta seção podem ser enviadas para o e-mail [email protected] Os textos devem conter no máximo 3.000 caracteres (com espaços), nome completo do autor, foto em alta resolução e o registro no CRA-SP. → Este artigo reflete, exclusivamente, a opinião de seu autor. O CRA-SP não se responsabiliza pelas ideias nele contidas. SEMPRE EM CONTATO E SINTONIA COM OS PROFISSIONAIS Administrador: o que você está esperando para ter acesso ao melhor da medicina pelo menor preço? Só a parceria do SAESP com a Qualicorp proporciona acesso aos melhores planos de saúde, com inúmeras vantagens para você, Administrador. Com os melhores planos, você irá contar com: • Os hospitais e clínicas mais conceituadas do País1 • Os mais modernos laboratórios • Livre escolha de prestadores médico-hospitalares com reembolso2 Ligue e confira: 0800 799 3003 Parceria: Apoio: De segunda a sexta, das 9 às 21h, e aos sábados, das 10 às 16h. www.qualicorp.com.br Menor preço: em comparação a produtos similares no mercado de planos de saúde individuais (tabela de março/2013 - Golden Cross). ¹ De acordo com a disponibilidade da rede médica da operadora escolhida e do plano contratado. ² Conforme condições contratuais. Planos de saúde coletivos por adesão, conforme as regras da ANS. Informações resumidas. Os preços e a rede estão sujeitos a alterações, por parte das respectivas operadoras, respeitadas as disposições contratuais e legais (Lei no 9.656/98). Condições contratuais disponíveis para análise. Maio/2013. Amil: ANS nº 326305 Golden Cross: ANS nº 403911 Seguros Unimed: ANS nº 00.070-1 Qualicorp Adm. de Benefícios: