Aciep: Percursos urbanos e culturais na cidade
Alunos: Diego, Ellen, Mariana, Rebeca e Rubens Torres
Roma de Fellini
Roma de Fellini não é um filme comum, é uma reunião de cenas e memórias
de Fellini sobre Roma e sobre diversos aspectos da realidade política, social e
econômica da cidade. Na verdade, a personagem principal desse filme é a
própria cidade, com suas ruas e pessoas das mais diversas.
Segundo Fagundes (2003), nos vemos “diante dum autêntico documentário de
fantasia. Federico Fellini joga sobre a cidade em que viveu desde os dezessete
anos até sua morte uma carga intensa de subjetividade.”
Existe um tom de ironia e exagero em todas as reconstituições, mas é isso que
nos leva a reflexão e ao entendimento do que é Roma. Fellini procura com seu
filme encontrar a verdadeira Roma, e isso aparece retratado no filme, enquanto
várias cenas de reconstituição de época vão surgindo.
Vemos uma crítica à educação, com seus professores ríspidos e com pouca
didática.
Vemos
também
a
diversidade
de
seu
povo,
representado
principalmente em uma cena dentro de um teatro durante a Segunda Guerra
Mundial, com a apresentação de diversos artistas locais e um público das mais
diferentes categorias, idades e estilos, que representam, cada um, um tipo
próprio da cidade. As diferenças sociais são percebidas em diversos
momentos, como quando nos são apresentados os bordéis da cidade, divididos
em locais sujos, obscuros e escondidos e locais luxuosos, espaçosos e
claramente destinados à elite.
Uma das críticas mais brilhantes é em relação a influência da Igreja e
religiosidade da cidade, quando assistimos a uma brilhante cena de desfile de
moda eclesial, mostrando o luxo, a riqueza, o domínio e o poder que a Igreja
Católica influencia na cidade.
Mas a cena mais perfeita e rica em significação é a que mostra escavadores
que trabalham na manutenção de um metrô localizando uma antiga construção
romana soterrada sob a cidade. Existem diversas Romas escondidas sob a
cidade que hoje conhecemos e muitas relíquias históricas. Mas o mais brilhante
é o momento em que os pesquisadores entram na câmara recém descoberta e
se maravilham com os afrescos da Roma antiga preservados nas paredes
dessa construção mas são surpreendidos pela degradação desses afrescos,
que vão desaparecendo aos poucos das paredes sem que eles possam fazer
nada para evitar. É a modernidade apagando a memória da cidade e
modificando sua existência. O que deve ser feito para impedir essa
degradação? Essa é a questão que o filme nos coloca.
Ao final da projeção, assistimos um desfile de motos que percorre por toda a
parte histórica da cidade. É Roma, sua história, suas construções, lado a lado
com a modernidade e com o homem, que a faz ser o que ela é de verdade.
Referência:
FAGUNDES, Eron. Cinemania, jul 2003.
Disponível em: <http://dvdmagazine.virgula.com.br/Fala_Eron/felini.htm> Acesso: 17 jun 2007.
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