SIMULADO SAEB - 2015
Língua Portuguesa
3ª série do Ensino Médio
GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO
SECRETARIA DA EDUCAÇÃO
QUESTÕES E COMENTÁRIOS
Descritor:
D3 – Inferir o sentido de uma palavra ou expressão.
Questão 1
Todo ponto de vista é a vista de um ponto
Ler significa reler e compreender, interpretar. Cada um lê com os olhos que tem. E
interpreta a partir de onde os pés pisam.
Todo ponto de vista é um ponto. Para entender como alguém lê, é necessário saber
como são seus olhos e qual é sua visão de mundo. Isso faz da leitura sempre uma
releitura.
A cabeça pensa a partir de onde os pés pisam. Para compreender, é essencial
conhecer o lugar social de quem olha. Vale dizer: como alguém vive, com quem
convive, que experiências tem, em que trabalha, que desejos alimenta, como assume
os dramas da vida e da morte e que esperanças o animam. Isso faz da compreensão
sempre uma interpretação.
BOFF, Leonardo. A águia e a galinha. 4ª ed. RJ: Sextante, 1999.
A expressão “com os olhos que tem”, no texto, tem o sentido de
A) enfatizar a leitura.
B) incentivar a leitura.
C) priorizar a leitura.
D) valorizar a leitura.
E) individualizar a leitura.
Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/saeb_matriz2.pdf>. Acesso em: 30/09/2015. (Item
adaptado)
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Comentário
O procedimento de leitura requerido pelo enunciado da questão leva à
inferência de que a expressão “com os olhos que tem”, dentro do contexto em que
se insere, possui o sentido de “individualizar a leitura” (alternativa E), resposta que
pode ser endossada por outras passagens do texto, tais como: “Para entender como
alguém lê, é necessário saber como são seus olhos”, como “é sua visão de mundo”
e que “Isso faz da leitura sempre uma releitura”, tornando-a única.
Percebe-se que a experiência leitora é enfatizada, enriquecida, modificada a
partir de conhecimentos peculiares, com a certeza de que “Todo ponto de vista é
um ponto”, é um diferencial a ser considerado.
Como tarefa inicial, o desencadeamento de ideias pode partir da análise do
título, elemento que antecipa o trabalho desenvolvido pelo autor, e se entrelaça, por
exemplo, à concepção do ato de ler: ação que se torna especial e sugere releitura,
compreensão e interpretação, além de depender da bagagem cultural que
acompanha o leitor em sua trajetória.
Descritor:
D6 – Identificar tema em um texto.
Questão 2
Importância da pesquisa
Sem pesquisa não há ciência, muito menos tecnologia. Todas as grandes empresas
do mundo de hoje possuem departamentos chamados “Pesquisa e Desenvolvimento”
(P&D). Os departamentos de P&D estão sempre tentando dar um passo à frente para
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a obtenção de novos produtos que respondem melhor às exigências cada vez maiores
dos consumidores ou, simplesmente, que permitam vencer a concorrência das
empresas. As indústrias farmacêuticas vivem à procura de novos medicamentos mais
eficazes contra doenças velhas e novas (e rezamos para que consigam!). As
montadoras de automóveis querem produzir carros mais econômicos, menos
poluentes, mais seguros. A informática não para de nos assustar com seus
computadores cada dia mais rápidos, com maior capacidade de memória, com
programas mais eficientes. Uma porcentagem significativa dos lucros dessas
empresas é destinada à P&D. Nesses departamentos existem laboratórios
ultramodernos, pistas de testes (quando é o caso), campos de aplicação experimental,
oficinas para montagem de protótipos etc. Neles trabalham técnicos e cientistas
altamente preparados. Se não houvesse pesquisa, todas as grandes invenções e
descobertas científicas não teriam acontecido.
BAGNO, Marcos. Pesquisa na escola: o que é como se faz. São Paulo: Edições Loyola, 1998, pág. 19.
A ideia central do texto é a de que a pesquisa é importante para melhorar
(A) os equipamentos de informática.
(B) os níveis de lucros das empresas.
(C) os níveis salariais dos cientistas.
(D) a qualidade de vida das pessoas.
(E) os campos de aplicação experimental.
Disponível em: http://devolutivas.inep.gov.br/itens_publicados/85. Acessado: 30/09/2015.
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Comentário
O item avalia, dentro do tópico “Procedimentos de Leitura1”, a identificação
do tema. Com base nessa classificação, percebe-se que o assunto tratado no texto
endossa o princípio de que a pesquisa é importante, pois, se “não houvesse
pesquisa, todas as grandes invenções e descobertas científicas não teriam
acontecido”.
O título, por sua vez, explicita e antecipa essa concepção, cuja informação é
retomada no enunciado da questão e complementada pela alternativa D (“a
qualidade de vida das pessoas”). Essa qualidade de vida é inferida por meio da
informação de que os “departamentos de P&D estão sempre tentando dar um passo
à frente para a obtenção de novos produtos que respondem melhor às exigências
cada vez maiores dos consumidores [...]”.
Para a resolução da situação-problema em pauta, é importante perceber que
a identificação do tema necessita, portanto, da articulação entre texto (em seu
sentido global), enunciado da questão e alternativa correta, processo associativo
que envolve também a inferência, entre outros procedimentos de leitura.
Matriz de Referência – 3ª série EM:
<http://download.inep.gov.br/educacao_basica/prova_brasil_saeb/menu_do_professor/prova_
lingua_portuguesa/Matriz_LP_3o_anoEM_PROF.pdf> (acesso em 30/09/2015).
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Para responder às questões 3 e 4, leia o texto abaixo:
A aliança
Esta é uma história exemplar, só não está muito claro qual é o exemplo. De qualquer
jeito, mantenha-a longe das crianças. Também não tem nada a ver com a crise
brasileira, o apartheid, a situação na América Central ou no Oriente Médio ou a grande
aventura do homem sobre a Terra. Situa-se no terreno mais baixo das pequenas
aflições da classe média. Enfim. Aconteceu com um amigo meu.
Fictício, claro. Ele estava voltando para casa como fazia, com fidelidade rotineira,
todos os dias à mesma hora. Um homem dos seus 40 anos, naquela idade em que já
sabe que nunca será o dono de um cassino em Samarkand, com diamantes nos
dentes, mas ainda pode esperar algumas surpresas da vida, como ganhar na loto ou
furar-lhe um pneu. Furou-lhe um pneu. Com dificuldade ele encostou o carro no meiofio e preparou-se para a batalha contra o macaco, não um dos grandes macacos que
o desafiavam no jângal dos seus sonhos de infância, mas o macaco do seu carro
tamanho médio, que provavelmente não funcionaria, resignação e reticências...
Conseguiu fazer o macaco funcionar, ergueu o carro, trocou o pneu e já estava
fechando o porta-malas quando a sua aliança escorregou pelo dedo sujo de óleo e
caiu no chão. Ele deu um passo para pegar a aliança do asfalto, mas sem querer a
chutou. A aliança bateu na roda de um carro que passava e voou para um bueiro.
Onde desapareceu diante dos seus olhos, nos quais ele custou a acreditar. Limpou
as mãos o melhor que pôde, entrou no carro e seguiu para casa. Começou a pensar
no que diria para a mulher. Imaginou a cena. Ele entrando em casa e respondendo às
perguntas da mulher antes de ela fazê-las.— Você não sabe o que me aconteceu! —
O quê?— Uma coisa incrível.
— O quê?— Contando ninguém acredita. — Conta!— Você não nota nada de diferente
em mim? Não está faltando nada?— Não. — Olhe. E ele mostraria o dedo da aliança,
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sem a aliança.— O que aconteceu? E ele contaria. Tudo, exatamente como
acontecera. O macaco. O óleo. A aliança no asfalto. O chute involuntário.
E a aliança voando para o bueiro e desaparecendo.— Que coisa – diria a mulher,
calmamente.— Não é difícil de acreditar?— Não. É perfeitamente possível.
— Pois é. Eu...— SEU CRETINO!— Meu bem...— Está me achando com cara de
boba? De palhaça? Eu sei o que aconteceu com essa aliança. Você tirou do dedo
para namorar. É ou não é? Para fazer um programa. Chega em casa a esta hora e
ainda tem a cara de pau de inventar uma história em que só um imbecil acreditaria. —
Mas, meu bem...— Eu sei onde está essa aliança. Perdida no tapete felpudo de algum
motel. Dentro do ralo de alguma banheira redonda. Seu sem- -vergonha! E ela sairia
de casa, com as crianças, sem querer ouvir explicações. Ele chegou em casa sem
dizer nada. Por que o atraso? Muito trânsito. Por que essa cara? Nada, nada. E,
finalmente: — Que fim levou a sua aliança? E ele disse: —Tirei para namorar. Para
fazer um programa. E perdi no motel. Pronto. Não tenho desculpas. Se você quiser
encerrar nosso casamento agora, eu compreenderei.
Ela fez cara de choro. Depois correu para o quarto e bateu com a porta. Dez minutos
depois reapareceu. Disse que aquilo significava uma crise no casamento deles, mas
que eles, com bom-senso, a venceriam. — O mais importante é que você não mentiu
pra mim. E foi tratar do jantar.
VERÍSSIMO. Luis Fernando. Texto extraído do livro. As mentiras que os homens contam. Editora Objetiva Rio de Janeiro, 2000, pág. 37. (Revisão realizada pela Nova Ortografia)
Descritor:
D1 – Localizar informações explícitas em um texto.
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Questão 3
No texto, considera-se que o homem perdeu sua aliança de casamento
A) no bueiro da rua ao trocar o pneu do carro.
B) num tapete felpudo de um quarto de motel.
C) no porta-malas do carro ao pegar o macaco.
D) na casa da namorada com dedo sujo de óleo.
E) num programa de grande aventura na América.
Comentário
O objetivo da questão é verificar se o aluno localiza informações explícitas
em um texto. Para tanto, é necessário lançar mão de procedimentos básicos que já
fazem parte da rotina de trabalho em sala de aula, como a leitura de diferentes
gêneros textuais pelo aluno da 3ª série do Ensino Médio.
Em questões que avaliam se o aluno desenvolveu essa habilidade, a
informação solicitada pode estar expressa literalmente no texto ou por meio de
paráfrase. Na hora da leitura, é importante que os alunos sejam orientados a
retomá-la sempre que houver necessidade, seguindo as pistas que o enunciado ou
o texto base apresentam. Isso pode parecer muito simples para leitores experientes,
mas como envolve compreensão global do que foi lido e, dependendo da
complexidade do texto, alguns alunos podem ainda ter dificuldade.
Para assinalar a alternativa correta A, os alunos precisam completar o que é
pedido no enunciado, localizando em um trecho do texto a informação solicitada. É
uma atividade de busca e recuperação de informações no texto.
Sugerimos consultar a Situação de Aprendizagem 5, Volume 1 do Caderno
da 3ª série do Ensino Médio - São Paulo Faz Escola, a fim de aprofundar o trabalho
de localização de informações em textos narrativos.
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Descritor:
D4 – Inferir uma informação implícita em um texto.
Questão 4
No texto, considera-se que o homem mentiu para sua esposa, pois
A) tirou a aliança para namorar e fazer um programa.
B) sabia que a mulher não acreditaria na verdade.
C) era um homem, naquela idade, com seus 40 anos.
D) perdeu a aliança em um tapete de quarto de motel.
E) jogou a aliança no bueiro com a crise do casamento.
Comentário
As informações podem estar enunciadas de forma clara e direta – são
informações explícitas – ou podem estar implícitas no texto e, para que o leitor as
perceba, é necessário que ele realize inferências de natureza diversa por meio de
pistas deixadas ao longo de sua escrita. É preciso, ainda, que leve em consideração
o texto como um todo, visto que muitas inferências podem ser percebidas pelo
contexto e não apenas por meio de alguns aspectos isolados.
A resposta da questão, alternativa B (“sabia que a mulher não acreditaria na
verdade”), como podemos verificar, está implícita em seu contexto: a história que o
narrador imaginou e a atitude que foi tomada por ele, ao chegar em sua casa por
saber, de antemão, qual seria a reação de sua esposa, diante do acontecido.
Para o trabalho em sala de aula, recomenda-se que o professor desenvolva
estratégias de leitura que solicitem ao aluno inferir informações pressupostas ou
subentendidas,
com
base
em
sua
compreensão
global. Assim,
alguns
procedimentos são fundamentais, tais como: analisar os distratores que as
alternativas apresentam, compreender o enunciado, analisar e refletir sobre os
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elementos verbais e não verbais (quando estes estiverem presentes), checar
hipóteses, analisar o contexto de produção, o público-alvo, a intencionalidade do
texto, entre outros.
Descritor:
D10 - Identificar o conflito gerador do enredo e os elementos que constroem a
narrativa.
Questão 5
13 de Dezembro
Passei de carro pela Esplanada e vi a multidão. Estranhei aquilo. O motorista me
lembrou: “Hoje é 13 de dezembro, dia de Santa Luzia. A igreja dela está cheia, ela
protege os olhos da gente”.
Agradeci a informação, mas fiquei inquieto. Bolas, o 13 de dezembro tinha alguma
coisa a ver comigo e nada com Santa Luzia e sua eficácia nas doenças que ainda não
tenho. O que seria?
Aniversário de um amigo? Uma data inconfessável, que tivesse marcado um
relacionamento para o bom ou para o pior?
Não lembrava de nada de importante naquele dia, mas ele piscava dentro de mim. E
as horas se passaram iluminadas pelo intermitente piscar da luzinha vermelha dentro
de mim. 13 de dezembro! Preciso tomar um desses tonificantes da memória, vivo em
parte dela e não posso ter brancos assim, um dia importante e não me lembro por
quê.
Somente à noite, quando não era mais 13 de dezembro, ao fechar o livro que estava
lendo, de repente a luz parou de piscar e iluminou com nitidez a cena noturna: eu
chegando no prédio em que morava, no Leme, a Kombi que saiu dos fundos da
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garagem, o homem que se aproximou e me avisou que o comandante do 1º Exército
queria falar comigo.
Eram 11 horas da noite, estranhei aquele convite, nada tinha a falar com o general
Sarmento e não acreditava que ele tivesse alguma coisa a falar comigo.
Mas o homem insistiu. E outro homem que saíra da Kombi já entrava dentro do meu
carro, com uma pequena metralhadora. Naquela mesma hora, a mesma cena se
repetia pelo Brasil afora, o governo baixara o AI-5, eu nem ouvira o decreto lido no
rádio. Num motel da Barra, eu estivera à toa na vida, e meu amor me chamara e eu
não vira a banda passar.
Tantos anos depois, ninguém me chama nem me convida para falar com o
comandante do 1º Exército. O país talvez tenha melhorado, mas eu certamente piorei.
CONY, Carlos Heitor. Folha de São Paulo. 16/12/2001.
No texto, o que gera a inquietação do narrador é o fato de ele
A) verificar que a igreja estava cheia de fiéis.
B) não se lembrar de algo muito importante.
C) ver uma grande multidão na Esplanada.
D) constatar que não era um dia importante.
E) saber que era dia de Santa Luzia.
Disponível em: <http://portal.inep.gov.br/web/prova-brasil-e-saeb/downloads>. Acesso em: 30/09/2015.
Comentário
As narrativas geralmente apresentam uma organização estrutural em que
constam:
I) Introdução ou Apresentação – momento inicial da narrativa em que é
apresentada uma situação em estado de equilíbrio.
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II) Desenvolvimento e Complicação – momento em que se sucedem os
acontecimentos, numa determinada ordem e com a intervenção do(s)
protagonistas. Também nesse momento instala-se o conflito, a complicação,
que resulta na quebra do equilíbrio inicial.
III) Clímax – é o momento crítico, em que o conflito é resolvido, tornando viável
o desfecho da narrativa.
IV) Desfecho ou desenlace – momento em que o conflito é resolvido (de forma
favorável, ou não), reestabelecendo-se a ordem.
O texto lido parte de uma situação inicial, em que o narrador se depara com
uma comemoração religiosa, no dia 13 de dezembro, data que lhe causa
inquietação e que instaura um conflito por ele não conseguir se lembrar o motivo
desse desassossego. O equilíbrio é, dessa forma, interrompido. O clímax se dá no
momento
em
que
o
narrador
se
lembra
do
que ocorrera, desvendando o mistério: nessa data ele fora preso pelos militares.
Dessas lembranças decorre uma conclusão de teor filosófico sobre o episódio.
O conflito pode se estabelecer entre duas personagens, assim como entre a
personagem e o ambiente. Também “[...] podemos encontrar nas narrativas,
conflitos morais, religiosos, econômicos e psicológicos; este último seria o conflito
interior de um personagem que vive uma crise emocional.” (GANCHO, 1993, p.11).
O conflito, portanto, possibilita ao leitor criar expectativas e hipóteses frente aos
fatos do enredo, como acontece no texto de Cony em que o narrador fica se
questionando sobre o porquê da importância daquela data para ele, o que
corresponde à alternativa correta, (B) não se lembrar de algo muito importante.
O aluno pode ser levado a perceber o fato que instaurou o conflito para,
depois, conhecer o clímax e tomar consciência de como se deu o desfecho da
narrativa, com a mediação do professor. A mesma estratégia pode ser realizada
também em narrativas mais longas.
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Para o professor revisitar o assunto, sugerimos os livros Como analisar
narrativas, de Cândida Vilares Gancho2 (2004), que também pode ser encontrado
no site <http://www.slideshare.net/letrasuast/candida-vilaresgancho-como-analisarnarrativas-pdf-rev> (Acesso em: 11 de junho de 2014) e O Enredo, de Samira Nahid
de Mesquita3 (1994), ambos da Série Princípios, da editora Ática.
No Caderno do Professor: Língua Portuguesa e Literatura – 3ª série do Ensino
Médio – volume 2, Situação de Aprendizagem 4, p. 33 – 40, encontra-se uma
proposta de produção de uma tira em quadrinhos que trata da teoria da narrativa.
Descritor:
D16 – Identificar efeitos de ironia ou humor em textos variados.
Questão 6
A Formiga e a Cigarra
Era uma vez uma formiguinha e uma cigarra muito amigas. Durante todo o
outono, a formiguinha trabalhou sem parar, armazenando comida para o período de
inverno. Não aproveitou nada do Sol, da brisa suave do fim da tarde nem do batepapo com os amigos ao final do expediente de trabalho, tomando uma cervejinha. Seu
nome era “trabalho” e seu sobrenome, “sempre”.
Enquanto isso, a cigarra só queria saber de cantar nas rodas de amigos e nos
bares da cidade; não desperdiçou um minuto sequer, cantou durante todo o outono,
2
GANCHO, Cândida Vilares. Como analisar narrativas. 2. ed. São Paulo: Ática, 1993. (Série Princípios)
3
MESQUITA, Samira Nahid. O Enredo. 3. ed. São Paulo: Ática, 1994. p. 22-23. (Série Princípios)
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dançou, aproveitou o Sol, curtiu para valer, sem se preocupar com o inverno que
estava por vir. Então, passados alguns dias, começou a esfriar. Era o inverno que
estava começando. A formiguinha, exausta, entrou em sua singela e aconchegante
toca repleta de comida. Mas alguém chamava por seu nome do lado de fora da toca.
Quando abriu a porta para ver quem era, ficou surpresa com o que viu: sua amiga
cigarra, dentro de uma Ferrari, com um aconchegante casaco de visom. E a cigarra
falou para a formiguinha:
– Olá, amiga, vou passar o inverno em Paris. Será que você poderia cuidar da
minha toca?
– Claro, sem problema! Mas o que lhe aconteceu? Como você conseguiu grana
pra ir a Paris e comprar essa Ferrari?
– Imagine você que eu estava cantando em um bar, na semana passada, e um
produtor gostou da minha voz. Fechei um contrato de seis meses para fazer shows
em Paris... A propósito, a amiga deseja algo de lá?
– Desejo, sim. Se você encontrar um tal de La Fontaine por lá, manda ele pro
DIABO QUE O CARREGUE!
MORAL DA HISTÓRIA: “Aproveite sua vida, saiba dosar trabalho e lazer, pois trabalho
em demasia só traz benefício em fábulas do La Fontaine”.
Fábula de La Fontaine reelaborada. Disponível em <http://www.geocities.com/soho/Atrium/8069/Fabulas/
fabula2.html>. Acesso em: 15/04/2013. (adaptado).
Em relação ao texto original da fábula, a ironia está no fato de
A) a formiga trabalhar e possuir uma toca.
B) a cigarra deixar de trabalhar para aproveitar o Sol.
C) a cigarra não trabalhar e cantar durante todo o outono.
D) a formiga possuir o nome “trabalho” e o sobrenome “sempre”.
E) a cigarra, sem trabalhar, surgir de Ferrari e casaco de visom.
Disponível em: <http://portal.inep.gov.br/web/prova-brasil-e-saeb/downloads>. Acesso em: 30/09/2015.
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Comentário
A tarefa de leitura proposta consiste e m identificar efeitos de ironia ou humor
nessa releitura da fábula A cigarra e a formiga, cujo texto original foi escrito por La
Fontaine.
Para chegar à resposta correta, alternativa E , o aluno precisa conhecer a
versão original da fábula e perceber as modificações feitas em seu final, que tornam
o texto irônico: ao invés de a cigarra ficar sem alimentos e sem abrigo (ser castigada
por não trabalhar), ela surge de Ferrari e casaco de visom, deixando a formiga muito
brava.
Sugerimos ao professor que, nas atividades de leitura, ofereça aos alunos
o contato com gêneros textuais que utilizem largamente recursos expressivos,
como propagandas, contos, crônicas, letras de música, quadrinhos, charges,
anedotas, vídeos, entre outros, que apresentem elementos de ironia seja por meio
do deslocamento do sentido convencional de uma palavra, seja pela abordagem
temática. A partir da leitura desses textos, podemos orientá-los a perceber e analisar
os efeitos de sentido referentes ao fenômeno da ironia. Abaurre (20064), apresenta
um estudo esclarecedor sobre a ironia e outras questões relacionadas: duplo sentido
e humor.
No Caderno do Professor: Língua Portuguesa e Literatura – 3ª série do
Ensino Médio – volume 2, Situação de Aprendizagem 2,
pp. 17 – 275, são
trabalhados os conceitos e usos da reformulação, paródia e estilização, cujos
aspectos humorísticos são também abordados, contribuindo para o aprofundamento
dos estudos.
4
ABAURRE, Maria Luiza M. Gramática: texto: análise e construção de sentido. São Paulo: Moderna, 2006.
5
São Paulo (Estado) Secretaria da Educação Caderno do Professor: Língua Portuguesa e Literatura – 3ª série do
Ensino Médio – volume 2, Situação de Aprendizagem 2, p. 17 – 27
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Descritor:
D13 - Identificar as marcas linguísticas que evidenciam o locutor e o interlocutor
de um texto.
Questão 7
Luz sob a porta
— E sabem que que o cara fez? Imaginem só: me deu a maior cantada! Lá, gente, na
porta de minha casa! Não é ousadia demais?
— E você?
— Eu? Dei telogo e bença pra ele; engraçadinho, quem ele pensou que eu era?
— Que eu fosse.
— Quem tá de copo vazio aí?
— Vê se baixa um pouco essa eletrola, quer pôr a gente surdo?
(VILELA, Luiz. Tarde da noite. São Paulo: Ática, 1998. p. 62.)
O padrão de linguagem usado no texto sugere que se trata de um falante
A) rigoroso na precisão vocabular.
B) escrupuloso em ambiente de trabalho.
C) ajustado às situações informais.
D) exato quanto à pronúncia das palavras.
E) contrário ao uso de expressões populares.
Disponível em: <http://portal.inep.gov.br/web/prova-brasil-e-saeb/downloads>. Acesso em: 30/09/2015.
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Comentário
O objetivo do texto é que o aluno identifique as marcas linguísticas que
evidenciam seu locutor e o interlocutor. Embora de curta extensão, percebe-se, no
texto, um diálogo estabelecido entre duas pessoas, “e você?”/“eu?”, e que a
conversa se dá num ambiente em que elas estão reunidas para se
descontraírem, ”quem tá com copo vazio aí”, “vê se baixa um pouco a eletrola”.
Nesse caso, o ambiente e a descontração evidenciam, pela informalidade, o diálogo
empregado: “telogo”, “bença” etc. O emprego dessas variedades linguísticas
informaliza o texto e o direciona a um público específico: participantes de uma
reunião informal entre amigos, por isso o padrão de linguagem sugere falantes
ajustados às situações informais. Gabarito C. Selecionar textos que privilegiem
aspectos sociais, culturais, regionais e históricos, para explorar os diferentes modos
de uso da língua, é uma maneira de refletir a respeito da cultura das pessoas e do
grupo em que essas pessoas se constituem, se transformam, modificam tendências
e comportamentos.
Um exercício prático e comum é situar a escrita em situações geográficas,
sociológicas e contextuais, descartando qualquer apontamento de erro do uso da
língua. O aluno precisa conhecer as diversidades dos usos da linguagem, escolher
a
mais
apropriada,
considerando
tempo,
espaço,
interlocução,
situação
comunicativa e função social. Não existe o conceito de erro, mas a adequação da
linguagem em seu contexto. Para que os alunos percebam a utilização da linguagem
em suas várias situações de uso, o professor pode oferecer vários contextos e
solicitar que escolham a linguagem mais pertinente.
Além de outras atividades que explorem as marcas linguísticas que
evidenciam as vozes textuais, sugerimos a Situação de Aprendizagem 5, do
Caderno do Professor- 3ª série do Ensino Médio- Volume 1- São Paulo Faz Escola.
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Descritor:
D8 – Estabelecer relação entre a tese e os argumentos oferecidos para sustentála.
Questão 8
Haverá um mapa para este tesouro?
“Diversidade biológica” significa a variabilidade de organismos vivos de todas as
origens, compreendendo, dentre outros, os ecossistemas terrestres, marinhos e
outros ecossistemas aquáticos e os complexos ecológicos de que fazem parte;
compreendendo ainda a diversidade dentro de espécies, entre espécies e de
ecossistemas.” (Artigo 2 da Convenção sobre Diversidade Biológica).
O Brasil, país de dimensões continentais, sabidamente possui uma enorme
biodiversidade, sendo definida como a maior do planeta. Possuir muito, e de diferentes
fontes, ecoa aos nossos sentidos como ter à disposição, ao alcance de todos, um
grande tesouro. No entanto, todos sabemos que um grande tesouro escondido em
locais inacessíveis, ou mesmo localizado sob os nossos olhos, sem que tenhamos
possibilidade de enxergá-lo, significa um grande sonho.... e sonhos não costumam
tornar-se realidade... podem até evoluir para pesadelos...
Assim, fica evidente que o conhecimento científico, embasado em fatos, é essencial
para dar suporte a hipóteses que gerem projetos que permitam expandir esses
conhecimentos e servir de partida para projetos que permitam a aplicação racional e
sustentada dessa riqueza. Todos sabem que a pior atitude é “...matar a galinha dos
ovos de ouro...”. Portanto, precisamos saber de onde vêm os ovos, e como cuidar da
galinha e fazê-la reproduzir para que possamos transmitir essa riqueza como herança.
Regina Pakelmann Markus e Miguel Trefault Rodrigues. Revista Ciência &Cultura.julho/agosto/setembro 2003.
p.20.
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O trecho “evoluir para pesadelos...” é um argumento para sustentar a ideia de que
A) o maior conhecimento da natureza causa-lhe mais riscos.
B) a reprodução ostensiva da galinha dos ovos de ouro é problemática.
C) a má utilização das riquezas naturais causa graves problemas.
D) a biodiversidade do Brasil é imensa e incontrolável.
E) o sonho alto das pessoas faz com que sofram muito.
Disponível em <http://portal.inep.gov.br/web/prova-brasil-e-saeb/downloads>. Acesso em 30/09/2015.
Comentário
O objetivo da questão é levar o aluno a estabelecer relação entre a tese e os
argumentos oferecidos para sustentá-la. Tese e argumentos são características dos
artigos de opinião que circulam cotidianamente na esfera jornalística e estão sempre
presentes em nosso dia a dia. Na alternativa, a lógica existente entre os elementos
que constituem as sequências predominantemente argumentativas do texto deixa
transparecer a coerência entre as ideias expostas. Além da coerência, a forma
coesa, organizada como as ideias se desenvolvem, favorece a produção de sentido.
É importante levar para a rotina da sala de aula, textos argumentativos e
trabalhar a leitura compartilhada de maneira que o aluno compreenda o texto não
como um agrupamento de frases justapostas, mas como um conjunto, uma unidade
de sentido, em que todas as partes estão relacionadas. Além disso, o conhecimento
e o domínio dos recursos de argumentação são importantes para que o aluno
consiga expor suas ideias, defendendo-as com coesão e com coerência ao elaborar
um texto opinativo e/ou para que ele possa reconhecê-las na leitura de outros
autores.
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Alguns questionamentos podem ajudar a distinguir a tese do autor, assim
como os argumentos que confirmam ou contrapõem as ideias expostas, as
conclusões ou propostas de intervenção feitas pelo autor. Esses exercícios
realizados com frequência podem levar à autonomia de compreensão de leitura,
imprescindível em inúmeras situações. A alternativa C traz um argumento que
corrobora a ideia apresentada no trecho do texto que constitui o enunciado da
questão (“a má utilização das riquezas naturais causa graves problemas”).
Os distratores trazem argumentos que não se relacionam com a ideia em
destaque e os alunos têm condições de distinguir o gabarito, ao estabelecerem
relações entre a tese e os argumentos, a partir da construção de sentido para o
texto.
Lembramos que a Situação de Aprendizagem 1 do Volume 2 do Caderno
Professor, 3ª Série do Ensino Médio, São Paulo Faz Escola, há atividades que
exploram a argumentação e expressão de opiniões pessoais/pontos de vista.
Descritor:
D7 - Identificar a tese de um texto.
Questão 9
O teatro da etiqueta
No século XV, quando se instalavam os Estados nacionais e a monarquia absoluta na
Europa, não havia sequer garfos e colheres nas mesas de refeição: cada comensal
trazia sua faca para cortar um naco da carne – e, em caso de briga, para cortar o
vizinho. Nessa Europa bárbara, que começava a sair da Idade Média, em que nem os
nobres sabiam escrever, o poder do rei devia se afirmar de todas as maneiras aos
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olhos de seus súditos como uma espécie de teatro. Nesse contexto surge a etiqueta,
marcando momento a momento o espetáculo da realeza: só para servir o vinho ao
monarca havia um ritual que durava até dez minutos.
Quando Luís XV, que reinou na França de 1715 a 1774, passou a usar lenço não
como simples peça de vestuário, mas para limpar o nariz, ninguém mais na corte de
Versalhes ousou assoar-se com os dedos, como era costume. Mas todas essas
regras, embora servissem para diferenciar a nobreza dos demais, não tinham a
petulância que a etiqueta adquiriu depois. Os nobres usavam as boas maneiras com
naturalidade, para marcar uma diferença política que já existia. E representavam esse
teatro da mesma forma para todos. Depois da Revolução Francesa, as pessoas
começam a aprender etiqueta para ascender socialmente. Daí por que ela passou a
ser usada de forma desigual – só na hora de lidar com os poderosos.
Revista Superinteressante, junho 1988, nº 6 ano 2.
Nesse texto, o autor defende a tese de que
A) as pessoas evoluíram a etiqueta para descomplicá-la.
B) a etiqueta tinha uma finalidade democrática antigamente.
C) a etiqueta sempre foi um teatro apresentado pela realeza.
D) as classes sociais se utilizam da etiqueta desde o século XV.
E) a etiqueta mudou, mas continua associada aos interesses do poder.
Disponível em: <http://portal.inep.gov.br/web/prova-brasil-e-saeb/downloads>. Acesso em: 30/09/2015.
Comentário
Artigos de opinião circulam cotidianamente na esfera jornalística e estão
sempre presentes em nosso dia a dia, graças à influência dos formadores de
opinião. A partir da exposição de uma tese, o autor elabora argumentos para dar
sustentação a seu ponto de vista.
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A alternativa E traz um argumento que complementa a ideia apresentada no
trecho do texto que constitui o enunciado da questão. Percebe-se, com isso, que a
lógica existente entre os elementos que constituem a sequência argumentativa do
texto deixa transparecer a coerência entre as ideias expostas.
É importante levar, para a rotina da sala de aula, textos argumentativos e
trabalhar a leitura compartilhada de maneira que o aluno compreenda o texto não
como um agrupamento de frases justapostas, mas como um conjunto, uma unidade
de sentido, em que todas as partes estão relacionadas. Além disso, o conhecimento
e o domínio dos recursos de argumentação são importantes para que o aluno
consiga expor suas ideias, defendendo-as com coesão e com coerência ao elaborar
um texto opinativo e/ou para que ele possa reconhecê-las na leitura de outros
autores.
Alguns questionamentos podem ajudar a distinguir a tese do autor, assim
como os argumentos que confirmam ou contrapõem as ideias expostas, as
conclusões ou propostas de intervenção feitas por ele.
Descritor:
D9 – Diferenciar as partes principais das secundárias em um texto.
Questão 10
A sombra do meio-dia
A Sombra do Meio-Dia é o belo título de um romance lançado recentemente, de
autoria do diplomata Sérgio Danese. O livro trata da glória (efêmera) e da desgraça
(duradoura) de um ghost-writer, ou redator-fantasma – aquele que escreve discursos
para outros. A glória do ghost-writer de Danese adveio do dinheiro e da ascensão
profissional e social que lhe proporcionaram os serviços prestados ao patrão – um
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ricaço feito senador e ministro, ilimitado nas ambições e limitado nos escrúpulos como
soem ser as figuras de sua laia. A desgraça, da sufocação de seu talento literário, ou
daquilo que gostaria que fosse talento literário, posto a serviço de outrem, e ainda
mais um outrem como aquele. As exigências do patrão, aos poucos, tornam-se
acachapantes. Não são apenas discursos que ele encomenda. É uma carta de amor
a uma bela que deseja como amante. Ou um conto, com que acrescentar, às delícias
do dinheiro e do poder, a glória literária.
Nosso escritor de aluguel vai se exaurindo. É a própria personalidade que lhe vai
sendo sugada pelo insaciável senhorio. Na forma de palavras, frases e parágrafos, é
a alma que põe em continuada venda.
Roberto Pompeu de Toledo, Revista VEJA, ed.1843, 3 de março de 2004. Ensaio p. 110.
O fragmento que contém a informação principal do texto é
A) “Na forma de palavras [...] é a alma que põe em continuada venda. ”
B) “O livro trata da glória (efêmera) e da desgraça (duradoura) de um ghostwriter.”
C) “A Sombra do Meio-Dia é o belo título [...], de autoria do diplomata Sério Danese.”
D) “As exigências do patrão, aos poucos, tornam-se acachapantes”.
E) “Nosso escritor de aluguel vai se exaurindo. ”
Disponível em: <http://portal.inep.gov.br/web/prova-brasil-e-saeb/downloads>. Acesso em: 30/09/2015.
(adaptado)
Comentário
“A sombra do meio-dia” é o nome da resenha escrita por Roberto Pompeu de Toledo
ao livro que recebe o mesmo título. Essa resenha oferece material para a tarefa de
leitura que solicita a diferenciação das partes principais das secundárias de um
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texto. Isso envolve, no processamento textual, a coerência e a coesão para o
estabelecimento do sentido e do objetivo pretendido pelo autor.
O trecho “O livro trata da glória (efêmera) e da desgraça (duradoura) de um ghostwriter [...]” (altenativa B) concentra o assunto principal que norteia o entrelaçamento
das ideias desenvolvidas. Os termos “glória”, “desgraça” e “ghost-writer” podem ser
considerados elementos-chave que propiciam o encadeamento do sentido
discursivo: a ghost-writer, portanto, ligam-se o prestígio (passageiro e advindo do
dinheiro e da ascensão social) e a infelicidade (sufocamento do talento literário).
A alma que se põe à venda através das palavras, que se permite alugar; a exigência
do patrão que leva o escritor ao cansaço e à aceitação de viver à sombra do ofício
de um escritor de aluguel (informações presentes nas alternativas A, C, D e E) são
partes que, embora apresentadas em posição subsidiária, exemplificam acréscimos
que enriquecem o texto em sua condição global.
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Referências Bibliográficas
ABAURRE, Maria Luiza M. Gramática: texto: análise e construção de sentido. São Paulo:
Moderna, 2006.
GANCHO, Cândida Vilares. Como analisar narrativas. 2. ed. São Paulo: Ática,
1993. (Série Princípios)
MESQUITA, Samira Nahid. O Enredo. 3. ed. São Paulo: Ática, 1994. p. 22-23. (Série
Princípios)
SÃO PAULO (Estado) Secretaria da Educação. Currículo do Estado de São Paulo:
Linguagens, códigos e suas tecnologias / Secretaria da Educação; coordenação
geral, Maria Inês Fini; coordenação de área, Alice Vieira. – 2. ed. – São Paulo: SE,
2012.
SÃO PAULO (Estado) Secretaria da Educação. Material de apoio ao currículo do
Estado de São Paulo: caderno do professor; língua portuguesa, ensino
fundamental – anos finais, 8a série/9o ano – Volumes 1 e 2. Secretaria da
Educação; coordenação geral, Maria Inês Fini; equipe, Débora Mallet Pezarim de
Angelo, Eliane Aparecida de Aguiar, João Henrique Nogueira Mateos, José Luís
Marques López Landeira. - São Paulo: SE, 2014.
SÃO PAULO (Estado) Secretaria da Educação. Material de apoio ao currículo do
Estado de São Paulo: caderno do professor; língua portuguesa, ensino médio, 3a
série – Volumes 1 e 2/ Secretaria da Educação; coordenação geral, Maria Inês Fini;
equipe, Débora Mallet Pezarim de Angelo, Eliane Aparecida de Aguiar, João Henrique
Nogueira Mateos, José Luís Marques López Landeira. - São Paulo: SE, 2014.
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Site sugerido para pesquisa
MATRIZ DE REFERÊNCIA – 3ª série EM:
<http://download.inep.gov.br/educacao_basica/prova_brasil_saeb/menu_do_profess
or/prova_lingua_portuguesa/Matriz_LP_3o_anoEM_PROF.pdf> (acesso em
30/09/2015).
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SIMULADO SAEB 2015_3EM_LP_PROFESSOR (1).