PATOLOGIAS
BENIGNAS DA MAMA
PROFA.ANDREIA BARRETO
PATOLOGIAS BENIGNAS DA
MAMA
Hoje
são
denominadas
de
Alteração
Funcional Benigna da Mama (AFBM) com o
intuito de desvincular o termo da
associação com câncer. A AFBM não é
lesão precursora do câncer, e incide
sob a população em menacme (período da
primeira menstruação até a menopausa).
Doenças não neoplásicas da mama
Doenças inflamatórias
-Mastites agudas e crônicas
-Abscesso recidivante subareolar
-necrose gordurosa
-Ectasia ductal
-Lobulite linfocítica
-Reações a proteses mamárias
Doenças relacionadas à lactação
Alterações fibrocísticas
-lesões não-proliferativas
* cistos
* metaplasia
-Lesões proliferativas
* epiteliais
* adenose
* hiperplasia
* estromais
Harmartomas
PATOLOGIAS BENIGNAS DA
MAMA
A displasia mamária :
é uma condição
fisiológica das mamas que alternam
fenômenos de hiperplasia (crescimento) e
hipotrofia (diminuição de tamanho), podendo levar a
dor mamária, formação de espessamentos
e cistos, além de secreção papilar.
PATOLOGIAS BENIGNAS DA
MAMA
Doenças inflamatórias
Mastite
•Infecções agudas:
-Quase sempre estão relacionadas a lactação;
-Microorganismos responsáveis: Staphylococcus aureus e Streptococcus;
- Mecanismo Patogênico: penetração de microorganismos através das
fissuras do mamilo e auréola;
-Sintomatologia: a infecção causa uma mastite aguda dolorosa e com
aumento de volume mamário, dor, calor e vermelhidão na mama inflamada,
aumento do tamanho da mama e às vezes febre. Nessa fase, como podem
existir ferimentos na papila mamária (bico do seio), a entrada de bactérias
está facilitada. As bactérias podem entrar pela papila e caminhar através dos
ductos (canais de leite), provocando a inflamação da glândula mamária.
-Tratamento: uso de antibióticos adequados, geralmente regride o caso,
mais quando não tratado pode evoluir para a formação de abscessos, que
muitas vezes necessitam drenagem cirúrgica.
Mastite Periductal
A mastite não-lactacional causa dor e vermelhidão ao redor
do mamilo. É mais freqüente em mulheres fumantes.
MASTITE
• Infecções crônicas:
• São muito raras, e quando aparecem são
resultantes de resoluções incompletas da
mastite aguda;
• - É caracterizada por fibrose e infiltrado
inflamatório linfoplasmocitário.
Mastite devido ao uso de
Piercing no Mamilo
Mastite Puerpural do
Tipo Glandular
Mastite Lobular granulomatosa
Profunda alteração da pele da mama com ulceração
irregular e trajetos fistulosos, própia da mastite
granulomatosa
Mastite neonatal
Observa-se em um recém-nascido, processo inflamatório que
toma toda a zona mamária, com edema e rubor.
Mastite extrínseca aguda. Grande placa gangrenosa da pele do
mamilo e aréola com eritema do restante da pele, produzida por
uma descarga elétrica de alta voltagem.
Citopatologia da mama. mastite
Doenças relacionadas a lactação
Galatocele
-Cisto único contendo material cremoso espesso, situado na região central da
mama;
-Sua parede é lisa e formada por tecido fibroso revestido por epitélio achatado;
- No interior do cisto encontram-se material róseo, amorfo, macrófagos e cristais
de colesterol.
Citopatologia da mama. Galactocele
PATOLOGIAS BENIGNAS
Abscesso recidivante subareolar
-Não está associado a lactação;
-Ocorre em mulheres de meia idade;
-Clínica: mama apresenta um nódulo abaixo da aréola que evolui comumente com
episódios recorrentes de fistulização para a base do mamilo e drenagem de
material puruleto;
-Mecanismo patogênico: Obstrução do seio lactífero por metaplasia escamosa do
seu epitélio, com conseqüente dilatação do mesmo, ruptura e processo
inflamatório;
-Diagnóstico: citologia aspirativa;
- Tratamento: difícil, requerendo cirurgias extensas.
Esta foto mostra uma fistula na periareolar. Adicionalmente,
pode haver um envolvimento ductal, que tenham um caminho
mais profundo dentro da mama.
Raramente, múltiplos sistemas ductais estão
envolvidos.
Abscesso Mamário por corpo estranho.
Observa-se uma deformação na mama esquerda da
paciente, com edema da pele areolar e falsa invaginação do
mamilo, e alterações da pele do setor ínfero-interno por
abscesso subjacente
Necrose gordurosa
-Necrose do tecido adiposo da mama;
-Mecanismo patogênico: traumatismos na mama que cause a morte do tecido
adiposo, desencadeando uma resposta inflamatória e reparativa localizada;
Inicialmente aparecem áreas de necrose no tecido que posteriormente é
substituído por fibrose, podendo sofrer calcificações;
-Clinica: a lesão pode simular um carcinoma por formar uma área endurecida e
irregular, as vezes de aspecto radiado, podendo levar a retrações da pele e do
mamilo;
-Diagnóstico: citologia aspirativa;
- Tratamento: é um processo autolimitado, em geral se cura coma cicatrização.
Os filmes mostram a mama imediatamente após a lesão e
após 3 meses a mesma.
Microscopicamente, a necrose gordurosa consiste de
esteatocitos irregulares com núcleos não periféricos e
material necrótico amorfo rosa interposto e células
inflamatórias, incluindo células gigantes de corpo estranho
respondendo a células necróticas de gordura.
Necrose gordurosa da mama.
Ectasia ductal
-Lesão caracterizada por dilatação progressiva dos ductos da mama, que
acumulam secreção espessada e epitélio descamado;
-Acomete mulheres pré-menopausa após o termino da lactação, sendo
considerada por alguns uma resposta localizada a componentes do colostro
estagnado;
-Mecanismo patogênico: o acumulo de secreção faz com que se acumule infiltrado
inflamatório, que acaba destruindo as fibras elásticas que dão sustentação á
parede dos ductos . A ruptura dos ductos pode provocar extenso processo
inflamatório com predomínio de plasmócitos, fase em que a lesão também é
conhecida como mastite plasmocitária;
- Clinica: pode haver retração do mamilo e derrame papilar simulando uma
neoplasia, com a evolução surgem fibrose e calcificação periductal, que produzem
um aspecto tubular ou anular característico á mamografia.
Relembrando...
Mamografía. Prominência/ectasia ductal.
Ectasia ductal mamária. Em um estágio mais tarde, o lumen
do ducto é preenchido com material lipídeo e histiócitos
espumantes. A fibrose periductal é marcada com coleções de
macrófagos carregados de hemosiderina.
Alterações fibrocísticas
- Há muita confusão em relação a denominação deste tipo de doença da mama,
pois nomes como displasia mamária, mastopatia cística e doença fibroscistica
pode não representar bem o tipo de alteração que acontece na mama;
- Acomete mulheres entre 25 a 50 anos;
- Embora esteja relacionado ao desequilíbrio hormonal, sua patogênese continua
obscura;
- Fatores de risco: menarca precoce; nuliparidade; 1º gestação após os 35 anos;
- O uso de anticoncepcionais parece diminuir os riscos;
- Histologicamente, a doença fibrocística caracteriza-se por hiperplasia tanto do
estroma quanto do epitélio mamários, em proporções variáveis. Pode haver
fibrose tanto do estroma interlobular como do intralobular. Ainda outro importante
componente da doença fibrocística são cistos pequenos ou volumosos, derivados
de ácinos;
- Do ponto de vista anatomopatológico e prognóstico pode ser dividido em:
Lesões não proliferativas
Lesões proliferativas
Lesões não-proliferativas
1- Cistos mamários:
- Originam-se na unidade ductulo-lobular terminal da mama;
- São únicos ou múltiplos, e podem formar nódulos palpáveis ou representar
apenas um achado microscópio;
- Os cistos são translúcidos, têm parede fina e seu conteúdo aparece azulado
através da parede intacta;
- Os cistos são revestidos por epitélio com metaplasia apócrina, que pode se
projetar para a luz dos cistos sob a forma de pequenas formações papilíferas;
- No interior dos cistos observam-se calcificações que podem ser visualizadas ao
estudo mamográfico;
- Além de permitir o diagnóstico, a aspiração dos cistos por punção aspirativa
pode ser curativa;
Mamografía. Cisto mamário.
Cisto mamário
Cisto mamário
Lesões proliferativas
-São alterações histológicas associadas com o maior ou menor risco de
desenvolvimento do carcinoma mamário;
-Podem afetar tanto o epitélio quanto o estroma;
1- Adenose:
-Lesão proliferativa caracterizada por aumento do número de dúctulos no interior de
um lóbulo;
-Histologicamente: há aumento do volume dos lóbulos mamários. Isto pode
acompanhar-se ou não por fibrose intralobular;
-É muito freqüente e pode surgir em momentos fisiológicos como na gravidez e na
maioria dos casos não produz uma massa palpável;
-Não é considerada uma lesão percussora do carcinoma mamário, mas tem
importância clínica e anatomo patológica por que pode exibir microcalcificações à
mamografia e algumas de suas variantes simulam carcinomas ao exame
histopatológico;
ADENOSE ESCLEROSANTE
•Comum aos 30 anos e a forma mais confundida com
carcinoma invasor, pois provoca distorção do parênquima:
apresentando-se em múltiplos grupos de
microcalcificações puntiformes, irregulares, incontáveis
•microcalcificação. Não é uma lesão de risco para
malignidade;
ADENOSE ESCLEROSANTE
• Paciente assintomática com 49
anos de idade.
Mamografia: na mama esquerda
existem três grupos de
microcalcificaçaões, todos com
diferentes características.
• A) Microcalcificações
arredondadas, pouco numerosas,
com diferentes tamanhos, umas
em relação às outras, isodensas;
A
ADENOSE ESCLEROSANTE
•B) Calcificações puntiformes, irregulares, heterodensas,
incontáveis;
B
ADENOSE ESCLEROSANTE
• C) Neste grupo as microcalcificações são extremamente
pequenas e tênues, inúmeras são amorfas.
C
A- Adenose esclerosante: o número
de ácinos ultrapassa o número
normal, há presençca de ductos
terminais e acinos dilatados.
B- Os ácinos são comprimidos e
deformados pelo estroma fibrótico.
Hamartomas
-Massas esféricas bem delimitadas encontradas em mulheres de meia
idade por vezes detectadas em mamografias de rotina;
-Histologicamente apresenta aspectos variados, sendo mais comum a
proliferação estromal fibrosa com alguns ductos e lóbulos, que se distingue
das alterações fibrocísticas por formar uma massa bem delimitada de
tecido mamário normal;
- Algumas vezes podem ser constituídos predominantemente por tecido
adiposo e conter cartilagem e músculo.
PATOLOGIAS BENIGNAS
Volumosa imagem de contorno liso
mama esquerda.
Diagnóstico: Hamartoma.
Tumor
benigno:
HAMARTOMA
Hamartoma mamário
LOBULITE LINFOCÍTICA:MASTOPATIA
DIABÉTICA
Tipo raro de doença inflamatória da mama,
afeta, caracteristicamente, mulheres na
pré menopausa, portadoras de diabetes
mellitus, tipo I, por longo tempo. Pode
produzir uma massa pálpavel na mama.
Atribui-se a uma reação auto imune
causada pela hiperglicemia ao nível do
tecido conjuntivo mamário. A bilateral é
rara, sendo o acontecimento no sexo
masculino mais infrequente ainda. Não é
considerada uma entidade que predisponha
ao desenvolvimento do câncer de mama. Ao
exame físico observa-se lesão mamária
extensa com evolução rápida após instalarse, podendo vir acompanhada ou não de
tumoração palpável, única ou múltipla,
geralmente, indolor em sua fase inicial.
MASTOPATIA DIABÉTICA
FIBROADENOMA
 Neoplasia sólida benigna, que ocorre com maior
frequência em mulheres de segundas e terceiras
décadas;
 Nódulo bem delimitado, circunscrito, de forma
arredondada e consistência elástica;
 Seu crescimento
estrógeno;
pode
ser
estimulado
pelo
 Pode exibir calcificações distróficas e assumir
consistência firme, similar a carcinomas.
Classificação:
Fibroadenoma Comum:
Entre 2 e 3 cm (80% das lesões);
Fibroadenoma Pequeno:
Entre 3 e 4 cm;
Fibroadenoma Intermédiário:
Entre 4 e 5 cm;
Fibroadenoma Gigante:
Maior de 5 cm.
Palpáveis
TUMOR BENIGNO
FIBROADENOMA
FIBROADENOMA
PATOLOGIAS BENIGNAS
Imagens nodulares de contornos lisos,
uma com calcificação na sua periferia.
Diagnóstico: fibroadenoma
Imagem com nódulos de contornos lisos, alguns
parcialmente calcificados nas mamas.
Diagnóstico: fibroadenoma
FIBROADENOMA
LIPOMA
• Tumor benigno, acumulo de gordura que surge por baixo da pele
(subcutâneo). Podem crescer bastante, causando grande incômodo
estético e, até mesmo, físico.
• Formam lesões palpáveis, de consistência firme e elástica que
fazem relevo na pele. Alguns podem ser bem macios. Seu
tamanho pode variar de meio centímetro a vários centímetros de
diâmetro. A pele que os recobre apresenta-se de aspecto normal.
• Na maioria das vezes são assintomáticos, podendo, em alguns
casos, ser dolorosos. Algumas vezes, só são percebidos à palpação,
quando sente-se um nódulo (lesão arredondada) localizado em
baixo da pele.
LIPOMA
LIPOMA
•
O tratamento é usualmente simples, através de uma pequena
cirurgia. A retirada cirúrgica é extremamente eficaz e pode ser
realizada em consultório na maior parte das vezes. Técnicas
cirúrgicas adequadas permitem que mesmo lipomas grandes
possam ser removidos através de pequenas incisões. A lipoaspiração também está indicada em alguns casos.
Por vezes, o lipoma se localiza por baixo da fáscia muscular,
dentro ou abaixo do músculo, dificultando a remoção deste pela
técnica tradicional e impedindo-a pela lipo-aspiração
CASO DE FASCEÍTE
NECROTIZANTE
• Paciente de 68 anos que foi submetida à excisão de
um volumoso lipoma mamário e evoluiu com infecção
local agressiva, apresentando necrose extensa do
parênquima da mama e de suas fáscias, além da pele,
quadro este que caracteriza as fasceítes. O trabalho
chama a atenção para a gravidade da entidade e a
dificuldade diagnóstica, em razão do
comprometimento cutâneo mais tardio e menos
extenso; enfatiza-se a necessidade de afastar tal
diagnóstico na vigência de infecções mamárias, assim
como ter uma abordagem precoce e agressiva na
presença de um quadro de fasceíte necrotizante
mamária.
PAPILOMA
 Neoplasia epitelial de aspecto arborescente,
crescimento para o interior do ducto;
com
 Apresenta-se dilatado, contendo líquido e material
hemorrágico;
 Produz
corrimento
claro
exteriorizando-se através do
uniductal e unilateral;
ou
sanguinolento
mamilo espontânea,
 Não forma massa palpável;
 Potencial de malignidade baixo;
 Mais freqüente entre 30 e 50 anos.
PAPILOMA INTRACANALICULAR
Secreção sanguinolenta através mamilo.
• DERRANE PAPILAR
Consiste na saída de secreção
através do mamilo sem estar
associada a gravidez ou lactação.
• Os principais agentes relacionados
à descarga mamilar são a
papilomatose (hiperplasia ductal
simples) e a ectasia ductal,
podendo produzir secreções de
vários aspectos (desde fluido até
espesso, de amarelado, esverdeado
até castanho).
• Surge em qualquer idade e deve
sempre ser investigado,
principalmente quando ocorre de
forma espontânea.
“ Dá instrução ao sábio e, ele se fará mais sábio: ensina ao justo,
e ele crescerá em entendimento”.
Download

PATOLOGIAS DA MAMA