NOTA da REDAÇÃO Em geral nos condicionamos a pensar que nossas vidas estão centradas em ganhar dinheiro para satisfação dos desejos materiais. Possuir, é o grande objetivo. Informativo de circulação interna da Associação IRMÃO BENEDITO (AECAID) edição nº 017 junho/2013 jornal on line Rua Mariana, 966 Pedra de Guaratiba – RJ Redação e edição realizada pela diretoria da Associação. Aqueles que desejarem receber por e-mail as edições futuras do jornal, que enviem e-mail para: A luta por conquistas materiais é natural, a sobrevivência é um desa¿o, mas, em cada dia da vida escrevemos uma página no livro de nossa vida e os momentos que serão valorizados nas últimas páginas são os dos momentos mais simples, aqueles em que ajudamos um irmão, na dedicação a família e aos amigos e aos que cruzaram nossas vidas. Os momentos mais simples, frequentemente nos pegam de surpresa e estão guardados em recantos que quase todo mundo considera sem importância, quando nos damos conta, já passou. As pessoas podem não se lembrar exatamente o que você fez por elas ou o que você disse. Mas elas sempre se lembrarão de como você as fez sentir-se. Portanto, você pode fazer a diferença. [email protected] Expediente Responsável José Cosme da Cunha Designer Grá¿ca Mônica Cinelli Ribeiro Web Designer Patrícia Fumagalli Colaboradores Pedro Popovitch Meire J.Costa Fernando Rodrigues da Costa Filho Claudio Pinheiro Bianca da Cunha Colaborações para a manutenção deste jornal, assim como de nossas obras sociais, poderão ser feitas através de depósito no Banco Itaú - agência 8113 – conta corrente 00259-9 - CNPJ 12.522.430/0001-52 Quem Somos??? A Associação Espírita Caridade e Amor Irmão Benedito além de produzir o jornal “Em busca da Paz”, realiza obras de assistência social em comunidades carentes, assim como, dirige o Centro Espírita Irmão Benedito, onde realiza todos os Sábados à partir das 8:30 horas, na Fazenda Vale da Paz, à Rua Mariana, 966, no ¿nal da Av.das Américas em Guaratiba, nas doutrinas Kardecista e Umbanda; reuniões de “Tratamento e energização espiritual”; “Desobsessão”; “Resgate e transporte”, e “Consulta com Entidades”. Energização e Cura Espiritual Jose Cosme da Cunha Por sermos pura energia manifestada através de sentimentos, pensamentos e atitudes que utilizam uma matéria corporal com tempo de vida útil limitada , encarnamos e desencarnamos num processo constante de evolução. Quanto mais densa energia, mais presa à matéria, conquanto a sublimidade energética do espírito se conquista com o auto conhecimento, com a eliminação de sentimentos egoísticos, da eliminação da vaidade e do orgulho, do prazer a todo custo, da ambição movida pelo dinheiro e pelo poder, que oferecem uma falsa sensação de felicidade, embriagando os sentidos, anesteziando a verdadeira alegria de viver. Tais posturas negativas, cujas raízes promoverão os sofrimentos que serão necessários vivenciar para a própria regeneração, para um recomeço, representam sempre o justo pagamento devido à justiça divina, incorruptível e perfeita. Dessa forma, muitas di¿culdades e obstáculos do presente foram plantados no passado, assim como no presente estamos semeando o futuro. Em busca da boa semeadura, pessoas com mediunidade aÀorada ou não, reunem-se todos os sábados pela manhã no centro Irmão Benedito, na fazenda Vale da Paz, em Pedra de Guaratiba, onde além de outras reuniões espirituais, participam de uma academia de “ginástica”, não para o corpo físico, mas sim, para o espírito, sopro de Deus, criação imortal. Ao estenderem as mãos que transmitem a energia produzida pela mente e condensada no coração sobre a forma de caridade e generosidade, exercitamos a maior de todas as energias, a do Amor. Atuando dessa forma, está sendo propiciado ainda, a oportunidade para que os irmãos espirituais que cercam a cada um, os chamados espíritos amparadores, também venham exercer este trabalho edi¿cante, uma vez que somente com a caridade e ajuda ao próximo, obtém-se a tão sonhada evolução espiritual, a grande, verdadeiramente a própria salvação. Nas academias de ginástica exercita-se o corpo físico para modelá-lo ante os padrões culturais, realçando as silhuetas e os músculos, massageando o ego e a vaidade, numa batalha que de antemão tem-se como certa a derrota, numa luta perdida contra a marcha impossível de ser detida que é o desgaste e envelhecimento do corpo, que o tempo lentamente vai promovendo. Em contra partida, nas salas de cura e energização espiritual ocorre o oposto, a marcha constante e progressiva proporcionada pelo desejo de servir, de doarse para o bem do irmão, num processo lento, mas real de evolução espiritual e aprendizado constante que tem como certo a vitória. Nesta simbólica academia, exercita-se ainda a mente na produção de energias restauradoras, ao contrário do que normalmente ocorre ao longo dos dias e na vida cotidiana, em que são produzidos verdadeiros lixos mentais, de criações próprias ou as produzidas nos noticiários, fomentando tentações, pensamentos raivosos, de desprezo, desamor e críticas para com o próximo ou ainda, atos de corrupção e de crimes de todas as naturezas. Triste realidade existente nas sociedades humanas ! - Estou pressentindo que alguém de sua relação vai ser mordido por uma víbora. Neste processo de cura e energização estão envolvidos vários aspéctos fundamentais que podem ou não alterar o estado doentio dos que se apresentam para este tratamento. De pronto, a senhora retrucou indagando como ele poderia prever o que estava acontecendo, quando logo se viu saindo do meio da Àoresta, um jovem que trazia um punhado de lenha sobre os ombros. No campo dos que se envolvem neste ato de doação de amor, não necessariamente são todos detentores de dons de cura ,conforme preconizado por São Paulo em suas cartas aos Coríntios em que ele dizia haver vários dons, tais como , de mestres, professores, dons de dominio das línguas, dons de cura, etc..e que eram distribuidos pelo Espirito Santo. Há aqueles que por sua atuação aos mais desfavorecidos, fomentam em seu interior energias tão poderosas que transformam, curam e realizam milagres, como meros instrumentos da espiritualidade superior. A estes, a verdade que o coração é terra que ninguém anda, se faz indiscutível. Cada um de nós é dono de seu próprio destino à medida que serve ¿elmente ao Senhor, em sua própria caminhada em direção da Luz. No campo dos que procuram a cura de seus próprios males, várias situações podem se apresentar. Muitas doencas estão previstas ao curso da vida de cada um. Tais males físicos que afetam o corpo são remédios amargos capazes de curar as almas e agindo como hipersensibilizante, tornam o espírito mais apto a ouvir as verdades divinas. Nestas situações, nada se pode fazer além de energizar o corpo para fortalecê-lo ante as provações a serem enfrentadas. Segundo Ramatis, “ A dor tem sido a moldura viva das mais grandiosas interpretações messiânicas e conquistas espirituais na Terra”. Há outros casos de doenças que são adquiridas pelas atitudes imprudentes, pensamentos mórbidos e sentimentos inferiores que atraem para si espíritos que agem como verdadeiros vampiros, sugando as energias e produzindo doenças que não estavam necessariamente previstas no curso da vida. Nestas situações, os irmãos espirituais que agem na sala de cura através ou não dos médiuns presentes, promovem o que no entendimento carnal se considera a cura do problema, mas que retornará por certo, se o irmão atendido continuar a produzir sentimentos e atitudes que reacendam o problema. Como se diz : “ Não adianta espantar as moscas sem curar a ferida. Elas sempre voltam!” Lembremo-nos entretanto, com relação a primeira situação, da história do velho sábio que se dirigindo a uma solitária cabana no meio do mato, encontrou uma senhora e dirigindo-se a ela, disse : - É meu ¿lho, disse a senhora. Quando o jovem se aproximou de ambos e jogou a lenha no chão, viu-se uma enorme serpente escorregar pela terra em atitude de fuga, ao que o velho sábio perguntou ao jovem. - O que aconteceu na Àoresta ? - Nada de especial, disse o jovem, exceto que estava sentado descansando quando surgiu um senhor que estava faminto e perdido pelo mato. Entao, mostreilhe o caminho a seguir e reparti com ele o meu pão. Dito isso, o velho sábio retrucou : - Que ele seria mordido pela serpente, eu não tenho dúvidas, mas, se algo mudou, foi pela ação da providência divina que foi subornada por um simples pedaço de pão. Que esse episódio, sirva de exemplo para aqueles que mesmo que tenham doenças ditas como terminais, que a providência divina está sempre olhando para as atitudes e para o coração de todos, sem excessão. Assista um momento deste ato de amor ao próximo: http://www.youtube.com/watch?v=oaCjIwcB0KE&feature=y outu.be confraternização JUNINA A comemoração das festas juninas pelos participantes da Associação Irmão Benedito serviu de pretexto para um encontro entre os médiuns e os irmãos de nossa comunidade. Essa ocasião foi uma oportunidade para muitos, de servir em vez de ser servido, dar em vez de receber, apreciar a alegria das crianças nas pescarias dos “ brindes”, dos brinquedos e bolas; observá-las ainda, dançando ao som das músicas interpretadas pelo professor de violão, que todos os domingos ministra áulas de violão para todas elas. Festa junina sem interesse argentil, tudo distribuido até que os pratos ¿cassem vazios e a cada momento que isso ocorria, os corações de todos os que ajudaram nesta realização, se enchiam de um sabor grati¿cante que é inerente ao prazer de ver a felicidade de seus semelhantes, especialmente aqueles que estão esquecidos pelas oportunidades que a vida contemporânea oferece, num claro processo de exclusão social. A variedade de comidas tipicas, resultado do trabalho incessante das senhoras que prazeirosamente ¿caram madrugada a dentro a beira do fogão. Talvez quem sabe... este dia estará sendo lembrado como aquele em que em um passado distante, os que sempre foram servidos tiveram a oportunidade de exercer a mesma tarefa com que supostamente se bene¿ciaram, numa ocasião em que estavam com outra roupagem carnal. As bandeirinhas feitas com carinho por quem desejava tornar o ambiente o mais adequado possivel para a ocasião. Por todos os acontecimentos e evidências recentes, há uma enorme possibilidade desta realidade espiritual ser verdadeira. Tudo estava perfeito ! Nada acontece nesta vida por acaso! A UMBANDA e suas ORIGENS Jose Cosme da Cunha Durante séculos o trá¿co de escravos vindo do continente africano alimentou os vales espirituais de sofrimento e dor que existem na crosta terrestre. Os navios negreiros transportaram algo em torno de cinco milhões de irmãos da raça negra que aportaram no Brasil, além de setecentos mil que desencarnaram durante a viagem em função das inúmeras provações que suportavam. espíritos iluminados incorporados na ¿gura de Pretos Velhos, ou de maneira vigorosa, como Caboclos, deram início a uma prática religiosa que já prestou e certamente ainda prestará incessante ajuda a tantas pessoas. As correntes que aprisionavam os escravos e as chibatadas recebidas no tronco, não produziram tantos sofrimentos quanto o desejo de vingança, o ódio e o ressentimento que estas situações promoveram. Não obstante esta situação vivenciada, mesmo antes da viagem já viviam em difícil situação uma vez que estavam em constantes guerras com as tribos rivais, cujos prisioneiros eram vendidos para os mercadores portugueses, indigna pro¿ssão existente à época. O aprisionamento de sentimentos inferiores dentro de si, causam in¿nitamente maiores males para quem os detém do que as que as dores físicas e morais podem produzir. Durante séculos, esta população de negros aqui se multiplicou e por conseguinte o ódio produzido pela interação entre estes irmãos e seus algozes cada vez mais se fez sentir. Pretos Velhos, Caboclos, não atuam somente em centros de Umbanda. Eles estão presente também nas Igrejas Evangélicas, Católicas, Kardecistas, en¿m, em toda a parte, acompanhando os passos daqueles que de ajuda e doutrinação ainda precisam. Realmente foi o Brasil o maior de todos os países a exercer a escravidão como prática mercantilística. A titulo de comparação, os Estados Unidos receberam cerca de trezentos e oitenta mil escravos e que exigiu uma guerra civil para que fossem libertos enquanto que o Brasil recebeu cinco milhões, ou seja, quase quinze vezes mais. Este triste recorde por certo trouxe consequências para o ambiente espiritual e muito provavelmente tenha sido a razão pela qual espíritos evoluidos e abnegados de ex escravos tenha recebido a nobre missão de resgatar os mais resistentes em aceitar os grilhões que carregaram da mesma forma como Cristo carregou a cruz. Muito provavelmente por essa razão, em contra partida à esse triste pódio, surgiu neste país a Umbanda, onde se apresentando com postura frágil e humilde, estes No centro Irmão Benedito, eles frequentemente exercem a missão que Deus lhes con¿ou e sempre surgem antes do inicio das costumeiras reuniões dos sábados. DESOBSESSÃO José Cosme da Cunha Ditados populares estão repletos de sabedoria e é muito comum ouvir das pessoas, especialmente do interior, a expressão: “Tá amarrado! , por parte daqueles que entendem que algo de mal pode lhes acontecer vindo do mundo espiritual, no qual normalmente interpretam como “coisas” oriundas do mal. Em verdade, a expressão em si tem total fundamento e por certo sua origem está numa experiência real vivida num passado remoto em algum centro espírita, uma vez que isso ocorre com razoável frequência nas mesas de desobsessão, quando muitos espíritos obsessores são para lá encaminhados e a medida que incorporam nos médiuns, assim se manifestam como estando acorrentados ou amarrados por terem sido trazidos para aquele local, contra a própria vontade, pelos espíritos de luz que realizam este trabalho de ajuda aos irmãos obsediados. Entretanto, o sentido com que estas palavras são ditas, tem uma interpretação de algo demoníaco, o que divorcia-se da realidade. Estes irmãos obsessores, não demônios como muitos pensam, estão carentes de luz, perdidos dos caminhos do Bem já que são movidos pelo ódio e vingança, fruto de ressentimentos por erros do passado ou de vidas passadas, ou então, pobres irmãos que passaram por esta vida carnal sem evangelização e que desencarnaram perdidos nas trevas da ignorância e por estarem ainda presos à matéria, vivem nas ruas, nas estradas e encruzilhadas, recebendo muitas vezes pequenos agrados materiais de irmãos encarnados igualmente ausentes de luz, estimulados que são para a prática do mal à seus desafetos. Triste realidade! Nas ocasiões em que isso ocorre na mesa de desobsessão, estes irmãos obsessores não são tratados como inimigos ou ¿lhos do mal, mas sim,como irmãos ausentes de luz, necessitados de ajuda para que se convertam aos ensinamentos cristãos, recebendo as primeiras palavras da doutrina ditas com carinho e respeito, para em seguida , ao desencorporarem dos médiuns, serem encaminhados para as diferentes Casas do Pai, onde receberão atendimento fraterno e ajuda necessária para um novo recomeço. Muitos desses irmãos obsessores, estavam sedentos de oportunidade para serem resgatados do sofrimento em que viviam e não raramente ocorre a vinda de algum familiar próximo a este em vida passada, cujo estágio de evolução mais adiantado, promove a ajuda para o sucesso do resgate, normalmente gerando uma cena de profunda emoção pelo reencontro familiar. Situações diversas neste trabalho de desobsessão no centro Irmão Benedito ocorrem frequentemente, e serve como exemplo para que jamais seja esquecido que JESUS CRISTO ama tanto os justos da mesma forma como os pecadores e eles estão entre os encarnados e assim como desencarnados, tratando-se apenas de uma pequena diferença entre duas dimensões onde a vida se processa num constante embate entre o bem e o mal, tão necessário o para que se processe a evolução espiritual de todos os seres geradoss pelo sopro Divino. Desde o mineral, o vegetal ,o animal até o ser humano, a vida segue o seu curso, num Universo em constante expansão. RESGATE e TRANSPORTE O Centro Irmão Benedito está vinculado em grande parte ao resgate de um passado à época da escravidão. Já nas primeiras reuniões espirituais se estabeleceu este vínculo com a vinda do Espírito Lúcia de Castilho que se apresentou como tendo a incumbência juntamente com outros Espíritos, de resgatar aqueles que sofriam num vale de dor e que se aglomeravam uns aos outros movidos pelo ódio e vingança e outros mais, em estado de absoluta inconsciência clamando por socorro e ajuda. Ao longo de inúmeras reuniões que se sucederam, a vinculação entre os diversos médiuns que participam deste trabalho e os Espíritos de irmãos que foram escravos à época da escravidão, se fez sentir. O entendimento entre os de então ex “coronéis”, ex “barões”, ex “capitães do mato”, com os que sofreram como escravos e ciganos foi ocorrendo à cada reunião. Revelações surpreendentes e resgates após incorporação e manifestação do ocorrido no passado, com intensa emoção, foram estabelecidos a cada reunião. Juntamente com os espíritos de ex escravos, outros mais que haviam sido vítimas de assassinatos, afogamentos, e várias outras desencarnações brutais e que se encontravam naquele vale de sofrimento, ainda vivenciando o momento e a dor que sentiram no último instante como se o tempo não houvesse passado, incorporavam nos médiuns presentes relatando o acontecido com eles próprios quase sempre com lamúrias, gritos de dor e desespêro, ou então, com revolta e ódio. Por ¿m, aquele vale foi esvaziado conforme relatado pelo Espírito Lúcia de Castilho, uma vez que os espíritos dos ex escravos que sintonizavam com os médiuns na ocasião envolvidos com aquela história, perdoaram seus algozes do passado, em havendo alguns episódios de profunda emoção regada com lágrimas de um reencontro já que o coração havia entendido a mensagem : “É perdoando que se é perdoado “. Em seguida, eram encaminhados pelos espiritos consoladores para uma das inúmeras moradas do PAI. Mas o trabalho continuou, pois vales de sofrimento estão espalhados por toda a crosta terrestre. E em pensar que somente no que tange às barbaridades ocorridas à época da escravidão, milhões de irmãos da raça negra desembarcaram no Brasil e durante séculos tiveram seus ¿lhos e netos arrancados de seus braços, vendidos como se mercadoria fossem, além dos que morreram na travessia do Atlântico, gerando marcas fundidas nas almas produzidas por sentimentos nada nobres. Quantas reencarnações entre as famílias ocorreram e ainda ocorrem para decantar estas energias negativas através do amor dos laços entre famíliares ? Hoje, este trabalho é realizado pelo Espírito Manuel e de inúmeros outros obreiros da Luz e a cada reunião a esperança e recomeço surgem para muitos que são resgatados por esses Espíritos que operam nesta seara do Bem. Os médiuns desta Casa se sentem honrados por servirem de instrumentos para os mesmos. A ÚLTIMA VIAGEM Houve um tempo em que ganhava a vida como motorista de táxi. Os passageiros embarcavam totalmente anônimos e às vezes me contavam episódios de suas vidas, suas alegrias e tristezas. Encontrei pessoas que me surpreenderam, mas, nenhuma como aquela noite de 31 de dezembro, último ano em que trabalhei na praça. Havia recebido já tarde da noite uma chamada de um pequeno e humilde prédio no subúrbio, em uma rua tranquila do bairro do Méier. Quando lá cheguei ouvia latidos de cachorros e o prédio estava escuro com exceção de uma única lâmpada acesa numa janela do térreo. Nestas circunstâncias, outros teriam buzinado duas ou três vezes, esperariam só um pouco e, então iriam embora. Mas, eu sabia que muitas pessoas dependiam de táxis como único meio de transporte a tal hora. Embora a situação não fosse favorável, resolvi esperar, pois pensei : “ Este passageiro pode ser alguém que necessita de ajuda. “ Assim, fui até a porta e bati. - Um minutinho - respondeu uma voz fraca e idosa. Ouvi alguma coisa ser arrastada pelo chão... Depois de uma pausa longa, a porta abriu-se. Vi-me diante de um idoso, de aparência cansada e fragilizada. Usava roupas simples, de chinelo tipo havaianas, embora a noite estivesse fria. Ele mal podia caminhar e segurava com di¿culdade uma pequena mala. Dava para ver que não havia mobília, exceto uma mesinha com fotogra¿as antigas. O velho senhor, esboçando então um tímido sorriso de quem já havia perdido até os dentes, pediu-me: O senhor poderia ajudar-me com a mala ? Eu peguei a mala e ajudei-o a caminhar até o carro, e enquanto se acomodava ¿cou me agradecendo. - Não é nada, é um prazer poder ajudá-lo ! - Oh ! Você é um bom rapaz, respondeu-me. Quando embarcamos, deu-me o endereço e pediu: O senhor poderia ir até o centro da cidade ? - Este não é o trajeto mais curto, alertei-o prontamente. - Eu não me importo. Não estou com pressa, meu destino é o último, um asilo de idosos. Surpreso, olhei pelo retrovisor. Os olhos do velhinho estavam marejados. - Eu não tenho mais família e para onde eu vou, não sei o que encontrarei. Então perguntei : - Qual o caminho que o senhor deseja que eu tome? Nas horas seguintes nos dirigimos por toda a cidade. Ele me mostrou a escola em que havia feito o primário, lembrou-se de sua mãe e de seu pai indo buscálo na hora da saída, e o fez com grande nostalgia. Lembrou-se ainda do colégio em que ¿zera as séries seguintes, a casa em que morava, os vizinhos, das brincadeiras com os amiguinhos, da primeira comunhão, quantas lembranças... Passamos ainda pelo prédio em que trabalhara em seu primeiro emprego, dos bares em que tomava uma média com café para contornar a fome que sentia durante o almoço, já que nem sempre sobrava tempo ou dinheiro, ou ambos, para um almoço num restaurante. A igreja em que se casara, e onde inclusive as duas ¿lhas foram batizadas. A igreja continuava igual como se o tempo não houvesse passado. Passamos por parques, ruas, locais dos mais diversos e tudo vinha na lembrança daquele senhor idoso. Quando o primeiro raio de Sol surgiu no horizonte, ele disse de repente. - Estou cansado e pronto, vamos agora ! Seguimos então em silêncio para o endereço que ele havia me dado. Chegamos a um local em que havia vários idosos nas mesmas circunstancias. Uma senhora caminhou até o táxi assim que paramos. Era amável e atenta e logo se acercou do velho senhor a quem parecia esperar. Eu abri o porta malas do carro e levei a pequena valize até a porta do quarto. Haviam outros senhores sentados na sala assistindo televisão. Ao despedir-me daquele senhor, dei-lhe um forte abraço e ele me retribuiu com a mesma intensidade, dizendo para mim. - Você deu a mim, bons momentos de alegria como não tinha a muito tempo.Visitamos não só lugares, mas momentos que vivi. - Só Deus é quem sabe o que você fez por mim. - Obrigado meu amigo, mil vezes obrigado. Apertei a sua mão e caminhei até o carro e dirigi olhando perdidamente o horizonte com o dia amanhecendo ao fundo. Não consegui parar de chorar e pensar como vivemos e ao que damos valor, se daqui não levamos nada. Atrás de mim, uma senhora fechando o portão e os outros velhinhos também acenando, dando-me adeus. Naquele dia ¿quei sem rumo, perdido nos meus pensamentos. Mal podia falar. FARDOS Chico Xavier Quando a ilusão o ¿zer sentir o peso do próprio sofrimento, como sendo agressivo e injusto, recorde que você não segue sozinho. Cada pessoa tolera a carga que lhe pertence. Existem fardos de todos os tamanhos e feitios. O sacerdote sofre a tortura de um condutor de almas. O coração materno angustia-se com a sorte de seus ¿lhos. O poderoso arca com o peso da responsabilidade de decisões que inÀuenciam grandemente o destino alheio. O enfermo desamparado carrega as dores de sua indulgência. A criança sem ninguém sofre seu pavor. Aprenda a entender o serviço da luta dos semelhantes para não se supor indevidamente vítima ou herói. No campo das provações, todos são irmãos uns dos outros, mutuamente identi¿cados por semelhantes di¿culdades, dores e sonhos. Suporte com amor o peso de suas obrigações e caminhe. Do acervo da pedra bruta nasce o ouro puro. Do cascalho pesado emerge o diamante. Do fardo que transportamos de boa vontade procedem as lições de que necessitamos para a vida maior. Talvez você se pergunte qual a carga transportada pelos maus e levianos, que aparentemente passam a vida isentos de provações. Provavelmente eles, sob uma falsa aparência de vitória, vivem sob encargos singularmente mais pesados que os seus. Impunidade e injustiça são conceitos estranhos às leis divinas. O céu não é um local físico predestinado, mas um estado de consciência. Ele somente é acessível, com seus tesouros de paz e luz, para quem está em harmonia com as leis divinas. Nada há para invejar de quem nem começou a se recompor com essas leis, por leviandade e preguiça. Pior ainda é a situação de quem, pela desdita de praticar o mal, está adquirindo débitos perante a vida. Se o suor alaga a sua fonte e se a lágrima lhe visita o coração, isso é um sinal de que a carga já está sendo aliviada. Quem desempenha corajosamente, sem murmurações as tarefas que lhe compete está caminhando para a plenitude de sua consciência. Provas bem suportadas sem desânimo ou preguiça, convertem-se de forma gradativa em tesouros de entendimento, paz e luz para a ascensão da criatura. Lembre-se do madeiro injusto que dobrou os ombros doloridos de jesus cristo. Sob as vigas duras do lenho infamante, jaziam ocultas as asas divinas de ressurreição para a imortalidade. Deus criou o mundo estruturado por leis perfeitas, belas e justas. Nesse harmônico conceito, por certo você não foi esquecido. A sua vida não é regida por acasos. As provações que o visitam visam a forti¿cá-lo, lapidá-lo, despi-lo de inferioridades que o infelicitam a longo tempo. Não imagine, sequer por um momento, que o pai amoroso que jesus nos revelou possa ser cruel. As provas duram o tempo estritamente necessário para ajudá-lo a adquirir valores e aprender as lições de que necessita. Reduza sua cota de dores, dedicando-se ao bem com vigor e determinação. De um basta nas reclamações e nos vicios, alegrando-se ao executar as tarefas que a vida lhe con¿ou. Fardos e di¿culdades não são desgraças, mas desa¿os a serem vencidos e superados, com otimismo e esperança. Texto retirado do livro Tambores de Angola Banhos e Defumações? - Quanto aos banhos e ervas de defumações utilizadas pelos umbandistas, haverá algum fundamento cientí¿co nisso tudo? - Fundamento, há, meu amigo Ângelo, embora nem sempre as pessoas que se bene¿ciem desses recursos o saibam. Tomemos como exemplo os chamados banhos de descarrego, tão receitados por pretos velhos e caboclos. Você sabe muito bem do poder das ervas, de seu magnetismo próprio. Quando são utilizadas adequadamente, podem operar verdadeiros prodígios, gerando equilíbrio e harmonia. As plantas guardam nesse estado de evolução, muita energia, muita vitalidade, e os raios absorvidos do sol no processo de fotossíntese formam uma aura particular em cada família do reino vegetal, o que se associam ao próprio quimismo da planta. Quando colocadas em infusão, transmitem à água todo o seu potencial energizante, curador, reconstituinte. É o que se passa com os Àorais usados atualmente. Quando o adepto toma o banho com a mistura de ervas, todo o magnetismo que está ali associado provoca, em alguns casos, um choque energético ou uma reconstituição das camadas mais externas de sua aura. Na verdade, isso não tem nenhuma relação com o misticismo; é cientí¿co. Sob a inÀuência abençoada das ervas, muitos benefícios têm sido alcançados por inúmeras pessoas. Irmãos nossos de outras con¿ssões religiosas, mesmo os espíritas, julgam que tais providências são um absurdo e recusam qualquer receituário que venha com tais indicações. Estão até indo contra os métodos empregados pelo mestre Allan Kardec, pois recusam-se a pesquisar, questionar, certi¿car-se cienti¿camente dos efeitos bené¿cos desses recursos da natureza. A própria essência do Espiritismo é a pesquisa, a comprovação dos fatos. Mas recusam-se a pesquisar, a comprovar, e muitos reputam como misticismo algumas práticas. Felizmente, na atualidade, muitos cientistas têm levado a sua contribuição com a descoberta dos Àorais, que obedecem ao mesmo princípio terapêutico dos nossos chás e banhos de ervas. No caso das defumações empregadas na Umbanda, o princípio é o mesmo, mas em lugar de empregar as ervas em infusão, elas são queimadas. Na queima, suas propriedades terapêuticas são transferidas ou utilizadas de forma energeticamente pura, ou seja, o fogo, a combustão, transforma a matéria em energia; isso é uma lei da física, e quando determinada erva é queimada, sua parte astral ou etérica passa a concentrar, além de seu potencial próprio, o potencial da parte física, que é transformado no momento da combustão. O produto obtido, aliado ao Àuidos dos espíritos que sabem manipular tais recursos, são de e¿cácia comprovada em casos de parasitismos, simbioses e larvas astrais, que são literalmente ”arrancadas” de seus hospedeiros encarnados. Isso ocorre pela ação conjunta dos Àuidos liberados na ocasião da queima das ervas, nas defumações. Mesmo que alguns ou muitos não aceitem tais recursos, não signi¿ca que não sejam e¿cazes. Basta que sejam feitas observações, com métodos cientí¿cos, e tudo será comprovado. Neste caso, também, não se trata de misticismo, mas de puro conhecimento de certas propriedades dos elementos vegetal, mineral ou animal, a serviço do bem aos semelhantes. Santos, Robson Pinheiro. Tambores de Angola, Ângelo Inácio; bompsicografado por Robson Pinheiro. — Contagem: Casa dos Espíritos, 2005. págs 116/117 Um TRABALHO em EXTINÇÃO Em se plantando tudo dá! A famosa frase escrita na carta de Pero Vaz de Caminha ao rei Dom Manuel, à época do descobrimento do Brasil, já falava da maravilha de terra que de tudo poderia produzir. Faltou entretanto mencionar que nela não havia tornados, furacões, tsunamis, neve, frio intenso e terremotos. Nas zonas urbanas, onde setenta porcento da população se concentra, a intimidade com a terra para produzir alimentos é praticamente inexistente. Terra abençoada que os colonizadores portugueses durante séculos tiveram uma atitude extrativista com o pau brasil e, ao cultivar a terra para a produção de cana de açúcar e café, em vez de trabahar a terra, preferiram escravizar os negros e os índios para que ¿zessem o serviço. Mas ainda restam alguns homens que amam a terra e nela estão produzindo alimentos. Homens simples, que empunham a enxada com orgulho de um guerreiro tais como os que residem na Fazenda Vale da Paz. Aí talvez começou o desprezo pela enxada no cultivo da terra, pelo sentimento de inferioridade por eventuais calos nas mãos que esta caneta gigante produz, em vez do orgulho por gerar a riqueza do alimento. Enquanto nos países desenvolvidos não se vê nenhum pedaço de terra que não esteja sendo cultivada, onde até nas mais íngremes encostas, vinhedos tomam conta da paisagem, no Brasil, em cada espaço vazio encontramos capim ou um campinho de futebol. O desprezo pela enxada é enorme, raramente se vê alguém plantando uma verdura, legume ou árvore frutí¿ca em seu jardim ou terreno da casa, e isso ocorre em todas as moradias, desde as mais ricas assim como nas humildes. Este é realmente um problema cultural de origem histórica e a oferta de hortaliças seria precária sem a imigração japonesa e italiana. talvez quem sabe estaríamos importante alface da China ou do Japão. Sr. Francisco, produtor de alimentos Quantas pessoas podem dizer que já viram um tomate, aipim, batata doce, feijão guandu, quiabo, etc. antes da colheita e de ir para a prateleira de um mercado. Produzindo aipim do tipo capixaba, giló, feijão guandu e muito mais, com qualidade excepcional e sem agrotóxicos, sonham em reviver os tempos em que esta região, extensão da Barra da Tijuca e do Recreio, e parte de extensas fazendas existentes na época do Brasil colonia, volte a ser um cinturão verde com a produção de alimentos além de grande variedade da plantas ornamentais especialmente palmeiras de diversas espécies. Nas fotos abaixo, os nossos heróis Sr.Francisco e Sr.Manuel, produtores de aipim e Sr.Paulo, nosso produtor de plantas ornamentais. Eles, nossos heróis produtores urbanos, trabalhadores quase extintos, estão à disposição na fazenda Vale da Paz para retirar da terra o aipim,colher legumes na horta, bem como conhecer a enorme diversidade de plantas ornamentais e variedades de belíssimas palmeiras, colaboradores que são, das atividades sociais da Associação Irmão Benedito. É para conferir. Sr. Paulo, produtor de alimentos e plantas ornamentais Informações de horário para acesso: tel 8461-0206 O signi¿cado prático da frase: “não existe obra sem fé assim como não existe fé sem obra” Recentemente observei uma discussão virtual acerca do sentido desta frase escrita por Paulo nos primórdios tempos do Cristianismo, em que havia entre os interlocutores o entendimento que a obra era desnecessária pois a fé por si só já era su¿ciente. Destacando a qualidade de expressão verbal dos que esgrimavam num duelo de palavras, entre si, esbanjando a cultura literária , com predominancia dos que julgavam a obra desnecessária, e , sem querer participar deste combate verbal, lembrei-me do próprio Paulo que em outra ocasiao enfatizava . Ainda que eu fale todas as línguas, ainda que tenha todos os dons, se não tiver amor, nada terei. Mas o que é a obra se não a mais pura das manifestações de amor. A obra está em ajudar um irmão, levar uma palavra consoladora ou de esperança, amparar a quem precisa de apoio, especialmente os pobres e necessitados. Obra, não se faz com materiais de construção e sim com o coração. Fora da caridade não há salvação ! OBRA COM FÉ colocando em prática esta expressão Sempre aos domingos pela manhã, sob a coordenação do irmão Jorge Eiras, a Assoc. Irmão Benedito oferece áula de música para as crianças que participam da Evangelizacão Cristã Ecumênica. As áulas são ministradas pelo maestro Bartolomeu dos Santos, carinhosamente conhecido como professor Beto que oferece oportunidade aos jovens e crianças, para dominarem instrumentos musicais como violões, teclados, bateria, etc.., melhorando assim a auto estima e ocupando o tempo de cada um com uma atividade sadia que aÀora nos mesmos a sensibilidade artistica que os jovens conservam dentro de si. Esta é uma das formas de transformação da fé contemplativa em fé atuante, já que sem a obra, ou seja, acão, retem-se dentro de si próprio o que de bom se tem para doar. OBS. Colabore com esta obra doando instrumentos musicais em desuso. tel 99135351 - RJ 21 Todos têm suas crises, proporcionais a seus erros, cujos pesos se alteram conforme cada um Cristianiza o seu coração. E quando o caminho parece levar a obstáculo intransponível, nunca acrediteis que isso é verdade. Um SONHO ou uma REALIDADE? Jose Cosme da Cunha Recentemente vinha caminhando pela fazenda Vale da Paz, que junto com a vizinha fazenda Alvorada compõe a última grande área rural da região oeste do RJ. Cansado de tanto andar, sentei-me junto ao tronco de uma mangueira para descansar e decorrido alguns minutos, ao olhar para o lado deparei-me com um senhor negro, ja bem velho, sentado num toco ao meu lado. Sem negar que tomei um susto, pois não havia percebido ao ali chegar, a presença daquele velho e nem a chegada dele logo após, perguntei em seguida. - Olá meu amigo, não tinha visto o senhor, tudo bem? - Sim, meu ¿lho, e você? Respondeume. Daí em diante, ouvi uma história que me deixou hipnotizado. Com sentimento de tristeza e melancolia na voz, contou que naquele mesmo local, há mais de um século, trabalhara na enxada com muitos outros iguais a ele, como escravos que eram. Aquele local em que estava, era o ponto em que se reuniam após longa caminhada desde a senzala e que toda aquela região era parte de uma enorme fazenda que produzia cana de açúcar , um pouco de cafe e gado, Contou-me ainda que sofrera muito por ser dentro dos conceitos da época, rebelde e atrevido, razão pela qual inúmeras vezes fora posto no tronco. Lembrou-se ainda que certa vez, por pouco não foi posto na fogueira logo após ter sido chicoteado no tronco, prática comum naquela triste época, e que isso por pouco não ocorreu, graças a intervenção de um senhor que por lá apareceu e que posteriormente lhe deu abrigo em sua fazenda. Com a mente ¿xa em atenção àquela trágica narrativa tão interessante, perguntei então o nome daquele velho e, sorrindo para mim, disse: - Meu nome .... sou conhecido como Pai Antonio e em seguida me deu um longo e carinhoso abraço. Aquele abraço me deixou uma grande paz e sem que viesse a perceber, de tão cansado que estava, adormeci em seguida. Horas se passaram e ao ouvir o latido de um cachorro, acordei e ao olhar para o lado para despedir-me do velho, ele lá não estava. Humildade e Religião O Espiritismo como doutrina religiosa no centro Irmão Benedito e nas obras de assistencia social da Associacao, tem por princípio o entendimento ecumênico. A espiritualidade superior voltada para o Bem está presente em todos os lugares. Está nas igrejas católicas, nos templos protestantes, nos terreiros, nos centros espiritas, nas sinagogas e mesquitas, ajudando os espíritos encarnados e desencarnados quanto à necessidade de aprenderem que somente através da caridade, do amor e da humildade, se encontra o caminho da evolucao espiritual. As diversas formas com que se pratica a religião fazem parte do livre arbítrio de cada um e a discriminação religiosa é a triste face da pobreza espiritual de quem a exerce. O exemplo de humildade dado pelo Papa Francisco serve de modelo para todos. Uma das últimas cadeiras da igreja é ocupada pelo Papa. É o que se vê na foto. Ele está a celebrar uma Missa muito peculiar: os convidados são os jardineiros e o pessoal de limpeza do Vaticano. Num momento da celebração o Papa pede a todos que orem em silêncio, cada um pelo que o seu coração deseja. Nesse instante, ele levanta-se da sua cadeira presidencial que está na frente e vai sentar-se numa das últimas cadeiras para fazer a sua própria oração. Dá a impressão de que este chefe preferiu que todos se centrem em ver de frente a verdadeira razão da sua existência, esse Cristo cruci¿cado que está ali presente e não em que o vejam a ele, o seu chefe, que não é mais que um homem que falhou e continuará a falhar, e a quem hoje todos chamamos o Papa Francisco. A famosa diferença entre chefe e líder é absoluta nesta foto. O chefe sempre se emproa, pondo-se à frente para que todos o vejam e lhe obedeçam, enquanto que o líder sabe quando se deve sentar atrás, não incomoda, acompanha, facilita o caminho para que os outros consigam os seus propósitos; o líder é capaz de desaparecer no momento oportuno, para que os seus companheiros cresçam e se centrem no que é verdadeiramente importante. O líder não teme perder o seu lugar, porque sabe que, muito para além do “seu lugar”, trata-se de ajudar aqueles que se encontrem no seu caminho. Na foto, o admirável Francisco está de costas. Ele sabe que muitos o queriam ver de frente, mas neste instante tão íntimo, ele prefere ¿car de costas para os fotógrafos e dar a cara a esse Deus de todos, Amor para o jardineiro e Amor para o Papa, esse Deus que não diferencia o abraço nem dá mais por um ou por outro, ambos são pecadores e ambos precisam d’Ele. Quantos chefes terão a capacidade de ir sentarse naquela cadeira de trás? Quando é que mães e pais teremos que “celebrar” essa cerimônia chamada vida com os nossos ¿lhos, e num momento oportuno sermos capazes de nos sentarmos atrás, para que eles ¿quem de frente para a sua missão? Quantos poderemos voltar as costas aos aplausos, à barafunda dos “clicks”, aos elogios, para dar a cara, num momento íntimo, a essa oração profunda que torna o nosso coração despido de orgulho, a um Deus que deseja com fervor escutarnos? O PRESENTE A história realmente sempre se repete, muda de cara, vem com roupa nova, maquiada e por vezes enfeitada com subterfúgios, mas, na verdade, a triste face interior está sempre presente. A Fazenda Vale da Paz, sede da Associação e do Centro Irmão Benedito, está abrigando em suas casas, algumas famílias com 15 crianças, as quais receberam ordem de despejo de uma fazenda próxima, local onde quase todos nasceram e cujo patriarca que lá trabalhava e morava com esposa, ¿lhas e netos, há mais de 40 anos, veio a falecer. Este patriarca que na década de 40, quando jovem ainda, começou a trabalhar nesta fazenda que na época produzia mil litros de leite por dia, numa região a apenas vinte minutos da Barra e do Recreio, e que era então considerada o cinturão verde da cidade, produzindo verduras e hortaliças. Os tempos mudaram e com o falecimento do proprietário da fazenda por volta dos anos 60, assim como dos outros produtores locais que também faleceram, a região foi sendo abandonada, transformando-se de produtora de alimentos em atividades extrativistas com a retirada de terra de emboço para construção. Durante todo este período este patriarca e sua família , mesmo após a morte do patrão, continuaram morando neste local, vivendo de pequenos biscates e zelando pela propriedade em troca da moradia. Mas a velhice chegou, a saúde foi embora e o espírito teve sua hora de partida anunciada. No dia seguinte ao falecimento, todos da família, receberam o comunicado que teriam uma semana para deixar o local. e como pessoas humildes e simples que são, sem recursos materiais e fragilizados, sem emprego formal e nenhuma escolaridade entre os adultos, procuraram os membros do Centro Irmão Benedito em busca de socorro, e por já fazerem parte do grupo de assistidos pela Associação, foram por ela amparados, passando todos a residirem na Fazenda Vale da Paz. Mas esta atitude ainda insu¿ciente e provisória, clama por uma solução de¿nitiva e os membros da Associação doarão um lote para cada uma das famílias em uma área próxima, para que tenham no futuro suas próprias casas e não venham reviver essa difícil situação. Mas isso ainda e muito pouco, a necessidade de inseri-los no mercado formal de trabalho uma vez que morando numa extensa fazenda desde que nasceram , em uma das ultimas grandes áreas ainda existentes na zona oeste, em Pedra de Guaratiba, nesses últimos 40 anos , vivendo em pequenas casas humildes sem água encanada e luz precária , mas mantendo no entanto o que de mais importante existe, os laços familiares fundamentais entre suas famílias apesar de todas as di¿culdades e obstáculos. Este episódio ocorrido com estas famílias em nada difere do que ocorreu com milhares de outras em 1888, em que o poder constituído à época, não se preocupou em promover uma reforma agrária para as milhares de famílias, nem acesso à educação e muito menos à saúde. Observação: Qualquer comparação com os dias atuais não se trata de mera coincidência! Por ¿m, graças a esta postura egoística e irresponsável, sem nenhuma preocupação social de uma lei libertadora, mas tardia e capenga, foi que surgiram os cortiços, embrião das favelas atuais e da injustiça social que promove a insegurança generalizada. Foi entretanto a escravidão o berço original e a grande razão da vinda dos espíritos consoladores e doutrinadores que se apresentam como Pretos -Velhos e Caboclos, a quem muitos devem agradecer pelas gracas recebidas nas longas e pacientes conversas ao “pé do toco”. Como se diz: Nunca tantos, deveram, devem e sempre deverão a tão poucos ! Nada surge por acaso, tudo tem sua origem. Ação e reação ! “Caridade é um sol que aquece as almas e quem lhe serve de instrumento se ilumina com mais intensidade.” MEDIUNIDADE Bianca da Cunha A mediunidade é um dom aÀorado naqueles que vieram com a missão de exercita-lá. Não basta somente ser médium; é preciso muito preparo moral e devemos compreender que somente atraímos para nós mesmos, o que somos na vida. A melhor mediunidade que conhecemos é ser instrumento do amor de Jesus, aquele amor que não exige, que não violenta, que não troca, que não envaidece, que não é orgulhoso, que não serve de instrumento para o egoísmo, que não fere, que não entristece; é o amor puro, reÀexo da pureza que a verdade serve, é o amor que expressa o caminho, a verdade e a vida. recolher as informações sem desespero, porque a vida te responderá o que queiras perguntar-lhe, se não saíres das normas da harmonia. Paulo de Tarso nos manda ler de tudo e tirar de todas as leituras o que é bom, desde quando aprendamos a ler com equilíbrio e não sejamos inÀuenciados por escritores desequilibrados, nem pelos próprios Espíritos. Busca, na profundidade do teu entendimento, a luz que possa brilhar nos teus caminhos. Toda incredulidade é falta de amadurecimento espiritual. A fruta, quando se encontra madura, deve logo sair da prisão da árvore, senão, cairá por si mesma e pode não servir de alimento. A base para o exercício mediúnico é a que o Evangelho nos ensina: dar de graça o que de graça recebemos. Um médium não pode marcar acontecimentos, nem fazer de uma reunião, mediúnico espetáculo público, porque a direção não é dos homens. A mediunidade é um bem natural, quem deseja viver bem que a eduque. Os médiuns são simples instrumentos das manifestações. Quanto mais provas, mais dores, mais problemas nos teus caminhos, mais oportunidades terás de elevarte, porque é neste clima que o despertamento espiritual aparece, dando-te ensejo de compreender as leis naturais do Criador, e vivenciá-las. A verdade não pede licença para se expressar onde Deus achar melhor. No cano pelo qual passa a água suja, pode passar água limpa. É importante a elevação moral dos médiuns, para que ele por sintonia, sirvam com acerto a Espíritos de boa índole espiritual, visto que semelhantes atraem semelhantes. Estamos numa época em que a mediunidade se manifesta amplamente. “O vento assopra onde quer, e ouves a sua voz”, disse Jesus. É a voz dos espíritos entregando aqui e ali, os valores que transformam a om maior Terra na grande casa de Deus. Os homens com nidade amadurecimento espiritual exercem a mediunidade vando cada constantemente em função do progresso, elevando vez mais suas condições de amar e de servir. Conta-se que certo sábio quis provar que estava com 110 anos por conhecer a ciência da vidaa e dominar ncontrou-see biologicamente seu corpo em plena saúde, encontrou-se fabeto. Tudo com um camponês de 120 anos que era analfabeto. eposita a sua vem de Deus, e o homem inteligente e que deposita con¿ança no amor, reconhece que quanto mais ais sabe, mais unicarr cco om precisa saber, procurando aprender a se comunicar com ncarrna nado doos. todos os seres humanos, encarnados ou desencarnados. Devemos nos cercar de cuidados especiais cia iaais nno o tr ttrato rato atto com a mediunidade, que ela seja bem cuidada, porque da, por or e orque spiritua ual. ua l seus processos são regulados pela sintonia espiritual. m senso te Cumpre a ti adotar os meios que o bom natismo e mostra, estudar sem paixões, analisar sem fanatismo “Filoso¿a da mediunidade” - João Nunes Maia