MESTRADO ECOLOGIA E CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE ÁREA DE VIDA E CUIDADO PARENTAL DE FURNARIUS RUFUS URSOLA SABINO Este trabalho foi realizado em uma região do Pantanal de Poconé localizada no município de Nossa Senhora do Livramento, Mato Grosso, Brasil. Seguindo a hipótese de que a área de vida se altera fora do período reprodutivo, mas que há sobreposição de área de vida entre os vizinhos; e que o esforço de cuidado parental entre os membros do casal é igual. Os indivíduos adultos foram capturados e marcados de acordo com o padrão Cemave para a individualização de cada membro do casal. Foi feita a demarcação de área de vida de pares acasalados na época reprodutiva e não reprodutiva utilizando o método de indivíduo focal e do polígono convexo. Cada seção de observação durou duas horas contínuas por meio de luneta e binóculo, sendo essas seções repetidas durante cada fase do cuidado parental, as quais incluem construção do ninho e alimentação de ninhegos anotando-se os comportamentos apresentados por machos e fêmeas e a quantidade de tempo que cada um investe para desempenhar suas funções. Durante a fase de incubação dos ovos foi anotado apenas qual indivíduo está fora do ninho e a frequência desse acontecimento. Foi calculada a média do tempo de cada comportamento observado para cada membro do casal e a partir disso realizou-se um teste-t pareado comparando as médias de tempo de dedicação entre eles na fase de construção do ninho e alimentação de ninhego; também realizou-se um teste-t simples para comparar a diferença entre as frequências de visitação na fase de incubação dos ovos. Na época reprodutiva acompanhamos 19 casais de F. rufus os quais obtiveram uma média de área de vida de 7388,5m², na estação não reprodutiva foi possível acompanhar apenas 18 casais e a média da área de vida foi 3743m².Utilizando o teste de Wilcoxon podemos perceber que a área de vida fora da época reprodutiva é significativamente menor do que dentro da época reprodutiva com p<0,001. Na fase de construção dos ninhos não houve diferença significativa no tempo exercido por machos e fêmeas, p=0,38; porém na frequência de visitação houve diferença significativa, p=0,04. A diferença de frequência de visitação entre machos e fêmeas na fase de incubação foi significativa com p=0,03. Na fase de alimentação dos ninhegos também não houve diferença significativa entre o tempo exercido nessa função com p=0,8; na frequência de visitação também obtemos diferença significativa com p=0,05. Portanto as hipóteses foram aceitas e corroboram com alguns estudos de comportamento. PRÓ-REITORIA DE ENSINO DE PÓS-GRADUAÇÃO VI MOSTRA DA PÓS-GRADUAÇÃO/2014