| 4 | Reportagem Especial > ZERO HORA > DOMINGO | 1º | OUTUBRO | 2006 ANDRE DUSEK, AE Vôo 1907 Nas 16 horas em que o Boeing 737-800 da Gol permaneceu desaparecido, a falta de informações deixou em pânico familiares dos passageiros que embarcaram em Manaus com destino a Rio e Brasília O Boeing 737-800, que desapareceu na sexta-feira com 155 pessoas a bordo, próximo à Serra do Cachimbo, na divisa entre os Estados do Pará e Mato Grosso, foi localizado por volta das 9h da manhã deste sábado, em local de difícil acesso no norte de Mato Grosso. Os destroços da aeronave estavam nos fundos da Fazenda Jarinã, entre a aldeia indígena Capoto e a cidade de Peixoto de Azevedo. Por volta do meio-dia, ainda não havia informações sobre sobreviventes. Hospital de municípios vizinhos estariam preparados para receber feridos. A fazenda é distante 200 quilômetros da sede do município, onde fica um hospital de porte médio. Por terra, a viagem levaria cerca de quatro horas, devido às más condições das estradas. A outra alternativa seria a remoção aérea. Peixoto de Azevedo tem cerca de 20 mil habitantes. Desde a noite de sexta e a madrugada de sábado, grupos tentavam encontrar o avião. A Aeronáutica mobi- lizou oito aeronaves – cinco aviões e três helicópteros. As equipes reuniam sete funcionários da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), especialistas em investigação de acidentes, além de 200 pessoas, entre civis e militares. A Infraero confirmou que o piloto norte-americano do avião Legacy, que teria colidido com o da Gol e conseguiu fazer um pouso forçado, prestou depoimento à Aeronáutica. Segundo a Anac, o piloto disse que teria colidido com algo, o que o levou a um pouso forçado, mas não sabia dizer no que a aeronave tinha batido. Oficialmente, a Anac não confirmou a colisão, embora as autoridades admitam a possibilidade de a aeronave da Gol ter sido atingida na parte inferior pelo Legacy – fabricado pela brasileira Embraer e adquirida pelos Estados Unidos – seja a principal hipótese para o acidente. O Legacy decolou de São José dos Campos (SP). Em nota, a Embraer informou que o avião Legacy 600 era operado por um de seus clientes, sem divulgar o nome do proprietário. Um dos aviões, segundo a Infraero, voava a 36 mil pés (10.973 metros) e o outro a 37 mil pés (11.278 metros), o que seria normal no caso de aparelhos que percorrem a mesma rota. de sexta-feira, tendo como destino Brasília e o Rio de Janeiro 15h36min Manaus Local de queda do Boeing, encontrado no sábado AM Novo Progresso Local do pouso do Legacy PA Matupá PARQUE M T NACIONAL DO XINGU Boeing 737-800 Peixoto de Azevedo Jarinã 149 Seis passageiros tripulantes 2 A aeronave fez o último contato às 16h48min de sexta entre o sul do Pará e o norte de Mato Grosso, nas proximidades da Serra do Cachimbo O Boeing deveria chegar às 3 18h12min em Brasília Comprimento 39,5 metros Envergadura 35,8 metros Rio de Janeiro Altura 12,5 metros A Infraero informou que o Boeing bateu em uma aeronave menor, um Legacy, que, apesar da colisão, conseguiu pousar com avarias na Serra do Cachimbo 6m76cm Peixoto de Azevedo (MT) 737-800 da Gol, com 149 passageiros e seis tripulantes, 1 Boeing deixou o Aeroporto Internacional Eduardo Gomes, de Manaus, às 14h36min 26m33cm 21m17cm 7m55cm Tragédia na mata O TRAJETO FEITO PELO AVIÃO Legacy 8 a 16 passageiros Dois tripulantes Editoria de Arte OBSERVAÇÃO CDI: 154 A Gol informou ontem que constatou erro na lista de passageiros do vôo 1907 da última sexta-feira. De acordo com a empresa, 154 pessoas estavam a bordo do avião, e não 155 como divulgado anteriormente. A Gol informou que o erro ocorreu porque a unidade da empresa no aeroporto de Manaus gerou uma lista com nomes abreviados em que Carlos Souza Junior e Carlos Sousa foram relacionados como sendo pessoas distintas. Mas, segundo a companhia aérea, trata-se de uma única pessoa: Carlos Souza Junior. O esclarecimento da Gol foi divulgado dia 05/10/2006