IAB EM PAUTA Salvador - ANO II - 2013 Professores de Salvador fazem os primeiros avanços Docentes que optaram pelos programas do IAB acham que alunos aprendem mais Foto: Divulgação IAB E m Salvador, seis de cada dez crianças chegam ao terceiro ano sem conseguir ler um texto simples. Duas delas continuam analfabetas no quinto ano. A defasagem de aprendizagem se estende às outras disciplinas e a distorção idade-série é enorme. Este foi o resultado do teste diagnóstico aplicado no início do ano em mais de 53 mil crianças matriculadas no 3º, 4º e 5º anos da rede municipal soteropolitana. A perspectiva para este ano, porém, é começar a mudar esse quadro com a adoção dos programas de alfabetização e de ensino estruturado do IAB para crianças do 1º ao 5º ano. Os professores que optaram pelo Alfa e Beto já Alunos da Escola Manoel Florêncio em atividade com os materiais do IAB começam a sentir a diferença, traduzida numa melhora no ritmo de aprendizagem dos alunos. E isso apesar de a maioria das escolas ter começado a usar o programa apenas em meados de maio. Com a palavra, os docentes que começam a comparar os resultados obtidos com os programas com as estratégias A experiência de Simões Filho Era contra e hoje é fã Psicopedagoga provou e aprovou página 02 página 04 página 06 2 - IAB em Pauta - Salvador tradicionalmente usadas na rede. No ano passado, Tatiana Sandes Durval, professora do 1º ano da Escola Malè Debalè. trabalhou a alfabetização dos alunos as estratégias pedagógicas do pró-letramento e conseguiuque oito crianças terminassem o curso lendo. Este ano sua escola decidiu experimentar o programa Alfa e Beto e está surpresa com os resultados: depois de apenas seis semanas, metade de seus alunos já estão lendo bem várias palavras. Ao comparar o programa Alfa e Beto com o que era feito antes para se alfabeti- zar as crianças, ela é categórica: “A diferença é que, com o Alfa e Beto, o resultado é mais rápido porque eles relacionam mais facilmente as letras aos seus sons, o que facilita a escrita e a leitura. E não é leitura mecânica, em que a criança só fez decorar o desenho da palavra. Tatiana frisa que mesmo um aluno que começou o ano sem conhecer nenhuma letra, já está começando a ler: “Ele já está lendo palavras simples como ai, oi, uia, ia. Com o ritmo dos progressos de seus alunos, Tatiana confia terminar o ano com toda a classe alfabetizada: “O programa superou as minhas expectativas”. A professora discorda dos críticos que dizem que o Alfa e Beto tolhe a criatividade: “Eu não deixo de trabalhar os projetos que nós, professores da Bahia, tínhamos planejado, como a discussão das leis 10 mil e 11 mil, que falam das etnias, da afrodescendência e da descendência indígena. Não é verdade que o programa não deixe espaço para outras demandas. Organizando o tempo, consigo trabalhar tudo e ser criativa.”, diz Tatiana. Foto: Divulgação IAB Alunos da Escola Municipal Luiza Mahim EXPEDIENTE Instituto Alfa e Beto Presidente: João Batista Araujo e Oliveira Coordenadora editorial: Micheline Christophe Projeto gráfico e diagramação: Samuel de Paula Fotos: IAB e Divulgação IAB EM PAUTA Produção: IW Comunicação Jornalista responsável: Simone Biehler Mateos Julho de 2013 A experiência exitosa em Simões Filho Supervisora de Salvador alfabetizava no município quando este adotou o Alfa e Beto Depois de dois anos usando o Programa Alfa e Beto, o município baiano de Simões Filho estava conseguindo alfabetizar no 1º ano cerca de 80% dos alunos da rede pública. Antes disso, podia-se contar nos dedos os alunos de cada sala que terminavam o ano lendo. É o que conta Amália Lemos Faleiro, pedagoga que foi alfabetizadora em Simões Filho nesse período, entre 2010 e 2011, e hoje é supervisora do Subúrbio II da Secretaria Municipal de Educação de Salvador. “O programa me ensinou a alfabetizar, coisa que a universidade não fez. Antes dele, eu achava que para ensinar a ler era só dizer para a criança ‘diga B+A, BA’, dizer o nome das letras, falar a sílaba, juntar sílabas e falar a palavra para a criança. Aí vi que era um processo muito demorado e ineficaz. Quando a criança compreende o som de cada letra, é muito mais rápido e quando ela aprende a ler logo é muito mais fácil desenvolver o gosto pela leitura”, conta Amália. Além do método fônico, o segredo do sucesso, na sua opinião, é a sistematização, a estruturação do programa Alfa e Beto: “Antes eu trabalhava com qualquer palavra e a palavra não era repetida. A criança via Foto: Divulgação IAB Festa junina na Escola Municipal Luiza Mahim, de Salvador um fonema hoje e amanhã já via outro porque eu trabalhava com outra palavra. Não tinha uma sequência, a criança era bombardeada com um arsenal de letras que ela não dava conta. Com o Alfa e Beto, a gente vai por partes, numa sequência lógica que começa no mais simples e repete para fixar a aprendizagem. A cada lição a gente percebe o desenvolvimento do aluno e vê que ele não está adivinhando, está lendo mesmo”. As avaliações constantes são outro aspecto que a professora considera positivo: “Eu comecei a me avaliar como alfabetizadora a partir do pro- grama. Só com ele passei a medir resultados, a ter uma visão de quantas crianças acabavam o ano lendo e da evolução de cada uma passo a passo. Quando a gente mede resultados a cada passo, identifica o que funciona e se aprimora. Isso permite respeitar muito mais as necessidades de cada aluno”. A supervisora se opõe frontalmente aos críticos que dizem que o programa, por ser fônico e estruturado, seria mecanicista, um método que não estimula que o aluno pense e reflita sobre sua realidade porque foi concebido para outro contexto: “O aluno é estimulado a pen- 4 - IAB em Pauta - Salvador sar o tempo todo, é questionado desde o primeiro ano quando ele reflete sobre o som das letras. O programa sugere uma rotina diária que prevê um momento de acolhida onde o professor vai ouvir o aluno, ele vai contar o que fez durante o dia, depois há um momento para a leitura, em que a classe vai refletir junta sobre um texto e outro momento para a redação, que muitas vezes é elaborada coletivamente. O contexto do aluno está ali o tempo todo. Não existe isso de que não condiz com nossa realidade. Além disso, Salvador não é outro planeta: a ciência que se faz aqui é a ciência que se faz no Rio, a matemática daqui é a mesma de São Paulo e o português também. A gente tem as variações, mas é só dizer ‘ó, a macaxeira que o texto traz é o aipim que a gente come aqui’. A reflexão sobre o específico tem espaço o tempo todo”. Ela admite, porém, que o programa dá trabalho e traz dificuldades iniciais para os professores habituados com outras práticas: “No início, eu não dava conta de fazer todas as atividades propostas. Os minilivros, por exemplo, eu só usava às vezes. Só depois percebi como ajudavam a ganhar fluência, notei a diferença quando passei a usá-los diariamente. Eu ainda não conhecia os estudos sobre a importância da fluência para a compreensão dos textos. Tivemos dificuldades no início em Simões Filho e estamos vivendo em Salvador, mas os avanços que o programa possibilita são inegáveis”, garante Amália. A supervisora é categórica: “Quando o professor compreende o programa e faz tudo o que ele propõe, o resultado aparece: só não acompanham as crianças que faltam muito ou algum caso excepcional, mas é exceção absoluta e não a triste realidade de Salvador hoje, onde a maioria termina o segundo ano sem saber ler.” Nota do Coordenador do IAB em Salvador Coordenar os Programas do Instituto Alfa e Beto em Salvador tem sido um desafio. Não no sentido das muitas dificuldades encontradas e vencidas até aqui, ou das baixas expectativas de resultado por parte de algumas pessoas. Desafio no sentido de me dedicar a um projeto coletivo, no qual temos uma oportunidade real de contribuir para a melhoria da educação em nosso município contando, para isso, com ninguém menos que o ator mais importante em todo o processo educacional: o professor! Durante as visitas às escolas, tenho ouvido importantes relatos de professores quanto aos resultados obtidos até aqui, o que tem animado a todos nós. Além dos professo- res, os diretores e coordenadores Escolares têm demonstrado em nossos encontros o empenho necessário para viabilizar a aprendizagem de nossas crianças, através do ensino estruturado. É claro que ainda temos dificuldades, mas o comprometimento e dedicação de todos os envolvidos – Gabinete do Secretário, CENAP, CRE´s e Escolas - têm contribuído para a resolução de cada problema verificado. Desse modo, posso afirmar que hoje faço parte de um grupo que compartilha a crença de que, pela educação de qualidade, podemos transformar a vida de nossas crianças e, consequentemente, de toda a sociedade soteropolitana. Por isso, além de demonstrar minha confiança nos resultados que certamente virão, agradeço a todos pelo empenho com que temos buscado de forma estruturada o nosso objetivo. A mudança apenas começou. Que venham outros desafios! Carlos Magno Diniz Guerra de Andrade Coordenador Regional do Instituto Alfa e Beto em Salvador “O cérebro aprende melhor com ordem e rotina” Psicopedagoga que alfabetiza há 20 anos defende o ensino estruturado e o uso de conhecimentos científicos nas estratégias educacionais Alfabetizadora há 20 anos, Maria das Graças Bastos já usou tudo quanto é método. Psicopedagoga, também fez cursos na área da neuropsicologia cognitiva, ou seja, a ciência que estuda como o cérebro aprende. Teoria e experiência fizeram dela adepta do método fônico e do ensino estruturado. “Não acredito em nada solto, a neurociência já provou que o cérebro aprende melhor quando há organização, rotina. Nossas crianças raramente tem isso em casa, então tem de ter na escola”, diz Maria, hoje coordenadora pedagógica da Escola Aristides Noves. E a organização do programa, explica ela, obedece à lógica que facilita a aprendizagem: “Vem tudo na lógica da psicologia cognitiva, organizado do simples para o complexo. Os conteúdos obedecem a uma sequência que se repete no 2º, 3º e 4º anos, cada vez em um nível de abstração maior. É disso que as crianças da rede pública precisam: de rotina, de organização que favoreça a aprendizagem”. Os resultados, segundo ela, já começam a ser notados: “Em meados de junho, vi um aluno do 1º ano que entrou Foto: Divulgação IAB Alunos da Escola Manoel Florêncio em atividade com os materiais do IAB sem saber nada e já estava lendo devagarinho ‘moooo laaaa’. É um alento, eu sofria muito de ouvir os professores dizendo que nossas crianças tinham problema, que precisavam de psicólogo, de psicopedagogo. Elas são muito inteligentes, é só ensinar direito que elas aprendem”. Joselice de Oliveira, professora do 1º ano da escola Aristides Nove, onde Maria das Graças é coordenadora, concorda: “As crianças aprendem mais, prestam mais atenção porque o programa repete antes de avançar e porque a gente faz atividade o tempo todo, não para. Teve até um pai que disse que já notou a evolução do me- nino nessas poucas semanas”. O sócio-construtivismo, na opinião de Maria das Graças, é incompatível com a realidade da rede pública: “Que tempo que a gente tem para preparar aulas e achar os materiais adequados para trabalhar com a tal individualidade de cada aluno se passamos de 40 a 50 horas semanais dando aula?” Os professores da escola Desportiva Santa Rita: “Optamos pelo Alfa e Beto pela qualidade do material porque é difícil estar sempre atrás de atividades impressas para os alunos, nem sempre a gente consegue um material bom na hora que precisa”, explica Márcia Pitanga, professora do 3º ano. Da água para o vinho “De que serve defender práticas que fazem alunos chegarem ao 5º ano analfabetos?” Pedagoga formada pela Universidade Federal da Bahia, Cristiane Rocha era adepta radical do sócio-construtivismo, tendo lecionado como alfabetizadora dentro dessa filosofia em instituições como o Colégio Marista e o Anchieta, além do Avante. Veio para a rede pública imbuída dessas ideias e por isso votou contra a adoção dos programas de ensino estruturado do Instituto Alfa e Beto. Mas ela acabou mudando de opinião quando se viu obrigada a trabalhar com o programa porque os professores da Escola Municipal Agnelo de Brito, que ela hoje coordena, optaram por adotá-lo. “No início, votei contra porque, como sócio-construtivista, achava que trabalhar através de método, seja ele qual for, não permite respeitar o tempo de aprendizagem de cada criança, aquela visão de que o método obriga todos a fazer tudo ao mesmo tempo, como robozinhos”, conta Cristiane. “Só me debrucei sobre o programa porque meus professores optaram por ele.” Mesmo tendo gostado do exame preliminar nos materiais do programa, ela diz que só mudou suas opiniões vivenciando a experiência diá- ria de seus professores em sala de aula: “Os programas têm um modelo de gerenciamento excelente, que permite acompanhar a aquisição do conhecimento de cada criança. O “Os programas têm um modelo de gerenciamento excelente, que permite acompanhar a aquisição do conhecimento de cada criança.” material inclui manuais que orientam os professores sobre o que, como fazer e porque fazer cada atividade, livros de exercícios e instrumentos avaliativos que nos permitem averiguar a evolução de cada criança passo a passo, além de sugestões de intervenções para a recuperação daquelas que não atingiram as metas. Isso permite corrigir a rota a tempo, evitando que algumas crianças fiquem para trás.” Mas a coordenadora está convencida de que a experiência só terá sucesso se houver o comprometimento tanto dos professores, coordenadores e gestores, como das famílias. Por isso ela promoveu na sua escola uma reunião para apresentar os novos materiais aos pais, mostrando a eles a função de cada um e até fazendo alguns exercícios com os pais para que compreendessem a importância dos deveres de casa. “Muitos pais não sabem ler, mas mostramos a eles que basta estimularem todos os dias o compromisso da criança com seus deveres de escola”, conta. A reunião também serviu para explicar aos pais porque muitas crianças do 3º, 4º e até 5º ano começariam usando o livro de língua portuguesa do 1º ano até aprenderem a ler e estarem em condições de voltar às suas salas regulares. No 3º ano, o número dos que não IAB em Pauta - Salvador - 7 sabia ler era tão grande que a escola organizou uma classe especial de alfabetização só para eles, que deve funcionar até agosto, quando as crianças voltam para a sua classe regular. As estratégias de ni- base para que a criança possa avançar. Cansei de ouvir professor dizendo: ‘Como eu vou trabalhar se as crianças não têm base para acompanhar’. O programa trouxe a resposta”, explica a educadora. pode trazer tanto o seu conhecimento do mundo como o das crianças através de leituras e discussões que estimulam muito a capacidade de reflexão intelectual dos meninos. De que serve defender o sócio-consFoto: Divulgação IAB Alunos em atividades do ensino estruturado do IAB na Escola Municipal Luiza Mahim velamento dos alunos ocorrem também com matemática e nas outras séries. Nesse caso, o teste inicial indica exatamente onde estão as deficiências: “Tivemos alunos do 5º ano que erraram 80% das questões relacionadas a um determinado eixo de matemática. Então, trabalhamos com eles as partes do livro de matemática das séries anteriores relacionadas àquele eixo. Assim conseguimos dar a Segundo Cristiane, a reunião com os pais surtiu efeito. Alguns professores contam que a frequência às aulas melhorou: “Eles estão se sensibilizando, alguns até forraram os livros”. Sobre as críticas de que o ensino estruturado tiraria a liberdade do professor, Cristiane é categórica: “O professor tem diariamente um momento de leitura livre na sala, onde ele trutivismo, se o resultado disso na rede municipal é a maior parte das crianças chegar ao 3º ano sem saber ler? Precisamos mudar tudo”, diz a professora. Formada em pedagogia pela Universidade Federal da Bahia, Cristiane critica a formação dada pela academia por estar pouco vinculada à prática e à realidade da rede pública. “A faculdade não me ensinou a alfabetizar”. A palavra do presidente do IAB Aos diretores, coordenadores pedagógicos e professores das escolas municipais de Salvador: Iniciamos o segundo semestre. Teremos mais, e novos desafios. Gostaria de aproveitar este momento para compartilhar três reflexões com cada um de vocês. Alfabetização. Este é o ano da virada. No primeiro semestre tomamos conhecimento do tamanho do problema. Tomamos conhecimento de novas estratégias para alfabetizar e muitos de vocês, conforme registrado nesta “newsletter” já começam a observar os frutos de um trabalho sistematizado e bem fundamentado. Além dos alunos que estão sendo alfabetizados nas classes regulares, terá início o programa intensivo de alfabetização. Desejo que aprendamos quatro lições dessa intervenção. Primeiro, que nunca é tarde para aprender a ler. Segundo, que as crianças aprendem melhor e leem melhor quando o fazem na idade certa, no 1º ano. Terceiro, que a maioria das crianças que não foram alfabetizadas irão experimentar importantes mudanças no seu comportamento e na sua vida escolar. Tudo isso deverá nos levar a conclusão mais importante: é direito do aluno e dever da escola aprender a ler e escrever no 1º ano. E nós, educadores, temos a obrigação e as condições de assegurar esse direito. Programa da Prova Brasil. Gostaria de convidar todos os professores a conversarem com seus colegas que estão trabalhando com o programa da revisão para a Prova Brasil. Um diálogo com eles dentro da escola deverá deixar clara a importância de estabelecer um programa de ensino claro, para cada série, de forma que cada professor tenha clareza sobre o que deve fazer e o que deve esperar de seu colega da série anterior. Ensino estruturado. Alguns de vocês já conhecem outras formas de ensino estrutura- do. Outros estão experimentando pela primeira vez. Já temos ouvido importantes depoimentos a respeito dos desafios, mas também da possibilidade de superar esses desafios. O fator mais importante para o sucesso de qualquer programa de ensino estruturado reside na qualidade do planejamento que cada professor faz, e na forma como usa esse plano para ministrar as suas aulas. O instrumento-chave para fazer isso bem é a reunião de professores, onde temos oportunidade de aprender das experiências de nossos colegas e de receber orientações de coordenadores pedagógicos experientes. Gostaria de chamar sua atenção para usar os materiais de apoio – especialmente livros como o ABC do Alfabetizador, Ensinar e Aprender, Usando Textos em Sala de Aula e Matemática para Pais e Professores. Esses livros lhe darão maior segurança para realizar o seu trabalho. Finalmente, uma informação: no site do IAB, usando o link (http://bit.ly/15byUXn) você encontrará um resumo dos principais princípios e conceitos que norteiam as nossas práticas, bem como referências bibliográficas adicionais, caso você queira aprofundar sua reflexão sobre essa sua nova experiência na arte de ensinar. Conte conosco. Fico à sua inteira disposição pelo email [email protected] E espero que este ano de 2013 represente para todos nós uma oportunidade ímpar de nossa capacidade de superar desafios. As crianças merecem esse nosso esforço. João Batista Oliveira Presidente do IAB