Título: A ESCOLHA DA MULHER: PARTICIPAÇÃO OU NÃO DO MERCADO DE TRABALHO Autora: Lígia Cardoso Silveira Orientadora: Elizabeth J. Barham Resumo: Uma das perguntas que preocupam as mulheres, hoje em dia, é como dividir seu tempo entre família e o trabalho remunerado, após tornarem-se mães. Atualmente, muitas mulheres sentem a necessidade de fazer uma escolha entre a opção de ser dona de casa ou trabalhar fora, decisão que é pouco entendida. Neste estudo segue-se o Modelo de ação Refletida de Fishbein e Ajzen (citado em Pisani, Pereira e Rizzon, 1994) para descobrir as bases desta escolha e os conflitos e insatisfações das mulheres que optaram por trabalhar fora ou ficarem em casa. Este modelo contempla fatores sócio -culturais (variáveis Externas), individuais (“Traços de Personalidade”), fatores pessoais (“Crenças Pessoais”, “Avaliação Pessoal” e Atitude Específica’) e fat5ores pressão social (“Crenças Sociais”, “Motivação” e Norma Subjetiva”) para entender a escolha da pessoa. Participaram do estudo 11 mulheres que trabalham fora, 9 donas de casa e 4 universitárias que ainda não fizeram a opção, variando de idade entre 19 e 62 anos de idade, de nível sócio-econômico de médio à alto, camada esta com capacidade de escolha.Foi aplicado um instrumento (com três versões, uma para cada grupo de mulheres) para avaliar as variáveis do Modelo de Ação Refletida. Como o grupo de universitárias foi muito pequeno, optou-se para excluí- las das análises. Os resultados mostram que os dois grupos restantes de mulheres eram iguais em relação as Variáveis Externas e Traços de Personalidade medidas pelo instrumento. Em relação aos fatores pessoais, as donas de casa deram muita importância para o envolvimento pessoal na educação dos seus filhos. Já as mulheres que trabalham fora deram a mesma importância para a educação de seus filhos e para sua atuação profissional. As vantagens e desvantagens de cada opção foram opostas de um grupo de mulheres para outro. Assim, o tempo dedicado à educação dos filhos (“integral” ou “parcial” é o fator que diferencia entre esses dois grupos de mulheres em relação às suas preferências pessoais). Com relação às normas sociais, por outro lado, observou-se que ambas percebem trabalhar fora com opção mais socialmente desejável, mas as donas de casa dão menos importância para a opinião das pessoas à sua volta (pais, marido). Portanto, o modelo mostra que a dona de casa fez sua opção principalmente por motivos pessoais, enquanto as mulheres que trabalham fora podem ter sido influenciadas por Crenças Pessoais e Normas Sociais (Crenças Sociais, Motivação e Norma Subjetiva). Em todos os casos, os dois grupos de mulheres estão satisfeitos com a sua opção, embora dois terços das donas de casa e um terço das mulheres que trabalham fora têm como ideal uma divisão do tempo entre o lar e o trabalho remunerado diferente do que elas têm na realidade. Assim, propõe-se maiores oportunidades para trabalho remunerado em nível superior (empregos bem remunerados, com desafios profissionais), em regime de tempo parcial, sejam oferecidas para ajudar tanto às donas de casa quanto às mulheres que trabalham fora a chegarem aos seus ideais. Para entender de forma mais ampla os fatores que afetam as mulheres na sua opção de vida, ainda se faz necessário estudo para invest igar o processo de escolha entre adolescentes e universitárias, a saúde psicológica de donas de casa e mulheres profissionais com filhos adultos e como o papel do homem de hoje em dia pode causar impactos nas opções das mulheres. Palavras-chave : equilíbrio trabalho - família, gênero, estresse, qualidade de vida no trabalho, arranjos alternativos de trabalho.