Campos dos Goytacazes (RJ) - Quinta-feira, 29 de novembro de 2006
PAIXÃO A TODA PROVA
Alunos da Uenf fazem trabalho antropológico sobre a torcida do Goytacaz e se rendem à magia alvianil
O que era para ser apenas um trabalho
acadêmico para a disciplina Antropologia
II, do curso de Ciências Sociais da Uenf,
transformou-se num mergulho no
universo da apaixonada torcida do
Goytacaz Futebol Clube - clube que
conquistou na Seletiva uma das quatro vagas
para a Primeira Divisão do futebol do Rio
de Janeiro, mas terá que esperar o
campeonato de 2008 e vencer várias
batalhas jurídicas. Lucas Viana Aragão e
Elaine Silva - ele carioca, ela natural de
Tanguá (RJ) - queriam entender por que
muitos brasileiros se identificam tão
fortemente com a camisa de um clube. Ao
escolherem o Goytacaz como objeto de
estudo, não resistiram à paixão da torcida.
Como bons etnógrafos, relativizaram até o
distanciamento crítico e se entregaram, eles
próprios, ao contagiante entusiasmo
alvianil.
- Sou flamenguista, mas agora
estou virando Goyta - admite Lucas, que
mesmo sendo do Rio de Janeiro só esteve
no Maracanã para fazer prova.
A densidade simbólica do
Goytacaz se mostrou aos jovens etnógrafos
logo na primeira visita à sede do clube. Um
quadro da artista Tetê Rego, intitulado
"Goytacaz, alegria do povo", chamou a
atenção pelo fato de retratar cortadores de
cana jogando uma pelada vestidos com as
cores do clube.
Decididos a ouvir a autora da obra,
conheceram uma torcedora fanática, que
em outros tempos alimentou sua paixão
quando via jogadores "desmaiando de
fome" em pleno campo de treinamentos.
Em depoimento, a artista disse que fazia
vitamina para os atletas e pedia patrocínios
para o clube. A partir de Tetê, Lucas e Elaine
conseguiram vários outros depoimentos
importantes, entre eles o de "Pisa", chefe
da torcida organizada "Pisa Show".
- Quando falamos com o Pisa,
vimos o filho do presidente montando
uma nova torcida organizada. Foi outra
surpresa: esperávamos encontrar apenas
torcedores mais antigos, mas, pelo
contrário, vimos muito torcedor jovem lembra a estudante.
A explicação para tanto
FEBRE MACULOSA É TEMA DE
PALESTRA NA UENF
entusiasmo seria hereditária: o amor à
camisa azul e branca passaria de pai para
filho, como ocorreu com o atual
presidente, Valtair de Almeida. Mas muitos
aspectos da identidade e da trajetória do
Goytacaz permanecem desconhecidos
para os estudantes. Por exemplo, eles ainda
não sabem como um clube fortemente
identificado com as camadas mais humildes
da população pôde construir seu próprio
estádio.
- Ainda não conseguimos resgatar toda
a história do Goytacaz, até porque nem a
própria diretoria tem um acervo histórico
organizado. Mas o que nos chama a atenção
é o peso da torcida na vida do clube - diz
Elaine.
Agenda
A mestranda Tátila Lima do Amaral, do
“Febre maculosa brasileira” será o título comunidade, a ser ministrada na Uenf dia
de uma palestra, aberta a toda a 05/12, às 10h, no Auditório do Hospital Programa de Pós-Graduação em Produção
Veterinário. O tema será abordado pelo
professor Antônio Peixoto Albernaz, o
mestrando Farlen José Miranda e o
médico veterinário Marcus Antonio
Crespo, bolsista de extensão
“Universidade Aberta”. A palestra é parte
de um projeto de extensão sobre a febre
maculosa brasileira e vai abordar vários
aspectos sobre a doença, transmitida por
carrapatos.
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE FLUMINENSE DARCY RIBEIRO (UENF)
Assessoria de Comunicação Social (ASCOM)
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Jornalistas: Gustavo Smiderle e Fúlvia D´Alessandri
Publicitário: Felipe Moussallem
E-mail: [email protected]
Vegetal da Uenf, defende tese em 13/12, às
17h, sobre o tema "Manejo de adubação em
Phalaenopsis (Orchidaceae) em cultivo
comercial com fibra de côco". A orientadora
é a professora Janie Jasmin, do Laboratório
de Fitotecnia (LFIT) da Uenf.
No mesmo dia, às 17h30, o mestrando
Wellington Gonzaga do Vale defende a tese
intitulada "Influência da cobertura do solo e
velocidade de deslocamento na regularidade
de distribuição de sementes de uma
semeadora-adubadora direta no Norte
Fluminense". Ele teve a orientação do
professor Ricardo Ferreira Garcia, do
Laboratório de Engenharia Agrícola (Leag) da
Uenf.
No dia 20/12, o mestrando Fernando
Fundora Tellechea defende tese sobre o tema
"Avaliação de inoculação de fungos micorrizos
e bactérias diazotróficas endofíticas após
tratamento térmico em mini toletes de canade-açúcar". O trabalho foi orientado pelo
professor Marco Antônio Martins, do
Laboratório de Solos (LSOL) da Uenf.
A Uenf realiza, dias 13, 14 e 15/12, no
Centro de Ciência e Tecnologia (CCT), o II
Workshop de Computação Científica. As
inscrições já estão abertas e podem ser feitas
através do endereço https://
www.lenep.uenf.br/~wcc/ ou pelo e-mail
[email protected] . A
programação, com palestras, minicursos e
mesas-redondas, está em https://
www.lenep.uenf.br/~wcc/Grade.html