RENATA DASSOLER ANÁLISE DO POTENCIAL ANTIOXIDANTE DO EXTRATO DO GÊNERO Vaccinium EM RATOS WISTAR SUBMETIDOS À DIETA HIPERCOLESTEROLÊMICA Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Curso de Farmácia Bioquímica Clínica, Departamento de Ciências da Saúde da Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões - Campus de Erechim. Orientador: Prof. MsC. Luciano de Oliveira Siqueira ERECHIM 2008 2 AGRADECIMENTOS Primeiramente, a Deus, pois o que seria de mim sem a fé que eu tenho nele. Às duas pessoas mais importantes da minha vida, meu pai e minha mãe, pelo exemplo, amizade, carinho e amor. Pela presença otimista e pelo incentivo nesta jornada. As minhas irmãs, Alexandra e Rafaela, pelo carinho e força que me dão, por estarmos sempre juntas nos momentos mais importantes, por sempre contar com vocês. Ao meu namorado que com muito carinho e apoio, não mediu esforços para que eu chegasse até esta etapa de minha vida e mesmo na minha ausência, soube me compreender. Ao meu professor e orientador MsC. Luciano de Oliveira Siqueira pela paciência na orientação, por seu apoio, incentivo e inspiração no amadurecimento dos meus conhecimentos e conceitos que me levaram a execução e conclusão desta monografia. A todos os professores da URI que foram tão importantes na minha vida acadêmica e no desenvolvimento desta monografia. Ao pessoal da Central de Materiais da URI, em especial o Cassiano, pelos ensinamentos e pelo apoio constantes. Aos amigos e colegas da turma 2004 com quem dividi a angústia das provas e a alegria das comemorações. Pelo convívio e parceria durante todos esses anos e por sempre me aturarem. As companheiras deste trabalho, Larissa e Sandra, sem as quais não seria possível, a realização do mesmo. A colega, Josiane Sampaio, pela ajuda e contribuição na construção deste trabalho. Finalmente, a URI pelo fornecimento de todo material necessário para a realização deste trabalho. 3 ANÁLISE DO POTENCIAL ANTIOXIDANTE DO EXTRATO DO GÊNERO Vaccinium EM RATOS WISTAR SUBMETIDOS À DIETA HIPERCOLESTEROLÊMICA ANALYSIS OF THE ANTIOXIDANT POTENTIAL OF THE EXTRACT OF Vaccinium SPECIES IN WISTAR RATS SUBMITTED TO HYPERCHOLESTEROL DIET Renata Dassoler1, Larissa A. Krzyzaniak1, Sandra P. Coffy1 & Luciano de Oliveira Siqueira2 1 Acadêmicas do Curso de Farmácia da Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões – URI – Campus Erechim 2 Professor Mestre do Departamento de Ciências da Saúde da Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões – URI – Campus Erechim *Autor para correspondência: Renata Dassoler Avenida Castelo Branco, 633 Centro, São Valentim/RS 99640-000 Fone/Fax: (54) 3373 - 1222 E-mail: [email protected] Título Abreviado: AÇÃO ANTIOXIDANTE DO GÊNERO Vaccinium 4 RESUMO A aterosclerose é um processo inflamatório crônico que acomete as grandes e médias artérias, decorrente da produção excessiva de espécies reativas de oxigênio que originam o estresse oxidativo. O estresse oxidativo causa danos às membranas celulares, lipídios, proteínas e DNA, resultando na lipoperoxidação. O progresso deste dano está relacionado ao desenvolvimento da aterosclerose. Os flavonóides têm potente capacidade antioxidante, assim, atenuam o estresse oxidante, ajudando na prevenção da aterosclerose por inibirem a oxidação das LDL, diminuindo sua aterogenicidade e, conseqüentemente, o risco da doença arterial coronária. O mirtilo é um exemplo de planta rica em flavonóides com alto poder antioxidante. O objetivo do presente estudo é analisar o potencial antioxidante do extrato do gênero Vaccinium em ratos da linhagem Wistar sob dieta hipercolesterolêmica. Foram analisados 24 ratos machos da raça Wistar, a fim de testar a ação antioxidante do extrato de mirtilo. Foram realizados os testes do teor de compostos fenólicos, medida de carbonilação de proteínas, determinação da atividade da catalase, determinação da concentração de vitamina C e determinação da concentração de grupamentos sulfidrila. Os resultados sugerem a ausência de hipercolesterolemia e a baixa atividade antioxidante do mirtilo. Palavras-chave: Aterosclerose. Estresse Oxidativo. Flavonóides. Vaccinium. 5 ABSTRACT Atherosclerosis is a chronic inflammatory process that affects large and medium arteries, caused by excessive production of reactive oxygen species that cause oxidative stress. Oxidative stress causes damage to cell membranes, fat, protein and DNA, leading to the lipoperoxidation. The progress of this damage is related to the development of atherosclerosis. Flavonoids have potent antioxidant capacity, relieving oxidant stress, helping in the prevention of atherosclerosis by inhibiting the oxidation of LDL, reducing its atherosclerosis and thus the risk of coronary artery disease. The blueberry is one example of plant rich in antioxidant flavonoids with high power. The purpose of this study is examining the antioxidant potential of extracts of Vaccinium species in Wistar rats under hypercholesterol diet. 24 Wistar male rats were analyzed to test the action of hypercholesterol of blueberry extract. The tests were conducted on the content of phenolic compounds, measure of carbonylation of proteins, determination of the catalase activity, determining the concentration of C vitamin and determining the concentration of sulphidril groups. The results suggested the absence of hypercholesterol and the low antioxidant activity of blueberry. Keywords: Atherosclerosis. Oxidative stress. Flavonoids. Vaccinium. 6 INTRODUÇÃO Os radicais livres são átomos ou moléculas com um ou mais elétrons não pareados em seu orbital mais externo, o que os torna extremamente reativos. Organismos aeróbicos derivam o trifosfato de adenosina (ATP) da redução completa do oxigênio (O2) por quatro elétrons, através do transporte mitocondrial de elétrons. Entretanto, se o O2 receber menos de quatro elétrons forma as espécies reativas de oxigênio (EROS) (1,2,3,4,5). As EROS podem estar envolvidas na etiologia de diversas doenças humanas, tais como a doença arterial coronariana, acidente vascular cerebral (AVC), artrite reumatóide e câncer (6). Por outro lado, desempenham importantes papéis fisiológicos, como o controle da pressão sangüínea, na sinalização celular, na apoptose, na fagocitose de agentes patogênicos, na fertilização de ovos e no amadurecimento de frutos (1,7,8). A produção excessiva de EROS, por algum processo fisiopatológico, excede a capacidade protetora do organismo, resultando em estresse oxidativo (EO) (2,3,4,5,7). O EO pode causar danos às membranas celulares, proteínas, à molécula de ácido desoxirribonucléico (DNA) e lipídios conduzindo a quadros de lipoperoxidação. O processo de lipoperoxidação pode desencadear alterações na estrutura e na permeabilidade endotelial predispondo ao desenvolvimento de placas ateroscleróticas (4,5,9). O aumento nos níveis de triglicerídeos (TG) e da lipoproteína de baixa densidade (LDL), associados à diminuição dos níveis da lipoproteína de alta densidade (HDL), favorece o ataque de radicais livres. Isso forma uma LDL modificada, que se deposita na camada média dos vasos sanguíneos induzindo o processo aterosclerótico (4,10,11). A aterosclerose é uma doença inflamatória crônica de origem multifatorial que ocorre em resposta à agressão endotelial, acometendo principalmente a camada íntima de artérias de médio e grande calibre (10,11,12). Atualmente, é uma das doenças mais comuns que atinge a 7 população ocidental, sendo que, aumenta a predisposição ao desenvolvimento de um evento cardiovascular. Os principais fatores de risco incluem a hipertensão arterial, a elevação do colesterol, tabagismo, obesidade, diabetes mellitus e sedentarismo (11). Para evitar o desenvolvimento da reação oxidativa, o organismo dispõe de dois sistemas antioxidantes – o sistema enzimático e o sistema não enzimático. Ambos os grupos auxiliam o mecanismo de defesa no controle dos danos causados pelos radicais livres e são capazes de estabilizar ou desativar os radicais livres antes que ataquem os alvos biológicos nas células (1,4,5,8,13). O sistema antioxidante enzimático dispõe de algumas enzimas fundamentais na proteção do organismo, que são de origem endógena e constituem a primeira linha de defesa contra as EROS, tais como catalase (CAT), superóxido dismutase (SOD), glutationa peroxidase (GPx) e glutationa redutase (GR), as quais agem conjuntamente para manter as concentrações das EROS em níveis fisiológicos (1,4,14,8). O sistema antioxidante não enzimático é composto pela glutationa (GSH), ubiquinona ou coenzima Q (CoQ) e do ácido úrico, que são produzidos in vivo, e composto pela vitamina E (tocoferol), vitamina C (ascorbato), β-caroteno, selênio e polifenóis, que são obtidos através da ingestão de substâncias com propriedades antioxidantes provenientes da dieta alimentar e outras fontes (4,5,13,14,15). Existem, também, os antioxidantes sintéticos, que são amplamente utilizados pela indústria alimentícia, como o butil-hidróxi-tolueno (BHT), o butil-hidróxi-anisol (BHA) e o terc-butil-hidroquinona (TBHQ) (2,15). Entretanto, com a exposição aguda e prolongada destes compostos, houve o desenvolvimento de tumores e o aumento da formação de peróxido de hidrogênio (H2O2) nos microssomos, que ocasionou alteração das funções hepáticas, carcinogênese no estômago de ratos e adenomas e carcinomas em células hepáticas, que promoveram a diminuição na utilização destes produtos (13,15). 8 Os flavonóides possuem atividade antioxidante pronunciada sobre a LDL, assim, podem inibir a formação da placa aterosclerótica (4,11,16). O mirtilo é uma planta rica em flavonóides, por esse motivo é que se faz importante e necessária a análise de seu potencial antioxidante, uma vez que pode atenuar o estresse oxidativo em diversos processos patológicos, como o diabetes mellitus e a aterosclerose (17,18,19,20). Além disso, mostrou-se eficiente ao reduzir os níveis de colesterol LDL, sugerindo atividade antilipemiante, o que justificaria seu uso para minimizar quadros de infarto, prevenção das complicações tardias do diabetes, bem como gastos operacionais no manejo terapêutico de pacientes hospitalizados por acidentes cardiovasculares (20,21,22). Assim, o objetivo do presente estudo foi analisar o potencial antioxidante do extrato do gênero Vaccinium em ratos Wistar submetidos à dieta hipercolesterolêmica, enfatizando a importância de novas alternativas para o tratamento da síndrome metabólica, que vem aumentando os índices de mortalidade na população ocidental. MÉTODOS Material Vegetal Frutos maduros de Vaccinium myrtillus foram coletados no município de Erechim, em abril de 2008. O material vegetal foi identificado pela profa Msc. Melissa Schwanz e a amostra testemunha está depositada no herbário da Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões (URI) - Erechim. O extrato foi obtido por maceração do fruto (1Kg) por 2 dias em meio aquoso (10 litros), após foi liofilizado (Liofilizador Edwards®). Para obtenção de extrato aquoso de 250mg e 9 500mg, partiu-se da concentração 1:1, ou seja, 30g de extrato dissolvidos em 30mL de água destilada. Solução de Estatina 10mg/Kg Utilizou-se estatina comercial (Sinvaston®). Para obtenção da solução de estatina 10mg/Kg, partiu-se de uma concentração 10:1, ou seja, 10 comprimidos de estatina 10mg dissolvidos em 10ml de água destilada. Animais Foram utilizados 24 ratos adultos machos albinos, com 10 semanas de vida, de linhagem Wistar, pesando entre 230 e 330 gramas. Fornecidos pelo biotério da Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e Missões (URI) – Erechim. Os animais foram acomodados em caixas plásticas coletivas contendo 6 animais devidamente identificados, com acesso livre à água e à uma dieta hipercolesterolêmica padrão ad libidum por duas semanas. A ração comum para camundongos e ratos (Nuvilab®) continha 7,5 g de banha de porco e 2,5 g de óleo de milho comercial a cada 100g de ração. Os animais foram mantidos em regime de 12 horas com luz e 12 horas sem luz e com controle da temperatura ambiente (±25ºC). Protocolo Experimental Após um período de duas semanas de adaptação ao ambiente e a dieta hiperlipêmica padrão, os animais foram separados e divididos aleatoriamente em 4 grupos de 6 animais. 10 Grupo 1 ou Controle: Administração de solução salina (NaCl 0,85%) por gavagem; Grupo 2 ou Estatina: Administração de estatina 10mg/Kg por gavagem; Grupo 3 ou 250mg/Kg: Administração de extrato de mirtilo 250mg/Kg por gavagem; Grupo 4 ou 500mg/Kg: Administração de extrato de mirtilo 500mg/Kg por gavagem. Após o tratamento de mais 14 dias com a dieta nos diferentes grupos experimentais, os animais foram submetidos, para posterior coleta de sangue, a um jejum de 8 horas. Os animais foram anestesiados com xilasina 2% (0,5mL/Kg) e ketamina 10% (0,9mL/Kg) intraperitoneal. A seguir, foram submetidos à laparatomia e punção da artéria abdominal para a retirada de 3mL de sangue (em média). O coração foi retirado para certificar-se do óbito de cada animal. As amostras de sangue total foram separadas para determinação da atividade da catalase, e o restante transferido para tubos de ensaio e centrifugado a 1500rpm por 15 minutos. O soro foi separado e acondicionado em frascos Eppendorf para posterior análise bioquímica. Análises Bioquímicas Após o processamento das amostras de sangue, foram realizadas as análises da atividade da catalase (CAT), onde utilizou-se o peróxido de hidrogênio (H2O2) conforme descrito por AEBI (23). Determinou-se o teor de compostos fenólicos no plasma dos ratos, através do reagente de Folin-Cicalteus conforme descrito por WATERMAN; MOLE (24), o índice de carbonilação de proteínas, conforme descrito por LEVINE (25), a determinação da concentração de vitamina C, conforme descrito por JAQUES-SILVA et al. (26) e a determinação de grupamentos SH, dosada indiretamente pela concentração de compostos sulfidrila (SH) totais e não-protéicos conforme descrito por ELLMAN (27). 11 A análise da atividade da catalase foi determinada em espectrofotômetro digital (Quimis®). As demais análises bioquímicas foram determinadas em analisador bioquímico (Labtest®). Aspectos Éticos Todo experimento foi conduzido de acordo com as normas éticas para experimentação animal. O trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética em pesquisa da URI de acordo com as normas do Colégio Brasileiro de Experimentação Animal (COBEA). Análise Estatística Os dados foram testados quanto sua normalidade mediante análise de KolmogorofSmirnoff. A seguir, os dados foram analisados mediante comparação de médias pelo teste de análise de variância (ONE WAY ANOVA) para dados paramétricos, seguido do teste de Tukey no programa SPSS 10.0 for Windows, com nível mínimo de significância de p < 5%. Os dados foram expressos como média ± erro padrão. RESULTADOS Os animais foram pesados antes da administração da dieta hiperlipêmica padrão, durante e ao término do tratamento. O resultado da média dos pesos, inicial, intermediário e final, está na figura 1. Estatisticamente, os resultados não mostraram diferença significante em comparação com o grupo controle. Independentemente do grupo experimental, os resultados apenas mostraram um importante ganho de peso durante o protocolo de tratamento. 12 A figura 2 mostra que o índice de carbonilação de proteínas, o Grupo 4 apresentou maior média (0,36 mM), seguido do Grupo 2 (0,29 mM), Grupo 3 (0,27 mM) e Grupo 1 (0,23 mM). No entanto, não mostraram diferença significante. A figura 3 mostra os resultados das médias do teor de compostos fenólicos presente no soro dos animais. O Grupo 2 apresentou a maior média (4,43 nmol), seguido do Grupo 3 (3,55 nmol), Grupo 1 (2,97 nmol) e Grupo 4 (2,80 nmol). Estatisticamente, os resultados não apresentam diferença significante. A figura 4 apresenta os resultados da determinação da atividade da catalase, que não apresentaram diferença significante uma vez que todos os grupos ostentaram médias semelhantes. Com maior média o Grupo 1 (0,33 U/L), seguido do Grupo 2 (0,31 U/L), do Grupo 3 (0,29 U/L) e, com menor média, o Grupo 4 (0,26 U/L). A figura 5 exibe o resultado das médias da concentração de ácido ascórbico presente nas amostras. O Grupo 3 apresentou a maior concentração (10,33 µmol), seguido do Grupo 2 (7,40 µmol), Grupo 1 (4,00 µmol) e Grupo 4 (2,50 µmol). A análise estatística dos resultados não mostrou diferença. A figura 6 mostra os resultados das médias da concentração de compostos sulfidrila (SH) totais. O Grupo 2 apresentou a maior média (241,3 nmol), seguido do Grupo 1 (240,3 nmol), Grupo 3 (227,3 nmol) e Grupo 4 (202,7 nmol). A análise estatística dos resultados não mostrou diferença. A figura 7 mostra os resultados das médias da concentração de compostos sulfidrila (SH) não-protéicos. O Grupo 3 apresentou a maior média (41,1 nmol), seguido do Grupo 4 (24,4 nmol), Grupo 1 (20,5 nmol) e Grupo 2 (15,5 nmol). A análise estatística dos resultados mostrou uma diferença estatisticamente significante do grupo de 250mg/kg/dia de extrato quando comparado com grupo controle. 13 DISCUSSÃO O oxigênio é essencial para a vida celular, mas ao mesmo tempo pode causar danos aos tecidos. Reações químicas entre o oxigênio e outras substâncias corpóreas podem dar origem aos radicais livres (28). Em contrapartida, o organismo dispõe de dois sistemas antioxidantes, o enzimático e o não-enzimático, que minimizam os danos produzidos pelos radicais livres (29,30). No sistema enzimático destaca-se a enzima catalase, que é de origem endógena. Já no sistema não-enzimático evidenciam-se os polifenóis e a vitamina C, que são obtidos através da alimentação (4,5,8,13,14). Segundo Vasconcelos et al. (8) a catalase é uma enzima que previne o acúmulo de H2O2 dentro das células e tem importante participação no processo de combate as EROS (8). Entretanto, sua determinação neste estudo não mostrou diferença significante nos protocolos experimentais. Pondera-se que devido ao H2O2 não ser uma espécie radicalar, nem ter alto potencial oxidante (31), acredita-se na necessidade de maior tempo de administração da dieta hipercolesterolêmica. Segundo Roesler et al. (5) a vitamina C é também chamada de ascorbato, sendo esta, a forma que atua como antioxidante sobre as EROS (5). O ascorbato age diretamente nas membranas celulares, impedindo a iniciação da peroxidação lipídica ou indiretamente regenerando a forma reduzida e antioxidante da vitamina E, que atua como antioxidante na face lipofílica da membrana (4,5,8). A deficiência do ascorbato na dieta humana causa o escorbuto e a propriedade química mais impressionante do ascorbato é a sua habilidade para agir como agente redutor (1). No presente trabalho, os resultados encontrados da análise do teor de ácido ascórbico não mostraram diferença entre os grupos. 14 Segundo Manach et al. (32) e Moskaug et al. (7) os polifenóis representam uma ampla variedade de compostos que são divididos em várias classes, sendo os flavonóides, a classe mais estudada atualmente (7,32). Os polifenóis apresentam propriedades antioxidantes e podem reagir diretamente com as EROS, formando produtos com menor reatividade. Podem, ainda, aumentar a capacidade das defesas antioxidantes endógenas e modular o estado redox celular (7). Além disso, alguns estudos mostram que os polifenóis modulam as atividades da proteína quinase, servem como ligantes para fatores de transcrição e modulam as atividades da protease (7,32). Alguns estudos evidenciam os efeitos benéficos de uma dieta rica em flavonóides e suportam a idéia de que as propriedades antioxidantes desses compostos podem reduzir as reações de peroxidação lipídica e retardar o processo de aterogênese (16,18,33). Como não há evidências de que suplementos de vitaminas antioxidantes previnam manifestações clínicas da aterosclerose, a utilização clínica destes ainda é inconclusiva. A alimentação rica em frutas e vegetais diversificados fornece doses apropriadas de substâncias antioxidantes, que certamente contribuirão para a manutenção da saúde (11). Segundo Moraes et al. (20) o mirtilo é a fruta com maior concentração de compostos fenólicos quando comparada com outras frutas como a uva, a amora e a framboesa (20). Já Prior et al. (17), revela que o teor de antocianinas totais e fenóis totais presentes no mirtilo varia de acordo com cada espécie (17). No presente trabalho, deve-se levar em consideração que os frutos utilizados não foram identificados por tipo de espécie e sim, obtidos como uma seleção de frutos de boa qualidade e sadios pelo produtor. Dados recentes da literatura mostram que o mirtilo contém uma variedade de vitaminas e minerais, incluindo vitamina C, tiamina, riboflavina, niacina, vitamina E, vitamina B6, potássio e cobre. Também, é uma fonte de fibra, praticamente não contém gordura e possuem um baixo conteúdo de sódio (20). A grande quantidade de vitaminas e minerais em sua 15 composição confere-lhe uma potente capacidade antioxidante, considerada um papel muito importante para a proteção do organismo contra os danos oxidativos que estão envolvidos nas patogêneses da aterosclerose e do câncer (18,19). Segundo Jaakola et al. (21), Rimando et al. (22) e Moraes et al. (20) os benefícios fisiológicos do mirtilo incluem redução do nível de colesterol LDL, sendo mais eficiente que muitos medicamentos prescritos pelos médicos, impedimento de infecções urinárias, melhoramento da memória e da coordenação motora afetada por doenças de caráter degenerativo. O mirtilo protege o cérebro dos efeitos de deterioração cerebral associadas à doença de Alzeimer e por ação do envelhecimento, como perda da memória em curto prazo, e ainda, ajuda no melhoramento da visão devido às concentrações muito elevadas de antocianina, na qual oferece melhor visão noturna e reduz a vista cansada (20,21,22). Segundo Rimando et al. (22), Erig; Schuch (19) e Moraes et al. (20) além dos benefícios já descritos, o mirtilo ainda apresenta propriedades anti-sépticas, anti-diarréicas e antihemorrágicas (19,20,22). Dados consistentes da literatura demonstram que uma das conseqüências do ataque dos radicais livres é o aumento da carbonilação de proteínas (34). Entretanto, neste estudo não se encontraram resultados significativos quanto ao índice de carbonilação de proteínas. As concentrações plasmáticas de grupamentos SH totais não foram significativas. Já na análise de grupamentos SH não-protéicos, a análise estatística mostrou uma diferença significante do grupo de 250mg/Kg/dia de extrato quando comparado com o grupo controle. Segundo Rosa et al. (35) e Machado et al. (36) 14 dias de administração de dieta hipercalórica são suficientes para ratos desenvolverem hipercolesterolemia (35,36). Porém, neste estudo não houve o desenvolvimento de hipercolesterolemia, apenas verificou-se um importante ganho de peso, em todos grupos experimentais, durante o protocolo de tratamento. Especula-se que seja necessário maior tempo de administração da dieta hipercolesterolêmica. 16 CONCLUSÃO Através dos resultados obtidos no presente estudo, conclui-se que o mirtilo apresenta baixa atividade antioxidante. Sugere-se a continuação deste estudo, uma vez que existem poucos trabalhos sobre o mirtilo. 17 REFERÊNCIAS 1. Ferreira ALA, Matsubara LS. Radicais livres: conceitos, doenças relacionadas, sistema de defesa e estresse oxidativo. 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Efeito do feijão preto (Phaseolus vulgaris, L.) sem casca na redução do colesterol sangüíneo de ratos hipercolesterolêmicos. Arch Lat Am Nutr 1998;48:299-305. 36. Machado DF, Ferreira CLLF, Costa NMB, Oliveira TT. Efeito de probiótico na modulação dos níveis de colesterol sérico e no peso do fígado de ratos alimentados com dieta rica em colesterol e ácido cólico. Ciênc Tecnol Aliment 2003;23. 23 LEGENDAS DAS FIGURAS FIGURA 1 - Resultados do peso inicial, intermediário e final de ratos Wistar expostos à dieta hipercolesterolêmica padrão. Resultados expressos com média ± erro padrão. FIGURA 2 – Análise de carbonilação de proteínas de ratos Wistar expostos à dieta hipercolesterolêmica padrão. p= 0,18 comparado com controle. Resultados expressos com média ± erro padrão. FIGURA 3 – Análise da concentração de polifenóis de ratos Wistar expostos à dieta hipercolesterolêmica padrão. p= 016 comparado com controle. Resultados expressos com média ± erro padrão. FIGURA 4 – Análise da atividade da catalase de ratos Wistar expostos à dieta hipercolesterolêmica padrão. p= 0,801 comparado com controle. Resultados expressos com média ± erro padrão. FIGURA 5 – Análise da concentração de ácido ascórbico de ratos Wistar expostos à dieta hipercolesterolêmica padrão. p= 0,54 comparado com controle. Resultados expressos com média ± erro padrão. FIGURA 6 – Análise da concentração de tióis totais de ratos Wistar expostos à dieta hipercolesterolêmica padrão. p= 0,800 comparado com controle. Resultados expressos com média ± erro padrão. FIGURA 7 - Análise da concentração de tióis não protéicos de ratos Wistar expostos à dieta hipercolesterolêmica padrão. p= 0,018 comparado com controle. Resultados expressos com média ± erro padrão. 24 FIGURA 1 400 350 peso (g) 300 250 200 150 100 50 0 controle estatina peso inicial (g) 250 mg/kg peso intermediário (g) 500 mg/kg peso final (g) 25 FIGURA 2 0,45 0,40 0,35 Carbonil (mM) 0,30 0,25 0,20 0,15 0,10 0,05 controle estatina 250 mg/kg 500 mg/kg 26 FIGURA 3 6,00 Polifenóis (nmol) 5,00 4,00 3,00 2,00 1,00 controle estatina 250 mg/kg 500 mg/kg 27 FIGURA 4 0,45 0,40 0,35 Catalase (U/L) 0,30 0,25 0,20 0,15 0,10 0,05 controle estatina 250 mg/kg 500 mg/kg 28 FIGURA 5 18,00 16,00 Àcido Ascórbico (umol) 14,00 12,00 10,00 8,00 6,00 4,00 2,00 controle estatina 250 mg/kg 500 mg/kg 29 FIGURA 6 300,0 Tiois totais (nmol) 250,0 200,0 150,0 100,0 50,0 controle estatina 250 mg/kg 500 mg/kg 30 FIGURA 7 60,0 Tióis não-proteicos (umol) 50,0 40,0 30,0 20,0 10,0 controle estatina 250 mg/kg 500 mg/kg 31 SBEM – Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia Instruções para autores de artigos: 1. Artigo Original É uma contribuição destinada a divulgar resultados de pesquisa original inédita, que possam ser replicados e/ou generalizados. O autor deve deixar claro quais as questões que pretende responder. O MS deve ter a objetividade como princípio básico e destinar-se exclusivamente para os Arquivos Brasileiros de Endocrinologia & Metabologia. O MS deve ser digitado em espaço duplo, em folhas de papel carta (216 x 279mm) ou A4 (212 x 297mm) com pelo menos 2,5cm de margens de cada lado. Começar cada uma das seguintes seções em folha separada: (A) Página título, (B) Resumo, (C) Abstract (resumo em inglês), (D) Texto completo, (E) Agradecimentos, (F) Referências, (G) Tabelas (cada uma com título e rodapé), (H) Legendas das figuras e (I) Figuras. As páginas devem ser numeradas consecutivamente começando com a página título. A. Página Título Deve conter: (a) título do MS (em português e inglês), (b) nome e filiação institucional de todos os autores, (c) nome do(s) Serviço(s) e/ou Departamento(s) e Instituição(ões) onde o trabalho foi realizado, (d) nome e endereço completo (incluindo e.mail) do(a) autor(a) responsável pela correspondência, (e) “título abreviado”, com até 40 caracteres (incluindo espaços entre palavras). Autoria Todas as pessoas designadas como autores devem responder pela autoria do MS e ter participado suficientemente do trabalho para assumir responsabilidade pública pelo seu conteúdo. O crédito de autoria deve ser baseado apenas por contribuições substanciais durante: (i) concepção, planejamento, execução, análise e interpretação dos resultados, (ii) redação ou revisão do MS de forma intelectualmente importante e, (iii) aprovação final da versão a ser publicada. A participação limitada somente à obtenção de fundos, coleta de dados, supervisão geral ou chefia de um grupo de pesquisa não justifica autoria. Os Editores podem solicitar justificativa para a inclusão de autores durante o processo de revisão, especialmente se o total de autores exceder seis. Os autores devem explicitar eventuais conflitos de interesse. 32 B/C. Resumo e Abstract A segunda página deve conter um Resumo semi-estruturado do trabalho (contendo: Objetivo, Métodos, Resultados e Conclusões), com até 150 palavras. Em página separada, fornecer o Abstract, que deve ser a tradução fiel do resumo para o idioma inglês. Os Editores incentivam os autores a mostrar o Abstract a pessoas que dominem o idioma inglês, antes de submetê lo à revista. Ao final do Resumo e do Abstract devem ser fornecidos 4 a 6 descritores do MS (e keywords corrrespondentes), para facilitar sua indexação posterior. Estes descritores devem estar de acordo com os padrões do Index Medicus, que podem ser consultados no endereço eletrônico: http://decs.bvs.br/ D. Texto Deve ser dividido nas seguintes seções: (I) Introdução, (II) Métodos, (III) Resultados e (IV) Discussão. I. Introdução: deve conter o propósito do trabalho, sumarizando os motivos do estudo. Evitar fazer uma revisão extensa do assunto e a inclusão de dados ou conclusões do estudo a ser apresentado. II. Métodos: deve conter uma descrição do modelo experimental empregado (pacientes ou animais de laboratório), identificando os métodos, aparelhos e equipamentos utilizados (nome do fabricante e/ou origem do material entre parênteses), e detalhes suficientes dos procedimentos que possam permitir a reprodução do estudo apresentado. Métodos estabelecidos podem ser citados através de referências. Os métodos estatísticos devem ser descritos com detalhes suficientes para permitir a verificação dos resultados àqueles que tiverem acesso aos dados originais. III. Resultados: Devem ser apresentados em seqüência lógica no texto, evitando repetir dados apresentados em tabelas ou figuras; somente as observações importantes devem ser enfatizadas. Unidades de Medidas As medidas de comprimento, altura, peso e volume devem ser relatadas em unidades do sistema métrico (metro, kilograma, litro) ou seus múltiplos decimais. Temperaturas devem ser 33 fornecidas em graus Centígrados; pressão arterial em mm de mercúrio (Hg). Os valores hematimétricos e químicos devem ser fornecidos no sistema métrico tradicional. IV. Discussão: deve focalizar os aspectos novos e importantes do estudo e as conclusões obtidas. Evitar repetir resultados ou informações já apresentadas em outras seções. Deve se ressaltar as implicações dos achados, suas limitações e mesmo recomendações para estudos futuros. E. Agradecimentos Em nova página, incluir: (i) contribuições que necessitam agradecimentos, mas não justificam autoria, (ii) agradecimentos a auxílio técnico, financeiro e material, incluindo auxílio governamental e/ou de laboratórios farmacêuticos e, (iii) relacionamentos financeiros que possam representar potencial conflito de interesse. F. Referências bibliográficas Devem ser numeradas consecutivamente em ordem de aparecimento no texto e identificadas por numerais arábicos entre parenteses, conforme o exemplo: “Houve uma atualização da medicina molecular (3), seguida de avanços na área de genética aplicada (4-6), que ...”. Os títulos dos periódicos devem ser abreviados de acordo com o estilo usado no Index Medicus, que pode ser consultado no endereço eletrônico http://www.nlm.nih.gov/tsd/serials/lji.html. Trabalhos aceitos mas ainda não publicados podem ser incluídos, fornecendo-se o nome do periódico seguido do ano e da informação: (no prelo). Deve se evitar a citação de resumos apresentados em congressos. A exatidão das referências constantes da listagem e a correta citação no texto são de responsabilidade do autor. Utilizar o estilo exemplificado a seguir: Artigo em Revistas: (listar todos os autores, mas se o número exceder seis, acrescentar: et al.): Taylor AE, Hubbard J, Anderson EJ. Impact of binge eating on metabolic and leptin dynamics in normal young women. J Clin Endocrinol Metab 1999;84:428 34. Capítulo de Livro: Kane JP, Mafoy MJ. Disorders of lipoprotein metabolism. In: Greenspan FS, Strewler GJ, editors. Basic & clinical endocrinology. 5th ed. London: Prentice Hall; 1997. p.680 709. 34 Livro: Leder P, Clayton DA, Rubenstein E. Introduction to molecular medicine. New York: Scientific American; 1994. G. Tabelas Cada tabela deve ser apresentada em folha separada, digitada em espaço duplo e numerada em arábico, conforme seu aparecimento no texto; deve conter um breve título na parte superior e as explicações, estatística, etc, indicadas adequadamente no rodapé. H/I. Figuras e Legendas Cada MS deve vir acompanhado de 2 conjuntos originais de figuras ou ilustrações. As cópias do MS podem ser acompanhadas de fotocópias nítidas deste material. As figuras devem ser desenhadas profissionalmente, mantendo o fundo claro, e fotografadas. Não usar cores (a não ser que previamente acordado com o editor); ao invés, aplicar texturas distintas para salientar contrastes. Em lugar dos desenhos originais e/ou radiografias, deve se enviar fotografias em branco e preto, papel brilhante (glossy), nítidas, em formato 12x18cm ou 18x24cm. As letras, números e símbolos devem ser claros e de tamanho suficiente para serem legíveis mesmo após redução substancial para publicação. Os títulos e legendas das figuras devem ser fornecidos em folha separada, e nunca na própria figura. Cada figura deve ser adequadamente identificada, no verso, com um lápis azul leve (ou com uma etiqueta), indicando o nome do primeiro autor, o número da figura e a orientação para inserção no texto.