"Pois haverá tempo em que não suportarão a sã doutrina; pelo contrário, cercar-se-ão de mestres segundo as suas próprias cobiças, como que sentindo coceira nos ouvidos; e se recusarão a dar ouvidos à verdade, entregando-se às fábulas." (2Timóteo 4:3,4) Como sabemos qual doutrina é sã? A sã doutrina é a verdade eterna e imutável acerca de Deus e do evangelho. As doutrinas que simplesmente arranham ouvidos inquietos não se importam com a verdade; sua única preocupação é parecerem boas. Concentram-se no que os ouvintes querem ouvir - e naquilo pelo que pagarão. Todavia, a distinção nem sempre é tão clara. A sã doutrina parece boa para alguns ouvidos, e até mesmo o pior manipulador apresenta partículas de verdade. Segue abaixo uma descrição de diversas abordagens às doutrinas: Charlatães. Numa extremidade da escala, os charlatães trapaceiam e enganam para vender as suas idéias. Modificam a sua mensagem quando lhes convém, dando bastante atenção ao que o seu público aprecia ou não aprecia. Os charlatães querem o poder e o lucro que acompanham uma carreira bem sucedida de ensino. Paulo via os falsos mestres de Éfeso como charlatães. Comerciantes. No meio da escala encontram-se os comerciantes - vendedores de idéias religiosas, peritos em despertar o apetite das pessoas pelas suas idéias. Às vezes usam táticas que se aproximam da manipulação. Os comerciantes sabem o que querem comunicar, mas estão prontos a fazer algumas mudanças para vender melhor. Os comerciantes são motivados pelo interesse próprio apenas em parte. Também têm um interesse genuíno em servir o seu público. Contextualizadores. No outro extremo da escala encontram-se os contextualizadores - aqueles cujo objetivo é comunicar de maneira que as pessoas possam entender, preservando a integridade da mensagem. Os missionários, por exemplo, procuram a melhor maneira de se comunicar superando barreiras culturais. Os contextualizadores são sinceros estão preocupados com os seus ouvintes e não com o lucro. São cristãos genuínos como Paulo que declara: "Porque nós não estamos, como tantos outros, mercadejando a palavra de Deus; antes, em Cristo é que falamos na presença de Deus, com sinceridade e da parte do próprio Deus." (2Coríntios 2:17) Há que se mencionar entretanto que a diversidade de ministérios não pode macular a sã doutrina, mesmo havendo divergências de opiniões entre cristãos sobre certos assuntos bíblicos. Unidade não é o mesmo que unanimidade. A obra de Cristo na cruz é o fundamento da unidade espiritual. Os cristãos estãos unidos em torno dos pontos essenciais da fé (como a autoridade das Escrituras, o pecado humano e a necessidade de um Salvador, a divindade de Cristo, a sua morte e ressurreição, o seu prometido retorno e assim por diante). Os cristãos podem divergir acerca de temas não essenciais à salvação, sem estar divididos espiritualmente.