Terça-feira – 13/10/2009
N° 182/2009
MEIO AMBIENTE
Lula reúne ministros para tratar de proposta que
será levada à conferência de mudanças
climáticas
(Agência Brasil)
Brasília - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reúne amanhã (13) alguns de
seus ministros para discutir a posição brasileira que será levada à Conferência
da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre Mudanças Climáticas,
marcada para dezembro, em Copenhague (Dinamarca).
O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, defenderá o plano ambicioso de
redução obrigatória de 80% do desmatamento e de 40% das emissões de
dióxido de carbono em relação a 1990, até 2020. A regra valeria para todos os
países, independentemente do grau de desenvolvimento. “Se fizermos o nosso
dever de casa, teremos uma posição forte. O Brasil vai colocar as cartas na
mesa”, disse o ministro à Agência Brasil.
No último dia 9, representantes de aproximadamente 190 países encerraram
encontro, na Tailândia, sem grandes avanços na consolidação de um acordo
para complementar o Protocolo de Quioto, que começa a vencer em 2012. Um
dos principais entraves é uma nova meta de emissão de carbono para os
países desenvolvidos. O protocolo é um acordo que estipula metas de redução
das emissões dos gases causadores de efeito estufa.
Para os cientistas, as nações industrializadas precisam, nos próximos dez
anos, reduzir as suas emissões entre 25% e 40% em relação aos níveis de
1990 com o objetivo de evitar uma elevação de 2 graus Celsius (ºC) na
temperatura do planeta. No entanto, o percentual mais cogitado não ultrapassa
os 23%.
Mesmo diante da falta de acordo na Tailândia, Minc acredita que o cenário será
outro em Copenhague, pois os países estariam guardando “cartas no bolso do
colete” para as futuras negociações.
Hoje (12), em seu programa de rádio semanal, Café com o Presidente, o
presidente Lula voltou a defender a medição de quanto cada país emite de
carbono e que os países sejam responsabilizados. “Porque, aí, você vai
responsabilizar cada país pelo estrago que ele fez e acabar com essa
discussão genérica, em que todo mundo quer ser tratado em igualdade de
condições. Nós queremos que os outros países assumam a responsabilidade”,
disse no programa.
Na Dinamarca, os 192 países que firmaram a Convenção das Nações Unidas
sobre Mudanças Climáticas terão que definir um novo acordo para regular as
emissões de carbono, substituindo, assim, o Protocolo de Quioto.
Além de Minc, participarão da reunião com Lula os ministros das Relações
Exteriores, Celso Amorim, e da Ciência e Tecnologia, Sergio Rezende.
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POLÍTICA
Presidente vistoria obras do São Francisco nesta
quarta
(Hoje em Dia/MG)
A primeira parada do presidente em Minas Gerais será na cidade de
Pirapora, Norte do Estado
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) desembarca nesta quarta (14) em
Minas Gerais para vistoriar obras no Rio São Francisco. A primeira parada no
Estado, ao lado do ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima
(PMDB), será na cidade de Pirapora, Norte do Estado. Na sequência, Lula
estará em Buritizeiro, na mesma região. Ontem pela manhã, no programa de
rádio “Café com o Presidente”, Lula disse que a revitalização do rio é uma obra
fundamental para o país.
Recuperar as matas nas margens e proximidades do rio, permitindo que se
leve água a milhões de pessoas, foram os argumentos utilizados pelo
presidente para justificar a importância da polêmica obra. “Esse canal, na
verdade, vai levar água para mais de 12 milhões de pessoas nos Estados de
Pernambuco, da Paraíba, do Rio Grande do Norte, do Ceará, que são as
pessoas que vivem o drama da seca mais forte do que qualquer outro cidadão
brasileiro”, disse Lula.
As obras de integração do São Francisco às Bacias Hidrográficas do Nordeste
Setentrional estão atualmente estimadas em R$ 6 bilhões e a meta é concluir
parte dela já no ano que vem e outra em 2012. O valor equivale ao custo de
algumas hidrelétricas e gasodutos já construídos e/ou previstos no país. “É
uma coisa secular e nós achamos que é importante levar água. E essa água
vai perenizar alguns rios existentes e, ao mesmo tempo, manter os açudes
num nível de água para que a gente possa fomentar a pequena agricultura,
irrigação em muitos estados da federação’’, afirmou o presidente.
Além de Minas, Lula estará na Bahia, onde, de barco, visita a região de Barra.
Lá, confere problemas como erosão, que atingem o Rio São Francisco na
região. Na quinta-feira, a comitiva do presidente segue para Pernambuco, em
Floresta e Cabrobró, eixos da transposição.
Conforme previsão do Governo federal, 199 municípios estão envolvidos com
as obras de revitalização do Rio São Francisco, em Minas, Bahia, Pernambuco,
Alagoas e Sergipe. O empreendimento tem como meta integrar bacias, com
desvio de 26,4 metros cúbicos de água por segundo para dois canais de
captação: Norte e Leste. O Eixo Norte levará água para Pernambuco, Ceará,
Paraíba e Rio Grande do Norte. Já o Eixo Leste levará água para Pernambuco
e Paraíba.
O projeto gera críticas de políticos, religiosos e artistas, mas segue
tranquilamente. As dúvidas e incertezas dos críticos dizem respeito aos
impactos sócioambientais.
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ECONOMIA
Real dispara diante de principais moedas
(Folha de São Paulo, 11/10)
Além de subir 34,4% ante o dólar neste ano, moeda tem ganho sobre as
divisas dos principais destinos de exportação
Valorização chega a 49,4% ante o peso argentino e a 29,1% em relação ao
euro; para especialistas, apreciação do real tende a continuar
O fortalecimento do real tem sido um fenômeno mais amplo do que a simples
apreciação diante do dólar. Para desespero do setor exportador brasileiro, a
moeda nacional tem se valorizado expressivamente em relação às principais
divisas do planeta e de muitos de seus parceiros comerciais.
O dólar nem é a divisa sobre a qual o real mais ganhou terreno nos últimos
meses. Enquanto o real registra apreciação de 34,42% em relação à moeda
norte-americana no ano, acumula alta de 49,35% sobre o peso argentino. Se
for comparada com o iene, a divisa brasileira apresenta elevação de 33,73%.
Em relação ao euro, a alta é de 29,10%. As variações se referem às cotações
de compra divulgadas pelo Banco Central.
"Vamos ter cada vez mais dificuldades para o exportador. O governo não está
atento ao assunto, não está fazendo nada em relação à apreciação do real,
que não se restringe ao dólar, alonga-se às moedas de diversos países com os
quais temos relacionamento comercial", diz Roberto Segatto, presidente da
Abracex (Associação Brasileira de Comércio Exterior).
Quando o real se aprecia, acaba por reduzir a competitividade da indústria
nacional, ao encarecer os produtos brasileiros vendidos para o exterior.
Com a moeda brasileira cada vez mais forte, volta a esquentar o debate sobre
o câmbio livre e as limitações do governo para interferir nesse segmento.
Há especialistas que defendem algum tipo de controle cambial, como limites
mínimos de prazo para o capital externo permanecer no país e taxação dos
recursos que vêm de fora. Medidas como essas, dizem, poderiam desestimular
a vinda de capital especulativo e diminuir o montante de dólares disponíveis no
mercado.
Roberto Padovani, estrategista-chefe do banco WestLB, avalia que impor
barreiras para tentar conter a apreciação do câmbio pode gerar resultados,
"mas apenas temporários". "A trajetória é de fortalecimento do real. Sobra
pouco para o Banco Central fazer. As compras que o BC tem feito no mercado
são importantes, mas não conseguem segurar a cotação."
Com as aquisições da autoridade monetária, as reservas internacionais
atingiram o nível inédito de US$ 230 bilhões.
Preocupação global
O problema da apreciação da moeda local e dos riscos que isso pode trazer
para o comércio exterior tem se tornado uma preocupação para muitos países,
não apenas para o Brasil.
Na semana passada, bancos centrais de países do sudeste asiático decidiram
intervir no câmbio na tentativa de conter a apreciação de suas moedas em
relação à divisa dos EUA.
Na sexta-feira, o dólar conseguiu se recuperar um pouco em relação ao euro e
ao iene. Mas, no mercado brasileiro, o que se viu foi nova baixa, com a moeda
cotada a R$ 1,737, em seu nível mais baixo desde 8 de setembro de 2008, um
pouco antes de a crise internacional entrar em seu período mais crítico.
"O real está de fato muito valorizado diante de várias moedas. Seria muito
simplista dizer que o movimento atual do câmbio não gera impactos na
economia. Mas o que deve ser feito? Baixar mais os juros para desestimular a
vinda de recursos externos? Criar algum tipo de controle de capital?",
questiona Francisco Pessoa, economista da consultoria LCA.
Em 2008, esteve em pauta debate parecido com o atual, antes do agravamento
da crise que depreciou de forma acelerada o real. Em agosto, o dólar rondava
R$ 1,56, seu mais baixo patamar desde janeiro de 1999. Com a deterioração
da economia global, desencadeada pela crise, o dólar superou R$ 2,50 -isso
antes de 2008 acabar.
Pessoa lembra que o real apreciado tem ao menos um efeito benéfico, que é
ajudar a controlar a inflação.
"De todo modo, o mais provável é que o dólar fique oscilando em uma faixa de
R$ 1,70 a R$ 1,80 até 2010. Isso desde que a economia global continue em
rota de recuperação."
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Lula desiste de projeto de taxar poupança
(Folha de São Paulo, 10/10)
Presidente diz que medida "perdeu seu tempo político"; governo teme
desgaste perto de ano eleitoral e atraso nos projetos do pré-sal
Avaliação é que tendência de alta nos juros reduz atratividade da
caderneta ante os fundos e diminui urgência de mudança
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse a assessores que o projeto que
tributa a caderneta de poupança com a cobrança de Imposto de Renda "perdeu
seu tempo político" e que não quer mais enviá-lo ao Congresso.
O governo teme dois possíveis efeitos negativos do projeto: repercussão
negativa na véspera do ano eleitoral em criar um imposto de 22,5% sobre
poupanças com saldo acima de R$ 50 mil e atrasos na tramitação das
propostas sobre o marco regulatório do pré-sal.
Lula admite repensar sua posição apenas se o ministro Guido Mantega
(Fazenda) considerar a medida essencial. A própria equipe do ministro,
contudo, considera que politicamente a proposta ficou inviável, apesar de
tecnicamente ainda ser defendida. A última versão do projeto, por sinal, foi
devolvida pela Casa Civil para o Ministério da Fazenda.
Mesmo que a Fazenda avalie a medida como essencial, antes Lula ouvirá
novamente os líderes dos partidos da base aliada sobre o assunto. Até aqui,
segundo levantamento informal feito pelo governo, nenhum partido quer votar
agora uma medida tão impopular -a menos de um ano da eleição.
Entre assessores diretos de Lula, vigora a impressão de que o motivo para o
lançamento da ideia praticamente deixou de existir no momento. Segundo a
Folha apurou, o argumento geral é que os juros devem subir no médio prazo
em vez de cair, transferindo o problema para o próximo governo.
A ideia de taxar a poupança surgiu quando o Banco Central reduziu os juros
abaixo de dois dígitos. A novidade tornou a caderneta mais atrativa do que boa
parte dos fundos de investimentos. Para evitar uma migração forte de recursos
dos fundos para a poupança, o governo decidiu reduzir a remuneração da
caderneta.
O receio era que uma fuga de recursos dos fundos de investimento
prejudicasse o financiamento da dívida pública. Afinal, os fundos aplicam boa
parte dos recursos captados de clientes em títulos públicos federais.
Articuladores políticos do governo já avisaram Lula que são contra a medida.
Mesmo sabendo que o projeto não atinge 99% dos donos de caderneta de
poupança, eles alertam para o fato de que a oposição irá usá-lo para desgastar
a imagem do governo na campanha eleitoral.
Além disso, só teria sentido enviar o tema por regime de urgência ou medida
provisória, já que ele precisa entrar em vigor neste ano para ser aplicado no
próximo. Isso levaria a um trancamento da pauta da Câmara, impedindo a
aprovação do marco regulatório do pré-sal, considerado vital pela base aliada
para ser usado na eleição presidencial de 2010.
Segundo recuo
Esse será o segundo recuo do governo no caso. A primeira proposta, divulgada
em maio, foi abandonada por ser considerada muito complexa. A segunda,
fechada em meados de setembro, previa taxar em 22,5% os rendimentos de
cadernetas de poupança com saldo superior a R$ 50 mil.
Até mesmo as propostas de aliados no Congresso, de subir a taxação para
poupanças com saldo superior a R$ 100 mil, estão sendo consideradas
inviáveis politicamente neste momento e não receberão apoio da base do
governo.
Diante da desistência de enviar o projeto, a equipe econômica analisa a
hipótese de encaminhar, no próximo ano, um projeto que represente a solução
definitiva para o problema, que seria acabar com a remuneração fixa da
poupança -6% ao ano mais a variação da TR (Taxa Referencial).
Essa proposta seria discutida pelo Congresso no próximo ano e ficaria pronta
para votação após a eleição presidencial. Assim, o novo presidente da
República assumiria com a questão resolvida. Nesse caso, uma das ideias é
atrelar o rendimento da poupança à taxa de juros do Banco Central. Ou seja, a
caderneta renderia um determinado percentual da taxa do BC.
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DIVERSOS
Mulher leva Nobel de Economia pela 1ª vez
(Folha de São Paulo)
Americana Elinor Ostrom é laureada por trabalho sobre gestão
comunitária de recursos e divide prêmio com conterrâneo
"Nobel da crise" prestigia pesquisas menos abstratas, sobre como
pessoas podem cooperar umas com as outras
O Prêmio Nobel de Economia, criado em 1969, foi concedido pela primeira vez
a uma mulher. Elinor Ostrom, 76, professora da Universidade de Indiana
(EUA), é doutora em ciência política e pesquisa a gestão de recursos por
comunidades. Ela dividiu o prêmio com Oliver Williamson, 77, professor da
Universidade da Califórnia e doutor em economia. Ele estuda tomadas de
decisão em empresas.
O Nobel deste ano registrou um número recorde de prêmios entregues a
mulheres. No total, foram cinco pesquisadoras laureadas em áreas como
química, medicina, literatura e economia.
No ano da crise, o comitê deixou de lado trabalhos focados em macroeconomia
e em modelos abstratos. Os vencedores desenvolveram pesquisas de campo
que procuram compreender como as pessoas cooperam entre si fora dos
mercados convencionais. Um dos fatores em comum entre os trabalhos é a
questão da regulação.
Para o comitê do prêmio, embora a teoria econômica tenha iluminado de forma
abrangente as virtudes e as limitações dos mercados, tradicionalmente prestou
menos atenção a outros arranjos institucionais.
O trabalho de Ostrom tem implicações em políticas ambientais e questões
relacionadas ao aquecimento global. Seu trabalho derruba a tese de que,
quando comunidades administram recursos ou bens finitos, acabarão por
destruí-los, e que o melhor seria uma regulação centralizada ou privatização.
Com base em exemplos de gestão de áreas de floresta, suprimento de água e
pasto, Ostrom comprovou que a gestão comunitária pode ter resultados
melhores do que o previsto.
A pesquisadora se mostrou surpresa com o prêmio: "Que maneira de começar
uma segunda de manhã!".
Burocratas
Em entrevistas, comentou seu trabalho: "Desde que nós descobrimos que
algumas vezes os burocratas não têm as informações corretas, enquanto
cidadãos e usuários dos recursos têm, nós esperamos que isso ajude a
encorajar um senso de capacidade e de poder".
Na prática, o trabalho de Ostrom indica que políticas públicas, principalmente
ambientais, têm mais resultados quando são baseadas na colaboração entre
as partes, e não na simples imposição de regras. Em um trabalho de 2006,
afirma que, quando os usuários estão engajados nas decisões referentes a
regras que afetam a maneira como usam os recursos, a probabilidade de
seguirem o que foi definido e monitorarem os outros é bem maior do que
quando uma autoridade simplesmente impõe normas.
Já o trabalho de Williamson procura explicar o processo de tomada de decisão
das empresas e como elas se estruturam.
As diversas hipóteses estudadas explicariam, por exemplo, por que uma
empresa dependente de uma matéria-prima decide comprar o produto, no
mercado livre, do fornecedor que oferecer o menor custo, ou se vai definir um
contrato de longo prazo com um único fornecedor ou ainda se vai promover
uma fusão para contar com o produto na própria empresa.
Segundo a pesquisa, o fator que define essas escolhas é o custo de transação.
Na prática, em mercados de maior competição faz mais sentido negociar com
parceiros externos. Em mercados menos eficientes, com menos competição,
pode ser melhor à empresa desenvolver toda a cadeia, da matéria-prima ao
produto final.
"Williamson mostrou que muito do que pensávamos como comportamento
anticompetitivo pode ser uma resposta aos custos de transação", disse o
economista Alex Tabarrok, da George Mason University.
Cinco mulheres receberam o prêmio em 2009
Cinco mulheres receberam o Prêmio Nobel neste ano -um número recorde.
Desde o início das premiações, em 1901, 40 mulheres foram premiadas -5% do
total. O Nobel já foi concedido a 802 pessoas.
As ganhadoras do Nobel em 2009 são: Elinor Ostrom, 76 (Economia),
Elizabeth Blackburn, 60, e Carol Greider, 48 (Medicina), Ada Yonath, 70
(Química) e Herta Mueller, 56 (Literatura).
No início do século passado, o Prêmio Nobel foi concedido a Marie Curie duas
vezes. Ela ganhou o o Nobel de Física em 1903 e o de Química em 1911.
Com as cinco ganhadoras deste ano, foi quebrado o recorde anterior de 2004,
quando três mulheres foram premiadas.
Ostrom, vencedora do Nobel de Economia, irá compartilhar um prêmio
equivalente a US$ 1,4 milhão com o outro ganhador da categoria, Oliver E.
Williamson.
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Brasil é um dos países com maior disparidade
salarial da América Latina, diz BID
(O Globo, 12/10)
WASHINGTON - A falta de projetos educacionais com foco em mulheres e
minorias, especialmente entre os mais pobres, além da discriminação pura e
simples, colocam o Brasil na incômoda posição de um dos mais desiguais da
América Latina se levadas em consideração as defasagens salariais de gênero
e entre brancos e outras raças/minorias, diz estudo do Banco Interamericano
de Desenvolvimento (BID), ao qual o GLOBO teve acesso com exclusividade e
que será divulgado nesta segunda-feira.
De acordo com reportagem de Gilberto Scofield Jr., no Brasil, as mulheres
ganham, em média, 29,7% menos do que os homens, a maior diferença
encontrada entre os dez países avaliados pelo BID e quase o dobro da média
da região (17,2%). A defasagem salarial por raça no Brasil é ainda maior, de
30%, e também a mais gritante entre as nações que estão no estudo do BID.
A reportagem informa ainda que o relatório, intitulado "Novo século, velhas
disparidades: diferenças salariais entre gêneros e etnias na América Latina",
preparado pelos economistas Hugo Ñopo, Juan Pablo Atal e Natalia Winder,
mostra que, na média da região, negros e indígenas ganham 28% a menos que
os trabalhadores brancos, enquanto homens ganham 17,2% a mais que
mulheres. Isso considerando grupos com a mesma idade e nível de instrução.
- A desigualdade salarial por gênero não chega a ser um problema grave em
países desenvolvidos da Europa ou nos Estados Unidos, mas é uma realidade
grave no Oriente Médio e, num segundo patamar, na América Latina, que é
uma das regiões mais desiguais, do ponto de vista econômico, do mundo. O
Brasil não tem tantas etnias diferentes como as 21 da Guatemala, mas, nem
por isso, é menos desigual quando comparamos a remuneração de brancos
com negros e descendentes de índios - comenta o economista Hugo Ñopo.
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Fazendo reuniões produtivas
(Diário do Comércio/MG)
Os líderes precisam se encontrar regularmente com seus liderados e com seus
superiores hierárquicos para discutir como as coisas estão evoluindo. Um item
da pauta poderia ser comparar seus planos de desenvolvimento e descobrir o
que está funcionando e o que não está funcionando nas atividades uns dos
outros.
Para conseguir uma reunião produtiva é importante que todos estejam
preparados e saibam o que esperar. Para tanto, a reunião deve ser organizada
e a pauta planejada. O líder deve cuidar para que a pauta seja cumprida e os
integrantes precisam atingir um consenso antes de terminar a reunião. Além
disso, deve ser facilitada a democracia e a participação de todos os integrantes
do grupo, motivando-os a opinar e propor idéias, de modo a propiciar a
comunicação e a tomada de decisões, levando em conta os pontos a favor e
contra.
É fundamental escutar a todos. Às vezes, só se escuta o que dizem
determinadas pessoas do grupo, geralmente aquelas que falam melhor e têm
maior fluência verbal. Isso deve ser evitado para que não se deixe de ouvir com
atenção aos tímidos, aos que se expressam com menos clareza ou aos que
têm uma opinião distinta. Escutar significa ter a capacidade de receber o que o
outro quer dizer da forma mais próxima ao que ele sente e pensa.
Na vida de uma organização decisões devem ser tomadas continuamente e
cabe ao líder conduzi-las que todos participem ativamente. necessário deixar
claro as alternativas que estão em jogo e possibilitar que as pessoas dêem
argumentos para apoiar uma ou outra alternativa. Daí ser necessário facilitar a
integração do grupo e confrontar as diversas opiniões possibilitando, assim,
que todos se escutem e destaquem as opiniões mais significativas.
Existem algumas regras que fazem com que as reuniões sejam rápidas e com
melhores resultados. Uma delas é pedir a todos que desejam apresentar um
problema que se preparem antes respondendo às perguntas: Qual é o
problema? Quais são suas causas? Quais são as possíveis soluções? Qual é a
melhor solução possível? E, finalmente, escrevam: "Esta é a solução que
recomendo".
Essas quatro perguntas, para resolver qualquer problema, podem ser usadas
em memorandos ou cartas, em reuniões e em conversações telefônicas. Às
vezes, a melhor solução pode ser a combinação de duas ou mais das possíveis
soluções oferecidas.
Se você for o responsável pela direção da reunião é bom que procure seguir as
seguintes regras:
- Procure começar a reunião com uma breve explicação do problema. Veja, em
seguida, se os participantes o compreenderam bem.
- Questione as causas do problema.
- Faça resumos com freqüência do que foi discutido até então.
- Peça as soluções possíveis, buscando ter as evidências que comprovem a
praticidade de cada solução.
- Após o problema ter sido suficientemente discutido, faça um resumo final e
proceda, então, à sua votação.
- O ideal é que todas as soluções apontadas tenham responsáveis e prazo
para execução.
- Sempre que for conveniente, nomeie uma pessoa ou uma comissão
encarregada de verificar se a decisão foi tomada corretamente e no tempo
previsto.
- Evite expressar suas idéias pessoais e só o faça depois que os outros as
tenham expressado. Seu objetivo principal é dirigir e não participar
calorosamente da discussão.
- Seja flexível. No entanto, se você tem mais de doze pessoas em uma reunião,
procure garantir que a pessoa que queira falar obtenha a sua autorização. Ela
deverá levantar a mão e se pronunciar somente após sua autorização, seja
pela menção ao nome ou por um aceno afirmativo com a cabeça. Uma outra
forma é fazer uma bolinha de papel e só permitir que fale aquele que a tiver
nas mãos.
- Mantenha a reunião ativa, sem se desviar do tema. Garanta que seja rápida,
com exposições curtas. Intervenha quando alguém falar muito ou com
demasiada freqüência, assim como quando saírem do tema. Reforce: "O
assunto que estamos discutindo é... Por favor, não se afaste do tema".
- Procure fazer com que todos participem da reunião, porém evite perguntar
diretamente a cada um a sua opinião.
Quando você participa de uma reunião, você obtém melhores resultados se
todos os participantes observarem as seguintes regras:
- Fale do seu lugar, só levante se estiver em uma grande assembleia.
- Fale de maneira breve, resumida e sobre o tema em discursão.
- Preocupe-se com o seu tom de voz. Fale sempre em tom de conversação,
mas garanta que todos o ouçam.
- Admita só uma solução do problema de cada vez.
- Apóie cada solução sugerida, desde que indique um resultado.
- Apresente evidências que demonstrem que a solução proposta é coerente.
- Evite expressar suposições ou generalidades numa reunião.
- Ouça atentamente a todos os participantes.
- Não interrompa a fala de outra pessoa.
- Em vez de fazer afirmações diretas, faça perguntas.
- Se fizerem alguma afirmação com a qual você não concorda, não discuta.
Pergunte, em tom amigável, o que faz com que a pessoa tenha essa opinião.
Dessa maneira você obterá informações muito valiosas.
Você pode fazer um ôalgo a maisõ para que as reuniões fiquem ainda
melhores:
- Ao invés de simplesmente seguir a pauta, discuta as coisas certas e inclua
itens mais importantes e urgentes nela.
- Aproveite os estilos e preferências dos membros na distribuição das tarefas
ao invés de simplesmente começar e terminar a reunião na hora marcada.
- Na maior parte do tempo, tome decisões. Não fique apenas no relato e
compartilhamento de informações.
- É fundamental que você envolva todos os membros da equipe nas reuniões.
Inclua, sempre que possível, parceiros internos, clientes e fornecedores na
reunião.
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