Dieta materna A alimentação das mães que amamentam deve ser variada e saudável. Alguns sabores de comida, condimentos e bebidas ingeridas pela mãe passam para o leite materno. Este fato faz com que o bebé amamentado seja exposto desde cedo a determinados sabores e experiências sensoriais, que facilitarão a aceitação dos vários alimentos aquando da diversificação alimentar. No entanto, bebidas muito gaseificadas, alimentos com corantes e conservantes, alimentos exageradamente condimentados ou mal cozinhados e o álcool são desaconselhados. Em relação à cafeína, podem ser consumidos 1 a 2 bebidas com cafeína por dia, sem que sejam atingidos níveis no leite prejudiciais para o lactente. Quanto ao tabaco, o filho de uma mãe fumadora recebe quer nicotina, quer os seus metabolitos através do leite materno. Esta exposição está associada ao aumento do risco de Síndrome de Morte Súbita no lactente, a infeções respiratórias e a diminuição da produção de leite da mãe. Se a evicção tabágica não for possível, a mãe não deve fumar na presença do bebé e deve evitar fazê-lo nas 2h30 que precedem a mamada. Mamilos Pequenos, Planos ou Invertidos – Muitas vezes são os próprios Recém Nascidos que conseguem ultrapassar este problema, no entanto pode-se estimular rodando os mamilos entre os dedos como se se estivesse a dar corda a um relógio ou aplicar gelo à volta do mamilo. O início precoce da amamentação e a não utilização de chuchas ou biberões são facilitadores. Se continuar a ser difícil pode então ser usado mamilos artificiais. Mastite Puerperal – Quando não há escoamento suficiente de leite, este fica espesso e pode haver bloqueio dos canais podendo aparecer nódulos vermelhos, duros, quentes e dolorosos – indicativos da presença de uma infeção chamada mastite puerperal. As massagens na zona para tentar esvaziar o nodulo podem ser benéficas, não se devendo suspender a amamentação. Se a mamada for muito dolorosa deve-se iniciar a mamada pela mama sã até que comece a ejeção e nesse momento deve-se passar para a mama em causa. Se mesmo assim for muito doloroso o leite deve ser removido com bomba ou manualmente. Os eventuais antiinflamatórios ou antibióticos que a mãe tome não farão mal ao bebé. Unidade de Saúde Familiar Jardim dos Plátanos ALEITAMENTO MATERNO Problemas Maternos Ingurgitamento Mamário Pós Parto ou “Subida de Leite” acontece entre o 2º e o 5º dia após o parto e é uma situação que pode causar desconforto porque os seios ficam duros, cheios, quentes e dolorosos e a mãe pode mesmo ficar febril. Nestes casos, a extração manual ou com bomba de uma pequena quantidade de leite antes da mamada, massagens circulares com a mão ou com água no chuveiro, ou mesmo a utilização de pachos quentes antes da mamada podem facilitar a saída de leite. Após a extração de leite a aplicação de gelo, compressas ou água fria aliviam o desconforto. A situação tende a normalizar em cerca de 2 dias. Fissuras Mamilares – É normal haver algum desconforto ou mesmo dor nos mamilos no inicio da amamentação e por vezes aparecem umas lesões que têm o nome de fissuras mamilares e que são vulgarmente causadas por más pegas. Se isto acontecer, sugere-se deixar o peito ao ar (sem soutien ou discos porque a humidade agrava a maceração e atrasa a cicatrização), colocar um pouco do próprio leite nos mamilos no final da mamada ou em alternativa colocar um cicatrizante rico em lanolina. Largo Prof. Fernando da Fonseca, nº 10 — 1 piso 2799-534 Linda-a-Velha 214205110 [email protected] Elaborado por: Dra. Catarina Barreto Janeiro 2014 Aleitamento Materno Vantagens: Alimento bem tolerado; Está sempre pronto a ser administrado e disponível; Económico; Temperatura ótima; Evita o risco de contaminação que a preparação dos biberões pode acarretar resultante de eventuais faltas de higiene; Protege o bebé contra infeções e alergias; Permite um maior contato mãe-filho, estreitando os laços afetivos; Permite uma mais rápida contração e involução uterina. Embora para a maioria seja uma experiência reconfortante as mães que, por qualquer motivo (pessoal, físico, social, do trabalho ou outro) não consigam ou decidam não amamentar não se devem culpabilizar nem sentir infelizes por isso. Início da Amamentação A amamentação deve ser iniciada o mais precocemente possível, muitas vezes mesmo na sala de parto; No início, é importante que a mãe dê o peito quando a criança pede e o tempo que a criança pede (desde que sinta que o bebé está a mamar e não a fazer do peito chucha); É importante que quer a mãe, quer o bebé estejam calmos para que se consiga uma boa pega; A qualidade do leite não é sempre a mesma, quer desde o nascimento, quer ao longo da mamada. O primeiro leite chama se colostro e é rico em proteínas, as imunoglobulinas e anticorpos que irão proteger o bebé das infeções; depois o leite passa a ter mais açúcar, mais gordura, vitaminas e minerais; Na fase inicial da mamada, o leite tem mais açúcar e é mais líquido, conseguindo colmatar a sofreguidão inicial, sem saciar o bebé completamente; isso consegue-se prolongando a mamada porque este último leite é mais rico em gordura. Se a mamada for curta ou durar pouco tempo de cada lado, o leite tem mais açúcar que é fermentado no aparelho digestivo do bebé produzindo mais ar e provocando mais gases e cólicas e o bebé terá necessidade de comer mais cedo porque não ficou saciado; Técnica de amamentação Posição correta do Mamilo e Aréola – Boa Pega O mamilo deve ser introduzido profundamente na boca do bebé para que ele envolva completamente o mamilo e aréola, com o lábio inferior virado para fora e a língua por baixo do mamilo que dirigindo-se para o céu da boca facilitará a sucção e a expressão de leite. A mão da mãe deve ser colocada por baixo do peito com o polegar a permitir que as narinas estejam livres para a criança respirar bem. Os dedos em tesoura impedem o bom escoamento do leite; Posição correta do bebé A mãe deve dar de mamar num lugar calmo e confortável quer seja sentada ou deitada. A posição em que a mãe está sentada e o bebé semi em pé parece ser mais vantajosa porque permite uma melhor união boca/mama e porque o facto da cabeça do bebé se encontrar mais elevada favorece a descida do leite para o estômago, diminuindo o risco de engasgamento ou regurgitação. Duração e Frequência Os bebés mamam grande parte do leite nos primeiros 4 a 5 minutos de sucção (80 – 90%), mas como cada criança tem o seu ritmo, a duração da mamada deverá ser um pouco mais prolongada. Importante é que o bebé esgote um peito de cada vez, ou seja, o bebé esvazia uma mama de cada vez e se pedir mais então oferece-se a segunda mama, alternando-se a mama com que se começa a cada mamada. Os bebés alimentados com leite materno fazem tipicamente intervalos mais pequenos, uma vez que o tempo de esvaziamento gástrico do leite materno é muito mais curto que o do leite adaptado. É comum o lactente mamar 5 a 8 minutos e depois adormecer 10 a 15 minutos, acordar e querer mamar outra vez. Assim pode haver períodos do dia em que as mamadas estão agrupadas. Outros recém –nascidos fazem mamadas longas (1h). Os horários rígidos não são fisiológicos e podem comprometer o sucesso da amamentação. Progressivamente as mamadas vão-se espaçando considerando-se normais intervalos de cerca de 3h durante o dia e logo que possível, e de uma forma individual, tentar que a pausa noturna se vá dilatando sem risco de hipoglicémia. Normalmente conta-se o tempo entre as mamadas desde o final de cada uma. Sinais de fome Os pais devem ser ensinados a identificar os primeiros sinais de fome (aumento do estado de alerta, flexão das extremidades, movimentos da língua e boca, levar a mão à boca) de modo a iniciar a mamada e não esperar pelo choro que já é um sinal de fome mais tardio. Existem, no entanto, lactentes que precisam de ser acordados para mamar. Tal pode ser feito mudando a fralda, retirando alguma roupa, acariciando, conversando ou levantando o bebé. Extração e Armazenamento Quando indicado e sempre que necessário, o leite materno pode ser retirado manualmente ou com bomba. Cada extração deve durar 10 a 15 minutos e deve ser feita cada 2 – 3h durante o dia e pelo menos uma vez durante a noite (não é aconselhável ficar mais de 8h sem tirar leite). O leite pode ser armazenado em recipientes esterilizados e conservado no frigorífico durante 36h, a temperatura de 4 graus, no congelador até um mês e finalmente na arca congeladora até seis meses. É conveniente rotular os recipientes. Antes de se utilizar o leite deve ser descongelado e aquecido em banho maria, tendo o cuidado de não deixar ferver e misturar antes de administrar. Desmame A amamentação pode ser prolongada em exclusividade até aos seis meses e a partir daí devem ser introduzidos novos alimentos, diminuindo progressivamente o número de mamadas. Depois será a mãe a decidir até quando vai dar de mamar. Água Quando um lactente mama o suficiente para satisfazer as sua necessidades calóricas, já está a receber água suficiente para satisfazer as suas necessidades hídricas, mesmo num ambiente quente e seco. Chupeta e Tetinas de Biberão O uso nefasto da chupeta e das tetinas no aleitamento materno está relacionado com o que se chama “confusão de mamilos” e se as famílias quiserem introduzir qualquer um destes elementos, aconselha-se a que o façam após os primeiros 28 dias de vida.