Anais do III Congresso Internacional de História da UFG/
Jataí: História e Diversidade Cultural. Textos Completos.
Realização Curso de História – ISSN 2178-1281
CONFISSÃO DE LÚCIO: CONFISSÃO DE SÁ-CARNEIRO?
Renato de Oliveira Dering – UFV1
RESUMO:
A presente proposta de trabalho visa abordar a narrativa modernista portuguesa, analisando,
para tanto, a construção da personagem central da obra A Confissão de Lúcio, de Mário de SáCarneiro. No romance, narrado em primeira pessoa e construído pela perspectiva
memorialística, a protagonista delineia seus desejos, amores, devaneios, paixões e um suposto
crime, este indecifrável. Portanto, se pretende levantar questionamentos acerca da tentativa da
fragmentação do sujeito, ocasionada não por heterônimos, como ocorre com Fernando Pessoa,
entretanto ocasionada pelas projeções em que a personagem realiza para com as demais.
PALAVRAS-CHAVE: identidade; modernismo português; fragmentação do sujeito; literatura
e sociedade; memória
No início do século XX, a produção literária foi marcada, principalmente, pelo
classicismo racionalista e naturalista, bem como por alguns outros movimentos que ainda
repercutiam, estes, advindos do século passado. Contudo, aos poucos, pequenos grupos de
intelectuais portugueses se formavam e organizavam manifestações artísticas diversas e entre
estes ressoava nomes como Fernando Pessoa e Mário de Sá-Carneiro.
Dos autores mencionados, destacamos para o presente artigo Mario de Sá-Carneiro. O
escritor português nasceu em 15 de maio de 1890, foi filho único. Vindo de família militar,
aos dois anos perdeu a mãe, sendo criado por seus avós. Aos doze anos, inicia sua vida na
poesia, sendo que aos quinze já traduzia obras do francês Victor Hugo e com dezesseis anos
trabalhava com as obras dos alemães Goethe e Schiller. Estudou no Liceu até o ano de 1912,
onde teve algumas experiências na área de dramaturgia. Começou o curso de Direito na
Universidade de Coimbra, entretanto não chegou a concluir o primeiro ano. Contudo, será
também em Coimbra que conhecerá a pessoa que viria a ser seu grande amigo e confidente,
Fernando Pessoa.
A fim de continuar seus estudos, segue para Paris, custeado pelo pai. No entanto, deixa
cedo de freqüentar Sorbonne2, dedicando-se a uma vida boêmia, se envolvendo com
prostitutas e, com essa vida que elege, tentava combater suas frustrações e desesperos que
aglomerou durante os anos.
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Mestrando em Letras pela Universidade Federal de Viçosa. [email protected]
Sorbonne aqui designa a forma como era chamada a Universidade de Paris nesta época.
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Entre 1913 e 1914 retorna a Portugal, onde junto com seus amigos Pessoa e AlmadaNegreiros, integra o primeiro grupo modernista português. Mario de Sá-Carneiro foi um dos
responsáveis pela edição da revista Orpheu, nome pelo qual ficou conhecido o grupo qual
integrava. A revista teve apenas três edições, porém apenas duas impressas e publicadas,
devido ao escândalo literário provocada pela mesma, na época em que surgiu.
Sá-Carneiro leva seu desespero ao ápice entre os anos de 1914 e 1916. Foi nessa época
que em uma angústia incontrolável escreve 114 cartas ao confidente Fernando Pessoa: “As
suas cartas, meu caro Fernando, essas são, pelo contrário, alguma coisa de profundamente
bom que me conforta, anima, delicia – elas fazem-me por instantes feliz” (Carta de 7 de
janeiro de 1913)3. Nas cartas, relata sobre seus sentimentos e sua relação com o amigo: “É
que você, meu querido Fernando Pessoa, é, em verdade completa, o meu único camarada”
(Carta de 23 de março de 1915)4. Sá-Carneiro via em Pessoa o refúgio para suas angústias e
crises psicológicas, e nele também buscava uma orientação, um veredicto final sobre o que
escrevia.
A última carta que enviou a seu amigo, datada em 31 de março de 1916, dizia: “Não
me perdi por ninguém: perdi-me por mim, mas fiel aos meus versos”5. Sua carreira literária
teve uma curta duração, entre os anos de 1912 – após conhecer Pessoa e seguir para Paris – e
1916, ano em que cometeu suicídio. Mário de Sá-Carneiro morreu jovem, com apenas 25 anos
de idade, mas deixou contribuição para as Literaturas de Língua Portuguesa e para a
Literatura Mundial, sem dúvida.
O Modernismo na literatura portuguesa surgiu influenciado e associado às artes
plásticas. O movimento questionava as relações entra a obra e o autor. Assim, o Modernismo
lançou uma nova concepção da literatura como linguagem e gerou um aprofundamento dos
poderes e limitações dos homens, quando confrontados com um mundo em crise.
O movimento foi promulgado por duas gerações de intelectuais, sendo caracterizado
principalmente por duas publicações literárias: revista Orpheu, em 1915 e revista Presença,
em 1927. Outras publicações foram realizadas, porém não tiveram tanta repercussão como
essas. A revista Orpheu, com apenas dois números publicados, foi um marco para a
introdução do modernismo em terras portuguesas. Ao lado de Sá-Carneiro, Almeida
3 Disponível em < http://cfp.cm-lisboa.pt/pls/htmldb/f?p=334:17:3977332719096491::::P17_AUT_ID:87 >
Acesso em 10 jul 2012
4
5
Idem.
Ibdem.
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Negreiros e Fernando Pessoa, seguido de alguns outros nomes, propunham uma mudança na
velha ordem literária. Pessoa e Sá-Carneiro foram os nomes que dirigiram a segunda edição
de Orpheu. A revista que não teve sua terceira edição publicada por insuficiência financeira,
causou muito escândalo, nas duas primeiras edições. O movimento foi, então, denominado de
Orphismo.
Apesar de a obra de Sá-Carneiro – juntamente com a de Pessoa e as de outros
escritores – constituírem o que hoje chamamos de Modernismo Português, A confissão de
Lúcio, entretanto, não carrega consigo a ênfase dessas características do movimento, para que
possamos rotulá-la. Isto ocorre por ela sofrer forte influência da tendência Decadentista,
promulgada pelo fim do século XIX. O Decadentismo buscava fazer uma crítica à sociedade,
que, por sua vez, sofria forte alcance do Positivismo. Esse Positivismo já se encontra
quebrado na obra supracitada, quando o protagonista relata: “só digo a verdade, mesmo
quando ela é inverossímil” (SÁ-CARNEIRO, 1993, p. 15). E é justamente esse inverossímil
que nos apresenta Sá-Carneiro que nos leva a ver a conexão inovadora entre o sujeito e a
“verdade” dos fatos. Sujeito esse que se constitui a partir de um dado acontecimento, seja ele
real ou fictício. “Nessa perspectiva, será esse autor – esse sujeito composto sócio e
historicamente – o capacitor responsável pelo desenrolar de determinado enredo em sua obra,
produzida precisamente nessa relação que haverá entre ele e suas vivências múltiplas”
(DERING, 2012, p.46). Ressaltamos tal posição, por ser uma obra que narrada em primeira
pessoa, delineia os devaneios desse narrador.
A obra foi publicada ainda em vida, no ano de 1914, um ano antes da primeira
publicação da revista Orpheu. A confissão de Lúcio se trata de uma obra narrada na 1ª
(primeira) pessoa, como mencionamos, onde Lúcio, como protagonista, expõe suas paixões,
sua angústia, solidão e suas obsessões sexuais.
Lúcio permaneceu preso durante alguns anos, acusado de um crime passional:
“Cumpridos dez anos de prisão por um crime que não pratiquei e do qual, entanto, nunca me
defendi, morto para a vida e para os sonhos (...)” (SÁ-CARNEIRO, 1993, p. 13). Ele deixa
claro que a narrativa que desenvolverá se trata de uma confissão, não linearizada em fatos,
mas feita de lembranças que demonstrarão a sua inocência.
Logo, é por esse apontamento que percebemos que, ao mesmo tempo que o autor
está livre para realizar suas escolhas, essas mesmas escolhas são condicionadas pelo
próprio sujeito e os fatos que o envolveram ao longo de posição histórica, pois
levam em consideração o modo com que o documento, fato ou acontecimento chega
ao indivíduo e como esse diálogo vai ocorrer. Lembrando, ainda, que o tempo e o
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contexto podem modificar e exigir desse sujeito novas rememorações, em um
processo constante na caça de “memórias esquecidas” (DERING, 2012, p. 47) .
O texto em primeira pessoa todo o tempo, relata que a intenção não é que seu
interlocutor acredite, mas que possa esclarecer o que houve, mesmo que o “interesse hoje em
gritar que não assassinei Ricardo de Loureiro é nulo.” (SÁ-CARNEIRO, 1993, p. 13).
Explicita ainda que mesmo que houvesse se defendido na época, ninguém o acreditaria.
Também o livro não se trata de uma novela, e o protagonista faz questão de deixar
claro tal afirmação: “Mas ponhamos termo aos devaneios. Não estou escrevendo uma novela.
Apenas desejo fazer uma exposição clara de fatos” (SÁ-CARNEIRO, 1993, p. 14). Completa
dizendo que aquela “confissão é um mero documento” (SÁ-CARNEIRO, 1993, p. 15). Já na
Introdução da confissão narrada por Lúcio sentimos o tom de persuasão, tanto na escolha de
palavras quanto na elaboração do texto, e lá se pronuncia a objetividade do narrador com
frases curtas e simples de ser entendidas, embora enleadas em impressões muito pessoais.
A trama se desenvolve no fim do século XIX, situada pelo autor na data de 1895.
Lúcio estudava Direito na Faculdade de Paris e era amigo de Gervásio Vila-Nova, um artista
que conhecia de Lisboa, mas que teria se tornado seu companheiro inseparável somente na
Cidade das Luzes. Seu amigo, Gervásio, é descrito melindrosamente como perturbador, cujo
“aspecto físico, macerado e esguio, e o seu corpo de linhas quebradas tinha estilizações
inquietantes de feminilismo histérico e opiado (...)” (SÁ-CARNEIRO, 1993, p. 17),
delineando ironicamente como era o amigo com seus atos, trajes e fatos6. É esse seu amigo
artista que lhe apresenta a uma mulher americana, e àquele que se tornaria o seu melhor
amigo, Ricardo de Loureiro
Segundo Massaud Moisés, as influências da obra de Sá-Carneiro perpassam por vários
movimentos e estéticas literárias inseridas no Modernismo ou contemporâneas dele, tais
como: o Orfismo, o Simbolismo, o Interseccionismo, o Sensacionismo, o Cubismo e o
Futurismo. Todas essas vanguardas e estéticas nasceram da intensa preocupação social e
política dos autores da época, que clamavam por uma identidade portuguesa, por
transformações políticas urgentes e, claro, por uma produção intelectual que refletisse as
mudanças sociais e rompesse com os valores do passado. Não à toa que Fernando Pessoa
escreve A Nova Poesia Portuguesa, numa tentativa de provar a necessária vinculação entre a
produção intelectual literária e as transformações políticas e sociais. Para a grande maioria
desses autores que estavam em voltas durante a transição dos séculos XX e XXI, Portugal
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Fatos: roupas, vestes, trajes.
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estava imensamente defasado em todos os sentidos quando comparado às outras nações
européias. Observe-se que o culto de grande parte desses autores à civilização européia é nada
mais do que o reflexo do sentimento de inferioridade que sentiam.
Ainda, a produção dessa época despreza o Positivismo, a verossimilhança e a
descrição excessiva que caracterizavam as obras caracterizadas por elementos do Realismo.
Isso quer dizer que há uma extrema valorização da questão civilizacional, da modernidade, do
Capitalismo, do luxo e, embora, ainda destaque-se o Racionalismo, há uma predileção pelos
elementos psicologizantes em que imperam a fragmentação do sujeito fruto dessa
modernidade, bem como a sua decadência. É como se esse sujeito desejasse todo aquele
aparato de novidades e ao mesmo tempo se perdesse nelas, sem que houvesse chances de se
fundir como dantes num ser unificado e exato. É aí onde aparece o ser ébrio, que deixa de ser
a própria medida, que projeta uma infinidade de conceitos para definir a própria vida, em que
o seu inconsciente dá saltos para fora e em que se alimentam as sensações.
Sá-Carneiro perde-se em seu ego, ao contrário de Pessoa, que se fragmenta em vários
sujeitos. A personagem-autor de A confissão de Lúcio prefere a sua busca interior e deixa
aflorar o seu duplo encontrado em outras personagens. Fala-se aqui de personagem-narrador
já que as semelhanças entre o personagem Lúcio e Sá-Carneiro são muitas e é aqui a
verossimilhança realista na obra. Apesar disso, o percurso de Lúcio não pode ainda ser
considerado o elemento que dá veracidade à obra. Ao contrário! A obra continua a ser a
ficção e o autor o seu mentor. Sendo assim, as obsessões do personagem pela loucura, pelo
suicídio, pela anormalidade e pela perversão sexual podem, sim, ser comuns ao autor, mas o
que se deve considerar é que essas mesmas obsessões e outras características da obra são
também aquelas tangentes ao pensamento da época. Isso quer dizer que o gosto pelas viagens,
pela questão civilizacional, pela Paris cosmopolita, pelas sensações, a busca pelo gênio
artístico e a oposição à moral vigente são preocupações comuns a todos aqueles intelectuais,
como já afirma António Quadros (1989).
Douglas Tufano e Maria José Nóbrega tratam a obra como um exemplar de influências
claramente simbolistas, fundamentando-se no rompimento de que já não haveria aí uma
separação entre prosa e poesia, justamente pelo quanto essa obra é lírica. Ora, não haveria de
ser menos lírica, afinal a obra é narrada em primeira pessoa, e o narrador-personagem chega
mesmo a se confundir com os outros personagens por causa do mecanismo do duplo e da
projeção e da conseqüente valorização do ego transformada em comportamento narcísico.
Não impossível também que ela fosse introspectiva. Por isso também é que Quadros
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(1989) continua a dizer que tanto Ricardo de Loureiro quanto Marta são seus duplos, pelos
quais acontece o homicídio e que se transforma num duplo suicídio: Ricardo assassina a
esposa, Marta desaparece e Ricardo comete suicídio, levando ao suicídio de Lúcio no final de
sua confissão. Portanto, a morte de Marta e o suicídio de Ricardo são as mortes dos duplos de
Lúcio.
Sobre a obsessão pelo amor pervertido, acontece o desdobramento em alguns tipos de
manifestações, sejam elas a heterossexual, a homossexual e a onanista (amor narcísico),
através dos quais pode-se ainda inferir uma junção entre as manifestações da perversão
amorosa homossexual e onanista porque são conseqüências das manifestações do duplo e do
narcisismo do personagem-narrador. A manifestação do duplo do personagem-narrador em
Marta, esposa de Ricardo de Loureiro, foi a forma encontrada por ele para possuir o amigo ou
mesmo a si próprio. Isto é: a fragmentação e a busca pelo retorno da unidade de si próprio, faz
com que o personagem-narrador divida-se e ao final junte-se pela fusão. Através de Marta
(um de seus duplos) possuindo Ricardo de Loureiro (seu outro duplo) e da morte de ambos,
ele divide-se e depois se junta novamente.
Morto, sem olhar um instante em redor de mim, logo me afastei para esta
vivenda rural, isolada e perdida, donde nunca mais arredarei pé. Acho-me
tranqüilo - sem desejos, sem esperanças. Não me preocupa o futuro. O meu
passado, ao revê-lo, surge-me como o passado de um outro. Permaneci, mas
já não me sou. E até à morte real, só me resta contemplar as horas a
esgueirar-se em minha face… A morte real - apenas um sono mais
denso…Antes, não quis porém deixar de escrever sinceramente, com a maior
simplicidade, a minha estranha aventura. Ela prova como fatos que se nos afiguram
bem claros são muitas vezes os mais emaranhados; ela prova como um inocente,
muita vez, se não pode justificar, porque a sua justificação é inverossímil - embora
verdadeira. Assim eu, para que lograsse ser acreditado, tive primeiro que expiar, em
silêncio, durante dez anos, um crime que não cometi…A vida… (SÁ-CARNEIRO,
p. 130).
Pode-se perceber nesta obra que, apesar da semelhança entre a personagem e SáCarneiro, não se pode afirmar que o relato seja autobiográfico, uma vez que na obra nada se
comprova. Além do mais, é necessário ressaltarmos que aquela vida cosmopolita rondava
Portugal do início do século, não sendo algo tão pessoal de Mário Sá-Carneiro, mas de uma
vida européia de maneira geral.
Os duplos de Sá-Carneiro, ainda sutis, nada se comparam aos desdobramentos que
Fernando Pessoa atribui a sua obra. Mário não consegue a fragmentação, mesmo com as
projeções e realces que leva a obra, mas tratam-se ainda de projeções e não heterônimos.
Sua narrativa muito lírica pretende atingir ao leitor como forma de persuasão, uma vez
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que trata de um narrador-personagem que confessa um crime passional que não se lembra de
ter cometido, e defende ser inocente, apesar de não esse seu propósito.
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DERING, Renato. “Quase romance, quase biografia: passeios pela Quase memória, de Carlos
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Livrobits, 2012, pp. 45-63.
LOPES, Óscar; SARAIVA, Antônio José. História da literatura portuguesa. Porto, Portugal:
Bloco Gráfico, 1989.
MOISÉS, Massaud. A Análise Literária. São Paulo, Cultrix, 1997.
___. A literatura portuguesa através dos textos. 29ª ed. São Paulo: Cultrix, 2007.
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SÁ-CARNEIRO, Mário de. A Confissão de Lúcio. Rio de Janeiro : Ediouro, 1993.
SARAIVA, Antônio José. História ilustrada das grandes literaturas: história da literatura
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TUFANO, Douglas; NÓBREGA, Maria José. Mário de Sá-Carneiro. A Confissão de Lúcio.
Projeto de Leitura. Disponível em: <http://literatura.moderna.com.br/catalogo/encartes/8516-03971-4.pdf> Acesso em 12 Nov 2009.
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