Plataforma IPEA de Pesquisa em Rede PROJETO: MAPEAMENTO DA VULNERABILIDADE SOCIAL NAS REGIÕES METROPOLITANAS BRASILEIRAS TERMO DE REFERÊNCIA 1. Título da Pesquisa/Projeto: Mapeamento da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras 2. Unidade Responsável no IPEA: Assessoria de Planejamento e Articulação Institucional (ASPLA) Plataforma IPEA de Pesquisa em Rede 3. Coordenação Nacional, Equipe Técnica do IPEA e Instituições dos Coordenadores Estaduais Coordenador Nacional: Marco Aurélio Costa (ASPLA) 3.1. Equipes e Instituições: IPEA PNUD Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome Instituições dos Coordenadores Estaduais: Fundação SEADE – Maria Paula Ferreira Fundação CEPERJ – Luiz Antonio Nunes de Sant’anna Fórum Brasileiro de Segurança Pública – FBSP – Ana Maura Tomesani Marques Fundação João Pinheiro – Maria Izabel Marques do Valle Instituto de Desenvolvimento Econômico, Social e Ambiental do Pará – IDESP Secretaria de Desenvolvimento da Região Metropolitana de Goiânia – Lucelena Melo SEI/BA Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social – IPARDES Instituições a serem convidadas para as discussões técnico-conceituais Instituto Jones dos Santos Neves Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Econômico do Amazonas – SEPLAN/AM FEE/RS CODEPLAN/DF FUNDAJ IPECE IMESC 4. Proposta: Discutir e desenvolver, conceitual e metodologicamente, indicador de vulnerabilidade social e de pobreza muldimensional que será calculado para recortes espaciais intrametropolitanos. O projeto decorre de uma proposta apresentada pela Fundação Seade, no âmbito da Chamada Pública IPEA/PROREDES nº 001/2011, tendo como instituições coproponente a Fundação CEPERJ e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública – FBSP. 5. Justificativa: Nos estudos sobre pobreza, são de suma importância sua distribuição regional e o papel atribuído às Regiões Metropolitanas. Ao mesmo tempo em que existe importante componente de pobreza de origem rural, particularmente no Nordeste brasileiro, há também significativo volume de pobreza metropolitana, nada negligenciável. Essa pobreza – urbana e metropolitana – tem características específicas, uma vez que a população nestes locais tem menos acesso às chamadas rendas não monetárias (derivadas da produção para auto consumo). Além disso, o custo de vida metropolitano tende a ser muito mais elevado do que no interior, particularmente no que diz respeito aos custos de habitação.1 Outra característica importante da pobreza urbana e metropolitana consiste na segregação espacial como forte condicionante da própria condição de pobreza. A diferenciação entre áreas intraurbanas, em termos de infraestrutura, segurança, disponibilidade de espaços públicos, entre outros, influencia os níveis de bem-estar de pessoas e famílias. A exposição aos ambientes segregados estaria associada a processos de difusão de comportamentos, com tendência de aumentar a probabilidade de que uma pessoa apresente determinados comportamentos, ou ainda a processos de socialização em que determinados valores, metas e expectativas são transmitidos e influenciam as trajetórias individuais. Em sua forma extrema, a segregação residencial cria “guetos” de famílias pobres ou que comungam de determinadas características que as tornam vulneráveis à pobreza e, no outro extremo, produz as áreas que concentram as parcelas da população com altíssimos níveis de riqueza. Ou seja, um dos grandes desafios das políticas sociais, especialmente em áreas metropolitanas, está em transformar riscos em oportunidades, isto é, fazer com que as características do local de residência deixem de constituir fatores decisivos para a reprodução da pobreza.2 Assim, para a formulação e implantação de políticas públicas nas áreas metropolitanas, torna-se fundamental identificar locais prioritários para a intervenção do Estado. Em outras palavras, trata-se de localizar espacialmente as áreas que concentram os segmentos populacionais mais vulneráveis, que deveriam ser, em princípio, alvos prioritários das políticas públicas. 6. Objetivos: 6.1. Geral: Construir e mapear para espaços intrametropolitanos, indicador de vulnerabilidade social e/ou de pobreza multidimensional. 6.2. Específicos: ♦ ♦ ♦ ♦ ♦ 1 Discutir e construir indicador de vulnerabilidade social e/ou de pobreza multidimensional, com a participação de representantes de institutos estaduais de pesquisa de diferentes estados e regiões do país; A partir de recortes espaciais previamente validados para 16 das principais Regiões Metropolitanas do país (propostos inicialmente pela equipe da Fundação João Pinheiro), produzir o mapeamento do indicador construído, gerando mapas intrametropolitanos para as RMs de Belém, Belo Horizonte, Brasília, Cuiabá, Curitiba, Fortaleza, Goiânia, Manaus, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador, São Paulo e Vitória; Desenvolver e disseminar metodologia de construção de mapas de vulnerabilidade social, passível de ser replicada em diferentes municípios e períodos temporais; Apoiar a Identificação de áreas com elevada proporção de indivíduos em situação de vulnerabilidade social e/ou de pobreza, numa perspectiva multidimensional, em municípios metropolitanos; Disseminar os resultados obtidos pelo projeto, por meio de publicação a ser feita pelo IPEA, visando a sensibilização dos atores políticos e da opinião pública e a inserção da questão metropolitana na agenda política do país. MINGIONE, E. Urban poverty in the advanced industrial world: concepts, analysis and debates. In: MINGIONE, Enzo (org.) Urban poverty and the underclass. Nova York.. Blackwell, 1999. 2 TORRES, H.G.; MARQUES, E.; FERREIRA, M.; BITAR, S. Pobreza e Espaço: padrões de segregação em São Paulo. Estudos Avançados, vol. 17, Nº 47, p. 97-128, 2003. 7. Atividades e Procedimentos Metodológicos Gerais: As discussões conceituais e a construção do(s) indicador(es) serão feitas de forma colaborativa, sob a coordenação nacional do IPEA, com a coordenação técnica do TPP Rafael Guerreiro Osório, da Diretoria de Estudos e Políticas Sociais. O indicador deverá ser empregado na escala municipal, a partir de dados oficiais (secundários) produzidos pelo IBGE, notadamente por meio do Censo Demográfico 2010 e será empregado nos espaços intrametropolitanos em conformidade com as regras e condições estabelecidas pelo IBGE, no que diz respeito à utilização de dados da amostra para os setores censitários. Uma vez definido conceitual e metodologicamente o indicador, seu algoritmo será gerado e o indicador será construído. Para seu registro nos espaços intrametropolitanos das 16 RMs selecionadas, as mesmas que serão utilizadas em estudo desenvolvido pelo PNUD-IPEA-FJP, os recortes espaciais dessa pesquisa serão empregados também neste projeto, gerando os mapas intrametropolitanos de vulnerabilidade social e/ou de pobreza multidimensional. As equipes parceiras do projeto e o próprio MDS poderão, à medida que o projeto se desenvolva, desenvolver ações complementares de capacitação e proposição de outros indicadores, tendo como perspectiva sua utilização no monitoramento e na avaliação de políticas públicas. 7.1. Agentes da Pesquisa: AGENTE RESPONSÁVEL IPEA PNUD Fundação SEADE (instituição proponente) INSTITUIÇÕES PARCEIRAS DA REDE IPEA (coproponentes e convidadas) RESPONSABILIDADES/ATRIBUIÇÕES 1 – Supervisão geral, discussão e acompanhamento dos trabalhos; 2 – Coordenação técnica das discussões relativas à construção do(s) indicador(es); 3 – Organização dos eventos previstos nas diversas etapas da pesquisa (oficinas de trabalho, reuniões técnicas e seminários); 4 – Operacionalização da pesquisa; 6 – Coordenação/edição da publicação dos resultados. 1 – Coordenação geral, discussão e acompanhamento dos trabalhos; 2 – Apoio na organização dos eventos e concessão de diárias e passagens para as equipes técnicas participantes [limitado à viabilização da participação de ao menos 1 (um) técnico de cada equipe estadual]; 3 – Apoio na divulgação dos resultados da pesquisa, nacional e internacionalmente. 1 – Coordenação geral, discussão e acompanhamento dos trabalhos; 2 – Apoio na organização dos eventos (discussão de escopo, coordenação de oficinas, apresentação de resultados, etc.); 3 – Desenvolvimento de algoritmo, em articulação com a equipe do IPEA, e respectiva aplicação; 4 – Apoio na divulgação dos resultados da pesquisa. 1 – Adesão e discussão da proposta de pesquisa; 2 – Participação em oficinas, reuniões e seminários do projeto; 3 – Realização das atividades de pesquisa previstas no Termo de Referência e no Plano de Trabalho. 4 – Apoio na divulgação dos resultados da pesquisa e organização de eventos e atividades regionais. 7.2. Etapas da Pesquisa: Etapa 1 – Planejamento e preparação, envolvendo: a) Validação do Termo de Referência e Plano de Trabalho da pesquisa (reunião de trabalho entre equipes do PNUD, IPEA, MDS, Fundação SEADE, Fundação CEPERJ e FBSP); Etapa 2 – Discussão e construção do(s) indicador(es): a) Pesquisa e revisão bibliográfica (apresentação de casos e indicadores pelos estados em oficina); b) Definição das dimensões a serem incorporadas e suas respectivas variáveis, conforme dados disponíveis na escala municipal (Censo Demográfico 2010); c) Apresentação preliminar do(s) indicador(es) – oficina de trabalho; d) Revisão do indicador e de seu algoritmo; e) Aplicação do indicador para os recortes espaciais intrametropolitanos disponibilizados pelo PNUD/IPEA/Fundação João Pinheiro. Etapa 3 - Consolidação e Divulgação dos Resultados: a) Preparação, editoração e publicação dos resultados (livro) b) Proposição, organização e realização de eventos de divulgação (um seminário ou evento nacional e outros regionais, conforme interesse dos parceiros); c) Discussão e construção de proposta de monitoramento de indicadores de desenvolvimento socioambiental sustentável, em associação com outros projetos da Rede IPEA (Azimute). 7.3. Período de duração do projeto: Período total: 24 meses, a partir da reunião de trabalho inicial (total de 25 meses). 8. Produtos e Resultados Esperados: Eventos e reuniões de trabalho (viagens e apoio a ser concedido pelo PNUD): Etapa 1: - 1 reunião de trabalho com a participação de PNUD, IPEA, MDS, Fundação SEADE, Fundação CEPERJ e FBSP – local: Brasília/DF. Etapa 2: - 3 oficinas e reuniões técnicas, de, no máximo, 1 dia de duração, ao longo da construção do indicador, com a presença de representantes das instituições parceiras e convidadas (3 X 15 passagens e respectivas diárias ao longo de 2012/2013) – local: Brasília/DF; - 3 reuniões entre IPEA, PNUD, MDS, Fundação SEADE, Fundação CEPERJ e FBSP, ao longo do processo de construção do indicador (9 passagens e respectiva diárias) – local: Brasília/DF. Etapa 3: - seminário nacional de divulgação (15 passagens para participação dos parceiros) – local: Brasília/DF; - seminários regionais a definir posteriormente. Documentos: - Proposta preliminar de construção do indicador de vulnerabilidade social/pobreza multidimensional; - Proposta final e algoritmo para construção do indicador de vulnerabilidade social/pobreza multidimensional. Publicações: - Publicação “Mapeamento da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras”. 9. Cronograma: O projeto como um todo será realizado em 25 meses, conforme o cronograma apresentado na página seguinte. Quadro – Cronograma Físico – Parte I Etapa 1: Planejamento e preparação Validação do TR e do Plano de Trabalho (reunião) Etapa 2: Discussão e construção do(s) indicador(es) Pesquisa e revisão bibliográfica (equipes de coordenação técnica e parceiros estaduais) Definição de dimensões a serem empregadas/utilizadas e respectivas variáveis Apresentação preliminar dos indicadores propostos Revisão do indicador e de seu algoritmo Aplicação do indicador e construção dos mapas intrametropolitanos Etapa 3: Consolidação e divulgação dos resultados Preparação, editoração e publicação (livro) Proposição, organização e realização de seminário nacional e de seminários/eventos regionais Discussão e construção de proposta de monitoramento de indicadores de desenvolvimento socioambiental sustentável DEZ NOV OUT SET AGO JUL JUN MAI ABR MAR FEV JAN DEZ NOV 2013 OUT SET AGO JUL ETAPAS E ATIVIDADES JUN 2012 Quadro – Cronograma Físico – Parte II (2014) Etapa 1: Planejamento e preparação Validação do TR e do Plano de Trabalho (reunião) Etapa 2: Discussão e construção do(s) indicador(es) Pesquisa e revisão bibliográfica (equipes de coordenação técnica e parceiros estaduais) Definição de dimensões a serem empregadas/utilizadas e respectivas variáveis Apresentação preliminar dos indicadores propostos Revisão do indicador e de seu algoritmo Aplicação do indicador e construção dos mapas intrametropolitanos Etapa 3: Consolidação e divulgação dos resultados Preparação, editoração e publicação (livro) Proposição, organização e realização de seminário nacional e de seminários/eventos regionais Discussão e construção de proposta de monitoramento de indicadores de desenvolvimento socioambiental sustentável JUL JUN MAI ABR MAR FEV ETAPAS E ATIVIDADES JAN 2014