Reportagem forumB2B.com As novas tecnologias e a Administração Pública Embora a maioria das entidades públicas portuguesas continuem a utilizar a Internet como um meio meramente informativo, destinado a reflectir a sua estrutura orgânica, a administração pública não pode continuar a ignorar as novas possibilidades de actuação, proporcionadas pelas novas tecnologias, que lhe permitirão alcançar reduções de custos significativas, com amplos benefícios para a totalidade da economia portuguesa. Uma das formas de o fazer é recorrendo ao Government-to-Business (G2B), nomeadamente através do e-procurement, que permitiria reduzir a despesa pública em cerca de 20%, de acordo com exemplos de outros países e do tecido empresarial privado. Um indicador positivo sobre a possibilidade de concretização desta opção é a recente discussão pública das conclusões do Relatório sobre Aquisição de Bens por Via Electrónica pela Administração Pública, no seguimento da Resolução do Conselho de Ministros nº 143/2000 (2ª série), de 27 de Setembro. A possibilidade de a administração pública vir, a curto prazo, a adoptar um modelo de gestão de um serviço electrónico que assegure a contratação pública - seja ela feita através de e-procurement, leilões de compra, leilões de venda, marketplaces ou concursos - é motivo de satisfação para todas as empresas que se empenham em contribuir para a modernização e desenvolvimento do comércio electrónico entre organizações. Porém, a escolha e o planeamento de um tal modelo de gestão devem ser cuidadosamente ponderados, bem como o devem ser as condições da transição dos actuais processos de contratação pública para o novo modelo electrónico. No forumB2B.com, a temática da e-administração pública está a ser estudada há cerca de um ano e meio e, com base nesta experiência, afirmamos que a instalação de uma solução de gestão electrónica para a administração pública não será muito diferente da instalação de soluções de gestão para empresas de grande dimensão, como a Galp Energia ou a EDP. Utilizar uma plataforma de B2B, já totalmente operacional, tornaria o processo de implementação da e-administração pública mais célere e eficaz, não tendo de suportar os custos de implementação. Por outro lado, estaria a estimular o crescimento das iniciativas privadas de comércio electrónico, funcionando como um potente catalizador de modernização e desenvolvimento das empresas portuguesas, potenciando a posição competitiva da globalidade do tecido empresarial nacional. 1 Reportagem forumB2B.com A implementação do e-Procurement no sector público pode torná-lo no exemplo a seguir pelas muitas empresas que pretendem reduzir custos e ganhar eficiência nos seus processos de negócio. Muitas empresas já usaram processos B2B para adquirir os equipamentos necessários ao seu funcionamento, obtendo reais benefícios para os seus negócios. Em Portugal, os CTT realizaram a sua primeira compra B2B através do Sistema de Leilão de Compra em tempo real do forumB2B.com que terminou com a adjudicação da compra de 225 computadores portáteis DELL feita à CIL, empresa vencedora do leilão. Este leilão representou uma importante poupança relativamente à última aquisição de produtos semelhantes, tendo decorrido num período total de sete horas, enquanto que, nos processos tradicionais, implicava negociações de vários dias. Nos Estados Unidos da América, estes processos começaram a ser utilizados pela administração pública com reconhecidas vantagens. Em Maio de 2001, o IRS americano realizou o seu primeiro leilão invertido, com o objectivo de adquirir computadores, periféricos e serviços relacionados. Três horas e meia mais tarde havia investido 86 milhões de dólares, poupando 22,5 milhões de dólares em comparação com o que teria gasto se tivesse usado processos de negociação tradicionais. O recurso ao G2B pode e vai fornecer os meios para que as entidades públicas, e em particular as autarquias, possam melhorar significativamente aspectos essenciais ao seu funcionamento, como a capacidade de negociação. A administração pública actual depara-se com a rara oportunidade de estimular o desenvolvimento da economia nacional, enquanto poupa recursos públicos. 2