MINISTÉRIO DA SAÚDE ENCONTRO SOBRE REORGANIZAÇÃO DOS SERVIÇOS DE SAÚDE PÚBLICA DA REGIÃO CENTRO A RECENTE PUBLICAÇÃO DO VASTO CONJUNTO DE DIPLOMAS QUE REORGANIZAM OS CUIDADOS DE SAÚDE PRIMÁRIOS EM PORTUGAL INCLUI, NATURALMENTE, A ÁREA DA SAÚDE PÚBLICA. PRIMEIRO COM A LEI ORGÂNICA DAS ARS. DEPOIS, EM FEVEREIRO DE 2008, COM A LEI QUE CRIA OS ACES E, NO CORRENTE MÊS, COM A PUBLICAÇÃO DOS DECRETOS-LEI Nº. 81 E 82 DE 2 DE ABRIL. ESTAMOS, POIS, NUM MOMENTO EM QUE A SAÚDE PÚBLICA VÊ RECONHECIDA A SUA COMPROVADA IMPORTÂNCIA E A SUA IMPRESCINDÍVEL ACÇÃO NUMA SOCIEDADE EM CONSTANTE EVOLUÇÃO, FRUTO DE MÚLTIPLAS MUTAÇÕES E, AGORA, ESPERAMOS QUE CONJUNTURALMENTE, NUM MOMENTO DE CRISE MUNDIAL COM IMPACTOS RELEVANTES NA SAÚDE DAS POPULAÇÕES. OS PADRÕES EPIDEMIOLÓGICOS E DEMOGRÁFICOS ALTERARAM-SE DEVIDO A UM CONJUNTO DIVERSIFICADO DE FACTORES – O ENVELHECIMENTO, A GLOBALIZAÇÃO, A MAIOR MOBILIDADE DOS CIDADÃOS PELO MUNDO, AS ALTERAÇÕES AMBIENTAIS E OS ESTILOS DE VIDA - QUE EXIGEM AGORA UMA MAIOR EFICIÊNCIA E QUALIDADE TÉCNICA NA ÁREA DA SAÚDE PÚBLICA, ATRAVÉS DE SERVIÇOS MAIS FLEXÍVEIS, ÁGEIS E INTERDEPENDENTES. 1 NESTE QUADRO, DESEJAMOS, POIS, QUE ESTE ENCONTRO QUE HOJE TEM LUGAR SEJA UM MOMENTO DE REFLEXÃO DE TODOS OS ESTRATOS PROFISSIONAIS DA SAÚDE PÚBLICA: MÉDICOS ESPECIALISTAS EM SAÚDE PÚBLICA, ENFERMEIROS DE SAÚDE PÚBLICA E/OU SAÚDE COMUNITÁRIA, TÉCNICOS SUPERIORES DE SAÚDE, TÉCNICOS DE DIAGNÓSTICO E TERAPEUTICA E DEMAIS PESSOAL TÉCNICO QUE CONSTITUI O VASTO UNIVERSO DESTA TÃO IMPORTANTE ÁREA PROMOTORA DA SAÚDE. SEM QUERER SER EXAUSTIVO, PARECE-ME SER OPORTUNO ENUNCIAR OS PRINCIPAIS REFERENCIAIS MATERIALIZADA NOS DA DIVERSOS REFORMA DIPLOMAS DA A QUE SAÚDE ATRÁS PÚBLICA, FIZEMOS REFERÊNCIA: • AUTONOMIA TÉCNICA; • HIERARQUIA TÉCNICA; • TRABALHO EM EQUIPA; • TRABALHO MULTIPROFISSIONAL; • TRABALHO EM REDE; • A COOPERAÇÃO COM AS OUTRAS UNIDADES FUNCIONAIS DOS ACES E A INTERVENÇÃO COMUNITÁRIA. A CONJUGAÇÃO DESTES 6 VECTORES CONTRIBUIRÁ, ESTAMOS CERTOS, PARA A CONSTITUIÇÃO DE UNIDADES FUNCIONAIS DE SAÚDE PÚBLICA MAIS COESAS, MAIS COERENTES E COM MAIS COMPETÊNCIAS, E EM QUE SE PRIVILEGIE A DIFERENCIAÇÃO TÉCNICA DOS RECURSOS NAS DIVERSAS ÁREAS: OBSERVATÓRIO/PLANEAMENTO, EPIDEMIOLOGIA, AUTORIDADE DE SAÚDE E PROGAMAS DE SAÚDE. 2 PELA SUA IMPORTÂNCIA, NÃO POSSO TAMBÉM DEIXAR DE REFERIR A PARTICIPAÇÃO OBRIGATÓRIA DO MÉDICO DE SAÚDE PÚBLICA NO CONSELHO CLÍNICO DE CADA AGRUPAMENTO DE CENTROS DE SAÚDE. O CONTRIBUTO DO ESPECIALISTA EM SAÚDE PÚBLICA SERÁ AQUI DECISIVO PARA UMA NOVA E MELHOR GOVERNAÇÃO CLÍNICA, ATÉ AGORA PRATICAMENTE INEXISTENTE E QUE É, TALVEZ, A MAIOR MUDANÇA CONCEPTUAL DEFINIDA PELO DIPLOMA QUE CRIA OS ACES. A NOVA REALIDADE DOS ACES DETERMINARÁ, SEM DÚVIDA ALGUMA, A POSSIBILIDADE DE RESPOSTAS MAIS RACIONAIS E EFICIENTES. MAS PARA ISSO, EXIGE-SE TAMBÉM, POR PARTE DA SAÚDE PÚBLICA, A REALIZAÇÃO DE DIAGNÓSTICOS DE SITUAÇÃO QUE NOS FAÇAM UMA VERDADEIRA CARACTERIZAÇÃO DAS NOVAS REALIDADES GEODEMOGRÁFICAS. SE ASSIM FOR, CUMPRIREMOS A PRIMEIRA DAS FUNÇÕES DO MÉDICO DE SAÚDE PÚBLICA: A DE OBSERVADOR E PLANEADOR. CONVÉM, NESTE MOMENTO, REAFIRMAR QUE A CRIAÇÃO DAS UNIDADES DE SAÚDE PÚBLICA NÃO RETIRARÁ QUALQUER EFEITO DE PROXIMIDADE AO QUE JÁ HOJE EXISTE: OS MÉDICOS E OS OUTROS PROFISSIONAIS DE SAÚDE PÚBLICA DESENVOLVERÃO A SUA ACTIVIDADE NO LOCAL DE TRABALHO MAS, A PARTIR DE AGORA, EM ESTREITA COLABORAÇÃO COM OS OUTROS PROFISSIONAIS DOS ACES, CRIANDO VERDADEIRAS UNIDADES FUNCIONAIS COM VÁRIOS PÓLOS E EM QUE A DISPERSÃO GEOGRÁFICA, MAS TAMBÉM A DIFERENCIAÇÃO TÉCNICA, CONTRIBUIRÃO PARA RESPOSTAS MAIS ADEQUADAS ÀS NECESSIDADES LOCAIS. NÃO NOS ESQUEÇAMOS QUE AS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO SÃO UM PODEROSO INSTRUMENTO FACILITADOR PARA ESTE NOVO PARADIGMA DE TRABALHO EM REDE. 3 OUTRO ASPECTO IMPORTANTE CONTIDO NA NOVA LEGISLAÇÃO É A PARTICIPAÇÃO DE NÍVEL MUNICIPAL, E EM QUE A CELEBRAÇÃO DE PROTOCOLOS COM AS AUTARQUIAS E A PARTICIPAÇÃO NA CRIAÇÃO E NA ACTIVIDADE DAS COMISSÕES COM INTERVENÇÃO NA ÁREA DA SAÚDE PÚBLICA PASSA A SER ASSEGURADA. A PROMOÇÃO DA SAÚDE, PARTICULARMENTE DAS DOENÇAS CRÓNICAS, DAS DERIVADAS DE ESTILOS DE VIDA POUCO SAUDÁVEIS E DAS ALTERAÇÕES AMBIENTAIS ESTARÁ, ASSIM, MAIS ASSEGURADA PORQUE APELA À PARTICIPAÇÃO COMUNITÁRIA. SE ESTAMOS CERTOS QUE ESTE NOVO EDIFÍCIO LEGISLATIVO COLOCA A SAÚDE PÚBLICA NUM LUGAR DE IMPORTÂNCIA CAPITAL NO SNS, ESTAMOS IGUALMENTE CONVICTOS QUE TAMBÉM AQUI OS RECURSOS HUMANOS SÃO O MAIS IMPORTANTE. POR ISSO, O APPORT REDOBRADO QUE A SAÚDE PÚBLICA TRAZ À MELHORIA DOS CUIDADOS DE SAÚDE EM PORTUGAL DEPENDE TAMBÉM DAS COMPETÊNCIAS, DA VONTADE, E DA CAPACIDADE DE LIDERANÇA DOS SEUS PROFISSIONAIS. É ESTE O DESAFIO QUE SE COLOCA À SAÚDE PÚBLICA NO QUADRO DO CUMPRIMENTO DO PLANO NACIONAL DE SAÚDE E PARA UM SNS SUSTENTÁVEL, EFICIENTE E SEMPRE SOLIDÁRIO. JOÃO PEDRO PIMENTEL PRESIDENTE DO CD ARSC I.P. 2009/04/28 4