PPI – PROJETO PEDAGÓGICO INSTITUCIONAL FAD – Faculdade Diadema Diadema / 2007 2 ÍNDICE Apresentação 1. Perfil Institucional 1.1. Breve histórico da FAD – Faculdade Diadema 1.2. Missão 1.3. Visão 1.4. Finalidades 2. Princípios norteadores do PPI 2.1. Projeto: mais que uma idéia, um conceito 2.2. A busca da coerência entre ensino-aprendizagem e avaliação 2.3. A Filosofia de Ensino da FAD 2.4. As diretrizes para o Planejamento Acadêmico 2.5. O foco na qualidade do ensino e na formação integral do ser humano 2.6. A busca permanente de aproximação com o mercado 3. A necessidade de atualização permanente do PPI 3.1. Atualização e inovação: da Missão à Visão 3.2. Modalidade e Sistema Diagramático – YAG 3.3. Técnicas de estudo 4. Considerações finais 3 Apresentação A elaboração do presente documento pautou-se por uma questão central, a saber, qual é, ou quais são os papéis de um PPI – Projeto Pedagógico Institucional para uma Instituição de Ensino Superior? Pode-se, a grosso modo, responder essa questão afirmando que o Projeto Pedagógico Institucional da FAD – Faculdade Diadema é um instrumento de suma importância, uma vez que, ao estabelecer elementos comuns a todos os cursos que ministra, exerce um papel central, pois confere unidade, organicidade e uma visão sistêmica da IES. Por outro lado, conforme será exposto adiante, o PPI cumpre também um papel de fazer a crítica ao presente e, nesse sentido, acaba por trazer uma certa instabilidade ao presente para levar a Instituição à superação da crise, da instabilidade gerada e, com isso, fazer com que a IES consiga galgar mais um degrau na busca da qualidade do ensino, na transição da Missão para a Visão institucional. Sendo assim apresentado, atribui-se para o Projeto Pedagógico Institucional, ao lado do PDI – Plano de Desenvolvimento Institucional, sua verdadeira importância. Sob esse prisma, um bom PPI é condição sine qua non para o sucesso de uma Instituição. 4 1. Perfil Institucional A FAD – Faculdade Diadema está situada na Avenida Alda, 831, no bairro Parque Sete de Setembro, bem próximo ao centro de Diadema, na Região Metropolitana da Grande São Paulo. Assim sendo, a A Faculdade Diadema tem como microrregião de atuação, os municípios de Diadema, Ribeirão Pires, Rio Grande da Serra, Santo André, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul, além dos bairros Jabaquara, Cidade Ademar, Jardim Luso, Vila Guarani e adjacências. Esses bairros contam com aproximadamente 1.200.000 habitantes, que somados à população das referidas cidades, alcança um público alvo de 2.806.690, conforme tabela abaixo. Regiões Administrativas, Regiões de Governo e Municípios Homens Mulheres Total 17.770.437 18.506.195 36.276.632 8.464.796 9.052.434 17.517.230 172.104 178.010 350.114 Ribeirão Pires 50.458 51.549 102.007 Rio Grande da Serra 17.727 17.802 35.529 Santo André 311.769 332.366 644.135 São Bernardo do Campo 333.468 350.290 683.758 66.346 75.167 141.513 951.872 654.818 1.606.690 ESTADO DE SÃO PAULO Região Metropolitana de São Paulo Diadema São Caetano do Sul Total das Sete Cidades Bairros de São Paulo 1.200.000 Total 2.806.690 A FAD, que iniciou seu funcionamento no ano de 2000 e deu início à prática da Avaliação Institucional desde 2001, conseguiu em seus sete anos de existência, identificar seus pontos fortes e fracos, suas fortalezas e fraquezas e permitiu a redefinição de seu perfil institucional. Hoje a FAD foca todos os seus esforços no ensino e, nesse sentido, entende todas as demais atividades por ela desenvolvida como atividades meio para atingir o objetivo maior da faculdade que é a qualidade no ensino. 5 1.1. Breve histórico da FAD – Faculdade Diadema Com mais de 40 anos de experiência na área educacional no Município de Diadema como docentes, os educadores. Prof. Romeu da Costa Pereira e a Profa. Sônia de Sousa Barbosa Costa Pereira fundaram em 1981 a primeira Escola de Natação da Cidade, a Academia - Stagium Center, e em 1991 criaram o Instituto Educacional Stagium S/C Ltda com o objetivo de oferecer educação de qualidade na Educação Infantil, no Ensino Fundamental e no Ensino Médio, tendo contribuído significativamente com o ensino da Cidade. Hoje, o Instituto Educacional Stagium, logra o êxito pelo segundo ano consecutivo em obter o conceito máximo entre as escolas da Cidade, nas avaliações de seus alunos do Ensino Médio, através do ENEM. Conta com toda a infra-estrutura-física para a inovadora proposta pedagógica centrada na capacidade de aprendizagem do aluno. Embora o Município de Diadema figure entre os 30 maiores contingentes populacionais do Estado de São Paulo, não era oferecido em Diadema, até o ano de 2000, nenhum curso de Ensino Superior, e um número significativo de alunos que aqui concluíam o Ensino Médio eram obrigados a cursar o Ensino Superior em outros Municípios. Foi aí que surgiu a DESE – DIADEMA ESCOLA SUPERIOR DE ENSINO, Mantenedora da FAD – Faculdade Diadema, que em 1996 encaminhou os primeiros projetos para o MEC visando a aprovação da sua Faculdade no Município. Assim sendo, em 1999, o primeiro Curso de Ensino Superior de Diadema foi aprovado. Foi o Curso de Administração, que, a partir do ano de 2000, iniciou seu funcionamento no prédio do Instituto Educacional Stagium, sendo posteriormente, em 2002, transferido para as novas e modernas instalações na Avenida Alda nº. 831, centro de Diadema. Com instalações privilegiadas, o novo campus de área construída, abriga com total conforto aos discentes, docentes, colaboradores e comunidade geral e conta com os seguintes cursos: 6 ● Administração de Empresas ● Administração, com habilitação em Marketing ● Administração, com habilitação em Comércio Exterior ● Turismo ● Ciências Contábeis ● Educação Física ● Pedagogia ● Direito ● Letras ● Curso Superior de Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistemas ● Curso Superior de Tecnologia em Marketing. A missão da FAD em investir em um processo de ensino– aprendizagem que capacite os seus egressos a atenderem às necessidades e expectativas do mercado de trabalho e da sociedade, com competência para formular, sistematizar e socializar conhecimentos em suas áreas de atuação vem se concretizando no dia-a-dia. E para sua plena efetivação, a FAD, que tem seu foco no ensino, promove uma integração de todas as demais atividades (estágio, atividades complementares, iniciação à pesquisa etc.,) que funcionam como meio para atingir a excelência no ensino, visando assim a formação de verdadeiros cidadãos, com espírito empreendedor, postura ética e comprometidos com a transformação social, cultural, política e econômica do Município e da região metropolitana de São Paulo. Uma vez assumido tais compromissos, a FAD objetiva ser locus de referência na região do ABCD, assumindo o compromisso institucional de promover o desenvolvimento educacional da região e participar da inserção dos egressos no mercado de trabalho. A FAD entende que, na interação dinâmica com a sociedade, em geral, e com o mercado de trabalho, em particular, define os seus campos de atuação acadêmica presentes e futuros. Reconhecendo a crescente importância do conhecimento para a formação de cidadãos e para o processo de desenvolvimento da sociedade, a FAD tem buscado articular o ensino com a realidade 7 social, econômica, política e cultural local, buscando compreender melhor e mais profundamente a realidade em que seu egresso irá atuar e contribuir para sua transformação. Nesse sentido, a FAD tem como diretriz uma formação que combine e equilibre o desenvolvimento técnico e humanístico e que promova a visão sistêmica do estudante. Não obstante, o processo de formação do profissional deve abranger uma série de compromissos com a realidade social enquanto sujeito partícipe de sua construção qualitativa, ao mesmo tempo em que assumirá o exercício profissional na direção da resolução dos problemas locais e regionais. Para realizar essa missão, a FAD também parte da necessidade de que, enquanto agência promotora de educação superior deva ser possuidora de uma política de Graduação rigorosa, sólida e articulada organicamente a um projeto de sociedade e de educação. Por fim, cabe destacar que com o objetivo de proporcionar aos munícipes de Diadema e região mais oportunidades de aprendizagem, a FAD criou, em 2007, o Centro de Pós-Graduação e Extensão, com a mesma qualidade de ensino até então colocada à disposição da população e com tal atitude demonstra, mais uma pioneirismo e sua postura de acreditar e valorizar Diadema. vez, seu 8 1.2. Missão Proporcionar, em nível de excelência, uma formação integral do ser humano. Formação esta que extrapole os aspectos técnicoprofissionais e que adentre ao campo da ética e da cidadania, da responsabilidade individual e social, que prepare sujeitos pensantes, com espírito empreendedor, capazes de atuarem de forma decisiva na resolução de problemas, contribuindo para a promoção do crescimento e do desenvolvimento regional. 1.3. Visão Ser reconhecida como “A Jóia das Faculdades”, por suas inovações e por sua excelência no ensino. 1.4. Finalidades A Faculdade Diadema assume posição construtiva em uma sociedade democrática, servindo de instrumento propulsor de transformação social. Nesse sentido, tem como finalidade responder aos anseios e às necessidades da comunidade onde se situa. A Faculdade Diadema tem o compromisso de colocar o produto de suas atividades de ensino, aliadas a todas as demais atividades desenvolvidas, ao alcance e serviço da comunidade, para, com isso, dela merecer respeito e reconhecimento. 9 2. Princípios norteadores do PPI 2.1. Projeto: mais que uma idéia, um conceito Ao se analisar o sentido etimológico da palavra projeto, do latim, projetare, chega-se à idéia de planejar o futuro a partir do presente. A capacidade de planejar, de antever o futuro, de imaginar ou idealizar o que ainda não aconteceu é exclusiva do ser humano. E ser detentor desse privilégio faz com que o homem, cada vez mais, tente se aprimorar e desenvolver essa capacidade. Assim sendo, o homem, por um lado, desenvolveu o estudo da história para aprender com o passado e para não repetir os erros do passado no presente e, por outro, buscou desenvolver ferramentas que lhe permitam fazer uma análise adequada do presente, do contexto e das tendências para aumentar o êxito do planejamento, para que o planejamento consiga se traduzir em realidade. A idéia de projeto como ação planejada com vistas ao futuro ou de ação consciente voltada para a criação de uma realidade futura, traz a tona duas idéias: a) o desejo ou necessidade de se alterar o presente, com vistas ao futuro, portanto planejar a ação presente, com vistas à transformação da realidade futura; b) a direção para o futuro ou lançar-se ao futuro, considerando-se a possibilidade real de vir a existir de outra forma. Ambas as idéias denotam um sentido de prospectiva, um sentido de não aceitação da realidade atual como imutável e do estabelecimento de metas realizáveis num futuro próximo. Se assim se considerar o Projeto Pedagógico Institucional, este se apresenta como um instrumento que possibilita um avanço, que permite ações políticoeducacionais na direção de mudanças no interior da Instituição. Mas, além disso, o PPI deve ser entendido como algo vivo e dinâmico que, propondo mudanças, também muda. Para tanto, o Projeto Pedagógico Institucional precisa ser vivenciado por todos os atores responsáveis pelo processo de gestão e condução da IES. Visto 10 sob essa perspectiva, uma de suas finalidades é a de fornecer elementos para as discussões, para as reuniões de Colegiado de Curso e outras atividades a serem utilizadas na sistematização do projeto pedagógico de cada curso. E assim sendo, não deve ser entendido simplesmente como um documento escrito e acabado, mas como um processo sempre reescrito conforme inconcluso, devendo forem ocorrendo sempre ser reelaborado, as mudanças, conforme a Instituição for assumindo nova projeção ou perspectiva, preconizadas pelo próprio PPI. Sob esse prisma o Projeto Pedagógico Institucional passa a ser pensado como processo que vai se constituindo com o tempo, um processo que vai se realizando na dinâmica da transformação, das críticas em propostas e de propostas em ações e realizações. Assim, se, por um lado, conforme foi proposto na apresentação do presente documento, o PPI é o elemento que deve conferir unidade, organicidade e visão sistêmica aos diferentes cursos que a FAD ministra, por outro, como todo projeto, ele também exerce a função de criar instabilidade no presente, de trazer elementos de crítica à prática atual, para propor rupturas, mudanças para se atingir novos patamares em que a Missão da Instituição seja melhor cumprida e aproxime a IES de sua Visão. 11 2.2. A busca da coerência entre ensino-aprendizagem e avaliação Tendo em vista o perfil do aluno ingressante, definiu-se um percurso que deve orientar o trabalho dos docentes em relação aos discentes do primeiro ao último período letivo. No início do curso, a aula deve estar centrada no professor e, gradativamente, o centro da aula deve deslocar-se para os alunos. Por que isso? A FAD, ciente da defasagem com que o aluno chega à Instituição, busca centrar a aula no professor para que este chame para si a responsabilidade e assegure bases sólidas através sim da transmissão de conhecimentos, de conteúdos básicos e imprescindíveis para o posterior desenvolvimento do aluno no decorrer do curso. A aula é centrada no professor e privilegia-se a avaliação individual em detrimento da avaliação coletiva – trabalhos em grupo, seminários etc. – para que cada aluno prossiga seu caminho com esforço e mérito próprios, sem ser “carregado” pelos colegas em trabalhos e avaliações coletivas. Com o decorrer do curso, gradativamente, o centro da aula vai se deslocando para os alunos que, pouco a pouco, vão assumindo mais e mais responsabilidades em relação ao sucesso da aula; mais e mais vão participando do processo de construção do conhecimento, até o ponto em que, sobretudo no último período do curso, o professor desempenha mais um papel de orientador e/ou tutor e os alunos tornam-se os grandes responsáveis pelo andamento das aulas. Para que a avaliação do processo ensino-aprendizagem seja coerente com essa metodologia adotada, gradativamente, no decorrer do curso, o peso da avaliação pautada por atividades coletivas vai aumentando, posto que, uma das competências que todos os cursos buscam desenvolver e que deverá ser constatado no perfil do egresso, independente do curso, é a de aprender a trabalhar em equipe. Assim procedendo, a avaliação, como um elemento essencial do processo ensino-aprendizagem, contribui para que o aluno, paulatinamente, vá alcançando um grau de independência e autonomia em relação ao 12 professor que, ao final do curso, não é mais quem o ensina, mas é aquele que o orienta na construção do conhecimento. O quadro abaixo, para um curso que tem a duração de seis semestres, busca exemplificar o descrito acima. Formas de avaliação Relação avaliação e recursos metodológicos 100% 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% 1 2 3 4 Semestres 5 6 Prova Teórica Pesquisa / Atividades práticas 13 2.3. A Filosofia de Ensino da FAD De um texto1 escrito pela Direção Acadêmica da FAD – Faculdade Diadema, em julho de 2003, e amplamente discutido por todo o corpo docente e pelos Colegiados de Curso, pode-se extrair os seguintes princípios: Compreendemos a educação como um meio para a libertação e elevação do ser humano e empenhamo-nos cotidianamente para evitar teorias e práticas contrárias a esta orientação. Queremos ser bem lembrados por nossos estudantes, por isso, mais do que lhes propiciar conhecimentos, o corpo docente da FAD ─ e toda a equipe pedagógica que o apóia ─ busca dispor a si mesmo, o seu compromisso, a sua integridade a serviço do crescimento de todos eles e de cada um deles. O nosso ponto de partida não é um aluno ideal, mas o real, em função disso, fazemos questão de discutir com os alunos as normas acadêmicas e os valores que regem o nosso trabalho. Diferentemente do pesquisador que vê o conhecimento com um fim em si mesmo, isto é, que pesquisa para fazer avançar o conhecimento, abrindo novas fronteiras para o saber, na FAD, nossos docentes concebem o conhecimento como um meio para o crescimento dos estudantes enquanto pessoas, cidadãos e profissionais, como um meio para o desenvolvimento de suas competências. Entendemos que a vida acadêmica, isto é, que tudo o que se passa dentro de nossa instituição de ensino ocorre numa total interdependência de todos para com todos e entendemos ainda que a imagem de nossa instituição nada mais é do que o reflexo de nossas atitudes cotidianas. Tendo posturas adequadas e dando bons exemplos, com certeza, muito estaremos fazendo pela formação de nossos alunos e 1 GARAGORRY, Gilmar G. S. Filosofia de Ensino FAD: princípios norteadores para o trabalho docente – primeiras aproximações. (documento de circulação interna) 14 coerentemente estaremos em condição de cobrar atitudes e posturas adequadas da parte deles. Nossa Filosofia de Ensino, exposta de maneira bem simples, resume-se à exemplaridade, pois entendemos que é somente através dela que conseguiremos criar ou cultivar as posturas que consideramos formando. essenciais para os profissionais que estamos 15 2.4. As diretrizes para o Planejamento Acadêmico Os educadores. Prof. Romeu da Costa Pereira e a Profa. Sônia de Sousa Barbosa Costa Pereira, que estão à frente da DESE – Diadema Escola Superior de Ensino, Mantenedora da FAD – Faculdade Diadema, por sua longa experiência em educação, ao contratarem a atual Direção Acadêmica deram-lhe uma incumbência e algumas diretrizes básicas em relação ao mínimo a ser exigido e cumprido pelos professores. A incumbência de manter e zelar pelo ambiente de disciplina e respeito entre docentes e discentes, deixando claro aos alunos que somente quisessem um diploma e, portanto, que não estivessem alinhados com o perfil da FAD, deveriam ser aconselhados ou a se alinhar ao perfil, ou a solicitar transferência para outra IES, para que o processo ensino-aprendizagem não viesse a ser prejudicado pela indisciplina. Já as diretrizes mínimas aceitáveis para que o professor possa atuar e compor o corpo docente da FAD, são: a) As aulas devem ser bem preparadas; b) O horário deve ser cumprimento de forma rigorosa; c) O docente não deve faltar, salvo por motivo justificado e, se possível, se a falta já é prevista, programada com antecedência, salvo um incidente de última hora, deve ser comunicada com antecedência à Coordenação para que esta possa planejar uma atividade ou inversão de horário para que os alunos não fiquem sem aula; e) Todo docente deve ter uma postura adequada e adotar uma boa política de relacionamento com os discentes; f) O planejamento deve ser cumprimento com muito rigor. Assim sendo, seguindo a incumbência e os princípios emanados da Mantenedora, a FAD sempre teve uma grande preocupação com o Planejamento Acadêmico e o Colegiado de cada curso costuma aproveitar as reuniões destinadas para esse fim para discutir com profundidade todos os elementos que estão envolvidos no processo de ensino-aprendizagem. A Direção Acadêmica costuma reunir-se com os Coordenadores de Curso antes das reuniões de planejamento e, conjuntamente, 16 costumam definir os aspectos principais que precisam ser discutidos nas referidas reuniões. Dessas discussões foram surgindo princípios e diretrizes que, ano a ano foram se somando às anteriores, até que se chegou ao texto apresentado a seguir. DIRETRIZES PARA O PLANEJAMENTO ACADÊMICO 1 Projeto do curso Todo professor deve ter profundo conhecimento do projeto 2 Perfil do egresso Como cada disciplina contribuirá para a formação desejada 3 Perfil por período Determinar competências mínimas a serem atingidas 4 Objetivo geral Relacionar o objetivo geral do curso com o objetivo da disciplina 5 Objetivos específicos Como cada disciplina pode contribuir para se atingir os obj. específ. 6 Categorias de discipl. Formação básica Formação profissional Form. complementar 7 Matriz curricular O professor deve conhecer toda a matriz curricular do curso OBJETIVO Otimizar o Planejamento Acadêmico Aspectos principais 1 Projeto do curso 2 Perfil do egresso 3 Perfil por período 4 Objetivo geral 5 Objetivos específicos 6 Categorias de discipl. 7 Matriz curricular 8 Fluxograma disciplin. 9 Obj.Xcont.Xmetodol. 10 Interdisciplinaridade 11 Metas intermediárias 12 Avaliação 13 Revisão do planejam. 14 Comprometimento Outros aspectos 1 2 3 4 8 Fluxograma disciplin. A partir da classificação (6) definir o fluxograma (pré-requisitos) 9 Obj.Xcont.Xmetodol. A partir dos objetivos definir os conteúdos e a(s) metodologia(s) e não ao contrário 10 Interdisciplinaridade Evitar a fragmentação Evidenciar a sobreposição e a complementaridade das disciplinas 11 Metas intermediárias Por: disciplinas, catego rias de disciplinas e período letivo 12 Avaliação Dos objetivos, conteúdos alcançados/desenvolvidos 13 Revisão do planejam. A partir da avaliação revisar objetivos,conte údos, metodologia, avaliação, atividades interdisciplinares etc. 14 Comprometimento É vital o total comprometimento de todos os docentes 17 1. Projeto do curso É imperativo que cada professor, ao ingressar na FAD, tome conhecimento do projeto do curso em que irá lecionar. Se o professor já atua na instituição em determinado curso e irá lecionar noutro, deverá tomar conhecimento do projeto do novo curso em que irá ingressar. A mesma disciplina, em curso diferente, pode ter uma função totalmente diversa. Isso irá depender da forma como a disciplina é classificada dentro do curso. Por exemplo: a disciplina Língua Inglesa, no Curso de Administração, pode ser classificada como sendo de formação geral, humanística, entretanto, essa mesma disciplina no Curso de Letras exerce um papel totalmente diferente, posto tratar-se de uma disciplina de formação profissional. 2. Perfil do egresso De todos os itens que compõem o projeto de um curso, um dos que os professores e os alunos precisam ter muita clareza é o perfil do egresso. Do contrário, como professores e alunos saberão se o percurso está correto? Como saber se cada disciplina ministrada está contribuindo de forma assertiva para que, ao final do curso, o aluno saia com o perfil idealizado no projeto do curso? 3. Perfil por período Tendo em vista que a análise proposta no item anterior é de um grau muito elevado de dificuldade – verificar a forma pela qual uma disciplina em meio a tantas outras (30, 40, 50 disciplinas) contribui para que se alcance o perfil do egresso – uma boa estratégia é segmentar o perfil em períodos. Em outras palavras, se não forem tomados alguns cuidados, o docente conhece apenas o perfil do ingressante e o perfil idealizado para o egresso. Mas entre um e outro, há o trabalho de todos os professores, com todas as disciplinas, então parece que o melhor é definir perfis intermediários que possibilitem avaliações periódicas do trabalho que vem sendo desenvolvido por todo o corpo docente, permitindo correções de rotas sempre que se fizer necessário ao longo do processo educacional. 18 Esses perfis intermediários podem ser estabelecidos por períodos – semestral ou anual – ou ainda por categorias de disciplinas, item que será tratado adiante. 4. Objetivo geral O mesmo que foi escrito sobre o perfil, vale também aqui para o objetivo geral do curso. Se cada professor conhecer bem o objetivo geral do curso, provavelmente ele terá menos dificuldade para elaborar o objetivo da disciplina que leciona, posto que este objetivo deve estar intimamente ligado com aquele outro maior. 5. Objetivos específicos O comentário acima vale também aqui, porém, neste caso, faz-se necessário um conhecimento adequado da categoria de disciplina que cada professor leciona, posto que algumas somente contribuirão para se atingir os objetivos gerais do curso, ao passo que outras estarão diretamente ligadas com os objetivos específicos. Sem tal conhecimento, por melhor que seja a qualidade do professor, por mais que ele tenha domínio da matéria que irá lecionar, ele poderá deixar de atingir alguns dos objetivos específicos do curso. 6. Categorias de disciplinas Dentro de um curso as disciplinas ocupam funções diferentes, podendo ser classificadas em, pelo menos, três grupos: formação geral, formação profissional e formação complementar. As disciplinas designadas como sendo de “formação geral” desempenham um papel de suprir lacunas deixadas pela educação básica, quer seja de conhecimentos humanísticos – Filosofia ou Sociologia, por exemplo – ou de domínio da norma culta, e assim possibilitam um melhor desempenho do aluno, além de contribuírem para ampliar sua visão de mundo, do ser humano, da sociedade, da política, da ética. As disciplinas denominadas como sendo de “formação profissional” devem dar conta do que há de mais específico de cada curso, de cada profissão. Como foi anteriormente 19 exemplificado (item 1), a mesma disciplina, em cursos diferentes, ocupa papel também diferente. Além disso, uma disciplina que é lecionada ao longo de dois semestres, pode sair de um grupo ou categoria para outro. Por exemplo, no Curso de Administração de Empresas, a disciplina Sociologia I – que acima está elencada como “formação geral” – ao ser trabalhada no semestre subseqüente como Sociologia II pode exercer um papel de “formação profissional” se aplicada às Organizações; Sociologia I, seria Sociologia Geral e Sociologia II, seria Sociologia Organizacional. Além dessas modalidades ou categorias de disciplinas, há aquelas que cumprem um papel complementar no sentido de despertar o interesse do aluno pelas diferentes possibilidades que a profissão, que o curso escolhido lhe proporciona; é uma introdução a determinado assunto que o curso aborda de en passant e que se o aluno quiser aprofundar seus conhecimentos sobre o assunto poderá, após a conclusão da graduação, buscar uma pós-graduação lato sensu ou stricto sensu. 7. Matriz curricular Cada professor, ao ingressar na FAD, ou quando for lecionar em novo curso deve ter disponibilizado pelo Coordenador e então tomar conhecimento da matriz curricular do curso em questão, para buscar saber o porquê da existência de cada disciplina ou atividades, bem como entender a coerência da ordem como tais disciplinas e/ou atividades estão dispostas ao longo do curso; tendo dúvidas, críticas ou sugestões, deve buscar saná-las e/ou transmiti-las ao Coordenador, pois agindo dessa forma pode dar uma grande contribuição para a melhoria do curso. 8. Fluxograma das disciplinas Conhecendo bem o projeto do curso, particularmente o perfil do egresso, o perfil intermediário, os objetivos gerais e específicos, as categorias das disciplinas, a matriz curricular, o Colegiado de Curso pode então buscar traçar o fluxograma das disciplinas, sempre 20 levando em conta – além de todos os tópicos anteriores – quais disciplinas cumprem o papel de servir como pré-requisito para outras. Muitas vezes, quando esse trabalho é executado com esse nível de detalhamento, sente-se a necessidade de se promover a inversão da ordem de algumas disciplinas. 9. Objetivos X conteúdos X metodologias Embora para alguns dos leitores o que segue aqui não represente qualquer novidade, posto que há muito tempo já trabalham assim, para outros que talvez estejam a menos tempo lecionando sirva como contribuição. Ainda é comum ver o professor definir primeiro o que ele vai trabalhar (conteúdo) para então começar a definir para quê ele irá trabalhar aquilo (objetivo) e como o fará (metodologia). É necessário que, em primeiro lugar, seja definido o(s) objetivo(s) daquela disciplina, levando em conta tudo o que foi exposto anteriormente, para então se definir o conteúdo que cumprirá o papel de atingir os objetivos traçados. Assim, uma vez definidos objetivo(s) e conteúdo(s), há que se definir qual(is) metodologia(s) será(ao) utilizada(s) para se alcançar o sucesso no processo ensinoaprendizagem. 10. Interdisciplinaridade É inegável que a FAD fez algumas tentativas para trabalhar dentro da perspectiva da interdisciplinaridade, mas ainda é algo incipiente; em relação a este aspecto há muito ainda para se aprender. É necessário reconhecer a dificuldade para acabar ou minimizar a fragmentação do trabalho realizado. Não se trata aqui de uma crítica, mas do reconhecimento da dificuldade de se trabalhar dentro de outra perspectiva. Se não houver toda a discussão anteriormente apresentada, inegavelmente a FAD continuará trabalhando de forma fragmentada. Se cada professor não tiver a idéia do todo, de cada curso em que leciona, ele não conseguirá mudar essa realidade. Se o professor não tem a visão do todo do curso em que leciona, ele simplesmente se limita a ir até a sala de aula e “dar conta do seu 21 recado”, então sai, entra outro professor que segue o mesmo procedimento do anterior e fica para o aluno - que também não possui essa visão de totalidade -, ir construindo a idéia do que seja o curso X, Y ou Z. Há muito ainda para se fazer no sentido de levar o aluno da FAD a adquirir uma visão de totalidade. É muito conhecida a frase de que o todo é muito mais do que a soma das partes, mas sem a preparação adequada, o trabalho do corpo docente da FAD ficará fragmentado. Algumas experiências isoladas de avaliação interdisciplinar alcançaram mais sucesso, outras menos, algumas privilegiam o processo, outras os resultados, mas é só um começo. É necessário evidenciar aos alunos que há disciplinas que se sobrepõem e que isso não é um erro, mas é para ser assim, porque em determinado momento, de acordo com os objetivos de determinadas disciplinas, elas precisam andar juntas, depois voltam a se separar. A sobreposição e a complementaridade das disciplinas têm de ser bem compreendidas e administradas pelos professores e bem explicadas aos alunos, do contrário, eles as perceberão como erros, falta de planejamento, falta de comunicação entre os professores, quando, na verdade, fragmentar o conhecimento em disciplinas é apenas um recurso didático para se poder ensinar adequadamente uma profissão aos alunos. Entretanto, os alunos não terão razão em suas críticas, se os professores levarem em conta tudo o que foi apresentado anteriormente. Adotar novas estratégias visando otimizar o tempo que os alunos dedicam ao estudo pode ser um bom caminho. Por exemplo, para otimizar a leitura dos estudantes, pode-se pensar na utilização de textos comuns a diferentes disciplinas, com enfoques diferentes, gerando uma leitura com um maior grau de profundidade, uma leitura com mais qualidade. Por essa via talvez se alcance uma maior integração entre as disciplinas e/ou mesmo seja possível de se eleger um tema comum e integrador. 22 11. Metas intermediárias Assim como foi sugerido anteriormente os perfis intermediários, sugere-se também o estabelecimento de metas intermediárias para cada disciplina. Cada professor, levando em conta todos os aspectos até então apresentados, tendo em vista onde pretende chegar com a disciplina que leciona, deve estabelecer metas intermediárias entre o conhecimento que o aluno tinha quando o professor iniciou a lecionar a disciplina e aquele que o professor espera que ele alcance no final do curso e checar periodicamente o andamento desse “percurso”. Essa mesma iniciativa deve também ser desenvolvida coletivamente por categorias de disciplinas. Os professores que lecionam disciplinas classificadas como sendo de formação geral, para além de suas metas individuais inerentes às disciplinas que lecionam, devem traçar metas comuns juntamente com os demais professores que trabalham com tal modalidade de disciplinas. É possível de se definir metas também por períodos – a cada mês, ou a cada bimestre, por exemplo. E, por fim, pode-se combinar as metas específicas da disciplina, com as metas da modalidade a que ela pertence, tudo dentro de um período estabelecido. 12. Avaliação Muitos mitos são criados em torno da avaliação. Há professores que desvinculam a avaliação de todo processo de ensino-aprendizagem. O professor ensinou, cabe ao aluno aprender; o professor cumpriu sua parte, compete ao aluno cumprir a dele. Sob tal perspectiva, é somente o aluno quem está sendo avaliado e não também o professor, e não também todo o processo de ensino-aprendizagem. Na verdade, muitas outras questões estão postas numa avaliação. Estão sendo avaliados aluno, professor e o processo de ensinoaprendizagem, mas há mais ainda. O professor pode ter feito um excelente trabalho e o aluno pode também ter feito a sua parte com muita dedicação e, conseqüentemente, o sucesso de todo esse processo deveria ser constatado na avaliação, mas quando isso não ocorre o problema, muito provavelmente, é a própria avaliação. Há 23 várias possibilidades para esse fato ocorrer. O instrumento ou os instrumentos utilizados não foram os mais adequados, os critérios não foram bem definidos, os objetivos da avaliação não ficaram claros, os conteúdos escolhidos para fins de avaliação não foram adequados, não eram os essenciais ou ao menos o que os alunos entenderam como sendo os essenciais da disciplina. Não é tarefa fácil avaliar e muito menos ser avaliado, no entanto é necessário cercar esse processo de alguns cuidados. Uma experiência que pode se revelar interessante consiste em desvincular a avaliação da nota do aluno, isto é, utilizar pequenos espaços das aulas para avaliar permanentemente não o aluno, mas o processo de ensinoaprendizagem. Interromper a aula em determinado momento e verificar o grau de adquirindo/construindo entendimento sobre o que assunto e os alunos então estão retomar o desenvolvimento normal da aula. Definir com o máximo de precisão possível os objetivos e os critérios de cada avaliação. Mas qual deve ser o objetivo primeiro e ESPERADO de uma avaliação? Verificar o sucesso da aprendizagem! O objetivo maior dos alunos é aprender, concluir o curso que escolheram, obter uma boa formação e o diploma a que têm direito e depois buscar exercer com a máxima competência a profissão que vieram aprender na FAD. Portanto, o objetivo principal da avaliação é aferir permanentemente se os alunos estão conseguindo alcançar o que vieram buscar na FAD. Se for detectado que algo não vai bem, isto é, se esse objetivo principal da avaliação não tem se traduzido em realidade, será preciso rever absolutamente tudo. Dentro dessa perspectiva, não faz o menor sentido marcar um período – um calendário oficial – para avaliação. Um calendário oficial rompe com a idéia de que a avaliação seja parte integrante, fundamental e permanente do processo de ensino-aprendizagem e a coloca como um elemento estranho que não fez parte de nada ao longo de todo o processo, aparece em determinado momento, “cumpre” seu papel e “segue seu caminho” sem nada deixar e nada levar. 24 13. Revisão do planejamento Não só a avaliação é extremamente importante para todo o processo de ensino-aprendizagem como também o primeiro passo que deve ser tomado após sua realização, qual seja, rever o trabalho, o planejamento, as metas etc. Se a avaliação indicar que tudo vai bem, ótimo, mas, mesmo assim, é necessário revisar tudo e ver ainda onde é possível de se melhorar, mas, se indicar o contrário, então será imperativo que se proceda uma profunda revisão de tudo o que tem sido feito para se tentar localizar o que está errado. Como a FAD está longe da perfeição – embora possa estar à frente de outras instituições em relação aos aspectos aqui apresentados, e ainda que hoje possa estar melhor do que ontem – a revisão permanente do planejamento, das aulas, dos objetivos etc. torna-se imperativo, tendo em vista que o objetivo maior da FAD é o sucesso do processo de ensino-aprendizagem, é o sucesso dos alunos. 14. Comprometimento Tudo o que foi exposto anteriormente somente se concretizará efetivamente se houver o total comprometimento de todo o corpo docente, logicamente que sob a ativa orientação de cada coordenador. Se uma parte do corpo docente estiver efetivamente comprometida e quiser realmente empenhar-se para realizar o trabalho proposto, com esse ou ainda com mais detalhamento do que foi apresentado e outra parte assim não o desejar, esse trabalho não se efetivará e em seu lugar prevalecerá um trabalho fragmentado. A FAD tem conhecimento de como é, de como está o seu trabalho hoje – que está bom –, mas se houver um maior envolvimento, um empenho ainda maior e um comprometimento para o desenvolvimento do processo de ensino-aprendizagem conforme o sugerido por estas diretrizes para o planejamento acadêmico, podese chegar ao ótimo. Resta uma pergunta: todo o corpo docente quer realmente trabalhar dessa forma? 25 2.5. O foco na qualidade do ensino e na formação integral do ser humano Entende-se que os itens tratados anteriormente já demonstram a preocupação da FAD com a qualidade do ensino e com a formação integral do ser humano. Partindo-se da Missão, da Visão e das Finalidades, passando-se pelos princípios da Filosofia de Ensino da FAD e pela efetiva preocupação em relação ao planejamento, que levaram à produção do texto apresentado anteriormente, “Diretrizes para o Planejamento Acadêmico”, chega-se a uma totalidade de elementos, condensados no presente PPI que denotam a real preocupação com o processo ensino-aprendizagem, com a qualidade do ensino e com a formação integral do ser humano. De uma série de idéias, princípios, diretrizes e ações, aparentemente isoladas, chega-se a uma totalidade que se traduz num alicerce, numa base sólida, num ponto arquimedeano a partir do qual o estudante possa alavancar-se e retirar-se do terreno pantanoso do senso comum. É com essa seriedade que a FAD volta seu foco para o ensino, para a formação integral do ser humano, pois acredita que dessa maneira, formando adequadamente os seus alunos, estará efetivamente dando uma grande contribuição social ao preparar um profissional com esse perfil para atuar na região em que a Instituição está inserida. 26 2.6. A busca permanente de aproximação com o mercado Tendo clareza de seu perfil a FAD busca se utilizar de todos os meios que estão ao seu alcance para aprimorar o processo de ensino-aprendizagem. supervisionado, Atividades atividades complementares, interdisciplinares, projetos estágio diversos, palestras, semanas de estudo, trabalho de conclusão de curso (iniciação à pesquisa) e atividades de extensão à comunidade são tratadas como atividades que podem e devem fortalecer o processo de ensino-aprendizagem. Mas, ao mesmo tempo, dentro do possível, a FAD também busca utilizar-se de todas essas atividades para aproximar a academia do mercado, uma vez que entende que tal aproximação é vital para que a teoria aprendida na academia seja submetida ao melhor de todos os bancos de prova: a realidade do mercado. Hoje, portanto, a FAD tem seu perfil muito bem definido, posto que, de um lado, elegeu o ensino como o seu foco principal de atuação e utiliza-se de todas as demais atividades como meio para atingir a qualidade do ensino praticado e, de outro, busca valer-se das demais atividades para aproximar a academia do mercado e assim testar na prática o que está sendo ensinado em sala de aula. 27 3. A necessidade de atualização permanente do PPI 3.1. Atualização e inovação: da Missão à Visão Conforme foi exposto anteriormente, o PPI deve ser entendido como algo vivo e dinâmico que, propondo mudanças, também mude. Não deve, portanto, ser tomado simplesmente como um documento escrito e acabado, mas como um processo sempre inconcluso. Essa idéia de tomar o PPI como um processo que vai se constituindo com o tempo é fundamental, pois, do contrário, como ele poderia fazer com que a Instituição se movimentasse no sentido de não só cumprir sua Missão, como também chegar até sua Visão? A crise, a instabilidade que um PPI pode criar no presente, ao trazer elementos de crítica à prática atual, ao propor rupturas, mudanças é fundamental e muito salutar. Assim, a FAD entende que um bom PPI não é aquele que simplesmente explicita os pontos fortes de uma IES, mas, antes, é o que encontra nos seus próprios pontos fortes – por exemplo, o grau de amadurecimento que se chegou em relação ao planejamento acadêmico – elementos para a crítica e aponta onde se pode melhorar. Dentro da concepção que a FAD tem do PPI, como um documento inconcluso e aberto a críticas e sugestões, a Instituição aprecia todas as contribuições que recebe para aprimorar este documento e entende como momento ímpar a avaliação externa e as críticas e sugestões delas advindas, pois uma coisa é a Instituição se auto-avaliar, outra, bem diferente, é a avaliação externa. A FAD é uma Instituição nova, que iniciou suas atividades no ano de 2000. Esse fato traz vantagens e desvantagens. As desvantagens ficam por conta da tradição, da marca que demora a se consolidar. Sob tal perspectiva a FAD não pode ser comparada a IES que funcionam há algumas décadas e por mais que prime pela qualidade, por mais que busque formar profissionais competentes, o número de alunos que se formou ou que está estudando na FAD e que confirma sua excelência ao atuar no mercado é ainda bem pequeno. 28 Quanto às vantagens em ser uma Instituição nova, pode-se dizer que elas existem, pois ainda que pareça um paradoxo, há vantagens em ainda não ter sua marca reconhecida, há vantagens em não ter uma tradição e uma história que fale por si só. Uma dessas vantagens é a capacidade de surpreender positivamente quer seja o próprio aluno, os seus familiares, a comunidade e/ou a empresa onde ele atua, ou o mercado como um todo. Um bom exemplo disso ocorreu em 2005, quando a FAD, concorrendo com 144 IES, muitas delas públicas, que gozam de grande tradição, ficou entre os cinco melhores projetos sobre empreendedorismo, num evento realizado pelo Guia do Estudante em parceria com a Abril Cultural. Outra vantagem de ser uma IES nova é não ter que carregar uma carga de todo um passado histórico que imobiliza a Instituição, dificultando mudanças e inovações. A FAD, portanto, não tem medo de inovar e até que para o seu curto período de existência, tem buscado inovar, tem buscado implementar práticas pedagógicas inovadoras, dentre as quais, de forma resumida, podem-se destacar: a. As diretrizes que orientam o trabalho dos docentes em relação aos discentes, começando com a aula centrada no professor e gradativamente ir transferindo a responsabilidade para os alunos, de tal forma que, ao final do curso, a aula esteja centrada nos alunos; b. As diretrizes que orientam a avaliação que, para serem coerentes com as diretrizes do processo de ensino-aprendizagem, privilegiam a avaliação individual em detrimento da coletiva no início do curso e, gradativamente, o valor das avaliações coletivas vai aumentando, até que ao final do curso passam a ter um grande peso, posto que espera-se que cada aluno aprenda a trabalhar em equipe e alcance sua autonomia intelectual; c. Traçar perfis e metas intermediárias, nos parecem práticas inovadoras, posto que permitem que possamos avaliar permanentemente ao longo do curso se o aluno está sendo 29 conduzido adequadamente rumo ao perfil do egresso e, se for o caso, permite corrigir alguma rota ao longo do caminho para que o egresso alcance o perfil pretendido e que lhe foi prometido pela IES; d. A Modalidade e Sistema Diagramático YAG, que será comentada logo adiante, que é uma ferramenta que obriga ao usuário, seja aluno ou professor, a desenvolver a capacidade de síntese, a trabalhar de forma mais racional e conseguir expor em uma única página o que poderia necessitar de muitas páginas. Isso ajuda a criar um mapa mental sobre determinado assunto, possibilitando um conhecimento mais aprofundado sobre o mesmo e que pode ainda levar o aluno a aprender mais rápido o que ele levaria muito mais tempo para aprender. e. O material que a FAD está desenvolvendo sobre técnicas de estudo e que será implementado em 2008 com os alunos ingressantes e eventuais veteranos que também demonstrem interesse em aprender. f. A forma como a FAD trata as vagas que lhe são ofertadas para estágio remunerado. A FAD não divulga aos alunos o nome da empresa ou os contatos para que os interessados nas vagas entrem em contato diretamente com a empresa. Se a maioria das IES pega esses anúncios de vagas para estágio remunerado e afixa num mural, deixando tudo por conta e risco dos alunos, a FAD tem sua forma institucional de tratar esse assunto. Divulga que há um determinado número de vagas para alunos de determinados cursos e os interessados devem procurar a coordenação de estágio. Ao tratar de forma institucional, a FAD se preocupa em orientar o estudante desde a confecção do currículo, até a postura, vestimenta adequada e as principais dinâmicas utilizadas para seleção. Se o estudante da FAD consegue a vaga, é feito um acompanhamento e lhe é passada a responsabilidade de bem representar a sua IES, pois assim procedendo poderá abrir a porta para outros colegas ou mesmo vir a se efetivar. 30 3.2. Modalidade e Sistema Diagramático – YAG Algo inovador que a FAD desenvolveu ao longo dos últimos três anos e que tem seus direitos autorais devidamente registrados junto à Biblioteca Nacional, do Ministério da Cultura, sob o número 383.489, do livro 712, folha 149 é a Modalidade e Sistema Diagramático YAG. Trata-se de uma ferramenta que visa aumentar a racionalidade dos estudos, aumentando sua eficiência e sua eficácia e que pode ser aplicada tanto para fazer um projeto simples, como para organizar a estrutura de uma monografia, ou mesmo aplicar para a resolução de problemas reais encontrados pelos alunos no seu trabalho. Tendo em vista que a referida ferramenta foi recentemente registrada, ela ainda não foi amplamente divulgada e utilizada dentro das Políticas de Ensino da FAD, mas com o intuito de democratizá-la entre os estudantes, no segundo semestre de 2007 a FAD oferecerá aulas aos sábados sobre a mesma e demonstrará aos estudantes como eles podem utilizá-la e que sua utilização, por obrigar o usuário a desenvolver um poder de síntese e de racionalização, muito contribuirá para que o aluno consiga elevar seu nível de compreensão do que está sendo estudado, aprenderá mais rápido e conseguirá desenvolver uma visão conteúdos desenvolvidos em aula. sistêmica sobre todos os 31 3.3. Técnicas de estudo Partindo de uma necessidade percebida pela maioria dos professores que lecionam nos primeiros períodos (1º e 2º semestre) e, ao mesmo tempo, buscando inovar, buscando sair do lugar comum, a FAD pretende iniciar suas atividades no ano de 2008 de forma diferente. O que os docentes têm percebido é que além da defasagem com que os estudantes chegam ao Ensino Superior, via de regra, eles não sabem estudar. São estudantes empenhados que querem aprender, mas que não sabem como. Assim sendo, eles empreendem muitos esforços, dedicam as poucas horas de que dispõem para o estudo – pois a grande maioria trabalha – muitas vezes de forma errada. Diante de tal situação, a FAD está desenvolvendo um material sobre técnicas de estudo que, se possível, já será utilizada no segundo semestre, aos sábados, para os alunos que tiverem interesse em aprender como estudar e que será amplamente empregada no início de 2008, com os novos alunos. Esse material tratará, basicamente, dos seguintes assuntos: a. Diferentes tipos de conhecimentos; b. Diferentes gêneros textuais e suas respectivas estruturas; c. Elementos necessários para uma boa leitura; d. Como elaborar relatórios de leitura; e. Como elaborar fichamento de leitura; f. Como elaborar um resumo; g. Como elaborar uma síntese; h. Como elaborar uma resenha. A FAD entende que ensinando essas técnicas ao estudante logo de início, aquilo que ele levaria um ano ou mais para aprender e que aprenderia algumas vezes da pior maneira possível – por tentativa e erro, e muitas vezes errando – o estudante aprenderá num período bem menor e dominando essas técnicas de estudo poderá ter um desempenho bem melhor no decorrer do curso. 32 4. Considerações finais O presente PPI – Projeto Pedagógico Institucional buscou apresentar, com a máxima transparência, quem é a FAD, a quê ela veio e aonde pretende chegar. Assim sendo, o próprio PPI serve como um instrumento para mostrar quem é a FAD hoje e, ao mesmo tempo, fazendo autocríticas e apontando caminhos, busca indicar caminhos que a IES deve percorrer para chegar a um padrão de excelência, de qualidade naquilo que faz, naquilo em que foca os seus esforços que é o ensino, que é a formação integral do ser humano. Por ter uma história bem recente, a FAD pode se comparar com outras IES mais antigas, mais tradicionais e também com outras recentes que iniciaram suas atividades praticamente na mesma época que a FAD começou a funcionar. Mas o mais interessante é comparar-se consigo mesmo e, dessa comparação, perceber os avanços que já obteve, os que ainda não alcançou e que ainda está procurando o melhor caminho para conseguir atingi-los. Muito atenta ao cenário atual do que se passa no meio acadêmico, ainda que na contramão do que vem ocorrendo nesse contexto, a FAD elegeu a bandeira da qualidade como seu lema, como seu motivo de ser, de existir. E é assim que ela espera, com o tempo, ser reconhecida pelo mercado, posto que ela já é assim reconhecida por seus alunos. E uma vez que os atuais alunos alcancem o seu sucesso profissional, de forma ética e por sua competência, a FAD alcançará também o seu sucesso. Essa relação de interdependência é muito interessante, pois, de um lado, o sucesso da FAD depende do sucesso individual do estudante e, de outro, para que o estudante possa ser bem sucedido como profissional, é necessário que ocorra o sucesso no processo de ensino-aprendizagem desenvolvido hoje na FAD. Assim sendo, o estudante depende da FAD e a FAD depende do estudante e ambos tentam desempenhar seu papel da melhor maneira possível, dentro de um ambiente de seriedade e de uma verdadeira parceria, o que 33 torna a FAD uma Instituição diferente, posto que os alunos a defendem e a divulgam com muito orgulho e, ao mesmo tempo, a FAD que muito se orgulha de seus discentes e docentes, também divulga o sucesso individual ou as atividades coletivas por eles desenvolvidas. Por fim, voltando ao sentido etimológico da palavra projeto, do latim, projetare, e, sobretudo, tendo em vista a parceria instituída espontaneamente entre a FAD e seus estudantes, é possível de se antever o futuro e apostar naquilo que ainda não aconteceu, mas que um dia irá ocorrer, a saber, a realização da Visão Institucional que consiste em ser reconhecida como “A Jóia das Faculdades”, por suas inovações e por sua excelência no ensino.