FIGURA 19 - Radiografia da mão e do punho, de um jovem do sexo masculino, aos 8 anos de idade. FIGURA 21 - Radiografia de um jovem, do sexo feminino, aos 14 anos de idade, apresentando 4 ossos sesamóides. FIGURA 20 Tabela demonstrando a utilização do índice de EKLÖf e RINGERTZ14 analisando a radiografia anterior. Mensuração Idade Óssea estimada (mm) (anos) Largura da epífise do Rádio 20,5 10,50 Comprimento do Capitato 18,0 11,75 Largura do Capitato 12,0 12,75 Comprimento do Hamato 13,0 10,75 Largura do Hamato 11,0 10,50 Comprimento do metacarpo do segundo dedo 45,5 9,25 Comprimento do metacarpo do terceiro dedo 41,0 8,75 Comprimento do metacarpo do quarto dedo 36,0 Comprimento da falange proximal do segundo dedo 27,5 10,0 Comprimento da falange proximal do terceiro dedo 30,5 10,0 Idade óssea estimada 10,27 Centros de Ossificação Por exemplo, a letra A é designada para a ausência do centro de ossificação e a letra I ou J para a fusão total da epífise com a sua respectiva diáfise. Paralelamente, o centro de ossificação analisado, recebe também um valor numérico ou escore, de 0 a 100, de acordo com o estágio de maturação apresentado. Desta forma, o profissional compara a radiografia de seu paciente com as ilustrações e descrições contidas no atlas, para cada centro de ossificação. (FIG. 14 e 15). Em 1962, após a análise de 2.600 jovens britânicos, os autores publicaram a segunda parte do atlas complementando-o e aperfeiçoando-o. Eliminaram as informações obtidas previamente na primeira parte do trabalho, sobre os segundo e quarto dedos, porque a maturação de seus metacarpos e falanges são muito próximas, diminuíndo assim o número de centros de ossificação a serem analisados, mas não prejudicando a precisão das informações. Acrescentaram tabelas associando a idade cronológica aos estágios de maturidade esquelética. As idades foram avaliadas até aos 18 anos, para os jovens do sexo mascu- lino, e até aos 16 anos para os do feminino, e os escores de 0 a 1000. Após a avaliação e a obtenção dos escores para cada centro de ossificação, somam-se estes valores e o resultado final é comparado com os escores indicados na tabela,que compara as idades cronológica e a esquelética, para cada sexo, identificando-se assim a idade esquelética equivalente à radiografia carpal, apresentada pelo paciente. (FIG. 16 e 17). Metodologia preconizada por EKLÖF e RINGERTZ14,54,55 Analisando 1.013 jovens suecos, de ambos os sexos, de 1 a 15 anos de idade, os autores elegeram 10 centros de ossificação da mão e do punho, como referência para o estudo da maturação óssea. A eleição baseou-se em testes preliminares, entre os ossos que proporcionassem resultados estatisticamente mais exatos, em relação à curva de regressão de crescimento. O método proposto, preconiza a mensuração em comprimento e/ou em largura destes 10 centros de ossificação. (FIG. 18). Após realizarem as mensurações dos Revista Dental Press de Ortodontia e Ortopedia Facial - V.4, Nº 3 - MAI./JUN. - 1999 8,50 jovens, os pesquisadores idealizaram duas tabelas, uma para cada sexo, onde cada centro de ossificação apresentava um valor em milímetros, máximo e mínimo, com dois desvios padrão para cada média encontrada. Os valores foram calculados para cada idade, de 1 a 15 anos, totalizando 56 parâmetros para cada centro de ossificação. Desta forma, o profissional por meio de um compasso de pontas secas ou um paquímetro, obtêm as dimensões em milímetros dos centros de ossificação analisados e transfere os resultados para uma ficha específica. A idade óssea estimada é calculada com o auxílio das tabelas preconizadas, correlacionando a dimensão com a idade mais provável.O valor médio final corresponde a idade óssea do jovem em estudo. (FIG. 19 e 20 ). As metodologias descritas anteriormente, demonstram que os investigadores elegeram determinados centros de ossificação para avaliar o estágio de maturação óssea de seus pacientes. GREULICH e PYLE20, utilizaram30 centros de ossificação, TANNER e WHITEHOUSE52, e EKÖF e RINGERTZ14, 10 centros, mas todos em26 A B C D - epífise menor que a largura da diáfise o comprimento da epífise iguala à largura da diáfise capeamento fusão FIGURA 22 - Desenho esquemático mostrando as fases de maturação de um osso longo. pregaram uma película radiográfica que reproduzisse toda a mão e o punho. Outros pesquisadores, avaliaram o momento do início da mineralização,o seu desenvolvimento e a mineralização total do osso sesamóide3, 5, 7, 11, 19, 21. Estes pequenos ossos de origem cartilaginosa, podem aparecer em número de 5 em cada mão, sendo 2 sesamóides na articulação metacarpofalangeana do primeiro dedo (sesamóide radial ou adutor), 1 na articulação interfalangeana do mesmo dedo, e 1 na articulação metacarpofalangeana dos segundo e quinto dedos (figuras 5 e 21)50. Os mais regulares são os da articulação metacarpofalangeana do primeiro dedo5, 7, 20 . Determinadas pesquisas relatam que ocorre uma agenesia de somente 0,5% des- te centro de ossificação43, 50. O início da mineralização do sesamóide adutor da articulação metacarpofalangeana do primeiro dedo, coincide com o início da adolescência, podendo ser então utilizado como referencial biológico e relaciona-se com o pico de crescimento estatural e mandibular. A mineralização do sesamóide antecipa ou coincide com o pico de crescimento estatural, ocorrendo em média de 0,7 a 1 ano antes do pico máximo de crescimento estatural 3,5,7,11,19,21,43,44,50. HÄGG e TARANGER21 em 1981, analisando jovens suecos, de ambos os sexos, observaram que o início do pico máximo de crescimento estatural ocorreu aos 10 anos, nos jovens do sexo feminino e aos 12 anos, nos do masculino, finalizando FIGURA 23 Gráfico localizando o estágio de capeamento da epífise da falange proximal do primeiro dedo, nas curvas de crecimento somático, para os sexos feminino e masculino, segundo os trabalhos de GRAVE e BROWN19. Revista Dental Press de Ortodontia e Ortopedia Facial - V.4, Nº 3 - MAI./JUN. - 1999 aos 15 e aos 17 anos respectivamente, mas a duração foi de aproximadamente 4 anos e 8 meses para os jovens do sexo feminino e de 4 anos e 11 meses, para os do masculino. Em relação à mineralização do sesamóide, evidenciaram que em 14,3% dos jovens do sexo feminino e em 8,3% do masculino, este fenômeno precedeu ao início da curva ascendente. Com o intuito de determinar o relacionamento entre a mineralização do sesamóide ulnar ou adutor do primeiro dedo e o pico máximo de crescimento mandibular, PILESKI et al43 analisaram jovens de ambos os sexos. Observaram que em 25,3% dos jovens do sexo masculino e em 19,5% do feminino, o pico de crescimento mandibular ocorreu antes da mineralização do sesamóide. Mediante estas considerações, elegendo-se o sesamóide como referência para a avaliação da maturidade esquelética, o bom senso deve prevalecer. Preferivelmente, elege-se mais de um evento de ossificação no estudo da maturidade óssea. Associada à mineralização do sesamóide, a avaliação das alterações epifisárias dos osso longos, observadas nas falanges necessitam ser consideradas7, 19, 20,21,50. Nos ossos longos em crescimento, observa-se a epífise separada de sua diáfise, aparecendo inicialmente como um pequeno centro de ossificação centralizado, em relação à sua diáfise. Esta epífise expandese gradualmente, alcança o mesmo tamanho da diáfise, começa a envolvê-la (fase do capeamento) e inicia o processo de fusão, até visualizar-se radiograficamente a união completa entre estes centros de ossificação. Neste momento, a maturação esquelética alcança o seu pico. (FIG. 22). Associando estes eventos com a curva de crescimento somático, nota-se que o processo de capeamento da epífise com a diáfise da falange proximal do primeiro dedo, ocorre próximo ao pico de crescimento estatural, localizando-se no lado descendente da curva7, 19. (FIG. 23). O emprego de filmes periapicais radiografando o primeiro dedo, também é possível, pois avalia tanto a mineralização do sesamóide como todo o processo de desenvolvimento de sua epífise. 27 Metodologia simplificada5,7,50,51 Em 1972, CHAPMAM propôs uma metodologia simplificada para a avaliação da maturidade esquelética, empregando radiografias periapicais. Utilizou como centro de ossificação o sesamóide adutor do primeiro dedo. Infelizmente, não descreveu a técnica detalhadamente, para a obtenção das radiografias que permitissem o seu uso rotineiramente no consultório odontológico. SILVA FILHO50,51, em 1989, fundamentado no trabalho de CHAPMAN, utilizando películas radiográficas periapicais, expôs a região do osso sesamóide adutor da junção metacarpofalangeana do primeiro dedo da mão esquerda. Propôs aprimorar a técnica da obtenção deste tipo de radiografia. Utilizou filmes periapicais número 2, Ektaspeed, da Kodak e Agfa, da AgfaGevaert. O aparelho empregado foi o “Spectro II”, da Dabi Atlante S.A. regulado em 50 KVp e 10 mA. Os pacientes foram protegidos com um avental de chumbo, permaneceram com a mão esquerda aberta, os dedos separados e apoiados em um plano de madeira posicionado horizontalmente. O filme periapical localizou-se na altura da articulação metacarpofalangeana do primeiro dedo, com o seu longo eixo acompanhando o dedo e o picote do filme por distal e lateral do dedo. (FIG. 24). Observou que, empregando a técnica do cone longo, usando o filme Agfa, com o tempo de 0,9 segundos de exposição, a dis7 tância foco-objeto em torno de 40 cm.e perpendicular ao filme, obteve-se uma melhor imagem radiográfica. Assim, a técnica descrita constitui-se em um método alternativo útil para auxiliar na determinação do estágio da maturidade óssea do paciente. Devido à sua simplicidade, pode ser empregada rotineiramente pelo ortodontista. Conclusões O emprego do filme periapical auxilia, o profissional que atua em regiões que não possuem centros de documentação ortodôntica, pois com o aparelho de radiografias periapicais convencionais pode-se avaliar um centro de ossificação específico, calculando-se assim a maturidade esquelética do paciente. A radiografia da mão e do punho realizada com uma película de 18X24cm, fornece informações de 30 centros de ossificação, tornando mais completa a avaliação. O profissional então, elegerá entre as metodologias sugeridas por GREULICH e PYLE20, TANNER e WHITEHOUSE52 e EKLÖF e RINGERTZ14, a mais adequada. Este trabalho descreve os métodos de avaliação referidos, visando demonstrar a facilidade de seu uso e a importância para o estabelecimento do momento mais preciso para o tratamento ortodôntico. Portanto, quando o diagnóstico infor- FIGURA 24 - Desenho esquemático demonstrando a localização do filme periapical, para a tomada radiográfica do osso sesamóide adutor do primeiro dedo, segundo SILVA FILHO50,51 . ma a necessidade de intervir nas más oclusões caracterizadas por discrepâncias esqueléticas, a ortopedia funcional dos maxilares ou a ortopedia mecânica reúnem condições mais apropriadas para uma fase inicial de tratamento. Depreende-se, portanto, que conhecer o estágio de maturidade óssea apresentado pelo paciente no momento do tratamento, é de vital importância. Abstract Using a detailed and extensive retrospective analysis the authors show the importance of the intense study of craniofacial Skeletal maturation; Orthodontic diagnosis; Orthopedic treatment; Orthodontic treatment. growth and its relation with the skeletal maturational stages, focussing on the orthodontic diagnosis. Uniterms: 04 - BJÖRK, A. Timing of interceptive orthodontic measures based on stages of maturation. Trans Eur Ortod Soc, v.48, n.2 , p.61-74, 1972. 05 - BJÖRK, A.; HELM, S. Prediction of the age of maximum pubertal growth in body height. Angle Orthod, v.37, n.2, p.134-43, 1967. 06 - BOSCO, V.L.; SILVA, R.H.H. Relação entre crescimento e erupção dentária. Rev Gaúcha Odontol, v.40, n.3, p.2148,1992. 07 - CHAPMAN, S.M. Ossification of the addutor sesamoid and the adolescent growth spurt. 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One case report Resumo Bruno Lima Minervino Dirceu Barnabé Raveli O objetivo deste artigo é fazer uma revisão histórica da ortopedia, descrevendo o uso do Aparelho de Balters, mostrando desde sua confecção laboratorial até as vantagens da utilização desse mecanismo no tratamento de Classe II 1ª divisão, devido a distoclusão do arco inferior. Esse artigo relata, ainda, um caso clínico, mostrando os bons resultados obtidos com esse procedimento. Introdução O Bionator, que teve sua origem creditada à Wilhelm Balters na década de 50, é derivado do ativador descrito por Andreasen, contudo menos volumoso e mais confortável para o paciente. Faz parte dos aparelhos usados para o tratamento da retrusão mandibular, que acomete casos de Classe II 1ª divisão nas dentaduras decíduas e mistas, e em casos de padrão de crescimento normal ou horizontal4,7. Balters não só criou um aparelho, mas propôs toda uma filosofia que condicionava o desenvolvimento das maloclusões ao mau posicionamento da língua. Os conceitos da Bruno Lima Minervino A Dirceu Barnabé Raveli B Maurício Tatsuei Sakima B Lídia Parsekian Martins C Paulo César Raveli Chiavini Tais dos Santos Dinelli E Unitermos: Classe II; Aparelhos funcionais; Ortopedia; Aparelho de Balters. matriz funcional de Moss são fortemente apoiados por Balters, pois parte do entendimento de que as alterações na atividades muscular induzem a modificações ósseas. 7 A maloclusão de Classe II de Angle é caracterizada por uma dentição mandibular mais distal em comparação com a maxila, retrognatismo mandibular e/ou um prognatismo maxilar. Características intrínsecas dessa classificação definem um diagnóstico diferencial, que muitas vezes resulta na escolha de diferentes estratégias na definição de um plano de tratamento adequado. Muitas alternativas de tratamento com aparelhos ortopédicos têm sido utilizadas desde o começo do século, pois sabe-se que a ortopedia tem o potencial de alterar o relacionamento entre os arcos dentários, dependendo da quantidade e direção de crescimento ocorre uma influência no crescimento mandibular. Por isso mesmo, as técnicas da ortopedia assumem destaque dentro da ortodontia atual para tratamento em pacientes jovens, pois os benefícios dessa interceptação podem se estender à fase seguinte da dentadura permanente. D Professor auxiliar de Ortodontia da FOPLAC/DF, Mestrando em Ortodontia na Universidade Paulista “Júlio De Mesquita Filho” – UNESP- Araraquara, SP. APOIO: FAPESP, proc nº 97/06979-4 Professor Assistente Doutor do Departamento de Clínica Infantil, Disciplina de Ortodontia Preventiva na Universidade Paulista “Júlio de Mesquita Filho” – UNESP- Araraquara, SP. C Professora Assistente e Doutorando do Departamento de Clínica Infantil, Disciplina de Ortodontia Preventiva na Universidade Paulista “Júlio De Mesquita Filho” – UNESP- Araraquara, SP. D Mestrando em Ortodontia na Universidade Paulista “Júlio de Mesquita Filho” – UNESP- Araraquara, SP. E Estagiária da disciplina de Ortodontia na Universidade Paulista “Júlio de Mesquita Filho” – UNESP- Araraquara, SP. A B Revista Dental Press de Ortodontia e Ortopedia Facial - V.4, Nº 3 - MAI./JUN. - 1999 30 Revisão da Literatura Até a II Guerra Mundial, existia o dilema da aceitação ou não da Ortopedia como modificadora do padrão morfogenético, base do tratamento dos Ortodontistas Europeus, pois, os Ortodontistas Americanos davam mais ênfase em seus tratamentos às correções de problemas dentários, portanto não reconhecendo as modificações de crescimento dos aparelhos Ortopédicos. Essas idéias, no início, tão distintas convergem para um mesmo ponto em comum, pois os Ortodontista Americanos passaram a aceitar a idéia da matriz funcional de Moss: teoria que estabelece os tecidos moles como responsáveis pelo crescimento ósseo, ligando a forma à função. Atualmente existe a aceitação de que tanto os fatores genéticos, controladores do DNA, como também epigenéticos, entendidos como a influência do meio ambiente sobre o crescimento, é que ditam o ritmo das alterações morfogênicas do desenvolvimento facial, não se sabendo precisar exatamente a quantidade real de participação de um e/ou outro13,14,15,16,17. Analisando as vantagens e desvantagens do tratamento precoce, pode-se observar que existe uma maior aceitação do tratamento em duas fases, em casos de Classe II dento-alveolares e em casos de pequenas deficiências mandibulares. A primeira fase utiliza o ativador por volta de 10 a 12 meses seguido pela utilização de aparelhos fixos que dura o mesmo tempo. Alguns autores concluem que o uso de aparelhos ortopédicos redireciona o crescimento mandibular, principalmente em casos onde o paciente possui um potencial de crescimento craniofacial1,9. Uma outra abordagem se refere ao tempo de tratamento que, quando prolongado desmotiva o paciente pelas inúmeras visitas ao Ortodontista, como também, os gastos em relação a aparatologia num tratamento bifásico, esses autores argumentam, ainda, contra a possibilidade de ocorrer o real estímulo de crescimento mandibular1,10. Alguns trabalhos mostram que os tratamentos bifásicos em comparação com os tratamentos unifásicos, não trazem diferenças significativas entre os grupos tratados com aparelhos fixos e ortopédi- cos (e/ou ortopédico-ortodôntico), relatando que o crescimento mandibular era parte integrante do crescimento intrínseco do próprio paciente2,11. EIREW (1981) 4 fez uma análise do uso do aparelho de Balters que, segundo o próprio autor, tinha por objetivos: 1) Na área labial, eliminar o relacionamento anormal entre lábios e dentes incisivos; 2) Eliminar traumas à mucosa provocados pela mordida profunda; 3) Corrigir a retrusão mandibular e o relacionamento anormal da língua; 4) Corrigir a curva de Spee, se necessário, pela ação do aparelho que impede a interposição da língua e da bochecha entres os arcos dentários. O autor relata que o uso clínico do bionator deve ser diário. O paciente deverá tirá-lo apenas nas refeições e entre 6 a 8 semanas já se espera uma alteração na posição mandibular. Neste período e algum tempo depois deve-se desgastar o aparelho fazendo os ajustes adequados. Alguns autores7 consideram que a função respiratória anormal e a falha da deglutição é causada por uma posição mais anterior da língua. Pelo mesmo raciocínio, e apoiados pela matriz funcional de Moss, isso explica a maloclusão de Classe II sendo atribuível à falta de desenvolvimento ântero-posterior da dentição e a um comportamento posterior anormal da língua. A correção dessas anomalias pode ser conseguida trazendo a língua para uma posição mais anterior, pela estimulação da parte distal do dorso da língua alargando o trato respiratório e aumentando os reflexos da deglutição, em consequência a função oral voltará ao normal, como também, a relação ântero-posterior dos maxilares. Ve-se aí a importância do vedamento labial anterior para tratar todos os tipos de maloclusões. Essa expressão do potencial de crescimento deve, então, ser tratada pela moldagem dos incisivos numa posição mais anterior ou de topo a topo, assim o aparelho deve ser construído mantendo um espaço interoclusal de 2 mm, para os casos de Classe II, deslocando a língua para anterior. Dessa forma os incisivos serão “travados” na região anterior, mas os molares inferiores serão liberados para irromper de maneira correta, seguindo uma boa orientação em relação à curva de Spee, enquan- Revista Dental Press de Ortodontia e Ortopedia Facial - V.4, Nº 3 - MAI./JUN. - 1999 to as bochechas são impedidas de ocupar o espaço oclusal recém formado7,12. Existem 3 (três) tipos de aparelhos de Balters; 1) Aparelho base ou para correção de Classe II; 2C Aparelho de inversão ou para casos de classe III, 3) Aparelho para mordida aberta ou de proteção, nos casos de função atípica da língua e disfunção da ATM. O aparelho base é construído com relação incisal topo a topo, nos casos de grande “overjet” recomenda-se a confecção do aparelho em duas etapas. Na primeira manipula-se o acrílico para promover o encobrimento dos incisivos, evitando vestibularização e erupção. Passado algum tempo, inicia-se a segunda etapa onde o aparelho deverá ser refeito numa posição topo a topo12. O aparelho base é confeccionado com acrílico, de modo a não tirar o espaço da língua, 2 a 3 mm atrás dos molares acima da margem gengival até a distal de canino. A parte anterior maxilar permanece aberta. Os dentes inferiores são cobertos pelo acrílico. O espaço interoclusal é preenchido com acrílico até metade das superfícies oclusais do dentes. O arco palatino, deverá ser confeccionado com fio de aço 1.2 mm, e o arco vestibular com fio 0,9 mm, formando as alças bucinadoras( laterais), as quais deverão ficar 2-3 mm afastadas dos dentes nesta região e anteriormente formar o arco labial. Após a acrilização o acabamento das peças deve ser realizado com brocas especiais, usar a Maksikute e depois a Pedra Trimmer. O polimento deve ser realizado com lixa especiais, seguido da escova de Polimento nº 29 e 30 respectivamente com uso de pedra pomes, finalizando usa-se a escova de pano embebido em Kaol. Segue uma sugestão para a confecção laboratorial do aparelho de Balters, usado nas clínicas da Faculdades de Odontologia de Araraquara. (FIG.1) TSAMTSOURIS et al, (1983) 18 relatam oito possibilidades que descrevem o mecanismo de ação do Bionator: expansão maxilar, retração da maxila, migração distal dos dentes maxilares. Em relação à mandíbula ocorre migração mesial intra-alveolar, reposicionamento dos dentes mandibulares e erupção passiva dos dentes com aumento de altura dos processos alveolares, 31 1 2A 2B 3A 3B 4A 4B 5A 5B 6 FIGURA 1 - (1) Arcos vestibular e lingual confeccionados com fios ortodônticos de 0,8 e 1,2mm de espessura, respectivamente, montados em verticulador. (2) Enceramento, A. modelo superior com encobrimento das faces vestibulares dos dentes posteriores, B. modelo inferior. (3) Acrilização, A. sem uso do verticulador, B. montagem do verticulador na posição topo à topo dos incisivos na região anteriores. (4) A. Acabamento inicial e B. final da peça.; (5) A. Polimento inicial e B. final. (6) Finalização. que contribuem para a abertura da mandíbula e aumento da altura facial inferior, rotação do plano oclusal e correção da Classe II, conseguida pela prevenção da erupção dos molares superiores, promovida pela cobertura acrílica sobre esses dentes. FALTIN (1987) 5 descreve a ação desse aparelho na função reguladora da fonética, deglutição e normalização da respiração. Relata que a bionatorterapia promove a recuperação do equilíbrio, tanto no aspecto físico quanto psíquico do indivíduo como um todo. O aparelho proporciona, ainda, uma aumento do espaço funcional Revista Dental Press de Ortodontia e Ortopedia Facial - V.4, Nº 3 - MAI./JUN. - 1999 bucal, além de corrigir a relação maxilo mandibular. MARTINS (1997) 12, em seu trabalho sobre comparação do uso do Bionator com AEB removível em pacientes Classe II 1ª divisão, compara o resultado final desse dois procedimentos com um grupo contro32