De que forma é possível, nas nossas escolas, colocar as novas tecnologias ao serviço da aprendizagem? Para dar resposta à questão que nos foi lançada para esta reflexão, e após algumas leituras realizadas, estamos em condições de poder afirmar que as formas tradicionais de trabalho, realizadas nas escolas, estão completamente postas de parte, devido à grande diversidade de meios de difusão e acessibilidade às fontes de informação, possibilitada pelas modernas tecnologias da informação. O aparecimento da Internet veio potenciar ainda mais a utilização das TIC, permitindo aos alunos e professores uma outra forma de aprender e de ensinar e fazendo com que as escolas tivessem que, tal como a sociedade de uma maneira geral, de se adaptar a uma nova realidade. Como nos refere Castelles (2004, p.16) “Entramos agora num novo mundo da comunicação: A galáxia Internet”. Hoje, aprende-se através e com a internet. Isto leva-nos a reflectir sobre o papel da escola e do ensino, construídos até aqui, tendo por base um paradigma que está completamente ultrapassado, face aos desafios actuais. Podemos falar em conhecimento sem fronteiras, em conhecimento global onde se partilha tudo, ou quase tudo. Onde o isolamento é apenas aparente porque a Internet, para além da partilha de informação, permite ainda um trabalho colaborativo muito importante entre pessoas, com as mais variadas culturas, onde o receio de rejeição diminui, significativamente, e onde todos tem as mesmas oportunidades, independentemente do sexo, ideologia, religião, raça, estrato social ou deficiência. A escola não se pode isolar desta realidade, deve ser a primeira a pôr em prática medidas que a coloquem no centro desta nova forma de comunicar, dando assim um sinal que está aberta, preparada e recetiva às mudanças, e que a sociedade veja nela um efetivo agente de mudança. A evolução da Web traduz-se no aparecimento de novas ferramentas que nos permitem partilhar tudo com todos, “tudo pode estar online!”. Se por um lado os nossos alunos, aparentemente, estão preparados para a utilização destas novas ferramentas, por outro lado a maior parte dos professores, precisam de um impulso no sentido de os ajudar a ultrapassar algumas barreiras. O professor bibliotecário terá aqui um papel importante “…motivando uns e utros a usarem metodologias centradas na aprendizagem colaborativa, na pesquisa online, na aprendizagem por descoberta, mas sendo orientada para ser frutífera e rentável”. (CARVALHO, Ana Amélia A.). Segundo Zorinho (1999: 21) “ Num mundo saturado em informação, a fonte de valor não é a disponibilidade bruta de dados mas a capacidade de os usar de forma Tarefa 1 – Augusta Gabriel Página 1 De que forma é possível, nas nossas escolas, colocar as novas tecnologias ao serviço da aprendizagem? útil. E esta capacidade implica não apenas competências técnicas e tecnológicas, mas também um padrão de seletividade profundamente apurado, desenvolvido a partir da definição clara de objetivos e condicionantes”. Nesta era da web 2.0, a biblioteca escolar deverá definir o seu papel como o motor impulsionador de uma nova forma de estar na escola. A Web 2.0, mais do que um serviço é uma questão de atitude que se traduz num novo posicionamento: “estar onde estão os utilizadores, aproveitar a inteligência colectiva, abrir-se à contribuição dos utilizadore.”. Assim a biblioteca 2.0 deverá: - Centrar-se no utilizador: O utilizador participa na criação de conteúdos e serviços disponibilizados na web pela biblioteca; - Disponibilizar uma experiência multimédia: Tanto as coleções como os serviços da biblioteca deverão conter componentes de áudio, vídeo e realidade virtual; - Ser socialmente rica: Interagir com os utilizadores utilizando diversas ferramentas da web 2.0; - Ser inovadora e ao serviço da comunidade: Procurar constantemente a inovação e a atualização de modo a acompanhar as mudanças que ocorrem na comunidade, adaptando os seus serviços e tornando-se atraente aos olhos dos utilizadores que aí procuram, encontram e utilizam a informação. Os ciclos de mudança são cada vez maiores e ocorrerão em períodos de tempo cada vez mais curtos. Nesta perspectiva, as bibliotecas têm de ganhar agilidade para adoptarem uma postura capaz de se ajustar às mudanças. Termino esta reflexão concordando com a crítica de Simens à educação, quando refere que “… a educação tem demorado a reconhecer o impacto das novas ferramentas e as mudanças do meio no que significa aprender”. De facto as escolas permanecem ainda muito agarradas à ideia de que a Web serve apenas para pesquisar, comunicar e divulgar informação através de e-mail e plataformas, desconhecendo as potêncialidades das ferramentas da Web 2.0. Costumamos dizer que as bibliotecas escolares estão “mais à frente” e os professores, mesmo os de informática, reconhecem que assim acontece. Aprender e ensinar na era digital, obriga a uma mudança de atitude perante as tecnologias, tendo o professor bibliotecário um papel mais interventivo e dinâmico e simultaneamente mais participativo na inclusão digital da comunidade escolar. Bibliografia: Textos disponibilizados na Plataforma Tarefa 1 – Augusta Gabriel Página 2