18 JORNAL DE BRASÍLIA Política&Poder. Brasília, quinta-feira, 30 de abril de 2015 esplanada Leandro Mazzini Com Equipe DF, SP e Nordeste [email protected] Um dia para esquecer na História da Justiça A despeito do mérito dos habeas corpus julgados pela Segunda turma do STF, que resultou na libertação dos empreiteiros detidos, faltou bom senso aos ministros para os apelos do juiz Sérgio Moro – e faltou afinidade entre as instituições, independentemente de instâncias, em prol de um resultado histórico. A soltura vai afetar em cheio a Operação Lava Jato e pode inibir a descoberta dos grandes corruptos dentro e fora do Governo. Em 2003, os juízes Lívio Pepino (Itália, Operação Mãos Limpas) e Baltazar Gárzon (Espanha, combate à corrupção) disseram a este repórter que o baque no crime organizado em seus países só deu certo pela união entre as instituições. Lá e cá Na dúvida... A afinidade que ocorreu na Espanha e Itália, e que faltou no Brasil entre o STF, Justiça Federal, MP e a PF, alcançou relativo sucesso em operações seguidas na Europa. No pacotão da reforma política, o PL 1169/15 do federal Gaguim (PMDB-TO) altera a lei eleitoral e determina a recontagem física de votos, para casos autorizados pelo TSE. Leitura (des) obrigatória Renan Calheiros presenteou ontem alunos da FGV com um Best-seller – a prestação de contas da sua administração em 2014. Pelas bocas torcidas, notou-se o constrangimento. O músico Em entrevista à Revista Grão, que sai hoje, o ministro Luiz Barroso (STF) revelou que, se não jurista, seria músico. Na infância foi vizinho de Cazuza em Paty do Alferes (RJ). Revolta na Câmara Revolta na Câmara. O presidente Eduardo Cunha baixou o Ato da Mesa que obriga oito horas de trabalho – duas a mais – para diversas categorias de servidores. Tudo começou numa encrenca entre o líder do PHS, Marcelo Aro (foto), com o então chefe do Centro de Informática (Cenin), Luiz Antônio Souza, e o diretor-geral Sérgio Sampaio. O estopim O líder do PHS requisitou ao Cenin servidores para a liderança, mas teriam de trabalhar 8h/dia, e recusaram. Ofendido, o deputado levou o caso ao presidente Eduardo Cunha – que decidiu exonerar o chefe do Cenin, Luiz Antônio, por defender os subordinados. Resultado Tudo combinado, nada resolvido – ficou pior: Ninguém foi cedido ao PHS, Aro ficou mal na fita, Cunha perdeu simpatia dos servidores pelo Ato e o Cenin perdeu Luiz Antônio, dos melhores quadros efetivos da Câmara, que atuará como técnico legislativo. Na praça Haja estômago Os ministros do Turismo, Henrique Alves, e da Aviação, Eliseu Padilha, repetiram pelo menos quatro pratos, cada, no jantar do PMDB da Câmara no apartamento de Newton Cardoso Jr (MG), na terça. Para não desagradar aos retardatários que sentavam às mesas Promoters Newtinho, o anfitrião, ficou feliz com o prestígio. Recebeu 50 deputados. Virou concorrente de Fabinho do PV (MG), que promove os mais badalados jantares para os parlamentares – e vez em quando bate ponto na Câmara como deputado. #tobravo! O presidente do Senado, Renan Calheiros, avisou aos diretores das centrais sindicais que vai cobrar uma posição da presidente Dilma sobre as MPs 664 e 665 – que mudam os prazos para acesso aos benefícios trabalhistas. Soltou que não dá para Dilma ficar neutra e empurrar a responsabilidade para o Congresso. Esplanada Social Ilustres excelências se esbaldaram no aniversário da nova dona do restaurante Piantella, Valéria, domingo no Lago Sul – esposa do advogado Kakay. Mariana Aydar fez até sisudos sacudirem, como Marta Suplicy, futura Sra. PSB, e o marido Márcio Toledo. O presidente da Central dos Sindicatos Brasileiros, Antônio Neto, escolheu BH para fazer barulho. Lança amanhã a campanha nacional contra as MPs 664 e 665. Prêmio PO Paulo Octavio lança hoje em Brasília a segunda edição do prêmio de Jornalismo que leva o seu nome, que contemplará reportagens sobre Brasília. Serão distribuídos no total R$ 27 mil em 11 categorias (R$ 2 mil cada) e no prêmio principal (R$ 5 mil). p o n to final “As limitações acabam facilitando a imunidade dos corruptos”, Baltazar Garzon, em entrevista ao repórter, em 2003 U DETTIMAR / STF Impeachment STF arquiva ação contra Dilma O ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF) determinou o arquivamento do mandado de segurança impetrado pelo advogado Luís Carlos Crema. Ele denunciou a presidente Dilma Rousseff (PT) na Câmara dos Deputados por crime de responsabilidade. De acordo com o STF, após o presidente da Câmara, o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), negar seguimento da denúncia, Luís Carlos Crema entrou com mandado de segurança no Supremo para que lhe fosse reconhecido o direito de recorrer ao Plenário da Câmara dos Deputados. O ministro citou precedentes do Supremo em mandados de segurança ao também negar julgar inviável ao pedido de Crema. SEM LEGITIMIDADE Ao decidir sobre o pedido de Luís “ Somente deputados no exercício do mandato têm legitimidade para interpor recurso no âmbito desta Casa.” Celso de Mello, min. do STF Carlos Crema, Cunha argumentou que "somente deputados no exercício do mandato têm legitimidade para interpor recurso no âmbito desta Casa, a teor dos artigos 100, parágrafo 1º, e 226, inciso I, do Regimento Interno da Câmara dos Deputados". Ele acrescentou que compete à Presidência da Câmara aferir a "justa causa para a instauração de processo de ‘impeachment’". A decisão do arquivamento foi do ministro Celso de Mello