USINA HIDRELÉTRICA FURNAS abre canal de diálogo com moradores de assentamentos do entorno da Usina de Batalha P ara manter informados os morado- res e as autoridades locais sobre o projeto de construção da Usina de Batalha, no rio São Marcos, na divisa entre Cristalina (GO) e Paracatu (MG), FURNAS está investindo no Programa de Comunicação Social da Usina de Batalha. Entre os dias 3 e 6 de dezembro, equipes do Departamento de Engenharia A m b ie n t a l (DEA.E) e da Coordenação de Comunicação Social (CO.P) visitaram cinco assentamentos agrícolas que serão atingidos pela criação do reservatório: Buriti das Gamelas, Vista Alegre, Jambeiro, Casa Branca e São Marcos. Agricultores e representantes das duas prefeituras foram apresentados à nova comunicadora que atuará na região, a jornalista Lucimeire Santos. A agricultora Carolina Fernandes Silva, 49 anos, que há nove possui seis hectares de terra no assentamento Buriti das Gamelas, aprovou a iniciativa: “acho importante essa preocupação de FURNAS em colocar uma pessoa para falar com a gente, nos manter informados. Seria muito ruim descobrirmos de uma vez só que teremos que sair da nossa casa ou que o lago vai encher”. 20 REVISTA FURNAS - ANO XXXIV - Nº 348 - JANEIRO 2008 Comunic e respeito Fotos: Patrícia Melo e Souza ação cação Ao lado, o líder comunitário de Vista Alegre, Romildo Tomaz da Silva, defende a instalação da Usina de Batalha; no detalhe, o rio São Marcos, onde vai funcionar a Usina de Batalha A equipe de FURNAS também foi recebida pelo secretário de Governo de Paracatu, José Roberto Ribeiro Mendonça, e pela secretária de Educação de Cristalina, Elizabeth Alérico Gonçalves. “Sabemos da credibilidade de FURNAS, o que a Empresa representa para o país e sua preocupação ambiental. Esperamos que, com a construção da Usina de Batalha, Paracatu dê um salto, com o aquecimento da economia local e a geração de empregos”, afirmou José Roberto. Durante os encontros, o grupo pode detectar as principais dúvidas sobre a instalação da usina e propor trabalhos integrados para a melhoria do fluxo de informações. A Usina de Batalha, assim como a de Simplício (RJ/MG), está inserida no Programa de Aceleração de Crescimento (PAC) e pertence integralmente a FURNAS. Cidades Localizada no Noroeste mineiro, Paracatu, que tem como pontos fortes a pecuária e a produção de grãos, busca crescer através do turismo. Mas, segundo o diretor de Gestão da Secretaria Municipal de Planejamento, Fábio Gonçalves da Silva, hoje a captação de visitantes acontece, basicamente, devido aos hotéis-fazendas. “Com o lago formado pelas águas do reservatório, que ficará a 50 quilômetros da cidade, acreditamos que o turismo vai ser fomentado. Nós temos como exemplo a região de Equipe de FURNAS explica para a moradora Neise Pereira, de Buriti das Gamelas, o projeto de Batalha Escarpas do Lago, em Minas Gerais”, explica ele, referindo-se à região próxima à Usina de Furnas. A cidade vive um momento de expansão. Para qualificar sua população, a prefeitura investiu no Projeto Crescer, responsável pela formação de pedreiros, carpinteiros, técnicos em mecatrônica REVISTA FURNAS - ANO XXXIV - Nº 348 - JANEIRO 2008 21 Foto: Patrícia Melo e Souza USINA HIDRELÉTRICA Buriti das Gamelas: um dos assentamentos que vai ser atingido pelo projeto da Usina de Batalha e eletro-eletrônica. E o governo federal investirá R$ 5 milhões na construção de uma unidade do Cefet. 22 Esperança O assentamento Buriti das Gamelas, em Cristalina, Goiás, existe há nove anos, criado pelo Incra. Uma de suas moradoras mais conhecidas, a agricultora Já Cristalina reúne as maiores jazi- Neise Pereira Macedo, 62 anos, trabalha como merendeira na Escola Munici- das de cristal de rocha do mundo, além pal José Gomes Gonçalves II, que atende à comunidade. Há sete anos, ela de ser a principal produtora de alho e conseguiu seu pedaço de terra. Ela lembra com emoção o início sofrido. “Isso milho doce do Brasil. Com 256 rios e aqui era só terra bruta. Não tinha energia, faltava água. Cada pedaço desse nascentes, a cidade do leste goiano terreno eu trabalhei com minhas mãos, tirando pedra, plantando muda”, conta atualmente com 40 mil habitan- conta. A chegada do Programa Luz para Todos, ano passado, trouxe melhorias. tes. Segundo a secretária de Educação, E as mangueiras começaram a dar frutos. Agora, Neise vê com esperança a Elizabeth Alérico Gonçalves, é grande chegada da Usina de Batalha na região. “Se eu for uma das que tiver que sair, a expectativa em relação aos projetos vou sentir saudades. Mas sou a favor da usina, porque a situação do Brasil hoje que FURNAS poderá desenvolver jun- é crítica. Falta água e energia. Não penso no hoje, penso no amanhã, penso to às escolas. “Damos muita impor- nos meus netos. Que a represa seja bem-vinda”, afirmou. tância à questão da consciência O mesmo pensamento é compartilhado pelo presidente da Associação do ambiental e creio que poderemos fa- Assentamento Vista Alegre, Romildo Tomaz da Silva. Ele espera que a zer uma parceria para trabalharmos construção da usina traga novas opções de geração de renda para a comuni- esses conceitos com nossas crianças”. dade, também em Cristalina. “Sabemos que um projeto como esse sempre O primeiro passo já foi dado com o traz alguns dilemas. Mas tenho certeza que os efeitos positivos vão superar”, treinamento de professores das esco- afirmou, explicando que as famílias, fixadas na região desde 1999, lutam para las municipais, por técnicos da Empre- conseguir sobreviver com a produção de suas terras. Entre sonhos e esperan- sa, sobre o uso consciente da energia. ças, FURNAS segue gerando energia e construindo o futuro. REVISTA FURNAS - ANO XXXIV - Nº 348 - JANEIRO 2008