Rua Loefgreen, 2455 – Vila Clementino – São Paulo – SP 04040 033 (11) 5579 9622 RINITE ALÉRGICA A rinite alérgica pode ser definida como uma reação exagerada de resposta inflamatória da mucosa que reveste o nariz toda vez que ela entra em contato com determinadas substâncias que são chamadas de alérgenos. A poeira domiciliar é a principal queixa do agravamento dos sintomas da rinite alérgica em nosso meio. Os alérgenos mais comuns são os ácaros (que estão na poeira domiciliar), fungos, pelos de animais e pólens (de gramas, arbustos e árvores). Existem outros tipos de Rinite? As rinites não-alérgicas podem ser divididas em: idiopáticas não-alérgicas ou vasomotora; rinite eosinofílica não-alérgica; rinite colinérgica (gustatória ou por ar frio), rinite infecciosa, rinite medicamentosa (por uso excessivo de gotas nasais, drogas para pressão alta, aspirina, abuso de cocaína). Existem outras mais raras como por alteração hormonais, vazamento de líquor, etc. Também pode ocorrer por alguma obstrução (desvio de septo, pólipos nasais, cornetos hipertróficos (dilatados), tumores, hipertrofia de adenóides, atresias de coanas). A rinite não alérgica mais comum é vasomotora, também conhecida como rinite idiopática não-alérgica, e tem como sintomas a congestão nasal(obstrução nasal) e/ou rinorréia (coriza ou secreção nasal). Pode provocar crises de espirros e geralmente não causa prurido (coceira no nariz). Os desencadeantes da rinite vasomotora são: fumaça de cigarro, cheiros fortes (odores), alterações de temperatura e umidade, ingestão de álcool, emoção e luz brilhante. Os testes cutâneos são negativos. A rinite medicamentosa ocorre com uso prolongado de descongestionantes nasais tópicos (gotas nasais). Os indivíduos com obstrução nasal (nariz entupido) habitualmente usam doses crescentes de gotas nasais para manter o fluxo nasal permeável. O exame nasal classicamente mostra cornetos eritematosos (avermelhado) e edemaciados (inchado). Quais são os sintomas? Os sintomas mais frequentes são: espirros em salva (sequência de espirros), rinorréia (coriza ou secreção nasal), prurido (coceira no nariz) e congestão nasal (obstrução ou nariz entupido). Além disso, podem ocorrer sintomas oculares (vermelhidão, coceira nos olhos e lacrimejamento), coceira no ouvido, prurido no palato (coceira no céu da boca). Alguns indivíduos alérgicos costumam coçar a ponta do nariz com a palma da mão, essa manobra é chamada de "saudação do alérgico". Este costume pode levar a formação de um sulco ou prega transversal no nariz. Como diagnósticar? O diagnóstico da rinite alérgica baseia-se, principalmente, na combinação de dados obtidos através da anamnese (história clinica detalhada) e do exame clínico, complementando-se com os resultados dos exames, como os testes alérgicos e/ou dosagem sérica (no sangue) de IgE específica (alérgenos específicos). Os exames "in vivo" são os testes alérgicos, que por sua vez pode ser por puntura (gotas na pele) e/ou intradérmicos (injetado debaixo da pele). Além disso pode ser realizada a prova de provocação nasal e a rinomanometria. Os exames "in vitro" (feito através do sangue ou secreção nasal) são da dosagem total de IgE, a dosagem da IgE específica, citologia e biópsia nasal (raramente utilizado) e dosagem dos mediadores inflamatórios (estes geralmente somente para pesquisa médica). Como Controlar A rinite alérgica perene é mais comum em nosso meio e os ácaros da poeira são os alérgenos mais importante no nosso pais (80% dos alérgicos são sensíveis aos alérgenos dos ácaros) e geralmente presentes no colchão, travesseiro, cortinas, livros velhos, tapetes e móveis estofados. Em seguida os animais de estimação, fungos ou mofo e os polens (também podem estar presentes de modo perene em certas regiões do país). Um bom controle ambiental é necessário para evitar a rinite alérgica. Como Tratar Uma estratégia não medicamentosa para tratar a rinite é o controle dos fatores ambientais, com o objetivo de se evitar o contato com os alérgenos. Dentre as medidas de controle ambiental pode-se citar: combate ao mofo e à umidade; manter ambientes ventilados; evitar bichos de pelúcia e animais de pelo e pena. A remoção ou a prevenção do contato com alérgenos é sempre recomendada, no entanto, o tratamento farmacológico é geralmente necessário. Gotas nasais: A aplicação de gotas nasais com descongestionantes causa uma constrição dos vasos nasais, diminuindo a secreção de muco e aliviando os sintomas. Estes medicamentos costumam causar dependência, fazendo com que o nariz volte a ficar entupido a não ser que os descongestionantes voltem a ser usados repetidamente. Esta dependência é difícil de ser revertida. Anti-histamínicos: Os anti-histamínicos melhoram os espirros, a coceira e a coriza, mas não são tão efetivos contra a congestão nasal. É muito comum no mercado a associação de uma solução nasal que combine um anti-histamínico e um descongestionante. Os anti-histamínicos também podem ser tomados em comprimidos, mas geralmente causam alguma sonolência. Corticoides tópicos nasais: Os corticoides nasais são efetivos no tratamento e na prevenção da rinite alérgica, podendo ser usados mesmo fora das crises. É necessário que os pacientes que estão usando corticoides nasais por prolongados períodos tenham sua cavidade nasal examinada por um especialista periodicamente para evitar as raras complicações, como lesões da mucosa e infecções. Imunoterapia: É um tratamento que visa dessensibilizar o paciente aos alérgenos. Consiste na injeção de pequenas doses do alérgeno de modo a acostumar o organismo ao mesmo, diminuindo a resposta à sua exposição.