RELATÓRIO DE CONTAS 2012 1 1 RELATÓRIO DE CONTAS 2012 ÍNDICE RELATÓRIO DE GESTÃO 4 PRINCIPAIS INDICADORES DE PERFORMANCE FINANCEIRA 5 MENSAGEM DO PRESIDENTE DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO 6 ÓRGÃOS SOCIAIS E DE GESTÃO 9 ESTRUTURA ORGANIZACIONAL 10 ENQUADRAMENTO MACROECONÓMICO Economia internacional 11 11 Mercados financeiros 14 Economia angolana 16 A MARCA ATLANTICO 19 MISSÃO E ESTRATÉGIA 20 PRESENÇA GEOGRÁFICA 21 MARCOS DA ACTIVIDADE 22 PRÉMIOS E DISTINÇÕES 23 CAMPANHAS 2012 24 ÁREAS DE NEGÓCIO 25 Private banking 25 Corporate 26 Rede ATLANTICO 27 Banca de investimento 27 Negócio Institucional 30 Canais complementares 30 Relação com investidores SISTEMAS DE CONTROLO INTERNO 31 32 Gestão de Riscos 32 Compliance 34 Auditoria interna 35 Controlo interno 36 OUTRAS FUNÇÕES DE CONTROLO E SUPORTE 37 Estratégia e clientes 37 Crédito e rating 37 Acompanhamento e recuperação de crédito 38 Organização, métodos e projectos 38 Banca transaccional 38 Middle office 39 Tecnologias 39 Segurança 40 Jurídico 40 2 RELATÓRIO DE CONTAS 2012 CAPITAL HUMANO 41 Desenvolvimento 42 Carreira 42 RESPONSABILIDADE SOCIAL EMPRESARIAL 44 ANÁLISE FINANCEIRA 46 Principais Indicadores e resultados 46 Produto bancário 46 Custos operacionais 47 Rácios de eficiência/produtividade 47 Crédito concedido 47 Qualidade dos activos e solidez financeira 47 Recursos próprios 47 PROPOSTA DE APLICAÇÃO DE RESULTADOS 49 CONCLUSÕES 50 DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 51 NOTAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 56 PARECER DO AUDITOR EXTERNO 104 RELATÓRIO E PARECER DO CONSELHO FISCAL 107 CENTROS DE NEGÓCIO 110 3 RELATÓRIO DE CONTAS 2012 4 RELATÓRIO DE CONTAS 2012 PRINCIPAIS INDICADORES DE PERFORMANCE FINANCEIRA (VALORES EM MILHARES DE DÓLARES) Total de Recursos Total do Crédito Concedido 1947 1216 +34% 2608 Rácio de Transformação 61% 1521 Fundos Próprios 293 -8% 26% +25% 335 +14% Produto Bancário Resultado Líquido 50 +18% 59 143 226 +58% Cost to Income 59,98% -24% 45,30% 35% 2011 2012 Margem Financeira Margem Complementar 65% 5 RELATÓRIO DE CONTAS 2012 MENSAGEM DO PRESIDENTE DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO Prezados Accionistas, Clientes, Colaboradores, Autoridades de Supervisão e Stakeholders do ATLANTICO, Celebrámos em 2012 o sétimo ano de actividade e o segundo ano de execução do Plano Estratégico ATLANTICO 20.15. OS DESAFIOS DA ENVOLVENTE ECONÓMICA E PERSPECTIVAS DE EVOLUÇÃO O entorno no qual o ATLANTICO e o sector financeiro de Angola desenvolveram a sua actividade em 2012 foi positivo, apesar dos desafios internos e externos ainda existentes. Percepcionam-se sinais positivos de estabilização e controlo dos riscos que afectaram a envolvente económica mundial nos últimos cinco anos. A capitalização e o ajustamento dos balanços dos principais bancos internacionais permitiu reduzir o risco sistémico para as economias criado pela crise financeira iniciada em 2007. Em paralelo, os países mais afectados pela crise das dívidas soberanas estão a implementar medidas severas de disciplina orçamental e fiscal. Estas duas acções conjugadas têm impacto na evolução da economia mundial a curto prazo, mas a sua implementação foi inevitável para mitigar o risco de se vir a observar uma crise sistémica e generalizada. Acredita-se que nos próximos dois a três anos a realidade macro-económica d o s p r i n c i p a i s b l o co s m u n d i a i s continuará a apresentar desafios que, dada a interdependência económica mundial, influenciam a sustentabilidade do crescimento em todas as geografias. As economias europeias e norte-americana continuarão os respectivos processos de ajustamento dos desequilíbrios internos, com impacto na redução da actividade económica. Mesmo apresentando elevada exposição aos riscos vindos do exterior, a evolução registada em Angola - analisada por qualquer prisma - é incontornável. Os principais indicadores macro-económicos de 2012 foram positivos. A economia cresceu 7,4% (o que compara com o incremento de 3,9% em 2011), a inflação continuou a sua tendência de redução e o Estado manteve uma consistente disciplina orçamental, estimando-se que tenha concluído 2012 com um superavit nas contas públicas de 10,2% do PIB (8,4% em 2011 e 7,7% em 2010). A sustentabilidade deste caminho de consolidação da economia nacional, tornando-a mais diversificada e mais preparada para gerir e mitigar os riscos e as incertezas vindas de outras regiões, demanda de todos os agentes económicos novos patamares de entrega e de exigência. Com vista a continuar o processo de criação de ainda melhores condições para que os projectos das empresas e das famílias tenham sucesso, entre os desafios que se colocam aos agentes económicos, ao Governo, aos reguladores e ao sector financeiro destacam-se em particular os de: • • Prosseguir o controlo da inflação para reduzir o custo do dinheiro para a economia real; Continuar a fomentar um enquadramento 6 RELATÓRIO DE CONTAS 2012 • de investimento que promova a competitividade dos custos dos factores produtivos, permitindo projectos rentáveis e sustentados nos sectores de bens transaccionáveis reprodutivos, geradores de emprego e de riqueza para as famílias; Criar um enquadramento geral que permita o crescimento do crédito às famílias, em particular para a aquisição de habitação. O ATLANTICO EM 2012 A actividade do ATLANTICO em 2012 foi marcada pela execução do Plano Estratégico ATLANTICO 20.15, que tem por objectivo aumentar a sua intervenção na economia angolana, dentro e fora do território nacional, chegando a mais empresas e famílias. O ano foi pautado pelo aumento dos meios humanos, físicos e tecnológicos que compõem a nossa “fábrica bancária”. Este acréscimo de recursos permitiu mais do que duplicar o número de clientes, reforçar o compromisso com o financiamento às famílias e às empresas, num quadro de rigor e eficiência, e o crescimento sustentado dos resultados. Com 32 Centros bancários, o ATLANTICO está a servir os seus clientes na maioria das províncias do País. Fruto da expansão da rede de Centros, o número de colaboradores aumentou 36% em relação ao ano anterior, ultrapassando o meio milhar, projectando-se no Plano 20.15, atingir cerca de 1000 colaboradores em 2015. Mais Centros e mais colaboradores permitiram chegar a mais clientes, tendo-se concluído 2012 com 28 959 clientes, mais do dobro face ao ano anterior. Os activos sob gestão cresceram 31%, sendo de destacar o aumento do crédito à economia que atingiu os USD 1 521 milhões, o que representa uma expansão de 25% face a 2011. Com um rácio de transformação de recursos em crédito de 58% , o ATLANTICO é um dos bancos a operar em Angola com maior rácio de financiamento à economia real, indicador que reforça o nosso compromisso com o futuro do País. O aumento da actividade reflectiu-se no incremento do produto bancário em 58% , para USD 225,5 milhões. Este crescimento expressivo foi alcançado não obstante o controlo dos custos operacionais, permitindo melhorar o rácio de eficiência do Banco (cost-to-income) em 15 pontos percentuais, de 60% em 2011 para 45% em 2012. Apesar do crescimento do financiamento à economia, o Banco manteve níveis de crédito vencido reduzidos (1,6% do crédito total), consolidando, no entanto, uma política prudencial de provisões que somam USD 59,6 milhões e que equivalem a 4% do crédito total concedido. A evolução combinada dos indicadores intermédios apresentados permitiu ao ATLANTICO fechar o exercício com resultados antes de impostos (RAI) de USD 78 milhões, representando um crescimento de 80% face a 2011, e um resultado líquido de USD 58,4 milhões, o que corresponde a uma rentabilidade dos capitais próprios (ROE) de 20,9%. Consciente de que, numa entidade cuja natureza e missão é prestar serviços, os números alcançados são sobretudo resultado do esforço das pessoas, gostaria de, em meu nome e em nome do Conselho de Administração, destacar e agradecer o investimento pessoal e profissional que cada um dos profissionais do ATLANTICO coloca todos os dias ao serviço desta casa bancária. É o trabalho dos profissionais do ATLANTICO que permite materializar o Programa 20.15 e servir mais e melhor Angola. 7 RELATÓRIO DE CONTAS 2012 Um exemplo deste compromisso com a economia nacional é o projecto da Baía de Luanda, para cuja estruturação financeira nos orgulhamos de ter c o n t r i b u í d o . É u m p ro j e c t o d e características ímpares: liderado pelo Governo da República, contou com a participação do sector empresarial que em conjunto criou as condições para a concretização da obra pública, sem necessidade de recorrer ao Orçamento Geral do Estado. Esta parceria público-privada, criativa e vencedora, permitiu a requalificação estruturante, inclusiva e sustentável, deste emblemático espaço da nossa História, devolvido à cidade, aos luandenses e aos angolanos em 2012. A actividade do ATLANTICO em 2013 será pautada pela continuidade da execução do Plano Estratégico ATLANTICO 20.15, consolidando a intervenção na economia real do País em todas as províncias, dando uma atenção permanente à melhoria da eficiência e qualidade dos nossos recursos humanos, físicos e tecnológicos. Aos nossos Clientes, agradecemos a confiança depositada, que reforça a nossa responsabilidade e compromisso com o futuro, para continuar a exceder as expectativas quer ao nível do serviço prestado, quer ao nível do contínuo investimento na criação de soluções geradoras de mais valor para o seu património. Aos Accionistas, é devido um agradecimento pela visão estratégica que continuamente transmitem e pela confiança que sempre demonstraram no projecto e na equipa que o lidera. Enfatizamos a perspectiva estruturante e de longo prazo que têm adoptado. Às Autoridades Governamentais e de Supervisão, o Conselho de Administração expressa o seu agradecimento pela consolidação e evolução do quadro legal e regulamentar que permite operar de forma estável e segura na geração de valor e na construção de um sistema financeiro respeitado no mundo. ATLANTICO, Futuro, com Valores. Carlos José da Silva Presidente/CEO 8 RELATÓRIO DE CONTAS 2012 ÓRGÃOS SOCIAIS E DE GESTÃO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO CONSELHO FISCAL Presidente Presidente Vice-presidente Não Executivo Vogais Efectivos Carlos José da Silva Baptista Muhongo Sumbe Administradores Paulo Manuel da Conceição Marques Pedro Leitão Mário Jorge de Carvalho Almeida Mário Jorge Faria de Cruz António Assis de Almeida Vladmir Ferraz Administrador Não Executivo António Victor Martins Monteiro José Maria Francisco Wanassi João Manuel Pedro KPMG Portugal Vogais Suplentes KPMG Angola ASSESSORES DO CONSELHO Nuno Vaz COMPLIANCE OFFICER Rui Ferreira MESA DA ASSEMBLEIA GERAL Presidente Por nomear Vice-presidente Augusto Costa Ramiro Baptista Secretário Legal Rui Ferreira 9 RELATÓRIO DE CONTAS 2012 ESTRUTURA ORGANIZACIONAL CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO Controlo Interno Apoio ao Presidente Serviço ao Negócio Negócio Canais Complementares Produtos e Research Controlo Organização, Métodos e Projectos Complince Office Jurídico Património Negócio Institucional Investor Relations Capital Humano Marca e Comunicação Contabilidade Auditoria Rede ATL Mercados Financeiros Tecnologias Banca Transacional Controlo de Gestão Risk Office Private Banking Banca de Empresas Crédito e Rating Middle Office Banca de Investimento Segurança Aprovisionamento e Serviços Mecenato e Investimento Social Acompanhamento e Recuperação de Crédito Estratégia e Clientes Legenda: Direcções Gabinetes 10 RELATÓRIO DE CONTAS 2012 ENQUADRAMENTO MACROECONÓMICO ECONOMIA INTERNACIONAL De acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI), a economia mundial terá registado um crescimento de 3,2% em 2012, menos 0,7 pontos percentuais (pp) do que em 2011. Esta desaceleração ficou a dever-se, fundamentalmente, às principais economias desenvolvidas, que, terão apresentado um crescimento de apenas 1,3% , o que compara com os 1,6% de 2011. A crise na zona euro é a principal explicação para este abrandamento. A adopção de políticas orçamentais ultra-restritivas provocou instabilidade política, contaminou a confiança dos agentes económicos e colocou em causa a sustentabilidade do próprio projecto da moeda única europeia. Este clima de turbulência político-financeira sentida na zona euro resultou num forte arrefecimento da actividade económica nos países intervencionados pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), Comissão Europeia e Banco Central Europeu (a designada “Troika”) e também nas economias dos países do núcleo europeu, que acusaram os efeitos da redução abrupta do consumo provocada pelas medidas de austeridade nos países intervencionados. M a s a c r i s e n ã o s e co n f i n o u à s fronteiras europeias. Ao longo do ano, a turbulência financeira foi-se propagando às restantes geografias, tendo afectado os principais blocos económicos e retardado a recuperação em curso nos Estados Unidos da América. Reflectindo a crescente incerteza, as previsões de crescimento anunciadas no início de 2012 foram sendo sucessivamente revistas em baixa pelos principais organismos internacionais. As economias emergentes também não ficaram imunes aos processos recessivos observados nas principais economias que servem de vector ao crescimento mundial, mas revelaram-se mais dinâmicas, com um ritmo de crescimento médio de 5,1% , (ainda assim abaixo do verificado em 2011, 6,3% ). Em 2012, o volume de comércio internacional cresceu 2,8% , o que compara com o ritmo de expansão de 5,9% registado no ano anterior. As importações por parte dos países desenvolvidos aumentaram apenas 1,2% , face a 4,6% no ano anterior. As exportações das economias emergentes baixaram de 6,6% em 2011 para 3,6%, em 2012. Ainda assim, o forte desempenho deste bloco impediu que o movimento de desaceleração global fosse mais acentuado. No mais recente Economic Outlook, de Janeiro de 2013, o FMI mantém-se cauteloso relativamente ao desempenho económico global. Apesar das perspectivas de crescimento para 2013 serem mais positivas, continuam a ser revistas em baixa. Em 2013, o FMI prevê um crescimento económico mundial de 3,5%, com as economias desenvolvidas a crescerem 1,4% e as economias emergentes a crescerem 5,5%. Estados Unidos da América O s E st a d o s U n i d o s d a A m é r i c a registaram um crescimento de 2,3% em 2012, de acordo com o FMI. A consolidação da recuperação da actividade económica assentou numa evolução favorável do consumo privado, fazendo-se sentir também os efeitos das políticas monetária e fiscal ultra-expansionistas. Surgiram sinais de recuperação do mercado de trabalho 11 RELATÓRIO DE CONTAS 2012 e do mercado imobiliário, e observou-se um desempenho positivo dos mercados de acções, o que suscitou o aumento do rendimento disponível que suportou a procura doméstica. Os últimos dias do ano ficaram marcados pela instabilidade, causada pela discussão em torno do “precipício fiscal”, que fazia prever a cessação de estímulos fiscais, o aumento de impostos e cortes drásticos na despesa pública, com consequências imprevisíveis no consumo, constituindo, assim, um factor de risco para a actividade económica. Esta negociação viria a ser adiada para o primeiro trimestre de 2013. Europa A economia da zona euro apresentou u m a c o n t ra c ç ã o d a a c t i v i d a d e económica de 0,4% em 2012, depois de um crescimento de 1,4% em 2011. As duas principais economias da região, a Alemanha e a França, apresentaram crescimentos de 0,9% e 0,2%, respectivamente, enquanto a Itália e a Espanha, as duas economias seguintes no ranking europeu, registaram taxas de crescimento negativas de -1,4% e -2,1%, respectivamente. O fraco desempenho da região ressentiu-se do efeito contraccionista das medidas de forte austeridade orçamental impostas aos países periféricos sob programas de ajuda externa, designadamente a Grécia, Portugal e a Irlanda. Reflectiu, igualmente, as políticas de restrição orçamental implementadas em outros países que, não estando directamente sob programas de auxílio externo, como é o caso da Espanha e da Itália, se viram forçados a agir face à degradação das suas condições de financiamento, com efeitos recessivos nas economias domésticas. O início de 2012 ficou marcado pelo reacender de preocupações na Grécia, com a crise política a subir de tom, conduzindo a eleições antecipadas, cuja incerteza colocou em causa o processo de ajustamento em curso. Também Espanha assistiu a uma deterioração da sua situação económica, com efeitos particularmente na sustentabilidade do sistema financeiro, o que durante alguns meses alimentou a especulação em torno da possibilidade de um resgate por parte das instituições internacionais, o que viria a concretizar-se sob a forma de pacote de ajuda ao sistema bancário. A instabilidade propagou-se a outros países intervencionados, colocando pressão sobre as instituições europeias, que tardaram em apresentar uma solução contundente para os problemas da região. No segundo semestre, as repetidas afirmações de apoio dos dirigentes europeus ao projecto da moeda única europeia e a intervenção do Banco Central Europeu, no sentido de apoiar o regresso aos mercados dos países intervencionados, veio contribuir para restabelecer a confiança dos agentes económicos. Porém, o ano terminou ainda sob o clima de incerteza relativamente ao desfecho da crise das dívidas públicas nos países periféricos. Japão O PIB japonês terá crescido 2% em 2012, depois de um desempenho negativo em 2011 (-0,2%) quando decepcionou, sobretudo, devido aos efeitos negativos do sismo de Fukushima. O ano ficou marcado pela recuperação do país e pelo regresso ao poder do partido conservador. Defensor de uma política monetária e fiscal ultra-acomodatícias, o governo nipónico anunciou um aumento do pacote fiscal, com vista a promover a reconstrução de infra-estruturas e estimular o crescimento económico. Países Emergentes As economias emergentes apresentaram um desempenho mais robusto do que 12 RELATÓRIO DE CONTAS 2012 as desenvolvidas. Conjuntamente a taxa de expansão do PIB foi de 5,1%, embora inferior aos 6,3% registados em 2011. Apesar de terem sentido o efeito da deterioração das condições económicas nos principais blocos económicos, os países emergentes foram afectados de forma diversa. O bloco asiático foi o que apresentou um desempenho mais sólido, totalizando um crescimento de 6,6%. Este conjunto de países beneficiou da expansão de 7,8% da actividade económica registada na China, que apresentou o mais forte ritmo de crescimento mundial. Não obstante o bom desempenho, a China sofreu alguns efeitos do contágio da situação nos blocos ocidentais. O primeiro semestre ficou marcado por indicadores de actividade que confirmaram uma economia em desaceleração, nomeadamente ao nível do sector industrial (o suporte das exportações, que constituem o principal pilar do crescimento chinês). As autoridades chinesas adoptaram medidas de política monetária, no sentido de disponibilizar maior liquidez à economia, como por exemplo a redução do rácio de constituição de reservas. Neste contexto, o governo chinês reviu em baixa o objectivo de crescimento económico em 2012, para 7.5%. Desde 2005 que se mantinha o objectivo de crescimento de 8%, patamar que as autoridades chinesas consideraram neste período consentâneo com a sustentabilidade do modelo de crescimento e gerador de emprego. A região da África subsariana cresceu 4,8%, desacelerando face aos 5,3% registados no ano anterior. A América Latina expandiu 3%, depois de 4,5% no ano anterior, reflectindo a quebra do ritmo de crescimento brasileiro para apenas 1%, que compara com os 2,7% de 2011. N u m co n tex to g e n e ra l i z a d o d e desaceleração da actividade económica mundial, a que se somam riscos geo-políticos em vários pontos do mundo, os preços das commodities mantiveram um desempenho moderado ao longo de 2012, constituindo um dos veículos EVOLUÇÃO DO PIB 6% 5% 5% 4,5% 4% 3,9% 3% 3,7% 3,2% 2,9% 2,4% 2,3% 2% 2,0% 1,8% 1,4% 1,4% 1% 0% -1% -0,4% -0,5% -2% -1,9% -2,1% -2,6% -3% -2,5% -3,0% -4% 2009 Global 2010 EUA 2011 Zona Euro 2012 (E) Angola Portugal FONTE: FMI, BLOOMERG, MINFIN 13 RELATÓRIO DE CONTAS 2012 EVOLUÇÃO DA INFLAÇÃO 20% 16% 15,3% 14,0% 12% 11,4% 9,0% 8% 4% 4,6% 4,1% 2,7% 0,9% 0% 1,9% 1,5% 2,2% 2,5% 3,0% 2,5% 3,5% 1,5% 2,2% 2,5% 2,1% -0,1% -4% 2009 EUA 2010 Zona Euro 2011 Angola 2012 (E) China Portugal FONTE: FMI, BLOOMERG, MINFIN de contágio às economias emergentes exportadoras destes bens. Além disso, o sentimento de maior aversão ao risco manifestado entre os investidores internacionais traduziu-se numa menor propensão ao investimento, tanto em termos de investimento directo como em termos de investimento de carteira, penalizando estas economias. MERCADOS FINANCEIROS No Mercado Cambial, os receios de implosão do euro, num contexto de adensamento da crise das dívidas soberanas, levou no primeiro semestre de 2012 à desvalorização da moeda única europeia face ao dólar. Em contrapartida, na segunda metade do ano vários factores contribuíram para dissipar tais dúvidas e dar suporte à moeda europeia, que ganhou valor por comparação com a norte-americana. A cotação do euro beneficiou do apoio das instituições europeias: o regulamento do Mecanismo Europeu de Estabilidade passou a assegurar a estabilidade monetária e cambial da região; a Grécia viu aprovado o segundo resgate; a Espanha obteve ajuda para o seu sistema financeiro; verificaram-se avanços na União B a n c á r i a , co m a i n t ro d u ç ã o d o supervisor único; e o Banco Central Europeu anunciou o programa OMT ( Outright Monetary Transactions ), possibilitando, em determinadas condições, a compra de dívida soberana dos países intervencionados. No último trimestre de 2012, também contribuiu para a valorização do euro face ao dólar, o facto de os Estados Unidos se debaterem para evitar o “precipício fiscal”, ao mesmo tempo que o tecto máximo da dívida era alcançado. Neste contexto, a cotação EUR/USD terminou o ano com um ganho de 1,99% em termos nominais no ano. N o s p a í s e s e m e rg e n t e s , o a n o foi marcado pela valorização das principais moedas. A normalização económica, suportada em políticas fiscais e monetárias dirigidas para o crescimento, bem como o sentimento de menor incerteza levaram a que os investidores voltassem a preferir activos de países com ritmos de c re s c i m e n t o m a i s ex p re s s i vo s , e m b u s c a d e m a i o re s t a xa s d e rentabilidade. A excepção foi o real. Num momento de arrefecimento da economia, as autoridades brasileiras têm vindo a tomar medidas que impedem a apreciação excessiva da sua 14 RELATÓRIO DE CONTAS 2012 moeda para proteger a competitividade do seu sector exportador. Beneficiando de uma política cambial que procurou promover a estabilidade da moeda, o kwanza angolano manteve um desempenho relativamente estável face à divisa norte-americana, tendo registado uma desvalorização ligeira de 1,9%. O ano foi de valorização dos Mercados Bolsistas, ditada por um sentimento de maior optimismo relativamente às perspectivas de recuperação económica. A deterioração da situação político-financeira na Europa levou os investidores a optar por activos de menor risco, canalizando recursos para fora do bloco europeu, com preferência para os activos norte-americanos. EVOLUÇÃO DOS ÍNDICES ACCIONISTAS GLOBAIS 80% 62,8% 60% 40% 20% 22,8% 7,8% 14,4% 5,3% 4,2% 0% -20% 1,3% -23,5% -40% 2009 2010 2011 MSCI World No Mercado de Taxas de Juro, as taxas Libor e Euribor apresentaram uma trajectória descendente, mantendo-se em patamares mínimos em termos históricos, em resposta às expectativas de que as políticas monetárias dos principais bancos centrais continuariam ultra-expansionistas, num contexto de contracção da actividade económica e ausência de pressões inflacionistas. No Mercado de Dívida Pública, o ambiente de incerteza e aversão ao risco beneficiou os títulos-refúgio, nomeadamente a dívida pública 2012 (E) MSCI World Emerging Markets americana e alemã, que apresentaram descidas das respectivas yields. Em contrapartida, nos países europeus da periferia as yields dos títulos de dívida pública atingiram níveis máximos, com destaque para a Grécia, Portugal e Irlanda, mas também Espanha, Itália e França. O ano de 2012 foi marcado por grande oscilação da generalidade dos preços das Commodities. O índice CRB (Commodity Research Bureau), registou uma queda de 4,8%. 15 RELATÓRIO DE CONTAS 2012 EVOLUÇÃO DAS MATÉRIAS PRIMAS Índice TR/Jefferies CRB Petróleo (Crude WTI) -3,4% -7,9% Gás Natural 12,0% Ouro 4,7% Prata 7,7% Cobre Algodão Milho 3,5% -0,1% 6,0% FONTE: BLOOMBERG a commodity energética que registou o mais forte desempenho no último ano, com uma valorização de 12%. Os preços dos metais preciosos reflectiram a evolução cíclica do nível de aversão ao risco. Num ano marcado pela forte volatilidade, a valorização anual do ouro situou-se nos 4,7% e a da prata atingiu 7,7%, abaixo dos patamares máximos históricos alcançados em 2011. As commodities alimentares estão entre as que apresentaram maiores oscilações de preço. Nalguns casos atingiram valorizações de cerca de 50%. Em particular, o encarecimento do milho é o resultado da quebra de produção devida à seca extrema que assolou alguns países produtores, nomeadamente os Estados Unidos. O fa c to d e e ste ce re a l s e r u m a m até r i a - p r i m a p a ra a p ro d u ç ã o d e b i o - c o m b u s t í ve i s f o m e n t o u movimentos especulativos. A subida dos preços dos cereais nos mercados internacionais voltou a colocar sob alerta a estabilidade de preços em alguns países africanos, que são importadores líquidos de alimentos e onde esta componente tem um peso acentuado nos índices de inflação. ECONOMIA ANGOLANA Segundo o cenário de base do Orçamento Geral de Estado para 2013 Angola terá crescido 7,9% em 2012. Este desempenho coloca a economia do País acima da média da região (4,8%, de acordo com o Fundo Monetário Internacional), constituíndo um dos principais motores das economias dos países membros da Southern Africa Development Comunity (SADC). O sector exportador, assente na componente petrolífera, continua a ser um importante pilar da expansão económica de Angola, com uma taxa de crescimento de 4,3%. No último ano, deram-se passos importantes no desenvolvimento do sector do gás natural, criando as condições para que, previsivelmente a partir de 2013, passe a ter um contributo de relevo nas exportações do País. Promoveram-se também desenvolvimentos relevantes em outros sectores de actividade que gradualmente têm vindo a contribuir para um modelo de crescimento mais equilibrado e sustentado. Sinal disso, a economia não-petrolífera cresceu 9,1%, 16 RELATÓRIO DE CONTAS 2012 com destaque para sectores como a agricultura (13,9%) e a energia (23%). a concessão de crédito à economia real a taxas de juro mais reduzidas. Em 2012 prosseguiu a política de investimentos públicos, particularmente direccionada para projectos estruturantes. A prossecução desta política foi permitida pelo desempenho favorável das receitas públicas associadas à exportação de petróleo, num contexto de recuperação do preço desta commodity no mercado internacional. A inflação terminou o ano em 9%. A estabilidade deste indicador reflecte o empenho do BNA na condução da política fiscal e monetária, com vista a promover o crescimento da procura doméstica, num ambiente de evolução controlada de preços. O cumprimento desta meta ocorre num contexto de estabilidade cambial, assente numa evolução favorável das reservas internacionais líquidas, que em 2012 estabilizaram acima dos USD 30 mil milhões. No último ano, o BNA manteve uma política monetária moderadamente expansionista: a taxa de referência BNA diminuiu 25 pontos base (para 10,25%); a taxa de redesconto passou de 25% para 20%; e o rácio de reservas obrigatórias foi reduzido de 25% para 20% para depósitos em kwanzas. Estas medidas contribuíram para a maior cedência, de forma gradual, de liquidez à economia, visando a criação de condições propícias ao crescimento da actividade económica, mas sem colocar em causa o objectivo da estabilidade de preços. O ano foi ainda marcado por esforços para promover a desdolarização da economia, passo relevante na estabilização do sistema financeiro. O Banco Nacional de Angola (BNA) reduziu em 2012 a taxa básica de juro em 0,25 pontos percentuais (de 10,50% para 10,25%), a taxa de juro das facilidades de cedência de liquidez de 12,5% para 11,5% e de absorção de liquidez de 2% para 1,5%. Estas decisões da autoridade monetária surgem na linha da estratégia de estimular INFLAÇÃO HOMÓLOGA 12,0% 11,0% 10,0% 9,0% 8,0% 7,0% 6,0% 5,0% Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez FONTE: BNA Inflação Homóloga BNA - OFERTA USD 1 900 000 000 1 700 000 000 1 500 000 000 1 300 000 000 1 100 000 000 900 000 000 Jan Fev FONTE: BNA Mar Abr Mai Jun Jul Ago 2011 Set Out Nov Dez 2012 17 RELATÓRIO DE CONTAS 2012 Mercado Monetário Agregados Monetários Em 2012 as taxas de juro de curto prazo mantiveram o percurso de redução iniciado no final de 2011, quer dos Bilhetes de Tesouro e Títulos do banco central, quer no mercado interbancário. Para a gestão da liquidez, o BNA privilegiou a emissão de Títulos do banco central com prazo de 63 dias, tendo-se registado a redução da taxa de juro de 7% para níveis pouco acima de 4%. O crédito à economia nacional cresceu 18% em 2012, com destaque para o crédito em kwanzas, que registou um incremento de cerca de 62%, o que se explica com a adopção pelo BNA de medidas de desdolarização da economia, como são exemplo a restrição à concessão de crédito de curto prazo em dólares e o aumento da classificação do risco destas operações, o que origina maior consumo de capital e, consequentemente, a redução da sua rentabilidade. 2012 8,00% 7,00% Os depósitos registaram igualmente um crescimento satisfatório de 11%, embora inferior ao ritmo de evolução do crédito. Os depósitos em kwanzas representavam, no final do ano, cerca de 55% do total. 6,00% 5,00% 4,00% 3,00% 2,00% 1,00% 0,00% Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez FONTE: BNA TBC 63D A LUIBOR, principal referência para as operações de permuta de liquidez no mercado interbancário nacional, também registou uma redução, explicada pelas medidas de política monetária adoptadas pelo BNA. 4 500 000 4 000 000 3 500 000 3 000 000 2 500 000 2 000 000 1 500 000 1 000 000 500 000 2011 FONTE: BNA 2012 Crédito Depósitos Mercado Cambial LUIBOR - LUANDA INTERBANK OFFERED RATE 8,00% 7,00% 6,00% 5,00% 4,00% 3,00% 2,00% 1,00% 0,00% Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez FONTE: BNA O/N Em 2012 a moeda nacional manteve-se estável face ao dólar americano, tendo registado uma desvalorização de cerca de 0,6% face ao período homólogo. A recuperação do stock de reservas internacionais líquidas, de USD 24,95 mil milhões em 2011 para USD 30,6 mil milhões em 2012, conferiu ao banco central maior disponibilidade de divisas para satisfazer a procura interna, maioritariamente resultante da importação de bens e serviços. O BNA aumentou a oferta de divisas ao mercado em 22%, para o montante anual de USD 18,2 mil milhões, o que corresponde a uma média mensal de USD 1,5 mil milhões. 18 RELATÓRIO DE CONTAS 2012 A MARCA ATLANTICO PHI. A 21ª letra do alfabeto grego é também um signo matemático que representa a mais harmoniosa proporção entre dois segmentos. É o número de ouro, a divina proporção existente na Natureza e usada por artistas desde a Antiguidade. É o número que está envolvido no crescimento. PHI é também a logomarca do ATLANTICO para simbolizar a identidade, os valores e a cultura do Banco: ética, verticalidade, o conhecimento global e o enfoque na relação com os clientes. PHI no ATLANTICO é a relação entre duas grandezas, banco e clientes. É o símbolo visual do equilíbrio entre a razão, rigor método e análise, de um lado, e emoção, afecto e inovação, do outro lado. Representa também o conhecimento global, a aposta permanente na aprendizagem, e a valorização do capital humano. PHI é a marca do ATLANTICO, que tem como missão ser o melhor banco de Angola no mundo e ser no palco global o banco que melhor conhece Angola. Logótipo verticalidade ética equilibrio segurança Valor O uso dos dois hemisférios do cérebro rigor razão sigilo método análise you we Relação Global emoção afecto visão inovação síntese Conhecimento Isto é PHI 19 RELATÓRIO DE CONTAS 2012 MISSÃO E ESTRATÉGIA O Banco Privado Atlântico, S.A. (“Banco” ou “ATLANTICO”) foi constituído em Novembro de 2006, com um capital social de USD 97,5 milhões como um banco de direito angolano regulado pelo Banco Nacional de Angola (BNA). O ATLANTICO é detido pelos seguintes accionistas: 9,5%, pela Sonangol; 10%, pelo Banco Millennium Angola; 58%, pela Global Pactum Gestão de Activos, S.A.; e 22,5% por quadros do banco. Estrategicamente posicionado para d o t a r a e co n o m i a a n g o l a n a d e serviços de excelência que canalizem a poupança para o investimento produtivo, em 2012 o ATLANTICO reviu a sua estratégia para incluir novos segmentos de cliente-alvo – affluent e emerging –, passando a focar-se num mercado de dimensão superior, com elevado potencial, o que veio a traduzir--se num forte crescimento no número de clientes e nos resultados. Suportado nos pilares da segurança nas operações, do rigor, do sigilo e da inovação, com uma oferta integrada de produtos de banca de investimento e banca relacional, o ATLANTICO tem como missão ser o melhor banco de Angola no mundo e ser no palco global o banco que melhor conhece Angola. Assume, assim, o duplo objectivo de apoiar a internacionalização dos clientes angolanos e ajudar a desenvolver os negócios e interesses em Angola dos clientes internacionais, afirmando-se em ambos os casos como um parceiro de confiança e conhecedor durante todas as fases dos projectos. O objectivo do ATLANTICO é tornar-se a maior instituição de referência no sistema financeiro angolano, com presença multi-geográfica em quatro continentes, líder na inovação da oferta e na qualidade do serviço ao cliente, comprometido com o desenvolvimento económico sustentado, através da criação de riqueza interna, com a criação de valor para os clientes e accionistas, e com o desenvolvimento dos seus colaboradores. O ATLANTICO definiu um conjunto de objectivos estratégicos a alcançar até ao 2015, fruto do compromisso assumido junto dos seus clientes, accionistas e mercado: 1. Estar presente em todas as províncias de Angola e alargar a presença internacional para outras geografias com forte relação comercial e financeira com Angola; 2. Ser reconhecido como o primeiro banco em Angola na oferta de produtos e serviços e na qualidade de serviço prestado aos segmentos-alvo, conquistando novos desafios e projectos; 3. Liderar ou co-liderar a estruturação dos principais projectos de investimento na modernização e desenvolvimento da economia angolana; 4. Alcançar os 200 mil clientes, com aumento do rácio de clientes fidelizados; 5. Atingir uma quota de mercado em recursos entre 7,5% e 9% em 2015; 6. Aumentar os resultados líquidos a uma taxa média anual de 20% e distribuir 50% em dividendos aos accionistas. O ATLANTICO Europa representa o primeiro passo da estratégia de internacionalização do grupo. Em linha com a missão do Banco em Angola, o seu enfoque é dinamizar a estrutura empresarial portuguesa e angolana e promover as parcerias entre os agentes económicos destes dois países, através da prestação de serviços de banca de investimento e banca relacional. 20 RELATÓRIO DE CONTAS 2012 PRESENÇA GEOGRÁFICA Na sequência do plano de expansão, que tem como objectivo a proximidade aos clientes institucionais, particulares e empresariais, no final de 2012 o ATLANTICO apresentava uma cobertura da maioria do território angolano, com 32 Centros no total, correspondendo a 21 Centros ATLANTICO, 6 Centros de Empresa, 4 Centros dedicados e 1 Centro Private. 21 Centros ATLANTICO 6 Centros Corporate 4 Centros dedicados Cabinda 1 1 Zaire Centro Private Uige 1 Benga 1 Luanda 1 2 K. Norte Lunda Norte Malanje 10 1 4 Lunda Sul Kwanza Sul 1 3 1 1 1 1 Huambo Bié Moxico Benguela Hulla 1 Namibe Cunene Cunene 1 21 RELATÓRIO DE CONTAS 2012 MARCOS DE ACTIVIDADE HISTÓRIA 2006 2007 2009 √ Criação do ATLANTICO em Angola. √ O ATLANTICO foi o primeiro banco angolano a criar um Departamento de Compliance. √ Criação do ATLANTICO Europa em Portugal, a plataforma europeia do Grupo ATLANTICO. √ Lançamento da nova marca ATLANTICO em Angola e Portugal. √ Criação do Risk Office (RO) para gerir os riscos de crédito, mercado, operacional e de liquidez e para monitorar o risco reputacional e estratégico. √ Criação do ATLANTICO Research Center, unidade de pesquisa do grupo, especializada em estudos estratégicos e análise de sectores, desenvolvimentos macroeconómicos, entre outros. √ Criação da Academia Millennium ATLANTICO, em resultado da parceria entre a Sonangol, o Banco Millennium Angola (BMA) e o ATLANTICO, com o objectivo de administrar acções de formação que satisfaçam os requisitos e necessidades do sistema financeiro angolano. √ Expansão da rede de distribuição do ATLANTICO em Angola, através da criação de 12 novos centros, cobrindo mais de metade das províncias do País. √ Aumento do capital social de USD 97,5 milhões para USD 200 milhões. √ Aumento do capital social do ATLANTICO Europa de EUR 18 milhões para EUR 50 milhões. √ O ATLANTICO Europa torna-se membro do Target 2. √ Participação como assessor financeiro na estruturação, montagem e colocação de um sindicato bancário no valor de USD 250 milhões para o financiamento das obras de infra-estruturas públicas desenvolvidas na Baía de Luanda. √ Assessoria ao Banco Regional do Keve, S.A. liderando a estruturação, montagem e colocação da primeira emissão de um empréstimo obrigacionista subordinado em Angola, no valor de USD 20 milhões, que foi integralmente colocada junto de subscritores institucionais domésticos. √ O ATLANTICO implementa, no final do ano, a sua presença na maioria das províncias de Angola com 32 centros de negócio. √ O ATLANTICO é reconhecido internacionalmente com o prémio “Best Investment Bank in Angola 2012” pelas revistas World Finance e Global Banking & Finance Review e o prémio “Most progressive bank in Angola 2012” pela Global Banking & Finance Review. √ Aquisição de 61% do capital social da ODELL Global Investors - Sociedade Gestora de Fundos de Investimento, constituída em 2012. √ Aquisição de 19,5% do capital social da Feurvogel, S.A. 2010 2011 2012 22 RELATÓRIO DE CONTAS 2012 PRÉMIOS E DISTINÇÕES Em 2012, o ATLANTICO foi reconhecido internacionalmente como o “Melhor Banco de Investimento em Angola 2012” pelas revistas World Finance e Global Banking & Finance Review 2012 e como o “Banco mais inovador em Angola 2012” pela Global Banking & Finance Review. Estas distinções são o reconhecimento do trabalho e uma afirmação ao mercado, nacional e internacional da excelência e do rigor que estão inscritos no ADN do ATLANTICO. 23 RELATÓRIO DE CONTAS 2012 CAMPANHAS 2012 Ao longo do ano, o ATLANTICO reforçou a sua imagem através da comunicação publicitária dirigida aos seus públicos-alvo. A campanha institucional, realizada pela agência Leo Burnet, apostou no claim “O amanhã nasce agora” para reforçar a assinatura da marca (“Valores com futuro”) e mostrar o Banco próximo das pessoas, ajudando-as a construir um futuro melhor: o seu e o de Angola. 24 RELATÓRIO DE CONTAS 2012 ÁREAS DE NEGÓCIO O ATLANTICO é um banco dirigido a todos os segmentos de clientes - particulares, empresariais e institucionais – prestando um amplo leque de serviços bancários e actividades financeiras, com um enfoque estratégico na banca de investimento. Com o alargamento da sua estratégia, passou a actuar comercialmente nas diferentes áreas de negócio: • • • • Private Banking Corporate Affluent e emerging affluent, através da Rede ATLANTICO; Banca de Investimento; Institucional O Banco conta com uma rede de distribuição alargada, que foi reforçada com a criação, no final de 2012, do Gabinete de Canais Complementares, com a responsabilidade pelos serviços de banca à distância. A sua actividade desenvolve-se em estreita ligação com a área comercial. A Direcção de Investor Relations, para além da responsabilidade da gestão do relacionamento com as contrapartes e investidores institucionais, presta também apoio transversal a todas as áreas de negócio do Banco. se encontre, com um elevado nível de segurança, confidencialidade e sofisticação técnica. Devido à profunda degradação da confiança dos investidores internacionais nas economias maduras e às restrições de liquidez e retracção dos investimentos a nível nacional e internacional, em 2012 sentiu-se da parte dos clientes uma valorização acrescida da segurança e preservação do seu património. Neste enquadramento, para fazer face aos ambiciosos objectivos definidos foi imperativa a reorganização da equipa e uma reflexão profunda sobre o posicionamento estratégico no mercado angolano, tendo como referência as melhores práticas internacionais neste segmento de negócio, que se consubstanciou na redefinição da estratégia. PRIVATE BANKING A formação e preparação técnica contínua dos private bankers no acompanhamento e aconselhamento diários da vida financeira dos clientes foi uma das preocupações. Assistiu-se ao reforço da sua confiança junto dos clientes, graças ao cumprimento rigoroso de processos e procedimentos de sigilo e segurança operacional em todas as suas solicitações. A Direcção de Private Banking proporciona um atendimento personalizado e dedicado, oferecendo serviços financeiros e de investimento a clientes com recursos elevados, com o objectivo de valorizar ao máximo o seu património. Assegura uma abordagem integrada das diferentes componentes patrimoniais do cliente, complementando as soluções financeiras com serviços dedicados e exclusivos adaptados às suas necessidades, em qualquer geografia em que este A presença local e na Europa do grupo ATLANTICO, bem como a compreensão profunda das complexidades económicas mundiais, mostram a vantagem competitiva de ter no ATLANTICO uma equipa de especialistas multidisciplinar, desde a banca de investimento até à sala de mercados, que, de forma integrada e tecnicamente sólida, constroem soluções à medida das oportunidades de investimento dos clientes private, em estreita articulação com o seu private banker. 25 RELATÓRIO DE CONTAS 2012 Para 2013 pretende-se consolidar este posicionamento e, com o reforço da equipa necessário para fazer face aos objectivos de negócio, fidelizar os clientes private e, desta forma, reforçar o reconhecimento do ATLANTICO pelo mercado como o banco de private banking de referência em Angola, pela excelência do seu serviço. CORPORATE A dinâmica do mercado e a aposta segura na prestação de um serviço de excelência ao sector corporate (empresarial) em Angola propiciou em 2012 um sólido crescimento da actividade da Banca de Empresas do ATLANTICO, que se traduziu no crescimento significativo do volume de negócios e na captação de 476 novos clientes, o que representa uma expansão de 32% da base de clientes deste segmento. No que diz respeito ao aumento verificado ao nível da concessão de crédito às empresas, pôde-se constatar que foi devidamente suportado pela forte captação de recursos aplicados a prazo. Importa sublinhar a atenção dada à gestão criteriosa do risco de crédito assumido. Intensificou-se sobremaneira a fidelização dos clientes actuais e o reforço da sua taxa de equipamento, fundamentalmente através da colocação de produtos e serviços como o processamento electrónico de salários, a instalação de Terminais de Pagamento Automático (TPA) e a recolha de valores, bem como a adesão aos canais complementares, como o ATLANTICO Net, tendo sido desenvolvidas campanhas comerciais específicas para este efeito. De forma a sustentar este processo e a garantir a uniformização dos modelos de abordagem comercial e a dinamização da actividade comercial junto dos Centros de Empresas, foi criada a Equipa de Dinamização Comercial da Direcção de Banca de Empresas. Esta equipa tem ainda a responsabilidade de registar e monitorar toda a informação de gestão da área. Foi também redefinido o modelo de actuação comercial da Direcção de Banca de Empresas, que assenta em dois pilares fundamentais: organização e proactividade. Esta nova metodologia traduziu-se num maior rigor, eficácia e objectividade das abordagens comerciais dos gestores, contribuindo de forma determinante para a captação de novos clientes e para o aumento do envolvimento financeiro dos actuais. Realizou-se um investimento significativo na qualificação e desenvolvimento das capacidades técnicas das equipas, quer através de formação interna, ministrada no âmbito do programa de formação do ATLANTICO, quer através de formações específicas como o Trade Finance. A 31 de Dezembro de 2012 o quadro de pessoal da Direcção de Banca de Empresas registava 55 colaboradores, 15 dos quais foram admitidos ao longo de 2012. No decurso do ano lançou-se também o Oil & Gas Desk, composto por uma equipa especializada e vocacionada para dinamizar o negócio e garantir o acompanhamento das empresas do sector petrolífero em Angola. Esta equipa terá à sua disposição um conjunto de plataformas inovadoras e automatismos transaccionais que visam a prestação de um elevado nível de serviço a este importante sector da economia do País. Na actividade do segmento corporate ao longo de 2012 esteve sempre presente o objectivo de desenvolvimento de sinergias, tirando partido da presença do ATLANTICO em Angola e Portugal, visando a canalização de investimento estrangeiro para Angola e o apoio à internacionalização das empresas angolanas 26 RELATÓRIO DE CONTAS 2012 REDE ATLANTICO O ATLANTICO actua na gestão da carteira de clientes particulares e empresas de pequena dimensão. Para a prossecução desta actividade, a Direcção da Rede ATLANTICO estrutura o plano de acção para a concretização do negócio, assegura o planeamento estratégico da acção da equipa de vendas, com vista à adesão de novos clientes e à fidelização dos já existentes, e estabelece um cross segment com as áreas corporate e private banking. À sua actuação preside o objectivo de garantir a preparação e o acompanhamento das equipas, orientando-as para o rigor, comprometimento e responsabilização, de forma a reforçar a dinâmica comercial e alcançar os objectivos estratégicos do Banco. Com enfoque na eficiência, normalização e uniformização de procedimentos, a Direcção da Rede ATLANTICO visa implementar um modelo de serviço de qualidade, diferenciando os segmentos das Pequenas e Médias Empresas (PME), affluent e classe média emergente. Neste sentido, em 2012 foi implementado um novo modelo de serviço, que assegura a eficácia em todos os Centros e uma comunicação fluída entre as equipas. Foi também revista a estrutura organizacional da Direcção, tendo sido criada a função de subdirector, que garante o acompanhamento e supervisão dos Centros e a sua articulação com a Direcção, e duas novas equipas de apoio e suporte, a Equipa de Dinamização Comercial e a Equipa de Apoio ao Negócio. A Equipa de Dinamização Comercial tem como missão disseminar nas equipas de vendas um conjunto de práticas e ferramentas de trabalho orientadas para a proactividade e dinâmica comercial, e apoiar o director na definição da estratégia de negócio da direcção, assegurando o planeamento e sistematização da actividade comercial dos Centros e a monitorização e acompanhamento dos resultados alcançados. Já a Equipa de Apoio ao Negócio tem como missão acompanhar a operacionalização dos processos de negócio desenvolvidos pelas equipas comerciais, promovendo a sua normalização e controlando os níveis de serviço prestados. Com este apoio foi e continuará a ser possível aumentar a eficiência das equipas na captação e desenvolvimento do negócio associado ao novo segmento classe média emergente e acompanhar, de forma activa, as actividades desenvolvidas pelas equipas comerciais, garantindo uma resposta adequada ao aumento da dimensão e dispersão da rede de Centros. Em 2013 pretende-se reforçar o modelo de serviço implementado. O foco principal será colocado na captação de clientes, esperando-se atingir uma média de 4000 clientes/mês, correspondendo a cerca de 75 mil clientes em carteira até ao final do ano, sem descurar a aposta na fidelização dos clientes actuais e dos novos. A nossa ambição é aumentar o rácio de fidelização dos actuais 5% para 15% dos clientes em carteira e, paralelamente, incrementar o seu envolvimento e transacionalidade nos produtos de crédito e poupança. BANCA DE INVESTIMENTO Com o compromisso de ser um agente relevante do desenvolvimento de Angola, o ATLANTICO assume-se como um banco com um enfoque estratégico na área da banca de investimento e é hoje uma referência pela experiência dos seus recursos humanos, quer no mercado angolano quer noutras geografias, pelos serviços oferecidos e pelas transacções completadas. A Direcção de Banca de Investimento é a unidade do Banco responsável pela 27 RELATÓRIO DE CONTAS 2012 execução de serviços de assessoria financeira e estruturação de crédito especializado e produtos financeiros, tais como acções, obrigações e outros títulos. Conta com uma equipa preparada para cobrir qualquer geografia, tendo o seu centro de decisão em Angola suportado por uma estrutura base sedeada maioritariamente em Luanda, complementada de forma integrada e transversal pela plataforma europeia. Em 2012 a unidade de banca de investimento do ATLANTICO aumentou a sua equipa e reforçou as competências dos seus quadros nas diversas especializações inerentes a esta área. Adicionalmente, criou plataformas organizativas que permitem, hoje, uma maior fluidez nos processos e eficiência nas operações mais significativas. Foi também um ano relevante no esforço de desenvolvimento comercial da unidade de negócio. Foram desenvolvidos ao longo do ano diversos mandatos, em distintos sectores de actividade e nas diversas especializações de serviço: corporate finance, structured finance e capital markets. A estruturação da área de banca de investimento segue as melhores práticas internacionais. A segmentação de serviço tem em conta as necessidades de mercado e as exigências dos clientes do ATLANTICO, que procuram soluções inovadoras e especializadas. O firme compromisso com o mercado angolano, a domiciliação da equipa em Angola e em Portugal, a utilização de best-practices internacionais e a experiência dos profissionais permite ao ATLANTICO oferecer uma proposta única de valor e de excelência em serviços de banca de investimento. Durante este exercício realizaram-se duas operações fechadas estruturantes e inovadoras em Angola: 1. No âmbito de assessoria financeira à Sociedade Baía de Luanda, S.A., em parceria com o Banco Millennium BCP, o ATLANTICO participou na estruturação, montagem e colocação de um sindicato bancário no valor de USD 250 milhões para o financiamento das A unidade de banca de investimento disponibiliza os seguintes serviços: ATLANTICO Gestão de Activos Sovereign & Public Finance Equity Capital Markets Fixed Income Apoio no Lançamento de Negócios Personal Finance Advice Syndication Desk Asset Backed Finance Project Finance & PPPs Structured Finance Financial Advisory Privatizações Reestruturações Equipa baseada em Luanda e com membros residentes também no ATLANTICO Europa, está em condições de assim cobrir diversas geografias Fusões & Aquisições Corporate Finance Investor Relations Banca de Investimento Estruturação de Negócios Mercados Financeiros Business Plans Banca de Empresas Leverage & Acquisition Finance Private Banking Real Finance Estate Rede Affluent Cobertura de diversos sectores de actividade 28 RELATÓRIO DE CONTAS 2012 obras de infra-estruturas públicas desenvolvidas na Baía de Luanda. Esta operação de structured finance, desenvolvida em base non-recourse (sem recurso a garantias dos accionistas da sociedade mutuária), contou com a participação de cinco bancos da praça nacional: Banco Privado Atlântico, Banco Millennium Angola e Banco Angolano de Investimento, na qualidade de mandate lead arrangers, Banco SOL e Banco Caixa Geral Totta de Angola, na qualidade de co-líderes, e Banco Keve, como participante. 2. O ATLANTICO assessorou o Banco Regional do Keve, S.A. na estruturação, montagem e colocação da primeira emissão de um empréstimo obrigacionista subordinado em Angola. A emissão, no valor de USD 20 milhões, foi concluída em Setembro de 2012 e foi alvo de uma colocação integral junto de subscritores institucionais domésticos, tendo a procura superado a oferta. O prazo foi de cinco anos e meio e a taxa de cupão anual de 11%. 3. Angola encontra-se numa fase de rápida transição, com impacto em todos os mercados e sectores de actividade, com relevância para a área de banca de investimento e para o ATLANTICO. A concretização de transacções seguindo as melhores práticas internacionais, num mercado que, em alguns domínios, ainda se encontra em maturação é um desafio. A inexistência de mercados de capitais regulados é também um factor estrutural com impacto nas opções que a banca de investimento pode disponibilizar às empresas e investidores em Angola. E o actual quadro regulatório impõe restrições aos fluxos de capitais com o estrangeiro, que levantam também algumas limitações ao financiamento e ao investimento de empresas angolas em praças internacionais. Em 2012 as oportunidades fizeram-se sentir, em particular, no sector privado. Em virtude do período eleitoral que se viveu, o sector público restringiu as decisões políticas e o empreendimento de projectos, que ficaram condicionados à entrada e tomada de posse do novo Governo. Foi contudo visível o dinamismo do sector petrolífero, assim como das áreas imobiliárias, da distribuição e da saúde. A implementação do programa de Governo para o período de 2013 a 2017 permite antever que o próximo ano será intenso. O sector público propõe-se desenvolver ou promover o desenvolvimento de importantes projectos em diferentes áreas da actividade económica em que a banca de investimento pretende ter um papel activo, designadamente: agricultura e pescas, com a instalação de pólos agro-industriais e o desenvolvimento de portos e terminais pesqueiros; geologia e minas, promovendo e reactivando projectos de prospecção mineira; indústria transformadora, promovendo pólos industriais nas diversas províncias; hotelaria e turismo, através da expansão da rede hoteleira nacional; e, por último, no sector dos transportes, o desenvolvimento dos terminais marítimos, terrestres e aéreos do País. 29 RELATÓRIO DE CONTAS 2012 Do sector privado, é esperado um crescente aumento do investimento e da actividade económica em Angola. Esta tendência verificar-se-á não só em entidades internacionais como multinacionais, que começam a reconhecer potencial intrínseco do mercado angolano e o seu papel como plataforma para o desenvolvimento das suas operações nos mercados da África sub-sahariana. Esperam-se também importantes desenvolvimentos no lançamento em Angola dos mercados de capitais, quer de dívida corporativa quer de acções. Após um período de consulta efectuado pela Comissão de Mercado de Capitais, há a perspectiva de entrada em funcionamento, do mercado de dívida pública, o que permitirá a abertura de uma nova plataforma para o desenvolvimento de transacções de banca de investimento e a existência de soluções alternativas de financiamento para as empresas do sector público. Aguarda-se, ainda, com expectativa a possível emissão internacional de títulos de dívida pública por parte do Estado angolano, que criaria um precedente e proporcionaria um benchmark relevante para a estruturação de emissões em praças internacionais para empresas angolanas. NEGÓCIO INSTITUCIONAL Para contribuir para o cumprimento dos objectivos do plano estratégico 20.15, o ATLANTICO aprovou, em 2012, a criação da Direcção de Negócio Institucional. Esta área de negócio visa a captação e a gestão da relação e de negócios com entidades e organismos públicos, conjunto de clientes que apresentam necessidades específicas e um relacionamento com o sector bancário singular. Assim, 2012 foi dedicado à estruturação desta direcção com o objectivo de definir o posicionamento e a estratégia de actuação para este segmento. Esta análise foi feita com recurso ao estudo realizado sobre a relação com os actuais clientes institucionais do Banco e ao levantamento dos potenciais Institucionais do mercado angolano, com o objectivo de criar uma proposta de valor de produtos e serviços. Esta reflexão e definição das políticas internas e do posicionamento perante este segmento estará concluído em 2013. Para o próximo ano, o objectivo desta direcção é, em simultâneo contribuir para o cumprimento dos objectivos globais definidos para 2013, com a captação de clientes e recursos. Será feita uma forte aposta na selecção, recrutamento e formação da equipa. Será analisada a representação desta direcção nas províncias de Angola para apoio dos projectos que aí se desenvolvam, em concordância com o plano de presença global que o ATLANTICO pretende consolidar no mercado angolano. CANAIS COMPLEMENTARES O Gabinete de Canais Complementares foi constituído no final de 2012, tendo como objectivo a disponibilização, divulgação e gestão dos serviços de banca à distância (banca telefónica, internet banking, mobile e tablet) colocados à disposição dos clientes, incorporando a contínua inovação nesta área. Este gabinete actua em estreita ligação com as diferentes áreas de negócio, apoiando-as na organização e implementação de um conjunto de práticas e ferramentas orientadas para a proactividade comercial das equipas. Em 2012 começou a ser implementado o Centro de Contactos (contact center), iniciando-se a formação de uma equipa comercial que, a curto prazo, assegurará o outbound e inbound. Desta forma, será 30 RELATÓRIO DE CONTAS 2012 possível, aos clientes realizar operações e transacções por via telefónica e ao Banco promover a venda de produtos e serviços de acordo com o perfil financeiro de cada cliente. O ATLANTICO investiu na criação de uma equipa especializada para o tratamento e gestão de reclamações dos clientes. Pretendese fomentar o registo informático de todas as reclamações formalizadas, independentemente do canal de origem, e garantir uma resposta adequada e consistente com os padrões de qualidade e excelência de serviço prestados pelo Banco. No internet banking introduziram-se alterações com vista a assegurar a adequação da comunicação prestada aos clientes sobre os produtos e serviços do Banco e introduziram-se conteúdos comerciais com vista à dinamização das vendas. O ano de 2013 trará ao ATLANTICO um novo serviço complementar de negócio para apoio a todas as áreas comerciais, sob o ponto de vista dos canais alternativos, cujo grande desafio passará pela formação e ampliação das equipas do Centro de Contactos e Gestão de Reclamações, e o aperfeiçoamento da plataforma internet banking, apostando na diferenciação através da inovação e da excelência do serviço. RELAÇÃO COM INVESTIDORES A Direcção de Investor Relations (Relação com Investidores) é transversal às geografias Europa e Angola e tem por objectivo apoiar o ATLANTICO a relacionar-se com o universo de contrapartes e demais investidores institucionais. Em 2012 este relacionamento com investidores desenvolveu-se em duas linhas distintas. Por um lado, o ATLANTICO prosseguiu a diversificação do universo de contrapartes de relação, tendo como base os mercados geográficos definidos como de interesse para o grupo e as necessidades dos clientes. No final do ano, o ATLANTICO contava com um leque de correspondentes e contrapartes baseados em todos os continentes, à excepção da Oceânia. Por outro lado, a área de relacionamento com investidores iniciou a sua actividade comercial junto clientes institucionais, capitalizando graças à gama crescente de produtos e serviços oferecidos pelo ATLANTICO e ao relacionamento privilegiado com Angola. A Direcção de Relacionamento com Investidores foi um dos pilares na organização, montagem e colocação da primeira emissão obrigacionista realizada no mercado angolano. 31 RELATÓRIO DE CONTAS 2012 SISTEMAS DE CONTROLO INTERNO A estrutura organizacional do ATLANTICO desenha um quadro funcional que, em estreita articulação com os Órgãos de Gestão, assegura a observância dos preceitos legais e das boas práticas que regulam a actividade bancária, o cumprimento dos procedimentos internos definidos pelo Banco, a medição, controlo e gestão de riscos, e a auditoria interna destes processos. Este conjunto de órgãos são: • • • • Direcção de Risk Office Gabinete de Compliance Direcção de Auditoria Gabinete de Controlo Interno De seguida, detalham-se as atribuições, competências e actividade desenvolvida em 2012 por estes órgãos de controlo interno. risco e, dessa forma, não afectem materialmente a sua situação financeira. O controlo e monitorização dos riscos identificados visa proteger e criar valor, apoiar a gestão e cumprir a regulação em vigor. Risco de crédito O risco de crédito é definido pela possibilidade de perdas derivadas do incumprimento parcial ou total das obrigações financeiras contraídas pelos clientes para com o Banco. A actividade de risco de crédito tem como funções principais: • • Gestão de riscos A actividade do sector bancário é influenciada, à escala global, por riscos de diferentes naturezas relacionados com os mercados onde actua. O ATLANTICO encara a gestão de risco como elemento central da sua visão e estratégia. Assim, a função de gestão de risco é independente das áreas geradoras de risco e apresenta mecanismos de decisão e controlo directamente dependentes da Administração do Banco. A função do risco procura identificar, avaliar, acompanhar e controlar todos os riscos materialmente relevantes a que a actividade do ATLANTICO se encontra sujeita, tanto interna como externamente, de modo a que os mesmos se mantenham dentro dos limites definidos no perfil de • • • • • • Aperfeiçoamento da definição e desenvolvimento dos modelos e sistemas de rating. Monitorização da aplicação das regras relativas à mitigação do risco de crédito. Definição, actualização, melhoramento, divulgação e supervisão das políticas de risco de crédito. Acompanhamento próximo dos sectores mais representativos na carteira de crédito. Definição e actualização com re g u l a r i d a d e d e m o d e l o s d e análise para cada tipologia de exposição a risco de crédito que permitam uma gestão capaz do risco de crédito, em linha com o estipulado pelas políticas vigentes no ATLANTICO. Informação ao Comité de Crédito da situação da carteira, níveis de risco máximo. por cliente e evolução de situações de crédito de normal para irregular. Envio das responsabilidades de 32 RELATÓRIO DE CONTAS 2012 crédito dos clientes para a Central de Risco do BNA. Risco de mercado O risco de mercado está relacionado com a alteração do valor dos activos e passivos do Banco, em consequência da oscilação de factores do mercado. Dentro dos factores de risco destacam-se a taxa de câmbio, a taxa de juro, a cotação de acções e o preço das matérias-primas, entre outros. O risco de mercado pode ser de três tipos: 1. Risco de liquidez. Este conceito está associado a uma diminuição, real ou percepcionada, da capacidade do Banco assegurar o financiamento dos activos e cumprir as suas obrigações, à medida que estas se tornam exigíveis. No ATLANTICO a avaliação do risco de liquidez é feita mediante as seguintes análises: • • Análise do gap de liquidez: agregação e alocações das operações de activos e passivos aos respectivos time buckets. A análise do gap de liquidez é feita por moeda, dado que a convertibilidade das moedas pressupõe uma alteração da posição cambial do Banco; Análise de indicadores e rácios de liquidez: para apoio à tomada de decisões de gestão, são considerados indicadores e rácios de liquidez, como a posição líquida à vista, rácio de liquidez por prazos residuais e rácio de transformação, entre outros. 2. R i s co c a m b i a l . Tra d u z - s e n a possibilidade de uma perda ou de um ganho resultante da variação nas taxas de câmbio entre moedas, particularmente se existirem coberturas de posições imperfeitas. Tendo por base o balanço à data da análise, para o cálculo do gap cambial as massas patrimoniais sensíveis às taxas de câmbio são agrupadas por moeda e classificadas em intervalos temporais em função do prazo de maturidade. Para cada moeda e respectivos intervalos temporais é calculada a diferença (gap) entre activos e passivos, apurando-se, deste modo, a medida da exposição líquida do balanço a variações cambiais. Da agregação dos gaps associados a distintos intervalos temporais adjacentes obtém-se o gap acumulado para determinado período. O risco cambial pode ser de três tipos: a. Exposição Líquida no Balanço: Esta tipologia de risco está associada a alterações potenciais no valor de mercado das posições de activos e passivos (exposição líquida), devido a variações nas taxas de câmbio entre a data de início e a data de liquidação do contrato. Se os montantes de activos expostos forem superiores aos passivos expostos, uma depreciação cambial resultará em perdas. b. Risco de Carteira: Uma determinada carteira de activos em moeda estrangeira (posições à vista e posições a prazo), assim como instrumentos de cobertura, estão em market-to-market, pelo que são registados na contabilidade ao seu valor de mercado. Desta forma, oscilações na taxa de câmbio podem originar ganhos ou perdas, em virtude das variações do valor de mercado. c. Risco Estrutura: Esta tipologia de risco surge associada a investimentos 33 RELATÓRIO DE CONTAS 2012 em activos em moeda estrangeira levados a cabo, nomeadamente, participações em subsidiárias, títulos de capital, títulos de i n ve s t i m e n t o , e à f o r m a d e cobertura e aquisições dos mesmos (e.g. empréstimos em moeda estrangeira). 3. Risco de taxa de juro. Pode ser definido como o impacto das variações das taxas de juro no valor dos activos e passivos de um banco e, consequentemente, nos seus capitais e nos resultados d a m a rg e m f i n a n c e i ra . U m a a b o rd a g e m a o r i s co d e t a xa de juro, através da avaliação a preços de mercado do conjunto de activos e passivos sensíveis à taxa de juro, mesmo no pressuposto de estes não serem na sua totalidade transaccionáveis, permite identificar a existência de desajustamentos nos prazos médios de refixação das taxas de juro entre activos e passivos que, a prazo, conduzem a oscilações assimétricas nos fluxos de juro a receber e a pagar e, por consequência, na margem financeira e valor económico. No ATLANTICO, a análise dos diversos tipos de riscos é efectuada pelo Risk Office, em coordenação com a Direcção de Mercados Financeiros, cuja actividade deverá estar alinhada com os limites definidos no perfil de risco do Banco. • • • • Risk Office A nível operacional, a gestão e monitorização do risco de mercado estão centralizadas no Risk Office, que procede à análise e monitorização semanal e mensal dos indicadores definidos para o perfil de risco e à produção e análise de um conjunto de informação de gestão que suportará a tomada de decisões. O Risk Office tem como principais objectivos: • • • • Comité ALCO • O Comité ALCO reúne-se mensalmente, com a presença dos membros do Conselho de Administração, com o objectivo de: • • • Avaliar e acompanhar em permanência os diversos riscos financeiros, particularmente os riscos de taxa de câmbio, de taxa de juro e de liquidez, partindo de metodologias e de indicadores prédefinidos para a medição e controlo de cada tipo de risco. Analisar e acompanhar a política de gestão de liquidez do banco. Analisar e decidir sobre a gestão de activos e passivos, contribuindo para uma gestão óptima do balanço, maximizando a rentabilidade e mitigando o risco. Garantir a adequação do capital e diversificação do risco. Garantir a conformidade com os instrutivos do Banco, em relação ao risco cambial e de liquidez. Desenvolver políticas de gestão de riscos que estabeleçam orientações globais e específicas. Assegurar a aplicação das políticas e procedimentos adoptados para a gestão dos riscos. Desenvolver e manter metodologias e ferramentas de gestão de riscos; Monitorizar indicadores definidos no perfil de risco do ATLANTICO. Produzir e disponibilizar informação aos órgãos de administração. Produzir informação para reporte aos reguladores relativamente à gestão de riscos, com a indicação das medidas que foram tomadas para corrigir eventuais deficiências. Dinamizar uma cultura de gestão de riscos, potenciando a responsabilização transversal de toda a Instituição. 34 RELATÓRIO DE CONTAS 2012 Compliance O G abinete de Compliance visa assegurar que os órgãos de gestão, as estruturas funcionais e todos os colaboradores do Banco estão alinhados e cumprem a legislação, regras e processos/normativos, internos e externos, que regulam a actividade do Banco, de acordo com as melhores práticas internacionais. Em 2012 reforçou-se a implementação das medidas do Aviso 22/2012 do banco central (na sequência da alteração do Aviso 01/2011), de combate ao Branqueamento de Capitais e Financiamento ao Terrorismo. Apostou-se na melhoria dos sistemas de controlo dos clientes que fazem parte das listas internacionais de sanções, através do investimento no software Ucomply, ferramenta que realiza a filtragem, controlo e gestão da base de clientes do banco de forma automática. Outro marco importante pelo seu impacto junto de todos os agentes económicos angolanos, foi a entrada da República de Angola como membro efectivo do ESAAMLG, grupo antibranqueamento de capitais da África Oriental e Austral, e como membro associado do Finantial Action Task Force (FATF) – evoluindo do estatuto de membro observador atribuído em 2011, no âmbito do qual foi subscrito um Memorando de Entendimento que obrigava à implementação eficaz das 40+9 Recomendações do FATF e outras normas internacionais sobre combate à lavagem de dinheiro e financiamento do terrorismo. Esta vinculação está apenas pendente do cumprimento dos respectivos formalismos entre ambas as partes. fomentando o cumprimento das leis, regulamentos, códigos de conduta e boas práticas (nacionais e internacionais). No caso do ATLANTICO esta preocupação materializou-se na promoção de acções de formação em compliance a todos os colaboradores do Banco e no investimento em novos softwares e nas actuais plataformas de compliance. Em 2013, dar-se-á continuidade à consolidação das medidas implementadas pelo regulador, cuja aposta envolve o controlo mais aprofundado, de forma automatizada, do comportamento dos clientes e das transacções financeiras. As necessárias plataformas e softwares estão a ser melhoradas com o apoio de uma entidade externa especializada, em linha com o reforço nos sistemas de controlo interno do banco, na base de um dos pilares do ATLANTICO, a segurança das operações. AUDITORIA INTERNA A Direcção de Auditoria foi criada com o objectivo de proporcionar um serviço independente e objectivo que acrescente valor e melhore as operações do Banco. Com uma abordagem sistemática e disciplinada, avalia e melhora a eficácia da gestão do risco, controlo e processos de governação. Mais especificamente, esta direcção desenvolve as seguintes actividades: • • • Estes acontecimentos contribuíram para disseminar no mercado bancário a cultura de prevenção do branqueamento de capitais e financiamento do terrorismo, • Levantamento de riscos e controlos e cumprimento de normativos do banco central. Validação do cumprimento de procedimentos e normativos internos pelas áreas de negócio e pelos serviços centrais. Avaliação periódica e melhoria dos procedimentos e normativos internos. Realização de inquéritos, na sequência de suspeitas de fraudes, internas ou externas. 35 RELATÓRIO DE CONTAS 2012 • Assessoria à Direcção de Capital Humano na condução de processos disciplinares. Tendo como pano de fundo a aposta na melhoria do ambiente de controlo interno, sob as orientações e metodologias reconhecidos como boas práticas pelo COSO (Committee of Sponsoring Organizations of the Treadway Commission), em 2012 foram empreendidas cerca de 95 intervenções de auditoria, quer na vertente de negócio, quer na vertente de suporte às operações. Definiram-se e geriram-se vários planos de acção, realizaram-se vários workshops e desenvolveram-se diversos trabalhos multidisciplinares. Para 2013, esta direcção ambiciona o crescimento e especialização da equipa, o alargamento do âmbito das auditorias, através de acções de formação e workshops e, ainda, um maior acompanhamento presencial dos Centros de Negócio e o desenvolvimento de novas ferramentas para monitorização da actividade comercial, contribuindo para a melhoria da eficiência e eficácia operacionais das actividades de controlo associadas aos procedimentos internos. CONTROLO INTERNO O c o n t ro l o i n t e r n o a s s e g u ra o cumprimento das leis e normas contabilísticas, das boas práticas, das políticas e dos procedimentos estabelecidos pelos órgãos de gestão, com o objectivo de reforçar e melhorar a eficácia e eficiência. salvaguardando os activos, verificando a fiabilidade, exactidão e fidedignidade da informação financeira. Em 2012 formalizaram-se as actividades já em curso do Sistema de Controlo Interno no ATLANTICO, de acordo com as exigências do banco central e co práticas recomendadas pelo COSO (Committee of Sponsoring O r g a n i z at i o n s o f t h e Tr e a d way Commission). O primeiro passo foi uma análise interna aprofundada, realizada com o apoio de uma consultora externa, para identificar oportunidades de melhoria. Pa ra o d e s e nvo l v i m e n to d e u m sistema de controlo eficiente e eficaz, decidiu-se, em 2013, dar continuidade a este trabalho, focado em cinco grandes vectores: • • • • • Governance, alinhando a governação interna a quatro critérios – objectividade, mensuração, integridade e pertinência -, sendo que o mais relevante, são as directrizes da Administração, pois determinam a possibilidade da sua implementação. Ambiente de controlo, estabelecendo a base para o controlo interno, através de uma estrutura e cultura ajustadas, que disseminem este ambiente. Sistema de gestão de riscos e actividade de controlo, identificando os riscos relevantes e analisando as estratégias de mitigação implementadas. Monitorização, incluindo a supervisão dos controlos definidos na dinâmica operacional, através da implementação de um conjunto de sistemas de monitorização. I n fo r m a ç ã o e co m u n i c a ç ã o , fornecendo informação adequada, que contribua para o cumprimento das responsabilidades individuais, suportando de forma mais uniformizada as restantes componentes do controlo interno. O sistema de controlo interno permitirá maior confiança nas demonstrações financeiras e maior conformidade com as leis e regulamentos. 36 RELATÓRIO DE CONTAS 2012 OUTRAS FUNÇÕES DE CONTROLO E SUPORTE ESTRATÉGIA E CLIENTES A Direcção de Estratégia e Clientes tem como missão apoiar a formulação e a monitorização da execução da estratégia do ATLANTICO. Lançada em meados de 2012, esta Direcção sucedeu ao Gabinete de Estratégia e Negócio, criado em 2011, para alargar o seu campo de actuação, passando a abarcar responsabilidades adicionais que dão resposta às novas necessidades do Banco, no âmbito da revisão do Plano Estratégico 20.15. N a s u a ve r t e n t e e s t ra t é g i c a , é vocacionada para a reflexão sobre tendências e evolução dos modelos de negócio. A esta vertente estratégica alia-se uma forte componente operacional, de gestão da informação de clientes, que é a base para a estruturação de propostas e monitorização de acções que visem catalisar a actividade comercial. gestão e acompanhamento da carteira de crédito. Em 2012 foram alcançados os objectivos estabelecidos ao longo do exercício, relativos aos níveis de serviços para a análise de propostas, ao apoio à área comercial nas visitas a clientes com propostas de crédito ou de captação, e ao perfil de crédito vencido, que se manteve abaixo do mínimo estabelecido pelo Banco. No domínio da formação interna, foram realizadas várias sessões dedicadas aos Centros ATLANTICO e de Empresas, orientadas em função do objectivo de melhoria da qualidade das propostas de crédito. A reorientação estratégica do banco, com a implementação de um novo modelo operativo, e o aumento da base de clientes e recursos exigirão em 2013 o reforço das capacidades humanas e materiais para alcance dos objectivos, nomeadamente: • Em 2013 a Direcção de Estratégia e Clientes prosseguirá a sua missão, apoiando as áreas de negócio no cumprimento dos objectivos comerciais, ajudando na estruturação e acompanhamento do plano de comunicação e do plano de expansão da rede ATLANTICO em Angola, gerindo e garantindo o cumprimento dos critérios de segmentação definidos para a Instituição, e gerindo e mediando as áreas de negócio neste processo. CRÉDITO E RATING A Direcção de Crédito e Rating tem como principal objectivo a análise, • • • • • • Participar no alcance das metas orçamentais do ATLANTICO. Contribuir para o crescimento e aumento da qualidade da carteira de crédito. Assegurar o rigor na análise das propostas de crédito, bem como garantir o cumprimento dos procedimentos a nível de crédito. Garantir o cumprimento dos níveis de serviço definidos para a análise de propostas de crédito. Realizar diagnósticos sobre as causas de incumprimento, para identificação das características comuns e não comuns e posterior incorporação deste conhecimento nos modelos de scoring e rating. Dinamizar iniciativas para melhorar o circuito de crédito. Promover diligências com vista ao 37 RELATÓRIO DE CONTAS 2012 maior conhecimento das empresas, dos negócios e da realidade económica e empresarial de Angola. O sucesso destas acções que a Direcção de Crédito e Rating se propõe desenvolver depende, essencialmente, da motivação das equipas, mas também da capacidade técnica dos seus membros. Deste modo, a formação cobrirá essencialmente as matérias de Gestão Bancária, Contabilidade, Crédito, Inglês e MicrosoftOffice, com aplicação prática dos conteúdos, contribuindo para aumentar o know how e a especialização da equipa. ACOMPANHAMENTO E RECUPERAÇÃO DE CRÉDITO Com o intuito de contribuir para o c u m p r i m e n to d o s o b j e c t i vo s estabelecidos para 2015, nomeadamente o crescimento sustentado quer do crédito concedido quer do rácio de crédito vencido, o ATLANTICO decidiu reforçar a capacidade interna de tratamento do crédito vencido, c r i a n d o e m 2 01 2 a D i re cç ã o d e Acompanhamento e Recuperação de Crédito. Esta direcção vai garantir a existência de práticas de acompanhamento da carteira, optimizando o processo de recuperação de crédito vencido e, desta forma, maximizando o retorno dos activos do ATLANTICO. Era necessário sensibilizar as restantes áreas de negócio para esta nova realidade, pelo que se realizaram workshops acerca da implementação dos procedimentos de recuperação de crédito em todo território nacional, designadamente nas vertentes de antecipação, recuperação e vigilância. Para 2013, o objectivo é garantir que os procedimentos definidos para evitar o incumprimento e recuperar o crédito vencido são devidamente aplicados nos prazos estipulados e recuperar 60% do total da carteira de crédito na classe de risco D (Risco Moderado, de acordo com o Aviso N.o 04/2011, de 08 de Junho). ORGANIZAÇÃO, MÉTODOS E PROJECTOS O Gabinete de Organização, Métodos e Projectos contribui de forma transversal para a eficaz, eficiente e contínua modernização do funcionamento do Banco no que toca às pessoas, processos e tecnologias. É responsável p e l o d e s e n h o d o s p ro c e s s o s e normativos internos, assegurando o acompanhamento e a actualização contínua dos mesmos. Por outro lado, acompanha a execução de projectos transversais ao Banco, assegurando o planeamento das actividades, a monitorização dos objectivos e a identificação e o reporte de riscos. Em 2012, alargou o seu campo de actuação, através da alocação da responsabilidade de gestão dos projectos transversais ao Banco, a par do desenvolvimento e definição dos Manuais de Procedimentos das Direcções e G abinetes do ATLANTICO. Em 2013, o Gabinete de Organização, Métodos e Projectos vai implementar soluções tecnológicas conducentes à automatização de processos e à desmaterialização de documentos, que aumentem a eficácia e eficiência dos processos e, em consequência, a satisfação do cliente. BANCA TRANSACCIONAL É na Direcção de Banca Transaccional que se executam, gerem e controlam todas as transacções financeiras, garantindo a eficiência, o rigor e a segurança operacional exigidas pelos clientes e garantidas pelo Banco. 38 RELATÓRIO DE CONTAS 2012 Em 2012 definiram-se estratégias de gestão do risco operacional e de melhoria da automatização de processos e níveis de serviço, procurando adequar o modelo organizativo e funcional da Direcção aos novos desafios do Banco. O aumento da actividade e volume de negócios do Banco tornou imperioso o reforço da equipa, com a entrada de novos colaboradores que representam 40% do total. • monitorização do reporte das actividades diárias das áreas de negócio. Núcleo de Licenciamentos: Validação d o s u p o r te d o c u m e n t a l d o s processos de licenciamentos, a luz dos instrutivos do BNA e decretos presidenciais. Em 2013 pretende-se apostar na criação de interfaces entre os principais sistemas de suporte às operações do Banco e ministrar formação contínua ajustada à estrutura operativa e especialização dos quadros da equipa, com vista a manter e reforçar os compromissos assumidos ao nível da eficiência, rigor e segurança operacional. Em 2012, foram reestruturadas as actividades dos núcleos e definidos níveis de serviço mais ambiciosos. Para 2013 pretende-se continuar a apostar na formação da equipa para que esta tenha as competências que lhe permitam garantir o bom desempenho no exercício das suas funções e responder às solicitações com a mesma qualidade e dentro dos níveis de serviço propostos na sequência do plano de expansão do ATLANTICO. MIDDLE OFFICE TECNOLOGIAS A Direcção de Middle Office responde pela conformidade dos processos gerados nas áreas de negócio. Os cinco núcleos que a integram tratam da validação e operacionalização das solicitações dos clientes: A Direcção de Tecnologias tem a missão de desenvolver os sistemas de informação e comunicações do Banco, garantindo um suporte da placa tecnológica que acompanhe a estratégia do ATLANTICO e as necessidades dos clientes. • • • • Núcleo de Processo de Abertura de Conta: Validação dos processos de abertura de conta em toda a sua fase. Núcleo de Suporte Operacional: Va l i d a ç ã o d o s p ro ce ss o s d e pagamentos sobre o estrangeiro, à luz dos procedimentos internos e instrutivos/directivas do banco central. Núcleo de Canais não Presenciais: Validação e operacionalização das solicitações de internet banking, multicaixa e cartões de crédito. Núcleo de Reporte e Produtos E s t r u t u r a d o s : Va l i d a ç ã o e operacionalização das solicitações das aplicações a prazo, e O exercício de 2012 foi desafiante para esta direcção, pois foi necessário acompanhar o contínuo crescimento do Banco, com foco na materialização do Plano Estratégico de Sistema de Informação e no acompanhamento do Plano de Expansão. O sistema central do Banco foi melhorado com a implementação de duas novas máquinas Iseries, capazes de suportar as necessidades do negócio nos próximos três anos. Implementou-se nas Direcções de Private Banking e Banca de Empresas uma plataforma de CRM – o “ATLANTICO CRM” -, que permite ter uma visão global dos clientes, e iniciou-se a primeira fase do Workflow-BPM (Business Process Management), ferramenta transversal 39 RELATÓRIO DE CONTAS 2012 a todas as áreas do banco e que visa a desmaterialização de documentos. Em 2013 prosseguir-se-à a melhoria dos processos e ferramentas tecnológicas que permitem contribuir eficazmente para o aumento constante dos níveis de serviço e da segurança operacional e ir-se-á implementar um Disaster Recovery – backup de informação - de modo a garantir o crescimento sustentável do negócio. SEGURANÇA A Direcção de Segurança foi criada com o objectivo de implementar uma estrutura de segurança, nas vertentes safety & security, integrada e transversal ao universo ATLANTICO, concretizando diariamente funções eficazes de segurança, apoio e protecção a clientes, colaboradores e a todos os intervenientes que interagem com o banco. Em 2012, a área da Segurança foi reestruturada e autonomizada, tendo o seu âmbito de actuação sido alargado, para incluir a vertente Inspecção. Ainda neste ano deu-se início ao recrutamento e organização interna, revisão de equipamentos, dos fornecedores e dos procedimentos. Ao longo de 2012 dedicou-se atenção especial à preparação e acompanhamento do plano de expansão em Angola, a interligação das duas geografias em que o Banco está presente e o estabelecimento de princípios e objectivos comuns. No plano de acção para 2013 constam a implementação e desenvolvimento da Direcção de Segurança e Inspecção (evoluindo da actual Direcção de Segurança), que conduzIrá a uma evolução significativa nos equipamentos e estruturas de segurança e nos procedimentos de segurança comuns. JURÍDICO O Gabinete Jurídico tem como objectivo assegurar o sigilo, o rigor, a confiança e a segurança dos actos e contratos em que o Banco intervém. Em 2012 verificaram-se grandes melhorias ao nível de eficiência e eficácia da actividade jurídica, principalmente na interacção com as áreas de negócio, espelhando um maior alinhamento entre o front office e o back office, e um notável crescimento do know how das equipas e compreensão da finalidade do negócio. A implementação pelo banco central de fortes medidas de defesa do consumidor, incluindo a criação do “Portal do Consumidor”, levou à redefinição das políticas internas e do clausulado contratual, de forma a, simultaneamente, salvaguardar os interesses do Banco e garantir o alinhamento com as políticas do banco central. O reporte periódico das reclamações dos clientes actualmente exigido aos bancos pelo regulador, vai ajudar, a longo prazo, a regular o próprio mercado e, consequentemente, terá um impacto positivo na actividade do ATLANTICO. Em 2013 o Gabinete Jurídico vai reforçar e consolidar as medidas implementadas pelo regulador, e dar resposta, com os mesmos níveis de serviço, às exigências do cliente interno e externo, na sequência do novo posicionamento estratégico e objectivos do Banco. Pretende-se ainda acelerar o modelo de contratação de determinadas tipologias de crédito, no qual as áreas de negócio passam a ter autonomia para elaboração de contratos de crédito através de minutas standard constantes numa plataforma workflow. Este novo modelo de contratação vem no seguimento de uma visível melhoria e padronização progressiva das condições contratuais dos créditos, visando diminuir as insuficiências e morosidade destes processos. 40 RELATÓRIO DE CONTAS 2012 CAPITAL HUMANO Consciente de que o modelo de negócio de banca comercial de relação assenta nas pessoas, nos seus valores, no seu conhecimento e na sua atitude, a aposta do ATLANTICO no capital humano traduz-se no empenho em atrair, formar, desenvolver, reter e promover pessoas com talento, competência técnica e flexibilidade, perfil definido como necessário para o reforço da qualidade dos serviços prestados. As políticas de capital humano no ATLANTICO são estruturadas de forma a assegurar o desenvolvimento do potencial dos nossos colaboradores, na dupla dimensão pessoal/humana e técnico- profissional. regressar ao seu País. O ATLANTICO Europa desempenhou um papel estratégico no Plano de Mobilidade, atraíndo talentos e proporcionando estágios durante os quais se preparam jovens angolanos que poderão ser integrados na estrutura do Banco em Angola. Até final do ano 14 estagiários foram integrados nos quadros do Banco. EVOLUÇÃO DA EQUIPA ATLANTICO DISTRIBUIÇÃ0 DA EQUIPA ATLANTICO, POR GÉNERO 450 400 350 300 250 200 150 100 50 0 A maioria dos colaboradores (41%) tem entre 26 e 30 anos. A distribuição por género é equilibrada: 57% de colaboradores são homens e 43% são do sexo feminino. 415 324 43,44% 252 Masculino 171 130 101 72 Feminino 103 56 0 0 2 7 11 2006 2007 2008 2009 2010 Luanda 2011 56,56% 2012 Províncias FONTE: BASE DE DADOS APLICAÇÃO 4 SAPIENS, DCH, JAN 2013 FONTE: BASE DE DADOS APLICAÇÃO 4 SAPIENS, DCH, JAN 2013 O AT L A N T I C O c o n t a c o m 5 1 8 colaboradores, dos quais 103 nas províncias. A atracção de talento é uma preocupação constante. Em 2012, o ATLANTICO registou um aumento de admissões de 36% em relação a 2011. As novas contratações nas províncias representam 31% do total de novas admissões. Foram reforçadas parcerias com entidades nacionais e internacionais especializadas em recrutamento e com Universidades, e o Banco assegurou a sua presença em eventos de recrutamento dirigidos a jovens angolanos na diáspora que pretendem A distribuição por área está alinhada com as melhores práticas de gestão de capital humano. DISTRIBUIÇÃO DA EQUIPA ATL, POR ÁREA 8% Negócio Suporte 34% 58% Controlo FONTE: BASE DE DADOS APLICAÇÃO 4 SAPIENS, DCH, JAN 2013 41 RELATÓRIO DE CONTAS 2012 DESENVOLVIMENTO A aposta na formação e desenvolvimento é uma prioridade e um compromisso assumido perante os colaboradores. Em 2012, o investimento total em formação foi de 798 624 dólares, o que representa 16 760h de formação que abrangeram 1 205 participantes. Foi implementado o Centro Escola, cujo objectivo é formar pessoas em competências técnicas e comportamentais alinhadas com as prioridades do negócio. Neste âmbito, foi elaborado um plano curricular especificamente adaptado ao grau de maturidade e experiência do colaborador e à função por ele desempenhada na área de negócio. do Plano Estratégico 20.15, o alargamento do board e a adopção da nova estrutura organizacional resultaram num reforço do investimento nas pessoas. Só neste ano, o ATLANTICO promoveu 105 colaboradores, dos quais 35 ascenderam a funções de liderança. Mais de metade do colaboradores que foram promovidos tinha entre um e dois anos de antiguidade, o que demonstra as oportunidades de carreira que o banco proporciona. Nº DE COLABORADORES PROMOVIDOS, POR ÁREA 2 - Administração 10 - Controlo 32 - Suporte ao Negócio 61 - Negócio TOTAL - 105 Desenvolveu-se também um programa focado no crescimento contínuo das lideranças intermédias, centrado na gestão do negócio e no desenvolvimento de competências de liderança dando corpo ao Modelo de Acção Comercial. Estabeleceram-se parcerias com instituições académicas de referência, como a UAN, a UCAN, Indeg/ISCTE e a Universidade Católica do Porto para conhecer os programas para executivos que estão a ser introduzidos em Angola e o enquadramento e capacidade de “customização” às necessidades específicas do ATLANTICO. Uma das ambições do ATLANTICO é desenvolver uma equipa de líderes que constitua uma referência no mercado. Com vista a desenvolver lideranças de primeira linha, desenhou-se à medida do Banco o Phi, Programa de Desenvolvimento de Líderes a médio e longo prazo, focado no desenvolvimento de soft skills. CARREIRA Em 2012, a materialização dos desafios FONTE: BASE DE DADOS APLICAÇÃO 4 SAPIENS, DCH, JAN 2013 ANTIGUIDADE DOS COLABORADORES PROMOVIDOS 18,10% 17,14% 12,38% 52,38% Entre 1 a 2 anos Entre 3 a 4 anos >= 5 anos < 1 ano FONTE: BASE DE DADOS APLICAÇÃO 4 SAPIENS, DCH, JAN 2013 A expansão geográfica do ATLANTICO ofereceu também oportunidades de carreira a que os colaboradores responderam de forma positiva. Em 2012, ocorreram 85 processos de mobilidade ou transferência interna de quadros. Graças à sua maturidade profissional e experiência, estes profissionais d e s t a c a d o s p a ra a s p rov í n c i a s asseguraram o arranque bem sucedido de novos centros. 42 RELATÓRIO DE CONTAS 2012 PROCESSOS DE MOBILIDADE 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 85 61 20 4 Inter-Direcções ATL EUATLANTICO Inter-Geográficas AO TOTAL FONTE: BASE DE DADOS APLICAÇÃO 4 SAPIENS, DCH, JAN 2013 O ATLANTICO desenvolve o seu negócio graças ao desempenho de uma equipa motivada, orientada para o cliente, com garantia de qualidade e, acima de tudo, feliz. O Índice de felicidade do ATLANTICO, em 2012, foi de 92,4%, superior em 4,4 pontos percentuais ao resultado verificado no último estudo realizado em 2011 (88%). Porque o ATLANTICO é caracterizado pela sua abordagem dinâmica, inovadora e orientada para o futuro, em 2013, pretende-se dar continuidade ao plano de atracção e captação de quadros em ordem ao Plano de Expansão, consolidando os programas de formação e desenvolvimento iniciados. Só pessoas motivadas e felizes no ATLANTICO continuam comprometidas com os objectivos do Banco. 43 RELATÓRIO DE CONTAS 2012 RESPONSABILIDADE SOCIAL EMPRESARIAL A cultura de responsabilidade social do ATLANTICO presidiu à criação da Direcção de Mecenato e Investimento Social, com as atribuições de consolidar o compromisso com o pilar social de Angola. Esta direcção pretende disseminar este compromisso, estimulando cada colaborador a, enquanto agente social activo, fazer a diferença na vida das comunidades em que se insere. Os colaboradores do ATLANTICO não ficaram alheios a esta causa e mais de metade deles envolveram-se nos programas e acções desenvolvidos pelo Banco. Outros stakeholders reconheceram o mérito da iniciativa e quiseram associar-se a ela, pelo que o Banco contou com o contributo de outras empresas. O Grupo ATLANTICO tem-se distinguido pelo investimento em acções que trazem benefícios para a comunidade. Destaca-se, em particular, o Programa Lo g o s q u e te m co m o o b j e c t i vo desenvolver projectos educativos e desportivos dirigidos à juventude angolana. Este inovador programa visa criar ou melhorar espaços de informação e lazer onde os jovens aprendam valores que lhes sirvam de bússola nas escolhas com que serão confrontados na sua vida, seja no domínio familiar, seja no domínio profissional ou comunitário: civismo, responsabilidade pessoal, solidariedade, espírito de equipa e ética no trabalho. Foram 2600 os jovens angolanos com idades compreendidas entre os 6 e os 18 anos que beneficiaram deste programa, que lhes oferece uma janela de oportunidade para um presente melhor e para que no futuro possam integrar uma “Geração com Valor”. Das iniciativas e acções empreendidas destacam-se as obras de requalificação dos centros Logos da Paróquia de Fátima e da Katinton, em Luanda. A 15 de Setembro foi inaugurado em Benguela o quarto Centro Logos. Situado na Escola do Magistério Primário de Benguela, iniciou a sua actividade com 300 novos participantes. Foram desenvolvidas mais de 150 iniciativas enquadradas nos seis programas psicopedagógicos, de carácter desportivo, social e cultural: Família Escola, Mestre do Mestre, Cidadania, Saúde, Cultura e Arte e Craque do Futuro. No âmbito do Programa Logos, o Banco tem também vindo a conceder donativos a instituições e particulares. Foram celebradas mais de dez novas parcerias com diversas organizações, como o Instituto Nacional de Emprego e Formação Profissional. O programa Logos celebrou o seu quarto aniversário no dia 24 de Novembro de 2012. Sob o mote “ O Projecto que Semeia Esperança no Amanhã das Gerações Futuras”, a comemoração coincidiu com a iniciativa “Colorir Vidas Logos”, no âmbito da qual todas as crianças e jovens do Projecto receberam presentes no Natal. Este evento contou com a presença de 1500 pessoas e teve o apoio de todos os colaboradores do ATLANTICO e alguns parceiros. Proporcionar acções de voluntariado de apoio à comunidade em que os colaboradores do Banco se possam envolver é outra das actividades da Direcção de Responsabilidade Social Corporativa. O BANCO está, ainda, a trabalhar em colaboração com o Instituto Angolano de Solidariedade Artes e Saber – INTASA para criar bibliotecas comunitárias dirigidas a crianças e jovens, com vários serviços e programas que estimulam a aprendizagem e desenvolvimento dos participantes. 44 RELATÓRIO DE CONTAS 2012 Em 2013 o ATLANTICO vai consolidar a cultura social, externa e interna. Pretende-se integrar uma orientadora pedagógica a tempo inteiro, com a missão de alinhar os seis programas Logos com as melhores práticas de responsabilidade social com orientação para a criança e família. Prosseguir-se-á o plano de expansão do Projecto, com a abertura de mais três centros Logos em províncias diferentes, mais um passo em direcção ao objectivo de até 2015 marcar presença nas 18 províncias de Angola. O ATLANTICO continuará, ainda, a ter o apoio, através de acções de formação, do reconhecido Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social para promover boas práticas de responsabilidade social. 45 RELATÓRIO DE CONTAS 2012 ANÁLISE FINANCEIRA Principais Indicadores e Resultados Face ao contexto macroeconómico, o ano de 2012 foi marcado pelo aumento da competitividade do sistema bancário angolano. Neste cenário, os resultados obtidos no Banco foram encorajadores. O exercício foi marcado pela expansão dos centros ATLANTICO a nível nacional. A rede comercial aumentou de 26 para 32 centros, cobrindo a maioria do território nacional. O Banco viu os seus recursos totais aumentarem de USD 1 947 milhões no final de 2011 para USD 2 608 milhões em 2012, o que corresponde a uma quota de 5% do mercado. A transformação dos recursos totais foi maioritariamente canalizada para a concessão de crédito a clientes correspondente a 58% do total dos recursos; 17% para aplicações de liquidez; 15% em disponibilidades no banco central; e 10% em títulos e valores mobiliários. O resultado líquido relativo ao exercício de 2012 ascendeu a USD 58,5 milhões, um aumento de 18% face ao período homólogo, em que os lucros foram de USD 49 736. INDICADOR Resultado Líquido 2012 2011 +58471 +49736 A rentabilidade média dos capitais próprios (ROE) foi de 20,9%, uma performance positiva, tendo em conta INDICADOR ROE 2012 2011 +20,9% +29,9% os desafios que o Banco enfrentou, n o m e a d a m e n te o s e u p l a n o d e expansão. PRODUTO BANCÁRIO O produto bancário cresceu 58%, em relação ao ano anterior, atingindo os USD 225,5 milhões (+ USD 82,6 milhões). As diferentes componentes do produto bancário, a margem financeira e a margem complementar cresceram também 58%. A margem financeira representou 65% do produto bancário, INDICADOR 2012 2011 Produto bancário 225509 142923 Margem financeira 145650 92293 Margem complementar 79859 50630 Comissões líquidas e outros proveitos 34549 20859 Lucros Operações Financeiras 45309 29772 enquanto a margem complementar teve um peso de 35%. A margem financeira reflectiu o crescimento significativo da actividade financeira durante todo o ano de 2012, assente essencialmente na concessão de crédito. A margem complementar registou um crescimento essencialmente sustentado pelo aumento das comissões liquidas provenientes dos serviços bancários (+66% do que em 2011), correspondendo a uma média mensal de comissionamento de USD 2,9 milhões. As comissões líquidas mantiveram o ritmo de crescimento em relação ao período homólogo, associado principalmente às transferências e às comissões provenientes da banca de investimento, que sofreram um acréscimo considerável de +116% e +72%, respectivamente. 46 RELATÓRIO DE CONTAS 2012 Em relação às operações financeiras, registou-se um crescimento de +52% face ao ano anterior, atingindo um total de USD 45,3 milhões. Este montante corresponde a uma média mensal de USD 3,7 milhões. INDICADOR Cost to income (CO/PB) (com ganhos cambiais) Cost to income (CO/PB) (sem ganhos cambiais) Custos com pessoal / produto bancário 2012 2011 45,30% 59,98% 56,67% 75,76% 17,95% 22,08% CUSTOS OPERACIONAIS CRÉDITO CONCEDIDO Os custos operacionais atingiram o montante de USD 103 milhões no ano de 2012. No final de 2012 O ATLANTICO tinha concedido USD 1 521 milhões de crédito a clientes, um aumento de 25% face a 2011. O Banco assumiu USD 59,6 milhões de provisões, o que correspondeu a 4% do total de crédito concedido. INDICADOR 2012 2011 Custos operacionais 102 604 85 722 Recursos humanos 40 513 31 555 Fornecimento serviços terceiros 50 258 46 873 Outros custos operacionais 3 704 1 903 Lucros Operações Financeiras 8 129 5 391 Os custos com pessoal e os fornecimentos e serviços externos contribuíram com cerca de 88% do total dos Custos Operacionais. Os custos com pessoal cresceram cerca de 28% face a 2011, atingindo um total de USD 40,5 milhões e os fornecimentos e serviços de terceiros registaram um incremento de 7%, totalizando USD 50,3 milhões. A evolução destes custos esteve associado ao plano de expansão a nível nacional que o Banco efectuou em 2012, com a abertura de novos centros e a contratação de novos colaboradores para reforçar a equipa comercial e garantir a evolução crescente do negócio. RÁCIOS DE EFICIÊNCIA/ PRODUTIVIDADE Os índices de eficiência/produtividade melhoraram em relação ao ano de 2011, devido principalmente ao crescimento de 58% do produto bancário. INDICADOR Crédito concedido Provisões 2012 2011 1 520 929 1 215 517 59 560 36 471 O crescimento do crédito concedido é o reflexo do empenho do Banco na dinamização da economia nacional, e do facto de o crédito se ter tornado em 2012 no activo mais atractivo para o negócio bancário, em detrimento da aposta nos títulos da dívida pública que sofreram uma redução significativa da sua rentabilidade. QUALIDADE DOS ACTIVOS E SOLIDEZ FINANCEIRA A carteira de crédito a clientes apresentou uma performance positiva, ao nível da sinistralidade do crédito. O rácio de solvabilidade situou-se nos 12%, acima do nível mínimo estabelecido pelo Banco Nacional de Angola. RECURSOS PRÓPRIOS Em 31 de Dezembro de 2012, o capital social do Banco correspondia ao contravalor em kwanzas de USD 200 milhões, encontrando-se integralmente subscrito e realizado. 47 RELATÓRIO DE CONTAS 2012 No ano de 2012, não foi efectuada qualquer provisão para a manutenção de fundos próprios, nem reavaliação do activo imobilizado. Apenas concorrem para os recursos próprios os resultados do exercício que ascenderam a USD 58,5 milhões, os resultados transitados de exercícios anteriores com USD 48,9 milhões e a reserva legal com USD 28,7 milhões. PROPOSTA DE APLICAÇÃO DE RESULTADOS Face ao exposto, o Conselho de Administração apresenta à Assembleia-geral a seguinte proposta de distribuição de resultados: • • • 20% para a constituição de reserva legal. 40% para distribuição de dividendos. 40% para resultados transitados. CONCLUSÕES O ano de 2012 foi positivo para o AT L A N T I C O , q u e c o n s e g u i u concretizar os principais objectivos estratégicos a que se tinha proposto: aumento da cobertura a nível nacional de centros, captação de novos clientes e crescimento do negócio. Apesar do aumento da competitividade sentida no sistema financeiro angolano, o ATLANTICO atingiu o resultado e s p e ra d o, m e l h o ra n d o o s s e u s índices de eficiência e produtividade. Adicionalmente, o Banco manteve uma estrutura de colaboradores sólida, com o reforço considerável da equipa de negócio. Em 2013, o ATLANTICO continuará a apostar na captação de clientes e no crescimento do negócio. Esta aposta será efectuada através da expansão de centros e mantendo a exigência e o rigor do quadro de colaboradores, que são factores diferenciadores para a sustentabilidade do negócio e o crescimento do Banco. O compromisso de criação de valor para os accionistas continuará a ser determinante na nossa actividade e é conjugado com o sentido de responsabilidade social empresarial, enquanto facilitador do desenvolvimento sustentável da economia angolana. 48 RELATÓRIO DE CONTAS 2012 49 RELATÓRIO DE CONTAS 2012 BALANÇO PATRIMONIAL EM 31 DE DEZEMBRO 2012 E 2011 ACTIVO DISPONIBILIDADES NOTAS 3 APLICAÇÕES DE LIQUIDEZ Operações no Mercado Monetário Interfinanceiro 4 TÍTULOS E VALORES MOBILIÁRIOS Mantidos para Negociação Mantidos até o Vencimento 5 5 2012 2011 49 713 888 43 721 039 41 364 047 8 367 093 41 364 047 8 367 093 25 342 527 29 940 102 - 8 111 666 25 342 527 21 828 436 CRÉDITOS NO SISTEMA DE PAGAMENTOS 6 49 374 53 608 OPERAÇÕES CAMBIAIS 7 1 897 361 2 780 452 140 037 213 112 341 815 CRÉDITOS Créditos (-) Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa 8 8 145 744 587 115 816 869 (5 707 374) (3 475 054) ACTIVOS POR IMPOSTOS DIFERIDOS 9 - 576 765 OUTROS VALORES 9 9 984 806 7 933 648 25 019 962 17 451 389 9 239 130 7 239 046 IMOBILIZAÇÕES Imobilizações Financeiras Imobilizações Corpóreas Imobilizações Incorpóreas 10 10 10 TOTAL DO ACTIVO PASSIVO NOTAS DEPÓSITOS À ordem A prazo depoósitos Outros depósitos 11 11 11 CAPTAÇÃO PARA LIQUIDEZ 13 627 800 8 124 671 2 153 032 2 087 672 293 409 178 223 165 911 2012 2011 204 752 767 176 491 743 82 426 298 74 966 117 121 550 433 94 693 453 776 036 6 832 173 45 174 516 8 992 266 8 992 266 12 45 174 516 OPERAÇÕES NO SISTEMA DE PAGAMENTOS 13 328 597 294 098 OPERAÇÕES CAMBIAIS 7 1 901 740 2 776 430 Operações no Mercado Monetário Interfinanceiro 4 886 180 4 764 100 14 4 886 180 4 764 100 PASSIVOS POR IMPOSTOS CORRENTES 15 1 289 418 - OUTRAS OBRIGAÇÕES 15 1 848 782 1 407 940 PROVISÕES PARA RESPONSABILIDADES PROVÁVEIS 16 OUTRAS CAPTAÇÕES Dívidas Subordinadas TOTAL DO PASSIVO FUNDOS PRÓPRIOS Capital Social Reservas e Fundos Resultados Transitados Resultado do Exercício TOTAL DO PASSIVO E DOS FUNDOS PRÓPRIOS 17 17 17 1 131 180 524 715 261 313 180 195 251 292 32 095 998 27 914 619 19 054 600 19 054 600 2 747 763 1 799 981 4 690 593 5 603 042 2 321 138 4 738 900 293 409 178 223 165 911 50 RELATÓRIO DE CONTAS 2012 DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS PARA OS ANOS FINDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2012 E 2011 NOTAS MARGEM FINANCEIRA PROVEITOS DE INSTRUMENTOS FINANCEIROS ACTIVOS Proveitos de Créditos Proveitos de Títulos e Valores Mobiliários 18 18 18 2012 2011 13 957 059 8 793 878 19 310 433 17 176 089 16 517 532 10 972 635 2 168 260 4 599 249 624 641 1 604 205 (5 353 374) (8 382 211) (4 571 763) (6 727 635) (686 945) (1 654 576) Custos de outras Captações 18 18 18 RESULTADOS DE OPERAÇÕES CAMBIAIS 19 4 341 814 Proveitos de Aplicações Alicações de deLiquidez Liquidez (-) CUSTOS DE INSTRUMENTOS FINANCEIROS PASSIVOS Custos de Depósitos Custos de Captação para Liquidez RESULTADOS DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS FINANCEIROS (-) PROVISÕES PARA CRÉDITOS DE LIQUIDAÇÃO DUVIDOSA E PRESTAÇÃO DE GARANTIAS 3 310 736 1 987 453 (1 347 957) 17 585 626 12 270 175 (9 610 334) (8 084 224) (3 882 215) (3 006 671) (4 816 010) (4 466 112) (3 389) (1 350) (128 358) (779 012) (2 995) (1 993) (92 777) (513 676) 9 e 16 (420 452) (225 462) 25 (221 800) (83 516) (10 252 586) (8 393 202) 7 333 040 3 876 973 (-) CUSTOS ADMINISTRATIVOS E DE COMERCIALIZAÇÃO Fornecimentos de Terceiros Impostos e Taxas não Incidentes sobre o Resultado Penalidades Aplicadas por Autoridades Reguladoras Outros Administrativos e de Comercialização Depreciações e Amortizações (-) PROVISÕES SOBRE OUTROS VALORES E RESPONSABILIDADES PROVÁVEIS OUTROS PROVEITOS E CUSTOS OPERACIONAIS 21 22 23 24 10 PROVEITOS E CUSTOS OPERACIONAIS RESULTADO OPERACIONAL RESULTADO NÃO OPERACIONAL - 2 836 701 (4 023 983) 20 8 e 16 RESULTADO DE INTERMEDIAÇÃO FINANCEIRA Pessoal (94 666) 26 RESULTADO ANTES DOS IMPOSTOS E OUTROS ENCARGOS 136 185 285 162 7 469 225 4 162 135 (-) IMPOSTO CORRENTE 27 (1 289 418) (-) IMPOSTO DIFERIDO 27 (576 765) 576 765 RESULTADO CORRENTE LÍQUIDO 5 603 042 4 738 900 RESULTADO DO EXERCÍCIO 5 603 042 4 738 900 51 RELATÓRIO DE CONTAS 2012 DEMONSTRAÇÃO DE FLUXOS DE CAIXA PARA OS ANOS FINDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2012 E 2011 NOTAS 2012 2011 FLUXO DE CAIXA DA MARGEM FINANCEIRA 10 812 489 5 378 615 RECEBIMENTO DE PROVEITOS DE INSTRUMENTOS FINANCEIROS ACTIVOS 16 101 464 14 791 606 Recebimento de Proveitos de Aplicações de Liquidez Recebimento de Proveitos de Títulos e Valores Mobiliários Recebimento de Proveitos de Créditos (-) PAGAMENTO DE CUSTOS DE INSTRUMENTOS FINANCEIROS PASSIVOS Pagamento de Custos de Depósitos Pagamento de Custos de Captações de Liquidez Pagamento de Custos de Outras Captações 614 549 1 631 705 2 456 496 5 101 332 13 030 419 8 058 569 -5 288 975 312 991 -9 412 -4 706 174 -7 715 412 -583 015 -1 697 579 214 - FLUXO DE CAIXA DOS RESULTADOS DE OPERAÇÕES CAMBIAIS 4 369 014 2 836 701 FLUXO DE CAIXA DOS RESULTADOS DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS FINANCEIROS 3 310 736 1 987 453 18 492 239 10 202 769 -8 831 322 -7 570 548 -323 926 224 494 -221 800 -248 153 -9 377 048 -7 594 207 FLUXO DE CAIXA OPERACIONAL DA INTERMEDIAÇÃO FINANCEIRA (-) PAGAMENTO DE CUSTOS ADMINISTRATIVOS E DE COMERCIALIZAÇÃO FLUXO DE CAIXA DA LIQUIDAÇÃO DE OPERAÇÕES NO SISTEMA DE PAGAMENTOS FLUXO DE CAIXA DE OUTROS CUSTOS E PROVEITOS OPERACIONAIS RECEBIMENTO E PAGAMENTOS DE OUTROS PROVEITOS E CUSTOS OPERACIONAIS FLUXO DE CAIXA DAS OPERAÇÕES FLUXO DE CAIXA DOS INVESTIMENTOS EM APLICAÇÕES DE LIQUIDEZ FLUXO DE CAIXA DOS INVESTIMENTOS EM TÍTULOS E VALORES MOBILIÁRIOS ACTIVOS FLUXO DE CAIXA DOS INVESTIMENTOS EM OPERAÇÕES CAMBIAIS 9 115 191 2 608 562 -32 986 862 2 831 331 4 309 339 16 953 341 8 401 -2 185 681 FLUXO DE CAIXA DOS INVESTIMENTOS EM CRÉDITOS -27 828 143 -39 633 225 FLUXO DE CAIXA DOS INVESTIMENTOS DA INTERMEDIAÇÃO FINANCEIRA -56 497 265 -22 034 234 FLUXO DE CAIXA DOS INVESTIMENTOS EM OUTROS VALORES -2 343 744 -3 568 106 FLUXO DE CAIXA DOS INVESTIMENTOS EM IMOBILIZAÇÕES -8 233 399 -4 939 319 96 473 285 162 FLUXO DE CAIXA DOS OUTROS GANHOS E PERDAS NÃO-OPERACIONAIS -8 136 926 -4 654 157 FLUXO DE CAIXA DOS INVESTIMENTOS FLUXO DE CAIXA DAS IMOBILIZAÇÕES -66 977 935 -30 256 497 FLUXO DE CAIXA DOS FINANCIAMENTOS COM DEPÓSITOS 28 395 435 30 297 732 FLUXO DE CAIXA DOS FINANCIAMENTOS COM CAPTAÇÕES PARA LIQUIDEZ 36 078 320 -4 394 091 - 2 179 575 FLUXO DE CAIXA DOS FINANCIAMENTOS COM OPERAÇÕES CAMBIAIS FLUXO DE CAIXA DOS FINANCIAMENTOS COM OUTRAS CAPTAÇÕES FLUXO DE CAIXA DOS FINANCIAMENTOS DEINTERMEDIAÇÃO INTERMEDIAÇÃOFINANCEIRA FINANCEIRA FINACIAMENTOS DE RECEBIMENTOS POR AUMENTOS DE CAPITAL (-) PAGAMENTO DE DIVIDENDOS FLUXO DE CAIXA DOS FINANCIAMENTOS COM FUNDOS PRÓPRIOS FLUXO DE CAIXA DOS FINANCIAMENTOS COM OUTRAS OBRIGAÇÕES FLUXO DE CAIXA DOS FINANCIAMENTOS - 4 764 100 64 473 755 32 847 316 - 7 977 576 -1 297 763 -790 956 - 1 297 763 7 186 620 316 942 110 222 63 492 934 40 144 158 SALDO EM DISPONIBILIDADES NO INÍCIO DO EXERCÍCIO 3 43 721 039 31 224 816 SALDO EM DISPONIBILIDADES AO FINAL DO EXERCÍCIO 3 49 351 229 43 721 039 5 630 190 12 496 223 VARIAÇÕES EM DISPONIBILIDADES 52 RELATÓRIO DE CONTAS 2012 DEMONSTRAÇÃO DE MUTAÇÕES NOS FUNDO PRÓPRIOS PARA OS ANOS FINDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2012 E 2011 53 RELATÓRIO DE CONTAS 2012 54 RELATÓRIO DE CONTAS 2012 1. ACTIVIDADE O Banco Privado Atlântico, S.A., que também usa a marca ATLANTICO (adiante igualmente designado por “Banco” ou “ATLANTICO”), foi constituído por Escritura Pública de 31 de Agosto de 2006. Através de comunicação do Banco Nacional de Angola (adiante também designado por “BNA”) de 6 de Novembro de 2006, foi autorizado e admitido o registo definitivo do ATLANTICO, tendo este iniciado a sua actividade em 17 de Novembro de 2006. O ATLANTICO opera e tem sede social em Angola, na Rua Dr. Agostinho Neto, LT2, Edifício ATLANTICO, Chicala, Luanda. O Banco dedica-se à obtenção de recursos de terceiros sob a forma de depósitos ou outros, os quais aplica, juntamente com os seus recursos próprios, na concessão de empréstimos, em depósitos no BNA, em aplicações em instituições de crédito, na aquisição de títulos e em outros activos, actividades para cujo desenvolvimento se encontra devidamente autorizado. O Banco presta, ainda, outros serviços bancários e realiza diversos tipos de operações em moeda estrangeira, dispondo para o efeito, em 31 de Dezembro de 2012, de uma rede de 32 balcões e de 2 centros de atendimento (31 de Dezembro de 2011: 20 balcões e 6 centros de atendimento). Conforme detalhado na nota 17, o Banco é detido maioritariamente por accionistas privados angolanos. 2. PRINCIPAIS POLÍTICAS CONTABILÍSTICAS 2.1 Bases de apresentação As demonstrações financeiras do Banco foram preparadas no pressuposto da continuidade das operações, com base nos livros e registos mantidos pelo Banco, de acordo com os princípios contabilísticos consagrados no Plano Contabilístico das Instituições Financeiras (CONTIF), nos termos do Instrutivo no 9/2007, de 19 de Setembro, emitido pelo BNA, que entrou em vigor em 1 de Janeiro de 2010, e actualizações subsequentes, nomeadamente a Directiva n.o 04/ DSI/2011, que estabelece a obrigatoriedade da adopção das Normas Internacionais de Relato Financeiro (IFRS – International Financial Reporting Standards) em todas as matérias relacionadas com procedimentos e critérios contabilísticos que não se encontrem estabelecidos no CONTIF. O CONTIF tem como objectivo a uniformização dos registos contabilísticos e das divulgações financeiras numa aproximação às práticas internacionais, através da convergência dos princípios contabilísticos às Normas Internacionais de Relato Financeiro (IFRS). Estes princípios poderão diferir dos geralmente aceites em outros países. As demonstrações financeiras reflectem os resultados das operações do Banco para os exercícios findos em 31 de Dezembro de 2012 e 31 de Dezembro de 2011 e foram preparadas de acordo com o princípio da especialização, segundo o qual os itens são reconhecidos como activos, passivos, fundos próprios, proveitos e custos quando satisfaçam a s d e f i n i çõ e s e o s c r i té r i o s d e reconhecimento para esses elementos contidos na estrutura conceptual, em conformidade com as características qualitativas da compreensibilidade, relevância, materialidade, fiabilidade, representação fidedigna, substância sobre a forma, neutralidade, prudência, plenitude e comparabilidade. As demonstrações financeiras do ATLANTICO relativas ao exercício findo em 31 de Dezembro de 2012 foram aprovadas pelo Conselho de Administração em 13 de Março de 2013. 55 RELATÓRIO DE CONTAS 2012 As políticas contabilísticas a p re s e n t a d a s n e st a n o t a fo ra m aplicadas de forma consistente em todos os períodos das demonstrações financeiras. As demonstrações financeiras do Banco em 31 de Dezembro de 2012 e 2011 encontram-se expressas em milhares de kwanzas, conforme o Aviso n.o 15/2007, Art.o 5o do BNA. Os activos e passivos denominados em moeda estrangeira foram convertidos com base no câmbio indicativo publicado pelo BNA naquelas datas. Em 31 de Dezembro 2012 e 31 de Dezembro de 2011, os câmbios médios do kwanza (AKZ) face às divisas a que o Banco se encontra mais exposto eram os seguintes: 1 USD = 1 EUR = sem o desaparecimento simultâneo de um activo de valor igual ou maior; c. geração natural de novos activos, independentemente da intervenção de terceiros; d. recebimento efectivo de doações e subvenções. Os custos, por sua vez, são considerados incorridos quando: a. deixar de existir o correspondente valor activo, por transferência da sua propriedade para um terceiro; b. pela diminuição ou extinção do valor económico de um activo; c. pelo surgimento de um passivo, sem o correspondente activo. 31.12.2012 31.12.2011 Os dividendos são reconhecidos quando recebidos. 95,826 126,375 95,282 123,328 b) Transacções em Moeda Estrangeira As políticas contabilísticas mais significativas utilizadas na preparação das demonstrações financeiras foram as seguintes: a) Especialização dos Exercícios Os proveitos e custos são reconhecidos em função do período de vigência das operações, de acordo com o princípio contabilístico da especialização dos exercícios, sendo registados quando se vencem, independentemente do momento do seu recebimento ou pagamento. Os proveitos são considerados realizados quando ocorrer uma das seguintes situações: a. nas transacções com terceiros, o pagamento for efectuado ou seja assumido firme compromisso de o efectuar; b. extinção, parcial ou total, de um activo, qualquer que seja o motivo, As operações em moeda estrangeira são registadas de acordo com os princípios do sistema Multi-currency, sendo cada operação registada em função das respectivas moedas de denominação. As transacções em moeda estrangeira são convertidas para kwanzas à taxa de câmbio indicativa publicada pelo BNA na data da transacção. Os activos e passivos monetários expressos em moeda estrangeira são convertidos para kwanzas à taxa de câmbio indicativa publicada pelo BNA à data do balanço. Os custos e proveitos relativos a diferenças cambiais, realizadas ou potenciais, são registados na demonstração dos resultados do exercício em que ocorrem. Os activos e passivos não monetários expressos em moeda estrangeira, registados ao custo histórico, excepto imobilizações financeiras, são convertidos para kwanzas à taxa de câmbio indicativa publicada pelo BNA na data da transacção. 56 RELATÓRIO DE CONTAS 2012 Na data da sua contratação, as compras e vendas de moeda estrangeira à vista e a prazo são imediatamente registadas na posição cambial. Sempre que estas operações conduzam a variações dos saldos líquidos das diferentes moedas, há lugar à movimentação das contas de posição cambial, à vista ou a prazo, cujo conteúdo e critério de reavaliação são como segue: • • Posição cambial à vista A posição cambial à vista em cada moeda é dada pelo saldo líquido dos activos e passivos dessa moeda, assim como das operações à vista a aguardar liquidação e das operações a prazo com vencimento nos dois dias úteis subsequentes. A posição cambial à vista é reavaliada diariamente com base na taxa de câmbio indicativa publicada pelo BNA nessa data, dando origem à movimentação da conta de posição cambial (moeda nacional), por contrapartida de resultados. Posição cambial a prazo A posição cambial a prazo em cada moeda corresponde ao saldo líquido das operações a prazo a aguardar liquidação, com exclusão das que se vençam nos dois dias úteis subsequentes. Todos os contratos relativos a estas operações (forwards de moeda) são reavaliados às taxas de câmbio a prazo do mercado ou, na ausência destas, através do seu cálculo com base nas taxas de juro aplicáveis ao prazo residual de cada operação. A diferença entre os contravalores em kwanzas às taxas de reavaliação a prazo aplicadas e os contravalores às taxas contratadas, que representam o custo ou proveito ou o custo de reavaliação da posição cambial a prazo, é registada nas rubricas “Operações cambiais” do activo ou do passivo, por contrapartida de resultados. c) Créditos Classificação dos créditos Os créditos concedidos a clientes são activos financeiros inicialmente registados pelos valores contratados, quando originados pelo Banco, ou pelos valores pagos, quando adquiridos a outras entidades. A componente de juros é objecto de relevação contabilística autónoma nas respectivas contas de balanço, sendo os respectivos proveitos periodificados em resultados ao longo da vida das operações de crédito, independentemente do momento em que são cobrados ou pagos. Os créditos são subsequentemente registados pelo seu valor inicial, líquido das amortizações e provisões para créditos de liquidação duvidosa. As responsabilidades relativas a garantias e avales prestados e créditos documentários são registadas em rubricas extrapatrimoniais pelo valor em risco, sendo os fluxos de juros, comissões ou outros proveitos registados em rubricas de resultados ao longo da vida das operações. Desde a entrada em vigor do Aviso nº4/2011, de 8 de Junho, do BNA, posteriormente revogado pelo Aviso nº3/2012, de 28 de Março, do BNA, que as operações de crédito, por desembolso, são concedidas em moeda nacional para todas as entidades, com excepção do Estado e empresas com comprovadas receitas e recebimentos em moeda estrangeira, para as seguintes finalidades: • • • • • Assistência financeira de liquidez, incluindo, entre outras, as contas correntes caucionadas; Financiamento automóvel; Empréstimo ao consumo; Micro crédito; Adiantamento a depositantes ou descobertos; 57 RELATÓRIO DE CONTAS 2012 • Outras modalidades de crédito financeiro com natureza de curto prazo (inferior a um ano). As operações de crédito concedido a clientes, as garantias e avales prestados e os créditos documentários são classificados em função do seu risco e submetidos à constituição de provisões, de acordo com o estipulado no Aviso no 3/2012, de 28 de Março, do BNA, que revogou o Aviso no 4/2011, de 8 de Junho, do BNA, sobre a metodologia e classificação do crédito concedido a clientes e a determinação das respectivas provisões. Nos termos do Aviso no 3/2012, de 28 de Março, do BNA, o Banco classifica as operações de crédito concedido, as garantias e avales prestados e os créditos documentários por ordem crescente de risco, de acordo com os seguintes níveis: Nível A B C D E F G Risco Nulo Muito Reduzido Reduzido Moderado Elevado Muito Elevado Perda As operações de crédito que registam incumprimento são classificadas em função dos níveis de risco associados ao crédito vincendo e vencido de cada operação na data de referência das demonstrações financeiras, considerando para o efeito a classificação atribuída na fase de concessão de crédito e a antiguidade do incumprimento, respectivamente. Adicionalmente, as operações de crédito sem incumprimento, que não foram registadas como crédito vencido, são classificadas com base nos seguintes critérios definidos pelo Banco: • Os créditos com garantia de contas bancárias cativas junto do • • • ATLANTICO e/ou títulos do Estado (Obrigações, Bilhetes do Tesouro) ou do BNA (Títulos do banco central), cujo total das garantias recebidas seja igual ou superior ao valor das responsabilidades, são classificados no nível A; Os créditos de empresas relacionadas (accionistas e participadas) são classificados no nível B, excepto se tiverem colateral financeiro de 100% do valor das responsabilidades, caso em que serão classificados no nível A; Os créditos documentários e as garantias prestadas assumem um nível de risco C; As restantes operações de crédito são classificados no nível B ou C, consoante a percepção de risco que decorre da avaliação do cliente, nomeadamente da sua capacidade para fazer face ao serviço de dívida, e da componente financeira da operação, sustentada na análise de cashflows e garantias (tipologia e rácio de cobertura do crédito). A classificação das operações de crédito a um mesmo cliente, para efeitos de constituição de provisões, é efectuada na classe que apresentar maior risco. A revisão e reclassificação do nível de risco de uma operação decorre de avaliação efectuada em sede de reunião mensal do Comité de Crédito do Banco, tendo em consideração a percepção de risco associada à operação de crédito e a existência de eventuais garantias que estejam a colateralizar a dívida junto do Banco. Sem prejuízo da revisão anteriormente descrita, a classificação das operações de crédito é revista mensalmente, em função do tempo decorrido desde a data de entrada das operações em incumprimento, de acordo com a tabela A (página 59). A reclassificação do crédito para uma categoria de menor risco, em função da 58 RELATÓRIO DE CONTAS 2012 redução do atraso, está limitada ao nível estabelecido na classificação inicial ou decorrente da avaliação periódica do risco. Para os créditos concedidos a clientes por prazos superiores a dois anos, o tempo decorrido desde a entrada em incumprimento é considerado em dobro face ao período de tempo acima indicado. Provisão para créditos de liquidação duvidosa e prestação de garantias As provisões para créditos de liquidação duvidosa destinam-se a cobrir riscos potenciais existentes na carteira de crédito, incluído as garantias e avales prestados e os créditos documentários, e são constituídas mensalmente, resultando do produto decorrente da aplicação dos percentuais de p rov i s i o n a m e n to s o b re o va l o r contabilístico de cada crédito, assim considerado o montante a receber do tomador do crédito, acrescido dos proveitos e dos encargos de qualquer natureza não recebidos, inclusive aqueles decorrentes de variação cambial, se os houver. Os níveis mínimos de provisionamento a aplicar a cada operação de crédito, em função do nível de risco em que a mesma se encontra classificada, são os referidos na tabela B infra. A s p r ov i s õ e s p a ra c r é d i t o s d e liquidação duvidosa assim calculadas a s s e g u ra m o c u m p r i m e n to d o s requisitos estabelecidos pelo BNA, no Aviso no 3/2012, de 28 de Março. As provisões para crédito concedido são registadas no activo na rubrica “Provisão para créditos de liquidação duvidosa”, a abater à rubrica “Créditos” (Nota 8) e as provisões para garantias e avales prestados e créditos documentários não garantidos à data do balanço são apresentadas no passivo, na rubrica “Provisões para responsabilidades prováveis na prestação de garantias” (Nota 16). Créditos transferidos para prejuízo Seis meses após a classificação de uma operação na Classe G, desde que a mesma apresente um atraso superior a 180 dias, o Banco abate esse crédito ao activo e utiliza a respectiva provisão (transferência de crédito para prejuízo). Adicionalmente, estes créditos permanecem registados numa rubrica extrapatrimonial por um prazo mínimo de dez anos. Renegociação dos créditos As operações que sejam objecto de renegociação são mantidas, pelo menos, no mesmo nível de risco em que estavam classificadas no mês imediatamente anterior à renegociação. A reclassificação para uma classe de risco inferior ocorre apenas se houver a amortização regular e significativa das responsabilidades. Os ganhos ou proveitos resultantes da renegociação só são registados quando do seu efectivo recebimento. TABELA A Níveis de Risco A Tempo decorrido desde até 15 a data de incumprimento dias B C D E F G de 15 a de 1 a 2 de 2 a 3 de 3 a 5 de 5 a 6 mais de 6 30 dias meses meses meses meses meses TABELA B Níveis de Risco A B C D E F G % de provisão mínima 0% 1% 3% 10% 20% 50% 100% 59 RELATÓRIO DE CONTAS 2012 Recuperação dos créditos transferidos para prejuízo Nas situações em que são efectuadas recuperações de créditos anteriormente abatidos ao activo por utilização de provisões, os montantes recebidos são registados na rubrica “Resultado não operacional”. Apropriação de proveitos O Banco procede à anulação de juros vencidos há mais de 60 dias e cessa a contagem dos juros a partir dessa data, para as operações de crédito em incumprimento, até ao momento em que o cliente regularize a situação. d) Títulos e Valores Mobiliários Classificação dos títulos e valores mobiliários Os títulos e valores mobiliários adquiridos pelo Banco são registados pelo valor efectivamente pago, incluindo corretagens e emolumentos. O Conselho de Administração do Banco determina a classificação dos seus investimentos no reconhecimento inicial, numa das seguintes categorias, atendendo às características dos títulos e à sua intenção quando da aquisição dos mesmos: I. Títulos para negociação; II. Títulos disponíveis para venda; III. Títulos mantidos até o vencimento. Os rendimentos produzidos pelos títulos e valores mobiliários, relativos a juros corridos durante o prazo até o vencimento ou dividendos declarados, devem ser considerados directamente no resultado do período, independentemente da categoria em que tenham sido classificados. Os relativos às acções adquiridas há menos de seis meses devem ser reconhecidos em contrapartida à adequada conta que regista o correspondente custo de aquisição. O Banco classifica os títulos e valores mobiliários, por ordem crescente de risco, nos seguintes níveis, sendo observados os mesmos critérios de provisionamento definidos pelo CONTIF para a carteira de crédito: Nível A B C D E F G Risco Nulo Muito Reduzido Reduzido Moderado Elevado Muito Elevado Perda O Banco classifica os títulos de dívida do Estado Angolano e do BNA no Nível A. Títulos para negociação São considerados títulos para negociação os títulos adquiridos com o objectivo de serem activa e frequentemente negociados. Os títulos mantidos para negociação são reconhecidos inicialmente ao custo de aquisição, incluindo custos directamente atribuíveis à aquisição do activo. Posteriormente, são valorizados ao justo valor, sendo o respectivo proveito ou custo proveniente da valorização reconhecido em resultados do exercício. Títulos disponíveis para venda São considerados títulos disponíveis para venda os títulos passíveis de serem eventualmente negociados e que não se enquadrem nas demais categorias. São registados, no momento inicial, ao custo de aquisição, sendo posteriormente valorizados ao justo valor. As variações do justo valor são registadas por contrapartida de fundos próprios, sendo as valias reconhecidas em resultados do exercício quando da venda definitiva do activo. 60 RELATÓRIO DE CONTAS 2012 Títulos mantidos até o vencimento São considerados títulos mantidos até o vencimento aqueles que são adquiridos com a finalidade de os manter em carteira até ao seu vencimento, desde que haja capacidade financeira do Banco para tal. Essa capacidade financeira é comprovada com base em projecção de fluxo de caixa, não considerando a possibilidade de venda dos títulos antes do vencimento. As acções não resgatáveis não podem ser classificadas na categoria “títulos mantidos até o vencimento”. Os títulos mantidos até o vencimento são registados pelo seu custo de aquisição, acrescido dos rendimentos auferidos pela fluência dos seus prazos (incluindo periodificação do juro e do prémio/desconto por contrapartida de resultados), reconhecendo o Banco eventuais lucros ou prejuízos apurados na data do vencimento pela diferença entre o preço realizado e o respectivo valor contabilístico. No caso de eventual venda dos títulos e valores mobiliários classificados na categoria “títulos mantidos até o vencimento” antes do resgate, devem ser registados os eventuais lucros ou prejuízos apurados na data da venda pela diferença entre o preço de venda e o seu valor contabilístico. O Banco não poderá classificar quaisquer títulos e valores mobiliários na categoria “Títulos mantidos até o vencimento” se, durante o exercício económico corrente ou em algum dos dois exercícios económicos anteriores, vendeu ou reclassificou parte substancial deles antes de seu vencimento, exceptuados os casos em que o valor de custo de aquisição dos títulos, acrescido dos rendimentos auferidos, não apresente diferença significativa em relação ao valor de mercado. Os Títulos do banco central, os Bilhetes do Tesouro e as Obrigações do Tesouro são emitidos a valor descontado e registados pelo seu custo de aquisição. A diferença entre este e o valor nominal, que constitui a remuneração do Banco, é reconhecida contabilisticamente como proveito ao longo do período compreendido entre a data de compra e a data de vencimento dos títulos, na própria conta com a especificação “Proveitos a receber”. As Obrigações do Tesouro emitidas em moeda nacional indexadas à taxa de câmbio do dólar dos Estados Unidos estão sujeitas a actualização cambial. O resultado da actualização cambial do valor nominal do título, do desconto e do juro corrido é reflectido na demonstração dos resultados do exercício em que ocorre, na rubrica “Proveitos de títulos e valores mobiliários”. Valor de mercado O valor de mercado (justo valor) dos títulos é determinado de acordo com os seguintes critérios: I. Preço médio de negociação no dia do apuramento ou, quando não disponível, preço médio de negociação no dia útil anterior; II. Valor líquido provável de realização, obtido mediante adopção de técnica ou modelo interno de valorização; III. Preço de instrumento financeiro semelhante, levando em consideração, no mínimo, os prazos de pagamento e vencimento, o risco de crédito e a moeda ou indexador; IV. Preço definido pelo BNA. Os títulos com prazo de vencimento inferior a um ano, para os quais não existe cotação em mercado activo com transacções regulares, são valorizados com base no custo de aquisição, por se entender que reflecte a melhor aproximação ao seu valor de mercado. 61 RELATÓRIO DE CONTAS 2012 Transferência de títulos entre categorias Somente por motivo ocorrido após a data da classificação, isolado, não usual, não recorrente e que não pudesse ter sido razoavelmente antecipado poderá dar-se a transferência de títulos de uma categoria para outra. Deve permanecer à disposição do BNA a documentação que servir de base para a reclassificação, d ev i d a m e n t e a c o m p a n h a d a d e exposição dos motivos do Conselho de Administração do Banco. A eventual transferência para categoria diversa deve considerar a intenção e a capacidade financeira do Banco e ser efectuada pelo valor de mercado do título ou valor mobiliário, observando-se, ainda, os seguintes procedimentos: 1. Na transferência da categoria “Títulos para negociação para as demais categorias não será admitido o estorno dos valores já registados no resultado decorrentes de ganhos ou perdas não realizados; 2. Na transferência da categoria “Títulos disponíveis para venda” os ganhos e perdas não realizados, registados como componente destacada nos fundos próprios, devem ser reconhecidos no resultado do período: I. Imediatamente, quando a transferência ocorrer para a c ate g o r i a “ Tí t u l o s p a ra negociação”; II. Em função do prazo remanescente até o vencimento, quando a transferência ocorrer para a categoria “Títulos mantidos até o vencimento”; 3. Na transferência da categoria “Títulos mantidos até o vencimento” para as demais categorias, os ganhos e perdas não realizados devem ser reconhecidos: I. Imediatamente no resultado do período, quando a transferência ocorrer para a c a te g o r i a “ Tí t u l o s p a ra negociação”; II. Como componente destacada nos fundos próprios, quando a transferência se der para a categoria “Títulos disponíveis para venda”. Imparidade A s p e rd a s e m t í t u l o s e va l o re s mobiliários de carácter permanente devem ser reconhecidas imediatamente no resultado do exe rc í c i o. O va l o r a j u s t a d o e m decorrência do reconhecimento das referidas perdas passa a constituir a nova base de valor para efeito de apropriação de rendimentos. Não se admite a reversão destas perdas. e) Imobilizações financeiras Participações em coligadas e equiparadas S ã o co n s i d e ra d a s co l i g a d a s o u e q u i p a ra d a s a s s o c i e d a d e s n a s quais o Banco é titular, directa ou indirectamente, de uma participação igual ou superior a 10% do capital com direito de voto, sem a controlar. O Banco aplica o método da equivalência patrimonial para a valorização das suas participações em coligadas e equiparadas nas seguintes situações: a. quando as participações sociais estejam em relação de grupo; ou b. quando as participações sociais sejam relevantes e o Banco tenha influência na sua administração ou quando a participação, directa ou indirecta, representar 20% ou mais do capital com direito de voto. 62 RELATÓRIO DE CONTAS 2012 Uma sociedade considera-se em relação de grupo quando existir administração ou gestão comum, quando puder ser exercida sobre ela uma influência dominante, reflectida no controlo operacional, ou quando existir controlo societário, obtido através do somatório da participação detida directamente pelo Banco, pelos seus administradores, controladores e empresas ligadas. Uma participação social considera-se relevante quando: a. o seu valor contabilístico for igual ou superior a 10% dos fundos próprios do Banco; ou b. o valor contabilístico conjunto das várias participadas for igual ou superior a 15% dos fundos próprios do Banco. De acordo com o método da equivalência patrimonial, as imobilizações financeiras são registadas inicialmente pelo seu custo de aquisição e, posteriormente, ajustadas em função das alterações verificadas após a aquisição, na quota-parte do Banco nos activos líquidos das correspondentes participadas. Os resultados do Banco incluem a parte que lhe corresponde nos resultados dessas participadas. Adicionalmente, o Banco deve constituir uma provisão para perdas, quando existir passivo a descoberto na participada e houver intenção manifesta de manter o seu apoio financeiro à mesma. Deve deixar de ser avaliada pelo método da equivalência patrimonial a participação em sociedades coligadas e equiparadas com efectiva e clara evidência de perda de continuidade das suas operações ou no caso em que estas estejam a operar sob severas restrições a longo prazo que prejudiquem significativamente a sua capacidade de transferir recursos para a investidora. Nas situações em que a valorização pelo método da equivalência patrimonial não é aplicável as imobilizações financeiras encontram-se registadas ao custo de aquisição, deduzido de provisões para perdas. Quando esta se encontra denominada em moeda estrangeira é objecto de actualização cambial, reflectida em rubrica específica nos fundos próprios. Participações em outras sociedades São consideradas participações em outras sociedades, as participações em sociedades, nas quais o Banco detém, directa ou indirectamente, uma percentagem inferior a 10% do respectivo capital com direito de voto. As participações em outras sociedades são avaliadas pelo custo de aquisição, deduzido da provisão para perdas. Os rendimentos decorrentes desses investimentos, relativos a dividendos declarados, devem ser considerados directamente no resultado do período. As participações adquiridas com dividendos propostos e não pagos (ex-dividendos) devem ter esses dividendos reconhecidos como custo de aquisição em contrapartida à respectiva conta no resultado do período. Quando esta se encontra denominada em moeda estrangeira é objecto de actualização cambial, sendo o resultado desta actualização cambial reflectido em rubrica específica nos fundos próprios. Outros investimentos Esta rubrica inclui direitos de qualquer natureza não classificáveis nas demais rubricas do activo nem e m i m o b i l i z a çõ e s co r p ó re a s o u incorpóreas, tais como património artístico. 63 RELATÓRIO DE CONTAS 2012 f) Imobilizações incorpóreas e corpóreas Imobilizações incorpóreas As imobilizações incorpóreas correspondem, essencialmente, a gastos com trespasses, organização e expansão, benfeitorias em imóveis de terceiros e software, sempre que o Banco consiga demonstrar que os mesmos virão a gerar benefícios económicos futuros. Estas despesas são registadas pelo seu custo de aquisição e amortizadas linearmente por duodécimos ao longo de um período de três anos, com excepção das benfeitorias realizadas em imóveis de terceiros, as quais são amortizadas conforme o prazo expectável de duração do contrato de arrendamento ou pela vida útil das mesmas, se inferior. Imobilizações corpóreas As imobilizações corpóreas encontram-se registadas ao custo de aquisição, sendo permitida a sua reavaliação ao abrigo das disposições legais aplicáveis. Não é aceite como custo para efeitos fiscais o montante equivalente a 30% do aumento das amortizações que resulta das reavaliações efectuadas. A depreciação é calculada pelo método das quotas constantes às taxas máximas fiscalmente aceites como custo, de acordo com o Código do Imposto Industrial, que correspondem aos seguintes anos de vida útil estimada: ANOS DE VIDA ÚTIL Imóveis de Uso Próprio (Edifícios) 50 Equipamentos Mobiliário e Material Máquinas e Ferramentas Equip. Informático Instalações Interiores Material de Transporte Equip. de Segurança 10 6 e 10 6 10 3 10 As imobilizações existentes, que correspondem, essencialmente, a edifícios e a balcões/centros de atendimento em construção e ao respectivo mobiliário, encontram-se registadas pelo seu custo de aquisição e começarão a ser amortizadas quando esses edifícios e balcões/centros de atendimento entrarem em funcionamento g) Redução no valor recuperável de activos (Imparidade) O Banco avalia periodicamente os seus activos, especialmente por ocasião da elaboração de demonstrações financeiras. O reconhecimento da redução no valor contabilístico (imparidade) de um activo acontece sempre que o seu valor contabilístico exceder o valor recuperável, por contrapartida de resultados. Na avaliação do indício de imparidade, a instituição deve considerar, no mínimo, as seguintes indicações: 1. Declínio significativo no valor de um activo, maior do que o esperado no seu uso normal; 2. Mudanças significativas no ambiente tecnológico, económico ou legal, com efeitos adversos sobre o Banco; 3. Aumento nas taxas de juros ou outras taxas de mercado, com efeitos sobre as taxas de desconto e consequente redução no valor presente ou no valor recuperável dos activos; 4. Valor contabilístico de activos líquidos maior do que o valor de mercado; 5. Evidência de obsolescência ou perda de capacidade física de um activo; 6. mudanças significativas na forma de utilização do activo, como descontinuidade ou reestruturação, com efeitos adversos para o Banco; 7. Indicação de que o desempenho económico do activo será pior do que o esperado. 64 RELATÓRIO DE CONTAS 2012 h) Reserva de actualização monetária das imobilizações e dos fundos próprios Nos termos do Aviso no 2/2009, de 8 de Maio, do BNA sobre actualização monetária, o qual revogou o Aviso no 19/2007, de 26 de Setembro, do BNA, as instituições f i n a n ce i ra s d eve m , e m c a s o d e existência de inflação, considerar mensalmente os seus efeitos no poder de compra da moeda nacional, com base na aplicação do índice de Preços ao Consumidor nas imobilizações e nos saldos de capital, reservas e resultados transitados. As demonstrações financeiras de uma entidade cuja moeda funcional seja a moeda de uma economia hiper-inflacionária devem ser expressas em termos da unidade de mensuração corrente à data do balanço. A hiper-inflação é indicada pelas características do ambiente económico de um país que inclui, nomeadamente as seguintes situações: I. A população em geral prefere guardar a sua riqueza em activos não monetários ou em moeda estrangeira relativamente estável. As quantias detidas na moeda local são imediatamente investidas, para manter o poder de compra; II. A população em geral encara as quantias detidas em moeda estrangeira como estáveis. Os preços podem ser cotados nessa moeda; III. As vendas e compras a crédito são celebradas a preços que compensem a perda esperada do poder de compra durante o período do crédito, mesmo que este seja curto; IV. As taxas de juro, salários e preços estão ligados a um índice de preços; e V. A taxa acumulada de inflação durante os últimos 3 anos aproxima-se de, ou excede, 100%. O valor resultante da actualização monetária das imobilizações deve ser reflectido mensalmente a crédito na conta “Resultado da Actualização Monetária”, por contrapartida das rubricas de valor bruto e amortizações acumuladas das imobilizações. O valor resultante da actualização monetária deve ser reflectido mensalmente, a débito na conta “Resultado da Actualização Monetária” da demonstração de resultados, por contrapartida do aumento dos saldos de fundos próprios, com excepção da rubrica “Capital Social”, que deve ser classificada numa rubrica específica (“Reserva de actualização monetária do Capital Social”) que só pode ser utilizada para posterior aumento de capital. Nos exercícios de 2012 e 2011, o Banco não procedeu à actualização monetária das suas imobilizações financeiras e dos seus fundos próprios, em virtude de a inflação e a evolução cambial verificadas ao longo do período não indicarem que Angola pudesse s e r co n s i d e ra d a u m a e co n o m i a hiperinflacionária, nos termos do normativo em vigor. i) Benefícios a colaboradores Responsabilidades com pensões de reforma A Lei no 07/04, de 15 de Outubro, que regulamenta o sistema de Segurança Social de Angola, prevê a atribuição de pensões de reforma a todos os trabalhadores angolanos inscritos na Segurança Social. O valor destas pensões depende do número de anos de trabalho e da média dos salários ilíquidos mensais recebidos nos períodos imediatamente anteriores à 65 RELATÓRIO DE CONTAS 2012 data em que o trabalhador cessar a sua actividade. De acordo com o Decreto no 7/99, de 28 de Maio, as taxas de contribuição para este sistema são de 8% para a entidade empregadora e de 3% para os trabalhadores. Por deliberação do Conselho de Administração do Banco, no âmbito de um plano de contribuição definida, o ATLANTICO encontra-se a efectuar contribuições correspondentes a 8% do salário pensionável mensal de cada colaborador, com vista a assegurar aos empregados contratados localmente ou às suas famílias o direito a prestações pecuniárias a título de complementos de reforma por velhice, caso estes completem 60 anos de idade e tenham no mínimo 5 anos de serviço no Banco, sendo que este direito só é adquirido na totalidade após 10 anos de serviço no Banco. As responsabilidades com as contribuições devidas em 3 1 d e D eze m b ro d e 2 01 2 e 2 01 1 encontram-se reconhecidas na rubrica “Provisões para responsabilidades prováveis” (Nota 16) e incluem as responsabilidades em matéria de “Compensação por reforma”, na sequência do disposto na Lei 2/2000 e nos artigos 218o e 262o da Lei Geral do Trabalho, que determinam o pagamento de uma compensação, pelo Banco, no caso de caducidade do contrato de trabalho por reforma do trabalhador, que se determina multiplicando 2% do salário base mensal praticado na data em que o trabalhador atinge a idade legal de reforma pelo número de anos de antiguidade. O Banco concedeu a membros do seu Conselho de Administração um “Plano Complementar de Pensões”, de contribuição definida, mediante a subscrição de um contrato de seguro junto da Ocidental – Companhia Portuguesa de Seguros de Vida, S.A., para cobertura do pagamento de pensões de reforma por velhice, morte e invalidez. As responsabilidades com as contribuições devidas em 31 de Dezembro de 2012 e 31 de Dezembro de 2011, encontram-se reconhecidas na rubrica “Provisões para responsabilidades prováveis” (Nota 16). Remuneração variável paga aos colaboradores e administradores O B a n c o a t r i b u i re m u n e ra ç õ e s variáveis aos seus colaboradores e administradores em resultado do seu desempenho (prémios de desempenho), segundo critérios definidos pelo Conselho de Administração e pelo Conselho de Re m u n e ra çõ e s . A re m u n e ra ç ã o variável atribuída aos colaboradores e administradores é registada por contrapartida de resultados no exercício a que dizem respeito, apesar de pagável no ano seguinte (Notas 15 e 21). Provisão para férias e subsídio de férias A Lei Geral do Trabalho, em vigor a partir de 31 de Dezembro de 2012, determina que o montante de subsídio de férias pagável aos trabalhadores em determinado exercício é um direito por eles adquirido no ano imediatamente anterior. Consequentemente, o Banco releva contabilisticamente no exercício os valores relativos a férias e subsídio de férias pagáveis no ano seguinte (Notas 15 e 21). j) Impostos sobre lucros O B a n c o e n c o n t ra - s e s u j e i t o a tributação em sede de Imposto Industrial, sendo considerado fiscalmente um contribuinte do Grupo A. A tributação dos seus rendimentos é efectuada nos termos dos números 1 e 2 do Artigo 72o da Lei n.o 18/92, de 3 66 RELATÓRIO DE CONTAS 2012 de Julho, sendo, actualmente, a taxa de Imposto aplicável de 35%, na sequência das alterações introduzidas pela Lei n.o 5/99, de 6 de Agosto (Nota 27). De acordo com o disposto no artigo 46.o do Código do Imposto Industrial, os prejuízos fiscais apurados em determinado exercício podem ser deduzidos aos lucros tributáveis dos três anos posteriores. Durante um período de 5 anos, as declarações fiscais estão sujeitas a revisão e correcção pelas autoridades fiscais, de que podem resultar, devido a diferentes interpretações da legislação fiscal, correcções ao lucro tributável dos exercícios de 2008 a 2012. No entanto, não é previsível que qualquer correcção relativa a estes exercícios venha a ocorrer e, caso ocorra, não são esperados impactos significativos nas demonstrações financeiras. O total dos impostos sobre lucros registados em resultados engloba os impostos correntes e os impostos diferidos. Imposto corrente O imposto corrente é calculado com base no lucro tributável do exercício. Este difere do resultado contabilístico devido a ajustamentos resultantes de custos ou proveitos não relevantes para efeitos fiscais ou que apenas serão considerados em outros períodos contabilísticos. Imposto diferido Os impostos diferidos correspondem ao impacto no imposto a recuperar/pagar em períodos futuros resultante de diferenças temporárias dedutíveis ou tributáveis entre o valor de balanço dos activos e passivos e a sua base fiscal, utilizada na determinação do lucro tributável. Os impostos diferidos activos e passivos são calculados com base nas taxas fiscais em vigor para o período em que se prevê que seja realizado o respectivo activo ou passivo. Os prejuízos fiscais reportáveis dão também origem a impostos diferidos activos. Os passivos fiscais diferidos são normalmente registados para todas as diferenças temporárias tributáveis, enquanto os activos fiscais diferidos só são reconhecidos até ao montante em que seja provável a existência de lucros tributáveis futuros que permitam a utilização das correspondentes diferenças tributárias dedutíveis ou de reporte de prejuízos fiscais. Adicionalmente, não são registados activos fiscais diferidos nos casos em que a sua recuperabilidade possa ser questionável devido a outras situações, incluindo a interpretação da legislação fiscal em vigor. Apesar disto, não são registados activos ou passivos fiscais diferidos relativos a diferenças temporárias originadas no reconhecimento inicial de activos e passivos em transacções que não afectem o resultado contabilístico ou o lucro tributável. Reforma tributária Em 30 de Dezembro de 2011 foi publicado um novo pacote legislativo que introduziu alterações significativas n o o rd e n a m e n to j u r í d i co - f i s c a l angolano. No entanto, a maioria dos códigos fiscais ainda não foi distribuída na Imprensa Nacional, com excepção dos códigos do Imposto do Selo, Imposto sobre a Aplicação de Capitais e Imposto de Consumo. As principais alterações que se espera que venham a ser introduzidas pela reforma fiscal podem ser resumidas como segue: • Redução da taxa de imposto industrial 67 RELATÓRIO DE CONTAS 2012 • • • • de 35% para 30%; Tributação dos rendimentos de títulos e dos juros de aplicações financeiras em outras instituições de crédito em sede de Imposto de Aplicação de Capitais (IAC) à taxa de 10%/15%, ficando os mesmos excluídos de tributação em sede de contribuição industrial; Tributação de variações patrimoniais positivas, com excepção das que decorrem de entradas de capital ou de coberturas de prejuízos efectuadas pelos titulares de capital; Limitação dos custos ou perdas dedutíveis e definição de custos e perdas não dedutíveis sujeitos a tributação autónoma, incluindo custos não devidamente documentados; Revogação da tabela das taxas anuais de reintegrações e amortizações, aprovada pela Portaria no 755/72, de 26 de Outubro, sendo aprovada uma nova tabela pelo Decreto executivo sobre amortizações e reintegrações do imobilizado; Auto-liquidação provisória de imposto industrial correspondente a 15% do resultado derivado de operações de intermediação financeira, apurado nos primeiros seis meses do exercício anterior. Contingências passivas Quando o Banco tem uma responsabilidade mas não é provável o futuro dispêndio de recursos trata-se de uma contingência passiva. As contingências passivas são apenas objecto de divulgação, a menos que a possibilidade da sua concretização seja remota. São reconhecidas contingências passivas em contas extrapatrimoniais quando (I) o Banco tem uma possível obrigação presente cuja existência será confirmada somente pela ocorrência ou não de um ou mais eventos futuros, que não estejam sob o seu controlo; (II) o Banco tem uma obrigação presente que surge de eventos passados, mas que não é reconhecida porque não é provável que tenha de a liquidar ou o valor da obrigação não pode ser avaliado com suficiente segurança. k) Provisões e contingências As contingências passivas são reavaliadas periodicamente para determinar se a avaliação anterior continua válida. Se for provável a exigência de uma saída de recursos para um item anteriormente tratado como contingência passiva, é reconhecida uma provisão nas demonstrações financeiras do período no qual ocorre a mudança na estimativa de probabilidade. Provisões Contingências activas A constituição de provisões destina-se a fazer face a responsabilidades prováveis com prazos e valores estimados. São reconhecidas provisões quando (I) o Banco tem u m a o b r i g a ç ã o p re s e n te , l e g a l ou construtiva, (II) seja provável que o seu pagamento venha a ser exigido e (III) possa ser feita uma estimativa fiável do valor dessa obrigação. O montante da provisão corresponde à melhor estimativa do valor a desembolsar para liquidar a responsabilidade, na data do balanço. Uma contingência activa é um possível activo presente decorrente de eventos passados, cuja existência será confirmada somente pela ocorrência ou não de um ou mais eventos futuros que não estejam totalmente sob o controlo da instituição. As contingências activas são apenas objecto de divulgação e reconhecidas em contas extrapatrimoniais, a menos que a possibilidade da sua concretização seja remota. • As contingências activas devem ser reavaliadas periodicamente. Se for 68 RELATÓRIO DE CONTAS 2012 praticamente certo que uma entrada de recursos ocorrerá por conta de um activo, o activo e o correspondente ganho devem ser reconhecidos nas demonstrações financeiras do período em que ocorrer a mudança de estimativa. l) Reconhecimento de proveitos resultantes de serviços e comissões As comissões por serviços prestados são normalmente reconhecidas como proveito ao longo do período de prestação do serviço ou de uma só vez, se resultarem da execução de actos únicos. m) Resultados por acção O resultado por acção é calculado dividindo o resultado líquido atribuível a accionistas do Banco pelo número médio ponderado de acções ordinárias em circulação no exercício, excluindo o número médio de acções ordinárias compradas pelo Banco e detidas como acções próprias. Se o resultado por acção for modificado em resultado de uma emissão a prémio ou desconto ou outro evento que altere o número potencial de acções ordinárias ou alterações nas políticas contabilísticas, o cálculo do resultado por acção para todos os períodos apresentados é ajustado retrospectivamente. n) Principais estimativas e incertezas associadas à aplicação das políticas contabilísticas As contas do Banco integram avaliações realizadas em condições de incerteza, que requerem que o Conselho de Administração utilize o seu julgamento de forma a apurar a estimativa adequada. O Conselho de Administração considera que os critérios adoptados são apropriados e que as demonstrações financeiras apresentam de forma adequada a posição financeira do Banco e das suas operações em todos os aspectos materialmente relevantes. Utilizaram-se estimativas e pressupostos, nomeadamente nas seguintes áreas significativas: “Provisões para créditos de liquidação duvidosa”, “Títulos e valores mobiliários mantidos até o vencimento”, “Provisões para responsabilidades prováveis,” “Impostos sobre os lucros” e “Benefícios a colaboradores”. o) Fluxos de caixa P a ra e f e i to s d a p re p a ra ç ã o d a demonstração de fluxos de caixa, o Banco considera como disponibilidades o total dos saldos das rubricas de caixa, disponibilidades no banco central e disponibilidades em instituições financeiras. p) Compensação de saldos Os elementos do activo e do passivo devem ser valorizados separadamente, não sendo permitidas quaisquer co m p e n s a çõ e s e n t re o s s a l d o s devedores e credores, inclusive das contas de resultado, com excepção d a s co m p e n s a çõ e s re l at i va s à s operações interdepartamentais ou interdependências, ou outras definidas pelo BNA. 69 RELATÓRIO DE CONTAS 2012 3. DISPONIBILIDADES Em 31 de Dezembro de 2012 e 2011, esta rubrica tem a seguinte composição: 2012 2011 6 185 918 3 074 313 1 688 777 2 134 687 1 040 930 406 868 1 217 4 334 8 916 842 5 620 202 20 029 289 22 499 334 18 409 133 10 924 081 38 438 422 33 423 415 EM DÓLARES DOS ESTADOS UNIDOS 445 338 352 031 EM EUROS 360 323 2 628 129 19 040 - CAIXA NOTAS E MOEDAS NACIONAIS NOTAS E MOEDAS ESTRANGEIRAS EM DÓLARES DOS ESTADOS UNIDOS EM EUROS EM OUTRAS DIVISAS DISPONIBILIDADES NOBANCO BANCOCENTRAL CENTRAL DISPONIBILIDADE NO EM MOEDA NACIONAL EM DÓLARES DOS ESTADOS UNIDOS DISPONIBILIDADES EMOUTRAS OUTRASINSTITUIÇÕES INSTITUIÇÕESDE DECRÉDITO CRÉDITO DISPONIBILIDADE EM BANCO PRIVADO ATLÂNTICO EUROPA EM OUTRAS DIVISAS MILENNIUM BCP 147 891 562 163 EM RANDES SUL AFRICANOS 29 361 - EM EUROS 27 579 - 31 113 23 729 EM DÓLARES DOS ESTADOS UNIDOS 327 577 288 144 EM EUROS 281 403 108 854 166 243 409 976 68 706 302 081 91 391 2 315 1 995 965 44677 667 422 422 362 659 - 49 713 888 43 721 039 EM DÓLARES DOS ESTADOS UNIDOS EM OUTRAS DIVISAS BANCO DE INVESTIMENTO GLOBAL OUTRAS INSTITUIÇÕES DE CRÉDITO EM EUROS EM DÓLARES DOS ESTADOS UNIDOS EM OUTRAS DIVISAS CHEQUES A COBRAR NO PAÍS As Disponibilidades no banco central em moeda nacional e moeda estrangeira visam dar cumprimento às disposições em vigor que estipulam a manutenção de reservas mínimas obrigatórias, não sendo remuneradas. As reservas mínimas obrigatórias são apuradas nos termos do disposto no Instrutivo n.º 2/2011, de 28 de Abril, e são constituídas em moeda nacional ou em moeda estrangeira, em função da denominação dos passivos que 70 RELATÓRIO DE CONTAS 2012 constituem a sua base de incidência, devendo ser mantidas durante todo o período a que se referem. Em 31 de Dezembro de 2012 e 2011, a exigibilidade de manutenção de reservas obrigatórias foi apurada através da aplicação de uma taxa de 20% sobre a média aritmética dos saldos diários dos passivos elegíveis em moeda nacional e de uma taxa de 15% sobre a média aritmética dos saldos diários dos passivos elegíveis em moeda estrangeira, estando prevista a dedução de 25% da média aritmética semanal dos saldos diários de caixa em moeda nacional para a exigibilidade em moeda nacional. Em 31 de Dezembro de 2012 e 2011, a s “ D i s p o n i b i l i d a d e s e m o u t ra s instituições de crédito” mantidas junto de outras instituições de crédito também não são remuneradas. E m 3 1 d e D eze m b ro d e 2 0 1 2 , o saldo da rubrica “Cheques a cobrar” corresponde a cheques sacados por terceiros sobre outras instituições de crédito que foram apresentados à compensação e que se encontram em cobrança. 4. APLICAÇÕES DE LIQUIDEZ Em 31 de Dezembro de 2012 e 2011, esta rubrica tem a seguinte composição: OPERAÇÕES NO MERCADO MONETÁRIO INTERFINANCEIRO 2012 2011 APLICAÇÕES EM INSTITUIÇÕES DE CRÉDITO NO PAÍS: BANCO DE POUPANÇA E CRÉDITO1 6 000 00016 000 - BANCO NACIONAL DE ANGOLA 000 10 000 000- - 00026 000 000 - APLICAÇÕES EM INSTITUIÇÕES DE CRÉDITO NO ESTRANGEIRO: COMMERZBANK MILLENNIUM BCP 596 12 888 596- - 700 1 718 7007 7 467 144 BANCO MILLENNIUM ANGOLA 741 822 - CAIXA GERAL DE DEPÓSITOS- - 471 107 BYBLOS BANK EUROPE -4 424 24 005 15 349 118 8 362 256 41 349 118 8 362 256 14 929 4 837 JUROS A RECEBER 41 364 0478 8 367 093 Em 31 de Dezembro de 2012 e 2011, as aplicações de liquidez, excluindo os respectivos juros a receber, apresentam a seguinte estrutura por moeda e taxa de juro média: Em 31 de Dezembro de 2012 e 2011, as aplicações de liquidez, excluindo os respectivos juros a receber, apresentam a estrutura ao lado, de acordo com os prazos residuais de vencimento. 71 RELATÓRIO DE CONTAS 2012 5. TÍTULOS E VALORES MOBILIÁRIOS Em 31 de Dezembro de 2012 e 2011, esta rubrica tem a seguinte composição: 20 346 OBRIGAÇÕES DE INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS ESTRANGEIRAS INDEXADAS AO DÓLAR DOS ESTADOS UNIDOS OBRIGAÇÕES DO TESOURO EM MOEDA ESTRAGEIRA O Banco classifica os títulos de dívida do Estado Angolano e do BNA no nível A. Em 31 de Dezembro de 2012 e 2011, a distribuição dos títulos de dívida por indexante é a seguinte: 2012 VALOR DE BALANÇO TAXA FIXA BILHETES DO TESOURO TAXA VARIÁVEL TOTAL - - - 22 345 597 94 203 22 439 800 - 2 196 892 2 196 892 OBRIGAÇÕES DE INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS NACIONAIS 98 608 - 98 608 OBRIGAÇÕES DE INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS ESTRAGEIRAS - 607 227 607 227 22 444 205 2 898 322 25 342 527 OBRIGAÇÕES DO TESOURO EM MOEDA NACIONAL -INDEXADAS AO DÓLAR DOS ESTADOS UNIDOS OBRIGAÇÕES DO TESOURO EM MOEDA ESTRANGEIRA 72 RELATÓRIO DE CONTAS 2012 Em 31 de Dezembro de 2012 e 2011, os títulos em carteira, excluindo os respectivos juros a receber, apresentam a seguinte estrutura por moeda: 2012 2011 MONTANTE EM DIVISA MONTANTE EM mAKZ MONTANTE EM DIVISA MONTANTE EM mAKZ 22 189 616 000 22 189 616 24 738 729 000 24 738 729 EM DÓLARES DOS ESTADOS UNIDOS 23 713 510 2 272 370 39 198 074 3 734 871 EM EUROS 4 798 663 606 431 7 342 687 EM KWANZAS 904 156 25 068 417 29 377 756 Em 31 de Dezembro de 2012 e 2011, os títulos em carteira apresentam a seguinte estrutura, de acordo com os prazos residuais de vencimento: ATÉ TRÊS MESES DE TRÊS A SEIS MESES DE SEIS MESES A UM ANO MAIS DE 1 ANO 2012 2011 13 794 575 933 13 842 10 152 848 9 735 113 1 584 418 15 579 778 17 626 903 23 342 527 29 940 102 6. CRÉDITOS NO SISTEMA DE PAGAMENTOS Em 31 de Dezembro de 2012 e 2011, esta rubrica tem a seguinte composição: 2012 2011 44 825 44 202 RELAÇÕES ENTRE INSTITUIÇÕES: COMPENSAÇÃO DE CHEQUES OUTROS 4 549 9 406 49 374 53 608 7. OPERAÇÕES CAMBIAIS Em 31 de Dezembro de 2012 e 2011, esta rubrica tem a seguinte composição: 2012 2011 OPERAÇÕES CAMBIAIS PROVEITOS POR COMPRA E VENDA DE MOEDAS ESTRANGEIRAS A RECEBER CUSTOS POR COMPRA E VENDA DE MOEDAS ESTRANGEIRAS A PAGAR 1 897 361 2 780 452 (1 901 740) (2 776 430) (4 379) 4 022 A rubrica “Operações cambiais” corresponde a operações a aguardar liquidação financeira, tendo as mesmas sido liquidadas nos primeiros dias de 2013 e 2012, respectivamente para as demonstrações de 31 de Dezembro de 2012 e 2011. 8. CRÉDITOS Em 31 de Dezembro de 2012 e 2011, esta rubrica tem a composição apresentada na página seguinte. Em 31 de Dezembro de 2012 e 2011, o conjunto dos vinte maiores clientes do Banco representava, aproximadamente, 68% e 71% do total da carteira de crédito, respectivamente. Em 31 de Dezembro de 2012, o crédito concedido a clientes vencia juros à taxa média anual de 14,60% para o crédito concedido em moeda nacional e à taxa média anual de 10,79% para o crédito concedido em moeda estrangeira (31 de Dezembro de 2011: 16,28% para crédito em moeda nacional e 10,71% para crédito em moeda estrangeira). 73 RELATÓRIO DE CONTAS 2012 110 549 123 TOTAL DO CRÉDITO CONCEDIDO E JUROS A RECEBER Em 31 de Dezembro de 2012 e 2011, a composição da carteira de crédito, excluindo juros a receber, apresentava a seguinte estrutura, por tipo de tomador e modalidade operacional: ADIANTAMENTOS A DEPOSITANTES 6 865 054 Em 31 de Dezembro de 2012 e 2011, o prazo residual das operações de crédito vincendo, excluindo juros a receber, apresentava a seguinte estrutura: Em 31 de Dezembro de 2012 e 2011, a composição da carteira de crédito concedido,excluindo juros a receber, por moeda era como segue: 74 RELATÓRIO DE CONTAS 2012 Em 31 de Dezembro de 2012 e 2011, a carteira de crédito, excluindo proveitos a receber, apresentava a distribuição por indexante apresentada na tabela infra. TAXA FIXA 2012 2011 37 152 026 27 714 237 TAXA VARIÁVEL LIBOR A 6 MESES 59 856 847 54 100 642 TBC 182 DIAS 32 267 102 23 037 484 TBC 91 DIAS 4 652 081 1 631 558 LIBOR 1 MÊS 1 916 520 2 858 460 LIBOR 3 MESES 1 382 449 2 308 403 LUIBOR 1 MÊS 1 087 003 - 178 929 389 510 99 079 96 689 IPC EURIBOR 12 MESES - 14 448 101 440 010 84 437 194 138 592 036 046 112 151 431 OUTROS Em 31 de Dezembro de 2012 e 2011, a carteira de crédito, garantias e créditos documentários, apresenta as composições abaixo, com base no Código de Actividade Económica atribuído pelo Banco, é a seguinte: 2012 GARANTIAS E CRÉDITO DESCRIÇÃO CRÉDITO VINCENDO INDÚSTRIAS EXTRACTIVAS 20 557 341 2 010 465 INDÚSTRIAS TRANSFORMADORAS DOCUMENT. (NOTA 28) TOTAL % TOTAL% 623 677 137 905 20 695 246 12,98% 224 236 1 577 016 3 587 481 2,25% CRÉDITO VENCIDO % 10 192 444 355 081 12 546 664 22 739 108 14,26% ACTIVIDADES IMOBILIÁRIAS 34 399 964 240 992 - 34 399 964 21,57% COMÉRCIO POR GROSSO E RETALHO 20 466 689 330 603 2 132 363 22 599 052 14,17% TRANSPORTES, ARMAZ. E COMUNIC. 656 078 48 616 738 656 816 0,41% CONSTRUÇÃO SAÚDE E ACÇÃO SOCIAL OUTROS SECTORES OUTRAS EMPRESAS DE SERVIÇOS PARTICULARES 3 841 499 19 435 - 3 841 499 2,41% 12 371 828 189 062 774 488 13 146 316 8,24% 17 419 192 11 615 6 089 773 23 508 965 14,74% 14 284 663 348 556 - 14 284 663 8,96% 136 200 163 2 391 873 23 258 947 159 459 110 100,00% 2011 GARANTIAS E CRÉDITO DESCRIÇÃO INDÚSTRIAS EXTRACTIVAS INDÚSTRIAS TRANSFORMADORAS CONSTRUÇÃO CRÉDITO VINCENDO 16 747 797 CRÉDITO VENCIDO DOCUMENT. (NOTA 28) TOTAL % TOTAL% 176 141 - 16 923 938 % 13,78% 416 287 8 096 294 903 719 286 0,59% 10 030 169 55 108 4 613 798 14 699 075 11,97% ACTIVIDADES IMOBILIÁRIAS 25 963 967 401 190 128 911 26 493 168 21,57% COMÉRCIO POR GROSSO E RETALHO 23 297 249 649 694 3 030 368 26 977 311 21,97% TRANSPORTES, ARMAZ. E COMUNIC. 948 701 12 159 87 801 1 048 661 0,85% SAÚDE E ACÇÃO SOCIAL 11 053 342 11 758 446 574 11 511 674 9,37% OUTROS SECTORES 2 309 387 159 734 2 006 212 4 475 333 3,64% OUTRAS EMPRESAS DE SERVIÇOS PARTICULARES 7 764 769 6 820 58 842 7 830 431 6,38% 12 018 355 121 608 - 12 139 963 9,88% 110 549 123 1 602 308 10 667 409 122 818 840 100,00% 75 RELATÓRIO DE CONTAS 2012 A distribuição dos créditos e proveitos a receber, excluindo crédito indirecto, por classe de risco e respectivas provisões para créditos de liquidação duvidosa em 31 de Dezembro de 2012 e 2011: 2012 CRÉDITO VINCENDO CLASSE A CRÉDITO VENCIDO 163 426 TOTAL - 163 426 TAXA DE PROVISÃO PROVISÃO 0% - CLASSE B 16 663 981 7 643 16 671 624 1% - 3% 166 716 CLASSE C 122 593 031 834 392 123 427 423 3% - 10% 3 729 330 CLASSE D 2 320 591 451 875 2 772 466 10% - 20% 277 247 CLASSE E 937 343 495 078 1 432 421 20% - 50% 296 013 CLASSE F 28 565 49 752 78 317 50% - 100% 39 158 CLASSE G 645 777 553 133 1 198 910 100% 1 198 910 143 352 714 2 391 873 145 744 587 5 707 374 2011 CRÉDITO VINCENDO CRÉDITO VENCIDO TOTAL TAXA DE PROVISÃO PROVISÃO 0% - CLASSE A 11 840 553 - 11 840 553 CLASSE B 82 674 186 551 370 83 225 556 1% - 3% 1 097 870 CLASSE C 18 799 313 18 549 18 817 862 3% - 10% 602 805 CLASSE D - 30 264 30 264 10% - 20% 3 113 CLASSE E 8 138 44 201 52 339 20% - 50% 10 618 CLASSE F 145 202 35 131 180 333 50% - 100% 90 686 CLASSE G 747 169 922 793 1 669 962 100% 1 669 962 114 214 561 1 602 308 115 816 869 3 475 054 De 31 de Dezembro de 2011 para 31 de Dezembro de 2012, a migração do risco dos tomadores de crédito pode ser apresentado como se segue: Da análise da matriz de migração é possível concluir que 14,89% dos créditos em 31 de Dezembro de 2011, no montante de mAKZ 115 816 869, não sofreram mudança de nível em 31 de Dezembro de 2012. As movimentações entre os níveis de risco indicam também que 1,38% dos créditos diminuíram de nível de risco, enquanto 30,98% migraram para níveis de risco mais gravosos. 76 RELATÓRIO DE CONTAS 2012 A carteira de crédito do ATLANTICO inclui contratos que resultaram de uma renegociação formal com os clientes, em consequência de um reforço de garantia e/ou liquidação parcial do crédito, podendo implicar prorrogação do prazo de vencimento, redefinição do plano de pagamentos e/ou alteração da taxa de juro. A classificação do risco dos créditos renegociados é objecto de uma reavaliação periódica, tendo em conta a regularidade e a relevância dos pagamentos efectuados, bem como as novas garantias apresentadas. O movimento nas provisões para créditos de liquidação duvidosa nos exercícios findos em 31 de Dezembro de 2012 e 2011 foi o seguinte: Em conformidade com a política contabilística descrita na nota 2.2 c), seis meses após a classificação de uma operação de crédito na classe G, desde que a mesma apresente um atraso superior a 180 dias, o ATLANTICO abate esse crédito ao activo mediante a utilização da provisão de 100% do valor do crédito constituída para o efeito (transferência de crédito para prejuízo). • O montante de créditos transferidos para prejuízos durante o exercício de 2012 ascende a mAKZ 1 387 538. Os princípios básicos da política de concessão de crédito e aprovisionamento das perdas com créditos de liquidação duvidosa adoptados pelo Banco podem ser resumidos como segue: • • A concessão de crédito está sujeita a procedimentos rigorosos que asseguram o cumprimento da estratégia definida e das normas estabelecidas pela Supervisão, o Banco Nacional de Angola; No processo de avaliação dos riscos associados à concessão de crédito, analisam-se as várias componentes do Risco de Crédito, através da identificação do impacto marginal de cada crédito, nomeadamente por sector (exposição ao sector e/ou país) e cliente (estabilidade económica e financeira e colateralização); Com vista a potenciar os efeitos de mitigação, em particular no que concerne à diminuição de perdas advindas de Risco de Crédito, o Conselho de Administração tem vindo a apostar na consolidação do ambiente de controlo, em conformidade com o seu perfil de risco prudente. a) Concessão de Crédito I. Princípios gerais A concessão de crédito obedece a um conjunto de factores, nos termos do Regulamento de Crédito em vigor: • • • Liquidez: o cliente deve demonstrar capacidade para cumprir, nos prazos acordados, com os compromissos financeiros assumidos; Rentabilidade: cada operação de crédito deverá gerar retorno positivo para o Banco; Segurança: deve sempre cumprir as regras definidas internamente e o 77 RELATÓRIO DE CONTAS 2012 • enquadramento legal a que o Banco está sujeito, na presunção de que a obtenção de garantias adicionais aumenta a segurança creditícia da operação; Concentração: deverá ser sempre analisado o envolvimento e concentração de risco do cliente ou Grupo, no pressuposto de que quanto mais dispersa for a carteira de crédito, menor a probabilidade de perda da mesma. Nas reuniões do Comité de Crédito, é efectuada uma análise sectorial da carteira de crédito. II. Fundamentação da proposta de crédito Todas as propostas de crédito são originadas nas Áreas de Negócio (Direcção de Banca de Empresas, Direcção de Private Banking, ou Direcção de Rede ATLANTICO), formuladas em impressos normalizados e devidamente fundamentadas. III. Apreciação e decisão da proposta de crédito Os diferentes órgãos de decisão de crédito analisam, emitem pareceres e decidem sobre crédito, no âmbito das competências delegadas pelo Conselho de Administração. Todos os intervenientes na decisão são solidariamente responsáveis pela mesma. As decisões de crédito devem apoiar-se, na medida do possível, em modelos aplicacionais de “Cálculo do Nível de Risco”, baseados em informações de natureza quantitativa e qualitativa acerca dos clientes, nomeadamente a avaliação prévia do risco do cliente e da operação (pelas Áreas de Negócio e pela Direcção de Crédito e Rating) e a tomada de decisão em Comité de Crédito. Na ausência de modelos aplicacionais para o efeito, revestem-se de primordial importância as Análises e Pareceres das Áreas de Negócio e da Direcção de Crédito e Rating, elaborados com base no conhecimento do cliente, negócio, capacidade de gestão, sector de actividade, mercado, experiência no relacionamento, demonstrações financeiras, valor e liquidez das garantias acessórias, etc. Todas as operações de crédito exigem o parecer da Direcção de Crédito e Rating definida para aquela natureza de crédito. Todas as decisões de Crédito do Banco são tomadas em Comité de Crédito, constituídos e regulados pelo Regulamento de Crédito, por delegação expressa do Conselho de Administração. b) Acompanhamento da carteira de crédito O acompanhamento das operações de crédito é da responsabilidade das Áreas de Negócio que as propõem e da Direcção de Acompanhamento e Recuperação de Crédito. A frequência da monitorização depende da natureza e do grau de exposição. As situações que apresentam um menor potencial de risco para a Instituição são acompanhadas periodicamente, numa análise por grupos agregando operações por tipo de exposição, por evolução dos factores de risco ou pelas características creditícias. As situações que representam um maior potencial de risco para a carteira de crédito da Instituição serão acompanhadas regularmente pelo gestor do cliente. Sempre que se considere necessário, estas situações serão reportadas ao Comité de Crédito, que aprovará medidas preventivas ou correctivas. O nível de risco e maturidade de toda a carteira de crédito serão acompanhados pelo Comité de Crédito, que receberá reporte periódico do Risk Office e da Direcção de Acompanhamento e Recuperação de Crédito. 78 RELATÓRIO DE CONTAS 2012 Com o objectivo de assegurar um controlo regular da actividade creditícia do Banco, o Risk Office e a Direcção de Acompanhamento e Recuperação de Crédito preparam reportes, listagens e mapas que permitem o acompanhamento da evolução da carteira de crédito global, da evolução do crédito vencido, dos descobertos em depósitos à ordem e das provisões para as posições em carteira. Na monitorização da carteira de crédito, o Banco considera outros sinais de alerta, como sejam aspectos relativos à actividade da empresa (por exemplo, a mudança de sócios ou de gerência, a diminuição do volume de vendas ou da carteira de encomendas), relacionados com pagamentos e com a exploração e bancários. Perante sinais de alerta será delineada uma forma de actuação e de acompanhamento mais próximo e regular do cliente. Em 31 de Dezembro de 2012 e 2011, a rubrica “Devedores” respeita, essencialmente, a valores a receber relativos a comissões de estruturação de operações ou de prestação de serviços de assessoria financeira. O montante registado na rubrica ”Provisões para outros valores” corresponde, na sua totalidade, à melhor estimativa do valor de potencial perda associada à rubrica devedores. O movimento nas Provisões para outros valores nos exercícios findos em 31 de Dezembro de 2012 e 2011 foi o seguinte: 9. OUTROS VALORES Em 31 de Dezembro de 2012 e 2011, esta rubrica tem a seguinte composição: SALDOS EM 31.12.2010 SALDOS EM 31.12.2011 Em 31 de Dezembro de 2012 e 2011, o saldo da rubrica “Rendas e alugueres” correspondia, maioritariamente, a adiantamentos de rendas do novo edifício sede do ATLANTICO. Em 1 de Janeiro de 2009, foi celebrado contrato de arrendamento entre a Finicapital S.A. e o ATLANTICO, pelo prazo de vinte anos, renovável por períodos de cinco anos, para o arrendamento de um imóvel de 8 pisos, sito na avenida Comuna de Chicala, lote 2. No acto da assinatura do referido contrato, o ATLANTICO procedeu à liquidação do montante de mAKZ 2 149744, referente aos primeiros 10 anos de rendas, que 79 RELATÓRIO DE CONTAS 2012 se encontrava a ser reconhecido linearmente em resultados durante aquele período. Em 31 de Dezembro de 2012 e 2011, a rubrica “Publicidade” diz respeito, essencialmente, ao adiantamento do pagamento da realização de acções a completar no período de 4 anos. Este montante está a ser reconhecido em resultados à medida que os referidos serviços são prestados. Em 31 de Dezembro de 2012 e 2011, a rubrica “Material de expediente” refere-se a despesas com economato, que são reconhecidas como custos em função da sua utilização. Em 31 de Dezembro de 2011, a rubrica “Adiantamentos sobre imobilizações financeiras” correspondia a pagamentos efectuados a terceiros, relacionados com a constituição de uma empresa na área dos transportes aéreos, em que o Banco seria accionista. Em 2012, após a celebração do contrato que formalizou a participação accionista do Banco na Fuervogel, S.A., este saldo foi reconhecido na rubrica “Imobilizações financeiras” (Nota 10). de formação da Academia Millennium ATLANTICO, no empreendimento Cidade Financeira, em Talatona; (II) o adiantamento no montante de mAKZ 2 763 551 (31 de Dezembro de 2011: mAKZ 959 164) relativo ao Projecto Vila Rubra; e (III) a aquisição de um Unit-Linked no montante de mAKZ 795 585, emitido pela Ocidental – Companhia Portuguesa de Seguros de Vida, S.A., no âmbito do “Plano Complementar de Pensões” de contribuição definida concedido pelo Banco a membros do seu Conselho de Administração. Em 31 de Dezembro de 2011, a rubrica “Outros adiantamentos” incluía ainda um adiantamento efectuado à ATLANTICO Europa SGPS, S.A., no âmbito do aumento de capital social desta sociedade, realizado em Dezembro de 2011 (Nota 10). 10. IMOBILIZAÇÕES Imobilizações financeiras Em 31 de Dezembro de 2012 e 2011, esta rubrica tem a seguinte composição: Em 31 de Dezembro de 2012 e 2011, a rubrica “Operações activas a regularizar” respeita, especialmente, a operações de tesouraria em trânsito, as quais foram regularizadas no início de 2013 e 2012, respectivamente. Em 31 de Dezembro de 2012 e 2011, a rubrica “Adiantamentos a fornecedores de imobilizado” refere-se, sobretudo, a adiantamentos efectuados a fornecedores por conta da aquisição de viaturas e mobiliário. Em 31 de Dezembro de 2012, a rubrica “Outros adiantamentos” inclui: (I) o adiantamento no montante de mAKZ 2 800 000, relativo à aquisição do imóvel em que funcionará a academia Em 31 de Dezembro de 2012 e 2011, o Banco detinha as participações financeiras em outras sociedades apresentadas na página seguinte: 80 RELATÓRIO DE CONTAS 2012 TOTAL Em Dezembro de 2008, o Banco Nacional de Angola aprovou a aquisição por parte do ATLANTICO de 20% do capital social do Banco Millennium Angola, sendo 15,8% a adquirir de imediato e os restantes 5% a adquirir no prazo de um ano pelo ATLANTICO ou por quem este indicasse. O Banco optou por não accionar esta opção e indicou uma outra entidade para a sua aquisição. Em 2012, o ATLANTICO manteve a sua participação inalterada no capital social do Banco Millennium Angola, tendo a sua participação decrescido para 15%, correspondente a 1 497 006 acções com o valor nominal de AKZ 401,79 cada, decorrente da entrada de um novo accionista no capital social do Banco Millennium Angola. Durante o exercício de 2011, o Banco subscreveu e adquiriu 100% do capital social da Fundação ATLANTICO, fundação sem fins lucrativos que iniciou a sua actividade no exercício de 2012. Durante o exercício de 2010, o Banco subscreveu e realizou 32% do capital social da Academia Millennium ATLANTICO. Esta empresa foi constituída e iniciou a sua actividade no exercício de 2010. Durante o exercício de 2012, o Banco subscreveu e realizou 61% do capital social da ODELL Global Investors - Sociedade Gestora de Fundos de Investimento, correspondente a 60997 acções com o valor nominal de USD 10 cada. Esta empresa foi constituída em 2012. Durante o exercício de 2012, o Banco subscreveu 19,5% do capital social da Feurvogel, S.A. Em 31 de Dezembro de 2012, o montante da participação financeira detida pelo Banco na Feurvogel, S.A. inclui mAKZ 1 232 de investimentos financeiros e mAKZ 1 750 814 de suprimentos. 81 RELATÓRIO DE CONTAS 2012 Durante o exercício de 2010, o Banco subscreveu e adquiriu 5% do capital social da Mota-Engil Angola, correspondente a 200 acções com o valor nominal de 500 AKZ cada, tendo na data realizado o montante de USD 8 603 365 (equivalente ao contravalor de mAKZ 824 426). O remanescente de USD 8 760 650 (equivalente ao contravalor de mAKZ 839 498) foi realizado durante o exercício de 2011. Em 31 de Dezembro de 2012 e 2011, o Banco detém 281 060 acções da Luanda Waterfront, correspondentes a um valor nominal de USD 281 060. Durante o exercício de 2011, o Banco adquiriu à Finicapital 2,6% do capital social da Luanda Waterfront Corporation (entidade que detêm a 100% a sociedade Baia de Luanda, S.A.), correspondente a 280 805 acções, com o valor nominal de um dólar cada. O preço ascendeu a USD 3 725 891 (equivalente ao contravalor de mAKZ 357 037), incluindo a aquisição de 2,6% dos direitos societários e dos direitos económicos do Projecto Baía de Luanda. Ainda em 2011, o Banco prestou suprimentos a esta entidade no montante de USD 1 820 000 (equivalente ao contravalor de mAKZ 174 403), que por sua vez recomprou créditos concedidos pelo Banco à sociedade Baía de Luanda no valor de USD 506 353 (equivalente ao contravalor de mAKZ 48 522). A EMIS - Empresa Interbancária de Serviços, S.A. (“EMIS”) foi constituída em Angola com a função de gestão dos meios electrónicos e de pagamentos, bem como a prestação de serviços complementares. Em 31 de Dezembro de 2012, o Banco detém uma participação de 2,8% (31 de Dezembro de 2011: 2,8%), no capital social desta empresa, correspondente a 3 557 acções com o valor nominal de AKZ 1 000 cada. Em 31 de Dezembro de 2012, o montante da participação financeira detida pelo Banco na EMIS inclui mAKZ 22 588 de investimentos financeiros e mAKZ 23 865 de prestações suplementares (mAKZ 17 341 de investimentos financeiros e mAKZ 21 500 de prestações suplementares em 31 de Dezembro de 2011). Em Dezembro de 2011, a EMIS procedeu a um aumento de capital, sem que o Banco tenha sido chamado a participar. Durante o exercício de 2010, o Banco realizou duas chamadas de capital por conta da subscrição efectuada no Fundo de Investimento Privado – Angola S.C.A., SICAV – SIF (FIPA), no montante de USD 138 600 (equivalente ao contravalor de mAKZ 13 281), tendo registado estes valores na rubrica “Outros valores”. Em Dezembro de 2011, o Banco subscreveu a terceira chamada de capital no montante de USD 109 400 (equivalente ao contravalor de mAKZ 10 483), perfazendo um total de USD 248 000 (equivalente ao contravalor de mAKZ 23 765). No exercício de 2011, o Banco reconheceu este investimento na rubrica “Participações em outras sociedades”. Em Agosto de 2012, o Banco subscreveu a quarta chamada de capital no montante de USD 451 400 (equivalente ao contravalor de mAKZ 43 256), perfazendo um total de USD 699 400 (equivalente ao contravalor de mAKZ 67 021). O Fundo foi constituído em 4 de Dezembro de 2009 por um período de 10 anos (5 de investimento e 5 de desinvestimento), estando previsto que as contribuições de capital do Banco ascendam a USD 2 000 000 (equivalente ao contravalor de mAKZ 191 652). Em Junho de 2009, o ATLANTICO participou na subscrição inicial do capital social da ATLANTICO Europa SGPS, S.A. (entidade que detém a 100% o ATLANTICO Europa S.A.), tendo subscrito e realizado acções no montante de Euros 1 800 000 (equivalente ao contravalor de mAKZ 227 475). Em Novembro e Dezembro de 2009, foram realizadas prestações suplementares nos montantes de Euros 500 000 e Euros 750 000, respectivamente, totalizando Euros 1 250 000 (equivalente ao contravalor de 82 RELATÓRIO DE CONTAS 2012 mAkz 157 969). Em 2010, foram realizadas prestações suplementares de Euros 2 750 000 (equivalente ao contravalor de mAKZ 347 531). Por deliberação da Assembleia Geral da ATLANTICO Europa SGPS, S.A de 21 de Dezembro de 2011, foi aprovado um aumento de capital no valor de Euros 32 000 000 a realizar da seguinte forma: (i) por emissão de 15 300 000 novas acções com o valor de um euro cada, a subscrever pelos accionistas, excluíndo o Banco, por entradas em numerário, na proporção da participação detida; (ii) por emissão de 1 700 000 novas acções, com o valor de um euro cada, a subscrever pelo Banco por conversão de prestações acessórias no valor de Euros 1 700 000 (equivalente ao contravalor de mAKZ 214 838); e (III) por emissão de 15 000 000 acções preferenciais sem voto, a um euro cada, a subscrever pelo Banco mediante a conversão de prestações acessórias no montante de Euros 2 300 000 (equivalente ao contravalor de mAKZ 290 663) e entradas em numerário no montante de Euros 12.700.000 (equivalente ao contravalor de mAKZ 1 604 963). Com este aumento de capital o Banco totalizou uma participação de 37% no capital social e acções preferenciais emitidas pela sociedade, sendo 27% correspondente a acções preferenciais sem direito de voto, pelo que o Banco mantém esta participação valorizada pelo respectivo custo de aquisição. As participações coligadas e equiparadas, para as quais será aplicável a valorização pelo Método de Equivalência Patrimonial, foram constituídas recentemente, pelo que o Conselho de Administração acredita que o seu custo de aquisição reflecte o seu valor de mercado. A última informação financeira disponível das participadas é a seguinte (valores em mAKZ convertidos ao câmbio de final de ano): TOTAL Em 31 de Dezembro de 2012 e 2011, os saldos com as empresas participadas encontram-se descritos na Nota 29. 83 RELATÓRIO DE CONTAS 2012 Imobilizações incorpóreas, corpóreas e em curso O movimento nas rubricas de imobilizações incorpóreas, corpóreas e em curso durante os exercícios de 2012 e 2011 foi o seguinte: 2012 SALDOS EM 31.12.2011 AUMENTOS TRANSF. /RECLAS ALIENAÇÃO /ABATES AMORT. DO EXERCÍCIO REGULAR SALDOS EM 31.12.2012 964 146 - 1 029 587 - - - 1 993 733 AMORTIZAÇÕES ACUMULADAS (4 849) - - - (25 953) - (30 802) VALOR LÍQUIDO 959 297 - 1 029 587 - (25 953) - 1 962 931 IMOBILIZAÇÕES CORPÓREAS IMÓVEIS VALOR BRUTO MÓVEIS, UTENSÍLIOS, INSTALAÇÕES E EQUIPAMENTOS VALOR BRUTO 2 243 382 931 294 30 597 (11 658) - - 3 175 615 AMORTIZAÇÕES ACUMULADAS (526 309) - - 7 784 (487 724) - (1 006 249) VALOR LÍQUIDO 1 717 073 913 294 30 597 (3 874) (487 724) - 2 169 366 - - (1 666 508) 9 495 503 - - IMOBILIZAÇÕES EM CURSO 5 448 301 6 773 894 (1 060 184) AMORTIZAÇÕES ACUMULADAS - - - VALOR LÍQUIDO 5 448 301 6 773 894 (1 060 184) - - (1 666 508) 9 495 503 8 124 671 7 687 188 - (3 874) (513 677) (1 666 508) 13 627 800 161 707 - - - - - 161 707 - (2 029) - (161 760) VALOR BRUTO IMOBILIZAÇÕES INCORPÓREAS GASTOS DE ORGANIZAÇÃO E EXPANSÃO VALOR BRUTO AMORTIZAÇÕES ACUMULADAS (159 678) - - VALOR LÍQUIDO 2 029 - - - (2 029) - - 2 353 767 106 789 - (67 000) - 23 160 2 416 716 - BENFEITORIAS EM IMÓVEIS DE TERCEIROS VALOR BRUTO AMORTIZAÇÕES ACUMULADAS (357 108) - - 31 928 (219 843) - (545 023) VALOR LÍQUIDO 1 996 659 106 789 - (35 072) (219 843) 23 160 1 871 693 TRESPASSES 285 129 - - - - - 285 129 AMORTIZAÇÕES ACUMULADAS (285 129) - - - - - (285 129) VALOR LÍQUIDO - - - - - - - VALOR BRUTO 279 983 262 760 - - - - 542 743 AMORTIZAÇÕES ACUMULADAS (217 (217941) 941 - - - (43 463) - (261 404) VALOR LÍQUIDO 62 042 262 760 - - (43 463) - 281 339 27 712 - - - - (26 942) 770 (770) - - - - - (770) VALOR BRUTO SISTEMAS DE TRATAMENTO AUTOMÁTICO DE DADOS “SOFTWARE” OUTRAS IMOBILIZAÇÕES INCORPÓREAS VALOR BRUTO AMORTIZAÇÕES ACUMULADAS VALOR LÍQUIDO 26 942 - - - - (26 942) - 2 087 672 369 549 - (35 072) (265 335) (3 782) 2 153 032 10 212 343 8 056 737 - (38 946) (779 012) (1 670 290) 15 780 832 84 RELATÓRIO DE CONTAS 2012 (619 808) - - 27 712 - Em 31 de Dezembro de 2012, a rubrica “Imobilizações corpóreas – Imobilizações em curso” inclui o montante de mAKZ 8 028 000 (31 de Dezembro de 2011: mAKZ 4 918 000), relativo ao investimento realizado nos novos edifícios “Cidade financeira”. 85 RELATÓRIO DE CONTAS 2012 11. DEPÓSITOS Em 31 de Dezembro de 2012 e 2011, esta rubrica tem a seguinte composição: 86 RELATÓRIO DE CONTAS 2012 A rubrica “Outros depósitos” corresponde, essencialmente, a depósitos a prazo subscritos pelos clientes do Banco em 2012. Estes depósitos têm um prazo de reembolso de dois anos, sendo os juros registados pelo método linear da taxa de juro. Os depósitos que se mantêm em vigor em 31 de Dezembro de 2012 apresentam um prazo residual inferior a um ano. Em 31 de Dezembro de 2012 e 2011, os depósitos a prazo de clientes e os outros depósitos, excluindo os respectivos juros a pagar, apresentam a seguinte estrutura por moeda e taxa de juro média: Em 31 de Dezembro de 2012 e 2011, a generalidade dos depósitos à ordem de clientes não são remunerados. Em 31 de Dezembro de 2012 e 2011, a totalidade dos depósitos de clientes, excluindo os respectivos juros a pagar, apresentam a seguinte estrutura por moeda: Em 31 de Dezembro de 2012 e 2011, os depósitos a prazo de clientes e os outros depósitos, excluindo os juros a pagar, apresentavam a seguinte estrutura, de acordo com os prazos residuais de vencimento: Em 31 de Dezembro de 2012 e 2011, os depósitos a prazo de clientes apresentavam taxas fixas: ATÉ TRÊS MESES DE TRÊS MESES A UM ANO 2012 2011 81 418 931 72 897 813 39 370 144 26 956 124 120 789 075 99 853 937 87 RELATÓRIO DE CONTAS 2012 12. CAPTAÇÕES PARA LIQUIDEZ Em 31 de Dezembro de 2012 e 2011, esta rubrica tem a composição apresentada a seguir: 2012 2011 CAPTAÇÕES EM INSTITUIÇÕES DE CRÉDITO NO PAÍS OPERAÇÕES NO MERCADO MONETÁRIO INTERFINANCEIRO BANCO ANGOLANO DE INVESTIMENTO 20 540 860 - BANCO INTERNACIONAL DE CRÉDITO 2 395 659 - BANCO DE DESENVOLVIMENTO DE ANGOLA 2 219 056 - BANCO SOL 1 437 390 - 479 130 - 27 072 086 - 17 212 828 8 704 528 354 342 157 685 BANCO COMERCIAL DE ANGOLA CAPTAÇÕES EM INSTITUIÇÕES DE CRÉDITO NO ESTRANGEIRO OPERAÇÕES NO MERCADO MONETÁRIO INTERFINANCEIRO MILLENIUM BCP BYBLOS BANK EUROPE BANCO ATLÂNTICO EUROPA CAIXA GERAL DE DEPÓSITOS1 JUROS A PAGAR 324 137 - 12 2 864 35 724 17 904 171 8 897 937 94 329 198 259 45 174 5168 8 992 266 Em 31 de Dezembro de 2012 e 2011, as operações no mercado monetário interfinanceiro, excluindo os respectivos juros a pagar, apresentam a seguinte estrutura por moeda e taxa de juro média: 2012 DÓLARES DOS ESTADOS UNIDOS EUROS RANDES SUL AFRICANOS KWANZAS 2011 TAXA DE JURO 3,76% MONTANTE EM DIVISA 340 123 627 MONTANTE em mAKZ 32 592 687 TAXA DE JURO 0,88% 1 301 792 164 514 - - - 5,59% - 12 219 056 44 976 257 13. OBRIGAÇÕES NO SISTEMA DE PAGAMENTOS Em 31 de Dezembro de 2012 e 2011, esta rubrica tem a seguinte composição: 14. OUTRAS CAPTAÇÕES Em 31 de Dezembro de 2012 e 2011 o saldo desta rubrica corresponde a 50 000 3,50% MONTANTE EM DIVISA 89 143 361 MONTANTE em mAKZ 8 493 758 3,83% 2 818 664 347 620 - 4 812 662 56 559 - - 8 897 937 obrigações subordinadas, com um valor nominal correspondente a USD 1 000 cada, emitidas no final de 2011 e integralmente subscritas pela Sociedade Nacional de Combustíveis de Angola, E.P. As obrigações de caixa são emitidas por um prazo de 6 anos, ocorrendo o seu reembolso a partir do quinto ano, em prestações semestrais constantes de capital, equivalente a 25% das obrigações subscritas. Os juros associados a esta emissão são calculados diariamente e pagos numa base semestral, correspondendo à aplicação da taxa de referência LIBOR a 6 meses acrescida de um spread de 1,25% nos primeiros 5 semestres após a data de emissão, de um spread de 1,50% nos três semestres subsequentes, de um spread de 2,50% no 10º semestre e de um spread de 3,00% nos dois últimos semestres. 88 RELATÓRIO DE CONTAS 2012 15. OUTRAS OBRIGAÇÕES Em 31 de Dezembro de 2012 e 2011, esta rubrica tem a seguinte composição: 2012 2011 PASSIVOS POR IMPOSTOS CORRENTES IMPOSTO INDUSTRIAL OUTRAS OBRIGAÇÕES DE NATUREZA SOCIAL OU ESTATUÁRIA: DIVIDENDOS A PAGAR 1 289 4181 289 418 - 2 395 659 - 123 900 - 62 633 13 605 69 988 11 830 OUTRAS OBRIGAÇÕES DE NATUREZA FISCAL: IMPOSTO COBRADO SOBRE OPERAÇÕES BANCÁRIAS IMPOSTO DE SELO IMPOSTO SOBRE O RENDIMENTO DE TRABALHO DEPENDENTE -1 OUTROS IMPOSTOS SOBRE REMUNERAÇÕES OUTROS IMPOSTOS 3 610 114 030 - 828 261 760 965 604 821 525 736 27 359 11 584 OUTRAS OBRIGAÇÕES DE NATUREZA CÍVEL: CREDORES PELA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS OUTRAS OBRIGAÇÕES DE NATUREZA ADMINISTRATIVA: SALÁRIOS E OUTRAS REMUNERAÇÕES A PAGAR: EMPREGADOS CONTRIBUIÇÃO PARA A SEGURANÇA SOCIAL: PATRONAL OUTROS CUSTOS ADMINISTRATIVOS: SOBRAS DE CAIXA OUTROS A 31 de Dezembro de 2012 a rubrica “Outras Obrigações de Natureza Fiscal - Imposto industrial” regista a estimativa do imposto industrial a liquidar (Nota 27). Em 31 de Dezembro de 2012, a rubrica “Outras Obrigações de Natureza Cível - Credores pela prestação de serviços” inclui, essencialmente montantes a pagar a prestadores de serviços de telecomunicações, segurança, transporte de valores e limpeza. Em 31 de Dezembro de 2011, a rubrica “Outras Obrigações de Natureza Cível - Credores pela prestação de serviços” inclui, essencialmente: (I) custos a liquidar ao Banco Privado Atlântico Europa, S.A. por serviços prestados por esta entidade no montante de, aproximadamente, mAKZ 308 205; (II) um montante de mAKZ 209 071 respeitante a um cativo 3 920 4 984 13 870 65 626 1 848 782 1 407 940 de depósitos no âmbito de créditos imobiliários concedidos pelo Banco e (III) custos a pagar por serviços de telecomunicação, segurança, transporte de valores, limpeza, viagens e quotas de fiscalização do BNA, de cerca de, mAKZ 240 000. 16. PROVISÕES PARA RESPONSABILIDADES PROVÁVEIS Em 31 de Dezembro de 2012 e 2011, esta rubrica tem a seguinte composição: OUTRAS PROVISÕES 27 230 89 RELATÓRIO DE CONTAS 2012 As provisões para garantias prestadas e créditos documentários foram constituídas de acordo com o disposto no Aviso 3/12, de 28 de Março, do BNA, conforme referido na política contabilística 2.2 c). O movimento nas provisões para responsabilidades prováveis nos exercícios findos em 31 de Dezembro de 2012 e 2011 foi o seguinte: SALDOS EM 31.12.2010 Em 31 de Dezembro de 2012 e 2011, o saldo da rubrica “Provisão para complementos de reforma” destina-se a cobrir as responsabilidades do Banco decorrentes do “Plano Complementar de Pensões” concedido a membros do Conselho de Administração, bem como as responsabilidades resultantes da contribuição de 8% do salário pensionável mensal de cada colaborador efectuada pelo ATLANTICO a título de complemento de reforma, as quais incluem as responsabilidades associadas à “Compensação por reforma”, na sequência do disposto na Lei 2/2000 e nos Artigos 218o e 262o da Lei Geral do Trabalho. Nos termos da legislação em vigor, as responsabilidades de “Compensação por reforma” são determinadas multiplicando 25% do salário-base mensal praticado na data em que o trabalhador atinge a idade legal de reforma pelo número de anos de antiguidade na mesma data. SALDOS EM 31.12.2011 17. FUNDOS PRÓPRIOS Capital social O Banco foi constituído com um capital de mAKZ 801 728 (equivalente ao contravalor de USD 10 000 000 à taxa de câmbio em vigor em 6 e 21 de Novembro de 2006), representado por um milhão de acções nominativas de USD 10 cada, tendo sido integralmente subscrito e realizado em dinheiro. Em Junho de 2009, foi efectuado um aumento de capital no valor de mAKZ 6 510 772 (equivalente ao contravalor de USD 55 000 000), representado por 5 500 000 novas acções com o valor nominal de 10 USD cada, tendo sido integralmente subscrito e realizado através da incorporação de resultados 90 RELATÓRIO DE CONTAS 2012 transitados (mAKZ 268 346), conversão de um empréstimo subordinado (mAKZ 300 886), entradas em numerário (mAKZ 3 504 040) e mediante a emissão de acções preferenciais sem direito de voto, não remíveis de mAKZ 2 437 500 (equivalente ao contravalor de USD 32 500 000). As acções preferenciais foram emitidas por USD 25,14 cada, as quais englobavam um prémio de emissão de USD 15,14 por acção. Em Junho de 2011 foi efectuado um aumento de capital no montante de mAKZ 4 949 243 (equivalente ao contravalor de USD 52 500 000), representado por 5 250 000 novas acções com o valor nominal de USD 10 cada, tendo sido integralmente subscrito e realizado através da incorporação de resultados transitados (mAKZ 3 764 524) e entradas em numerário (mAKZ 1 183 719). Em Novembro de 2011, ocorreu um novo aumento de capital no montante de mAKZ 4 763 650 (equivalente ao contravalor de USD 50 000 000), representado por 5 000 000 novas acções com o valor nominal de USD 10 cada, tendo sido integralmente subscrito e realizado através de entradas em numerário. No âmbito deste novo aumento de capital, foram efectuadas entregas adicionais em numerário no montante de mAKZ 2 029 207, de forma a manter o contravalor em kwanzas da totalidade das dotações em dólares americanos para o capital social, com base na taxa de câmbio de 13 de Dezembro de 2011. Co m o re s u l t a d o d a s o p e ra çõ e s descritas acima, em 31 de Dezembro de 2012, o capital social do Banco ascende a mAKZ 19 054 600, com a seguinte composição: Em 31 de Dezembro de 2012, a estrutura accionista do Banco é a seguinte: Acções preferenciais As acções são preferenciais quanto ao pagamento de dividendos e na partilha em caso de liquidação; As principais características das acções preferenciais são: • Dividendo - igual ao dividendo distribuído às acções ordinárias, com um mínimo garantido de 5% do seu valor nominal (valor mínimo imposto nos termos da Lei das Sociedades Comerciais). O dividendo será pago com preferência relativamente aos restantes accionistas titulares de acções ordinárias; 91 RELATÓRIO DE CONTAS 2012 • Direitos de voto - as acções não têm direito de voto, excepto quando imposto pela Lei das Sociedades Comerciais. Esta situação poderá ocorrer quando o dividendo mínimo garantido não tenha sido pago em dois exercícios sociais consecutivos. Neste caso, as acções adquirem, a partir desse momento, o direito de voto nos mesmos termos das acções ordinárias. Este direito de voto cessará no início do exercício seguinte àquele em que tenham sido integralmente liquidados os dividendos mínimos garantidos em dívida; • Remissão - as acções não podem ser remidas a requerimento do accionista. O emitente, porém, terá o direito de remir as acções preferenciais nos termos da Lei das Sociedades Comerciais; • Direito de reembolso prioritário - no caso de liquidação do Banco, os titulares de acções preferenciais têm prioridade de reembolso, até ao respectivo valor nominal, relativamente aos accionistas titulares de acções ordinárias. Dando cumprimento ao disposto no no 3, do artigo 446o da Lei no 1/2004, de 13 de Fevereiro, que enquadra a Lei das Sociedades Comerciais, apresentamos as partes de capital detidas pelos membros dos órgãos sociais de administração e de fiscalização: Reservas e fundos e Resultados transitados Em 31 de Dezembro de 2012 e 31 de Dezembro de 2011 estas rubricas apresentação a seguinte composição: Nos termos da legislação vigente, o Banco deve constituir um fundo de reserva legal até à concorrência do seu capital. Para tal, é anualmente transferido para esta reserva um mínimo de 20% do resultado líquido do exercício anterior. Esta reserva só pode ser utilizada para a cobertura de prejuízos acumulados, quando esgotadas as demais reservas constituídas. pagos com preferência ao detentor das acções preferenciais, e em igual valor ao dividendo unitário atribuído aos titulares de acções ordinárias (dividendo por acção). O remanescente foi aplicado nas rubricas “Reservas e fundos” (mAKZ 947 782) para o referido reforço da “Reserva legal” e “Resultados transitados” (mAKZ 2 369 455). Resultado e dividendo por acção Por deliberação unânime da Assembleia Geral de 30 de Abril de 2012, foi decidido distribuir aos accionistas dividendos no valor correspondente a 30% do resultado líquido de 2011 (mAKZ 1 421 663), Nos exercícios de 2012 e 2011 o resultado por acção e o dividendo atribuído em cada exercício, relativo ao lucro do ano anterior, foram os seguintes: 92 RELATÓRIO DE CONTAS 2012 18. MARGEM FINANCEIRA Nos exercícios findos em 31 de Dezembro de 2012 e 2011, estas rubricas apresentam a seguinte composição: 1 787 819 EMPRESAS E ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 93 Os proveitos dos títulos da dívida pública, obtidos em Obrigações do Tesouro e em Bilhetes do Tesouro emitidos pelo Estado angolano e enquadrados nos Decretos Regulamentares números 51/03 e 52/03, de 8 de Julho, gozam da isenção de todos os impostos. A mesma regra é complementada pelo disposto na alínea c) do número 1 do art. 23o do Código do Imposto Industrial, onde se estipula que não se consideram como proveitos os rendimentos de quaisquer títulos da dívida pública, para efeitos de apuramento da contribuição industrial a pagar (Nota 27). 94 RELATÓRIO DE CONTAS 2012 19. RESULTADO DE OPERAÇÕES CAMBIAIS Nos exercícios findos em 31 de Dezembro de 2012 e 2011, estas rubricas apresentam a seguinte composição: Em 31 de Dezembro de 2012 e 2011, a rubrica “Proveitos por prestações de serviços financeiros - Estruturação de operações e assessoria financeira” respeita às comissões obtidas através das actividades de Banca de Investimento. 21. CUSTOS COM PESSOAL 84 014 (219 312) 4 257 800 3 056 013 Os resultados em operações cambiais registam a reavaliação da posição cambial do Banco, bem como o resultado das operações cambiais realizadas. Nos exercícios findos em 31 de Dezembro de 2012 e 2011, esta rubrica apresenta a seguinte composição: 2012 SALÁRIOS E VENCIMENTOS REMUNERAÇÕES 370 0712 SUBSÍDIO DE NATAL 154 197 ENCARGOS SOCIAIS OBRIG ATÓRIOS 56 786 105 040 139 2599 911 617 3 278 0742 647 546 105 866 76 910 COM PESSOAL ENCARGOS COM FORMAÇÃO 338 3360031 003 162 1622721 272 3 882 215 174 74 323 07 892 107 3 006 671 20122 2011 011 22 1135 8 585 22 1135 8 585 Em 31 de Dezembro de 2012 a rubrica “Remunerações” inclui 1 009 431 mAKZ (31 de Dezembro de 2011: 1 031 179 mAKZ) relativos à estimativa de remunerações variáveis dos colaboradores e órgãos de gestão a liquidar no exercício seguinte, em resultado do seu desempenho no exercício. Em 31 de Dezembro de 2012 e 2011, o banco totaliza 518 e 419 trabalhadores, respectivamente. CUSTOS DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS FINANCEIROS COMSSÕES PAGAS: PROVEITOS POR PRESTAÇÕES DE SERVIÇOS FINANCEIROS COMISSÕES RECEBIDAS: ESTRUTURAÇÃO DE OPERAÇÕES E ASSESSORIA FINANCEIRA 827 837 331 299 OPERAÇÕES CAMBIAIS 640 566 677 801 TRANSFERÊNCIAS EMITIDAS/RECEBIDAS 587 3102 258 58 419 ABERTURA DE LINHAS DE CRÉDITO 439 2693 20 180 ABERTURA DE CRÉDITOS DOCUMENTÁRIOS 235 883 174 619 LEVANTAMENTOS 220 7781 117 17 981 PRESTAÇÃO DE GARANTIAS 152 105 71 484 OUTRAS COMISSÕES 229 101 94 255 3 332 849 RESULTADO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS FINANCEIROS 194 103 OUTROS CUSTOS Nos exercícios findos em 31 de Dezembro de 2012 e 2011, estas rubricas apresentam a seguinte composição: OUTROS SERVIÇOS 2 614 5472 REMUNERAÇÕES ADICIONAIS SUBSÍDIO DE FÉRIAS 20. RESULTADO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS FINANCEIROS 2011 2 046 038 Em 31 de Dezembro de 2012 os colaboradores dividiam-se nas seguintes categorias profissionais: 2012 EXECUTIVO DE TOPO DIRECTOR COORDENADOR TÉCNICO ADMINISTRATIVO5 3 310 7361 987 453 9 39 88 324 8 518 95 RELATÓRIO DE CONTAS 2012 22. FORNECIMENTO DE TERCEIROS Nos exercícios findos em 31 de Dezembro de 2012 e 2011, estas rubricas apresentam a seguinte composição: 24. OUTROS ADMINISTRATIVOS E DE COMERCIALIZAÇÃO Nos exercícios findos em 31 de Dezembro de 2012 e 2011, esta rubrica apresenta a seguinte composição: DESLOCAÇÕES RENDAS 289 511 25. OUTROS PROVEITOS E CUSTOS OPERACIONAIS 95 390 96 141 Nos exercícios findos em 31 de Dezembro de 2012 e 2011, estas rubricas apresentam a seguinte composição: Em 31 de Dezembro de 2012 e 2011, a rubrica “Serviços especializados” inclui essencialmente: I. serviços de consultoria de gestão e processos, II. serviços de auditoria externa, III. serviços de consultoria informática IV. serviços de procurement. 23. IMPOSTOS E TAXAS NÃO INCIDENTES SOBRE O RESULTADO Nos exercícios findos e ubrica apresenta a seguinte composição: OUTROS PROVEITOS: OUTROS 26. RESULTADO NÃO OPERACIONAL N o s exe rc í c i o s f i n d o s e m 3 1 d e Dezembro de 2012 e 2011, estas rubricas apresentam a seguinte composição: 2012 2011 (381 893) (138 349) CUSTOS OU PERDAS NÃO OPERACIONAIS PERDAS RELATIVAS A EXERCÍCIOS ANTERIORES ALTERAÇÃO DE TAXAS DE AMORTIZAÇÕES DE IMOBILIZAÇÕES OUTRAS PERDAS EM IMOBILIZAÇÕES - (8 320) (34 193) - 552 271 427 566 - 4 265 136 185 285 162 PROVEITOS OU GANHOS NÃO OPERACIONAIS GANHOS RELATIVOS A EXERCÍCIOS ANTERIORES OUTROS GANHOS EM IMOBILIZAÇÕES RESULTADO NÃO OPERACIONAL 96 RELATÓRIO DE CONTAS 2012 Em 31 de Dezembro de 2012, o saldo da rubrica “Perdas relativas a exercícios anteriores” inclui um m o n t a n t e de mAKZ 87 167 pelo registo de acréscimos de custos incorridos pelo Banco. No exercício de 2011, a mesma rubrica inclui custos assumidos com o desfecho de um litígio mantido com o cliente AAA Seguros S.A no montante de mAKZ 65 313. E m 3 1 d e D eze m b ro d e 2 0 1 2 , o saldo da rubrica “Ganhos relativos a exercícios anteriores” inclui o recebimento de juros de crédito e j u r o s d e m o r a d e e xe r c í c i o s anteriores de mAKZ 352 133 (31 de Dezembro de 2011: mAKZ 184.792), e um montante de mAKZ 133 037, pela reversão de acréscimos de custos que não foram incorridos pelo Banco. 27. IMPOSTOS O Banco encontra-se sujeito a tributação em sede de Imposto Industrial, sendo contribuinte do Grupo A. Em 31 de Dezembro de 2012, a tributação dos seus rendimentos é efectuada nos termos dos n.o 1 e 2 do art. 72o, da Lei n.o 18/92, de 3 de Julho, com as alterações introduzidas pela Lei n.o 5/99, de 6 de Agosto, a uma taxa de 35%, (notas 2.2 I). Em 31 de Dezembro de 2012 e 2011, o custo com impostos sobre lucros reconhecidos em resultados, bem como a carga fiscal, medida pela relação entre a dotação para impostos e o lucro do exercício antes daquela dotação, podem ser resumidos da seguinte forma: A reconciliação entre a taxa nominal de imposto e a carga fiscal verificada nos exercícios de 2012 e 2011, bem como a reconciliação entre o custo / proveito de imposto e o produto do lucro contabilístico pela taxa nominal de imposto, pode ser analisada como se segue: 2012 TAXA DE IMPOSTO RESULTADOS ANTES DE IMPOSTOS 2011 TAXA DE IMPOSTO VALOR VALOR - 7 469 225 - 3,50% 4 162 135 35,0% 2 614 229 35,0% 3,83% 1 456 747 AMORTIZAÇÕES EXCESSIVAS 0,5% 35 789 - - OUTROS IMPOSTOS E TAXAS - - 0,9% 39 095 -9,8% (733 534) -31,1% (1 293 194) IMPOSTO APURADO COM BASE NA TAXA NOMINAL DE IMPOSTO BENEFÍCIOS FISCAIS EM RENDIMENTOS DE TÍTULOS DE DÍVIDA PÚBLICA PREJUÍZOS FISCAIS REPORTÁVEIS - - -16,2% (672 893) UTILIZAÇÃO DO PREJUÍZO FISCAL REPORTÁVEL DE 2010 - - -4,9% (202 649) EFEITO DA ALTERAÇÃO DA TAXA NOS IMPOSTOS DIFERIDOS OUTROS - - 2,3% 96 129 -0,7% (50 301) - - 25,0% 1 866 183 -13,9% (576 765) 97 RELATÓRIO DE CONTAS 2012 Os proveitos dos títulos da dívida pública resultantes de Obrigações do Tesouro e de Bilhetes do Tesouro emitidos pelo Estado angolano, ao abrigo da Lei Quadro da Dívida Pública Directa (Lei n.o 16/02, de 5 de Dezembro), regulamentada pelos Decretos Regulamentares n.o 51/03 e 52/03, de 8 de Julho, gozam de isenção de todos os impostos.. Tais disposições são complementadas pelo disposto na alínea c) do n.o 1 do artigo 23o do Código do Imposto Industrial, onde se estipula que, para efeitos do apuramento do Imposto Industrial, não se consideram proveitos os rendimentos que provierem de quaisquer títulos da dívida pública angolana. Na determinação do lucro tributável para os exercícios findos em 31 de Dezembro de 2012 e 2011, tais proveitos foram deduzidos ao lucro tributável. No exercício findo em 31 de Dezembro de 2010, o Banco apurou um prejuízo fiscal de mAKZ 2 501 549. Em 2010 não foram registados impostos diferidos activos associados a estes prejuízos fiscais, no montante de mAKZ 875 542, porque o Conselho de Administração entendeu que, com base na informação disponível à data e face à incerteza quanto à evolução futura do resultado fiscal do Banco, não estava demonstrada a probabilidade de existência de lucros tributáveis futuros que possibilitassem a sua dedução nos prazos e condições previstos no Código do Imposto Industrial. No exercício de 2011, o Banco utilizou mAKZ 578 997 dos prejuízos fiscais reportáveis de 2010. Em 31 de Dezembro de 2011, face à evolução da actividade do Banco e tendo em conta o orçamento para 2012 aprovado pelo Conselho de Administração, foram registados os impostos diferidos activos relacionados com os prejuízos fiscais reportáveis de 2010 ainda não utilizados, por se considerar estarem reunidas as condições para o seu registo, nomeadamente no que se refere à evolução do lucro tributável futuro do Banco que permita a sua dedução. O apuramento do valor de impostos diferidos activos com referência a 31 de Dezembro de 2011, considerando que naquele momento seria expectável, ao abrigo da nova reforma tributária de 2012, a taxa de Imposto Industrial viria a ser reduzida de 35% para 30% (Nota 2.2 j), pode ser resumido da seguinte forma: BASE PREJUÍZO FISCAL DO EXERCÍCIO DE 2010 2 501 549 IMPOSTO 875 5422 (578 997) (202 649) 1 922 552 672 893 IMPACTO DA ALTERAÇÃO DA TAXA NOMINAL DE IMPOSTO - (96 128) IMPOSTO DIFERIDO ACTIVO EM 31 DE DEZEMBRO DE 2011 (NOTA 9) - 576 765 (1 922 552) (576 765) - - UTILIZAÇÃO DE PREJUÍZO FISCAL EM 2011 PREJUÍZO FISCAL POR UTILIZAR EM 31 DE DEZEMBRO DE 2011 UTILIZAÇÃO DE PREJUÍZO FISCAL EM 2012 PREJUÍZO FISCAL POR UTILIZAR EM 31 DE DEZEMBRO DE 2012 ANO DE CADUCIDADE 2013 013 2013 98 RELATÓRIO DE CONTAS 2012 No exercício de 2012, o Banco utilizou os restantes mAKZ 1 922 552 dos prejuízos fiscais reportáveis de 2010. As autoridades fiscais têm a faculdade de rever a situação fiscal do Banco durante um período de cinco anos. Devido a diferentes interpretações da legislação fiscal, desta faculdade, podem resultar correcções ao lucro tributável dos exercícios de 2008 a 2012. O Conselho de Administração do Banco entende que eventuais liquidações adicionais que possam resultar destas rev i s õ e s n ã o te rã o u m i m p a c to significativos nas demonstrações financeiras anexas. 28. RUBRICAS EXTRAPATRIMONIAIS Em 31 de Dezembro de 2012 e 2011, estas rubricas têm a seguinte composição: representam valores que podem ser exigíveis no futuro. Os créditos documentários abertos são compromissos irrevogáveis assumidos pelo Banco por conta dos seus clientes de pagar/mandar pagar determinado montante a um fornecedor, dentro do prazo estipulado, contra a apresentação de documentos referentes à expedição da mercadoria ou prestação do serviço. A irrevogabilidade radica a impossibilidade do seu cancelamento ou alteração sem o acordo expresso de todas as partes envolvidas. Não obstante as particularidades destes passivos contingentes e compromissos, a apreciação destas operações obedece a o s m e s m o s p r i n c í p i o s b á s i co s de qualquer operação comercial, nomeadamente o da solvabilidade quer do cliente quer do negócio, sendo que o Banco requer que estas operações sejam devidamente colateralizadas quando necessário. Uma vez que é expectável que a maioria dos mesmos expire sem ter sido utilizado, os montantes indicados não representam necessariamente necessidades de caixa futuras. E m 3 1 d e D eze m b ro d e 2 01 2 a s provisões constituídas sobre responsabilidades por garantias prestadas e créditos documentários abertos ascendem a mAKZ 699 280 (31 de Dezembro de 2011: mAKZ 295 155) (Nota 16). As garantias e avales prestados são operações bancárias que não se traduzem em mobilização de fundos por parte do Banco, dizendo respeito a garantias prestadas para suporte de operações de importação e para execução de contratos por clientes do Banco. As garantias prestadas Os compromissos assumidos perante te rce i ro s re p re s e n t a m a co rd o s contratuais para a concessão de crédito com os clientes do Banco (por exemplo linhas de crédito não utilizadas) os quais, de forma geral, são contratados por prazos fixos e requerem o pagamento de uma comissão. Estes compromissos representam valores que podem ser exigíveis no futuro. 99 RELATÓRIO DE CONTAS 2012 29. ACCIONISTAS, PARTICIPADAS E OUTRAS ENTIDADES RELACIONADAS Em 31 de Dezembro de 2012 e 2011, os principais saldos e transacções mantidos com accionistas, participadas e outras entidades relacionadas, são os seguintes: 2011 ACCIONISTAS PARTICIPADAS OUTRAS ENTIDADES RELACIONADAS TOTAL ACTIVO CRÉDITO OUTROS VALORES IMOBILIZAÇÕES FINANCEIRAS TOTAL DO ACTIVO 1 431 040 - 48 566 287 49 997 327 16 984 13 390 367 696 398 070 - 7 224 960 - 7 224 969 1 448 024 7 238 350 48 933 983 57 620 357 PASSIVO 1 565 723 1 367 1066 3 959 995 6 892 824 TOTAL DO PASSIVO 1 565 723 1 367 106 3 959 995 6 892 824 TOTAL DO PASSIVO (117 699) 5 871 244 44 973 988 50 727 533 DEPÓSITOS 100 RELATÓRIO DE CONTAS 2012 EM 31 DE DEZEMBRO DE 2012 OS ACCIONISTAS SÃO: Global Pactum, Gestão de Activos, S.A. Carlos José da Silva Banco Millennium Angola Sonangol, EP EM 31 DE DEZEMBRO DE 2012 AS ENTIDADES PARTICIPADAS SÃO AS SEGUINTES: Banco Millennium Angola Mota Engil Angola Luanda Waterfront Corporation (LWF) EMIS - Empresa Interbancária de Serviços, S.A. Fundação ATLANTICO Fundo de Investimento – FIPA Academia Millennium ATLANTICO ODELL Global Investors – SGFI ATLANTICO Europa SGPS, S.A. Feurvogel, S.A. EM 31 DE DEZEMBRO DE 2012 AS OUTRAS ENTIDADES RELACIONADAS SÃO AS SEGUINTES: Sonangol Shipping Angola Luanda, LDA. Sonangol Holdings Finicapital - Investimentos e Gestão, S.A. Baía de Luanda - S.A.R.L. Solconsult, LDA. Talatona Imobiliária, LDA. Mufulama - Sociedade de Comercial, LDA. Solgest - Consultoria e Gestão, LDA. Spina - Gestão e Serviços, LDA. Cociga - Construção Civil e Obras Públicas Vista Club - Empreendimentos Urbanos, S.A 30. BALANÇO POR MOEDA Em 31 de Dezembro de 2012 e 2011, o balanço por moeda do Banco apresentava a seguinte estrutura: 2012 MOEDA NACIONAL MOEDA ESTRANGEIRA TOTAL DISPONIBILIDADES 26 577 866 23 136 022 49 713 888 APLICAÇÕES DE LÍQUIDEZ 26 003 126 15 360 921 41 364 047 TÍTULOS E VALORES MOBILIÁRIOS 22 439 800 2 902 727 25 342 527 49 374 - 49 374 CRÉDITOS NO SISTEMA DE PAGAMENTOS OPERAÇÕES CAMBIAIS - 1 897 361 1 897 361 57 132 163 82 905 050 140 037 213 4 901 128 5 083 678 9 984 806 IMOBILIZAÇÕES FINANCEIRAS 2 750 785 6 488 345 9 239 130 IMOBILIZAÇÕES CORPÓREAS 13 347 092 280 708 13 627 800 2 153 032 - 2 153 032 CRÉDITOS OUTROS VALORES IMOBILIZAÇÕES INCORPÓREAS TOTAL DO ACTIVO 155 354 366 138 054 812 293 409 178 DEPÓSITOS 85 299 966 119 452 801 204 752 767 CAPTAÇÕES PARA LIQUIDEZ 12 220 928 32 953 588 45 174 516 328 597 - 328 597 OBRIGAÇÕES NO SISTEMA DE PAGAMENTOS OPERAÇÕES CAMBIAIS OUTRAS CAPTAÇÕES OUTRAS OBRIGAÇÕES PROVISÕES PARA RESPONSABILIDADES PROVÁVEIS 1 009 001 892 739 1 901 740 - 4 886 180 4 886 180 2 740 836 397 364 3 138 200 162 374 988 806 1 131 180 TOTAL DO PASSIVO 101 761 702 159 551 478 261 313 180 ACTIVO LÍQUIDO 53 592 664 (21 496 666) 32 095 998 SITUAÇÃO LÍQUIDA LIQUIDADA 32 095 998 101 RELATÓRIO DE CONTAS 2012 2011 MOEDA NACIONAL DISPONIBILIDADES APLICAÇÕES DE LÍQUIDEZ TÍTULOS E VALORES MOBILIÁRIOS CRÉDITOS NO SISTEMA DE PAGAMENTOS MOEDA ESTRANGEIRA TOTAL 25 573 646 18 147 393 - 8 367 093 8 367 093 25 270 787 4 669 315 29 940 102 43 721 039 53 608 - 53 608 - 2 780 452 2 780 452 CRÉDITOS 40 707 301 71 634 514 112 341 815 OUTROS VALORES 2 609 500 5 324 148 7 933 648 IMOBILIZAÇÕES FINANCEIRAS 4 957 478 2 281 568 7 239 046 IMOBILIZAÇÕES CORPÓREAS 4 583 122 3 541 549 8 124 671 IMOBILIZAÇÕES INCORPÓREAS 2 087 672 IMPOSTOS DIFERIDOS ACTIVOS 576 765 OPERAÇÕES CAMBIAIS TOTAL DO ACTIVO DEPÓSITOS CAPTAÇÕES PARA LIQUIDEZ OBRIGAÇÕES NO SISTEMA DE PAGAMENTOS OPERAÇÕES CAMBIAIS OUTRAS CAPTAÇÕES OUTRAS OBRIGAÇÕES PROVISÕES PARA RESPONSABILIDADES PROVÁVEIS -2 2 087 672 - 576 765 106 419 879 116 746 032 223 165 911 67 992 879 108 498 864 176 491 743 - 8 992 266 8 992 266 294 098 - 294 098 191 039 2 585 391 2 776 430 - 4 764 100 4 764 100 487 039 920 901 1 407 940 497 257 27 458 524 715 TOTAL DO PASSIVO 69 462 312 125 788 980 195 251 292 ACTIVO LÍQUIDO 36 957 567 (9 042 948) SITUAÇÃO LIQUIDADA LÍQUIDA 31. EVENTOS SUBSEQUENTES Não temos conhecimento de quaisquer factos ou acontecimentos posteriores a 31 de Dezembro de 2012, até à aprovação das Demonstrações Financeiras, que justifiquem ajustamentos ou divulgações nas Notas às Contas relativas ao 27 914 619 27 914 619 exercício analisado, que afectem as situações e/ou informações nas mesmas reveladas de forma significativa e/ou que tenham alterado ou se espere que venham a alterar significativamente, favorável ou desfavoravelmente, a situação financeira do Banco, os seus resultados e/ou as suas actividades. 102 RELATÓRIO DE CONTAS 2012 103 RELATÓRIO DE CONTAS 2012 104 104 RELATÓRIO DE CONTAS 2012 105 RELATÓRIO DE CONTAS 2012 106 RELATÓRIO DE CONTAS 2012 107 RELATÓRIO DE CONTAS 2012 108 RELATÓRIO DE CONTAS 2012 109 RELATÓRIO DE CONTAS 2012 BANCO PRIVADO ATLÂNTICO SEDE Centro ATLANTICO Centro Empresas Centro Private Rua Dr. António Agostinho Neto Luanda, Luanda CENTROS DE NEGÓCIO Centro Marginal Centro ATLANTICO Rua Joaquim Kapango nº 63 Luanda, Luanda Centro Maculusso Centro ATLANTICO Rua Joaquim Kapango nº 43 Luanda, Luanda Centro Bairro Azul Centro ATLANTICO Rua da Samba nº 20 Luanda, Luanda Centro Kinaxixi Centro ATLANTICO Rua Comandante Valódia nº 19 Luanda, Luanda Centro Valódia Centro ATLANTICO Rua Comandante Valódia no 168/170 R/C Luanda, Luanda Centro Mutamba Centro ATLANTICO | Centro Empresas Rua Amílcar Cabral, nº 105 Luanda, Luanda Centro Talatona Centro ATLANTICO | Centro Empresas Rua S8, Centro Comercial Brisas Talatona Luanda, Luanda Centro Kilamba Kiaxi Centro ATLANTICO Nova Centralidade Kilamba Kiaxi Luanda, Luanda Centro Vila Alice Centro Empresas Rua Fernão de Sousa, nº 54 Luanda, Luanda Centro Nova Vida Centro ATLANTICO Av. Pedro de Castro Vandumen de Loy Luanda, Luanda Posto 4a Repartição Finanças Centro Dedicado Rua Serqueira Lukoki Luanda, Luanda Centro 5M Centro Dedicado Base Sonils Luanda, Luanda Centro Benguela Centro ATLANTICO Rua Machado dos Santos, Benguela, Benguela Posto Porto Lobito Centro Dedicado Avenida da Indepêndencia Lobito, Benguela Centro Lobito Retail Park Centro ATLANTICO Kero Lobito, Benguela Centro Lobito Centro ATLANTICO | Centro Empresas Largo Patrice Lumumba nº 20/22 Lobito, Benguela Posto Soyo Centro Dedicado Base de Kwanda Soyo Zaire Centro Lubango Centro ATLANTICO Rua 10 de Dezembro, Bairro Comercial Lubango, Huíla Centro Porto Amboim Centro ATLANTICO Avenida Viriato Cruz nº 45 Zona C Porto Amboim, Kuanza - Sul Centro CA Caxito Centro ATLANTICO Rua do Palácio, Bairro da Açucareira Caxito, Bengo Centro Santa Clara Centro ATLANTICO Estrada Nacional Santa Clara, Cunene Centro Menongue Centro ATLANTICO Rua dos Correios Menongue, Kuando Kubango Centro Uíge Centro ATLANTICO Rua Soba Manuel Uíge, Uíge Centro Malanje Centro ATLANTICO Rua Comandante Dangereux, R/C Malange, Malange Centro Huambo Centro ATLANTICO | Centro Empresas Rua 5 de Outubro, nº 7 R/C - Cidade Alta Huambo, Huambo 110