A Construção Técnico-pedagógica de um Portal de Idiomas
ANDRÉA CARVALHO DE CASTRO ALBUQUERQUE, GIOVANE COSTA ROQUE, SELMA LÚCIA DE MOURA GONZALES1
Resumo. O objetivo do presente artigo é facilitar os esforços de planejamento e
desenvolvimento nos projetos mencionados. Este artigo apresenta de forma sucinta
características essenciais e aspectos técnicos e pedagógicos da construção de um portal de
idiomas na internet. Esclarece aos grupos de trabalho, que tenham como projeto um portal
de idiomas, o conceito de portal e sua diferença para os demais sites. Avalia, ainda, uma
metodologia de desenvolvimento, os aspectos de qualidade de software e o emprego do
portal como ferramenta pedagógica.
Palavras-chaves: Portal, Ensino de Idiomas, Qualidade de Software, Metodologia de
Desenvolvimento, Novas Tecnologias de Comunicação e Informação.
Resumen. El objetivo del presente artículo es facilitar los esfuerzos de planeamiento y
desarrollo en los proyectos mencionados.Este artículo presenta de forma sucinta
características esenciales y aspectos técnicos y pedagógicos de la construcción de un portal
de idiomas en la internet. Aclara a los grupos de trabajo, que tengan como proyecto un
portal de idiomas, el concepto de portal y su diferencia para los demás sitios. Avalia, aún,
una metodología de desarrollo, los aspectos de calidad de software y el empleo del portal
como herramienta pedagógica.
Palabras-clave: Portal, Enseñanza de Idiomas, Calidad de Software, Metodología de
Desarrollo, Nuevas Tecnologías de Información y Comunicación.
1 Introdução
Portal é a entrada para o universo da
internet. Podemos dizer que é uma página
onde se encontram links para outras páginas
na Rede Mundial de Computadores (WWW).
Um portal é baseado no desejo básico dos
usuários
encontrarem
facilmente
a
informação por máquinas de busca ou por
navegação.
No final da década de 90, o que hoje é
chamado de portal era conhecido como
máquina de busca, cujo objetivo era facilitar
o acesso às informações contidas em
documentos espalhados pela internet.
Inicialmente, as máquinas de busca
possibilitavam ao usuário da internet
localizar documentos a partir de pesquisas e
navegação associativa entre links. Para
reduzir ainda mais o tempo de busca na
internet e auxiliar os usuários menos
experientes, vários sites de busca incluíram
categorias, isto é, passaram a filtrar sites e
1
documentos em grupos pré-configurados de
acordo com seu conteúdo: esportes,
meteorologia, turismo, finanças, notícias,
cultura, etc. O passo seguinte foi a
integração de outras funções, como, por
exemplo, as comunidades virtuais e suas
listas de discussão, chats em tempo real,
possibilidade de personalização dos sites de
busca (My Yahoo!, My Excite, etc.) e acesso
a conteúdos especializados e comerciais.
Essa nova concepção de máquina de busca é
que passou a ser chamada de portal.
Segundo Lapa (2005), a idéia de portal é
fornecer “portas de entrada” a todo e
qualquer tipo de informação relevante para a
empresa e para o indivíduo.
A possibilidade de "várias portas de
entrada" se dá pela facilidade que um
ambiente de portal oferece através da
interação de aplicações diversas num mesmo
local, não acontecendo com os sites que
EsAEx – Escola de Administração do Exército, Rua Território do Amapá, N° 455, Pituba – Salvador – BA,
Brasil. [email protected], [email protected], [email protected].
oferecem alguns serviços e conteúdo próprio
de determinada área de interesse.
A criação de um portal, seja qual for o
conteúdo oferecido, só faz sentido quando se
leva em conta as necessidades do seu
público-alvo, por isso, no caso de um portal
de idiomas, o que devemos nos perguntar é
quais são os interesses dos alunos, dos
professores e da escola. O que eles
gostariam de encontrar no portal que
tornaria o aprendizado e o ensino do idioma
estrangeiro mais interessante e eficiente.
Outro aspecto a considerar é o que trará o
usuário de volta ao portal. Que tipo de
conteúdo o motivará a revisitar o site? É
crucial conhecer o público-alvo. Qual a sua
idade, sexo, classe social, nível de
proficiência no idioma estrangeiro? Qual a
sua familiaridade com os recursos da
internet?
Na busca de responder essas questões,
este trabalho apresentará as características
essenciais da execução de um projeto de
portal de idiomas na internet.
Usuabilidade, navegabilidade, facilidade
de aprendizado e memorização, mapa do
site, resolução de vídeo, texto, background e
cores, imagens, tamanho da página,
interatividade e trabalho colaborativo são as
propriedades que o portal deve contemplar.
Ressalta-se a importância da adequação
do conteúdo do portal, pois, um conteúdo
com teor infantil certamente afastará alunos
mais velhos. Da mesma maneira que uma
interface muito séria e difícil não será
atraente aos mais jovens. É preciso adequar
o conteúdo e a aparência de sua
apresentação às expectativas do usuário.
Geralmente, além do conteúdo propriamente
dito, é necessário que sejam oferecidos
serviços úteis aos usuários, tais como busca
na internet, webmail, chat, dicionários,
informações sobre o tempo, programação
cultural, de maneira que o portal seja a
referência ao se buscar algum destes
serviços.
Um portal para o ensino de idiomas pode,
por exemplo, atender um aluno que estará
viajando para a Europa e que provavelmente
precisará de informações sobre o(s) país(es)
que irá visitar, em que estação do ano
chegará lá, as taxas de câmbio, onde ficar ou
estudar e conforme o caso, que roupas levar
e o que não levar. Esse tipo de conteúdo
deve ser oferecido na língua alvo,
proporcionando ao aluno, além do conteúdo,
oportunidade para praticar o que já sabe no
idioma estrangeiro.
2 A contribuição do portal no processo de
ensino-aprendizagem
Através da história da educação, verificamos
que foi a educação a distância (EAD) uma
das responsáveis por ampliar a noção de
ensino, antes centrada na sala de aula, por
difundir o uso da informática na educação e
vislumbrar as possibilidades advindas das
tecnologias de informação e comunicação
(TIC).
Atualmente, a EAD cobre várias formas
de estudo sustentada pela mediatização das
novas tecnologias de informação e
comunicação (NTIC).
... compreendemos a Educação a Distância
como uma das modalidades de ensinoaprendizagem possibilitadas pela mediação
dos suportes tecnológicos digitais e de
rede, seja esta mediação inserida em
sistemas de ensino presenciais, mistos ou
completamente realizados através da
distância física. (NOVOA; ALVES, 2004,
p.43)
Nos anos 90, com o desenvolvimento e
disseminação das NTIC, o portal surge
como uma ferramenta pedagógica com a
finalidade de auxiliar a realização de uma
tarefa educacional.
Stahl (1998, p. 295) previu que boa parte
da educação ocorreria num espaço criado
pela combinação de computadores e
telecomunicações, sendo o processo ensinoaprendizagem on-line, mediatizado e
apoiado por redes de computadores. Em
uma sociedade da informação, dada no
século XXI, o importante é que o aluno
domine o processo de aprendizagem, porque
será exigido dele preparo para pensar,
resolver problemas e responder rapidamente
às mudanças contínuas. A internet e outras
TICs darão suporte à educação permanente
do profissional.
Dessa maneira, a EAD on-line se
consolida como uma outra forma de
educação, diferentemente da idéia de que
seja complementar ou suplementar à
educação
presencial
porque
possui
características que modificam o processo de
ensinar e de aprender, cria novas
experiências e novas formas de relação com
o conhecimento e com o outro.
A educação on-line é definida por
FILATRO (2004, p.47) como:
... uma ação sistemática de uso de
tecnologias, abrangendo hipertexto e redes
de comunicação interativa, para distribuição
de conteúdo educacional e promoção da
aprendizagem, sem limitação de tempo ou
lugar ...
Muitas ferramentas pedagógicas, como é
o caso do portal, estão a disposição de
cursos realizados a distância ou de cursos
presenciais. Aos professores de cursos
presenciais as TICs podem contribuir com o
processo ensino-aprendizagem de forma
mecânica ou de forma reflexiva, a depender
da pedagogia base que inspira e orienta o
projeto político-pedagógico
de
uma
instituição.
As NTICs não servem para superar a
crise educacional brasileira, mas a escola e
os educadores devem entender que uma das
tarefas da escola é colocar os alunos em
condições de entender e interpretar o
fenômeno tecnológico e de produzir novos
conhecimentos, orientando-os para que
aprendam a aprender, adquirindo livre
acesso às informações disponíveis através
dos meios de comunicação e dos recursos da
informatização.
Dessa maneira, a importância das NTICs
no processo ensino-aprendizagem não é para
responder aos modismos pedagógicos, é
essencialmente para que a escola possa
acompanhar
a
evolução
científica,
preparando os jovens para as transformações
de nossa sociedade.
3 A construção de um portal de idiomas
3.1 Levantamento das necessidades
Um dos primeiros passos para se construir
um portal, tanto sob o enfoque pedagógico
como para o da informática, é conhecer seu
público-alvo, qual objetivo dessa construção
e de que forma irão utilizá-lo.
A partir da caracterização da clientela, da
definição dos objetivos educacionais, dos
programas das disciplinas e dos requisitos
do produto desenha-se um portal para
atender às expectativas do público-alvo e às
propostas pedagógicas e curriculares.
Logo, o levantamento das necessidades
torna-se indispensável à qualificação do
usuário e do produto, nesse caso, o portal.
3.2 Importância da metodologia de
desenvolvimento
A utilização de uma metodologia no
desenvolvimento de um sistema é a base
para se atingir o objetivo de qualquer
processo de desenvolvimento de software.
Todo processo de desenvolvimento tem
como objetivo a obtenção de um produto
final com qualidade. Sem a utilização de
uma metodologia, todo e qualquer processo
de construção é desenvolvido de forma
aleatória (ad-hoc), fato que acontece em
detrimento da qualidade de software. A
metodologia estabelece claramente quais as
atividades e quais as fases existentes no
processo. Assim sendo, o sistema vai sendo
desenvolvido de forma organizada, lógica,
inteligente e sem que se desperdice trabalho
dos desenvolvedores, pelo simples fato de se
estar executando as ações certas, nos
momentos certos e na seqüência adequada.
As atividades do desenvolvimento de um
portal podem seguir aquelas previstas no
ciclo de vida clássico de um sistema:
levantamento de requisitos, análise, projeto,
implementação, testes e manutenção.
Contudo, a criação de um portal possui
algumas particularidades, próprias do
desenvolvimento web. Os requisitos de
interface são de grande relevância, sendo
aconselhável o uso de protótipos tanto na
sua definição, como na validação dos
requisitos de interface pelo cliente.
3.3 Qualidade de software e a qualidade
pedagógica do portal
A qualidade de software consiste no
conjunto de atributos que um software deve
possuir para contemplar plenamente as
necessidades do usuário. Suas características
não devem, essencialmente, atender a todas
as características de qualidade, e sim, ter a
qualidade necessária para o atendimento dos
seus objetivos e satisfação de seus usuários.
A usabilidade de um portal é um
conjunto de atributos que evidenciam o
esforço do usuário em reconhecer o conceito
lógico do software e sua aplicabilidade na
resolução dos problemas e consecução de
suas metas. O atributo que todo sistema
deve possuir é a facilidade de uso. Um
software difícil de usar não atrai a atenção
dos usuários. Basicamente, um portal para
ser fácil de usar deve utilizar nomes de links,
menus e seções que representem de forma
clara o conteúdo de cada um deles. As
informações mais importantes devem estar
em local de destaque, os links devem estar
em local visível, proporcionando facilidade
na navegação. As páginas têm que ser
carregadas no navegador em um tempo
razoável e deve existir um mapa do site que
oriente o usuário dentro do portal.
Para a garantia da qualidade do portal,
alguns atributos devem ser observados:
• navegabilidade - deve sempre possibilitar
ao usuário a navegação através das
páginas, sem que ele precise utilizar a
barra de ferramentas de navegação do
navegador.
Deve-se procurar, ao
máximo, tornar disponível aos usuários
os menus de navegação, permitindo que
se possa acessar qualquer seção do portal
pelo caminho mais curto possível. Em
muitas ocasiões, os usuários perdem
muito tempo na busca da informação que
•
•
•
•
desejam. Para excluir a possibilidade da
ocorrência desse tipo de problema, devese evitar a utilização de links inseridos
dentro dos textos, colocando-os em locais
que fiquem facilmente visíveis e em
destaque dentro da página. A estrutura
ótima deve conter três níveis hierárquicos
para facilitar a busca da informação, pois
as
estruturas
demasiadamente
hierárquicas
são
prejudiciais.
As
informações essenciais devem estar
disponíveis no primeiro nível hierárquico
para reduzir sua complexidade;
facilidade de aprendizado e memorização
- o usuário deve conseguir rapidamente
explorar o sistema e realizar suas tarefas.
Após um certo período sem utilizá-lo, o
usuário deverá ser capaz de retornar ao
sistema e realizar suas tarefas sem a
necessidade de reaprender como interagir
com ele;
mapa do site - é importante que seja
disponibilizado porque mostra todos os
caminhos, seções e divisões do portal que
o usuário terá acesso;
resolução de vídeo - em muitos casos, os
utilizadores não conseguem ver a página
nas melhores condições porque a
resolução da página está desajustada com
a resolução do monitor. Para evitar que
ocorram estes tipos de situações, é
aconselhável utilizar uma resolução
padrão de 800x600 pixels. Contudo,
mesmo
ao
utilizar-se
resoluções
superiores, deve-se ter o cuidado para que
a informação mais importante esteja
contida em áreas que sejam visíveis em
resoluções inferiores a 800x600 pixels;
texto, background e cores - o texto deve
ser apresentado de forma a facilitar a sua
compreensão. Com relação às fontes
disponíveis para a construção de páginas,
existem algumas que merecem destaque.
No que diz respeito ao tempo de leitura,
verifica-se que as fontes Times New
Roman e Arial no tamanho 12 são as
mais indicadas. Do ponto de vista da
facilidade de leitura, a fonte que
apresenta melhores resultados é a
Tahoma no tamanho 10.
Numa
•
apreciação geral, considerando os
diferentes tamanhos de letras, constata-se
que a Arial e a Courier são as que têm
melhores performances, enquanto que a
Comic é a fonte que se apresenta como a
mais ilegível.
Há que salientar a
importância da escolha do background e
das cores. Estas duas variáveis têm
também influência na facilidade de
leitura do texto e a sua escolha requer
algum cuidado. É aconselhável que se
utilizem caracteres escuros em um fundo
branco, propiciando maior facilidade de
leitura, devido ao contraste existente
entre as cores do background e as do
texto. No entanto, a maioria dos sites não
apresenta esta forma, optando por uma
coloração diferente do seu background,
de forma a reduzir a luminosidade e o
brilho associado a fundos brancos. Por
último, basta referir que quanto maior for
a textura do background, maior deverá
ser o contraste entre este e o texto.
imagens - as imagens colocadas numa
página podem ser instintivamente
ignoradas pelo usuário. Só a partir da
segunda ou terceira visita é que os
usuários de um site reparam nas imagens
que a página contém. A parte superior de
uma página é a parte onde mais se espera
encontrar as imagens. Tendo por base
estes dados, e ao contrário do que seria de
esperar, é aconselhável colocar os
banners e imagens, onde os utilizadores
não os esperem encontrar, visto que nos
locais mais usuais e onde eles são
esperados, os internautas não lhes dão
importância. Os banners devem ser mais
largos que o texto que o circunda de
modo que sejam notados. Sugere-se que
não se utilize muitas imagens animadas
de modo a não desviar a atenção do
usuário do tema principal da página e
para não tornar a página excessivamente
pesada.
Interessante notar que os
usuários tendem a ignorar as imagens
animadas porque estão, geralmente,
associadas a publicidade. As imagens
deverão, então, conter apenas uma
mensagem simples para dar a entender o
motivo do portal ou para captar a atenção
do usuário por breves momentos. Caso
existam imagens animadas, estas deverão
conter uma animação curta de modo a
não distrair e/ou aborrecer o visitante.
Outra questão importante nas imagens é
que as imagens coloridas são muito mais
marcantes que as imagens em preto e
branco.
• tamanho total da página - uma das mais
frustrantes situações para um visitante da
internet é aguardar que a página abra.
Assim sendo, deve-se garantir que a
abertura da página seja relativamente
rápida, independentemente do que lá
estiver.
Obviamente, existem alguns
fatores que influenciam a rapidez de
abertura de uma página, entre eles está o
seu tamanho excessivo. Como regra
básica, a página principal não deve ter
mais que 50k (aproximadamente). Este
fato possibilitará, em condições normais,
que a página carregue em poucos
segundos e que se usem gráficos
razoáveis.
Se houver um texto
consideravelmente maior que isto, devese pensar em separá-lo em diferentes
páginas. Convém também citar que a
maioria dos navegadores mantém as
imagens armazenadas. Assim, caso se
use as mesmas imagens em diferentes
páginas do site, o navegador irá,
provavelmente,
usar
a
imagem
armazenada, não necessitando de repetir
o seu download. Os gráficos de natureza
fotográfica podem ser armazenados em
formato JPEG com uma compressão mais
elevada, uma vez que a perda de
qualidade devido à compressão é menos
visível. Caso se queira fazer parte da
imagem transparente ou assegurar que
esta seja apresentada sempre da mesma
maneira, então se devem usar imagens do
tipo GIF, que possibilitam esse tipo de
recurso.
Na construção de um portal educacional
deve-se observar tanto o atendimento de
características de aplicações web quanto
características pedagógicas.
Quanto às particularidades pedagógicas, a
interatividade e o trabalho colaborativo são
pressupostos teóricos que mostram a
coerência entre as NTICs e a construção do
conhecimento pelo aluno.
A
interatividade
é
a
principal
característica das NTICs e se caracteriza
pela possibilidade de transformar os
envolvidos na comunicação, ao mesmo
tempo, em emissores e receptores da
mensagem. O trabalho colaborativo, muito
difundido pelas teorias interacionistas, faz
com que os recursos tecnológicos sejam
empregados reflexivamente pelos elementos
da comunicação (alunos e professores).
De acordo com Filatro (2004, p. 50) há
padrões de utlização das TICs na educação
on-line que graduam-se do informacional ao
imersivo.
Quadro 1 - Padrões de utlização das
tecnologias de informação e comunicação na
educação on-line1
Padrão
Descrição
Ênfases
Informa Fornece informações Conteúdo
-cional com propósito de
consulta.
Suple- Fornece algum
Conteúdo
conteúdo
como
e
mentar
anotações e tarefa. A Atividade
experiência maior
ocorre na sala de
aula.
Essencial
1
Maior parte do
Atividade
conteúdo é obtido na
internet. O aluno não
consegue participar
do curso sem acessar
regularmente a
internet, mas ainda
ocorrem aulas
presenciais.
Quadro extraído de: FILATRO, A. Design
instrucional
contextualizado:
educação
e
tecnologia. São Paulo: Senac, 2004. 215p.
Padrão
Descrição
Ênfases
Colabo- As aulas ocorrem
Atividade
tanto
presenciais
e Comunirativo
como on-line. Os
cação
alunos geram parte do
conteúdo por meio de
ferramentas de
colaboração (chats,
fóruns).
Imersivo
Todo o conteúdo se Comuniencontra na internet e cação
todas as interações
ocorrem on-line.
Nota: Adaptado pelos autores
Na construção pedagógica de um portal
de idiomas devemos saber qual a finalidade
da ferramenta no processo ensinoaprendizagem, pois isto definirá a amplitude
e complexidade do seu emprego.
Se o portal for usado como suporte às
aulas, a ênfase será na veiculação da
informação. Se for usado em níveis mais
avançados de trabalho colaborativo, a ênfase
será na produção de conhecimento dos
alunos.
Essas graduações evidenciam o nível de
interatividade e trabalho colaborativo que
conseguimos atingir com uso das NTICs.
Podemos desenvolver formas mecânica ou
reflexiva do ato educativo a partir do
entendimento da proposta pedagógica e do
comprometimento profissional existente,
para que o portal deixe de ser um recurso,
como é o livro didático, para ser uma
ferramenta pedagógica marcada pela ação
dos sujeitos da educação.
A qualidade do portal advém da
conjugação dos atributos tratados na
qualidade de software com os pressupostos
teóricos da pedagogia. É notório que a
excelência do trabalho se dará pela
pertinência do conteúdo, das atividades, das
imagens, da construção da interface, da
linguagem, ou seja, dos recursos oferecidos
pelas áreas específicas que trabalham
interdisciplinarmente na execução do
projeto.
4. Considerações finais
Firmamos o propósito da construção de um
portal de idiomas com a finalidade de
realizar uma tarefa educacional, sem nos
deixar contagiar pela afinidade ou aversão à
tecnologia, como muitos dos envolvidos no
processo ensino-aprendizagem reagem a
propostas de aplicação da informática à
educação escolar.
Vale salientar que a principal razão para
que as NTICs sejam integradas à educação é
o fato de que estão cada vez mais presentes
na vida cotidiana e no universo dos jovens.
A tecnologia em si não basta, assim como a
educação já não pode ser pensada sem levar
em conta o impacto tecnológico.
Diante do exposto, verificamos que o
portal pode ser considerado uma ferramenta
pedagógica de uso complementar ao ensino
regular com ênfases e padrões próprios que
contribuem para a construção do
conhecimento dos alunos.
Chamamos atenção para a dificuldade
existente na fase de planejamento do projeto
de um portal. A fase de planejamento é a
espinha dorsal do projeto por prever todas as
ações a serem desenvolvidas na execução do
projeto.
Normalmente, as equipes de
trabalho não dispendem o tempo necessário
no
planejamento,
acarretando
o
desatendimento de algum dos requisitos
básicos do sistema. Outra situação que
dificulta o planejamento é a indefinição por
parte do cliente do que ele deseja no portal.
Poderíamos citar mais dificuldades, mas
o fundamental é destacar a construção
integrada do portal pelas áreas envolvidas no
projeto, assim como a adequação e a
qualidade do produto.
Referências
FILATRO,
A.
Design
instrucional
contextualizado: educação e tecnologia.
São Paulo: Senac, 2004. 215p.
LAPA, E. Classificação dos Portais.
Disponível
em:
<http://www.ibcbrasil.com.br > Acesso em:
07 jul. 2005.
NOVOA, C.; ALVES, L. Tempo, espaço e
sujeitos da educação a distância.
In:
JAMBEIRO, O.; RAMOS, F. (orgs.).
Internet e educação a distância. Salvador:
EDUFBA, 2002. p. 41-63.
STAHL, M. M. Formação de professores
para uso das novas tecnologias de
comunicação e informação. In: CANDAU,
V. M. (org.) Magistério: construção
cotidiana. 2. ed. Petrópolis, RJ: Vozes,
1998. p. 292 – 317.
Download

A CONSTRUÇÃO TÉCNICO-PEDAGÓGICA DE UM