Risco Meteorológico de Incêndio Florestal
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Nota Introdutória
Todos sabemos que os incêndios florestais ocorrem nos denominados
espaços florestais, ou seja, nos locais onde se acumulam materiais combustíveis
constituídos pelas árvores e seus derivados, pelo mato, uma associação
florística constituída por diversos arbustos, que varia consoante as
características edafo-climáticas do local onde se desenvolve, e, quando existe,
também pelo estrato herbáceo.
No entanto, todos sabemos que é só em determinadas épocas do ano, por
sua vez variáveis de ano para ano, que os incêndios florestais ganham maior
dimensão e se desenvolvem com maior facilidade.
Ora estas situações estão dependentes do chamado tipo de tempo, isto é,
das condições meteorológicas que se fazem sentir ao longo dos dias das
diferentes épocas do ano e, em particular, nos dias em que se registam os
incêndios.
Para melhor compreender a ligação existente entre tipos de tempo/
condições meteorológicas e a ocorrência de fogos ou o desenvolvimento de
incêndios florestais, desenvolvemos estudos ao longo de vários anos, no
sentido de afinar um modelo que nos ajudasse a compreender a manifestação
do fenómeno e, como consequência, a melhor preveni-lo.
Deste modo, fomos estabelecendo relações entre ambas as situações,
traduzindo-as em índices baseados no risco meteorológico de incêndio
florestal, que fomos divulgando e aperfeiçoando ao longo da investigação.
Este segundo volume das “Colectâneas Cindínicas” reúne os principais
trabalhos produzidos sobre a temática do risco meteorológico de incêndio
florestal, cujos textos foram actualizados de acordo com o estipulado na
“Classificação de Incêndios Florestais. Manual do Utilizador”, de Josefa Buxo
de Carvalho e José Pedro Lopes, publicado pela Direcção-Geral das Florestas,
Lisboa, 2001, 34 p., designadamente no que respeita aos seguintes termos,
constantes da Tabela 2 – Conceitos básicos (o. c., p. 7):
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Luciano Lourenço
— OCORRÊNCIA – INCÊNDIO, QUEIMADA ou FALSO ALARME que origina a
mobilização de meios dos bombeiros;
— FOGACHO – Incêndio cuja área ardida é inferior a 1 hectare;
— INCÊNDIO – Combustão não limitada no tempo e no espaço;
— INCÊNDIO FLORESTAL – Incêndio que atinge uma área florestal;
— ÁREA FLORESTAL – Área que se apresenta Arborizada ou Inculta:
– ÁREA ARBORIZADA – Área ocupada com espécies arbóreas
florestais, desde que estas apresentem um grau de coberto igual ou
superior a 10% e ocupem uma área igual ou maior que 0,5 hectares;
- P O V O A M E N T O P U R O – Quando só uma espécie é
responsável por mais de 75% do coberto;
- POVOAMENTO MISTO – Quando, havendo várias espécies em
presença, nenhuma atinge os 75% de coberto,
considerando-se espécie dominante a que é responsável pela
maior parte do coberto;
– INCULTO – Terreno coberto com lenhosas ou herbáceas de
porte arbustivo (MATO), de origem natural, que não tem utilização
agrícola nem está arborizado, podendo, contudo, apresentar alguma
vegetação de porte arbóreo mas cujo grau de coberto seja inferior a 10%;
— REACENDIMENTO – Reactivação de um incêndio, depois de este ter sido
considerado extinto. A fonte de calor é proveniente do incêndio inicial.
Um reacendimento é considerado parte integrante do incêndio
principal (a primeira ignição observada não depende de qualquer outra
área percorrida por um incêndio).
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