Questão 17 A figura representa uma demonstração simples que costuma ser usada para ilustrar a primeira lei de Newton. O copo, sobre uma mesa, está com a boca tampada pelo cartão c e, sobre este, está a moeda m. A massa da moeda é 0,010 kg e o coeficiente de atrito estático entre a moeda e o cartão é 0,15. O experimentador puxa o cartão com a força F, horizontal, e a moeda escorrega do cartão e cai dentro do copo. a) Copie no caderno de respostas apenas a moeda m e, nela, represente todas as forças que atuam sobre a moeda quando ela está escorregando sobre o cartão puxado pela força F. Nomeie cada uma das forças representadas. b) Costuma-se explicar o que ocorre com a afirmação de que, devido à sua inércia, a moeda escorrega e cai dentro do copo. Isso é sempre verdade ou é necessário que o módulo de F tenha uma intensidade mínima para que a moeda escorregue sobre o cartão? Se for necessária essa força mínima, qual é, nesse caso, o seu valor? (Despreze a massa do cartão, o atrito entre o cartão e o copo e admita g = 10 m/s2 .) Resposta a) As forças que atuam sobre a moeda são dadas a seguir: Onde: P: peso da moeda. N: componente normal da força de contato entre a moeda e o cartão. fat . : força de atrito entre a moeda e o cartão. b) Para que ocorra escorregamento entre a moeda e o cartão, devemos ter um valor mínimo para o módulo de F. Na iminência de escorregamento, a força de atrito que atua sobre a moeda tem módulo dado por: . fat . = fat . máx = µe ⋅ N = µe ⋅ m ⋅ g ⇒ e ⇒ fat. = 0,15 ⋅ 0,010 ⋅ 10 ⇒ ⇒ fat. = 1,5 ⋅ 10 −2 N Nessa mesma situação, as forças que atuam sobre o cartão, na direção do movimento, são dadas por: Sendo a massa do cartão desprezível, temos que na iminência de escorregamento, a força F tem módulo F = fat. = 1,5 ⋅ 10 −2 N . Assim, para que ocorra escorregamento entre a moeda e o cartão, devemos ter F > 1,5 ⋅ 10 −2 N . Questão 18 Uma xícara vazia cai de cima da mesa de uma cozinha e quebra ao chocar-se com o piso rígido. Se essa mesma xícara caísse, da mesma altura, da mesa da sala e, ao atingir o piso, se chocasse com um tapete felpudo, ela não se quebraria. a) Por que no choque com o piso rígido a xícara se quebra e no choque com o piso fofo do tapete, não? b) Suponha que a xícara caia sobre o tapete e pare, sem quebrar. Admita que a massa da xícara seja 0,10 kg, que ela atinja o solo com velocidade de 2,0 m/s e que o tempo de interação do choque é de 0,50 s. Qual a intensidade média da força exercida pelo tapete sobre a xícara? Qual seria essa força, se o tempo de interação fosse 0,010 s? Resposta a) Nas duas situações descritas, a variação da quantidade de movimento é a mesma, ou seja, o física 2 impulso IR = Rm ⋅ ∆t da resultante das forças que atuam sobre a xícara é o mesmo. Porém, no caso do tapete felpudo, a resultante média (Rm ), responsável por parar a xícara, atua por um intervalo de tempo (∆t) maior e, portanto, tem intensidade menor. b) Do Teorema do Impulso, admitindo g = 10 m/s 2 e ∆t = 0,50 s, temos: IR = ∆Q ⇒ (Fm − P) ⋅ ∆t = mv ⇒ ⇒ (Fm − mg) ⋅ ∆t = mv ⇒ ⇒ (Fm − 0,10 ⋅ 10)0,50 = 0,10 ⋅ 2,0 ⇒ ⇒ Fm = 1,4 N Para ∆t ’ = 0,010 s, temos: (Fm ’ − mg) ⋅ ∆t ’ = mv ⇒ (Fm ’ − 0,10 ⋅ 10) ⋅ 0,010 = = 0,10 ⋅ 2,0 ⇒ Fm ’ = 21 N Dados: densidade da água = 1000 kg/m3 ; calor latente de vaporização da água = = 2300 kJ/kg. Resposta a) Os dois procedimentos buscam favorecer a evaporação através do aumento da superfície da água em contato com o ar. b) Sendo S a área da superfície da água e sua espessura e = 0,50 mm = 5,0 ⋅10 −4 m 2 , a quantidade de calor (Q) que a camada de água consome ao evaporar é dada por: Q = m ⋅L = d ⋅V ⋅L = d ⋅S ⋅e ⋅L ⇒ ⇒ Q = 1 000 ⋅ 1,0 ⋅ 5,0 ⋅10 −4 ⋅ 2 300 ⋅10 3 ⇒ ⇒ Q = 1,15 ⋅10 6 J A sensação de frio que sentimos quando estamos molhados deve-se à perda de energia calorífica (Q) pela pele para a água durante o processo de evaporação. Questão 19 Os líquidos podem transformar-se em vapor por evaporação ou ebulição. Enquanto a evaporação é um fenômeno espontâneo, restrito à superfície do líquido e que pode ocorrer a temperatura e pressão ambientes, a ebulição ocorre em todo o líquido, sob condições de pressão e temperatura determinadas para cada líquido. Mas ambas as transformações, para se efetivarem, exigem o consumo da mesma quantidade de calor por unidade de massa transformada. a) Quando as roupas são estendidas nos varais, ou a água no piso molhado de um ambiente é puxada pelo rodo, tem-se por objetivo apressar a secagem – transformação da água em vapor – dessas roupas ou do piso. Qual a causa comum que se busca favorecer nesses procedimentos? Justifique. b) Avalia-se que a área da superfície da pele de uma pessoa adulta seja, em média, da ordem de 1,0 m2 . Suponha que, ao sair de uma piscina, uma pessoa retenha junto à pele uma camada de água de espessura média 0,50 mm. Qual a quantidade de calor que essa camada de água consome para evaporar? Que relação tem esse cálculo com a sensação de frio que sentimos quando estamos molhados, mesmo em dias quentes? Justifique. Questão 20 O Sol tem diâmetro de 1,4.109 m e a sua distância média à Terra é de 1,5.1011 m. Um estudante utiliza uma lente convergente delgada de distância focal 0,15 m para projetar a imagem nítida do Sol sobre uma folha de papel. Ele nota que, se mantiver a imagem do Sol projetada sobre o papel durante alguns segundos, o papel começa a queimar. a) Qual o diâmetro da imagem do Sol projetada no papel? b) A potência por unidade de área da radiação solar que atinge a superfície da Terra, no Brasil, é da ordem de 1000 W/m2 . Se a lente que o estudante usa tem contorno circular com 0,10 m de diâmetro, qual a potência por unidade de área da radiação solar que atinge o papel na região onde a imagem do Sol é projetada? (Despreze a radiação absorvida e refletida pela lente). Como você explica a queima do papel utilizando esse resultado? Dado: π = 3,1. Resposta a) Como o Sol se encontra a uma distância p = 1,5 ⋅ 1011 m (posição do objeto infinitamente grande se comparada com a distância focal f = 0,15 m), sua imagem se forma no plano focal física 3 da lente (p’ = f). Assim, da equação da ampliação, vem: −p’ y’ y’ −0,15 = ⇒ = ⇒ y p 1,4 ⋅ 10 9 1,5 ⋅ 1011 ⇒ y’ = −1,4 ⋅ 10 −3 m Assim, a imagem do Sol é invertida e possui diâ- metro d’ = 1,4 ⋅10 −3 m . b) Admitindo que toda a potência luminosa que atinge a lente é concentrada na imagem, temos: πD 2 πd’ 2 I ⋅ = I’ ⋅ ⇒ 1 000 ⋅ 0,10 2 = 4 4 = I’ ⋅ (1,4 ⋅ 10 −3 ) 2 ⇒ Resposta a) A aproximação das esferas ocorre devido à perda de carga elétrica através da ionização do ar em contato com elas. Os ângulos serão sempre iguais pois as forças elétricas que atuam sobre as esferas são de mesma intensidade (par ação e reação), mesmo que elas possuam cargas diferentes. Obs.: em geral, a diferença entre os pesos das esferas devido a diferentes cargas é desprezível. b) As forças sobre as esferas são dadas por: I’ = 5,1 ⋅ 10 6 W/m 2 A queima do papel ocorre devido à alta concentração de energia (calor), decorrente da elevada intensidade luminosa. Questão 21 Na figura, estão representadas duas pequenas esferas de mesma massa, m = 0,0048 kg, eletrizadas com cargas de mesmo sinal, repelindo-se, no ar. Elas estão penduradas por fios isolantes muito leves, inextensíveis, de mesmo comprimento, l = 0,090 m. Observa-se que, com o tempo, essas esferas se aproximam e os fios tendem a tornar-se verticais. Como as esferas estão em equilíbrio, do método da Poligonal, vem: Da Lei de Coulomb e do triângulo de forças, temos: tgα = Fel. = a) O que causa a aproximação dessas esferas? Durante essa aproximação, os ângulos que os fios formam com a vertical são sempre iguais ou podem tornar-se diferentes um do outro? Justifique. b) Suponha que, na situação da figura, o ângulo α é tal que sen α = 0,60; cos α = 0,80; tg α = 0,75 e as esferas têm cargas iguais. Qual é, nesse caso, a carga elétrica de cada esfera? (Admitir g = 10 m/s2 e k = 9,0 ⋅109 N ⋅m2 /C2 .) Fel. P K ⋅ |q | ⋅ |q | r2 r = 2 l ⋅ senα ⇒ ⇒ k ⋅ q2 4 l2 ⋅ sen 2 α ⇒ = mg ⋅ tgα ⇒ 9,0 ⋅ 10 9 ⋅ q 2 4 ⋅ 0,090 2 ⋅ 0,60 2 = 0,0048 ⋅ 10 ⋅ 0,75 ⇒ ⇒ | q | = 2,2 ⋅10 −7 C Assim, a carga elétrica de cada esfera tem módulo igual a 2,2 ⋅10 −7 C.