IDENTIFICAÇÃO DE FALTAS EM TRANSFORMADORES DE POTÊNCIA UTILIZANDO DGA E UM MODELO DE DECISÃO MULTICRITÉRIOS DE RELAÇÕES DE PREFERÊNCIAS FUZZY INTUICIONISTAS Cesar H. R. Martins∗, Marcel A. Araújo∗, Rogério A. Flauzino∗ ∗ LAIPS, Departamento de Engenharia Elétrica e de Computação USP - Universidade de São Paulo São Carlos, SP, Brasil Emails: [email protected], [email protected], [email protected] Abstract— Because the importance of power transformers to the electric power systems, understand their condition are critical. The analysis of dissolved gases in the insulation oil is an efficient way to diagnostic power transformers. However these methods of interpretation may have significant discrepancies about the classification of a sample. In that way, this paper aims to provide a method of fuzzy intuitionistic multicriteria decision making, which applied results from traditional interpretation techniques to provide a more concise result about the fault classification. The results were promising, and were possible to obtain a coherent response even when traditional techniques identified different types of faults. Keywords— dissolved gas analysis, fault diagnosis, intuitionistic fuzzy preference relation, power transformer. Resumo— Compreender a condição de um transformador de potência é um fator crı́tico, devido a sua importância nos sistemas elétricos de potência, já que atua tanto nos sistemas de transmissão como nos sistemas de distribuição. Uma maneira eficiente de se realizar o diagnóstico de um transformador de potência é através da análise dos gases dissolvidos no óleo isolante. Como esses métodos de interpretação podem apresentar discrepâncias significativas acerca da classificação de uma amostra, o presente trabalho visa fornecer um método de decisão multicritérios fuzzy intuicionistas, que utilizando os resultados de técnicas de tradicionais de interpretação, fornece um resultado mais conciso a respeito da falta. Os resultados foram promissores, sendo possı́vel obter uma resposta coerente mesmo sendo identificados diferentes tipos de faltas. Palavras-chave— análise de gases dissolvidos, diagnóstico de faltas, relações de preferência intuicionistas fuzzy, transformadores de potência. 1 Introdução Os transformadores de potência são uma peça importante dos sistemas de transmissão e distribuição de potência elétrica. Esses transformadores estão sujeitos constantemente a estresses elétricos e térmicos, que junto com o próprio envelhecimento dos equipamentos, causam a degradação dos materiais isolantes. Esses são os maiores responsáveis por faltas incipientes em transformadores (Németh et al., 2009). De modo a se minimizar os riscos de falhas e prevenir a interrupção de serviços, é extremamente importante que se detecte a falta incipiente antes dela atingir um estado catastrófico, de tal maneira que seja possı́vel atuar de maneira preventiva. Dentre os métodos disponı́veis para avaliar a condição dos transformadores de potência, destaca-se a análise de gases dissolvidos (DGA, do inglês Dissolved Gas Analysis) no óleo isolante e suas técnicas de interpretação. Isso deve-se ao fato que, a DGA pode ser conduzida com o transformador em serviço, e são sensı́veis aos primeiros sinais de um problema (Richardson et al., 2008). Os métodos DGA são conduzidos através da análise de amostras de óleos isolante coletadas dos transformadores. As amostras são coletadas periodicamente com o intuito de se descobrir a falta o mais cedo possı́vel. Caso exista a suspeita de uma falta, são adotados perı́odos mais curtos de co- leta. Após a contabilização dos gases dissolvidos no óleo isolante, são aplicadas técnicas de interpretação desses dados para se determinar a falta, (Chatterjee et al., 2012). Contudo, estes métodos apresentam sensibilidades diferentes acerca da identificação de cada tipo de falta que pode afetar um transformador. De modo, que uma amostra pode receber diferentes classificações de acordo com o método de interpretação utilizado. Assim, com o objetivo de melhorar o processo de classificação da falta, e criar um consenso entre múltiplos diagnósticos, o presente trabalho apresenta uma metodologia que utilizando um modelo de decisão multicritério com relações de preferências fuzzy intuicionistas, fornece uma ferramenta capaz de integrar as decisões de diferentes técnicas de interpretação e classifica de modo mais consistente a situação do transformador de potência. As análises iniciais mostraram que a abordagem é capaz de realizar di-agnósticos precisos, mesmo com grandes discrepâncias nas classificações. 2 Métodos tradicionais de DGA O óleo mineral presente nos transformadores de potência atua como um isolante entre as partes internas do transformador e auxilia no processo de refrigeração do mesmo, porém, devido ao envelhecimento, ele está propenso a sofrer alterações irre- versı́veis em suas propriedades quı́micas e dielétricas. Além do processo natural de envelhecimento, a integridade do óleo é afetada por fatores externos, tais como temperatura, oxidação, umidade, campo elétrico e descargas elétricas. Assim, na decorrência de alguma falta no transformador determinadas relações de gases são geradas em maiores intensidades. Essa mudança acentuada de concentrações é interpretada pelos métodos de análise de gases dissolvidos com o objetivo de se identificar o tipo de falta presente no transformador. Os principais gases utilizados para essa análise são, o hidrogénio (H2 ), o metano (CH4 ), o etileno (C2 H4 ), o etano (C2 H6 ), o acetileno (C2 H2 ), o monóxido de carbono (CO) e o dióxido de carbono (CO2 ), e esses gases estão associados a descargas parciais, arcos elétricos e sobreaquecimentos, (Németh et al., 2009) e (Sun et al., 2012a). Para interpretar os dados da DGA foram desenvolvidos técnicas baseadas em hipóteses empı́ricas e em conhecimentos práticos. Pode-se destacar dentre as técnicas interpretativas os códigos IEC 60599, o padrão IEEE de códigos de Roger e Dornenburg, método do gás chave, orientações CIGRE, e a técnica gráfica do triângulo de Duval. Além dessa abordagem tradicional, existem pesquisas onde se estudo a utilização de métodos inteligentes para expandir a capacidade de interpretação dessas técnicas, ou a extração automática de regras a partir de uma base de dados, (Sun et al., 2012a), (Sun et al., 2012b), (Singh and Verma, 2007) e (Thang et al., 2003). Nas próximas subseções será apresentado de forma resumida os métodos de análise DGA de codificação de razões e a técnica gráfica do triângulo de Duval, sendo na sequencia apresentado os resultados de um estudo comparativo sobre a consistência desses métodos. 2.1 Figura 1: Triângulo de Duval. Tabela 1: Descrição dos códigos usados no triângulo de Duval. Código Métodos de codificação de razões Corresponde a uma das técnicas mais utilizadas, tendo como principais métodos as razões de Roger, Dornenburg e IEC. Nesses métodos as razões dos gases (CH4 /H2 ; C2 H6 /CH4 ; C2 H2 /C2 H4 ; C2 H4 /C2 H6 ) são codificados através de uma faixa de valores, e a cada intervalo é atribuı́do um código. O conjunto desses códigos identifica a possı́vel falta presente no transformador. A composição dessas razões leva em consideração informações acerca do equilı́brio térmico de Halstead, e informações de unidades comprometidas com faltas conhecidas, (Németh et al., 2009) e (Sarma and Kalyani, 2004). 2.2 1, a região do mapa em que se encontra o ponto é o indicativo do tipo da falta. A descrição das regiões indicadas na Fig. 1 é apresentada na Tabela 1. Aplicando-se esse método é possı́vel identificar três tipos de faltas, descargas parciais, falhas elétricas e sobreaquecimento, e a severidade com a qual ocorreram, de alta ou baixa energia para falhas elétricas, e a faixa de temperatura do sobreaquecimento (Sun et al., 2012a). Embora esse método seja de fácil implementação, é requerido um certo cuidado em seu uso, já que ele não possui uma região caracterı́stica para a condição normal, é possı́vel se obter falsos diagnósticos. Técnica de interpretação gráfica: Triângulo de Duval O método do triângulo de Duval utiliza o valor percentual de três gases (CH4 , C2 H4 e C2 H2 ) para localizar um ponto em um mapa triangular, Fig. 2.3 Tipo da falta PD Descarga parcial D1 Falta elétrica de baixa energia D2 Falta elétrica de alta energia DT Misto de falta elétrica e térmica T0 Falta térmica T < 150 ◦ C T1 Falta térmica 150 < T < 300 ◦ C T2 Falta térmica 300 < T < 700 ◦ C T3 Falta térmica T > 700 ◦ C Comparação entre os métodos DGA Observou-se que os métodos que utilizam códigos para interpretação dos dados DGA são mais precisos em realizar a predição que os demais. Isso é devido ao fato deles representarem melhor a interpretação de cada caso. Contudo, caso os dados não coincidam com os códigos disponı́veis, não é possı́vel identificar uma falta. A esse fato se deve a baixa consistência dos métodos de razões de Roger e IEC (Muhamad et al., 2007). Em contraste, os métodos que utilizam diretamente os valores das concentrações de gases em sua interpretação possibilitam uma maior consistência e uma mesma precisão em fornecer predições para todos os casos. Porém como o diagnóstico é fornecido a partir do indicativo de um gás de falta, a predição pode ser incorreta para certos casos (Muhamad et al., 2007). Na Tabela 2 está sumarizado os resultados desse estudo. Tabela 2: Comparação da capacidade de identificação de faltas dos métodos DGA. Método Roger Tipo da falta Predições Consistência Corretas Térmica, T <300 ◦ C 50% Térmica, T >300 ◦ C 39% Arco elétrico 55% Descarga parcial 57% Normal Térmica, T <300 C 50% Térmica, T >300 ◦ C 79% Arco elétrico 82% Descarga parcial 64% Normal 23% Térmica, T <300 ◦ C 20% ◦ Doernenburg Térmica, T >300 C Arco elétrico 45% Descarga parcial Duval A = {hxi , µA (xi ) , vA (xi )i|xi ∈ X} , 23% ◦ IEC 45% plexidade para o especialista, e extremamente importante para o processo, já que uma relação de preferência inconsistente pode ocasionar conclusões erradas sobre o problema em análise. Assim, os métodos de geração de pesos de prioridade devem considerar a consistência das relações de preferência. Para atingir esse objetivo, foram desenvolvidos modelos de programação linear que consideram as consistências de um conjunto de relações fuzzy intuicionistas para determinar dos pesos de prioridade, assim, fornecendo uma classificação das melhores opções (Behret, 2014). Segundo Atanassov (1986) a notação de conjuntos fuzzy intuicionistas é definida como: 60% (1) e é caracterizada por uma função de pertinência µA : X → [0, 1] e uma função de não pertinência vA : X → [0, 1], definidas pela condição: 0 ≤ µA (xi ) + vA (xi ) ≤ 1, 40% ∀xi ∈ X. (2) 36% 43% Normal 54% Térmica, T <300 ◦ C 100% Térmica, T >300 ◦ C 91% Arco elétrico 100% Descarga parcial 50% Normal 100% 88% O valor, πA (xi ) = 1 − µA (xi ) − vA (xi ) é denominado de grau de indeterminação, ou grau de hesitação, de xi para A, 0 ≤ πA (xi ) ≤ 1. Um caso especial ocorre quando, πA (xi ) = 1 − µA (xi ) − vA (xi ), ∀xi ∈ X, de modo que para essa situação o conjunto fuzzy intuicionista é reduzido para um conjunto fuzzy convencional (Behret, 2014). As relações de preferência intuicionistas de B em X são definidas como uma matriz: 3 Método de tomada de decisão utilizando relações de preferencia fuzzy intuicionistas Um modelo de relações intuicionistas é um poderoso meio para se expressar informações sobre preferencias acerca de atributos para realizar uma tomada de decisão em um processo multicritérios. A base para a abordagem de relações intuicionistas foi introduzida por Atanassov (1986), com o conceito de conjuntos fuzzy intuicionistas. Nessa abordagem, é considerado simultaneamente os graus de pertinência e não pertinência de um critério, e se considera um grau de hesitação na análise. Esse conceito vem sendo estudo e aplicado a uma variedade de áreas (Xu, 2009). O principal desafio para o modelo de tomado de decisão em grupo é determinar corretamente os pesos de prioridade dos critérios, a partir das relações de preferência. Apesar das relações de preferência constituı́rem uma maneira padronizada de apresentar os critérios de um especialista para a tomada de uma decisão, comparando-os par-apar. Contudo, o pro-cesso de construção dessas relações, de maneira consistente, é de alta com- B = (bij )n×n ⊂ X × X, (3) onde: bij = ((xi xj ) , µ (xi xj ) , v (xi , xj )) para todo i, j = 1, 2, . . . , n. (4) Sendo bij = (µij , vij ) um valor fuzzy intuicionista, composto pelo grau de preferência, µij , de xi sobre xj , e o grau de não preferência, vij . Já o grau de hesitação para essa situação é definido por: πij = 1 − µij − vij . (5) Normalmente o processo de tomada de decisão é realizado por um grupo de especialistas, definidos por Ek (k = 1, 2, . . . , m), aos quais são atribuı́dos diferentes pesos, λk = (λ1 , λ2 , . . . , λm )T , de acordo com a sua importância para a decisão. Para esses casos, as relações de preferência individual dos especialistas são agregadas, de modo a compor uma relação de preferência coletiva B. Considerando-se uma matriz de relações de preferencia B = (bij )n×n , e sendo ela aditivamente consistente, então existe um vetor de prioridades w = (w1 , w2 , . . . , wn )T que satisfaz a equação: µij ≤ 0.5 (wi − wj + 1) ≤ 1 − vij i = 1, 2, . . . , n − 1; j = i + 1, . . . , n; n X wi ≥ 0; i = 1, 2, . . . , n; wi = 1. Contudo, como as relações de preferência são subjetivas, nem sempre é possı́vel satisfazer a equação 6. Nesse caso, a matriz B não é considerada aditivamente consistente, e necessita da introdução de variáveis não negativas de desvio, + d− ij e dij , para relaxar a equação 6, determinando uma nova equação: + µij − d− ij ≤ 0.5 (wi − wj + 1) ≤ 1 − vij + dij i = 1, 2, . . . , n − 1; j = i + 1, . . . , n; n X wi = 1. i = 1, 2, . . . , n, i=1 (7) Minimizando-se as variáveis de desvio, é possı́vel tornar a matriz B semelhante a uma matriz de relações de preferência aditivamente consistente. Por esse motivo, foi proposto o modelo de otimização linear 8, que ao passo que minimiza as variáveis de desvio, determina o vetor de prioridades w, (Behret, 2014) e (Xu, 2009). δ = min n−1 X n X + d− ij + dij Código Tipo da falta F1 Falta térmica, baixa temperatura F2 Falta térmica, alta temperatura F3 Falta elétrica de alta energia F4 Falta elétrica de baixa energia F5 Condição normal, ou inconclusiva (6) i=1 wi ≥ 0, Tabela 3: Códigos normalizados de identificação das faltas. pelo triângulo de Duval, de modo que o diagnóstico será normalizado conforme a Tabela 3. A Fig. 2 apresenta um fluxograma da abordagem proposta. Nela o sistema foi divido em 3 estágios, a fase de classificação, a fase de agregação, e a fase de seleção. Na fase de classificação, são utilizados os métodos tradicionais para identificar o tipo da falta presente no transformador. Para o caso dos métodos indicarem mais de um tipo de falta, serão definidas matrizes de relações de preferência. Nesse processo, são criadas 4 matrizes de especialistas, uma para cada método. No próximo estágio, a fase de agregação, é aplicado o procedimento de agregação de informações, de modo que, as relações de preferências dos especialistas sejam combinadas em uma única relação. Na sequência é aplicado o modelo de otimização linear para calcular a razão de cada alternativa. A fase de seleção, tem como função determinar a prioridade das razões de cada alternativa, e indicar a conclusão do método, isso é o tipo mais provável de falta presente no transformador. O detalhamento do processo proposto é descrito a seguir: i=1 j=i+1 0.5 (wi − wj + 1) + d− ij ≥ µij s.t. 0.5 (wi − wj + 1) − d+ ij ≤ 1 − vij wi ≥ 0, i = 1, 2, . . . , n, n X + wi = 1, d− ij , dij ≥ 0 i=1 i = 1, 2, . . . , n − 1, j = i + 1, . . . , n. (8) 4 Metodologia proposta para identificação de faltas em transformadores A proposta deste trabalho é que na presença de múltiplas interpretações DGA acerca de um ensaio, seja aplicado um modelo de decisão multicritério que avalie as faltas encontradas e determine a mais provável. A primeira interpretação dos dados DGA será realizada pelos métodos tradicionais de razões de IEC, Roger e Doernburg, e Figura 2: Fluxograma da abordagem proposta. Passo 1: Classificação da condição do transformador, a partir de métodos tradicionais de interpretação: Razões de Roger, IEC e Doernburg, e triângulo de Duval. Passo 2: Determinação das relações de preferência de cada método, especialista, para as faltas identificadas na forma de: (k) Bk = bij n×n onde, (k) bij é a comparação par-a-par entre duas (k) faltas para um especialista, sendo µij , a razão de predição do método para o tipo de falta identifi(k) cada, e vij , a razão de predição para o outro tipo de falta, esses valores são dados pela Tabela 2. Passo 3: Agregação das relações de preferências dos especialistas, em uma única relação. Utilizouse o operador aditivo de consistência e λk foi definido através da consistência das respostas do método, de acordo com a Tabela 2. Passo 4: Determinar o vetor de prioridades w através do modelo de otimização linear descrito na equação 8. Passo 5: Ordenar o vetor de prioridades e determinar a tipo da falta. A partir das relações de preferência obtidas foi utilizado o modelo de otimização linear (Passo 4), w = (0, 00; 0, 35; 0, 39; 0, 00; 0, 26)T , que quando ordenado (Passo 5) forneceu a provável falta do transformador, identificada como F3 (falta elétrica de alta energia). Diagnóstico esse condizente com a falta encontrada no transformador durante a manutenção. Caso 2: O transformador de 110 kV/11 kV, 60 MVA do segundo caso, apresentava uma falta de alta temperatura. Os dados da análise DGA mostraram a seguinte concentração de gases em ppm —H2 : 266, CH4 : 584, C2 H2 : 1, C2 H4 : 862, C2 H6 : 328, CO: 919, CO2 : 1870. Para esse caso foram obtidos dois diagnósticos possı́veis, F1 e F2. A aplicação do método proposto caracterizou a falta com F2, estando em concordância com o falta existente. O vetor peso de prioridades obtido foi: w = (0, 47; 0, 53; 0, 00; 0, 00; 0, 00)T . Tabela 4: Identificação do tipo de falta nos transformadores dos casos 1 e 2 apresentados. Tipo da falta Caso 1 Caso 2 Método 5 Exemplo de identificação de falta através do método proposto A utilização da abordagem proposta será ilustrada com dois casos de transformadores reais, apresentados por Lin et al. (2009). As classificações das amostras de ambos os casos, para os métodos tradicionais e para o método proposto são apresentadas na Tabela 4. Caso 1: Transformador de 132 kV/11 kV, 20 MVA. Foi detectado uma falha elétrica de alta energia, relacionada com a quebra do fusı́vel do transformador de tensão interno. A relação de gases dissolvidos no óleo isolante em ppm era de —H2 : 160, CH4 : 10, C2 H2 : 1, C2 H4 : 1, C2 H6 : 3, CO: 705, CO2 : 2000. A primeira análise de transformador, utilizando-se dos métodos tradicionais (Passo 1), foi obtido 3 classificações diferentes, duas F5, uma F3 e uma F2, situação está que justifica a aplicação do método de decisão. A partir desses dados foram compostas as matrizes de relações de preferência para cada especialista (Passo 2), é apresentada as relações de apenas um especialista: (0, 50; 0, 50) (0, 39; 0, 55) (0, 39; 0, 23) B1 = (0, 55; 0, 39) (0, 50; 0, 50) (0, 55; 0, 23) (0, 23; 0, 39) (0, 23; 0, 55) (0, 50; 0, 50) Tendo-se um conjunto de k = 4 matrizes foi realizado o processo de agregação das preferências dos especialistas (Passo 3), resultando em: (0, 50; 0, 50) (0, 70; 0, 76) (0, 69; 0, 57) B = (0, 76; 0, 70) (0, 50; 0, 50) (0, 76; 0, 57) (0, 57; 0, 70) (0, 57; 0, 76) (0, 50; 0, 50) Real F3 F2 Roger F5 F1 IEC F3 F2 Doernenburg F5 F2 Duval F2 F2 Abordagem Proposta F3 F2 6 Conclusão O método proposto se mostrou válido como ferramenta de auxı́lio na tomada de decisão acerca da classificação da falta presente em um transformador de potência, considerando o diagnóstico de múltiplos métodos de interpretação DGA. Utilizando-se dessa abordagem, foi possı́vel fornecer um diagnóstico mais preciso da situação do transformador quando ocorreu divergências nas classificações dos métodos tradicionais. Pretendese a partir desse momento estudar a aplicação desse método para uma quantidade maior de dados. De modo, que se possa aprimorar as relações de preferência intuicionistas fuzzy e determinar a consistência da abordagem proposta. Agradecimentos O presente trabalho foi realizado com apoio do CNPq, Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientı́fico e Tecnológico —Brasil. Referências Atanassov, K. (1986). Intuitionistic Fuzzy Sets, Fuzzy Sets and Systems 20: 87–96. Behret, H. (2014). Group decision making with intuitionistic fuzzy preference relations, Knowledge-Based Systems 70(8): 33–43. Chatterjee, A., Bhattacharjee, P. and Roy, N. K. (2012). 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