XIII JORNADA DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO – JEPEX 2013 – UFRPE: Recife, 09 a 13 de dezembro. EDUCAÇÃO AMBIENTAL: A IMPORTÂNCIA DA ARBORIZAÇÃO NO ESPAÇO ESCOLAR. Ivonete dos Santos Campos1, Murilo Leonardo da cunha2, Introdução A escola enquanto instituição social que objetiva promover a construção de sujeitos para atuarem em sociedade de modo autônomo, crítico e reflexivos, através dos conhecimentos sistematizados e acumulados historicamente se defronta, na atualidade, também para a necessidade de formação de sujeitos socioambientais (CARVALHO, 2006). Esta evidência se faz necessária em face da profunda crise socioambiental que vivenciamos em dimensões locais e mundiais. Ou seja, escassez de recursos hídricos, fome, poluições, guerras, desemprego e agravamento das desigualdades sociais, oriundas, sobretudo, do descontrole do ser humano ao utilizar os recursos naturais de forma gananciosa predatória e do atual modelo de sociedade capitalista. Diante desse panorama, as diferentes instituições sociais devem assumir responsabilidades no sentido de promover discussões e intervenções para se mitigar tais impactos negativos na sociedade e garantir para as futura gerações um meio ambiente mais humanizado e a promoção e construção de sujeitos alfabetizados ecologicamente (CAPRA, 2007) Com o intuito de promover nas crianças e adolescentes esses conhecimento e atitudes, o projeto intitulado: “Educação Ambiental: a importância da arborização no espaço escolar” teve como objetivo geral: Desenvolver e reconhecer a importâncias de ações socioambientais no contexto escolar através do processo de arborização. Para tanto, adotamos uma metodologia qualitativa tomando como principal instrumento o uso da ferramenta de leituras de realidades. Material e Métodos A pesquisa aqui fomentada e desenvolvida segue uma metodologia investigativa de viés qualitativo tomando como lócus de estudos e intervenções uma escola pública na cidade do Recife/PE. Adotando como principal metodologia a leitura crítica da realidade na égide de promover ações participativas e coletivas com o Diagnóstico Rural Participativo e suas ferramentas, como por exemplo, o Mapa falado e o Diagrama de Fluxo (FARIA 2000). Resultados e discussão 1 2 Primeiro Autor é Professora polivalente exercendo a função de Educadora de Apoio na SEDUC do Governo de Pernambuco. Segundo Autor é Professor SEDUC, - Jaboatão/PE; Pesquisador/UFRPE, Aluno Especial do Mestrado Educação UFPE. XIII JORNADA DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO – JEPEX 2013 – UFRPE: Recife, 09 a 13 de dezembro. Com uma visão contraditória, economicista, individualista e fragmentada da realidade, o sistema capitalista vislumbrou o usou dos recursos naturais como se fosse uma fonte inesgotável de matérias primas para a produção dos bens materiais de existência do própio homem. Deveras, como se fossem polos dissociáveis homem e natureza. Porém, isso hoje, se mostra de modo reducionista, equivocado e ultrapassado, porque todos os elementos constituintes do meio ambiente estão atrelados entre si e mutuamente interagindo. Logo, se fazendo necessário superar a concepção cartesiana e a adoção de um novo paradigma. Este que vislumbrar ser natureza e o homem como elementos que compõem o todo de forma dialética, complexa e sistêmica (CAPRA, 2006, LOUREIRO, 2006; MORIN, 2008). De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais-PCNs (2001) o objetivo principal de se trabalhar com o meio ambiente é o de contribuir para formação de cidadãos conscientes, aptos para decidir e atuar na realidade socioambiental de um modo comprometido com a vida, com o bem-estar de cada um e da sociedade global. Assim, a missão de educar e conscientizar como postulou Freire (1988; 2006) e Santos (2009) devem ser o norte para a promoção de uma educação interdisciplinar e libertadora. Mais ainda, tendo o diálogo como elemento norteado para um ensino libertário. Onde, discentes e docentes juntos caminham para a consciência crítica e a formação planetária. E nessa, perspectiva teórica que fora desenvolvido o Projeto pedagógico “Educação Ambiental: a importância da arborização no espaço escolar”. Moacir Gardotti (2000), afirma que “a educação ambiental deve ter como base o pensamento crítico e inovador; em qualquer tempo ou lugar, em seus modos formais e não formal e informal, promovendo a transformação e a construção da sociedade.” (p. 194). Analisando a importância dessa educação ambiental nas Unidades Escolares para a formação de sujeitos comprometidos com o bem-estar socioambiental o curso de formação continuada “Formando Educadores socioambientais” promovidos pelo NEFOPP/UFRPE em 2012 e do Projeto de extensão “Formação de Professores: ações socioambientais no contexto escolar”, nos possibilitaram subsídios teóricos e práticos para a realização do projeto na Escola Estadual Barros Carvalho nas turmas de 4º e 5º anos, localizada no bairro do Cordeiro, na cidade do Recife. O projeto se desenvolveu de forma problematizada e tematizada. Possibilitou uma agenda ecológica nos alunos participantes, pois desenvolveu neles uma nova percepção de suas realidades utilizando uma discussão coletiva com o uso do “Diagrama de Fluxo”, inclusive da escola. Essa capacidade de visualizar o meio ambiente como um todo integrado e interligado fez emergir vários elementos atrelados na temática que antes não se julgava ser pertencente. Nesse sentido, foi à questão interdisciplinar no diálogo com a biologia e agronomia nos estudo referente do manejo de práticas de plantações arbóreas, por exemplo. Em resumo, o resultado foi uma melhora na qualidade de vida no âmbito escolar, bem como uma melhor socialização entre os atores da instituição na construção coletiva das etapas XIII JORNADA DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO – JEPEX 2013 – UFRPE: Recife, 09 a 13 de dezembro. do projeto e de sua culminância. Com isso, os partícipes da ação de arborização adquiriram um olhar crítico acerca da importância de criar “zonas verdes” em áreas desmatadas, uma vez que a qualidade de vida aumentaria na comunidade local oriundas dos diversos benefícios das áreas arborizadas, ao passo que, o projeto possibilitou um processo investigativo, interdisciplinar e dialógico, diante das questões ambientais ampliando o olhar dos alunos para outros espaços da cidade, inclusive de seus própios cotidianos. Referências Bibliográficas BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais: apresentação dos temas transversais: ética MEC.Brasília, 2001. CARVALHO, I.C.M. Educação Ambiental: a formação do sujeito ecológico. São Paulo: Cortez, 2008. CAPRA, F.A teia da vida: uma nova compreensão científica dos seres vivos. São Paulo, Cultrix,1996. FARIA A.A.C. O uso de Diagnóstico Rural Participativo em processo de desenvolvimento local: um estudo de caso. Dissertação de Mestrado. Viçosa/MG: UFV, 2000. FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários a prática educativa. Ed. São Paulo: Paz e Terra, 1996. ______Educação como prática da liberdade. Ed. Rio de Janeiro: Paz e terra. 1998. LOUREIRO, C.F.B(org).Pensamento complexo, dialética e educação Ambiental.São Paulo:Cortez,2006 GADOTTI, M. Pedagogia da Terra. São Paulo: Fundação Peirópolis, 2000. LIBÂNEO, José Carlos. Organização e gestão da escola: Teoria e prática. 5. Ed. revista e ampliada. Goiânia: Editora Alternativa, 2004. MORIN, E. Ciência com consciência. 11. Ed. Rio de Janeiro: Bertrand; 2008. Imagens: Ivonete Campos, 2013, Recife.