PRODUÇÃO ANIMAL - VETERINÁRIA
BOVINOCULTURA DE LEITE E DE
CORTE
Prof. Marco Aurélio Carneiro Meira Bergamaschi
Médico Veterinário
São Carlos, 2007
BOVINOCULTURA DE LEITE E DE CORTE
A produção de leite é uma exploração que envolve um grande número de
pessoas e um grande volume de dinheiro, desde a ordenha até o copo do
consumidor.
A principal matéria-prima para a exploração leiteira é a vaca e para que a
mesma produza bem é necessário alguns cuidados como Alimentação, Manejo,
Sanidade e Instalações.
A vaca leiteira deve receber cuidados desde quando nasce. A vida de uma
vaca pode ser dividida em 6 partes, para exemplificar os cuidados necessários
durante cada fase de sua vida produtiva.
Estas fases são:
Fase 1
De 0 a 4 meses
Fase 2
De 4 a 12 meses
Fase 3
De 12 a 18 meses
Fase 4
De 18 até a 1ª parição
Fase 5
Da 1ª parição até a secagem
Fase 6
Da secagem até a 2ª parição
Fase 1: de 0 a 4 meses = BEZERROS
Os bezerros devem receber cuidados desde antes de nascerem, enquanto
estão na “barriga” da vaca.
Na produção leiteira com animais puros, normalmente, os machos são
abatidos na 1ª semana, ou são recriados para reprodução. Já em raças mestiças,
recriam-se os machos e fêmeas.
Ao nascer, o bezerro tenta ficar de pé poucos minutos após, podendo variar
de 20 minutos até 3 horas. Os animais mestiços geralmente são mais rápidos.
Normalmente um bezerro mama 10 vezes por dia, mais durante a noite e logo ao
2
entardecer. Isto é importante saber para se tomar cuidados com certos manejos,
principalmente o fornecimento de colostro. (“Colostro” é o primeiro leite, rico em
anticorpos, vitaminas e minerais).
Sempre que possível deve-se acompanhar o parto ou então, logo após
observar o bezerro (a) e se possível limpá-lo com pano limpo e retirar
principalmente aquele muco que fica na boca e no nariz. Normalmente a vaca já
lambe o bezerro, ajudando a secar e estimulando a respiração e circulação. Em
dias de chuva e frio deve-se deixar o bezerro (a) em local seco e protegido da
friagem.
Após estes cuidados iniciais, deve-se forçar o bezerro (a) a mamar o
colostro ou fornecer 2 kg no mínimo durante as primeiras 6 horas de vida.
O fornecimento de colostro é importante aos bezerros, porque ele nasce
sem anticorpos e o colostro tem essa finalidade. Deve se possível fornecer o
colostro durante os três primeiros dias de vida, mesmo porque após este período a
própria vaca vai limpando o leite. O fornecimento de água fresca e limpa também
é importante.
Após a primeira semana, o bezerro pode seguir alguns caminhos e manejos
de criação:
1) Desmame precoce ao balde;
2) Desmame precoce ao pé da vaca e
3) Desmame natural.
Os dois primeiros diferem somente porque no desmame precoce ao pé da
vaca, o bezerro só é utilizado para a vaca “descer” o leite, não mamando na
mesma.
Esquema de desmame precoce:
IDADE EM
LEITE
RAÇÃO
VOLUMOSO
Colostro
--
--
10% do peso vivo, À vontade
--
SEMANAS
1ª
2ª
3
dividido
em
2
vezes
3ª
10% do peso vivo, À vontade
Pequenas porções de
dividido
feno.
em
2
vezes
5% do peso vivo, Quando
dividido
em
estiver -
Feno
de
boa
2 consumindo 500g qualidade à vontade.
vezes
de ração
desmamar
Quando
- Deixar ir a piquetes a
estiver partir dos 35 dias.
consumindo 800g -Fornecer
alimento
de ração
verde
de
boa
qualidade.
-Mineral
à
vontade
(nos piquetes).
FIQUE ATENTO
Temperatura e qualidade do leite.
Altura do balde ou mamadeira.
Água de boa qualidade.
Instalações devem ser funcionais, que facilite a limpeza e manejo.
Cuidar das sobras de rações nos cochos.
Leite em pó: ferver metade da água que vai utilizar, diluir o leite e
acrescentar água na temperatura ambiente (outra metade).
O desmame natural, é aquele que o bezerro fica ao pé da vaca e mama na
mesma. O costume é de deixar um peito sem ordenhar para o bezerro mamar,
mas este esquema tem alguns inconvenientes no desenvolvimento do bezerro,
necessitando-se ter alguns cuidados.
4
!
Para quem tira leite uma vez por dia, é importante pelo menos nos
primeiros 30 dias fazer o bezerro mamar à tarde também;
!
Procurar sempre deixar o mesmo peito para o bezerro;
! A vaca possui um úbere dividido em 2 partes anteriores (frente) e 2 partes
posteriores (atrás). Os da frente dão menos leite que os de trás, se a vaca
produz 10 l/dia em duas tiradas e se deixa um peito para o bezerro, este irá
mamar no máximo 3 l/dia.
! Às vezes se deixa pouco tempo para o bezerro mamar, é importante deixar
pelo menos que ele mame 20 min.
! Procurar que o mesmo leiteiro tire todos os dias o leite da mesma vaca.
! O ideal seria esgotar bem a vaca e depois fornecer o leite em baldes ou
mamadeiras.
! Ajudar com ração após a 1ª semana.
Independente do esquema a ser seguido, o importante é que a ração,
volumoso, água e mineral sejam de boa qualidade.
A ração indicada para esta fase é de 16% PB e 72% NDT no mínimo e de
preferência peletizada, pastagem de boa qualidade também é importante a
partir dos 35 dias de vida.
As instalações são importantes, em caso de bezerreiro individual, este deve
ser utilizado até 60 dias e depois passar para o bezerreiro coletivo com piquete.
Em qualquer dos casos é importante a limpeza e desinfecção periódica do local.
Para desinfecção, deve-se raspar e lavar bem o local, e jogar água clorada
e deixar no mínimo 4 horas, enxaguando em seguida. Se quiser, pode jogar álcool
e por fogo, tomando-se o cuidado com madeiras e parte elétrica. Depois disso,
deve-se passar cal nas paredes e piso e se necessário forrar com cama.
Esta desinfecção deve ser feita a cada 15 dias e a limpeza para remoção
de fezes e urina deve ser diária.
Os bezerros irão receber esta ração até os quatro meses, com volumoso,
água e mineral de boa qualidade.
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MANEJO DE BEZERROS DE CORTE
Piquetes maternidade:
Dia do nascimento: Tratamento do umbigo com iodo a 7%, colocação do
brinco de identificação, tatuagem, anotações na ficha, endectocida (por exemplo o
Dectomax), para prevenir a bicheira no umbigo e na orelha, devido ao brinco; e
controle de vermes internos e estimular a ingestão de colostro
A vacina contra o Paratifo (pneumoenterite) deve ser feita 30 dias antes do
parto, ou seja, no 8° mês de gestação, e nos bezerros com 15 e 30 dias de vida.
A vacina contra brucelose deve ser feita somente em fêmeas com 3 a 8
meses de idade, uma única vez
A vacina contra Leptospirose deve ser feita com quatro meses de idade e
repetida de seis em seis meses.
A vacina contra a raiva deve ser com quatro meses de idade e repetida
anualmente, principalmente em regiões de morcegos.
Vermifugações:
Deve ser feita mensalmente a vermifugação oral até a desmama em
bezerros puros.
Quando em sistema extensivo, deve-se vermifugar a cada dois meses.
Outras atividades nesta fase:
Descorna: ferro quente ou pasta.
Castração: método de arrancamento, a canivete e burdizzo.
PRINCIPAIS DOENÇAS DOS BEZERROS
Sintomas: febre, pêlos arrepiados, não come, cabeça baixa, tosse, nariz
escorrendo, lacrimejamento, diarréia, estufado, etc.
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Diarréias:
•
Colibacilose: ocorre em bezerros recém nascidos. È uma diarréia
amarela, com ou sem sangue e branca no final.
Para o controle deve-se executar os cuidados pós-nascimentos.
Preventivo: Neocidol oral – 20 mL ao dia, do 1° ao 5° dia. Do 6º dia até 30
ou 40 dias, Acidmoss (3 gramas ao dia).
•
Paratifo: bezerros a partir de 20 dias e a cor das fezes é verde.
•
Verminose: diarréia mole, rabo sujo, anemia, cor quase preta das
fezes.
•
Coccidiose ou Eimeriose: diarréia com sangue.
Tristeza parasitária: animal não mama, cabeça baixa. Febre alta, anemia
ou icterícia e pode urinar sangue.
Piobacilose: juntas das pernas engrossadas, febre, tumores na pele. Às
vezes o tratamento com iodo a 7% no umbigo funciona.
Problemas
de
pele:
verruga,
fungos,
dermatofiloses,
sarnas,
fotossensibilização.
Ectoparasitas: bernes, carrapatos, mosca do chifre, piolhos, raramente
pulgas e moscas cocheiras.
Pododermatites: inflamação dos cascos.
Ceratoconjuntivites: infecção dos olhos.
Hérnia umbilical: machos após a correção cirúrgica castra-se.
Verificar touros e não amarrar umbigos.
Fase 2: de 4 a 12 meses = NOVILHAS
Também é uma fase importante.
Nesta fase, os animais devem ser mantidos em piquetes e ter acesso a
cocho onde receberão ração e um pouco de volumoso. A ração a ser fornecida
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tem que ter no mínimo 14% PB e 72% NDT e a quantidade variar de 2 a 2,5
kg/cab./dia.
Pode ser farelada, sendo que a peletizada apresenta melhores resultados.
É bom salientar que se deve ter água limpa e fresca, mineral à vontade no
piquete, local com boa sanidade.
Nesta fase, o ganho de peso pode chegar até 0,8 kg/dia e daí a importância
de se dar ração e bom volumoso. Contudo, ganhos superiores a 0,8kg/dia poderá
causar acúmulo de gordura na glândula mamária, que acarretará numa menor
produção leiteira na vida adulta.
Para bezerros que mamam na vaca, deve ser deixado o mínimo de leite e
se forçar ainda mais à alimentação em cochos e pasto.
Fase 3: de 12 a 18 meses
É uma fase em que o animal ainda é novilha, mas estará sendo preparado
para o acasalamento (fêmeas) ou começar a produzir sêmen (machos). É muito
importante continuar a ração da fase anterior, pois irá se conseguir uma cobertura
ao redor dos 15 a 18 meses, que faz com que a fêmea de a primeira parição aos
24 a 27 meses, bem antes do que normalmente se consegue. É bom salientar que
nesta fase bem como na anterior pode se usar opções que se tenha na
propriedade para alimentação, obedecendo é claro os níveis nutricionais de cada
alimento.
Se o animal criado for macho e destinado à reprodução, deve começar com
18 meses e realizar 1 a 2 coberturas por semana para não forçar o animal.
Fase 4: dos 18 meses a 1ª parição
Continuar tratando os animais, pois ainda estão em fase de crescimento. A
ração ainda é a mesma anterior (14% PB/72% NDT).
Antes do parto, 15 dias mais ou menos, mudar a ração para a que se usa
nas vacas em lactação, nas mesmas quantidades anteriores de 2 a 2,5
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kg/cab./dia. Esta quantidade deve ir até a parição, onde depois irá receber ração
de acordo com a produção.
Ficar atento ao desenvolvimento do animal nesta fase, pois se foi coberto
com 18 meses mais ou menos e com peso de 300 a 350 kg, terá que parir com
500 kg, daí a necessidade de se dar ração para um melhor ganho de peso.
Nunca esquecer do volumoso de qualidade e mineral à vontade e água.
Há esquemas de criação onde a novilha com 15 a 30 dias antes do parto
vai se adaptando com misturas gradativas da ração, até a substituição total com
ração das vacas em lactação, recebendo a quantidade de acordo com a produção
leiteira.
Fase 5: da 1ª parição até a secagem
Se o animal foi coberto precocemente, é necessário um cuidado ainda
maior, pois está em crescimento.
Com relação à alimentação, esta deve ser bem balanceada para atender as
necessidades dos animais, tanto de manutenção como de produção. Nesta fase, o
produtor tem um maior gasto com ração e muitas vezes faz de modo errado.
O controle de produção ou controle leiteiro é muito importante, pois auxilia
no controle de gastos com ração e serve para ver qual vaca é ou não boa
produtora de leite em quantidade e tempo de lactação. Este controle pode ser feito
pelo menos uma vez por mês.
“A vaca foi feita para pastar”, portanto é importante que boa parte da
alimentação da mesma venha de bons pastos, o que barateia o custo de
produção. Estas pastagens não devem ser distantes, pois quanto mais a vaca
anda mais precisa de alimento para se manter e produzir.
Existem vários tipos de manejos de vacas em lactação. A maioria é válida
desde que se tenha uma boa harmonia entre a vaca, manejo, alimentação,
sanidade e instalações. Um exemplo de manejo errado é o de se prender as vacas
às 12:30 h, iniciar a ordenha às 13:00 h e depois se solta a vaca. Dificilmente a
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vaca neste intervalo, irá comer aqueles 30 kg de cana/capim com ração que se
põem no cocho. Certamente irá sobrar volumoso e conseqüentemente ração.
Mesmo que a vaca coma tudo isto, irá comer tão depressa que dificilmente
o alimento será bem aproveitado.
Outro erro que se comete é o de deixar muito tempo as vacas acorrentadas
sem ter água para elas beberem.
Alguns cuidados podem ser tomados independentes do manejo que se usa:
!
Não deixar faltar água para os animais em bebedouros;
!
Não deixar faltar comida, em caso de fornecimento de volumosos em
cocho, evitar também a sobra excessiva;
!
Fornecer ração no mínimo duas vezes, evitando que o animal coma
rapidamente aproveitando mal a ração;
!
Evitar o lavajão ou sopão;
!
Fornecer mineral à vontade nos pastos ou piquetes de descanso;
!
Quando for mudar a ração, usar sempre o método de mudança gradual;
Ex: passar da ração A para a ração B.
Ração A
Ração B
1º e 2º dia: 75% de A + 25% de B
3º e 4º dia: 50% de A + 50% de B
5º e 6º dia: 25% de A + 75% de B
7º dia: 100% de B
!
Verificar sempre as facas da picadeira, capim grosseiro é mal aproveitado;
!
Manter sempre os horários de trato, ordenha, acorrentar, etc;
!
Evitar que a vaca ande demais;
!
Evitar estresse nas vacas, principalmente na ordenha;
!
Pesar mensalmente a produção de leite;
10
!
Tratar realmente aquelas vacas que merecem.
Após o parto deve ter atenção e verificar se a vaca expulsou ou não a
placenta. Após 30 dias do parto ocorrendo tudo dentro da ordem, a vaca pode
apresentar um cio, que pode ou não ser aproveitado dependendo do estado da
mesma.
Outro ponto a ser considerado é que deve-se promover o máximo de
condições para que a vaca não ultrapasse 60-70 dias depois do parto sem estar
coberta.
Cada cio que se perde é um período de quase um mês a mais que a vaca
demorará para produzir um novo bezerro e iniciar outra lactação.
Fase 6: da secagem até a próxima parição
Independentemente da produção, a secagem da vaca deve ser 2 meses
antes do próximo parto para que a glândula mamária se recomponha para a
próxima lactação. Supondo-se que se consiga a cobertura dentro dos 60 dias após
o parto, as vacas de alta produção ainda estarão com uma considerável quantia
de leite por dia quando chegar a hora de secagem.
Esta fase é desprezada por quase todos os criadores, mas dela é que
depende o sucesso da próxima lactação e desenvolvimento final ao bezerro. Uma
vaca bem alimentada nesta fase garante um bom bezerro e uma lactação melhor
tanto em qualidade como em tempo de duração.
A secagem deve ser feita de forma abrupta. Cortar a ração e o número de
ordenhas e isolar o animal. No dia seguinte ordenhar, aplicar um anti-biótico intramamário específico para vaca seca e retirá-la do lote de lactação, levando-a para
o lote de vacas secas, longe dos estímulos (barulho de ordenha e manejo de
vacas em lactação). Acompanhar nas semanas seguintes se o leite está sendo
reabsorvido ou se ocorreu um processo inflamatório (mastite). Caso positivo
realizar o tratamento. Não se deve secar vaca com mastite sub-clínica, deve-se
tratá-la antes de secar. Fazer o teste de mastite.
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Após secar a vaca esta deve ir para bons pastos, receber suplementação
de volumoso e ração se necessário. Esta ração pode ser de 12% PB e 68% NDT e
a quantidade de 2 kg/cabeça, dependendo do estado da vaca, das pastagens e do
volumoso. Nunca esquecer de mineral à vontade e água limpa.
Quando faltar mais ou menos 10 dias para o parto, mudar de ração e
manter a quantidade de 2 kg por cabeça/dia.
Este manejo ajuda o produtor e principalmente seu empregado a conduzir o
rebanho de um modo mais racional, obtendo animais mais sadios e de melhor
produção.
Controle de vacas secas e mojando: de preferência, formar piquetes com
vacas secas e prenhes confirmadas.
Deixar as vacas descansar, secando-as de preferência 60 dias antes do
parto, para a regeneração da glândula mamária.
Usar anti-bióticos para secagem em vacas de alta produção
As vacas mojando e chegadas para criar, devem permanecer em piquetes
maternidade, para observação dos trabalhos de parto.
Parto:
Piquete maternidade: Local plano e de fácil observação. Observar a vaca
em trabalho de parto por até 2 horas. Caso não consiga parir deve-se chamar o
veterinário.
Tanto no parto normal quanto no parto difícil (distócico), deve-se tomar
todos os cuidados na hora de auxiliar o animal, como fazer a higiene completa,
usar desinfetantes nas mãos e materiais que serão utilizados, além da proteção
individual, como o uso de luvas, avental, botas etc.
Quando ocorre torção uterina ou não tem dilatação para a passagem do
bezerro deve-se chamar o médico veterinário para executar fetotomia ou
cesariana.
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O QUE É PRECISO SABER SOBRE DOENÇAS
Deve-se reconhecer a doença logo no início; no começo é mais fácil de ser
curada e o tratamento fica mais barato.
Uma das melhores maneiras de saber se o animal está doente, é medir se
ele tem febre ou não.
Se perceber qualquer coisa diferente num animal não perca tempo,
verifique se tem febre.
Coloque o termômetro no reto do animal, bem encostado na pele do reto.
Depois de dois minutos tire o termômetro e leia a temperatura.
Se for maior que 40ºC nos bezerros e 39,5ºC nos animais adultos é porque
eles estão doentes.
Depois de usar o termômetro, lavá-lo com água e sabão e abaixar a coluna
de mercúrio. Posteriormente guardá-lo em lugar onde não receba calor ou sol.
FEBRE AFTOSA
É uma doença que ataca todos os animais que tem casco bipartido.
Sintomas: o gado afetado baba, tem febre, manca, tem ferida nos cascos,
na boca e no úbere. Pode causar aborto nas fêmeas enxertadas.
Causas: presença de um vírus, que passa de um animal para outro por
meio de saliva que fica em lugares úmidos (cochos e bebedouros).
Tratamento preventivo: vacinar todo o gado com mais de 1 dia de idade,
de 6 em 6 meses, com a vacina conservada fria até a hora de ser aplicada de 2 a
8 °C, sem congelar.
Local de aplicação: sub-cutâneo (debaixo da pele).
Tratamento: não há
Cuidados:
- separar os animais doentes;
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- separar os retireiros que lidam com animais afetados;
- separar completamente os tratadores de porcos;
- Abater, incinerar e enterrar os animais doentes, com supervisão dos
órgãos públicos competentes.
TRISTEZAS
Acomete o gado em qualquer idade, mas é mais freqüente nos animais
jovens.
Sintomas: os bezerros ficam tristes, tem febre, choram nos dois olhos e
ficam com a gengiva e os olhos brancos ou amarelados. O bezerro não mama
direito e aparece com febre pela manhã e à tarde.
Causas: na realidade são duas tristezas causadas por micróbios, que o
carrapato transmite ao animal. A babesiose é a que aparece primeiro e por isso é
chamada de “primeira tristeza”. Essa doença aparece no animal novo, mais ou
menos 15 dias após o contato com o carrapato.
A anaplasmose ou “segunda tristeza”, aparece nos bezerros a partir de 25
dias após o contato com o carrapato. Como a segunda tristeza já encontra o
animal meio fraco, ela se torna mais grave que a primeira, podendo apresentar
sangue na urina e nas fezes, chegando mesmo a matar o bezerro.
Tratamento preventivo: tirar da própria vaca parida ou de outra vaca
sadia, 5 a 10 mL de sangue e aplicar debaixo da pele do bezerro, logo após a
desinfecção do umbigo.
Tratamento curativo: o tratamento para cada uma das duas tristezas é
diferente um do outro.
Primeira tristeza:
Ganaseg ( só uma vez)
Dose: 1 mL para cada 20 kg de peso vivo
Local da aplicação: no músculo
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Segunda tristeza:
Terramicina LA 1 mL para cada 10 kg de peso vivo, só
uma aplicação ou 4 dias após.
Talcin 10 mg/kg P.V.
Dose: aplique a cada 24 horas durante 3 dias seguidos,
conforme a receita do Médico Veterinário.
Local da aplicação: no músculo.
TRATAMENTO AUXILIAR PARA AS DUAS TRISTEZAS
Vitaminas B12, Complexo B, Minerais, Bovi-gama.
Após a cura da doença, pode-se aplicar ferro injetável no músculo, para
tratar a anemia.
Quando não for possível saber se é a primeira ou a segunda tristeza,
aplicar o ganaseg e, em seguida fazer o tratamento com Terramicina
MANQUEIRA
Também chamado Carbúnculo Sintomático, mal de ano. Ataca o gado em
qualquer idade, mas é mais comum entre 4 e 12 meses – é a doença dos
“bezerros gordos”.
Sintomas: é uma doença de evolução muito rápida causando falta de
apetite, febre e inchaço na coxa, ou na paleta.
Observação: um bezerro encontrado morto com um dos quartos inchados
pode ter sido picado por cobra, mas se ao passarmos a mão pelo inchaço e
percebe-se bolhas de ar debaixo da pele, é sinal claro que a morte foi causada
pela manqueira.
Tratamento curativo: difícil e sem garantias, usa-se Penicilinas em altas
doses.
Tratamento preventivo: fazer o esquema de vacinação.
Revacinar todo
o gado comprado.
Observação: em casos de morte, queimar ou enterrar os animais.
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Usar de preferência vacina Polivalente. Vacina mista (contra manqueira e
gangrena gasosa).
Se aparecer em animais adultos, vacinar anualmente, todo o rebanho,
inclusive eqüinos (cavalos, burros da propriedade).
Não tirar o couro de bezerros mortos por carbúnculo, queimar ou enterrar
bem fundo, seguir o calendário de vacinações.
CURSO
O gado está com curso ou diarréia quando as fezes ficam aguadas. O
bezerro fica com o traseiro sujo e os pêlos desta região e do rabo caem, devido à
acidez da diarréia. As fezes podem ser de cor normal, esverdeada, preta,
vermelha, branca ou cinzenta, o bezerro perde o apetite e tem febre.
O excesso de água das fezes é retirado do corpo, essa água faz falta ao
animal ficando o bezerro desidratado e com os olhos fundos, isto é um sinal de
descuido no tratamento do curso.
Não adianta tratar um bezerro, sem primeiro reidratar, que é repor essa
quantidade de água ao corpo do animal.
Os remédios para reidratar são:
- Soro, Ringer com Lactato.
- Soro glicosado ou Soluto Isotônico: 300 mL na veia, bem devagar, duas
vezes por dia.
- Soro caseiro: sal de cozinha refinado – 1 colher de sopa rasa, água filtrada
e fervida. Por via oral, deve ser administrado na dosagem de 500 mL, 3 vezes ao
dia.
Sabe-se que o animal esta reidratado, quando a prega que se faz ao
puxarmos a pele do bezerro se desfaz logo quês se solta.
Para o tratamento em qualquer tipo de curso, damos Carbonato de cálcio,
durante 1 ou 2 dias (comprar em farmácia). O uso de antibiótico deverá ser
recomendado, conforme o tipo de curso.
Doses: uma colher de sopa cheia, 2 vezes ao dia.
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Tratamento preventivo da Colibacilose em recém nascidos, após tratamento
do umbigo e mamar o colostro.
Uso oral: Neocolin – 20 cm³ do dia 1º ao 5º dia.
Acid-Moss – do 6º dias até 30 dias (no leite ou ração).
CURSO BRANCO
É doença de bezerro novo, produzindo fezes com jeito de leite talhado ou
massa branca.
Sintomas: quando as fezes estão em forma de leite talhado, o bezerro tem
dor de barriga e falta de apetite.
Quando as fezes estão em forma de massa branca, o bezerro apresenta
dor de barriga, falta de apetite e febre. Este curso é infeccioso.
Causas: fezes em forma de leite talhado aparecem quando o animal bebe
leite demais.
Fezes em forma de massa branca aparecem quando existe outra doença. É
sinal que o bezerro não está aproveitando bem o leite.
Tratamento:
!
Diarréia com jeito de leite talhado:
1- Reidratar;
2 – Dar Carbonato de cálcio;
3 – Cortar o leite por um dia e acertar a quantidade de acordo com peso
vivo do bezerro.
Ex: 1 bezerro de 40 quilos, deve mamar cerca de 4 litros por dia.
!
Diarréia com jeito de massa branca:
1 – Reidratar;
2 – Dar Carbonato de cálcio;
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3 – Curar o curso infeccioso com antibióticos: injetáveis e orais.
CURSO PRETO
São as diarréias de cor escura, que aparecem geralmente depois de 10
dias de idade.
1º tipo – Sintomas: poucas fezes de cor preta. Bezerro esperto, mas
atrasado no crescimento.
A diarréia preta é causada por falta de leite.
Tratamento: acertar a quantidade de leite pelo peso vivo do bezerro. Aumentar o
leite aos poucos, em dois ou três dias.
2º tipo – Sintomas: fezes de cor castanha ao negro, com bolhas,
aparecendo de vez em quando, barriga grande e pêlo áspero. É causada por
vermes e é chamada de verminose. Tratamento: administrar vermífugo.
CURSO VERMELHO
(CÃIBRA DE SANGUE OU COCCIDIOSE)
Sintomas: fezes de cor vermelha, febre alta, falta de apetite.
Causas: água empossada no bezerreiro, falta de higiene.
Tratamento: administrar medicação contra hemorragia:
Monovin K – vide bula;
Transamin - vide bula;
Sulfas – injetáveis e orais.
CURSO AMARELO ESVERDEADO
Paratifo: Diarréia amarela esverdeada que acomete os bezerros no 1º mês de vida
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Sintomas:
febre
alta,
fezes
fétidas
de
alta
contagiosidade,
comprometimentos pulmonares, inapetência, desidratação, alta mortalidade.
Causas: instalações deficientes, má alimentação, falta de higiene.
Provocado por um micróbio.
Tratamento preventivo: vacinar a vaca 15 a 30 dias antes do parto e o
bezerro, com 15 e 30 dias de idade.
Tratamento curativo: Antibióticos injetáveis e orais, reidratar e dar
Carbonato de cálcio.
BRUCELOSE
Doença do aparelho reprodutor, acomete as fêmeas depois do primeiro cio
e os machos que já estão em acasalamento.
Ocorre nas vacas, cabras e porcas. O homem pode pegar.
Sintomas: aborto, retenção de placenta (a vaca não se limpa).
A novilha doente perde a primeira cria por volta dos 7 meses e a segunda
com mais ou menos 8 meses, a terceira nasce fraca e é difícil de criar, somente a
quarta nasce normal.
Os machos doentes podem apresentar inflamação nos testículos.
Causa: presença de um micróbio que vive no aparelho reprodutor dos
animais doentes, passa para outro animal pela boca, quando o animal sadio come
capim onde caíram os líquidos fetais durante o parto e raramente pela cobertura.
Tratamento curativo: não existe.
Tratamento preventivo: vacinar todas as fêmeas entre 3 a 8 meses de
idade, uma única vez.
A vacina precisa ficar guardada na geladeira e mantida fria até a hora de
injetar – 2 A 8°C, não congelar.
A vacinação é regulamentada por Decreto e deve ser feita com orientação
de médico veterinário.
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Recomendações: enterrar todas as crias mortas, em buraco fundo,
cobrindo com cal o lugar que contaminou no nascimento do bezerro. Pedir ao
veterinário que faça exame de sangue no gado para descobrir se existem doentes.
Só comprar gado examinado por veterinário.
Não comprar vacinas guardadas em prateleiras, só compre as que
estiverem guardadas na geladeira.
As bezerras sem registro são marcadas na face esquerda da cara, com
ferro incandescente com V e o ano. Exemplo 2004 – V4; As bezerras registradas
são vacinadas e não recebem a marca com ferro.
As vacinas podem transmitira doença para o usuário, quando não tomar os
devidos cuidados durante seu uso.
Os frascos das vacinas devem ser queimados ou enterrados, após a
utilização.
O produtor que não vacinar os bezerros será punido e não poderá vender,
levar aos leiloes ou transportar sem os atestados.
Com essas medidas os rebanhos ficarão livres da brucelose.
Os animais adultos são submetidos ao exame de sangue, porque a vacina
não confere imunidade às vacas para o resto da vida. Havendo vacas com
brucelose ou compradas doentes de outros rebanhos, estas transmitem
rapidamente a doença para outras vacas e inclusive para o homem.
PNEUMONIA
Sintomas: falta de apetite, falta de ar, respiração ofegante (batedeira),
febre, catarro no nariz e tosse.
Causas: Frio, vento, chuva e má alimentação.
Tratamento preventivo: bezerreiro bem feito, bem repartido, limpo e
desinfetado.
Alimentação certa (leite, 10% do peso vivo, sal comum, água limpa à
vontade e volumosos).
20
Tratamento curativo: antibióticos injetáveis.
O bezerro deve ficar separado, em lugar abrigado.
Observações: um bezerreiro bem feito, limpo e boa alimentação evitam a
pneumonia.
Devemos dar cuidado especial para os animais convalescentes, durante 15
dias para evitar recaída.
LEPTOSPIROSE
É uma doença contagiosa que atinge os animais e o homem, é causada por
um germe chamado Leptospira.
Essa doença é transmitida através da urina dos animais contaminados, pois
o germe após a contaminação se localiza nos rins e são eliminados pela urina
durante meses ou anos. A infecção se dá através do contato com a urina,
alimentos, água e abortos.
É uma doença muito pobre em sintomas, mas pode ter alguns sintomas que
indiquem a presença da Leptospirose no rebanho.
“O rato é considerado o principal transmissor, é o transmissor permanente”.
Sintomas nos bovinos:
!
Icterícia (olho amarelo);
!
Anemia (deixará o bezerro atrasado no crescimento);
!
Febre (40,5 ou 41,5° C);
!
Anorexia;
!
Respiração Ofegante (Batedeira);
!
Urina avermelhada;
!
Queda de produção de leite;
!
Leite amarelado, às vezes tingido de vermelho (mesmo não havendo sinal
de inflamação do úbere);
21
!
Aborto (ocorre de 2 a 5 semanas após a infecção inicial é mais comum
ocorrer próximo ao 7º mês).
Diagnóstico: baseado nos sintomas e exame de sangue.
Profilaxia:
!
Coleta de material: identificando os animais reagentes;
!
Tratamento dos animais reagentes;
!
Vacinação;
!
Separação dos suínos e dos bovinos;
!
Controle de roedores (pois o rato é considerado transmissor principal);
!
Limpeza e desinfecção das instalações e bebedouros;
!
Certeza de compra de animais negativos;
!
Exame do touro, pois este transmite pelo sêmen;
!
Evitar terreno encharcado em volta do estábulo, pois na umidade excessiva
pode durar até 183 dias.
Tratamento:
!
Estreptomicina: 1 ml/20 kg P.V., durante 3 dias, intra-muscular, ou 25 gramas dose única.
!
Vacinação: 2 x ao ano, 4 meses de idade em diante.
OBS: Usar vacina polivalente.
TUBERCULOSE
É uma doença contagiosa causada principalmente pelo Mycobacterium
bovis.
Modo de contaminação: essa doença ocorre em todos os animais e o
homem. O agente penetra por via respiratória e ou digestiva indo se multiplicar
nos linfonodos (ínguas), pulmões, intestinos e órgãos adjacentes, inclusive o
cérebro, formando tubérculos (sorgo).
22
Sintomas: são muito raros e só encontrados em Tuberculose muito
avançado
(tosse,
sangue
nas
narinas,
linfonodos
aumentados,
diarréia,
enfraquecimento, diminuição de produção e fertilidade).
Prevenção: esse germe tem a característica de ser pouco resistente ao
calor e de ser muito resistente a detergentes.
Em estábulos pouco iluminados, deve-se melhorar a iluminação através de
telha de vidro e muros mais baixos. As fontes de infecção são o ar, alimentos,
comedouros, bebedouros, esse germe pode resistir até 1 ano.
Deve-se fazer prova dupla comparativa e levar em conta que de 4 a 8
semanas após a infecção, já é possível verificar a sensibilidade.
Tomar cuidado na compra de animais.
Tratamento: existe, porém não é recomendado; é muito caro e complexo
(Estreptomicina e Hidrazida).
Deve ser orientado por Médico Veterinário.
RAIVA
É uma doença contagiosa causada por um vírus, e que ataca o sistema
nervoso vindo a produzir sinais nervosos que podem ser paralíticos ou agressivos.
Modo de contaminação: os animais se contaminam através da saliva,
sangue, urina e fezes dos animais contaminados.
Esses animais contaminados podem ser raposas, lobos, gambás, araras,
cães e morcegos (Hematófagos). Nos casos dos cães, o vírus aparece na saliva
de 5 a 20 dias antes de aparecer os primeiros sintomas. No caso dos morcegos
(que é o principal transmissor da raiva no meio rural), eles podem eliminar o vírus
de 5 até 7 meses sem apresentar-se doentes, após podem morrer ou até curar-se
(neuroesterilização).
23
Esses morcegos sugam de 30 a 50 mL de sangue por noite, sempre na
mesma ferida e no mesmo local, retornando às cavernas, onde tem o hábito de se
lamberem.
Sintomas: os sintomas podem ser nervosos ou paralíticos, sendo que eles
podem aparecer de 30 a 40 dias após o contato com o vírus, sendo que existem
casos de 14 até 18 meses (quanto mais próximo da cabeça, menor será o período
de incubação). Após o aparecimento dos sintomas a morte dos animais ocorre de
5 a 10 dias devido ao envolvimento do sistema nervoso e de outros órgãos.
TIPOS DE RAIVA
Raiva furiosa: após o período de incubação, teremos um período que dura
de 1 a 2 dias com animal apresentando alterações em seus hábitos (não come, se
isola).
Passado esse período os animais ficam agressivos, os cães brigam, caçam
moscas que não existem, andam sem rumo, babam e tem um latido rouco e triste.
Nos bovinos: atacam companheiros (homem), babam, parecem estar
engasgados (perigo), não defecam e nos últimos dias berram tristemente.
Raiva paralítica: período de 1 a 2 dias em que animal se isola dos outros,
não come, parece diminuir o consumo de água, não se locomovem, e quando
fazem, parecem estar bêbados. Após esse período também babam, mugem e
permanecem deitados.
Obs: Haverá protusão de reto e eles não defecam.
Tratamento: Não existe.
Profilaxia:
!
Vacinação:
Bezerros – a partir de 3 meses revacinando com 1 ano.
Animal adulto - vacinar de 1 em 1 ano.
Cavalos e cães – vacinar de 1 em 1 ano.
COMBATE AOS MORCEGOS
24
Usar Vampiricid em torno da chupada, pela parte da tarde.
BOTULISMO
Conhecida como síndrome da vaca caída, na maioria das vezes leva à
morte.
É necessário diagnóstico, porque se confunde com a raiva paralítica dos
bovinos. Havendo surtos é necessária a vacinação anual.
DOENÇA DE AUJESZKY (peste de coçar) é uma doença parecida com a
Raiva.
Tem como reservatório os suínos adultos e é transmitido através de
secreção nasal, vindo a atuar no sistema nervoso.
Nos bovinos, os sintomas são: coçar, lamber e pode matar o animal no
mesmo dia. Antes de morrer, porém, o animal começa a pedalar e tem a
respiração difícil.
Sintomas nos suínos:
Leitões: recém nascidos (2 dias): vômitos, diarréias, depressão, tremor,
opistótomo.
Leitões (6 meses): tremem a cauda e flanco, andam tropeçando e em
círculos, babam (entre 10 a 15 dias geralmente aparece mais 1 caso).
Leitões mais velhos: andam em círculos, caem e pedalam.
Porca: tosse, constipação, anorexia, aborto de um mês, feto mumificado.
CONJUNTIVITE
Infecção dos olhos, M bovis, podendo levar a cegueira, com prolapso do
globo ocular.
25
É vetoriada pelo mosquito pólvora.
A vacinação é interessante em rebanhos acometidos e o tratamento
preconizado em animais com infecção ocular.
RINOTRAQUEITE BOVINA
IBR, BVD, PI3 são enfermidades ligadas à reprodução. Atualmente são
utilizadas vacinas em rebanhos leiteiros e de corte, pois, aumentam a fertilidade e
evitam abortos.
ENCEFALOMIELITE EQUINA
Acometem eqüídeos (jumentos, mulas, burros e eqüinos).
Causa incoordenação do animal, atacando o sistema nervoso e causa
morte. Em regiões onde houve surto é interessante vacinar.
PRIMEIROS SOCORROS PARA OS BOVINOS E EQÜINOS
• HEMORRAGIAS EM GERAL – PERDAS DE
SANGUE
Quando um animal apresenta perdas de sangue é importante verificar o
local e onde se origina a hemorragia, ou seja, se é interna ou externa.
1.
Veia mamária (veia da barriga):
Aparecem nas vacas varadeiras de cerca de arame farpado, ou por
ferimentos com espinhos.
Primeiros socorros: enfaixar a veia com faixas compressivas, se possível
com anti-hemorrágicos de superfície até a chegada do médico veterinário.
2.
Cortes nos tetos:
26
Causados por cortes de arame, espinho ou pisões. Quando atingem o canal
do leite, o tratamento é cirúrgico, sendo de preferência o mais rápido possível.
3.
Orelha:
Nas hemorragias que não param, o tratamento é a cauterização,
queimando as veias com ponta de fogo. Carrapatos ou bicheiras que perfuram as
veias são as principais causas deste tipo de hemorragia.
4.
Urina:
As intoxicações com samambaias são a principal causa da presença de
sangue vivo ou diluído na urina em vacas e bezerros.
5.
Fezes:
Aparece sangue nas fezes, principalmente nas diarréias e são causadas
por bactérias ou parasitas dos intestinos.
6.
Nariz:
Principalmente nos eqüinos, por rompimento de vasos.
7.
Castração:
Bovinos e eqüinos, após a cirurgia ou por bicheiras.
8.
Prolapso uterino total:
Saída total da “mãe do corpo” ou útero, após um parto.
9.
10.
Por úlceras ou ferimentos no 4° estômago ou nos intestinos.
Leite:
Presença de sangue no final da ordenha ou leite vermelho, Leptospirose ou
franqueza dos vasos. Anti-hemorrágicos no quarto do úbere afetado e se
necessário injetável.
Nas mamites pós-parto com presença de febre, sangue e gás no leite. É
necessário se fazer tratamento rigoroso, pois a vaca corre risco de vida nestes
casos.
11. Hemorragias pós-parto:
27
Quando ocorrem lesões no útero e o sangue não pára. Normalmente não
há muito problema nas hemorragias leves.
12.
Úbere:
Manchas roxas no úbere com “sangue pisado”. São causadas por pisões ou
pancadas no úbere. Há presença de sangue coagulado no lugar do leite.
TRATAMENTO DAS HEMORRAGIAS:
Uso de anti-hemorrágicos de ação externa ou interna.
Uso de bolsas de gelo – Prolapso e Nariz.
AUXILIARES:
Em caso de hemorragias graves, se faz necessária a transfusão sanguínea,
devendo ser reposto 2 litros de sangue para cada 100 Kg de peso vivo do animal.
• PROLAPSO UTERINO:
Popularmente conhecido como “saída da mãe do corpo”, podendo ser
prolapso de cólo; cólo e vagina e prolapso uterino total com inversão do órgão.
Prolapso uterino total é o mais problemático, acontecendo após o parto.
CUIDADOS A SEREM TOMADOS:
Manter o animal preso em local forrado com capim para evitar ferimentos e
hemorragias ao se deitar. Cuidado com cães e urubus.
• DISTÓCIAS (PARTOS DIFÍCEIS):
Examinar a vaca após lavar a parte externa do animal com sabão e uso de
desinfetante.
28
Usar luvas e verificar qual o problema, se for fácil, deve-se corrigi-lo e
realizar o parto.
Nunca usar peias sujas, manter uma somente para estes casos de parto.
• RETENÇÃO DE PLACENTA
Causas:
- Alimentar, ou seja, deficiência de minerais como o selênio, fósforo, cálcio
e outros elementos.
- Doenças como leptospirose ou
- Aborto
- Histamina – Fenergam.
Tratamentos:
Ocitocina (orastina) nas primeiras horas pós-parto e repetir duas vezes.
Funciona se a placenta estiver solta.
Fenergan: 2 ampolas pós-parto.
Terramicinas – músculo.
Tratamento tradicional – uso de infusões.
Tratamento moderno – as prostaglandinas: somente para alguns rebanhos.
Válido para animais bem alimentados e livres de doenças.
29
SITUAÇÕES EM QUE SE FAZ NECESSÁRIA A PRESENÇA DO MÉDICO
VETERINÁRIO NA HORA DO PARTO:
1.
Sem abertura para a passagem do bezerro, sendo ou por falta de dilatação
da via fetal óssea ou pelo fato de um bezerro muito grande.
2.
Bezerros em posições muito difíceis.
3.
Torção de útero. Para estes casos há um método de correção francês para
se desfazer a torção.
Nos abortos deve-se tomar cuidado com a brucelose e leptospirose,
fazendo sempre o uso de luvas.
• INTOXICAÇÃO EM GERAL:
1.
Por uréia: Trata-se com o uso de vinagres.
2.
Por inseticidas fosforados, usar sulfato de atropina.
Funciona também para Triatox.
3.
Outros inseticidas nem sempre apresentam o antídoto.
No caso de pulverização, pour-on e o uso de óleo queimado mais veneno,
lavar o animal e retirar o veneno com muita água e sabão.
Cuidados no manuseio dos venenos e nas pulverizações devem ser
tomados para se evitar que animais comam adubos, venenos de rato, plantas
tóxicas e sorgo novo.
Com rações deve-se evitar fazer mudanças bruscas de uma para outra.
Rações podem conter micotoxinas.
Camas de frango devem ser bem curtidas.
• TIMPANISMO (empanzinamento)
1. Timpanismo agudo por gases:
30
A vaca fica com o vazio do lado esquerdo cheio de gases. Para evitar
asfixia, retirar os gases com agulha grossa, perfurando o rúmen.
Passar sonda na garganta, se tiver prática.
2. Timpanismo agudo espumoso:
Quando entope a agulha ou sonda, o único tratamento é cirúrgico e precisa
ser urgente. Causa morte se não tratado.
3. Presença de corpo estranho:
Na garganta ou entrada do rúmen, frutas como manga, laranja, fruta de
lobo, tumores (fibropapiloma). O tratamento consiste em passagem de sondas ou
cirurgia.
4. Pregos e arame no retículo (2° estômago):
Cuidado com a presença de pregos ou arames no capim, cama de frango
das granjas novas ou reformadas.
Quando diagnosticados, o tratamento é cirúrgico. Existem imãs para
prender os objetos metálicos.
5. Deslocamento de abomaso (4° estômago):
Esse deslocamento pode ser para a esquerda ou direita. O animal deixa de
se alimentar, apresenta fezes escurecidas e a percussão, ouve-se som metálico.
O tratamento é cirúrgico e causa morte se não tratado.
6. Torção dos intestinos (nó nas tripas):
Tratamento cirúrgico. Pode causar morte do animal.
7. Paralisia do cécon (intestino grosso):
Tratamento cirúrgico, podendo causar morte. O tratamento consiste em
esvaziar o rúmen com agulhas ou sondas, ou ainda cirurgias no rúmen e intestino.
Uso de medicamentos: Mercepton, Sedacol, Fenergan, Blotrol, Nujol, Soro
e Cálcio.
31
•
Cobras:
Crotálicos: A Cascavel causa cegueira e desequilíbrio, e a morte é mais
rápida.
Botrópicos: Jararaca, Jaracuçu e Urutu causam inchaço e saída de soro
com sangue.
O tratamento é a base de Soro Antiofídico Polivalente, Antiinflamatório e
Antibiótico. Na falta, usar Banamine e Lasix, quando não for Cascavel.
•
Fraturas:
Em bezerros ou novilhas, dependendo do local da fratura, o tratamento com
imobilização resolve o caso.
•
Mastite ou mamites:
Quando começarem a aumentar os casos, solicitar urgente a ajuda do
médico veterinário. Deve-se tratar o mais cedo possível.
•
Cólicas em Eqüinos:
Tratamento imediato, não deixar complicar. Solicitar a Assistência
Veterinária se não melhorar após medicação usual.
•
Alergias e Fotossensibilizantes:
Animal fica com febre, inquieto, pelos eriçados e sobrancelhas enrugadas,
além de vermelhidão na região do úbere e tetos.
Sendo diagnosticado, o tratamento é com anti-histamínico (Fenergan).
As causas estão na ingestão de plantas, braquiárias, vacinas, etc.
32
•
Botulismo:
Os animais ficam com paralisia dos membros posteriores e morrem.
Solicitar diagnóstico pelo médico veterinário.
Prevenção: Evitar deixar animais mortos nos pastos, frangos mortos nas
camas e águas paradas.
Administrar sal mineralizado aos animais e vacinar, se necessário.
•
Tétano:
Acomete bovinos, eqüinos e outros animais, inclusive o homem.
Penetram em ferimentos de pele e após castração e partos. Ocorre
principalmente por falta de higienização e medicamentos preventivo (antitetânicos)
e antibióticos após intervenções cirúrgicas.
Tratamento: Avaliar o valor do animal, pois o tratamento dos eqüinos é
muito caro. Não se obteve sucesso em bovinos.
•
1.
Orientações gerais:
A alimentação e manejos adequados constituem a base
de qualquer criação.
2.
Usar bons touros e inseminação artificial.
Visar produtividade em pequenas áreas.
3.
Fazer exames de tuberculose e brucelose.
4.
Fazer controle reprodutivo, usando fichários ou cadernos de anotações.
5.
Vacinar todos os animais, pois a vacina é muito barata, se uma vez
comparada ao prejuízo e até mortes que as enfermidades causam no
rebanho.
33
CALENDÁRIO ANUAL ZOO-SANITÁRIO DE VACINAÇÕES E
VERMIFUGAÇÕES DE REBANHOS BOVINOS LEITEIRO E DE
CORTE
O calendário Zoo-Sanitário foi elaborado para auxiliar o produtor a controlar
e prevenir doenças em seu rebanho; hoje, os produtores têm a sua disposição
modernas
vacinas
importadas,
com
características
especiais,
além
de
endectocidas testados e aprovados no Brasil e no Mundo.
De acordo com a prevalência das enfermidades regionais, o médico
veterinário responsável poderá optar pelas vacinações indicadas ou pelas opções
de vermifugação, em função do manejo, intensivo ou extensivo, raça do rebanho e
as enfermidades prevalentes de sua região.
OPÇÕES DE VERMIFUGAÇÕES
1) Mensal até 13 meses:
•
Conforme o manejo e a contaminação ambiental (1 a 13 meses).
2) Bimestral:
•
Meses 1,3,5,7,9 e 11 – controle geral de vermes e bernes.
•
2,4,6,8,10 e 12 – controle geral de vermes, bernes e carrapatos.
3) Trimestral: extensivo, com bom manejo.
•
Meses 3,6,9 e 12 – coincide com a aftosa.
4) Quadrimestral:
•
Meses 1,5 e 9, boa opção em local de manejo normal.
5) semestral:
•
Meses 3 e 9 (coincide com a Aftosa).
O manejo condiciona uma maior ou menor contaminação ambiental por vermes
e reinfestação dos animais.
34
Por exemplo, os animais confinados ou semi-confinados estão mais sujeitos a
contaminação por vermes do que os animais em regime extensivo em grandes
áreas ou em condições de rotação de pastagens e descanso dos piquetes.
As opções de 1 a 4 ficam condicionadas aos manejos. Em áreas menores e
mais contaminadas, aconselha-se 1 e 2.
Em regimes extensivos, o ideal é a opção 3.
OBSERVAÇÃO
As vacinas, doses e indicações devem seguir as orientações, conforme o
fabricante. Temos vacinas que antes eram importadas, hoje são fabricadas nas
filiais brasileiras.
As vermifugações ficam a critério do produtor, conforme o esquema dos
rebanhos criados confinados, semi-confinados ou em regime excessivo.
O interessante é trocar de princípios ativos para controle de vermes
redondos, pulmonares e chatos.
As Tênias (vermes chatos), tem aumentado muito nos rebanhos,
principalmente quando os animais bebem água de rios que recebem esgotos com
dejetos humanos.
A cisticercose inspecionada nos frigoríficos depreciam a carcaça e a carne
quando ingerida sem tratamento, pode causar problema nos olhos ou cérebro dos
humanos.
Como controle é utilizado vermífugos a base de albendazois oral ou
injetável.
35
Existem fenbendazois, albendazois, que devem ser utilizados no combate
às tênias, porque as ivermectinas e similares com radicais modificados e
levamisoles; não tem ação sobre as tênias ou solitárias.
Utilizar sistematicamente as vacinações e vermifugações.
O preço desses medicamentos que parecem caros, se pagam com o
benefício, com o aumento da produção de leite e carne e a saúde dos animais,
evitando mortes.
RECOMENDAÇÕES
1) Todos os animais que recebem a primeira dose de qualquer vacina,
recomenda-se uma dose de reforço após 30 dias, menos para a brucelose.
2) As vacinas não conferem uma proteção de 100% a todos os animais. Nos
calendários de vacinações há recomendações todos os meses.
3) Como há rebanhos com nascimento de bezerros mensalmente, como no
caso de vacas leiteiras é necessário que esses recém-nascidos entrem no
esquema de vacinações e vermifugações.
Exemplos: Vacinações contra colibacilose (rotavirus, coronavirus, nas
vacinas associadas).
Vacinações contra paratifo e pasteurelose.
Vermífugo: Como há reinfestação de vermes, por causa da contaminação
ambiental e local, os bezerros criados em regime de confinamento ou coletivo
devem ser vermifugados ao nascimento e mensalmente, pelo menos durante 3 a 4
meses.
36
CALENDÁRIO ANUAL ZOO-SANITÁRIO DE
VACINAÇÕES PARA BOVINOS LEITEIROS
Brucelose
Raiva Bovina
Raiva Eqüina
Raiva Canina
Vermífugo
Colibacilose
Paratifo e
Pasteurelose
CMT – Prova de
Mastite Subclínica
Carbúnculo e
Gangrena Gasosa
Aftosa
Botulismo
Encefalomielite
Eqüina
Leptospirose
Conjuntivite
IBR – BVD – BRSV –
PI3 Leptospirose
JAN FEV MAR ABR MAI JUN
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
JUL
AGO SET
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
OBS: Para bovinos de corte, excluir CMT, Conjuntivite, Paratifo e
Pasteurelose (Tifopasteurina).
IBR – BVD: Fica a critério do produtor, uma vez por ano.
AFTOSA: maio e novembro (Campanha do Ministério) São Paulo.
Exames de tuberculose e brucelose de 6 em 6 meses ou anual.
37
CALENDÁRIO ANUAL ZOO-SANITÁRIO DE VACINAÇÕES
PARA BOVINOS DE CORTE
JAN FEV MAR ABR
X
Brucelose
Aftosa
MAI
JUN JUL AGO SET OUT NOV DE
X
X
X
X
Raiva Bovina
Raiva Eqüina
X
Raiva Canina
X
Carbúnculo e Gangrena
Gasosa
X
IBR , BVD, BRSV
Leptospirose
X
X
X
X
Botulismo
Vermífugo Bezerros
Cocheira
Vermífugo Bezerros
Campo
Vermífugo
Garrotes/Novilhas
Vermífugos Adultos
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
Exames de
Tuberculose
X
Exames de Brucelose
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
VERMIFUGAÇÕES EM BOVINOS DE CORTE
JAN
FEV
MAR
ABR
MAI
JUN
JUL
Vermífu Alben
dazol
-gos
Alben
dazol
Levami
nosole
Alben
dazol
Levami
nosole
Levami
nosole
Alben
dazol
AGO
SET
OUT
N
Ivermec Ivermec
Dora
tina
tina
mectina m
38
REPRODUÇÃO DOS BOVINOS DE CORTE E LEITE
MONTA OU COBERTURA
O acasalamento pode ser natural (por touros) e artificial, por meio da
inseminação artificial.
A monta natural é realizada pelo touro quando a vaca está no estro (cio).
São utilizados touros das raças zebu, europeus e raças sintéticas, através
dos cruzamentos entre eles.
Os Zebus são da Índia e temos no Brasil o Nelore, Gir, Guzerá e o
Indubrasil que é obtido através do cruzamento de Zebus.
Dos europeus há de várias origens:
França – Charolês, Limousin, Normanda.
Inglaterra – Aberdeen angus, Red angus, Red Pool.
EUA – Hereford.
Itália – Chianina, Piemontês, Marchigiana.
África – Afrikander, Bonsmara.
Alemanha – Simental.
Portugal – Caracu, trazido na época do descobrimento do Brasil.
Para as regiões tropicais como o Brasil, as raças que mais se adaptam são
os Zebus, por terem pêlos curtos, pele escura, não absorvendo muito a luz solar e
com áreas de transpiração maiores na pele.
São menos propensas aos ataques de carrapatos e bernes, quando criados
em regiões de clima quente, porém hoje, sofrem intensamente com as moscas do
chifre, que preferem animais de pelos escuros e machos, provavelmente pelos
hormônios que as atraem.
Os touros zebus acompanham as vacas, durante o dia todo, ao contrário
dos touros europeus que procuram as vacas nas horas mais frescas do dia.
39
Para adaptação das diferentes raças ao micro-clima local, o ideal é criar os
animais desde bezerros, para adaptação do clima e topografia da propriedade.
As centrais de inseminação artificial quando recebem touros da Europa,
EUA ou Canadá, costumam deixá-los em câmaras climáticas durante alguns
meses para adaptação e pré-imunição contra a doença vetoriada por carrapatos e
Micuins, que é a tristeza parasitária (babesiose e anaplasmose), que podem levar
os animais à morte.
Na Europa não existem carrapatos nos regiões muito frias, porém a mosca
do chifre sobrevive.
Animais vindos do Uruguai e Argentina, onde não há carrapatos precisam
receber pré-imunição.
No regime de criação de bezerros de leite em nossas regiões a babesiose e
anaplasmose são muito comuns e sem tratamento, os animais podem morrer.
Os mais velhos já possuem anticorpos no organismo e não ficam doentes, a
maioria ou todos passaram por essa fase.
MONTA NATURAL
Na monta natural são utilizados touros jovens e mais velhos com boa
fertilidade e libido.
Os zebus começam a monta aproximadamente com 24 meses, estando em
bom estado corporal (condição corporal), bom libido e exame andrológico
aprovado.
Os touros europeus são mais precoces e podem iniciar com 20 meses de
idade.
REQUISITOS PARA ESCOLHA DE TOUROS
1) Bom desenvolvimento, padrão racial, saúde e boa origem genealógica, filho
de pais superiores e de preferência provados.
2) Teste de libido
40
É um teste utilizado para verificar se o touro tem interesse por fêmeas no cio,
sendo capaz de cobrir.
Teste:
a)
O touro é solto juntamente com uma vaca no cio natural ou induzido
através de hormônios.
b)
Tempo de observação: 5 minutos.
c)
Itens de observação: cheirar a genitária, perseguir a fêmea, expor o
pênis, tentar a monta, montar e cobrir com segurança, ejaculando
dentro da vaca.
3) Exame andrológico
Avalia a parte funcional do aparelho reprodutor do macho como o testículo,
sua circunferência e aderências nos órgãos.
Por toque retal avalia-se a próstata e vesículas seminais.
Com auxílio do eletro-ejaculador, o esperma é colhido e avaliado a campo
com microscópio, quanto a motilidade, vigor, densidade, cor, quantidade (volume).
Os exames finais são realizados em laboratórios para verificar a patologia,
avaliando defeitos maiores e menores dos espermatozóides.
Antes das colheitas, os touros são submetidos a exame de brucelose, tuberculose,
leptospirose, IBR e outros.
Os exames andrológicos são realizados por médicos Veterinários
especializados.
Número de touro por vacas e novilhas.
Recomenda-se 1 touro para cada 40 ou 50 fêmeas por estação de
acasalamento, contudo, a média nacional é de 25 vacas por touro.
Nas estações de monta da Embrapa em um período de 3,5 meses, chegam
a usar 60 vacas e novilhas por touro.
41
Novilhas de 1ª cobertura entram mais cedo no cio e assim utilizam 40
novilhas por touro.
SISTEMAS DE MANEJO REPRODUTIVO
FERTILIDADE
Fertilidade significa produtividade, com aumento de bezerros e de leite. O
ideal é que a vaca produza um bezerro por ano, para isso, precisamos de boa
alimentação, mineralização, touros férteis ou inseminação artificial bem conduzida.
Natalidade: para cada 100 vacas colocadas em reprodução, 50 delas parem
e, destes 50 nascimentos, 20% morrem.
O período aberto, ou seja, do parto até a primeira cobertura pode variar
muito, pois, em vacas puras de leite é de 60 a 90 dias e em zebús, o primeiro cio
pós-parto ocorre aos 30 a 45 dias. Contudo, depende muito da alimentação,
produção de leite, sanidade e condição corporal do animal.
Deve-se tomar cuidados com a retenção de placenta, prolapso uterino,
metrites em geral, fazendo tratamento adequado para não prejudicar a fertilidade
da vaca.
Animais desnutridos por deficiência alimentar, concentrados, volumosos ou
minerais, tendem a entrar em hipotrofia útero-ovariana, diminuindo o tamanho
desses órgãos e não entram mais no cio.
Fazer controle periódico com diagnósticos de gestação e tratamento das
vacas inférteis.
1)
Vacas com bezerros ao pé em pastejo e mamando a vontade.
As vacas paridas mais de uma vez (multíparas) retornam ao cio antes de
novilhas de primeira cria (primíparas) porque o seu organismo já está equilibrado
corporal e hormonalmente.
42
As zebus em 30 ou 40 dias pós-parto estão aptas para reprodução, desde
que não tenham passado problemas no parto, como distócias, prolapsos uterinos,
retenção de placentas.
2)
Vacas em regime de pasto com bezerros criados em “Creep Feeds”.
Os bezerros recebem ração e sal mineral próprios em cochos cercados,
onde os adultos não têm acesso.
Os
bezerros
continuam
mamando
normalmente,
mas
como
são
suplementados no cocho, causam menos estresse às mães, facilitando o retorno
ao cio.
As vacas normalmente recebem sal para reprodução, nesse período.
3)
Mamadas interrompidas:
Controle de 2 mamadas ao dia: os bezerros são presos longe das mães,
com alimentação, água, sal mineral e passam a mamar duas vezes por dia.
É um sistema que procura aumentar o cio das vacas.
4)
“Chang” – interrupção da mamada.
Os bezerros já se alimentam e são separados das mães durante 36 a 48
horas, sem mamar. Nesse período, o hormônio que inibe o cio, durante a lactação
deixa de atuar e as vacas manifestam cio fértil.
5)
Estação de acasalamento: é um período onde se concentram a reprodução;
no qual as vacas e novilhas entram em um sistema de cobertura por monta natural
ou inseminação artificial, durante período de 3 a 6 meses no ano.
VANTAGENS
1) Nascimento de bezerros em um período muito próximo, facilitando o manejo:
a)
Tratamento do umbigo com iodo a 7% ou outro produto;
b)
Observação na mamada do colostro;
c)
Identificação – tatuagem e brinco nas orelhas;
43
d)
Controle do peso ao nascer;
e)
Controle zootécnico (fichário): peso do bezerro, sexo, raça ou cruzamento,
Genealogia (pais, avós), data de nascimento;
f)
Desmama em um período próximo;
g)
Controle de diarréias, quando nascem no tempo da seca, há menos
problemas;
h)
Controle sanitário: vacinações, vermifugações e controle dos ectoparasitos;
i)
Castração ou vendas em lotes uniformes;
j)
Facilita o manejo alimentar e geral.
ESTAÇÃO DE ACASALAMENTO
Período: setembro até dezembro (3,5 meses).
Nascimento dos bezerros: junho, julho, agosto, setembro do ano seguinte –
período sem chuvas e menos diarréia nos bezerros.
Ao término da estação os touros são retirados e 60 dias após a última data,
realiza-se o diagnóstico de gestação.
Na estação de acasalamento com inseminação artificial faltando 20 dias ou
mais para o término da estação, soltam-se os touros para cobrir eventuais vacas
repetidoras ou vazias. Usam-se touros da mesma raça utilizada na inseminação,
anotando todos os dados nas fichas de cada animal.
As vacas sem histórico de cobertura são checadas no dia do diagnóstico de
gestação, algumas apresentam prenhez.
Os índices de prenhez na monta natural têm dado resultados de 79% a
80% de vacas prenhes.
44
Alguns produtores iniciam a estação de monta mais cedo, aproveitando
melhor preço e oferta de pastos na época da desmama.
Período: julho, agosto, setembro.
É necessário que as fêmeas que entram para a estação estejam com boa
condição corporal, em pastos reservados para o período seco e recebendo sal de
qualidade e proteínado.
Nascimento dos bezerros: abril, maio, junho. Menos
problemas
com
chuvas e diarréias.
Desmama: dezembro, janeiro, fevereiro – período de melhor preço para
venda e bom pastos para recria.
As novilhas entram em cobertura com 310 ou 330kg e parem com 430 a
450kg.
Durante a gestação ficam em bom pastos (braquiária, braquiarão, tanzânia,
mombaça, tifton, etc) e recebem minerais e manejo adequado.
Resultado acima de 85% de prenhez.
ESTAÇÃO DE MONTA PRECONIZADA PELA LAGOA DA SERRA
ESTAÇÃO DE MONTA – PERÍODO 6 MESES
JAN
FEV
MAR
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ABR
MAI
JUN
JUL
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AGO
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SET
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NOV
DEZ
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Estação reprodutiva: janeiro – março
outubro – dezembro
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000
Nascimento: julho a dezembro
***
***
OUT
Desmame: janeiro a junho
45
ESTAÇÃO DE MONTA – PERÍODO 3 MESES
JAN
FEV
MAR
ABR
MAI
JUN
JUL
AGO
SET
OUT
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000
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***
***
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NOV
DEZ
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000
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Estação reprodutiva: novembro, dezembro e janeiro
Nascimento: agosto a outubro.
Desmame: março a maio.
Seleção de touros:
Touros com prepúcio (umbigo) alto e de preferência seleção das fêmeas.
Animais com umbigo baixo mantidos em pastos “sujos” podem estar prédispostos à inflamação do prepúcio (acrobustite), deve-se tomar cuidados para
não deixar pegar bernes no escroto e prepúcio.
São todos submetidos ao teste de libido e exames andrológicos, antes da
estação. Foi constatado que nelores já apresentam espermatozóides com idade
de 9 a 10 meses, porém não apresentam libido, provavelmente por influência
hormonal; já os europeus como o holandês pode emprenhar com 10 meses, daí o
cuidado de manter apartado das novilhas, que também apresentam cio mais
precoce, do que as novilhas zebus.
Cobertura das novilhas nelore:
18 a 24 meses com 300 kg.
Em novilhas cruzadas com europeus, a idade de cobertura pode ser aos 15
a 16 meses, quando atingir o peso.
46
Na seca quando necessário são suplementados com cana + uréia + sulfato
de amônio e ração.
Algumas propriedades que castram os machos, fazem aos 18 meses, pós
fase de puberdade, onde a testosterona não influi mais no seu desenvolvimento.
INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL
A inseminação artificial é a deposição mecânica do sêmen no aparelho
reprodutivo da fêmea.
A inseminação artificial, quando bem utilizada, traz muitas vantagens para
os rebanhos como:
•
Aumento da produção do leite e carne;
•
Melhoramento do rebanho corrigindo alguns problemas existentes, como
úbere caído, baixa estatura, baixa produção, etc;
•
Controle de doenças – exame nos touros doadores;
•
Cruzamento com diversas raças;
•
Evita acidentes com o pessoal da lida, com touros bravos.
Para implantar a inseminação artificial em uma propriedade é necessário que o
manejo seja adequado em todos os itens como: instalações, equipamentos,
sanidade do rebanho, inseminador treinado, alimentação, assistência técnica e
utilização do sêmen de qualidade.
Muito importante na inseminação é saber se a fêmea está realmente no
estro (cio) e que o sêmen seja depositado com toda técnica no início do corpo do
útero.
O estro (cio) propriamente dito se dá quando a fêmea aceita a monta, ou
seja, quando a fêmea é receptiva. Os primeiros sinais de cio na novilha se
apresentam com mais ou menos 13 meses.
47
Existem outros sinais que podem auxiliar na identificação do cio:
•
Montam e deixam-se montar;
•
Mugidos freqüentes;
•
Caminham mais;
•
Diminuem a produção leiteira;
•
A vulva fica edemaciada (inchada), avermelhada e pode eliminar muco pela
vulva.
O ideal é verificar o cio 2 a 3 vezes ao dia.
Podem-se usar rufiões que são machos inteiros com libido, que sofreram
desvio do pênis, impedindo a cobertura.
Coloca-se tipo de coleira chamado de Buçal marcador no pescoço do
animal, e no queixo um depósito de tinta que marca a fêmea no cio.
Utilizado para verificar cio noturno e principalmente para gado de corte.
Vacas e novilhas em regime de “inseminação artificial”, sem touros no
rebanho, facilitam o uso de hormônios, para a indicação de cio.
Esses hormônios utilizados para a indução de cio, provocam abortos, daí o
cuidado para não ser utilizado em rebanhos com monta natural, através de touros.
Horário de inseminação: Trimberg.
•
Vaca no cio de manhã: I.A. à tarde do mesmo dia.
•
Vaca no cio à tarde: I.A. no outro dia de manhã cedo.
Os espermatozóides estão conservados em botijões com nitrogênio líquido a –
196° C e após o descongelamento, encontrando o meio nutritivo, saem da vida
latente.
Uma vez o sêmen depositado no início do corpo do útero, os
espermatozóides nadam em direção às trompas, onde unem-se a um óvulo;
48
formando um embrião, que se desenvolverá em um dos cornos uterinos, durante 9
meses, até o nascimento do bezerro (a).
A inseminação artificial teve início no Brasil em 1940, contudo, quem iniciou
essa técnica foi Lazaro Spallanzani em 1779, que colheu sêmen de cão e
inseminou uma cadela no cio, obtendo após 62 dias, 3 cãezinhos.
A inseminação artificial é realizada em abelhas, peixes (de modo indireto),
cães, suínos, caprinos, bubalinos, animais silvestres e inclusive na mulher.
A inseminação artificial é muito importante, sendo a base da transferência
de embriões.
COBERTURAS EM BOVINOS LEITEIROS.
Seguem o mesmo padrão do gado de corte, com algumas modificações no
manejo.
1. Touro junto com vacas leiteiras;
2. Touro preso com monta controlada.
Leva-se a vaca no início do cio, quando está aceitando a monta e realiza-se
a cobertura; no piquete ou baia onde mantém o touro preso.
Cuidado com touros europeus, pois, são traiçoeiros.
3. Inseminação artificial:
Nas vacas leiteiras é mais fácil detectar o cio na entrada para o estábulo,
saída pós ordenha e observação no piquete, quando estão fora da ordenha.
Para gado leiteiro, existem sêmen de touros provados e importados da raça
Holandesa, destinados a novilhas que nunca criaram, dando bezerros menores ao
nascimento e facilitando o parto. Pois ocorreram muitos problemas com o
nascimento de bezerros muito grandes, necessitando de cesarianas.
Outras vezes em propriedades, os proprietários utilizam cavalos ou tratores
para puxar os bezerros e acabam matando ou causando ruptura de nervos da
garupa e pernas e o animal precisa ser sacrificado, porque não anda mais.
Antes de tomar qualquer atitude drástica é importante avaliar a situação.
49
Exemplo: novilha de boa genética, filha de vaca alta produtora de leite e
inseminada ou coberta com bom touro. É preferível fazer uma cesariana, porque
os gastos da cirurgia serão compensados, salvando a mãe e uma provável
bezerra que poderiam ser sacrificadas.
O êxito da cesariana depende do estado geral do animal. O médico
veterinário sabe como atuar em cada caso e utilizando-se de medicamentos e
técnicas, pode realizar alguns partos sem a necessidade de cirurgias.
OS AVANÇOS NA REPRODUCAO DE BOVINOS E EQÜINOS
BIOTECNOLOGIAS
A biotecnologia na reprodução animal é uma área da ciência que atua na
multiplicação animal, baseada no melhoramento genético e pesquisas com
embriões.
O melhoramento genético em bovinos tomou maior impulso com o uso da
inseminação artificial, graças ao sêmen de touros provados, filhos de pais e avós
com alto potencial na produção de leite e carne, e correção dos problemas em
rebanhos que apresentam vacas com ligamentos de úbere fracos, aprumos ruins e
outras características indesejáveis.
TRANSFERÊNCIA DE EMBRIÕES
Em 1980 deu-se início as transferências de embriões, abrindo um horizonte
para novas tecnologias.
A transferência de embriões é realizada utilizando as melhores vacas do
rebanho, com produção e saúde perfeitas, estando aptas para a reprodução.
As doadoras são sincronizadas com hormônios e estimuladas para a
realização da “super-ovulação”, inseminadas com sêmen dos melhores touros e,
no sétimo dia são colhidos os embriões e transferidos para receptoras
sincronizadas que deram cio no mesmo período que a doadoras.
50
Os embriões também podem ser congelados e armazenados em botijões
com nitrogênio a -196°C.
No início, os métodos utilizados para se realizar a transferência eram
cirúrgicos somente, hoje a técnica é semelhante à da inseminação artificial, porém
com material e cuidados realizados por médicos veterinários.
Existem propriedades especializadas para receberem os embriões, para
que sejam transferidos em suas receptoras, estando com o devido controle
alimentar e sanitário.
Na década de 90, o produtor mais especializado passou a utilizar
tecnologias mais modernas ainda, que proporcionam um maior ganho de
produtividade, tais como as que envolvem a manipulação de embriões: bipartição,
sexagem, clonagem, fecundação in vitro (FIV), aspiração de folículos (OPU),
desenvolvendo-se em laboratório o popularmente chamado “bebê de proveta”.
BIPARTIÇÃO DE EMBRIÕES
Trata-se da divisão de um embrião em laboratório, obtendo-se embriões
idênticos.
SEXAGEM
•
Embriões: por meio desta técnica é possível determinar-se o sexo de um
embrião, antes mesmo de sua transferência.
•
Fetal: Com o uso do ultra-som é possível diagnosticar a prenhez
precocemente aos 24 dias após a transferência ou inseminação e, pode-se
determinar o sexo de um feto no útero aos 60 dias de prenhez.
CLONAGEM
Trata-se da produção de animais geneticamente idênticos, através da
transferência do núcleo de uma célula comum para um embrião.
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FECUNDACAO IN VITRO – FIV
É uma técnica que promove o encontro do oócitos com espermatozóides
em ambiente de laboratório, e depois de fecundados os embriões são cultivados
por sete dias em estufa para posterior transferência em receptoras sincronizadas.
Para o processo de fecundação in vitro, utiliza-se a aspiração folicular
(OPU) de vacas vazias ou prenhes e até de bezerras, ou ainda diretamente dos
ovários de vacas ou novilhas recém sacrificadas, processando-se a maturação
dos oócitos e fecundação em laboratório.
EQÜINOS
Nas éguas são realizadas a inseminação artificial e a transferência de
embriões.
TRASFERÊNCIA DE EMBRIÕES
Como não há super-ovulação em éguas, obtém-se somente um embrião
nas lavagens uterinas, e este é transferido para uma égua receptora, a qual
deverá estar no mesmo período do ciclo reprodutivo que a doadora.
GLOSSÁRIO
•
Oócitos, ovócito ou óvulo: são células reprodutivas imaturas,
retiradas dos mamíferos diretamente dos ovários.
•
Ovário: órgão do aparelho reprodutivo das fêmeas, onde ficam
as células reprodutivas.
•
Folículo: estrutura esférica que se encontra na superfície do
ovário, e que contém um líquido onde estão os oócitos.
52
•
Aspiração folicular – OPU: é a técnica utilizada para se retirar
os oócitos de dentro do ovário das vacas doadoras. Utiliza-se o ultra-som
para se visualizar o folículo, de onde através de uma fina agulha, o ovário é
perfurado e o oócito é retirado por aspiração, juntamente com o líquido
folicular.
53
Download

quantidade de leite