DEPARTAMENTO DE TAQUIGRAFIA, REVISÃO E REDAÇÃO SESSÃO: 163.1.55.O DATA: 18/06/15 TURNO: Vespertino TIPO DA SESSÃO: Deliberativa Extraordinária - CD LOCAL: Plenário Principal - CD INÍCIO: 13h55min TÉRMINO: 18h09min DISCURSOS RETIRADOS PELO ORADOR PARA REVISÃO Hora Obs.: Fase Orador Ata da 163ª Sessão da Câmara dos Deputados, Deliberativa Extraordinária, Vespertina, da 1ª Sessão Legislativa Ordinária, da 55ª Legislatura, em 18 de junho de 2015. Presidência dos Srs.: Eduardo Cunha, Presidente. Carlos Manato, Moroni Torgan, nos termos do § 2º do artigo 18 do Regimento Interno. ÀS 13 HORAS E 55 MINUTOS COMPARECEM À CASA OS SRS.: Eduardo Cunha Waldir Maranhão Giacobo Beto Mansur Felipe Bornier Mara Gabrilli Alex Canziani Mandetta Gilberto Nascimento Luiza Erundina Ricardo Izar CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 I - ABERTURA DA SESSÃO O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - A lista de presença registra na Casa o comparecimento de 304 Senhoras Deputadas e Senhores Deputados. Está aberta a sessão. Sob a proteção de Deus e em nome do povo brasileiro iniciamos os nossos trabalhos. II - LEITURA DA ATA O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Fica dispensada a leitura da ata da sessão anterior. III - EXPEDIENTE (Não há expediente a ser lido) 3 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Passa-se às IV - BREVES COMUNICAÇÕES Agora, dando início ao período de Breves Comunicações, em que na primeira meia hora cada Parlamentar terá 1 minuto para encaminhar como lido seu pronunciamento, concedo a palavra ao primeiro orador inscrito, o nobre Deputado Waldenor Pereira, do PT da Bahia. 4 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 O SR. WALDENOR PEREIRA (PT-BA. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, nesta próxima semana dois Municípios do sudeste da Bahia comemoram seu aniversário de emancipação política. O Município de Barra do Choça no dia 22 completará 53 anos de emancipação política, e o Município de Poções no dia 26 completará 135 anos. Eu quero cumprimentar a população de Barra do Choça saudando o Prefeito Oberdan e meus companheiros do Partido dos Trabalhadores Izaltiene, o Vereador Paulo Bateria, o Prof. Jerry, que é presidente do partido, e o companheiro Charles. Também cumprimento o povo de Poções, saudando o Prefeito Otto, o Vice-Prefeito Bonfim, os Vereadores Laudelino e Zezel e o presidente do meu partido, o companheiro Giovane. Em ambos os Municípios haverá programação religiosa, festiva e desportiva para as comemorações dos 53 anos de emancipação política de Barra do Choça e dos 135 anos de emancipação de Poções. O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Muito obrigado, nobre Deputado. 5 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Em permuta com este Deputado, concedo a palavra ao Deputado Nelson Marquezelli, por 1 minuto. O SR. NELSON MARQUEZELLI (Bloco/PTB-SP. Sem revisão do orador.) Sr. Presidente, peço que seja considerado lido meu pronunciamento sobre a criação do Grande Oriente do Brasil em 17 de junho de 1822. No Grande Oriente militaram José Bonifácio de Andrada e Silva e D. Pedro I, entre outros grandes nomes da História brasileira. Peço que seja considerado lido o meu pronunciamento, e agradeço. O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Muito obrigado, nobre Deputado. V.Exa. merece. PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, data de 17 de junho de 1822 a fundação do Grande Oriente do Brasil, por iniciativa de três lojas maçônicas do Rio de Janeiro, denominadas Comércio e Artes na Idade do Ouro, União e Tranquilidade e Esperança de Niterói, as duas últimas resultantes da divisão da primeira. O Grande Oriente do Brasil — GOB teve como primeiros mandatários José Bonifácio de Andrada e Silva, Ministro do Reino e de Estrangeiros, e Joaquim Gonçalves Ledo, Primeiro Vigilante. Em 4 de outubro do mesmo ano, após a declaração da independência em 7 de setembro, José Bonifácio foi substituído pelo então Príncipe Regente D. Pedro I, o Irmão Guatimozim, que proibiu a Maçonaria no Brasil em 25 de outubro de 1822. Com isso, somente em novembro de 1831 — após a abdicação de D. Pedro I, ocorrida em 7 de abril daquele ano — os trabalhos maçônicos retomaram força e 6 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 vigor, com a reinstalação da Obediência, expandindo-se até os dias de hoje dentro dos princípios basilares instituídos desde sua origem. Ao Grande Oriente do Brasil presto a minha homenagem. Era o que tinha a dizer. 7 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao Deputado Fernando Marroni, do PT do Rio Grande do Sul. O SR. FERNANDO MARRONI (PT-RS. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, neste País que está pautado pelos escândalos — escândalo da CBF, escândalo da Operação Zelotes, escândalo do SwissLeaks — aparece agora o escândalo do arroz no Rio Grande do Sul. Aqueles que são, via de regra, os mais contundentes críticos da corrupção em nosso País foram pegos numa operação envolvendo mais de R$ 40 milhões em sonegação fiscal e evasão de divisas do Rio Grande do Sul. E esses não são aqueles que mais precisam; pelo contrário, são exatamente aqueles que detêm mais patrimônio e mais capital os que promovem a maior sonegação. Muito obrigado, Sr. Presidente. O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Muito obrigado, nobre Deputado. 8 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Registro a presença em plenário do Prefeito de Sooretama, Esmael Loureiro, que está acompanhado de Vereadores e dos Secretários Willian e Samuel. Muito obrigado pela presença dos senhores. 9 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao próximo orador inscrito, o nobre Deputado Sandro Alex, do PPS do Paraná, por 1 minuto. O SR. SANDRO ALEX (PPS-PR. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, existe um ditado que ensina o seguinte: “Tudo que começa mal termina mal”. No ano passado o Governo enviou-nos um projeto, que infelizmente foi aprovado, sem o meu voto, para derrubar a meta fiscal prevista para 2014, permitindo que as contas fechassem. Aquele projeto já era a maquiagem do que hoje está em todos os jornais e é de conhecimento da população brasileira. O Tribunal de Contas da União exigiu explicações. Concedeu para tanto um prazo de 30 dias, prazo esse que os Governadores e Prefeitos do Brasil não têm. E assim sendo, o Governo terá 30 dias para explicar os indícios de irregularidades nas contas de 2014. Agora este Congresso, que errou ao aprovar aquele projeto no ano passado, tem a obrigação de acompanhar e, no pleno exercício da nossa atividade, fiscalizar tudo isso. Muito obrigado, Sr. Presidente. O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Eu que agradeço a V.Exa., Deputado. 10 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao Deputado Moroni Torgan, do Democratas do Ceará. O SR. MORONI TORGAN (DEM-CE. Sem revisão do orador.) - Muito obrigado, Sr. Presidente. Primeiro, quero registrar que acompanhei as cerimônias fúnebres que precederam o enterro do grande cearense Paes de Andrade, homem que dignificou o Estado do Ceará, que dignificou a política, e que foi duas vezes Presidente desta Casa. Compartilho com a família do ex-Deputado a saudade dele. Sr. Presidente, quero também registrar um problema: há 10 anos, no setor de saúde do Ceará, por cada 1 real investido pelo Governo Federal o Governo Estadual investia mais 1 real, Deputado Mandetta, mas atualmente por cada real que o Governo Federal investe o Governo do Ceará tem de investir 4 reais. Vejam a diferença! Vejam como diminuiu o investimento do Governo Federal no setor de saúde! Que possamos unir-nos para cobrar providências quanto a isso. O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Muito obrigado, nobre Deputado. 11 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Primeiramente, quero parabenizar o Deputado Mandetta, que está exercendo a função de 3º Secretário. E concedo-lhe a palavra, para que faça um registro. O SR. MANDETTA (DEM-MS. Sem revisão do orador.) - Muito obrigado, Sr. Presidente. No dia 29 de maio, um helicóptero Esquilo, prefixo PR-ADA, pertencente à Moreto Táxi Aéreo, que prestava serviço para a SESAI, caiu na cidade de Tabatinga com seus cinco ocupantes, entre eles Luzia Fernandes Pereira, enfermeira que estava fazendo o resgate de duas indígenas grávidas, e um acompanhante. No dia 3 de junho a aeronave foi localizada e os corpos resgatados foram encaminhados para o IML da cidade de Tabatinga, ficando a cargo da Delegacia da Polícia Federal a investigação do caso e a liberação dos corpos. Devido à violência do acidente, exames complementares de DNA teriam que ser realizados para a identificação das vítimas. No dia 4 de junho o Delegado responsável pelo caso, Vinícius Ferreira, viajou. Portanto, houve a interrupção daquele trabalho, por motivo de viagem de férias, e as famílias estão aguardando a identificação para fazer o sepultamento. Lá se vão quase 30 dias. A Enfermeira Luzia residia em Campo Grande, Mato Grosso do Sul. Os filhos aguardam a liberação do corpo da mãe para providenciar seu sepultamento. O filho mais velho está em Tabatinga tentando obter a liberação. Eu faço um apelo à Diretoria da Polícia Federal, à Superintendência da PF no Amazonas, no sentido de que envide esforços para a identificação e a liberação dos 12 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 corpos. Não há nada mais angustiante para uma família do que não poder sepultar seu ente querido. Portanto, deixo aqui este registro e meu pedido de que a Mesa o encaminhe à Polícia Federal. Muito obrigado. O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Muito obrigado, Deputado Mandetta. Será feito. E mais uma vez parabenizo V.Exa. por ter assumido a 3ª Secretaria. 13 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao Sr. Deputado Marcon, do PT do Rio Grande do Sul. O SR. MARCON (PT-RS. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, peço a V.Exa. que considere lido pronunciamento que faço acerca do Encontro LatinoAmericano dos Movimentos Sociais, com o tema: Terra, Território, Teto, Trabalho e Paz, que será realizado de 6 a 9 de julho na Bolívia, em Santa Cruz de la Sierra. O Encontro vai encerrar-se, com a presença do Papa Francisco, no dia 9. O Papa disse numa de suas palestras que o povo deveria “repetir do fundo do coração: nenhuma família sem teto! Nenhuma família sem terra! Nenhum trabalhador sem direitos! Nenhuma pessoa sem a dignidade do trabalho!” Quero parabenizar o Papa, que vem encontrar-se com os trabalhadores em seus movimentos, e com certeza vem lutando pela dignidade do povo do mundo inteiro. Gostaria que este pronunciamento fosse divulgado no programa A Voz do Brasil, Sr. Presidente. O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - V.Exa. será atendido. PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, servidores desta Casa, após o Encontro Mundial dos Movimentos Populares — EMMP realizado no Vaticano, na cidade de Roma, em meados de outubro de 2014, os movimentos populares brasileiros presentes naquela ocasião e outros que se somaram posteriormente articularam-se para dar continuidade a esse diálogo que começou naquela oportunidade com o Papa Francisco. 14 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 Nesse sentido, estaremos participando da delegação brasileira para o EMMP, Capítulo Latino-americano, que se realizará na cidade de Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia, de 6 a 9 de julho de 2015. O encontro reunirá 1.500 militantes da América Latina, principalmente América do Sul, e alguns convidados da África, da Ásia e da Europa. O objetivo é aprofundar o debate sobre os principais problemas dos povos do mundo — terra e território, teto, trabalho, paz —, identificando como se configuram em nossos países e continentes esses problemas, as causas desses problemas e como enfrentá-los coletivamente. Reproduzo aqui alguns trechos de falas do Papa no encontro com as lideranças populares no mês de outubro passado: “Continuem com a vossa luta, caros irmãos e irmãs, faz bem a todos nós. Terra, teto e trabalho, as últimas chagas do planeta”. “Vamos repetir juntos do fundo do coração: nenhuma família sem-teto! Nenhum camponês sem-terra! Nenhum trabalhador sem direitos! Nenhuma pessoa sem a dignidade que dá o trabalho”. “Terra, teto e trabalho. É estranho, mas se eu falo disso, o Papa é um comunista. Não se compreende que o amor pelos pobres é o centro do Evangelho. Terra, casa e trabalho, aquilo pelo que vocês lutam, são direitos sagrados. Exigir tais coisas, de fato, não é algo estranho, é a doutrina social da Igreja”. É isso. E obrigado, Sr. Presidente. 15 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao nobre Deputado Bebeto, pelo PSB da Bahia. O SR. BEBETO (PSB-BA. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, quero neste dia prestar uma homenagem à cidade de Amargosa, conhecida como “cidade jardim” e “cidade do forró”, no interior da Bahia, que na sexta-feira, 19 de junho, comemora seus 124 anos de emancipação política. Quero congratular-me com os munícipes pela data, reafirmando o meu compromisso com o querido povo de Amargosa de ajudar a nossa querida Prefeita Karina, que vem desincumbindo-se a contento das suas responsabilidades, realizando uma profícua administração naquele Município. Obviamente, todos os Municípios brasileiros vivem uma crise, e neste mar de crise a Prefeita, sem sombra de dúvidas, tem-se esmerado, no sentido de realizar uma administração que corresponda aos interesses do nosso Município. Portanto, eu quero nesta data agradecer ao povo de Amargosa e dizer da nossa... (Desligamento automático do microfone.) O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Muito obrigado, nobre Deputado. Seu pronunciamento será divulgado no programa A Voz do Brasil. PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, na sexta-feira, 19 de junho, o Município de Amargosa, conhecido também como cidade jardim e cidade do forró, comemora 124 anos de emancipação política, e nessa data festiva quero reafirmar meu compromisso com o querido povo de Amargosa, povo alegre e acolhedor. 16 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 Quero ainda reafirmar meu empenho para ajudar a gestão da Prefeita Karina Silva, no sentido de lutar por políticas públicas que busquem o desenvolvimento local. Hoje Amargosa está em festa. Além da expectativa pela chegada dos festejos juninos, a população comemora ainda a inauguração da Vila Junina, importante equipamento para a cultura e o turismo da cidade. Parabéns, Karina! Parabéns, povo de Amargosa! Sr. Presidente, requeiro que este meu pronunciamento seja divulgado pelos órgãos de comunicação da Casa e em A Voz do Brasil. Muito obrigado. 17 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao nobre Deputado Edinho Bez, do PMDB de Santa Catarina. O SR. EDINHO BEZ (Bloco/PMDB-SC. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, nesta oportunidade venho falar sobre a agricultura e os fatores climáticos. É sabido que os fatores climáticos são grandes desafios que o nosso agronegócio enfrenta. Não podemos mais viver à mercê da imprevisibilidade, como os nossos ancestrais viveram, como eu vivi, trabalhando na lavoura, na agricultura e na pecuária. Desenvolvemos avançadas tecnologias de previsão do tempo, criamos métodos e equipamentos capazes de minimizar os impactos das intempéries sobre as plantações, mas o problema é que a maioria dos nossos agricultores não tem acesso a essas modernidades. Infelizmente, se nada fizermos, a tendência é de agravamento da situação, e isso não só no País, mas também mundialmente. Fatores relacionados ao clima estão deteriorando a segurança alimentar em diversos lugares do mundo, agravando situações que já são dramáticas. É necessário um forte esforço coletivo para enfrentar esses problemas. Pergunto: aqui no Brasil, o que o Governo está fazendo para garantir a nossa produção de alimentos? Quanto temos investido no desenvolvimento rural? Que medidas estão sendo tomadas para evitar o êxodo rural e o consequente desequilíbrio populacional nos centros urbanos? 18 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 Sr. Presidente, diante isso, trago a proposta de estudarmos aqui, juntos, um projeto agrícola definitivo para o País, pois daqui a 15 anos o grande desafio será sanarmos a falta de alimentos no mundo. Muito obrigado. PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, na qualidade de Deputado Federal pelo sexto mandato consecutivo, membro da Frente Parlamentar em Defesa da Agricultura há mais de 16 anos, membro da Frente Parlamentar Mista da Agropecuária, membro da Frente Parlamentar do Cooperativismo — FRENCOOP, venho mais uma vez, desta tribuna, defender a agricultura e pecuária do nosso País. Caros colegas Deputados, é sabido que os fatores climáticos são grandes desafios que o nosso agronegócio enfrenta. Não podemos mais viver à mercê da imprevisibilidade como os nossos ancestrais viveram, como eu vivi, trabalhando na lavoura, na agricultura e na pecuária. Desenvolvemos avançadas tecnologias de previsão do tempo, criamos métodos e equipamentos capazes de minimizar os impactos das intempéries sobre as plantações, mas o problema é que a maioria dos nossos agricultores não têm acesso a essas modernidades. Infelizmente, se nada fizermos, a tendência é de agravamento da situação, e não só no País, mas também em nível mundial. Recentemente, o chefe da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, José Graziano da Silva, que, aliás, é brasileiro, discursando no parlamento italiano, disse o seguinte: “Fatores relacionados ao clima estão 19 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 deteriorando a segurança alimentar em diversos lugares do mundo, agravando situações que já são dramáticas. É necessário um forte esforço coletivo para enfrentar esse problema”. Pergunto: aqui no Brasil, o Governo está empenhando-se para garantir a nossa produção de alimentos? Quanto temos investido no desenvolvimento rural? Que medidas estão sendo tomadas para evitar o êxodo rural e o consequente desequilíbrio populacional nos centros urbanos? Diante desse quadro, precisamos estabelecer compromissos políticos e convertê-los em ações e resultados. Precisamos investir no desenvolvimento de projetos capazes de alavancar a nossa produção agrícola e melhorar a qualidade de vida dos nossos agricultores. Precisamos, literalmente, ir a campo e conhecer de perto a realidade vivida pelos produtores rurais brasileiros. As dificuldades são inúmeras, e motivos não faltam para que famílias inteiras migrem do meio rural para o meio urbano em busca de oportunidades que raramente encontram. É muita irresponsabilidade dos nossos Governos, é muita inconsequência permitir que a situação atinja os limites do suportável para só então fazer alguma coisa. Tudo que pode ser prevenido deve ser prevenido. Portanto, está em nossas mãos, senhores, a semente de um futuro sustentável, digno e promissor. As leis da natureza são implacáveis. Seja uma planta, seja uma ideia, seja um projeto, sempre é preciso plantar, regar e cuidar, caso contrário não há colheita. Como membro da Frente Parlamentar em Defesa da Agricultura há 16 anos, venho trazer este apelo, conforme enunciado, em nome dos agricultores brasileiros. 20 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 Voltarei a falar do estudo que estou fazendo, com muitos colaboradores e interessados, sobre esse importante assunto, lembrando que o mundo está preocupado com a possibilidade de falta de alimento já nos próximos 15 anos. Obrigado. 21 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao nobre Deputado Celso Maldaner, do PMDB de Santa Catarina. O SR. CELSO MALDANER (Bloco/PMDB-SC. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, ontem tivemos duas reuniões importantes: uma na Secretaria da Casa Civil, no gabinete do Ministro Miguel Rossetto; e a outra no Ministério da Fazenda, para tratar da Resolução nº 4.409, de 2015, que o Banco Central lançou, e também da resolução do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social — BNDES. Agora, só falta a resolução do Ministério da Fazenda para, a partir do dia 1º de julho, iniciar a operacionalização da carência dos 12 meses para os transportadores, para os caminhoneiros do nosso País. Todos aguardam com ansiedade essa notícia. Esperamos que até o dia 1º inicie essa operacionalização. O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Obrigado, nobre Deputado. 22 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra do Deputado Jose Stédile, do PSB do Rio Grande do Sul. O SR. JOSE STÉDILE (PSB-RS. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, hoje realizamos nesta Casa importante ato, comemorando 107 anos da imigração japonesa em nosso País. Quero enviar um grande abraço a toda essa comunidade, que trabalha muito pelo País e produz muito para a nossa Nação. Quero ainda dizer, Sr. Presidente, que ontem fizemos justiça a duas importantes categorias: a dos motoristas, ao aprovarmos aqui a redução do preço do óleo diesel; e também a dos professores, que poderão abater do Imposto de Renda a compra de livros, em nosso País. Então, foi feita justiça, pois, mesmo com orientação contrária de grandes partidos, aprovamos essas matérias nesta Casa. O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Muito obrigado, nobre Deputado. 23 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao nobre Deputado Alberto Fraga, do Democratas do Distrito Federal. O SR. ALBERTO FRAGA (DEM-DF. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, eu quero parabenizar os integrantes da Comissão Especial por terem aprovado ontem o relatório do Deputado Laerte Bessa. É evidente que nós vamos conviver com a choradeira daqueles que perderam a votação, mas vamos tirar essa dúvida aqui no plenário. É evidente também que o relatório ainda não está no ponto para ser votado no plenário da Casa. Nós sabemos que alguns crimes graves ficaram de fora, até mesmo o crime eleitoral, o crime de porte de arma de fogo, de explosão de caixas de banco, de formação de quadrilha. Tudo isso ficou de fora. Nós parabenizamos mais uma vez os integrantes daquela Comissão, que não se curvaram diante de tanta pressão e fizeram o que o povo brasileiro quer, ou seja, votaram essa matéria muito importante para o Brasil. O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Muito obrigado, nobre Deputado. 24 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 O SR. PRESIDENTE (Carlos Mandato) - Concedo a palavra ao nobre Deputado Darcísio Perondi, do PMDB do Rio Grande do Sul. O SR. DARCÍSIO PERONDI (Bloco/PMDB-RS. Sem revisão do orador.) - Nós não nos sentimos derrotados ontem. Eles é que recuaram. Queriam simplesmente reduzir a maioridade penal de 18 anos para 16 anos, sem mais nada. Houve um recuo, mas isso é insuficiente. Pela proposta aprovada ontem, a Polícia pode prender nossos filhos, os nossos sobrinhos, os amigos dos nossos filhos, por portar uma quantidade qualquer de maconha no bolso, ou porque um amigo tem uma quantidade qualquer de maconha, ou por estar numa boate e consumir uma pílula de ecstasy, porque isso passa a ser crime hediondo. Esse projeto de lei que foi aprovado ontem na Comissão visa prender os nossos filhos. Os pobres, que não têm advogado, já estão sendo presos hoje. Agora vão prender os nossos filhos. Esse é um dos graves problemas desse projeto de lei: tudo passa a ser crime hediondo! Com essa lei querem pegar os nossos filhos, os nossos sobrinhos, os amigos dos nossos filhos, eventualmente o filho que estiver com um amigo que esteja portando droga. É um absurdo isso que foi aprovado ontem! E mais... (Desligamento automático do microfone.) O SR. PRESIDENTE (Carlos Mandato) - Muito obrigado, nobre Deputado. O SR. DARCÍSIO PERONDI - Depois eu voltarei. O SR. PRESIDENTE (Carlos Mandato) - No período de 3 minutos, vai ser um prazer ouvi-lo. O SR. DARCÍSIO PERONDI - Mas essa lei é um absurdo, é um perigo para os nossos filhos! O SR. PRESIDENTE (Carlos Mandato) - Muito obrigado, nobre Deputado. 25 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra à nobre Deputada Benedita da Silva, do PT do Rio de Janeiro. S.Exa. dispõe de 1 minuto na tribuna. A SRA. BENEDITA DA SILVA (PT-RJ. Sem revisão da oradora.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, eu quero fazer este registro e também pedir a sua divulgação nos meios de comunicação da Casa e no programa A Voz do Brasil. Quero prestar uma homenagem ao Partido dos Trabalhadores pelo 5º Congresso Nacional do PT. Oitocentos delegados, que foram eleitos diretamente, em todo o Brasil, estiveram debatendo o futuro do partido, em Salvador, nos dias 11, 12 e 13 de junho. Eu quero sinalizar que foi um grande debate, com a presença maciça das mulheres e da juventude, o que marcou, sem dúvida nenhuma, aquele contexto, além da presença, na abertura, de Luiz Inácio Lula da Silva, juntamente com a Presidenta Dilma Rousseff, que é do Partido dos Trabalhadores. Obrigada, Sr. Presidente. O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Eu é que agradeço a V.Exa., nobre Deputada. PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELA ORADORA Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, sinto-me politicamente renovada depois de participar do 5º Congresso Nacional do Partido dos Trabalhadores. Oitocentos delegados, eleitos diretamente em todo Brasil, estiveram debatendo o futuro do partido, em Salvador, nos dias 11, 12 e 13 de junho. Nosso partido tem essa característica, única em nosso País, de ser profundamente democrático. O Congresso foi precedido do debate de milhares de companheiras e 26 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 companheiros nas chamadas “etapas livres”, pela Internet e em muitos encontros municipais e estaduais. Houve ali, Sr. Presidente, uma grande vontade de renovação da política e da organização do PT para enfrentar o novo ciclo de seu projeto nacional de desenvolvimento, com distribuição de renda e geração de empregos. Nesse sentido, o Congresso reafirmou o seu apoio à Presidenta Dilma, manifestou-se claramente em defesa dos direitos dos trabalhadores e pela necessidade de o Governo também onerar o chamado “andar de cima”, neste momento de dificuldades. Se todos vão se beneficiar com a retomada do crescimento econômico, é perfeitamente justo que todos paguem igualmente para sair da crise e não apenas os trabalhadores. Outro ponto fundamental da discussão foi a manutenção da atual política de alianças do Governo Federal, mas com a preocupação de se construir na sociedade uma ampla governabilidade social junto ao movimento sindical, social e entidades democráticas. O Congresso entende que é preciso fortalecer a agenda progressista na sociedade e fortalecer alternativas reais para uma reforma política democrática. Outra questão muito debatida diz respeito ao Processo de Eleições Diretas do PT, conhecido como PED. A resolução adotada não foi para acabar com o PED, mas para buscar o aperfeiçoamento da eleição direta no partido, por meio da criação de salvaguardas e defesas contra tudo aquilo que possa descaracterizá-lo como um sistema amplamente democrático. Para nós, ficou ainda mais claro que as eleições diretas de nossos dirigentes é o melhor sistema de democracia interna para um partido de massas, como é o PT. Somos coerentes com o que defendemos; ou seja, adotamos no nosso partido um 27 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 sistema de democracia de massas, que também defendemos para o País. Combatemos internamente a interferência do poder econômico, como o combatemos também no sistema eleitoral vigente. Marcante no 5º Congresso foi a grande participação de mulheres, jovens, negros e indígenas. Era a verdadeira face do Brasil debatendo a democracia que queremos para todos os brasileiros. 28 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao Deputado Cabo Daciolo, sem partido, do Rio de Janeiro. O SR. CABO DACIOLO (Sem Partido-RJ. Sem revisão do orador.) - Glória a Deus, Presidente! Nobres companheiros, boa tarde. Eu venho aqui alertar todos os policiais militares do Estado do Rio de Janeiro para a realização de uma reunião, no dia 27, sábado, às 14 horas, na Rua da Lapa nº 120. Vamos tratar da escala de escravidão que a Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro — PMERJ vem enfrentando. Quero dizer a todos que tivemos uma reunião, esta semana, com o Secretário Beltrame. A reunião foi muito boa. Obrigado, Secretário, pela atenção. Informo aos militares que já temos uma solução: a Lei nº 13.022, de 2014, que dá à Guarda Municipal o direito ao porte de arma. Em São Paulo, a Guarda Municipal já faz o policiamento ordinário. Vamos adotar esse mesmo procedimento no Rio de Janeiro, com a Guarda Municipal fazendo o policiamento ordinário. Assim, vamos ter escala — 12 por 48, 12 por 60 e 24 por 72 — para a PM. Juntos, somos fortes! Deus está no controle! O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Muito obrigado, nobre Deputado. 29 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao nobre Deputado Leo de Brito, do PT do Acre, por 1 minuto. O SR. LEO DE BRITO (PT-AC. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, quero fazer dois registros. Quero fazer uma saudação ao General Villas Bôas, Comandante do Exército, pela reunião que teve hoje com os Deputados, no Comando do Exército, para tratar de um plano de desenvolvimento sustentável para a Amazônia. Registro a importância da participação do Exército, que tem uma estrutura logística e uma enorme capacidade de atuação na Região Amazônica, sobretudo na área de infraestrutura. Eu quero destacar aqui o plano do Exército na área de ciência e tecnologia, das fronteiras e também da comunicação, para melhorar a comunicação tanto com as outras regiões do País como com outros países da Pan-Amazônia. Quero registrar, também, que hoje estive em uma audiência pública, na Comissão de Saúde, com os agentes de saúde e com os agentes de endemias, a quem eu cumprimento, representados pela Presidenta do sindicato no meu Estado, Raquel. Discutimos questões muito importantes, como o piso, como a realização de concurso público para o cargo de agente de saúde. Aliás, gostaria de registrar a importância dessa categoria profissional. 30 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao Deputado Luiz Carlos Hauly, do PSDB do Paraná, por 1 minuto. O SR. LUIZ CARLOS HAULY (PSDB-PR. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente Carlos Manato, Sras. e Srs. Parlamentares, depois das “pedaladas” da Presidenta Dilma e do PT nas contas públicas, ontem a Presidenta Dilma deu uma “bicicletada” no Congresso Nacional: vetou a proposta do fator previdenciário 85/95 e reeditou uma proposta parecida, mais gravosa para o aposentado. Senhoras e senhores, com o Imposto de Renda foi a mesma coisa: outra “bicicletada”. Ela está se tornando especialista em “pedalada” e “bicicletada” em cima do Congresso Nacional e da população brasileira. A Presidenta Dilma vetou os 6,5% do Imposto de Renda e aprovou aqui, ontem, uma medida que tem correção entre 4,5% a 6,5%, para tirar do Congresso Nacional a ação propositiva perante a sociedade. Ela coloca o Congresso contra a sociedade. 31 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Passo a palavra ao Deputado Jair Bolsonaro, por 1 minuto. O SR. JAIR BOLSONARO (Bloco/PP-RJ. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, eu queria cumprimentar esta Casa pela votação de uma emenda à PEC da Reforma Política, de minha autoria. Caso prossiga o seu destino aqui, torna-se obrigatório o voto impresso ao lado da urna eletrônica. Nós entendemos que é o fim da suspeição de fraudes nas eleições e de possíveis erros. Eu quero agradecer ao Deputado Leonardo Picciani, que foi o autor da emenda substitutiva, bem como ao Deputado Carlos Sampaio, do PSDB, que aprimorou a nossa emenda, fazendo algumas redações. Caso essa emenda chegue ao seu final, eu queria que ela fosse chamada de Emenda Fernando Chiarelli, colega nosso do PDT, atualmente no PTdoB, que foi o grande inspirador dessa emenda. Muito obrigado. O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Eu é que lhe agradeço, Deputado Bolsonaro. 32 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao nobre Deputado Chico Alencar. S.Exa. dispõe de 1 minuto. O SR. CHICO ALENCAR (PSOL-RJ. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, registro, em primeiro lugar, a situação de luta e de preocupação dos trabalhadores quilombolas e camponeses sem terra do Maranhão que ocupam há mais de 1 semana a sede do INCRA. Hoje de manhã conversei com o Ministro Patrus Ananias em busca de uma solução para a reivindicação legítima desses segmentos. Já existe um pré-acordo. Esperamos que a Superintendência do INCRA o cumpra, agilizando a resolução do problema, porque há pessoas em greve de fome, numa situação de fragilidade física muito grande. Os quilombolas e camponeses sem terra continuam mobilizados e em luta. Por outro lado, Sr. Presidente, quero saudar o Papa Francisco, essa figura humanista, progressista, de postura muito avançada e generosa, pelo lançamento, hoje, da encíclica em que trata do meio ambiente. O documento, com 6 capítulos e 246 parágrafos, diz que a terra está chegando ao seu limite, ao seu esgotamento, pela ganância e pela falta de cuidado com a natureza. Solicito que seja registrado nos Anais da Casa o texto sobre a encíclica do Papa Francisco publicado pelo site do Observatório do Clima no dia 18 de junho de 2015. Muito obrigado. 33 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados e todo(a)s o(a)s que assistem a esta sessão ou nela trabalham, neste momento, oito quilombolas, indígenas e camponeses estão em greve de fome no Maranhão, em protesto contra o descaso do INCRA, do Governo Federal e do Governo do Maranhão em relação à causa que defendem. Com mais um corte, devido ao “ajuste fiscal”, o INCRA teve uma redução de quase 50% no seu orçamento, já apertado. Os manifestantes alegam que existem, no Maranhão, 339 processos administrativos abertos para o territórios quilombolas sem nenhuma titulação pelo INCRA. Com os cortes orçamentários, a tendência é que sejam suspensos trabalhos que estavam em curso. Culpam o Governo pela demora na titulação de terras e pela violência no campo, que tem tirado a vida de muitos líderes. Nós exigimos do Governo que cumpra os preceitos da Constituição Federal e garanta as terras quilombolas e indígenas aos povos que a elas têm direito. Não podemos tratar direitos como se privilégios fossem, nem como se fossem mercadoria. Hoje, conversei com o Ministro do Desenvolvimento Agrário, Patrus Ananias, que manifestou preocupação com a situação e assegurou total empenho para a busca de uma solução. Prestamos nossa solidariedade e apoio aos lutadores sociais que ainda acreditam em nossa democracia a ponto de exigirem inclusão nela. Vamos nos empenhar em fazer a luta deles valer o esforço depreendido. Elencamos, aqui, a lista das pessoas em greve de fome: 34 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 1. Antônio Pereira, do Povoado Alegria, Território Quilombola Fazenda Campestre, em Timbiras; 2. Deusdeth Martins, do Povoado Bica, Território Quilombola Aldeia Velha, em Pirapemas; 3. Naildo Braga, do Povoado São Raimundo, Território Quilombola Pau Pombo, em Santa Helena; 4. Ivonete Galvão, da Comunidade Quilombola Chega Tudo, em São Vicente Ferrer; 5. Maria Doracy, do Povoado Benfica, Território Quilombola Janaubeira, em Santa Helena; 6. Maria da Conceição (Concinha), do Povoado Benfica, Território Quilombola Janaubeira, em Santa Helena; 7. Valdenilde Trindade, do território indígena Gamela, em Viana; 8. Lurdilene de Jesus, do Território Quilombola do Charco, em São Vicente Ferrer. Agradeço a atenção. TEXTO A QUE SE REFERE O ORADOR A encíclica de Francisco, ponto a ponto Entenda as principais mensagens da carta “Louvado Sejas” sobre proteção ambiental e redução da pobreza e saiba por que o texto papal é um manual completo de desenvolvimento sustentável A mensagem central da encíclica “Laudato Si” (“Louvado Sejas”), a primeira do papado de Francisco produzida integralmente por ele, é uma frase repetida três vezes ao longo de suas mais de 190 páginas: “tudo está conectado”. O ser humano não está dissociado da Terra ou da natureza, eles são partes de um mesmo todo. 35 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 Portanto, destruir a natureza equivale a destruir o homem. E destruir o homem, para os católicos, é pecado. Da mesma forma, não é possível falar em proteção ambiental sem que esta envolva também a proteção ao ser humano, em especial os mais pobres e vulneráveis. Esse raciocínio, que o papa chama de “ecologia integral”, permeia toda a construção da carta encíclica, tanto do ponto de vista da argumentação religiosa quanto das prescrições políticas – que Francisco faz num nível de detalhe assombroso, como quando critica a incapacidade das conferências internacionais de responder à crise climática, sugere uma saída gradual dos combustíveis fósseis e até mesmo propõe mudanças no modelo atual de licenciamento ambiental. A crise climática, segundo o texto da encíclica, é uma das faces de uma mesma grande crise ética da humanidade. Esta é produzida pela ruptura das relações com Deus, com o próximo e com a terra, que o papa chama de as “três relações fundamentais da existência”. Os padrões insustentáveis de produção e consumo da sociedade global, impulsionados pela tecnociência fora de controle, levam à degradação das relações humanas e à degradação também da “nossa casa comum”, que é como Francisco chama o planeta. Pouca coisa na agenda socioambiental parece ter escapado à análise de Sua Santidade: além do clima, Francisco pontifica sobre proteção dos oceanos, poluição da água, espécies ameaçadas, florestas e povos indígenas. Em relação a todos esses temas, as principais críticas recaem sobre os países ricos (a expressão “produção e consumo” aparece cinco vezes no texto), que são chamados a compensar os pobres pela degradação. Mas os países em desenvolvimento são também exortados a examinar o “superconsumo” de suas classes abastadas e a não repetir a história dos ricos durante sem desenvolvimento. Em vários pontos da encíclica o papa entra “con gioia”, como dizem os italianos, em campos minados. Defende abertamente, por exemplo, uma ideia ainda maldita nos círculos econômicos, a de que as sociedades abastadas precisarão “decrescer” para que haja recursos para os pobres se desenvolverem. Também compra uma briga histórica com a direita evangélica norteamericana ao sugerir que a noção de que o homem deve “sujeitar” a natureza é uma interpretação errada da Bíblia: jamais se supôs uma “sujeição selvagem”, diz, e sim 36 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 um “cuidado”. A diferença é fundamental, já que os republicanos nos EUA frequentemente justificam a degradação ambiental citando as Escrituras, que colocam o homem numa posição se domínio sobre o ambiente. “Laudado Si” apresenta uma pequena revolução teológica ao colocar o homem como parte da natureza – uma parte especialmente criada por Deus, é verdade –, não como algo separado dela. Francisco amarra os evangélicos declarando, de saída, que a encíclica não é feita apenas para os católicos, mas para toda a humanidade, de todas as religiões, crentes e não-crentes. A Carta Encíclica ‘Louvado Sejas’ do Santo Padre Francisco sobre o Cuidado da Nossa Casa Comum, nome completo do documento, está dividida em seis capítulos e 246 parágrafos, seguidos de duas orações escritas pelo próprio papa (uma delas intitulada Oração pela Nossa Terra). No primeiro capítulo, o papa faz um apanhado geral sobre “o que está acontecendo com a nossa casa”, resumindo as aflições ambientais do mundo amparado na ciência. No segundo, “O Evangelho da Criação”, ele traça uma argumentação teológica sobre as ligações entre ser humano e natureza. No terceiro, aborda as raízes humanas da crise ecológica; no quarto, discorre sobre sua “Ecologia Integral”. No quinto, apresenta seu chamado à ação, inclusive política, no âmbito internacional, mas também no dos governos locais – fazendo eco ao princípio do “pense globalmente, aja localmente” consagrado na Eco-92. No sexto, trata de educação, cultura e “espiritualidade ecológica”. Leia aqui a íntegra do texto papal, em português; aqui, um guia de leitura para jornalistas feito pela Rádio Vaticana; abaixo, uma análise do OC de alguns dos principais pontos da encíclica, precedidos do respectivo número de parágrafo: 6 – Citando uma ideia de Bento XVI, faz crítica ao relativismo moral e à crença na liberdade sem limites como causa da degradação humana e ambiental: “Mas, fundamentalmente, todas elas se ficam a dever ao mesmo mal, isto é, à ideia de que não existem verdades indiscutíveis a guiar a nossa vida, pelo que a liberdade humana não tem limites. Esquece-se que «o homem não é apenas uma liberdade que se cria por si própria. O homem não se cria a si mesmo. Ele é espírito e vontade, mas é também natureza».” 7 e 8 – Lembra que outras religiões também têm pensado sobre o problema ambiental, fazendo referência especial ao patriarca ortodoxo, Bartolomeu. 37 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 23 – Aqui a encíclica dá sua primeira grande pincelada no aquecimento global, decretando, com base num “consenso científico muito consistente”, que a culpa pelo esquentamento da Terra é do gás carbônico emitido pelos s seres humanos, como afirma o IPCC. “Há um consenso científico muito consistente, indicando que estamos perante um preocupante aquecimento do sistema climático. Nas últimas décadas, este aquecimento foi acompanhado por uma elevação constante do nível do mar, sendo difícil não o relacionar ainda com o aumento de acontecimentos meteorológicos extremos, embora não se possa atribuir uma causa cientificamente determinada a cada fenómeno particular. A humanidade é chamada a tomar consciência da necessidade de mudanças de estilos de vida, de produção e de consumo, para combater este aquecimento ou, pelo menos, as causas humanas que o produzem ou acentuam. É verdade que há outros factores (tais como o vulcanismo, as variações da órbita e do eixo terrestre, o ciclo solar), mas numerosos estudos científicos indicam que a maior parte do aquecimento global das últimas décadas é devida à alta concentração de gases com efeito de estufa (anidrido carbónico, metano, óxido de azoto, e outros) emitidos sobretudo por causa da atividade humana." 25 – Aborda a questão dos impactos sobre os mais pobre e dos refugiados do clima, populações que não têm sequer o reconhecimento oficial de sua situação: “A falta de reações diante destes dramas dos nossos irmãos e irmãs é um sinal da perda do sentido de responsabilidade pelos nossos semelhantes, sobre o qual se funda toda a sociedade civil.” 26 – Aponta a urgência do desenvolvimento de energias limpas e renováveis e da redução “drástica” das emissões de gás carbônico nos próximos anos, “por exemplo” substituindo os combustíveis fósseis por energias renováveis. Reconhece que ainda é preciso desenvolver tecnologias de acumulação de energia (baterias), mas aponta que existem “boas práticas” em vários setores, como construção civil, produção e transporte. 27 – Faz mais um aceno à ciência ao afirmar que “já foram superados alguns limites máximos de exploração do planeta”. A tese dos limites planetários foi proposta em 2009, por um grupo de pesquisadores liderados pelo sueco Johann 38 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 Eckström. Segundo o grupo, há nove limites que não devem ser ultrapassados para o funcionamento da biosfera, e a humanidade já ultrapassou dois: o efeito estufa e o balanço de nitrogênio e fósforo. 32 – Inicia o capítulo sobre perda da biodiversidade falando de florestas e de como não temos o direito de causar a extinção de outras espécies. O argumento de fundo teológico, também inovador, é que outras espécies não devem se colocar em subordinação à espécie humana para sua livre exploração; todas têm um valor intrínseco e, se extintas, “já não darão glória a Deus”. Mais adiante (parágrafo 138), o papa chega mesmo a dizer que boa parte do nosso código genético é compartilhada com outras espécies – irritação garantida para os fundamentalistas cristãos. 33 – Alerta contra as extinções em massa de espécies, que são vistas como “recursos” e não em seu valor inerente. “Anualmente, desaparecem milhares de espécies vegetais e animais, que já não poderemos conhecer, que os nossos filhos não poderão ver, perdidas para sempre.” 37 – Sem usar o termo, alude aos hotspots de biodiversidade, locais altamente biodiversos e especialmente ameaçados. 38 – Fala da Amazônia e do Congo, chamando-os (equivocadamente) de os “pulmões do mundo”. Num aceno aos bispos latino-americanos, entre os quais esse discurso é ainda forte, alerta contra propostas de internacionalização da Amazônia “que servem unicamente aos interesses econômicos das multinacionais”. 49 – Num subcapítulo sobre desigualdade planetária, delineia um elemento importante da “ecologia integral”, ao dizer que é preciso escutar tanto o grito da terra quanto o dos excluídos; estes não são ouvidos por ficarem frequentemente longe dos centros de poder e das vistas dos profissionais liberais e dos meios de comunicação; um isolamento social favorecido pela fragmentação das cidades, que “por vezes convive com um discurso verde”, mas "uma verdadeira abordagem ecológica sempre se torna uma abordagem social, que deve integrar a justiça nos debates sobre o meio ambiente, para ouvir tanto o clamor da terra como o clamor dos pobres.” 39 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 50 – Trata de um debate frequente entre países desenvolvidos e em desenvolvimento: de quem é a culpa pela degradação ambiental, do consumo insustentável (opinião dos países pobres) ou da superpopulação (opinião dos países ricos). Francisco resolve: “Culpar o incremento demográfico em vez do consumismo exacerbado e selectivo de alguns é uma forma de não enfrentar os problemas.” No entanto, não deixa de reconhecer os tons de cinza da questão: “Em todo o caso, é verdade que devemos prestar atenção ao desequilíbrio na distribuição da população pelo território.” 51 – Aponta a dívida ambiental dos ricos para com os pobres, tema ao qual voltará adiante, quando falar de soluções políticas. 54 – Critica a “falência” das cúpulas ambientais, causada pela submissão da polítia à tecnologia e à finança. Num trecho muito contundente, proclama o destino comum desses convescotes: “Deste modo, poder-se-á esperar apenas algumas proclamações superficiais, acções filantrópicas isoladas e ainda esforços por mostrar sensibilidade para com o meio ambiente, enquanto, na realidade, qualquer tentativa das organizações sociais para alterar as coisas será vista como um distúrbio provocado por sonhadores românticos ou como um obstáculo a superar.” 55 – Mesmo a consciência ecológica cada vez maior não basta para modificar hábitos nocivos de consumo. Aqui o papa faz uma pequena e insólita cruzada contra… os aparelhos de ar-condicionado, cuja demanda tem crescido no mundo todo. 57 – Este parágrafo aborda o meio ambiente como questão de segurança internacional. “É previsível que, perante o esgotamento de alguns recursos, se vá criando um cenário favorável para novas guerras, disfarçadas sob nobres reivindicações.” 59 – Critica uma “ecologia superficial” e a negação do problema para manter nosso estilo de vida e nossos modos de produção e consumo. 62 – Justifica a inserção de um capítulo sobre fé numa encíclica dirigida a todas as pessoas, crentes ou não, propondo um diálogo “intense e produtivo para ambas” entre ciência e religião. 40 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 66 e 67 – Nesses dois parágrafos, o bispo de Roma desenvolve uma argumentação teológica profunda, com base na interpretação do Gênesis, para sugerir que poluir é pecado. Este é um dos pontos centrais da encíclica, já que a função desse tipo de documento é de jurisprudência, de atualizar a doutrina católica e servir como um manual de conduta para o rebanho e de orientação para os padres. Ao reinterpretar a determinação bíblica de “sujeitar a terra”, o papa retira um dos principais argumentos cristãos para a degradação ambiental. “(...) a existência humana se baseia sobre três relações fundamentais intimamente ligadas: as relações com Deus, com o próximo e com a terra. Segundo a Bíblia, estas três relações vitais romperam-se não só exteriormente, mas também dentro de nós. Esta ruptura é o pecado. A harmonia entre o Criador, a humanidade e toda a criação foi destruída por termos pretendido ocupar o lugar de Deus, recusando reconhecer-nos como criaturas limitadas. Este facto distorceu também a natureza do mandato de «dominar» a terra (cf. Gn 1, 28) e de a «cultivar e guardar» (cf. Gn 2, 15). Como resultado, a relação originariamente harmoniosa entre o ser humano e a natureza transformou-se num conflito (cf. Gn 3, 17-19).” “Não somos Deus. A terra existe antes de nós e foi-nos dada. Isto permite responder a uma acusação lançada contra o pensamento judaico-cristão: foi dito que a narração do Génesis, que convida a «dominar» a terra (cf. Gn 1, 28), favoreceria a exploração selvagem da natureza, apresentando uma imagem do ser humano como dominador e devastador. Mas esta não é uma interpretação correcta da Bíblia, como a entende a Igreja. Se é verdade que nós, cristãos, algumas vezes interpretámos de forma incorrecta as Escrituras, hoje devemos decididamente rejeitar que, do facto de ser criados à imagem de Deus e do mandato de dominar a terra, se deduza um domínio absoluto sobre as outras criaturas.” 105 – Retoma e desenvolve o tema do homem sem limites, empoderado pela tecnociência e carente de responsabilidade – um enredo constante na narrativa da Igreja desde a Revolução Industrial. “A verdade é que «o homem moderno não foi educado para o recto uso do poder»,[84] porque o imenso crescimento tecnológico não foi acompanhado por um desenvolvimento do ser humano quanto à responsabilidade, aos valores, à 41 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 consciência. Cada época tende a desenvolver uma reduzida autoconsciência dos próprios limites.” 106 – Entrando em argumentos econômicos para explicar a crise social e ambiental, o papa adverte contra o paradigma tecnocrático alimentando o mito do crescimento infinito: “Sempre se verificou a intervenção do ser humano sobre a natureza, mas durante muito tempo teve a característica de acompanhar, secundar as possibilidades oferecidas pelas próprias coisas; tratava-se de receber o que a realidade natural por si permitia, como que estendendo a mão. Mas, agora, o que interessa é extrair o máximo possível das coisas por imposição da mão humana, que tende a ignorar ou esquecer a realidade própria do que tem à sua frente. Por isso, o ser humano e as coisas deixaram de se dar amigavelmente a mão, tornando-se contendentes. Daqui passa-se facilmente à ideia dum crescimento infinito ou ilimitado, que tanto entusiasmou os economistas, os teóricos da finança e da tecnologia. Isto supõe a mentira da disponibilidade infinita dos bens do planeta, que leva a «espremê-lo» até ao limite e para além do mesmo. Trata-se do falso pressuposto de que «existe uma quantidade ilimitada de energia e de recursos a serem utilizados, que a sua regeneração é possível de imediato e que os efeitos negativos das manipulações da ordem natural podem ser facilmente absorvidos».” 107 a 110 – Crítica ao paradigma tecnocientífico globalizante massificante. 111 – Alerta (mais um, há vários na encíclica) contra a tentativa de resolver problemas ambientais com saídas tecnológicas, os chamados “technological fixes.” Para o papa, isso significa “isolar coisas que na realidade estão conectadas e esconder os problemas mais profundos”. 132/134 – Nesses parágrafos o papa aborda uma questão científica recente, jamais tratada nesse nível de profundidade pela doutrina da Igreja: os organismos geneticamente modificados. A conclusão da encíclica é surpreendentemente equilibrada, apontando que não há evidências de prejuízos à saúde pelos OGM, mas pedindo exame caso a caso e a garantia de que as sementes transgênicas não provoquem o aumento da concentração fundiária e da pobreza rural. 146 – O parágrafo é dedicado aos povos indígenas, segundo o papa os melhores guardiões da terra. Cabe como uma luva na situação do Brasil, onde se vê 42 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 conflito entre comunidades indígenas e a expansão do agronegócio, e pode ter sido inspirado por D. Erwin Krautler, bispo do Xingu, ou outros bispos latino-americanos. “(...)é indispensável prestar uma atenção especial às comunidades aborígenes com as suas tradições culturais. Não são apenas uma minoria entre outras, mas devem tornar-se os principais interlocutores, especialmente quando se avança com grandes projectos que afectam os seus espaços. (...) Eles, quando permanecem nos seus territórios, são quem melhor os cuida. Em várias partes do mundo, porém, são objecto de pressões para que abandonem suas terras e as deixem livres para projectos extractivos e agropecuários que não prestam atenção à degradação da natureza e da cultura.” 147/155 – Um extenso trecho da encíclica trata do meio ambiente urbano e da qualidade de vida nas cidades, tema cada vez mais essencial à medida em que cresce a população urbana. 159/160 – Chamado à justiça com as futuras gerações, que daria sentido à própria vida humana: “Somos nós os primeiros interessados em deixar um planeta habitável para a humanidade que nos vai suceder. Trata-se de um drama para nós mesmos, porque isto chama em causa o significado da nossa passagem por esta terra.” 164 – Chama atenção para necessidade de consenso político global sobre uma série de temas: “Torna-se indispensável um consenso mundial que leve, por exemplo, a programar uma agricultura sustentável e diversificada, desenvolver formas de energia renováveis e pouco poluidoras, fomentar uma maior eficiência energética, promover uma gestão mais adequada dos recursos florestais e marinhos, garantir a todos o acesso à água potável.” 165 – Aqui o papa deixa por um momento sua linha “sonhática” e faz uma concessão ao pragmatismo, admitindo que é preciso haver “soluções transitórias” na transição entre os combustíveis fósseis e as energias renováveis. Ele não diz o nome do santo que causaria esse “mal menor”, mas o gás natural e a energia nuclear (pela qual Francisco declara antipatia) costumam ser invocados quando os políticos falam em “soluções transitórias”. Não chega a ser uma defesa do gás, mas é um ponto importante da carta. 43 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 “Sabemos que a tecnologia baseada nos combustíveis fósseis – altamente poluentes, sobretudo o carvão mas também o petróleo e, em menor medida, o gás – deve ser, progressivamente e sem demora, substituída. Enquanto aguardamos por um amplo desenvolvimento das energias renováveis, que já deveria ter começado, é legítimo optar pelo mal menor ou recorrer a soluções transitórias. Todavia, na comunidade internacional, não se consegue suficiente acordo sobre a responsabilidade de quem deve suportar os maiores custos da transição energética.” 166 – Critica mais uma vez a falta de ação vista nas conferências ambientais. 167 – Reclama que os compromissos assinados em 1992 no Rio de Janeiro não produziram muito efeito porque não têm dentes: falta monitoramento, verificação e punição a quem descumprir compromissos. Mas defende os princípios do Rio, como o do poluidor-pagador, como “vias eficazes e ágeis de realização prática”. 169 – Francisco aqui faz uma declaração bem contundente sobre o fiasco das negociações de desertificação, biodiversidade e clima, e critica o resultado da Rio +20. Culpa os países ricos e conclui dizendo que a solução é rezar por bom termo dessas cúpulas: “Nós, crentes, não podemos deixar de rezar a Deus pela evolução positiva nos debates actuais, para que as gerações futuras não sofram as consequências de demoras imprudentes.” 170 – Defende o princípio das responsabilidades comuns, mas diferenciadas, e alerta contra a “internacionalização dos custos ambientais”. 171 – Alerta contra os mercados de carbono como uma panaceia: podem levar os países a nunca mudarem seus padrões de “super-consumo”. 172 – Põe uma lupa sobre os países pobres e compartilha a posição deles nas negociações internacionais, mas não sem chamá-los à responsabilidade: devem priorizar o combate à pobreza e receber subsidies dos ricos para desenvolver energia renovável, mas ao mesmo tempo fazer um exame do nível de consumo “escandaloso” de alguns setores privilegiados da população. “Para os países pobres, as prioridades devem ser a erradicação da miséria e o desenvolvimento social dos seus habitantes; ao mesmo tempo devem examinar o nível escandaloso de consumo de alguns sectores privilegiados da sua população e contrastar melhor a corrupção. Sem dúvida, devem também desenvolver formas 44 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 menos poluentes de produção de energia, mas para isso precisam de contar com a ajuda dos países que cresceram muito à custa da actual poluição do planeta. O aproveitamento directo da energia solar, tão abundante, exige que se estabeleçam mecanismos e subsídios tais, que os países em vias de desenvolvimento possam ter acesso à transferência de tecnologias, assistência técnica e recursos financeiros, mas sempre prestando atenção às condições concretas” 175 – Foca a questão da governança ambiental: “A lógica que dificulta a tomada de decisões drásticas para inverter a tendência ao aquecimento global é a mesma que não permite cumprir o objectivo de erradicar a pobreza. Precisamos duma reacção global mais responsável, que implique enfrentar, contemporaneamente, a redução da poluição e o desenvolvimento dos países e regiões pobres. O século XXI, mantendo um sistema de governança próprio de épocas passadas, assiste a uma perda de poder dos Estados nacionais, sobretudo porque a dimensão económico-financeira, de carácter transnacional, tende a prevalecer sobre a política. Neste contexto, torna-se indispensável a maturação de instituições internacionais mais fortes e eficazmente organizadas.” 178 – Esclarece por que os políticos não se interessam em enfrentar o desafio ambiental: “O drama duma política focalizada nos resultados imediatos, apoiada também por populações consumistas, torna necessário produzir crescimento a curto prazo. Respondendo a interesses eleitorais, os governos não se aventuram facilmente a irritar a população com medidas que possam afectar o nível de consumo ou pôr em risco investimentos estrangeiros.” 179 – Ressalta a importância dos governos e das iniciativas locais. 180 – Mais uma vez fala de transição gradual para uma nova realidade energética. Reconhece que não é possível resolver o problema de uma vez, mas arrisca que poupar energia faz parte das soluções para a crise do clima: “Não se pode pensar em receitas uniformes, porque há problemas e limites específicos de cada país ou região. Também é verdade que o realismo político pode exigir medidas e tecnologias de transição, desde que estejam acompanhadas pelo projecto e a aceitação de compromissos graduais vinculativos. Ao mesmo tempo, 45 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 porém, a nível nacional e local, há sempre muito que fazer, como, por exemplo, promover formas de poupança energética.” 183 a 185 – Em outro trecho longo, o papa pontifica até mesmo sobre as falhas atuais dos processos de licenciamento ambiental. 186 – Defende o princípio da precaução. 189 a 192 – Começa falando da bolha financeira da crise de 2008, lamenta que tenhamos deixado passar a oportunidade de corrigir a economia. Depois, critica a externalização dos custos ambientais e a fé em que as forças de mercado darão um jeito no ambiente. E propõe uma nova economia, que ponha para trabalhar a criatividade em favor de menos desperdício e menos impacto. 193 – Em outro trecho contundente e muito importante da encíclica, usa a expressão “decrescimento”, excomungada da maioria dos círculos econômicos: “Chegou a hora de aceitar um certo decréscimo do consumo nalgumas partes do mundo, fornecendo recursos para que se possa crescer de forma saudável noutras partes.” 216 – Retomando a argumentação religiosa, desta vez mais especificamente voltada ao seu rebanho, detalha a ideia de “conversão ecológica”. 217 – Diz que a preocupação com o ambiente é um imperativo moral para os crentes, não algo opcional ou secundário. Este é o coração da mensagem da encíclica para os católicos: “(...) a crise ecológica é um apelo a uma profunda conversão interior. Entretanto temos de reconhecer também que alguns cristãos, até comprometidos e piedosos, com o pretexto do realismo pragmático frequentemente se burlam das preocupações pelo meio ambiente. (...) Viver a vocação de guardiões da obra de Deus não é algo de opcional nem um aspecto secundário da experiência cristã, mas parte essencial duma existência virtuosa.” 223 – Dá um recado aos cristãos: se fossem mais cristãos, não precisariam consumir tanto. Menos é mais: “A sobriedade, vivida livre e conscientemente, é libertadora. Não se trata de menos vida, nem vida de baixa intensidade; é precisamente o contrário.” 46 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Com a palavra o Deputado José Airton Cirilo, do PT do Ceará. O SR. JOSÉ AIRTON CIRILO (PT-CE. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, em primeiro lugar, eu queria registrar a importante reunião que nós, da bancada do PT, tivemos ontem com o Ministro da Integração Nacional, Gilberto Occhi, em que discutimos o cronograma para a construção e a conclusão da transposição das águas do Rio São Francisco para o Nordeste brasileiro, especialmente para o Ceará. Ele nos deu uma grande notícia: as obras estão a todo vapor — 75,6% dessas obras estão em andamento. Em julho, as águas irão jorrar no Rio Salgado, em Jati, no Ceará. Isso vai ser a nossa redenção, porque nós estamos em estado de calamidade pública. Portanto, agradeço ao Ministro Gilberto Occhi. Estaremos com ele amanhã, no Ceará, tratando da liberação de recursos para o nosso Estado. Muito obrigado. O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Eu é que lhe agradeço, nobre Deputado. PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, venho aqui registrar, como coordenador da bancada do Ceará, que irei reunir os pares da bancada com o Ministro da Integração Nacional, Gilberto Occhi, no Ministério da Interação Nacional, nesta quarta-feira, 17 de junho, para tratar da transposição do Rio São Francisco. A entrega da primeira etapa das obras está prevista para 2016. 47 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 A obra de transposição do Rio São Francisco é complexa tanto no quesito engenharia, quanto no quesito gestão e, por isso, necessita de uma grande capacidade de articulação entre os órgãos do Governo Federal e os Estados receptores da água do São Francisco. Precisamos criar condições de recebimento dessa água e para que otimizem a gestão desse recurso. As discussões precisam ser niveladas e os ajustes necessários à captação e distribuição das águas da transposição devem ser conhecidos e providenciados a tempo. A transposição O processo de transposição do Rio São Francisco teve início há mais de uma década, e a autorização para uso das águas do Velho Chico dependeu de estudos ambientais e da atuação da Agência Nacional de Águas — ANA no processo de concessão da outorga. A Resolução ANA nº 411 concedeu, em 2005, ao Ministério da Integração Nacional o direito de uso de recursos hídricos do Rio São Francisco para o Projeto de Integração do Rio São Francisco com as bacias hidrográficas do Nordeste Setentrional. Segundo o normativo, as captações de água, tanto para o eixo leste, como para o eixo oeste, obedecerão a uma vazão mínima de 26,4 m³/s, respeitando as projeções de consumo humano de água para 2025. A liberação máxima de água nos dois eixos será de até 114,3 m³/s por dia, excepcionalmente quando o nível de água do reservatório de Sobradinho estiver alto (corresponder a 94% do volume útil e ao volume de espera para controle de cheias). 48 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 Na opinião de Carlos Motta, especialista em recursos hídricos da ANA, a transposição contribui para a segurança hídrica da região. “A água vai chegar, vai ser entregue na porta dos açudes e lá nos Estados mais água vai poder ser utilizada para todos os demais usos, sabendo que, se não chover, não há problema: ligo a bomba do São Francisco, da transposição, e reabasteço o açude”, destaca o especialista. Muito obrigado. 49 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Com a palavra o nobre Deputado Marcus Pestana, do PSDB de Minas Gerais. O SR. MARCUS PESTANA (PSDB-MG. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, há um ator social que é muito pouco defendido aqui no Congresso: o cidadão contribuinte. Ontem, mais uma vez, nós nos rendemos aos desmandos do Executivo e, de forma passiva, votamos a não correção da tabela do Imposto de Renda. Vamos falar com todas as letras: existe aumento da carga tributária. A classe média vai ser sacrificada e onerada para engordar os cofres do Governo, na gastança indiscriminada. E hoje esse assunto estará em pauta. Mais uma vez, o Governo propõe aumentar a carga tributária. Nós temos que nos posicionar e rejeitar o projeto de lei que suspende as desonerações. 50 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao nobre Deputado Valdir Colatto, de Santa Catarina. O SR. VALDIR COLATTO (Bloco/PMDB-SC. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, ontem à noite esta Casa aprovou a Medida Provisória nº 670, de 2015, que trata da isenção de PIS/COFINS para o diesel, depois de uma luta grande do movimento dos caminhoneiros pela diminuição do preço do diesel. Esse custo onera em cerca de 2.000 a 2.500 reais, por mês, cada caminhão neste País e atinge principalmente o pequeno transportador autônomo. Nós lutamos muito para que o Governo fizesse um acordo com o setor, mas não conseguimos avançar. Então, ontem, emenda de autoria minha e de vários outros Deputados do PMDB foi destacada pelo PSDB e aprovada por maioria nesta Casa. Esperamos agora que a matéria seja aprovada no Senado e não seja vetada pela Presidente Dilma. Esse custo de produção onera quem produz e quem consome neste País. Obrigado, Sr. Presidente. 51 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Com a palavra o Deputado Misael Varella, do Democratas de Minas Gerais. O SR. MISAEL VARELLA (DEM-MG. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, a impunidade de adolescentes pode ser responsável por 60% do aumento das taxas de crescimento da delinquência juvenil. Isso, que parece óbvio para 80% de nossa população, foi comprovado em longa pesquisa. Saber que vai pegar “cana” brava por um longo tempo intimida, igualmente, jovens e adultos com intenções criminosas. Portanto, a redução da maioridade penal servirá para impedir os jovens de cometer crimes. Claro que só isso não acabará com a criminalidade, mas a fará diminuir enormemente, com a vantagem de termos menos jovens encarcerados. Peço que meu discurso seja dado como lido e divulgado no programa A Voz do Brasil e pelos meios de comunicação desta Casa. O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - V.Exa. será atendido. 52 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao Deputado Cabo Sabino, do PR do Ceará, por 1 minuto. O SR. CABO SABINO (PR-CE. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, o dia 20 de junho, sábado próximo, é o Dia Nacional do Vigilante. Quero parabenizar essa categoria e com ela me solidarizar. Trata-se de uma categoria composta de homens e mulheres abnegados que diuturnamente saem de seus lares para fazer a segurança do patrimônio alheio. E esses homens e mulheres vão além: não guardam apenas o patrimônio, são vigilantes também da vida. À noite, enquanto muitos de nós estamos dormindo, eles estão vigilando pela vida e pelo patrimônio de empresas, comércios e pessoas. Essa categoria precisa ser lembrada por este Parlamento, precisa ser lembrada pelo povo brasileiro. É digna de respeito, é digna de aplauso e digna de que se comemore em 20 de junho o seu dia. Que todo cidadão brasileiro que no próximo dia 20 encontrar na rua um vigilante se lembre de parabenizá-lo e de agradecer-lhe pelo trabalho que faz de proteção do povo desta Nação. Muito obrigado. 53 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao Deputado Zé Geraldo, do PT do Pará, por 1 minuto. O SR. ZÉ GERALDO (PT-PA. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, entre 1992 e 2013, na parcela 20% mais pobre da população, o número de adolescentes de até 16 anos que concluíram o ensino fundamental saltou de 7% para 56%. O resultado faz parte da pesquisa Plano Nacional de Educação e Programa Bolsa Família. Esse é um dado para nós comemorarmos. Peço a V.Exa., Sr. Presidente, que considere como lido o meu pronunciamento a esse respeito e determine a sua divulgação pelos meios de comunicação desta Casa e pelo programa A Voz do Brasil. O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - V.Exa. será atendido, nobre Deputado. PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, todos os que nos acompanham pelos veículos de comunicação da Casa, as políticas integradas do Programa Bolsa Família continuam a contribuir para a redução de desigualdades. Entre 1992 e 2013, na parcela 20% mais pobre da população, o número de adolescentes de até 16 anos que concluíram o ensino fundamental saltou de 7% para 56%. O resultado faz parte da pesquisa Plano Nacional de Educação e Programa Bolsa Família, elaborada pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD). 54 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 Entre 2003 e 2013, segundo a pesquisa, a escolaridade média entre os 20% mais pobres aumentou em ritmo mais acelerado do que a do restante da população. As pessoas em situação de pobreza passaram a ter 2,2 anos a mais de estudo, enquanto as que compõem os outros 80% da população ganharam 1,3 ano de estudo. Sr. Presidente, o bom resultado se deve ao acompanhamento da condicionalidade de educação dos alunos beneficiários do Bolsa Família e à articulação intersetorial das políticas públicas, um compromisso muito importante para garantir a frequência escolar das crianças e dos jovens. Finalizo dizendo que, ao contrário do que desejam os opositores do Brasil, o Programa Bolsa Família segue contribuindo para a melhoria do acesso à educação. Trata-se de uma verdadeira revolução silenciosa em nosso País. Viva o fortalecimento da Pátria educadora! Viva o Bolsa Família! 55 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao Deputado Lobbe Neto, do PSDB de São Paulo, por 1 minuto. O SR. LOBBE NETO (PSDB-SP. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Deputado Carlos Manato, Sras. e Srs. Deputados, venho mais uma vez a esta tribuna pedir que o nosso Presidente Eduardo Cunha e todos os Srs. Parlamentares forcem um pouco a barra com o Ministro da Saúde, Arthur Chioro, a fim de que o Ministério libere recursos para as Santas Casas de Misericórdia e os hospitais filantrópicos. Há 10 anos a tabela do Sistema Único de Saúde — SUS não é reajustada. É um absurdo o que vem ocorrendo com a saúde no Brasil! A saúde está na UTI! Por isso, peço que o Ministro Chioro veja com urgência a situação das Santas Casas de Misericórdia e dos hospitais filantrópicos e faça um reajuste da tabela SUS e também do teto de Municípios e Estados, que está defasado. Alguns Estados ampliaram os seus hospitais, ampliaram os seus procedimentos e o seu atendimento. Por exemplo, os hospitais de oncologia do Estado de São Paulo atendem pessoas de vários Estados, e o teto é o mesmo. É um absurdo o que ocorre com a saúde brasileira! Sr. Presidente e Srs. Deputados, peço apoio à saúde. 56 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao Deputado Esperidião Amin, do PP de Santa Catarina. O SR. ESPERIDIÃO AMIN (Bloco/PP-SC. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, nós teremos amanhã, em Santa Catarina, uma audiência pública na qual a Agência Nacional de Transportes Terrestres — ANTT apresentará o projeto do Contorno Viário da Grande Florianópolis. No mesmo dia, amanhã, o Ministro dos Transportes nos dará informações acerca do Plano de Investimentos em Logística do Governo Federal. Eu antecipo que, nos dois casos, nós temos sofrido muitas frustrações. No caso do Contorno Viário da Grande Florianópolis, que beneficia todo o Estado de Santa Catarina e o Sul do Brasil, nós ainda estamos engatinhando em uma obra que deveria ter sido concluída em 2012; e, no caso das obras federais, nós estamos vendo repetirem-se promessas não cumpridas. Na semana que vem, eu trarei um relatório sobre isso. O Sr. Carlos Manato, nos termos do § 2º do art. 18 do Regimento Interno, deixa a cadeira da Presidência, que é ocupada pelo Sr. Moroni Torgan, nos termos do § 2º do art. 18 do Regimento Interno. 57 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 O SR. PRESIDENTE (Moroni Torgan) - Vamos iniciar agora o período das Breves Comunicações. Cada Deputado vai dispor de 3 minutos. Com a palavra, como primeiro inscrito, o nosso querido Presidente Carlos Manato. O SR. CARLOS MANATO (SD-ES. Sem revisão do orador.) - Muito obrigado, Sr. Presidente. Eu gostaria de registrar que amanhã, dia 19, às 15 horas, no Espírito Santo, vai-se realizar o primeiro Encontro Estadual do Solidariedade. Teremos a honra de receber na Assembleia Legislativa do Espírito Santo o Presidente nacional do partido, o nosso querido amigo, irmão, Deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força, o principal sindicalista, para não dizer o maior sindicalista do País. O sindicalista que mais defende o trabalhador nesta Casa é o Paulinho da Força. Nós reconhecemos isso, temos essa grandeza. O Paulinho vai falar aos filiados, primeiramente, sobre a reforma política. Logicamente, Sr. Presidente, não foi uma reforma, foi uma “pinturazinha” meia sola. Não foi aquela reforma que todos pretendíamos. Chego até a dizer que, se nós quiséssemos mesmo fazer uma reforma, nós a faríamos só para 2045 ou em 2050, porque aí atenderia os interesses de todo mundo. Já não estaremos mais na política, já não há mais nada a ver. Aí se faz para 2050 uma reforma maravilhosa, como o País quer. Como se vai fazer uma reforma para 2016 com um monte de interesses e, para 2018 e 2020, com mais interesses ainda? Fica difícil. Nós nunca vamos conseguir. O Deputado Paulinho vai dizer aos filiados do Solidariedade e a alguns amigos o que aconteceu na Casa nesse período de 40 dias em que discutimos mais 58 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 intensamente a reforma política. Ele também vai falar sobre os projetos que o Solidariedade tem defendido em âmbito nacional. Um deles, com muita tristeza e pesar, morreu ontem: o fim do fator previdenciário. Mataram o fim do fator previdenciário, mas ele continua vivo como nunca. Queríamos que nascesse uma criança de 85/95 anos e que enterrassem o fator previdenciário. O PT sempre criticou o fator previdenciário, mas nós o derrubamos nesta Casa, em 2010, e o Presidente Lula, que era o maior sindicalista, o vetou. Agora, quase por unanimidade, nós derrubamos o fator previdenciário e demos a alternativa do fator 85/95. Iria nascer uma criança de 85/95 anos, mas a Presidenta, ontem, o vetou também. Vamos esperar que esta Casa entenda, Sr. Presidente, que nós podemos derrubar o veto. Se 450 Parlamentares aprovaram o fim do fator previdenciário, como 257 não vão votar pela derrubada desse veto? Não acredito nisso. Vamos ficar atentos. Então, nós estaremos lá amanhã, Sr. Presidente. O Deputado Paulinho vai falar sobre a correção do Fundo de Garantia, vai falar sobre as dificuldades com o abono, vai falar sobre as dificuldades com o seguro-desemprego, vai falar sobre as desonerações. O Solidariedade capixaba, que está atento e ansioso pela chegada do nosso líder maior, o Deputado Paulinho, vai fazer um grande encontro em âmbito estadual, na Assembleia Legislativa do Espírito Santo, amanhã, às 14 horas. Meu Presidente, muito obrigado. O SR. PRESIDENTE (Moroni Torgan) - V.Exa. tocou num assunto fundamental para esta Casa. 59 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 O SR. PRESIDENTE (Moroni Torgan) - Concedo a palavra ao Deputado Waldenor Pereira. S.Exa. tem a palavra por 3 minutos. O SR. WALDENOR PEREIRA (PT-BA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, quero parabenizar a população da comunidade de Barreiro do Bom Sucesso, no Município de Riacho de Santana, no Estado da Bahia, localizado na Serra Geral da Bahia, que, no dia de hoje, com as presenças do Secretário de Infraestrutura Hídrica e Saneamento, Cássio Peixoto, e do Presidente da Companhia de Engenharia Hídrica e de Saneamento da Bahia — CERB, Marcus Bulhões, e com a participação do Deputado Estadual José Raimundo Fontes, inaugurou o sistema simplificado de abastecimento de água, que compõe o Programa Água Para Todos, desenvolvido pelo Governo da Bahia, pelo Governador Rui Costa. Eu quero parabenizar a população dessa comunidade beneficiada, saudando as lideranças políticas daquele importante Município da Serra Geral da Bahia. Cumprimento o companheiro João Vitor, grande líder do Partido dos Trabalhadores, o companheiro Gilson, o Vereador Edilson, as companheiras Marilúcia e Dilma, lutadoras permanentes em defesa dos interesses daquele Município. Saúdo, ainda, o companheiro Joaquim e toda a direção da Associação das Escolas das Comunidades e Famílias Agrícolas da Bahia — AECOFABA, entidade que desenvolve um belíssimo trabalho, através da educação de alternância nas escolas famílias agrícolas. Esse Município, Sr. Presidente, um dos mais importantes da Serra Geral da Bahia, vem sendo alvo de importantes investimentos no nosso Governo, com investimentos no Programa Água para Todos e importantes investimentos, também, 60 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 na agricultura familiar. Recentemente, entregamos quatro novos tratores, com todos os implementos agrícolas, para o desenvolvimento da agricultura familiar. O Município vem recebendo importantes investimentos nas áreas da educação e da saúde, tanto do Governo da Presidenta Dilma quanto do Governo do companheiro Rui Costa. Portanto, parabéns a Riacho de Santana e parabéns à comunidade de Barreiro do Bom Sucesso, que, no dia de hoje, com o Deputado Estadual José Raimundo Fontes, do Partido dos Trabalhadores, acompanhando a comitiva do Secretário Cássio Peixoto e do Presidente da CERB, Marcus Bulhões, inaugura esse sistema de abastecimento de água, importante sistema para melhorar a saúde e a qualidade de vida da população do Município de Riacho de Santana, especialmente da comunidade de Barreiro do Bom Sucesso. Parabéns, Riacho de Santana! Obrigado, Sr. Presidente. O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Eu é que agradeço, nobre Deputado. Durante o discurso do Sr. Waldenor Pereira, o Sr. Moroni Torgan, nos termos do § 2º do art. 18 do Regimento Interno, deixa a cadeira da Presidência, que é ocupada pelo Sr. Carlos Manato, nos termos do § 2º do art. 18 do Regimento Interno. 61 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao Deputado Wadih Damous, do PT do Rio de Janeiro. S.Exa. tem 3 minutos na tribuna. O SR. WADIH DAMOUS (PT-RJ. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, o que me traz a esta tribuna são dois fatos de extrema gravidade. Um aconteceu na Bahia e o outro, no Rio de Janeiro. Por conta desses dois fatos graves, vou aqui, rapidamente, fazer um exercício de memória e prestar uma homenagem a um ex-Deputado e grande Constituinte de 1946, o grande escritor Jorge Amado, que honrou esta Casa. Constituinte pelo Partido Comunista Brasileiro, Jorge Amado, efetivamente, não gostava do exercício parlamentar, mas apresentou, na Constituinte, diversas emendas, que hoje integram o nosso patrimônio jurídico e todos os textos constitucionais promulgados de 1946 para cá. Entre as emendas de Jorge Amado, cito a isenção de tributos para importação de papel para publicação de livros e jornais — aliás, fato levantado aqui ontem; a não obrigatoriedade do ensino religioso nas escolas; a supressão da censura prévia para a publicação de livros e periódicos; a liberdade de culto religioso. É esse último tema que me traz aqui, Sr. Presidente. Jorge Amado disse o seguinte, no seu livro de memórias Navegação de Cabotagem: “Se de algo me envaideço quando penso nos dois anos que perdi no Parlamento é da emenda que apresentei ao Projeto de Constituição (...) emenda que, vitoriosa, mantida até hoje, veio garantir a liberdade de crença no Brasil”. Pois bem, Sr. Presidente. Nesta semana, em Salvador, uma senhora babalorixá, de 90 anos de idade, foi ofendida, agredida moralmente por fanáticos, por intolerantes religiosos, por gente que desrespeita a crença alheia. Logo depois, 62 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 essa senhora veio a falecer de enfarte por conta das agressões morais sofridas. Na mesma semana, como se fossem fatos articulados, uma menina de 11 anos, no Rio de Janeiro, ao sair de um culto de candomblé, numa sexta-feira, foi apedrejada e, hoje, está traumatizada, com medo de sair de casa, por conta da agressão sofrida. Sr. Presidente, Jorge Amado apresentou essa emenda em 1946. De lá para cá, se não me engano, já são 69 anos, e nós continuamos vivenciando esses fatos que Jorge Amado quis enfrentar, ornamentando o texto constitucional. Então, Sr. Presidente, fica a denúncia e fica o apelo para que nós tenhamos respeito, para que nós tenhamos tolerância, para que nós garantamos, na nossa prática cotidiana, os direitos e garantias fundamentais, entre os quais está o culto religioso, sobretudo os de matriz africana, que são diuturnamente desrespeitados aqui no Brasil. Peço que o meu pronunciamento seja divulgado no programa A Voz do Brasil. Muito obrigado, Sr. Presidente. O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Muito obrigado, nobre Deputado. V.Exa. será atendido. PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, o então Deputado Jorge Amado, do Partido Comunista pelo Estado de São Paulo, foi autor da Emenda nº 3.218, que inseriu na Constituição de 1946 o § 7º do art. 141. Jorge Amado foi um Parlamentar atuante. Os Anais do Congresso registram que apresentou 15 emendas ao Projeto de Constituição, entre as quais se destacam a isenção de tributos para importação de papel para publicação de livros e jornais 63 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 (Emenda 2.850); a não obrigatoriedade do ensino religioso nas escolas (Emenda 3.062); a supressão da censura prévia para a publicação de livros e periódicos (Emenda 3.064); a liberdade de culto religioso (Emenda 3.218) e a eliminação do dispositivo que facultava apenas a brasileiros natos o exercício das profissões liberais (Emenda 3.355). No seu livro de memórias Navegação de Cabotagem, deixou registrado: “Se de algo me envaideço quando penso nos dois anos que perdi no Parlamento é da emenda que apresentei ao Projeto de Constituição (...) emenda que, vitoriosa, mantida até hoje, veio garantir a liberdade de crença no Brasil.” Frequentador dos cultos religiosos africanos desde jovem e acostumado a vêlos tratados sob o açoite da polícia, esse era um tema sensível ao jovem Deputado. (Embora a República já houvesse garantido o Estado laico, no Brasil de então, qualquer culto religioso diferente do católico romano — ainda que cristão —, era assunto de polícia). Contudo, foi uma luta para a qual o autor não pôde contar com os colegas de partido comunista, para quem religião era “o ópio do povo”, “desvio pequeno-burguês”. “De comunista apenas eu, mais fácil fazê-la tramitar como projeto de intelectual conhecido, ligado às seitas afro-brasileiras, bem-visto apesar de comuna. Fosse da bancada a emenda nasceria morta.” A emenda foi negociada com Parlamentares de outras legendas pelo próprio Jorge Amado, que conta em suas memórias ter procurado primeiro Luiz Viana Filho, “baiano e escritor, autor de livro sobre O Negro no Brasil, Deputado pela UDN”; em seguida, o sociólogo pernambucano Gilberto Freire, a quem teria seduzido com o argumento de que “os xangôs do Recife vão poder dançar em paz”, para, em 64 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 seguida, percorrer o plenário, conquistar assinaturas nas bancadas da UDN e do PSD — Otávio Mangabeira, Milton Campos, Cirilo Júnior, Prado Kelly —, de espectros ideológicos tão distintos do seu PCB, cujos integrantes recusaram-se a assiná-la. Aprovada, a emenda converteu-se no art. 141, § 7º, da Constituição de 1946. “Essa a minha contribuição para a Constituição Democrática de 1946. Transformada em artigo de lei (sic) a emenda funcionou, a perseguição aos protestantes, a violação de seus templos, das tendas espíritas, a violência contra o candomblé e a umbanda tornaram-se coisas do passado. Para algo serviu minha eleição, a pena de cadeia que cumpri no Palácio Tiradentes (...).” Reterei, das redes sociais, o texto do Prof. Adriano Pillati, da PUC/RJ, que traz um bom resumo dos preocupantes acontecimentos ocorridos nos últimos dias, no Estado do Rio de Janeiro e na Bahia: “Em menos de duas semanas, duas agressões bárbaras. Primeiro em Salvador, com uma eminente babalorixá de 90 anos sendo insultada e ameaçada noite adentro por uma turba de fanáticos (e mercenários) neopentecostais aglomerados em frente a sua Casa. Ao amanhecer, a idosa enfartou e morreu. Anteontem, mais um caso no Rio, uma criança de 11 anos apedrejada ao sair de uma Casa de Candomblé por dois fanáticos (ou mercenário$) neopentecostais. Agora está com medo de sair de casa. 65 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 Estão ‘criminalizando’ até as roupas brancas no Rio: sair de branco às sextas-feiras pode acarretar ferimentos ou o pior em certas regiões da cidade e da Baixada. Canalhas insultam e agridem ‘em nome de Deus’. Delinquentes depredam templos e destroem objetos de culto, instrumentos musicais, vasos de flores ‘em nome da Verdade’. O Estado Islâmico é aqui, já está entre nós, a jihad é neopentecostal. Perversos mercadores da fé são agraciados com concessões de rádio e TV e renúncias ficais para veicularem seus lucrativos discursos de ódio. E o Povo de Santo volta a ser submetido a uma violência e a uma repressão, privadas, como há muito não se via. Isso vem acontecendo há anos. Na PUC-Rio, entre 2010 e 2011 tentamos colaborar com a resistência, realizando primeiro, por solicitação das comunidades, o mapeamento das Casas Religiosas de Matriz Africana em situação de risco e, depois, elaborando uma Cartilha para ‘legalizar’ essas Casas, ou seja, assegurar toda a proteção legal a que têm direito. Mas é pouco. E o Estado? Não tenho dúvida de que o Povo de Santo saberá resistir. Devotos do Candomblé e da Umbanda resistiram aos senhores, aos feitores, à Guarda Real Portuguesa, ao 66 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 clero, às polícias, aos fanáticos de outras confissões durante séculos. Mas enquanto isso, corpos ficarão pelo caminho, devotos de uma cultura de paz e beleza serão humilhados, agredidos, torturados, crianças serão traumatizadas. É no ‘Estado Democrático de Direito’ que o Candomblé e a Umbanda estão a enfrentar uma ‘guerra santa’ sem quartel, uma onda de desrespeito (‘intolerância’ é um termo ambíguo) que não cessa. O Ministério Público e as outras polícias, as defensorias públicas, o ministério das Comunicações, as OABs, a ‘sociedade civil’, enfim, precisam entrar firme nessa briga, em defesa da liberdade religiosa e do respeito aos direitos civis dos devotos das religiões de matriz africana. Toda omissão será conivência, cumplicidade, vergonha. Axé.” 67 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao nobre Deputado Moroni Torgan, do Democratas do Ceará. S.Exa. dispõe de 3 minutos na tribuna. O SR. MORONI TORGAN (DEM-CE. Pela ordem. Sem revisão do orador.) Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, sempre se tem falado sobre violência, e um dos fatores que mais incentiva a violência, sem dúvida nenhuma, é a impunidade. Se alguém furta alguma coisa e nada lhe acontece, em outra vez, ele vai furtar mais coisas. Se nada lhe acontece, ele vai furtar ainda mais coisas; se nada lhe acontece, ele já vai assaltar à mão armada; se nada lhe acontece, ele vai, então, progredir para o latrocínio, que é roubar causando a morte das pessoas. A impunidade é o maior fator de incremento da violência no nosso País! Eu acho que a abordagem da maioria das pessoas é errada. Aqueles que defendem direitos humanos, muitas vezes, têm uma abordagem errada. Eles dizem: “Os presídios já estão cheios”. Sim. Então, se os presídios estão cheios, o Ministro da Justiça deve ir à televisão e dizer que todo mundo pode roubar, pode matar, pode fazer o que for, porque os presídios estão cheios?! Que lógica é essa? Quer dizer que eu vou liberar o crime porque o presídio está cheio?! Ninguém se preocupa em dizer que o que temos de fazer é encarar o sistema penitenciário. Se não encararmos o sistema penitenciário, se não investirmos e não privatizarmos, sem dúvida nenhuma, eles vão continuar cheios e cada vez piores. Achar opções de sistema penitenciário adequado e que recupere aqueles que estão presos, isto é o que nós temos que buscar. Não se deve dizer a frase: “Os presídios estão cheios”, e, sim, a outra frase: “Temos que construir mais presídios, e eles devem dar direito a trabalho, direito a estudo e realmente buscar a 68 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 ressocialização do preso”. Essa é a frase que deve ser dita. Assim nós não vamos manter o delinquente solto nas ruas, com a desculpa de que o presídio está cheio. É uma incompetência total do Estado, que deve proteger a sociedade, pensar: “O presídio está cheio? Então vamos liberar o crime no País”. Se eles estão cheios e são inadequados, vamos todos cobrar que sejam construídos mais presídios, e que eles sejam adequados e possam, aí sim, recuperar os presos do nosso País. Dessa forma é que nós temos que fazer a luta contra a violência, sabendo que o preso vai aprender a trabalhar e estudar, ganhar seu sustento e ainda levar parte desse dinheiro para sua família, porque esse é o jeito de ele ser ressocializado. Esses presídios que estão aí, em sua grande maioria, não servem para nada! Vamos mudar os presídios e não permitir a impunidade nas ruas! Muito obrigado, Sr. Presidente. O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Eu é que agradeço, nobre Deputado. 69 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao nobre Deputado Bebeto, do PSB da Bahia. V.Exa. dispõe de 3 minutos na tribuna. O SR. BEBETO (PSB-BA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, nós assistimos ao lançamento do Programa de Investimentos em Logística, feito de forma pomposa pela Presidenta Dilma. De certa forma, até o entendemos como uma ação positiva, como um mecanismo de indução de mudanças na opinião pública. Mas, sinceramente, Sr. Presidente, tenho a lamentar que o Programa, feito de modo seletivo, indicando obras importantes a serem realizadas, inclusive uma ferrovia com o custo de mais de 40 bilhões de reais, tenha deixado de considerar importantes obras que estão sendo realizadas em nosso País. Nós da região sul do Estado da Bahia, mais uma vez, ressentimo-nos da ausência do Governo Federal, que passa a ser um ente abstrato. Nem mesmo foi considerada a possibilidade de uma obra importante como a Ferrovia de Integração Oeste-Leste, ferrovia central para a integração da economia da Bahia e um modal de transporte fundamental para o nosso desenvolvimento, integrar o Programa de Investimentos em Logística. Além do desprezo do Governo Federal em relação às obras importantes da Bahia e da interrupção do fluxo orçamentário para bancar a obra, chegamos ao cúmulo, Sras. e Srs. Deputados baianos que aqui se encontram, de assistir à demissão de mais de 1.500 trabalhadores nos sete lotes da obra. Mas não é só isso, Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados baianos. A Resolução nº 2, de 2015, baixada pela VALEC, atesta o desprestígio que o Governo 70 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 vem impondo à nossa região. Diz a resolução que, por causa da momentânea situação de escassez de recursos financeiros e da expectativa do seu contingenciamento, passíveis de impossibilitar o pagamento de todos os débitos, retirará dinheiro da fase construtiva da obra para garantir o pagamento dos trilhos. Vão-se colocar trilhos em obra que não foi concluída, Sr. Presidente! Isso é lamentável! Isso significa um desprezo e é uma incoerência do Governo. Temos é que lamentar! Queremos uma explicação do Sr. Ministro dos Transportes e do Presidente da VALEC, que, ao concluir essa resolução, diz que a empresa resolve autorizar, excepcionalmente, até novembro de 2015, o pagamento preferencial das notas fiscais relativas aos contratos firmados por essa empresa pública para importação dos trilhos. Meu caro Líder do Governo, para que importar trilhos, se todos os lotes da obra estão interrompidos? Vão-se colocar os trilhos onde, se a obra não está concluída? Por isso, Sr. Presidente, queremos uma explicação do Sr. Ministro dos Transportes e do Presidente da VALEC. Em vez de privilegiar o pagamento dos trilhos, deveriam garantir a conclusão da importante obra, que é uma expectativa da Bahia e de todos os locais por onde passará. É lamentável essa posição do Ministério dos Transportes e do Presidente da VALEC. Exigimos responsabilidade para com a Bahia. Além de se interromper o fluxo de recursos, coloca-se em risco o Porto Sul, da querida cidade de Ilhéus. Era o que eu tinha a dizer, Sr. Presidente. 71 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao Deputado José Guimarães. O SR. JOSÉ GUIMARÃES (PT-CE. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, quero fazer um apelo para que todos compareçam ao plenário; do contrário, nós não atingiremos o quórum. Em torno de 350 Deputados estão na Casa. Se demorarmos, a sessão poderá se prolongar noite adentro, em razão do horário que foi marcado pelo Presidente. O nosso pedido é que todos os Deputados e Deputadas da base compareçam ao plenário, para nós iniciarmos a Ordem do Dia. O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Está feito o pedido. 72 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao Deputado Pedro Uczai para fazer um registro antes de o Deputado Cabo Sabino chegar à tribuna. O SR. PEDRO UCZAI (PT-SC. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, quero aproveitar para fazer um convite, em nome da Comissão de Educação e da Frente Parlamentar em Defesa da Implantação do Plano Nacional de Educação, para o nosso Seminário O PNE e o Futuro da Educação Brasileira, que ocorrerá na próxima quinta-feira, dia 25, quando comemoraremos 1 ano de PNE. Nessa comemoração de 1 ano de PNE, nós vamos discutir o financiamento, o regime de colaboração. Portanto, estendemos este convite à sociedade brasileira para fazer do PNE um grande instrumento para transformar o Brasil na Pátria educadora. Peço que esse convite seja divulgado no programa A Voz do Brasil, para que ele seja feito a toda a sociedade brasileira. Era isso, Sr. Presidente. Muito obrigado. O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - V.Exa. será atendido, nobre Deputado. 73 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Agradeço ao Deputado Cabo Sabino a gentileza. S.Exa. tem 3 minutos na tribuna. O SR. CABO SABINO (PR-CE. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, eu sei que este Plenário é muito heterogêneo. Muitas vezes, nós fazemos o pronunciamento aqui, e os companheiros têm vários assuntos. Mas eu gostaria de chamar a atenção de todos os que estão no plenário, bem como dos nossos telespectadores. Esta Casa e as Comissões, durante vários dias, têm trazido à tona o assunto da redução da maioridade penal. Esse assunto saiu desta Casa e ganhou as ruas e as residências. Colégios e faculdades se reuniram e o debateram. Ontem, a Comissão apresentou o seu relatório final. Há quem diga que 70% da população brasileira é a favor da redução da maioridade penal. Eu não sei se o número é verdadeiro ou falso, Deputado Major Olímpio, mas eu sei que me enquadro no número dos que são a favor da redução da maioridade penal. Porém, senhoras e senhores, conseguiram deixar o relatório que foi aprovado ontem pior do que estava. Não há redução de maioridade penal pelo relatório que está sendo apresentado nesta Casa. O relatório diz que são penalmente inimputáveis os memores de 18 anos. Então, não existe imputabilidade para o menor. Ele traz ressalvas nos casos de crime hediondo, de homicídios dolosos, de lesão corporal grave, de lesão corporal seguida de morte e de roubo com aumento de pena. Ora, Deputado Capitão Augusto, todos nós sabemos que a pena para um homicídio doloso é de 6 a 12 anos, e para aquele menor que é imputável não mais 74 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 existe histórico, ou seja, ele é réu primário. Se ele tiver um bom comportamento dentro da unidade prisional, com 1 ano ou um sexto da pena, ele vai estar na rua, enquanto que, pelo ECA, ele tinha que lá passar pelo menos 3 anos. Repito: conseguiram deixá-lo pior do que estava. Isso é uma vergonha! O povo brasileiro esperava, e espera, mais. Eu espero que este Parlamento e a Frente Parlamentar de Segurança Pública possam emendar esse relatório e que o Relator tenha a sensibilidade de aceitar emendas, porque não é isso o que o povo brasileiro quer. Mas, olhem só: a pena para lesão corporal grave é de 1 a 4 anos, ou de 2 a 8 anos. Vamos supor que o menor que cometeu a lesão corporal grave seja punido com 2 anos. Ele sequer preso será, porque 2 anos se cumpre em liberdade. Mas aí, vem o mais grave: se a Constituição diz que ele passou a ser imputável, ele pode chegar à unidade do DETRAN, em qualquer Município e Estado, e cobrar o direito de tirar a sua habilitação. Enquanto isso, o menor que trabalha, que estuda, que gera renda para sua casa e que produz para o crescimento do País, não vai poder se habilitar! Conseguiram aprovar um relatório que traz benefício ao menor infrator em detrimento do jovem que produz para o crescimento do País! Nós não nos podemos calar. Eu não posso compactuar com isso, dizer que esta Casa aprovou a redução da maioridade penal. O que ela aprovou, na realidade, através daquele relatório, é dissimulado diante do povo deste País, diante desta Nação. Nós não nos podemos calar porque não é isso o que a Nação quer, não é isso o que foi proposto ao povo brasileiro e não é isso o que as famílias que tiveram seus entes queridos ou seu comércio assaltado todos os dias querem para o nosso 75 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 País. Não é aumentando a impunidade, não é trazendo inverdade ao povo brasileiro, que nós vamos conseguir reduzir os índices de criminalidade neste País. Muito obrigado. O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Eu é que agradeço, nobre Deputado. PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, telespectadores da TV Câmara, ouvintes da Rádio Câmara, internautas que acompanham o portal desta Casa, senhoras e senhores assessores, a redução da maioridade penal ganhou destaque nas discussões realizadas nas Comissões e no plenário desta casa. Digo até que o debate foi além da Câmara Federal e ganhou as ruas, as residências, os locais de trabalho da população. As faculdades, universidades, colégios e demais instituições de ensino realizaram debates e palestras sobre o tema. A mídia fez sua parte, ora trazendo matérias a favor, ora contra a redução da maioridade penal. Há quem diga que mais de 70% da população brasileira é a favor da redução da maioridade penal. Se esses números são verdadeiros ou não eu não sei, mas sei que me enquadro dentro deste percentual. A Comissão Especial que estudou e trabalhou para apresentar relatório final sobre o projeto, que já está nesta Casa há mais de 22 anos, concluiu seus trabalhos ontem e aprovou o relatório reduzindo a maioridade penal para os menores de 18 e maiores de 15 anos que cometam crimes hediondos ou crimes contra a vida. Senhoras e senhores, lamento dizer: conseguiram deixar pior do que estava. Se o relatório aprovado na Comissão Especial da Maioridade Penal for aprovado 76 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 neste plenário do jeito que está, será uma afronta à população brasileira; será um prêmio aos jovens de 16 e 17 anos que cometam práticas delituosas. Se aprovado sem emendas, será mais uma decepção para a população brasileira que esta Casa cometerá. No relatório aprovado consta que serão penalmente inimputáveis os menores de 18 anos — ou seja, não houve redução da maioridade penal. O relatório, então, faz exceção, ressalva os seguintes casos: crimes hediondos, homicídio doloso, lesão corporal grave, lesão corporal seguida de morte, roubos com aumento de pena. Ora, senhoras e senhores, agora vejam: para o crime de homicídio doloso, a pena é de 6 a 20 anos de reclusão. O problema é que quando um jovem menor de 16 anos passa para a maioridade zera todos os seus crimes, ou seja, vira réu primário. Sendo réu primário e se tiver bom comportamento, com 1 ano ele já poderá progredir no regime da pena e ir para a rua cumprir o resto em liberdade. Enquanto isso, outro jovem da mesma idade que cometa um homicídio culposo, ou seja, sem a intenção de matar, vai cumprir pena de internação de 3 anos pelo o ECA — Estatuto da Criança e da Adolescência, e vai cumprir pena maior do que aquele que cometeu homicídio doloso com a intenção de matar. Mas, não para por aí, e na minha concepção vem a pior delas: a lesão corporal grave. Menor de 16 anos que cometa lesão corporal grave, pena de 1 a 4 anos ou de 2 a 8 anos. Se for sentenciado a 2 anos, o que geralmente ocorre, nem preso ficará, pois pena de 2 anos se cumpre em liberdade. Mas suponhamos que pegue a pena máxima, 8 anos. Com um sexto da pena, ou seja, com 1 ano e 3 meses, estará nas ruas. O maior agravante é que, se pegar 2 anos de pena, como já 77 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 disse, vai cumprir em liberdade. E ai vem o pior: pela Constituição Federal (emendada pelo projeto de lei atual), este menor passou a ser imputável. Portanto, pode chegar no DETRAN e tirar sua habilitação com 16 anos. Enquanto isso, outro adolescente de 16 anos que trabalha, que estuda, que ajuda na manutenção da despesa familiar, não vai poder tirar a habilitação porque ainda não é imputável. Ou seja, estão criando normas onde se premia quem comete um ato delituoso, e reafirmo: conseguiram piorar o que já era ruim! No caso da lesão corporal seguida de morte, a pena é de 4 a 12 anos. Se for sentenciado a 6 anos, período que está dentro da faixa de punição, também com 1 ano esse menor estará nas ruas. Agora, se outro jovem na mesma situação cometer uma lesão corporal, pode ser punido pelo ECA com até 3 anos. Sinceramente, é revoltante o relatório aprovado. E se parasse por aí, já seria por demais revoltante, mas não para! O relatório afirma que a União, os Estados e o Distrito Federal criarão os estabelecimentos apropriados para abrigar os menores que são imputáveis. Hoje, esses estabelecimentos não existem. Deve se levar, em média, mais uns 4 ou 5 anos para serem construídos — e isso se os Govenadores quiserem. Não tendo onde os colocar, os juízes vão fazer o quê? Vão soltar! Estão enganando o povo brasileiro. Não existe redução de maioridade penal coisa nenhuma. Existe, sim, um remendo malfeito e irresponsável, que incentiva o crime e aumenta a impunidade. Vou apresentar emendas de plenário bem como pedir a sensibilidade do Relator para que possa apresentar emendas trazendo a redução da maioridade penal de forma linear, sob pena de aumentarmos a impunidade, gerar benefícios a 78 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 infratores juvenis e desmotivar os jovens trabalhadores, estudiosos e comprometidos com um futuro para a Nação. Espero que a mídia brasileira possa mostrar essas considerações hoje apresentadas ao povo brasileiro para que esta Nação tome conhecimento do que estão querendo aprovar aqui nesta Casa sob a falsa declaração de redução da maioridade penal. Muito obrigado. 79 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao nobre Deputado Alberto Fraga, do DEM do Distrito Federal. S.Exa. dispõe de 3 minutos na tribuna. O SR. ALBERTO FRAGA (DEM-DF. Pela ordem. Sem revisão do orador.) Sr. Presidente, eu queria, na verdade, fazer aqui um alerta com relação ao Governo do Distrito Federal. Nós tivemos um governo desastrado que conseguiu quebrar o Distrito Federal, na época, e o Governador era o Agnelo Queiroz, do PT. O Distrito Federal possui um fundo constitucional de quase 13 bilhões de reais por ano. É um fundo que causa inveja a todos os Estados brasileiros. E esse dinheiro é para custear saúde, educação e segurança pública. E, de forma irresponsável, o Governador anterior mexeu nesse dinheiro e, hoje, o Governador atual não faz absolutamente nada de novo, só se referindo ao desastre que foi o governo passado. Agora, o Governador Rollemberg inventou uma nova, seguindo os aconselhamentos do PT: quer privatizar a CAESB, quer privatizar também a CEB, que é a Companhia Energética de Brasília, juntamente com o BRB, que é o Banco de Brasília, e o Metrô. Ora, Sr. Presidente, eu não vou nem entrar no mérito com relação à privatização do banco e do metrô, mas querer privatizar a energia e a água?! Eu não acredito que o empresário que entrar nessa disputa para ganhar, pois só visa ao lucro, vai ter dó do contribuinte, especialmente do pobre, que faz conta, faz economia de energia, de água, porque muitas vezes não dá conta de pagar no final do mês. E agora vem o Governador Rollemberg com essa proposta maluca de querer privatizar a CAESB e a CEB, que é a Companhia Energética de Brasília!? 80 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 Vai ter uma audiência pública. Eu já pedi aos Deputados Distritais que não aceitem esse tipo de atitude, que certamente é mais uma manobra para engordar os cofres do GDF, pois certamente o Governador e toda a sua turma estão com segundas intenções. Por isso, Sr. Presidente, eu agradeço e quero que meu pronunciamento conste nos Anais da Casa e no programa A Voz do Brasil. Muito obrigado. 81 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra à nobre Deputada Benedita da Silva, do PT do Rio de Janeiro. V.Exa. tem 3 minutos na tribuna. A SRA. BENEDITA DA SILVA (PT-RJ. Pela ordem. Sem revisão da oradora.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, ontem a Comissão Especial votou a redução da maioridade penal. Eu tenho-me colocado contrária a essa redução da maioridade penal porque isso não irá resolver o problema da violência no País. Além disso, nós estaremos penalizando toda uma juventude sem perspectiva de vida. Acabei de ter conhecimento de dados que confirmam que nós estamos tirando o futuro deste País quando dizemos que a redução da maioridade penal vai fazer com que grande parte da nossa juventude vá para a cadeia, como se do Estatuto da Criança e do Adolescente não constasse nenhum tipo de penalidade. Sr. Presidente, não é verdade! O Estatuto da Criança e do Adolescente prevê seis tipos de medidas socioeducativas para os adolescentes em conflito com a lei. Na verdade, nós estamos assistindo a uma grande confusão, a um grande equívoco. Os homicídios contra a vida praticados por jovens representam 0,01%. Hoje, estivemos com o Ministro Pepe Vargas na Comissão discutindo essa questão relacionada ao número de jovens que cometem delitos. Nós sabemos que, se continuarmos dessa forma, o número de jovens que vão morrer será de 42 mil, de 2013 a 2019, antes de completarem 19 anos. Portanto, não é possível concordamos com a redução da maioridade penal, não é possível, na medida em que não nos debruçamos no Estatuto da Criança e do 82 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 Adolescente! O ECA não é reconhecido, não é lido pela maioria de nós Parlamentares. Se fosse, nós não estaríamos fazendo aqui esta proposta. Sr. Presidente, peço a V.Exa. que aceite o meu pronunciamento na íntegra e autorize a sua divulgação no programa A Voz do Brasil, porque estarei, desta tribuna, lutando incansavelmente contra a redução da maioridade penal. Obrigada. O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Muito obrigado, nobre Deputada. V.Exa. será atendida. PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELA ORADORA Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, o Parlamento brasileiro está diante de um tema extremamente complexo, e que é debatido em uma conjuntura em que fervilham interesses antagônicos. Falo da redução da maioridade penal para 16 anos. Essa discussão é potencializada pelo forte cunho emocional das notícias veiculadas pela mídia, que sempre apresenta casos pontuais de adolescentes em conflito com a lei, o que incrementa ainda mais a mobilização da opinião pública a favor da redução da maioridade penal, que passaria dos atuais 18 anos para 16 anos. Se esse clima, que às vezes beira a histeria, já não fosse suficiente, não poderíamos deixar de lado a carga ideológica que vem revestida de “achismos”, pois existem levantamentos estatísticos aprofundados sobre o tema, e a definição da idade penal é, de certa forma, inconstitucional. 83 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 O tema precisa ser discutido amplamente por toda a sociedade para que a construção de consensos seja balizada pela lógica dos argumentos e não pela mera emocionalidade infundada. Nesse contexto, o de sempre buscar a coerência e explanar de forma reflexiva os argumentos, é que o presente documento vem pautar esta temática. O desfazimento de posicionamentos moldados de forma midiática faz-se necessário para que, despojados de qualquer ranço, não venhamos a contaminar uma sóbria análise do assunto. A primeira análise a ser feita se dá pela constitucionalidade, pois o intento da redução da maioridade penal contraria o art. 228 da Constituição Federal, e seu art. 60, § 4º, também não admite que o tema seja objeto de deliberação de emenda à Constituição. De fato, a maioridade penal está assegurada na Carta Magna aos 18 anos. Esse entendimento também já é matéria superada pela CCJC (Comissão de Constituição e Justiça e Cidadania) da Câmara dos Deputados. Na Constituição, mesmo não estando a maioridade penal prevista no art. 5º da CF, que trata de direitos e garantias individuais, há precedentes do Supremo Tribunal Federal indicando cláusulas pétreas fora deste artigo. A segunda análise se dá pela arbitrariedade de impormos uma idade. Ora, é extremamente complicado estabelecer uma idade cronológica que se coadune exatamente com a maturação psicológica de cada individuo e que, a partir daí, seria como um divisor de águas, um ponto de corte que seccionaria o mundo psicológico imaturo do mundo psicológico maduro, podendo-se aplicar, após essa separação, a responsabilidade penal ao pretenso infrator. Essa arbitrariedade tem que ser ponderada, e não deve ser imposta para a sociedade por simples argumentação 84 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 jurídica. São indivíduos que estão sendo tratados como uma equação matemática, buscando equalizar a todos num número único, o que, na verdade, não é a real solução do problema. A problemática é individual, no âmbito da maturação psicológica, e não numa decisão maniqueísta, binária e arbitrária, que traz tudo para um valor numérico. Conforme estudo apresentado pela Consultoria Legislativa em reunião da Comissão de Seguridade Social e Família, há um entendimento de que a imputabilidade penal começa aos 18 anos na maioria dos países estudados. Isso nos dá um razoável parâmetro para o marco divisório da idade penal, porém não é um critério sólido que nos habilite a uma decisão madura, pois há que se respeitar a especificidade jurídica e social de cada nação e a comunidade que estamos analisando. Nesta tônica de punir ou não punir é que é importante mencionar o ECA — Estatuto da Criança e do Adolescente, e esta se torna a terceira análise deste documento. Há um sentimento por parte da sociedade de que o adolescente não é punido. Porém, ele é realmente punido, pois são aplicadas medidas socioeducativas, ou seja, o adolescente em conflito com a lei é internado, ficando restringida sua liberdade. É uma grande falácia dizermos que o adolescente em conflito com a lei não é punido. Ele é punido, mas em uma unidade que o recupere de fato. Estando o adolescente em conflito com a lei em uma unidade de internação comum, ele estará na verdade sendo mandado para uma universidade do crime, não passando pelo processo de ressocialização. E nestas unidades de internação se 85 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 perde a autoestima e a dignidade (basta ver os crimes sexuais cometidos). Para sobreviver em uma unidade, é necessário entrar para uma facção criminosa. A crítica é que o ECA não pune, mas ele pune sim. Ele foi aplicado. O que é necessário é um aperfeiçoamento do Estatuto. Ora, a sociedade tem uma dinâmica social a ser avaliada, e para este devido acompanhamento nada mais correto que evoluirmos nas análises acerca dos fatos sociais. No caso da temática aqui examinada, devemos respeitar suas nuances e avançarmos para que o ECA seja aplicado com coerência, com eficácia, e não fazer uma crítica reducionista e simplista de que ele não presta. Em vez de alterar a idade penal, deveríamos pensar em aplicar o ECA com maior inteligência, com uma evolução que venha ao encontro da nossa realidade social tão discrepante. Em pontos que tensionam mais, como crimes hediondos, poderíamos tratar com uma alternativa mais sensata para o caso concreto. Quando uma sociedade se organiza e manifesta um sentimento de necessidade de proteção e, através disso, é gerado um documento que cria a proteção aos seus adolescentes e crianças, este estatuto deve ser visto como uma ferramenta garantidora de proteção desses indivíduos e não como um mero documento que não trouxe avanços. O norte a ser adotado é avançar com as políticas de implementação do ECA e atualizar esse estatuto, moldando-o às realidades atuais da sociedade. Ora, estamos tratando de adolescentes e crianças, indivíduos esses que copiam padrões de conduta e espelham seus padrões de comportamento na sociedade pelo que vivenciam e observam. Por estarmos num mundo de interatividades múltiplas e de conectividade mundial, ter uma abordagem de avanço 86 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 para o estatuto é um caminho sábio, uma postura que a sociedade quer dos Parlamentares. Se existem infratores, sejam de qualquer idade, é por que existem falhas na atuação do Estado, e a visão a ser trabalhada é corrigir os erros, como a falta de investimentos em educação, o que faz com que ainda tenhamos uma massa de analfabetos de em torno de 13 milhões de indivíduos de 15 anos de idade ou mais. Além disso, precisamos investir em um projeto pedagógico que impacte o seio familiar, pois ali é que são passados os valores morais e princípios que sedimentam um caráter bem formado. Indicar uma temática como a redução da maioridade nos desvia do real caminho a perseguir, desnorteia a jornada que deveria ser a consolidação de um projeto já iniciado que é o ECA. Diante do exposto e de outras tantas informações que poderíamos debater e incrementar, faz-se necessário um questionamento mais profundo, e passo agora à quarta e ultima análise que finaliza este documento. Adianto que a atuação parlamentar sobre temas que batem à porta do Parlamento não se dá somente no âmbito filosófico e ideológico, mas sim na vida prática, no sentimento real e verdadeiro que cada indivíduo tem em seu cotidiano. Nessa linha, é preciso que nós, Deputados, possamos dar uma resposta para a sociedade em consonância com a realidade. Podemos afirmar que a sociedade não quer somente um projeto de redução de maioridade penal. Ela quer, exige mesmo, a construção de um projeto político que não busque, através de subterfúgios, a “poção mágica libertadora dos problemas“. O que se quer é que se contemplem as várias facetas que moldam esta 87 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 realidade social: a vida familiar, com mais acompanhamento dos pais e o desenvolvimento de princípios que visem sedimentar o caráter dos filhos; um sistema educacional com uma proposta pedagógica que contemple a formação integral do ser humano; um Estado mais presente na vida do cidadão, oferecendo políticas públicas que atendam às necessidades fundamentais dos cidadãos. Nesse sentido, a redução da maioridade penal não é a solução para a violência no País. Ela apenas reforça a política de encarceramento, que transforma o Brasil no país com a quarta maior população carcerária do mundo. Não a redução da maioridade penal! Era o que tinha a dizer. 88 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao Deputado Cabo Daciolo, sem partido, do Rio de Janeiro. S.Exa. dispõe de 3 minutos. O SR. CABO DACIOLO (Sem Partido-RJ. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Obrigado, Sr. Presidente. Nobres companheiros, gostaria de começar aqui o meu pronunciamento dizendo que feliz é a nação cujo Deus é o Senhor. Amém! Sr. Presidente, tratarei da Guarda Municipal do Estado do Rio de Janeiro. Atenção, Guarda Municipal do Estado do Rio de Janeiro: temos uma reunião dia 22, segunda-feira próxima, às 14 horas, na Rua da Lapa nº 120. Repito: Rua da Lapa nº 120, dia 22. “Qual é o assunto, Deputado Cabo Daciolo?” O assunto é este: o bombeiro militar e o policial militar têm porte de arma, mas nós temos também a Lei nº 13.022, de 8 de agosto de 2014, que dispõe sobre o Estatuto Geral das Guardas Municipais. Diz a lei, em seu art. 16: “Art. 16. Aos guardas municipais é autorizado o porte de arma de fogo, conforme previsto em lei.” Atenção, Guarda Municipal! Nós estamos lutando por direitos e estamos copiando o Estado que deu certo. No Estado de São Paulo, a Guarda Municipal e a Polícia Militar trabalham em conjunto. Nós temos, no Estado do Rio de Janeiro, a Polícia Militar com uma escala de escravidão. Como resolver o problema da Polícia Militar e da Guarda Municipal? Primeiro passo, estarmos unidos; segundo passo: continuar a Polícia Militar acreditando, porque vamos chegar à escala de 12 por 48, 12 por 60 e 24 por 72. 89 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 Peço à Guarda Municipal que esteja no dia 22, às 14 horas, na Rua da Lapa nº 120. Lembro a todos os policiais o caso Amarildo. Os militares estão presos há 1 ano e 8 meses. Foi aprovada há pouco tempo, na Comissão de Direitos Humanos e Minorias, a vinda desses militares a esta Casa para prestarem esclarecimentos. Militares, permaneçam unidos! Acreditem: a nossa união é a nossa vitória! Lembrem-se — DEGASE, Guarda Municipal, Corpo de Bombeiros Militar e Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro — de que vamos sediar as Olimpíadas em 2016. Governador do Estado do Rio de Janeiro: a segurança pública só pede para ser tratada com dignidade! Tratamos sobre moradia. Tratamos sobre o armamento do militar e o colete. Militares, juntos somos fortes! Não daremos nem um passo atrás! Deus está no controle! O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Muito obrigado, nobre Deputado. 90 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concederei a palavra ao Deputado Darcísio Perondi, do PMDB do Rio Grande do Sul. Antes, porém, para um registro rápido de 1 minuto, concedo a palavra ao Deputado Raul Jungmann. O SR. RAUL JUNGMANN (PPS-PE. Sem revisão do orador.) - Obrigado, Sr. Presidente. Sr. Presidente, eu venho aqui registrar um fato para o qual eu queria pedir a sua atenção. O Tribunal de Contas da União concedeu um prazo de 30 dias para que haja um esclarecimento pela Presidente Dilma a respeito das chamadas “pedaladas fiscais”. Entretanto, o art. 71 da Constituição que está sobre a mesa, em frente a V.Exa., diz, com clareza, que o Tribunal de Contas tem até 60 dias para analisar as contas da Presidente da República. Deputado Darcísio Perondi, se as contas foram entregues em abril, então esse parecer tinha que estar pronto em junho. Não é constitucional o prazo que o TCU está concedendo à Presidência da República. Isso é inconstitucional, não tem respaldo na Constituição. Por isso, nós estamos entrando com um mandado de segurança para, de fato, fazer cumprir-se a Constituição, porque esse prazo para explicações sobre as pedaladas é inconstitucional. Muito obrigado, Sr. Presidente. O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Nós é que agradecemos. 91 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao Sr. Deputado Darcísio Perondi. S.Exa. tem até 3 minutos na tribuna. O SR. DARCÍSIO PERONDI (Bloco/PMDB-RS. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, com muita sinceridade e com tranquilidade — esta Casa me conhece há 20 anos —, digo que eu não entendi o casamento, ontem, do PSDB da Câmara com a bancada da bala. Quatro Ministros do Supremo disseram hoje que a proposta aprovada ontem é absolutamente inconstitucional. “Ah! é porque não alcança 40; não é cláusula pétrea.” Não, não é essa! (Tumulto no plenário.) Sr. Presidente, eu quero que V.Exa. desconte esse tempo, porque eu estou parando de me pronunciar para deixar o Deputado falar. Eu cedo o tempo, se S.Exa. quiser. Desconte o tempo, por favor! (O Sr. Presidente faz soarem as campainhas.) O SR. DARCÍSIO PERONDI - Fere o princípio da igualdade o que foi aprovado ontem, que vai complicar o Código Penal, o Código Civil e o sistema juvenil. É uma aprovação esquizofrênica, meus queridos Deputados! Dependendo da conduta, um adolescente de 16 anos pode ser processado e julgado ou como adulto ou como adolescente. É um comportamento jurídico duplo por uma conduta do mesmo cidadão. Vou dar um exemplo. Há dois adolescentes de 16 anos. O primeiro vende maconha em uma boca de fumo; o segundo compra maconha na boca de fumo. O primeiro, com 16 anos — porque agora tráfico de drogas é crime hediondo, por aquilo aprovado ontem —, é preso em flagrante e será processado como adulto, 92 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 podendo pegar de 5 a 15 anos. Processado como adulto, tendo 16 anos, pegará de 5 a 15 anos. Mas o que comprou maconha, que geralmente é um rico, foi de carro comprar maconha, bebeu, bateu, matou uma mulher grávida — uso o exemplo da bancada da bala. É crime culposo. Ele vai ser processado por crime culposo, podendo pegar de 1 a 3 anos. Eu acho que a bancada da bala quer que os nossos filhos, os nossos sobrinhos, os amigos dos nossos filhos e dos nossos sobrinhos que eventualmente estejam puxando fumo — e isso pode acontecer na nossa casa — que somente eles sejam presos. Parece que a bancada da bala já só quer pegar os jovens pobres. Caros Deputados, especialmente os do PSDB, reflitam, estudem, conversem com os juristas, conversem com os advogados. Esta Casa, eu tenho certeza, vai fazer o divórcio entre a bancada da bala e o PSDB. Eu quero votar a modificação do Estatuto da Criança e do Adolescente — ECA imediatamente após a PEC — imediatamente! E pode ser a proposta do Alckmin ou do Serra. A mudança imediata do ECA, de 3 anos para 9 anos ou 10 anos, é simples, descomplica e vai atender ao que nós queremos. A outra, não. Foi insucesso em todo o mundo! E não podem pegar os nossos filhos! Muito obrigado. O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Eu é que agradeço, nobre Deputado. 93 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao Deputado Edinho Bez. O SR. EDINHO BEZ (Bloco/PMDB-SC. Pela ordem. Sem revisão do orador.) Sr. Presidente, na qualidade de Deputado Federal, pelo sexto mandato consecutivo, membro da Frente Parlamentar em Defesa da Agricultura há mais de 16 anos, membro da Frente Parlamentar Mista da Agropecuária, membro da Frente Parlamentar do Cooperativismo (FRENCCOP), venho mais uma vez falar mais uma vez aos ilustres cidadão e cidadãs do Estado de Santa Catarina e do Brasil, a quem tenho orgulho de representá-los aqui nesta Casa. Meus cumprimentos a todos! Em primeiro lugar, agradeço ao povo catarinense pela oportunidade de ocupar esta tribuna. Como Deputado Federal no sexto mandato consecutivo, dirijome aos meus colegas Parlamentares e ao povo brasileiro. Prezados colegas, quem conhece a Serra Catarinense sabe dos encantos do frio e dos vinhos da maça gala entre outros, e já experimentou o calor da acolhida. Estive lá nesse ultimo final de semana, juntamente com empresários italianos que vieram conhecer de perto o potencial daquela região e, possivelmente, analisar possibilidades de investimento. Fomos recebidos e acompanhados pelo Prefeito de São Joaquim, Humberto Luiz Brighenti, e pelo competente Secretário de Turismo do Município, Agnelo de Oliveira, além do Sr. Iberê Aguiar. Conheço bem aquela região serrana, terra das boas vinícolas, e posso dizer que me sinto em casa não só por ter ajudado a região, mas também pelos inúmeros companheiros e amigos que lá tenho . É incrível! Mesmo que a gente vá para lá mil vezes, a sensação de encantamento é sempre 94 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 renovada! Tanto pela geografia e o clima, quanto pelo acolhimento, o frio da serra catarinense é um frio que se pode dizer caloroso. Visitamos a Vinícola Pericó, em Urubici. Em São Joaquim, famosa pela ocorrência ocasional de neve, a 1.300 metros de altitude, estivemos em grandes vinícolas, como a Monte Agudo, onde jantamos com excelentes vinhos, e a Villa Francione e a Sanjo, onde são produzidos espumantes, fermentados de maçã, sucos e vinhos reconhecidos no Brasil e no mundo pela sua altíssima qualidade. Para que os Srs. Parlamentares possam dimensionar a grandeza dessa produção, a Sanjo é uma das cinco maiores produtoras de maçã do Brasil, com mais de 50 mil toneladas anuais de maçã em 1.100 hectares. A partir de 2002 passou a produzir também vinhos finos de altitude, premiadíssimos em festivais e exposições nacionais e internacionais. Assim como a Pericó, há a Monte Agudo e ainda outras vinícolas importantes nessa região. Atualmente, são mais de 20 empreendimentos trabalhando com o cultivo de uvas e produção de vinho, somando mais de duzentos vinhedos. Aliás, a história da vitivinicultura de altitude catarinense começou em 1999, quando o primeiro empreendimento visando à exploração comercial de vinhos finos se instalou na região. Caros colegas, a produção de vinho na Serra Catarinense é admirável, espetacular, e esse está entre os melhores vinhos do mundo. Além de toda essa riqueza produtiva, dos milhares de empregos gerados, do incremento ao turismo, da movimentação econômica que a atividade gera, existe um benefício de valor inestimável, que não aparece nos números: a contenção do êxodo rural. Não podemos ignorar essa questão que inclusive está diretamente relacionada 95 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 aos problemas enfrentados no meio urbano: a escassez de recursos naturais, como a água em São Paulo, o excesso de contingente populacional que faz as cidades entrar em colapso, e até os elevados índices de criminalidade. É preciso incentivar a permanência das pessoas, principalmente os jovens, nas tantas cidades que compõem o nosso Brasil. É preciso descentralizar o desenvolvimento. É preciso criar condições para que também as cidades de pequeno e médio porte possam crescer e oferecer condições de vida digna aos seus moradores. Entre outros, temos de oferecer o telefone celular móvel, Internet de banda larga, etc. Indubitavelmente, isso passa pela expansão do agronegócio, pelo apoio aos produtores rurais, e por políticas de investimento direcionadas à agricultura. Parabéns à Serra Catarinense pelo excelente desempenho na produção vitivinícola e por sua importante contribuição para o desenvolvimento da região. Eu não poderia encerrar este pronunciamento sem mencionar algumas pessoas cujo papel nessa história de sucesso é fundamental: meu amigo Leônidas Ferraz, ex-presidente da ACAVITS (Associação Catarinense de Produtores de Vinhos Finos de Altitude); e Luiz Henrique da Silveira, Deputado Federal, Senador, Vice-Governador e Governador de Santa Catarina, hoje um Estado grande produtor de maçã entre outros, o saudoso amigo que investiu e conseguiu fazer de Santa Catarina uma das melhores vinícolas do mundo, entre tantas outras conquistas. Obrigado. Solicito ao nobre Presidente que autorize a divulgação em todos os veículos de comunicação desta Casa, pela importância do assunto, objetivando levar ao conhecimento do povo brasileiro. 96 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 Voltaremos a falar mais sobre este importante assunto. Era o que tinha a dizer. Muito obrigado. O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - V.Exa. será atendido. 97 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao nobre Deputado Arnaldo Jordy. S.Exa. tem 3 minutos na tribuna. O SR. ARNALDO JORDY (PPS-PA. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, pessoas que nos assistem pelos veículos de comunicação, a Comissão Especial que trata da maioridade penal, ontem, decidiu por um texto que, lamentavelmente, me parece que está condenado ao insucesso pela inconstitucionalidade. Hoje, alguns Ministros do Supremo Tribunal Federal anunciaram a sua primeira impressão de inconstitucionalidade no texto ontem aprovado. O texto, na verdade, foi fruto de um debate ainda mal resolvido, porque o Relator, Deputado Laerte, acabou abdicando da sua proposta original, que era a simplificação da redução para todo o tipo de delito, e adotou os crimes hediondos e mais alguns outros, criando uma situação assimétrica para um mesmo ente jurídico, que pode responder ora por crimes de adulto, ora por crimes de adolescente. Isso virou uma esquizofrenia no conceito jurídico, que levou esses Ministros a observarem a questão. Eu queria aqui desde já fazer um apelo a esta Casa. É evidente, está-se evoluindo com o debate, haja vista a mudança de postura do Relator, que acabou se convencendo de alguns argumentos por nós apresentados de que a simplificação nesse tratamento jurídico para o menor não vai resolver coisa alguma. Eu apelo para que a gente possa amplificar esse debate, para que a gente possa evidentemente chegar à conclusão, com a qual todos concordamos, de que alguma coisa há de ser feita. Ninguém pode assistir a esse grau de violência, de delinquência, de criminalidade, que está abatendo pessoas inocentes no País. 98 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 Mas qual é o caminho para fazer isso? Nós achamos que o caminho é o tratamento infraconstitucional, é agravar o Estatuto da Criança e do Adolescente para ampliar o tempo de internação desses jovens de 3 anos até 8 anos, a exemplo do que propõe o Senador José Serra, por exemplo, no seu projeto que tramita no Senado e que me parece que também envereda nesta mesma trajetória: agravar o ECA, punir com mais eficiência, com mais gravidade os adultos que utilizam jovens como portadores de sua prática delinquente, como também não zerar a punibilidade penal daqueles menores que alcançam 18 anos. Eu acho que são medidas que respondem a essa insatisfação, a esse clamor popular contra a violência, a delinquência e a criminalidade, mas que não frustram a opinião pública, porque, se essa proposta continuar a ser tratada nesta Casa, merecerá a apreciação no Supremo provavelmente. Eu queria que fosse autorizado o registro do meu pronunciamento nos órgãos de comunicação da Casa. Agradeço a V.Exa., Sr. Presidente. O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Eu é que agradeço. Muito obrigado, nobre Deputado. 99 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao Deputado Luiz Carlos Hauly. S.Exa. dispõe de 3 minutos na tribuna. O SR. LUIZ CARLOS HAULY (PSDB-PR. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Deputado Carlos Manato, Sras. e Srs. Parlamentares, nesta tarde de hoje venho falar sobre a nova encíclica do Papa Francisco, que pede a conversão ecológica da humanidade. Diz nota da CNBB: “O Vaticano divulgou na manhã de hoje, 18, a nova Encíclica do papa Francisco ‘Laudato si — sobre o cuidado da casa comum’. O texto trata da ecologia humana e o clima está no centro das preocupações apresentadas pelo pontífice. Além disso, são apontadas as problemáticas e desafios de preservação e prevenção, como também aspectos da proteção à criação e questões como a fome no mundo, pobreza, globalização e escassez”. É o primeiro documento escrito integralmente pelo Papa Francisco. Em consonância com a encíclica, a Campanha da Fraternidade de 2016, ano que vem, coordenada pelo Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil — CONIC, terá como tema Casa Comum, Nossa Responsabilidade, ou seja, o planeta Terra, nossa casa, nossa responsabilidade. A encíclica aborda seis pontos fundamentais: O que está a acontecer à nossa casa — que é o planeta Terra, O Evangelho da criação, A raiz humana da crise 100 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 ecológica, Uma ecologia integral, Algumas linhas de orientação e ação e, finalmente, Educação e espiritualidade ecológicas. Exorto o Congresso Nacional e a Nação. Até 1800, no planeta Terra, havia 1 bilhão de habitantes; 100 anos depois, 1,650 bilhão; há 65 anos, 2,5 bilhões, hoje, somos 7 bilhões de habitantes. Essa população é acrescida em 100 milhões de pessoas por ano, e, a cada 12 anos, em 1 bilhão. Não há condição de abastecer com alimento e água 7 bilhões ou, daqui a 12 anos, 8 bilhões de pessoas! O Papa Francisco, consentâneo com o mundo, exorta empresários e políticos do mundo à responsabilidade de cuidar do nosso planeta, que é finito. Nós estamos exaurindo todas as riquezas, todos os bens do nosso planeta. Parabéns, Papa Francisco! Uma benção dos céus para a humanidade! O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Muito obrigado, nobre Deputado. 101 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao Deputado Valmir Assunção, do PT da Bahia, por 1 minuto. O SR. VALMIR ASSUNÇÃO (PT-BA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, quero dar como lido um discurso em que falo sobre a segunda pesquisa do DataPronera, que fez um levantamento da educação no campo, no período de 1998 a 2011. Para se ter uma ideia, foram 320 cursos em 880 Municípios brasileiros; 38 movimentos sociais foram demandantes; e, ao mesmo tempo, 82 instituições de ensino superior e 164.894 trabalhadores rurais assentados e beneficiados. Esse é um dado importante que mostra que o PRONERA, que foi criado justamente no período do Governo Lula, veio para fortalecer a educação no campo e é a grande referência para todos os trabalhadores e todos os que vivem no campo brasileiro, Sr. Presidente. Muito obrigado. O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Muito obrigado, nobre Deputado. V.Exa. será atendido. PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, ontem, no INCRA aqui em Brasília, foi lançada a Segunda Pesquisa Nacional de Educação na Reforma Agrária (II PNERA). Trata-se de um banco de dados do Programa Nacional de Educação, o DataPronera, que levantou os dados das ações do programa durante o período de 1998 a 2011. 102 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 O estudo é fruto de uma parceria ampla que envolve INCRA, IPEA e Cátedra UNESCO de Educação do Campo e Desenvolvimento Territorial da Universidade Estadual Paulista (UNESP), responsável pela coordenação nacional do projeto. A pesquisa contou com a participação de 120 pesquisadores. Foram avaliados 157 cursos de Educação de Jovens e Adultos (EJA), 99 de ensino médio e 54 de ensino superior. O II PNERA possui outros dois projetos, além da construção do DataPronera. O primeiro deles prevê a sistematização dos resultados do Censo Escolar 2013 do Ministério da Educação (MEC/INEP), que realiza a análise comparativa de dados gerais e de infraestrutura das escolas rurais, com destaque para as escolas de assentamentos de reforma agrária. O segundo analisa as repercussões das ações do PRONERA na vida dos assentados, nas escolas do campo, nos processos produtivos e socioculturais dos assentamentos, nos movimentos sociais, nas universidades e em órgãos públicos envolvidos direta e indiretamente na sua execução. Nesses casos, os projetos foram realizados entre julho de 2013 e fevereiro de 2015. Os resultados serão publicados em relatório próprio. De acordo com a pesquisa, o PRONERA atendeu a 164.894 moradores de assentamentos desde a criação a sua criação, em 1998. O PRONERA é uma conquista dos trabalhadores e trabalhadoras rurais, antes de tudo. Foi a política que possibilitou que centenas de sem-terra pudessem estudar, concluir uma universidade, virar pedagogos, advogados, jornalistas, historiadores. Instituído pelo Presidente Lula, desde 2010, o PRONERA é uma política pública. A luta, até chegar à conquista, foi árdua. A educação do campo, 103 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 historicamente, é uma pauta de reivindicação e luta entre os movimentos de luta pela terra no Brasil, mas o reconhecimento da educação no campo como prioridade é recente. Segundo dados do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), que opera o programa, os jovens e adultos de assentamentos participam de cursos de educação básica (alfabetização e ensinos fundamental e médio), técnicos profissionalizantes de nível médio e diferentes cursos superiores e de especialização. O PRONERA capacita educadores para atuar nas escolas dos assentamentos, e coordenadores locais, que agem como multiplicadores e organizadores de atividades educativas comunitárias. De acordo com o II PNERA, os 320 cursos foram realizados em 880 Municípios, em todo o Brasil. A maior parte dos cursos compreendeu a alfabetização e escolarização dos anos iniciais do ensino fundamental. No nível médio, a pesquisa mostra como destaque as modalidades técnico concomitante e técnico integrado. No ensino superior, a graduação apareceu com 42 cursos e a pós-graduação com 12 nas modalidades especialização e residência agrária. Quanto aos educandos cadastrados, a pesquisa dá conta de 164.894 educandos ingressantes, 82.895 educandos concluintes e cadastrados 96.429 educandos. A Bahia, meu estado, é o segundo com o maior número de educandos ingressantes, perdendo apenas para o Maranhão. Entre 1998 e 2011, 21.767 educandos foram beneficiados pelo PRONERA na Bahia. Outro dado importante é sobre a quantidade de instituições que participam do Programa. Segundo o II PNERA, as Regiões Norte e Nordeste reúnem 77,4% das famílias assentadas, e nessas regiões estão 53% das instituições de ensino que 104 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 ofereceram 64,1% dos cursos para 59,3% dos educandos. Os cursos realizados nas Regiões Sudeste e Sul também recebem educandos das Regiões Norte e Nordeste e da Região Centro-Oeste. A pesquisa ainda diz que embora nas Regiões Sul e Sudeste estejam apenas 8,6% das famílias assentadas, elas respondem por 36% do número de instituições que realizaram 28,8% dos cursos com 21,2% dos educandos. O Centro-Oeste tem 14% das famílias assentadas, 11% das instituições de ensino e 7,2% dos cursos, com 19,5% dos alunos. Mas ainda é preciso avançar. Por mais que o PRONERA tenha revolucionado a educação no campo, o programa ainda não atinge a toda a demanda de assentamentos existentes. Quem estuda pelo PRONERA está em busca não só de um diploma universitário, mas também do desenvolvimento do seu território, seja assentamento, seja quilombo. É a oportunidade do acesso à educação dentro da sua realidade camponesa, fundamental para o enraizamento da cultura e da juventude no campo. Uma das principais demandas segue sendo a alfabetização de jovens e adultos. Essa etapa atendeu a 47.867 estudantes. Mas, agora, não só a alfabetização é uma necessidade. Até 2011, 2.188 foram atendidos na graduação, 1.689 em magistério de nível médio, 3.090 no ensino técnico ou profissional. É ainda preciso fazer um importante alerta. A política de educação no campo tem que garantir que as escolas permaneçam funcionando. Em 10 anos, mais de 37 mil escolas rurais foram fechadas. Os educandos se utilizam dos transportes escolares para ir às escolas urbanas, que não contemplam a realidade camponesa e muito menos é salutar para o aprendizado que deve ser garantido não de forma insalubre. 105 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 Priorizar o PRONERA, que precisa de mais investimentos, que precisa crescer no conjunto das Universidades, é o mesmo que dar atenção especial à educação no campo e dar oportunidade ao camponês à cidadania e à formação, direito de todos e todas. A educação no campo é um dos principais pilares da nossa luta pela Reforma Agrária Popular. Sr. Presidente, solicito a V.Exa. que divulgue este pronunciamento pelo programa A Voz do Brasil e demais meios da Casa. Muito obrigado. 106 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao Deputado Jair Bolsonaro. S.Exa. tem até 3 minutos na tribuna. O SR. JAIR BOLSONARO (Bloco/PP-RJ. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, eu tenho uma grande preocupação com o destino do nosso País quanto à questão ideológica. Para ser objetivo, se uma delegação deste Governo fosse para a Venezuela agora, iria para conversar com quem? Com o Maduro ou com Capriles? Está na cara que é com o primeiro. O Brasil é composto de gente vinda do mundo todo, e eles são muito bemvindos aqui. Ouso até dizer que temos aqui cubanos, israelenses, palestinos; gente do Oriente Médio todo, da África toda. Tudo bem! Essas pessoas vieram para cá fugindo de alguma coisa, ou buscando algo de melhor para elas. E são muito bemvindos, repito. Agora, o nosso Governo tem um viés ideológico voltado para países que nunca admitiram liberdade em seu solo. A própria Dilma Rousseff há pouco tempo falou que deveríamos negociar com o Estado Islâmico. Eu posso me equivocar e me desculpo nesses momentos, mas, olhem só: acordo econômico é uma coisa que tem que ser buscada, no meu entender, no mundo todo. Agora, quando entra aqui nesta Casa um acordo voltado para a área de educação com a Palestina, fazendo a mesma análise que eu fiz agora há pouco com a Venezuela, eu sou obrigado a desconfiar do Governo, em que pese a grande maioria dos palestinos serem pessoas sérias, honestas, decentes e merecerem todo o nosso respeito. Mas com qual parte da Palestina o Governo está buscando um acordo cultural? 107 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 É a mesma coisa no Brasil. Nós não podemos generalizar político com corrupção. Há uma diferença muito grande. Porque, se alguém torce para um time de futebol, eu vou rotulá-lo de alguma coisa? A desconfiança que eu tenho é exatamente de um acordo assinado há pouco tempo entre o Governo do PT e a Palestina, e agora vamos colocá-lo em votação lá na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional. Foi proposto há pouco tempo, e assinado originariamente por Celso Amorim, que esteve no Irã, fazendo gestões para que, na época, Mahmoud Ahmadinejad pudesse enriquecer urânio acima de 20% — e nós sabemos do conflito que existe naquela região. O meu apelo nesses acordos educacionais, que não são proibidos, é que tenhamos cautela. Nós não podemos trazer possíveis problemas que haja em qualquer país do mundo para dentro do Brasil. Nós já temos problemas mais do que o suficiente. Os próprios palestinos que estão aqui têm o que nos dar da cultura deles; não precisamos buscar lá. Fazer intercâmbios de professores e alunos, repito: com que parte desse país? Então, o apelo que eu faço no que se refere a esse acordo que se vai votar na semana que vem é muita cautela para que nós não venhamos complicar ainda mais a situação do nosso País. O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Muito obrigado, nobre Deputado. 108 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao Deputado Pedro Fernandes, por 1 minuto. O SR. PEDRO FERNANDES (Bloco/PTB-MA. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, eu queria fazer um registro aqui para lembrar aos ex-Deputados José Múcio, Augusto Nardes e Cedraz que eles são ex-deputados e que o julgamento é nesta Casa. O que eles têm que fazer é recomendar ou não a aprovação de contas do Governo. Porque quem vai fazer o julgamento é esta Casa. Eles, como exdeputados, não podem ter levado consigo a prerrogativa de julgamento das contas do Governo. Quem o faz é a Câmara Federal; o TCU é o órgão auxiliar. Eu acho que estão jogando muito confete para os Tribunais de Contas, pelos quais eu tenho todo o respeito, principalmente na área técnica. Agora, eles têm de fazer o seu papel e mandar o seu trabalho para esta Casa, para que aqui a gente possa julgar. Ontem, ouviu-se que o TCU vai exigir do Governo da Presidente Dilma que responda. Ele tem de responder a esta Casa. Eu, se pudesse, recomendaria à Presidente que não respondesse ao Tribunal de Contas da União, mas à Câmara Federal, aliás, à Comissão Mista, quando se fizesse o questionamento. 109 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao Deputado Professor Victório Galli, de Mato Grosso. S.Exa. tem 3 minutos. O SR. PROFESSOR VICTÓRIO GALLI (Bloco/PSC-MT. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Parlamentares, apresentei o Requerimento nº 578, em 16 de junho de 2015, requerendo o envio de indicação ao Ministro de Estado da Educação com a sugestão de que fosse baixada uma resolução ou qualquer outro ato de sua competência, a fim de deixar claro para as Câmaras de Vereadores e a Câmara Legislativa do Distrito Federal que a ideologia de gênero foi extirpada do texto inicial do PNE/2010, aprovado pelo Congresso Nacional através da Lei nº 13.005/2014. Protocolei também o Ofício n° 123, ontem, dia 17, encaminhado à Presidente da República, Dilma Rousseff, alertando-a sobre o flagrante desrespeito à decisão tomada pelo Congresso Nacional, por parte do Ministério da Educação, no que tange à chamada ideologia de gênero. Todos nós sabemos que o Plano Nacional de Educação que votamos aqui, no Congresso, e que foi sancionado pela Presidente Dilma no ano passado prevê metas para a educação básica até a pós-graduação, a serem atingidas nos próximos 10 anos pelos Estados, Distrito Federal e Municípios. E que, inserida no contexto dessas metas, estava a tal ideologia de gênero, orientação sexual e seus derivados. Porém, após amplo debate aqui no Congresso Nacional, ela foi retirada da redação e o Plano foi sancionado sem a menção de tal ideologia de gênero. O Plano Nacional de Educação determina que os Municípios elaborem seus próprios planos de educação, para que suas metas sejam monitoradas e cumpridas, e estipula o prazo de até 24 de junho de 2015 para suas respectivas aprovações. 110 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 Mesmo com a aprovação da lei, foi baixada também a Resolução n° 12/2015, publicada no Diário Oficial da União, de 12/03/15, que garante o uso de banheiros e vestiários de acordo com a identidade de gênero de cada sujeito em todas as instituições e redes de ensino, em todos os níveis, infringindo norma legal anteriormente citada. Imaginem suas filhas irem ao banheiro da escola e, de repente, encontrarem lá um homem que resolveu, naquele instante, ser mulher! É perturbador acreditar que isso possa ocorrer. Nesse sentido, a fim de sanar qualquer dúvida por parte dos Municípios, bem como do Distrito Federal, é que solicitei, com base na Lei nº 13.005/2014, que seja elaborada uma resolução ou qualquer outro ato pertinente, e que seja amplamente divulgado pelos meios de comunicação do Governo Federal, para acabar de vez com esse imbróglio, restabelecendo o entendimento do que foi votado aqui no Congresso Nacional. Por todo o exposto, peço que se registre o meu discurso nos meios de comunicação desta Casa. Agradeço. Muito obrigado, Sr. Presidente. O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - V.Exa. será atendido, nobre Deputado. 111 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao nobre Deputado Daniel Coelho. O SR. DANIEL COELHO (PSDB-PE. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, rapidamente, quero fazer o registro de um lamentável fato ocorrido ontem na Mata Sul do Estado de Pernambuco. O jornalista Ed Soares, que tem sido uma voz ativa na região, combatendo a criminalidade, denunciando os assaltos e assassinatos, levou três tiros. Foi uma tentativa de homicídio contra a liberdade de expressão e a imprensa da região. Faço desta tribuna uma solicitação para que a Polícia do Estado de Pernambuco investigue o assunto. Não podemos aceitar que um jornalista que faz um trabalho tão competente como ele sofra um atentado como esse e os responsáveis fiquem impunes. Espero que a investigação seja feita o mais breve possível para dar sentimento de justiça à população de Barreiros, da Mata Sul do Estado de Pernambuco. Muito obrigado. 112 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Com a palavra o nobre Deputado Zé Geraldo. S.Exa. tem 3 minutos na tribuna. O SR. ZÉ GERALDO (PT-PA. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, todos aqueles que me ouvem neste momento, infelizmente, nós estamos, neste período, fazendo dois grandes debates, discutindo duas grandes matérias: a reforma política e a diminuição da maioridade penal. Estamos gastando muita energia, muito tempo, e, nos dois debates, nos dois temas, o povo brasileiro, a sociedade brasileira, o Brasil vai ter muito pouco resultado. Que reforma política nós vamos produzir aqui? Qual será o resultado final? Uma reforma que não reforma praticamente nada. Para discutir a diminuição da maioridade penal, nós deveríamos estar fazendo um grande debate sobre mudanças no modelo de acolhimento dos presos deste País: de menores de 18 e de maiores de 18. Quantas pessoas diariamente são presas, neste País, com mais de 18 anos, e que, após 1 semana, 1 mês, 6 meses, 1 ano, estão soltas? Como é que estão os presídios neste País? Qual é a formulação que nós estamos debatendo, para podermos ter realmente uma prisão segura e eficiente para aqueles que cometem grandes crimes? Como é que nós vamos economizar dinheiro público com as prisões neste País, sendo que a União gasta diariamente, mensalmente, anualmente, milhões de reais para manter milhões de presos, enquanto esses presos poderiam estar produzindo, poderiam estar trabalhando? Os presos deste País saem da cadeia piores do que entraram, em todos os sentidos. Saem mais violentos e mais doentes, e vão dar mais gastos, porque, depois, quem tem que cuidar deles é o SUS. Eles não pagam planos privados, nem têm renda para isso. 113 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 Então são dois debates infrutíferos, de pouco resultado para o Brasil: o da reforma política e o da lei de redução da maioridade penal. O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Muito obrigado, nobre Deputado. 114 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao nobre Deputado Leo de Brito, do PT do Acre. S.Exa. tem até 3 minutos na tribuna. O SR. LEO DE BRITO (PT-AC. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, eu gostaria de saudar a todos e dizer que, também como membro da Comissão Especial que trata da Proposta de Emenda à Constituição nº 171, de 1993, estive presente ontem à apresentação e votação do relatório do Relator Laerte Bessa. Quero dizer que sou um dos Parlamentares que acreditam no diálogo. Foi importante o recuo na redução linear da maioridade penal que se queria, de 18 anos a 16 anos, mas reputo que esta não é a solução. Nós fizemos poucos debates na Comissão. As outras Comissões se mobilizaram inclusive para ampliar esses debates, e nós ouvimos muitos especialistas, algo que boa parte da população e boa parte até dos Deputados desta Casa não tiveram a oportunidade, como neurocientistas, psicólogos, pessoas da área de segurança pública, pessoas da área jurídica, operadores do Direito, tanto do Ministério Público, da Defensoria como do Poder Judiciário. A maioria dos especialistas coloca claramente em que, em primeiro lugar, para combater a violência, esse não é o remédio. Precisamos trabalhar de maneira mais complexa, fortalecer as políticas públicas, inclusive as políticas de segurança pública, porque estão tentando vender um produto que não podem oferecer. A maioria dos países que reduziu a idade penal não conseguiu reduzir a violência. Inclusive, alguns países voltaram atrás, como foram os casos da Alemanha e da Espanha. 115 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 Em segundo lugar, eu e a bancada de vários partidos que estão aqui queremos atacar a impunidade e a sensação de impunidade, porque também somos solidários com as vítimas, mas a solução não está em mudar a Constituição, não está em reduzir a maioridade penal de 18 anos para 16 anos, mesmo que seja somente nos crimes apresentados pelo Relator. Está, sim, em melhorar a justiça juvenil, em aperfeiçoar o Estatuto da Criança e do Adolescente. E nós temos várias propostas, inclusive do PSDB, do Senador José Serra, do Governador Geraldo Alckmin, que precisam, sim, ser discutidas. Para isso, temos que evitar o mal maior: que a maioridade penal seja reduzida de 18 anos para 16 anos, mudando-se a Constituição. Sr. Presidente, para concluir, a melhor maneira de se fazer isso é trabalhar na legislação infraconstitucional. Se a maioridade penal fosse reduzida linearmente de 18 anos para 16 anos, seria questionada a sua inconstitucionalidade, como o foi, principalmente, a do projeto aprovado ontem na Comissão. Esse, sim, é uma verdadeira aberração jurídica. Muito obrigado, Sr. Presidente. O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Obrigado, nobre Deputado. 116 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Antes de dar prosseguimento à sessão, esta Mesa dá conhecimento ao Plenário dos seguintes Ofício nº 225/2015-CN Sr. Presidente, nos termos do art. 2º do Regimento Comum, comunico a V.Exa. e, por seu intermédio, à Câmara dos Deputados que está convocada sessão conjunta do Congresso Nacional a realizar-se dia 30 de junho do corrente, terça-feira, às dezenove horas, no Plenário da Câmara dos Deputados, destinada à leitura de expedientes e apreciação dos Vetos Presidenciais n os 5 a 13, de 2015, e do Projeto de Lei do Congresso Nacional nº 2, de 2015. Atenciosamente, Senador Renan Calheiros. Presidente do Congresso Nacional Ato da Presidência Nos termos da alínea m do inciso I do art. 17, c/c o inciso II do art. 22, todos do Regimento Interno, esta Presidência decide constituir Comissão Especial destinada a estudar e apresentar propostas com relação à fiscalização das Entidades de Previdência Complementar (Fundos de Pensão), e 117 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 RESOLVE I - designar para compô-la, na forma indicada pelas Lideranças, os Deputados constantes da relação anexa; II - convocar os membros ora designados para a reunião de instalação e eleição, a realizar-se no dia 1° de julho, quarta-feira, às 14h30, no Plenário 11 do Anexo II. Brasília, 17 de junho de 2015 Eduardo Cunha Presidente da Câmara dos Deputados 118 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 COMISSÃO ESPECIAL DESTINADA A ESTUDAR E APRESENTAR PROPOSTAS COM RELAÇÃO À FISCALIZAÇÃO DAS ENTIDADES DE PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR (FUNDOS DE PENSÃO). PMDB/PP/PTB/DEM/PRB/SD/PSC/PHS/PTN/PMN/PRP/PSDC/PEN/PRTB Titulares: Carlos Bezerra, Cristiane Brasil, Fernando Jordão, JHC, José Otávio Germano, Junior Marreca, Leonardo Quintão, Marcos Reategui, Renzo Braz, Roberto Alves, 1 vaga. Suplentes: André Fufuca, Gilberto Nascimento, Luiz Carlos Busato, 8 vagas. PT/PSD/PR/PROS/PCdoB Titulares: Davidson Magalhães, Rômulo Gouveia, 6 vagas. Suplentes: 8 vagas. PSDB/PSB/PPS/PV Titulares: Eliziane Gama, Bebeto, Hissa Abrahão, Júlio Delgado, Luiz Carlos Hauly, Miguel Haddad, Silvio Torres. Suplentes: 6 vagas. PDT Titular: Marcelo Matos. Suplente: 1 vaga. PTC Titular: Deputado do PPS ocupa a vaga. Suplente: 1 vaga. 119 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 Ato da Presidência Nos termos do inciso II do art. 34 do Regimento Interno, esta Presidência decide criar Comissão Especial destinada a proferir parecer ao Projeto de Lei n° 6.314, de 2005, do Sr. Takayama, que “acrescenta inciso ao art. 142 da Lei n° 2.848, de 7 de dezembro de 1940, Código Penal” (excluindo o crime de injúria e difamação quando for a opinião de professor ou ministro religioso). A Comissão será composta de 26 (vinte e seis) membros titulares e de igual número de suplentes, mais um titular e um suplente, atendendo ao rodízio entre as bancadas não contempladas, designados de acordo com os §§ 1º e 2° do art. 33 do Regimento Interno. Brasília, 18 de junho de 2015 Eduardo Cunha Presidente da Câmara dos Deputados Ato da Presidência Nos termos do § 2° do art. 202 do Regimento Interno, esta Presidência decide constituir Comissão Especial destinada a proferir parecer à Proposta de Emenda à Constituição n° 299-A, de 2013, do Sr. Eduardo Cunha e outros, que “altera o art. 88 da Constituição Federal” (limita o número de Ministérios), e 120 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 RESOLVE I - designar para compô-la, na forma indicada pelas Lideranças, os Deputados constantes da relação anexa; II - convocar os membros ora designados para a reunião de instalação e eleição, a realizar-se no dia 30 de junho, terça-feira, às 14h30, no Plenário 11 do Anexo II. Brasília, 17 de junho de 2015 Eduardo Cunha Presidente da Câmara dos Deputados 121 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 COMISSÃO ESPECIAL PROPOSIÇÃO: PEC 299-A PMDB/PP/PTN/DEM/PRB/SD/PSC/PHS/PTN/PMN/PRP/PSDC/PEN/PRTB Titulares: Adelson Barreto, André Moura, Bacelar, César Halum, Elmar Nascimento, Fernando Francischini, Leonardo Picciani, Luis Carlos Heinze, Osmar Serraglio, Renato Molling, Veneziano Vital do Rêgo. Suplentes: Alceu Moreira, Marx Beltrão, Ronaldo Benedet, 8 vagas. PT/PSD/PR/PROS/PCdoB Titulares: Givaldo Carimbão, Indio da Costa, Irajá Abreu, Jorginho Mello, José Airton Cirilo, José Guimarães, José Mentor, Maurício Quintella Lessa. Suplentes: 8 vagas. PSDB/PSB/PPS/PV Titulares: Evandro Gussi, Gonzaga Patriota, João Gualberto, João Paulo Papa, Jutahy Junior, Sandro Alex. Suplentes: 6 vagas. PDT Titular: André Figueiredo. Suplente: Félix Mendonça Júnior. PSL Titular: Macedo. Suplente: 1 vaga. 122 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) Concedo a palavra ao Deputado Lobbe Neto. V.Exa. dispõe de 3 minutos da tribuna. O SR. LOBBE NETO (PSDB-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente Carlos Manato, Srs. Deputados, estava ouvindo a leitura referente às novas Comissões da Casa. Venho mais uma vez à tribuna para falar um pouco sobre essa questão do pacto federativo. Nós estamos assistindo à falência de praticamente todos os Municípios do Brasil. Alguns recebem o Fundo de Participação dos Municípios — FPM, outros têm ainda um pouco do Imposto Predial e Territorial Urbano — IPTU, do Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação — ICMS, do Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza — ISS. Mas, mesmo assim, as contas não estão fechando. Sr. Presidente, Sras. e Srs. Parlamentares, aqueles que trabalharam e trabalham com os Municípios, aqueles que acompanham o dia a dia das cidades, das gestões municipais sabem perfeitamente que as contas não fecham mais. As contas não estão fechando por quê? Porque, para a saúde, o Governo Federal dá uma Unidade Básica de Saúde — UBS, ou dá uma Unidade de Pronto Atendimento — UPA, e há verba apenas para a sua construção. Depois, o Município tem que fazer toda a parte de manutenção, colocar os funcionários. O Município está sob o controle da Lei de Responsabilidade Fiscal, e que fica o Tribunal de Contas do Estado e do Município pegando no seu pé — como é de fato. Ele também não fecha 123 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 a conta porque depois tem o custeio, naturalmente, para atender a todos os munícipes. Nós entendemos, Sr. Presidente, que não dá mais para só o Governo Federal ser o grande arrecadador, ser a grande caixa-preta da arrecadação de toda a sociedade brasileira. Sessenta por cento da arrecadação fica aqui em Brasília, e ainda com o descuidado total, porque há muitas falcatruas, muita corrupção. Tivemos o mensalão e agora o petrolão. Então, o dinheiro vaza pelos bueiros, o dinheiro vaza pelos capilares da corrupção. E esse dinheiro deveria ficar no Município, para atender melhor os Municípios, os cidadãos que vivem o dia a dia na cidade. O ex-Governador Franco Montoro sempre dizia que o cidadão mora no Município. Ele não mora na União nem no Estado. Nós nascemos, vivemos, morremos e vamos ser enterrados no Município. O Estado e a União são entes federados, entes abstratos, em que não está o munícipe. Por isso, a arrecadação tinha que ser repassada mais aos Municípios, aos Prefeitos, para que eles pudessem atender à área da segurança, à área da saúde, à área da educação. Mas, infelizmente, o Ministro Arthur Chioro, o Ministro Renato Janine não repassam o que é devido. Repassaram algum dinheiro, alguns convênios, mas agora não repassam para que as obras possam ser terminadas. É um absurdo essa falta de gestão do Governo Federal! E aqui, infelizmente, não há a responsabilidade fiscal. Dá-se a pedalada, e o Tribunal de Contas da União oferece um prazo para que a Presidente possa explicar o que aconteceu. É um absurdo! 124 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 Tem que haver responsabilidade fiscal, tem que haver impeachment para quem não assume responsabilidade fiscal, Sr. Presidente. O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Muito obrigado, nobre Deputado. 125 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Gostaria de registrar com muito orgulho a presença neste plenário do Sr. Nelson Aguiar, um Deputado Constituinte, advogado criminalista do meu Estado, o Espírito Santo, e autor do projeto do Estatuto da Criança e do Adolescente. Muito obrigado, Nelson, pela sua presença, que muito nos honra. Antes de conceder a palavra ao nobre Deputado Major Olimpio, do PDT de São Paulo, concedo a palavra ao Deputado Afonso Hamm, para fazer um breve registro. O SR. AFONSO HAMM (Bloco/PP-RS. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, quero manifestar-me lamentando o veto da Presidente Dilma à emenda aprovada aqui, que diz respeito à soma de 85 pontos para as mulheres e 95 pontos para os homens — a soma do tempo de contribuição com a idade. Nós derrubamos o fator previdenciário, e nós precisamos derrubar o veto da Presidente. Agora, ela apresenta uma proposta que muda essa condição para os próximos anos, aumentando os pontos ou aumentando o tempo para o trabalhador se aposentar. Sr. Presidente, peço que nossa manifestação lamentando esse posicionamento da Presidência da República venha a ser difundido pelo programa A Voz do Brasil. O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - V.Exa. será atendido. PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, hoje venho a esta tribuna para lamentar o veto da Presidente Dilma Rousseff à Medida Provisória 664/2014, que 126 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 institui nova fórmula para calcular aposentadorias, aprovado em maio, nesta Casa Legislativa. A medida criava alternativa ao trabalhador na aposentadoria, no momento de aplicar a chamada regra 85/95 (soma do tempo de contribuição e da idade). Essa proposta na prática acabava com o fator previdenciário. O projeto vetado prevê aposentadoria integral até o teto do INSS quando a soma de idade e tempo de contribuição atingisse 85 anos (mulheres) e 95 (homens). A regra é um avanço para o fim do fator previdenciário, que é um processo injusto para os aposentados. Essa medida era de extrema relevância e resgatava este direito das pessoas, com aposentadoria digna proporcional, idade e tempo de serviço. Após vetar a mudança no cálculo do fator previdenciário, o que está gerando muita angustia aos aposentados, a Presidente Dilma Rousseff editou uma nova Medida Provisória 676/2015, com uma proposta alternativa, na qual a fórmula para calcular a aposentadoria varia progressivamente com a expectativa de vida da população. A medida assegura, de 2015 a 2017, a regra de 85 pontos (idade+tempo de contribuição para mulheres), 95 pontos (idade+tempo de contribuição para homens). No entanto, foi introduzida a regra da progressividade, baseada na mudança de expectativa de vida. Nobres colegas, estamos preocupados que essa progressividade prevista na MP para a aplicação da regra retarde a aposentadoria. Neste sentido, ressalto que a melhor proposta para todos os trabalhadores do País é a mesma que já aprovamos neste plenário, a que o tempo de contribuição atingisse 85 anos (mulheres) e 95 (homens). E por isso, sou favorável à derrubada do veto presidencial. 127 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 A minha justificativa se deve porque a falta de assistência médica adequada à população e a ausência de uma política efetiva do Governo para a população não favorecem a perspectiva condicionada pelo Governo Federal com essa nova proposta. Além disso, o brasileiro vive em constante estresse devido à instabilidade econômica, desemprego, volume de dívidas contraídas e à falta de qualidade de vida, que não asseguram esta propagada longevidade. Portanto, Sr. Presidente, manter a proposta de 85/95 é a solução. Não discordamos que em longo prazo, ou nos próximos 5 anos, seja feita nova revisão, se de fato se deve manter essa previsão de ampliação da longevidade. Esta lei prejudica quem tem a expectativa de se aposentar no curto espaço de tempo, porém privilegia apenas aqueles que pretendem se aposentar nos próximos 2 anos de 2015 a 2017. Precisamos efetivar garantias aos aposentados. Peço a divulgação deste pronunciamento nos órgãos de comunicação desta Casa Legislativa. Era o que tinha a manifestar. 128 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao Deputado Major Olimpio, por 3 minutos. O SR. MAJOR OLIMPIO (PDT-SP. Sem revisão do orador.) - “Eu sou brasileiro com muito orgulho, com muito amor!” Sr. Presidente, ontem deixamos a Comissão que aprovou a redução da maioridade penal cantando com o coração: “Eu sou brasileiro”. Derrotamos defensores de bandidos por 21 a 6, e no dia 30 vamos ter mais de 350 votos aqui. Eu sou brasileiro! Chegou a vez da família! Chegou a vez do cidadão de bem! Não dá mais para compactuar com vagabundo! O vagabundo de 16 anos que mata e que estupra vai encontrar guarida na masmorra, na prisão. A prisão não é adequada? No mundo com os cidadãos é que não é adequado ele matar, estuprar. Acabou a hipocrisia! E não venham com a conversa do “Olha, vamos tentar mediar.” Deveríamos, sim, manter o projeto original: se tem 16 anos, é crime! Crime, sim. Temos que aperfeiçoar o projeto, porque ainda ficaram de fora alguns tipos penais. Temos que trabalhar aqui no dia 30 para que sejam inclusos o porte ilegal de arma, a formação de quadrilha, o crime de milícia. Há muito moleque com 17 anos no Rio de Janeiro que é chefe de milícia, assim como em Belém do Pará. Agora não há o que pague ver a carinha sofrida de algumas Deputadas dizendo: “Ai, os meus anjinhos vão ser encarcerados!” ou “Ai, a bancada da bala chegou à Câmara!”“Ai, meu Deus do céu!” Leve para casa! Pegue estuprador de 16 anos e leve para sua casa! Pegue esses assassinos e ponha na sua casa, com a sua família! 129 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 Agora, no nosso País, graças a Deus o povo brasileiro está acordando. Nós temos hoje um Congresso que vai ouvir a população brasileira, sim. Não há pressão, não há emendinha, não há carguinho de Governo que vá mudar as convicções dos Parlamentares aqui, não. Vão ser mais de 350 votos. “Mas, aí, nós vamos judicializar”, como disse o Ministro da Justiça numa audiência. Procure onde for! Não vai haver cenário onde o povo brasileiro não vai dizer: “Tem que mudar, sim. Bandido não pode ter guarida, seja com 16 anos, seja com 20 anos, seja com 80 anos.” Assassino? Cadeia! Estuprador? Cadeia para ele! E isso vai acontecer no dia 30. 130 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao Deputado Bruno Araújo. O SR. BRUNO ARAÚJO (PSDB-PE. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, é importante relatar grave fato ocorrido neste momento na Venezuela. Os Senadores da República Federativa do Brasil, que chegaram à Venezuela em missão oficial, conduzidos pela Força Aérea Brasileira, saíram do aeroporto, e o carro que os conduzia foi atacado por grupos organizados, que impediram o deslocamento dos Senadores e das mulheres dos opositores venezuelanos que os acompanhavam. Esse é um fato grave. O Itamaraty precisa se posicionar de forma veemente, de forma muito firme, porque isso é um ataque à democracia brasileira. O Brasil tem relações com a Venezuela. A Venezuela é membro do MERCOSUL, e um Estado vizinho ao Estado brasileiro dar esse tratamento a Senadores da República é algo que nós temos que repudiar. Isso demonstra a incapacidade da Venezuela de ter relações com Estados e países democráticos. O Senador Aécio Neves e outros Senadores que o acompanham retornam nesse momento ao aeroporto, porque absolutamente não há condição de convivência ou de segurança — segurança! — para exercer a missão para a qual foram designados. O Governo da Venezuela não deu a garantia necessária à condução, ao acompanhamento diplomático e o respeitoso que o Brasil merece. A Venezuela envergonha os Estados democráticos, envergonha a convivência democrática. Nós esperamos que o Governo brasileiro emita uma opinião imediata a respeito desse grave fato de agressão aos Senadores brasileiros agora em Caracas. 131 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Muito obrigado, nobre Deputado. O SR. VALMIR ASSUNÇÃO - Do mesmo jeito o PSDB envergonha a democracia. 132 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao próximo orador inscrito, o Deputado Edmilson Rodrigues, do PSOL do Pará. O SR. EDMILSON RODRIGUES (PSOL-PA. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, por algumas vezes me manifestei em solidariedade aos trabalhadores do DETRAN do meu Estado. Felizmente, depois de vários dias de greve, o Governo do Estado, dirigido pelo PSDB, sentou-se para negociar. Não foram conquistadas todas as bandeiras reivindicadas, mas se conseguiu avançar na negociação sobre o adicional de risco de vida para 315 agentes de trânsito; sobre o valor das diárias, que hoje está em apenas 135 reais para os que viajam para trabalhar no interior; sobre uma mesa permanente de negociação; e sobre investimento na estrutura, nas condições de trabalho, porque, realmente, o órgão arrecada milhões e milhões de reais, mas submete seus funcionários e cidadãos a condições precárias. Então, meus parabéns aos trabalhadores do DETRAN, ao seu sindicato, pela vitória, ainda que parcial. Ao mesmo tempo, quero dizer que protocolei ontem, nesta Casa, uma proposta que altera a Lei nº 9.503, de 23 de setembro de 1997, que institui o Código de Trânsito Brasileiro, para dispor sobre a composição do Conselho Nacional de Trânsito. Meio arredio à democracia participativa, o Presidente Fernando Henrique Cardoso sancionou o Código de Trânsito Brasileiro, mas vetou na composição do Conselho a participação da sociedade civil. Hoje, o CONTRAN possui dez membros: nove Ministros mais um membro político — digamos —, que é o gestor do sistema de trânsito. Desse modo, são dez membros, todos estatais. 133 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 A minha proposta, portanto, é que possa haver paridade, com mais dez membros representando trabalhadores do sistema e agentes de trânsito das três esferas da Federação: federal, estadual e municipal. Sr. Presidente, peço apoio nas Comissões deste Parlamento para firmarmos o princípio democrático. É verdade que temos uma pobreza de democracia. No Brasil, é triste ver professor apanhando porque reivindica melhor salário, melhores condições de trabalho, democracia nas escolas. É triste ver, também, a experiência em outros países dos limites da democracia em situações em que o lucro se sobrepõe à vida, aos direitos humanos. Penso que este tema deve ser aprofundado por nós. É muito triste ver todos os dias criança presa com algumas petecas de cocaína e os chefes do narcotráfico protegidos por quem prende as crianças. É triste ver gente pobre presa e bandido do colarinho-branco, que rouba bilhões e bilhões, solto, aparecendo nas colunas sociais. Há de haver tempo para fazermos o grande debate no Brasil e aprofundarmos nossa democracia. O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Muito obrigado, nobre Deputado. PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, o sindicato dos servidores do Departamento de Trânsito do Estado do Pará (DETRAN-PA), em greve desde o último dia 28 de maio, teve uma reunião de negociação hoje (18) com a Casa Civil 134 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 do Governo do Estado, a Secretaria de Estado de Segurança Pública e com a direção do DETRAN, que pode pôr fim ao movimento paredista. O Governo sinalizou com o atendimento das pautas de equiparação do Adicional de Risco de Vida aos 315 agentes de trânsito. Hoje, a gratificação é de 80%, enquanto os agentes da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros recebem 100%. Bem como, o reajuste do valor das diárias de viagem, que é de R$135,00, para todos os servidores do Estado, até o mês que vem. Também será instituída a mesa permanente de negociação na SEGUP. Foram garantidos investimentos para melhoria das condições de trabalho e atendimento ao público no DETRAN. Será realizada inspeção técnico-científica para verificar insalubridade no ambiente de trabalho e a gestão operacional para melhor eficiência do órgão. O movimento vitorioso, apesar de não ter conseguido avançar no aumento do auxílio-alimentação, congelado há 5 anos, avançou na moralização do DETRAN. As denúncias de irregularidades, como a nomeação de dirigentes fantasmas em Circunscrições Regionais de Trânsito (CIRETRANS) no interior do Estado e o aluguel de imóvel a R$180 mil, em que deveria funcionar a CIRETRAN de IgarapéMiri, foram amplamente divulgadas e culminaram com quatro exonerações de dirigentes das CIRETRANS das cidades de Rurópolis, Novo Repartimento, Marituba e Igarapé-Miri, e a suspensão do aluguel da CIRETRAN, que nunca abriu as portas para atender a população nesse último Município. O Governo alegou estar no limite de gastos com pessoal, estabelecido pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), para não conceder mais avanços. Foi assegurado o não desconto dos dias parados. 135 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 O encerramento ou não da greve será deliberado pelos trabalhadores amanhã, em assembleia geral, que acontecerá em frente ao prédio sede do DETRAN, em Belém. Parabenizo o Sindicato dos Trabalhadores de Trânsito do Estado do Pará (SINDTRAN) e os demais servidores do DETRAN pelo movimento vitorioso, que buscou não apenas o próprio ganho econômico, mas que cumpriu o papel social de expor a existências de irregularidades e falta de transparência no órgão e cobrou investimentos para a eficiência institucional. 136 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao nobre Deputado Ivan Valente, do PSOL de São Paulo. S.Exa. dispõe de 3 minutos na tribuna. O SR. IVAN VALENTE (PSOL-SP. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, em primeiro lugar, queria colocar o seguinte: o PSOL tem-se manifestado na CPI da PETROBRAS e na tribuna desta Casa no sentido de se investigar, punir e colocar na cadeia todos aqueles que roubaram, que degradaram a maior empresa estatal brasileira, orgulho nacional, a PETROBRAS. Esse tem sido o nosso trabalho, e vamos fundo em todas essas questões. Mas não somos daqueles que querem entregar a PETROBRAS aos estrangeiros, não somos daqueles que querem, a partir da degradação da PETROBRAS e das denúncias de corrupção, dizer: “Não há jeito, o melhor é a iniciativa privada!” Está aí o Sr. Eike Batista que não nos deixa mentir. Para onde ele levou a iniciativa privada na área de petróleo e gás? A empresa nacional, que é orgulho do Brasil, campeã mundial de exploração de petróleo em águas profundas, está sendo atacada pelo projeto do Senador José Serra, com o apoio do Senador Renan Calheiros. Refiro-me ao PL 131, de 2015, que está passando lá facilmente. Ele quer rever o regime de partilha. Ou seja, quer retirar da PETROBRAS o controle da exploração de gás e a participação de 30%. Quando nós discutimos a partilha, o PSOL defendeu que a empresa fosse 100% estatal, porque a riqueza que está aí pode ser tirada agora, para as gerações futuras, para a saúde e para a educação, e é necessária para gerações inteiras de brasileiros. 137 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 Não me venham dizer que não há dinheiro para investimentos, que não há tecnologia. Isso foi o que aconteceu com a privatização da TELEBRAS, no Governo Fernando Henrique. Sucatearam a TELEBRAS. Tínhamos o maior centro de fibras óticas na cidade de Campinas e foi tudo dado de graça. Agora, para falarmos ao celular, Deputado Delegado Edson Moreira, precisamos pedir licença ao Sr. Carlos Slim, da TELMEX, no México. Foi tudo desnacionalizado. Queremos uma PETROBRAS que garanta inovação, tecnologia e distribuição de renda. Combateremos a corrupção até o fim, mas não concordamos em rever o regime de partilha. Ao contrário, nós temos que fortalecê-lo. O Governo Dilma também tem responsabilidade nisso ao fazer o leilão de Libra, lembram-se? Ela seguiu os passos do PSDB e agora vem reclamar. Então, eu queria, desta tribuna, dizer que o Partido Socialismo e Liberdade vai se opor, sem dúvida, intransigentemente… Que se mantenha o regime de partilha contra a privatização da PETROBRAS. A campanha feita em grande parte da mídia brasileira é para privatizar e entregar grandes blocos às grandes petrolíferas estrangeiras e degradar a ação da PETROBRAS, ao invés de fortalecêla. Vamos punir os corruptos, mas vamos garantir que essa riqueza seja explorada pela estatal brasileira. Quero anexar, Sr. Presidente, o documento da Federação Única dos Petroleiros tratando dessa questão, e contra o projeto do Senador José Serra. Obrigado, Sr. Presidente. O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Eu é que agradeço, nobre Deputado. 138 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, todos e todas que assistem esta sessão ou nela trabalham, na semana passada, o Presidente do Senado, Renan Calheiros, disse haver pressa para aprovar o Projeto de lei nº 131, de 2015, do Senador José Serra, que prevê o fim do regime de partilha na exploração das bacias do pré-sal. Esse modelo garante à PETROBRAS a exclusividade na exploração do pré-sal e, também, a participação de 30% nos consórcios de exploração. Além disso, parte dos recursos gerados pela atividade produtiva é direcionada para a saúde e a educação. Contra o atual regime de partilha, o Senador tucano quer voltar ao antigo modelo de venda de blocos, sem que haja necessariamente participação da PETROBRAS no processo, nem tampouco contrapartidas sociais. Ou seja, um enorme retrocesso. Entendemos que não é possível desenvolver o Brasil sem que haja forte investimento na indústria e em tecnologia. A PETROBRAS continua sendo um gigante internacional, com tecnologia própria, com investimentos no mundo todo, com geração de milhares de empregos. O pré-sal, segundo estimativas, possui reservas de 100 bilhões de barris de petróleo. Essa é uma riqueza que deve ser voltada para a sociedade brasileira. O modelo de partilha, mesmo sendo insuficiente, permite que haja participação da principal empresa do País, que continua sendo importante fonte de recursos para o desenvolvimento nacional. Os royalties gerados pela exploração do óleo serão destinados para a educação e saúde, em proporção de 75% e 25%, respectivamente. 139 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 Os esquemas de corrupção desbaratados pela Operação Lava-Jato não podem ser argumento para defender a privatização da empresa. A PETROBRAS é nossa, o petróleo é nosso. E, em defesa dessas riquezas do povo brasileiro, queremos que os culpados por desviar recursos da PETROBRAS sejam punidos. Combater a corrupção, portanto, é defender a PETROBRAS. Os tucanos, que não conseguiram criar a PETROBRAX, desejam agora entregar a exploração do pré-sal para empresas estrangeiras, num ato de lesapátria, contrário à soberania nacional. O projeto do Senador José Serra (PSDB-SP) põe a perder uma das pontes para a construção de uma sociedade mais justa. Tudo para satisfazer os interesses de empresas multinacionais. Desse modo, Sras. e Srs. Deputados, somos radicalmente contrários ao PL 131. Clamamos o Senado para que não vote esse enorme retrocesso. Serra, que foi Presidente da UNE, a mesma entidade que levou adiante a campanha O petróleo é nosso, se esquece de sua própria trajetória. Mas nós não esquecemos dessa importante bandeira e continuamos a defender uma PETROBRAS voltada para o crescimento e desenvolvimento do Brasil. Fazemos nossas as palavras dos petroleiros que escreveram um manifesto em defesa da PETROBRAS, com seis pontos para ser contra o PL entreguista dos tucanos — manifesto este que anexamos a este pronunciamento. Muito obrigado. MANIFESTO A QUE SE REFERE O ORADOR 140 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 Seis motivos que justificam a importância de manter a Petrobrás como operadora única na área do pré-sal. (rejeitando o entreguismo do projeto de lei PLS 131 – 2015 do Senador José Serra PSDB_SP) 1- Para avançar com soberania energética e ambiental: controlando a produção, garantido o abastecimento nacional, evitando a extração predatória, os riscos de acidentes e maiores custos econômicos no futuro. A operação única pela Petrobrás no pré-sal brasileiro garante ao Estado nacional, que detém a maioria do capital votante da empresa, o planejamento da produção, escapando da armadilha da produção rápida e predatória, que compromete os reservatórios e trás inúmeros riscos ambientais como o ocorrido no acidente no campo de frade no litoral do Rio de Janeiro em novembro 2011 operado pela estadunidense Chevron. O Petróleo por muitos anos será estratégico como energético (responsável por mais de 50% da matriz mundial) e como matéria prima (presente em mais de 3.000 produtos). Garantir, sua exploração e uso adequado na atualidade, e que não faltará este recurso para as futuras gerações de brasileiros é obrigação de todos. São inúmeros os exemplos de nações que submeteram a produção a multinacionais que operam sobre a lógica meramente econômica e hoje se encontram em maus lençóis. As situações vividas por nossos vizinhos argentinos onde após a privatização exportaram petróleo a 04 dólares o barril e mais tarde tiveram que importar a mais de 100 dólares, ou da Indonésia, que exportou petróleo a 01 dólar o barril e hoje drena seus recursos pagando pelo mesmo barril de petróleo 60 dólares, são procedimentos que não devemos repetir em nosso país. 2- Para preservar e ampliar o conhecimento, bem que vale mais do que o dinheiro. Ter a Petrobras como operadora única é essencial para garantir o domínio e a continuação do desenvolvimento tecnológico. O nível tecnológico atingido pelos trabalhadores da Petrobrás é fruto de muito trabalho e desenvolvimento científico. Ceder a condição de operadora única dificulta esta vantagem estratégica, expõe nossa capacidade de vanguarda a potenciais competidores e desperdiça oportunidades de aprendizado. A Petrobras recebeu em maio de 2015 o prêmio da OTC (Offshore Technology Conference) considerado o Nobel da indústria petroleira. Este prêmio foi graças a nossa produção no pré-sal. Chegar a essa condição custou sangue, suor e lágrimas a gerações de brasileiros. As três coisas mais importantes 141 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 para uma empresa de energia são: mercado, reservas e conhecimento tecnológico. O Brasil através da Petrobras detém os três sendo o conhecimento o mais difícil de ser alcançado. Não temos nenhuma dúvida que a história vitoriosa da Petrobrás, e seu extraordinário potencial indica plena capacidade de ser a operadora única no pré-sal. Mesmo vivenciando dificuldades momentâneas em relação a sua capacidade financeira, fato que já esta sendo superado com uma política adequada de preços, a Petrobrás conseguiu em apenas 8 anos após a descoberta do pré-sal, uma produção de cerca de 800 mil barris por dia, fato inédito na indústria do petróleo. 3- Para garantir que o petróleo produzido e os royalties recolhidos sirvam aos interesses do povo brasileiro. A operadora é responsável por medir o petróleo produzido e submeter a informação às instituições de controle e regulação. A produção sobre as condições do pré-sal, a quilômetros de distancia da costa dificulta e muito a fiscalização. Seguramente a melhor forma de acompanhamento pelo povo, e por nossas instituições nacionais dessa importante questão é estar sob controle da Petrobrás. Ter a Petrobrás como operadora única, com o adequado controle público, é maior garantia na destinação dos Royalties para educação e para a saúde. Além do mais, a propriedade do petróleo da às nações vantagens geopolíticas, na medida em que, o Estado pode administrar uma base natural rara, não renovável, desigualmente distribuído]no planeta e sobretudo essencial para a sobrevivência a segurança e o bem estar de todos os Estados. 4- Para alavancar o desenvolvimento, com o conteúdo local, gerando mais e melhores empregos. A Petrobrás, como operadora única, tem plenas condições de dirigir os empreendimentos. Incentivando de forma organizada o desenvolvimento da indústria de bens e serviços. Essa condição é essencial para a política industrial brasileira, maximizando o conteúdo local, em bases competitivas, e garantindo o desenvolvimento integrado a nível nacional. Segundo dados do SINAVAL (Sindicato da Construção Naval) apesar da existência de inúmeras operadoras privadas e estrangeiras no Brasil apenas a Petrobras tem encomendas de navios e plataformas aos nossos estaleiros, portanto, a prática nos conduz a convicção, que sem a Petrobrás, a política do conteúdo local tão importante para impulsionar o desenvolvimento nacional ficará só no papel. A operação e a condução dos 142 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 empreendimentos pela Petrobrás possibilitam que mais e melhores empregos sejam criados no Brasil. Este fator estimula o estudo, a pesquisa e o conhecimento, potencializando a inteligência local, garantindo as condições para o intercambio de experiência com o conhecimento produzido a nível mundial. 5- Para manter a integralidade da lei da Partilha. A lei da Partilha 12.351/2010 aprovada pelo congresso Nacional representou um salto de qualidade para a produção de Petróleo no Brasil. Esta lei possibilita a estruturação de uma grande nação alavancando o desenvolvimento nacional, garantindo soberania energética e dando destino social ao retorno econômico, resolvendo assim nossos ainda graves problemas sociais. A Petrobras, como operadora única do Pré-Sal, é parte fundamental do modelo formulado na partilha para garantir esse tripé: soberania energética, desenvolvimento econômico e destinação social. Mudar esse ponto irá “desfigurar a Lei da Partilha” comprometendo a utilização adequada de um recurso que a natureza levou 150 milhões de anos para produzir. 6- Porque acreditamos no Brasil, na nossa potencialidade e na nossa capacidade. A História da indústria do petróleo em nossa Pátria é cheia de desafios, que foram sendo superados um a um com perseverança, determinação e muito trabalho. Superamos o desafio de encontrar o sonhado petróleo no Brasil. Superamos o desafio de desenvolver uma empresa e uma indústria potente e exemplar. Superamos o desafio de sermos autossuficientes em petróleo. Superamos o desafio histórico, ao descobrir o pré-sal, que para o consumo nacional, temos petróleo para mais de 100 anos. Confiamos plenamente no povo brasileiro, na capacidade de superarmos problemas que possam surgir. A Petrobrás operadora única no pré-sal é mais uma conquista histórica. Manter esta conquista é um desafio de todos que lutam por um país justo, democrático e fraterno. Rio de Janeiro, 15 de junho de 2015 FUP Federação Única dos Petroleiros. CUT MAB Movimento dos Atingidos por Barragens Plataforma Operária e Camponesa para Energia 143 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao próximo orador inscrito, o nobre Deputado Heitor Schuch, do PSB do Rio Grande do Sul. Antes, porém, para um registro de 1 minuto, concedo a palavra ao nobre Deputado Augusto Coutinho. O SR. AUGUSTO COUTINHO (SD-PE. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, quero registrar nos Anais desta Casa a recente entrega de dois prêmios literários aos poetas pernambucanos George e André Arribas, respectivamente pai e filho. Trata-se de uma notícia que merece a atenção de todo o povo pernambucano, porque, entre outros motivos, foram concedidos pela prestigiosa Academia de Artes, Ciências e Letras de Paris. Sr. Presidente, gostaria de dar como lido nosso pronunciamento e pedir sua divulgação nos órgãos de comunicação da Casa. Muito obrigado. O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - V.Exa. será atendido, nobre Deputado. PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, quero registrar nos Anais desta Casa a recente entrega de dois prêmios literários aos poetas pernambucanos George e André Arribas, respectivamente pai e filho. Trata-se de uma notícia que merece nossa atenção, entre outros motivos, porque são prêmios concedidos pela prestigiosa Academia de Artes, Ciências e Letras de Paris. Esta é a primeira vez na história da Academia Francesa que pai e filho são agraciados com a honraria numa mesma edição. Tal feito põe em relevo a obra dos 144 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 dois escritores e é motivo de orgulho para a literatura de meu Estado, Pernambuco, e do Brasil. André Arribas desenvolve um trabalho poético ligado à sustentabilidade. No Recife, André transformou sua bicicleta em uma verdadeira livraria ambulante. Andando por praças, parques e pelas ruas do Recife, André leva poesia a todos através desse importante projeto chamado Pé de Letra. George Arribas tem formação em engenharia e teologia e tem atuação política. George é um humanista no mais preciso sentido do termo, que, nas suas próprias palavras, é “antes de tudo um irrecuperável idealista, por acreditar que o mundo acaba sempre amando um sonhador...” Pela importância dos prêmios concedidos pela Academia Francesa e pela obra e atuação desses dois poetas pernambucanos, acho oportuno e imprescindível que esta Casa registre nossas congratulações a esses dois escritores. 145 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Com a palavra o nobre Deputado Heitor Schuch. S.Exa. dispõe de 3 minutos na tribuna. O SR. HEITOR SCHUCH (PSB-RS. Sem revisão do orador.) - Muito obrigado, Presidente Manato, a quem saúdo. Sr. Presidente, colegas Deputadas e Deputados, com o veto da Medida Provisória nº 664 pelo Governo Dilma, faz-se uma injustiça irreparável ao trabalhador e à trabalhadora rural. Quero, de forma veemente, repudiar esse veto e a falta de sensibilidade do Governo com esse tema. Conforme dados da CONTAG, temos 5 milhões de assalariados e assalariadas rurais no País inteiro. No meu Rio Grande do Sul, são 200 mil homens e mulheres que vivem de renda de sua mão de obra nas lavouras de maçã, de uva, de frutas, de arroz, da silvicultura e pecuária. O texto aprovado nesta Casa define uma carência de 6 meses para essa categoria ter acesso ao seguro-desemprego, tempo menor que o exigido para o trabalhador urbano por questões óbvias. O Governo alega que a medida resultaria em critérios diferenciados, inclusive mais restritivos, para a percepção do benefício do seguro-desemprego pelo trabalhador rural, resultando em quebra de isonomia em relação ao trabalhador urbano. Mas como, Srs. Parlamentares, tratar de forma igual os desiguais? Qual a safra agrícola que dura 1 ano? Na agricultura, o trabalho é sazonal. Em 1 ano, muitas vezes o mesmo trabalhador atua em três, quatro culturas diferentes. 146 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 Portanto, o Palácio do Planalto foi extremamente infeliz no veto desse quesito do assalariado rural. E vamos mais longe: dizem que a proposta não traz parâmetros. Ora, se não traz parâmetros acerca dos valores e do número de parcelas, eu pergunto: o próprio Governo não tem os números? O que está fazendo o Ministério do Trabalho? O que está fazendo o Ministério da Previdência e Assistência Social, que paga esses benefícios quando requeridos? Será que o Governo realmente perdeu o controle total sobre todos esses programas? Quero crer que isso não seja verdade. Se for verdade, a situação é muito pior do que pensava. Portanto, Srs. Deputados, esse veto joga o assalariado para a escravidão, aumenta o êxodo rural outra vez. Faço um apelo aos Srs. Parlamentares e aos Líderes de bancadas para que esta Casa olhe com especial carinho para os trabalhadores rurais assalariados deste País. E que esta Casa derrube esse veto injusto e desumano aposto pela Presidente Dilma Rousseff à Medida Provisória nº 664. PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, com o veto da MP 664 pelo Governo Dilma, faz-se uma injustiça irreparável ao trabalhador rural. Quero repudiar veementemente este veto. Conforme dados da CONTAG temos 5 milhões de assalariados rurais no Brasil. No Rio Grande do Sul, segundo a FETAG, são 200 mil homens e mulheres 147 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 que vivem de renda de sua mão de obra nas lavouras de maçã, de uva, de arroz, da silvicultura e pecuária. O texto aprovado pelo Congresso define uma carência de 6 meses para essa categoria ter acesso, tempo menor do que o exigido para o trabalhador urbano. O Governo alega que a medida resultaria em critérios diferenciados, inclusive mais restritivos, para a percepção do benefício do seguro-desemprego pelo trabalhador rural, resultando em quebra de isonomia em relação ao trabalhador urbano. Como tratar igual os desiguais? Qual é a safra agrícola que dura 12 meses? O Palácio do Planalto afirma que a proposta não traz parâmetros acerca dos valores e do número de parcelas a serem pagas, o que inviabilizaria sua execução. Nesta afirmação o próprio Governo atesta sua desorganização. O Ministério do Trabalho e Emprego e Ministério da Previdência Social não têm o controle disso? Não! Então, as coisas andam muito pior do que eu pensava. Apelo aos Srs. Deputados, Senadores e Líderes de bancada que o Congresso olhe com especial carinho para os trabalhadores rurais, a fim de derrubar este veto injusto e desumano. Sr. Presidente, peço que este discurso seja dado como lido, encaminhado à publicação nos órgãos de comunicação desta Casa e seja divulgado, em especial, no programa A Voz do Brasil. O Sr. Carlos Manato, nos termos do § 2º do art. 18 do Regimento Interno, deixa a cadeira da Presidência, que é ocupada pelo Sr. Eduardo Cunha, Presidente. 148 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 V - ORDEM DO DIA PRESENTES OS SEGUINTES SRS. DEPUTADOS: 149 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - A lista de presença registra o comparecimento de 284 Senhoras Deputadas e Senhores Deputados. 150 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Comunico à Casa o recebimento da Mensagem nº 216, de 2015, da Exma. Sra. Presidente da República, que retira o regime de urgência do Projeto de Lei nº 2.902, de 2011. Da mesma forma, informo o recebimento da Mensagem nº 217, de 2015, da Exma. Sra. Presidente da República, retirando a urgência do Projeto de Lei nº 5.586, de 2005. Sendo assim, a pauta remanesce na ordem regimental: retirada dos itens 1 e 2 e a precedência do item 3, pela sua urgência constitucional. 151 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Passa-se à apreciação da matéria sobre a mesa e da constante da Ordem do Dia. O item 3 é o item único da pauta. PROJETO DE LEI Nº 863-A, DE 2015 (DO PODER EXECUTIVO) Discussão, em turno único, do Projeto de Lei nº 863-A, de 2015, que altera a Lei nº 12.546, de 14 de dezembro de 2011, quanto à contribuição previdenciária sobre a receita bruta; a Lei nº 12.469, de 26 de agosto de 2011, a Lei nº 12.995, de 18 de junho de 2014, e a Lei nº 11.196, de 21 de novembro de 2005, quanto à tributação de bebidas frias; e a Lei nº 12.780, de 9 de janeiro de 2013, que dispõe sobre medidas tributárias referentes à realização, no Brasil, dos Jogos Olímpicos de 2016 e dos Jogos Paraolímpicos de 2016. Pendente de parecer das Comissões: de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio; de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania. 152 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Há sobre a mesa requerimento de retirada e de votação do Solidariedade. O Solidariedade vai manter o requerimento? (Pausa.) O PSDB também está mantendo o requerimento de obstrução? O SR. NILSON LEITÃO (PSDB-MT. Pela ordem. Sem revisão do orador.) Sr. Presidente, a maior prova de que temos que fazer isso são dois acontecimentos. No auge da gritaria dos brasileiros contra a corrupção, a Presidente Dilma, que não tinha nada para apresentar contra a corrupção, mandou para cá projetos com urgência, emergência, sobre o tema. Hoje ela está trazendo projetos que oneram o brasileiro. Vai desempregar na indústria e em todos os setores. Ela prefere não ter um programa de combate à corrupção. Prefere onerar os brasileiros. Então, mais do que isso, esta Casa tem que se posicionar. O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Está certo, Deputado. Mas penso que havia um acordo de procedimento com os partidos de oposição de levar nominal todas as solicitações de destaques para não ter obstrução. Esse era o acordo. Gostaria de saber se esse acordo persiste ou não persiste. Isso é muito importante para o andamento. Esse é um projeto que vai ser demorado, de muito debate, e o acordo era justamente esse, para que permitisse que a Casa se manifestasse. Mas a pergunta é: persiste o requerimento de obstrução? O SR. AUGUSTO COUTINHO (SD-PE. Pela ordem. Sem revisão do orador.) Sr. Presidente, o posicionamento do Líder do Solidariedade é que não teve acordo nenhum. Não teria acordo de procedimento. 153 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Houve acordo de procedimento à mesa do Colégio de Líderes. Daríamos as nominais que fossem para todos os destaques e não haveria obstrução. O SR. NILSON LEITÃO - Não tenho esse conhecimento. O SR. MENDONÇA FILHO (DEM-PE. Pela ordem. Sem revisão do orador.) Sr. Presidente, eu quero ressalvar aqui a posição do PSDB e do Solidariedade, porque não sei qual foi o compromisso que os dois partidos assumiram. Evidentemente que o compromisso que o Democratas assumiu, como nós temos esse comportamento, aliás, como os demais partidos de Oposição também na Casa, nós vamos cumprir. O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Claro. O SR. MENDONÇA FILHO - Apenas peço a V.Exa. o seguinte: nós precisamos conhecer o texto. (Manifestação no plenário.) Não. Não foi à mesa de Líderes. Eu digo que o compromisso de não obstrução e votação nominal de destaques e das emendas aglutinativas foi assumido pelo Democratas. Eu estou falando por mim, não estou falando pelos demais partidos de Oposição. Esse compromisso, evidentemente, eu mantenho. Agora, nós precisamos conhecer o texto do Relator. O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Mas, para conhecer, eu tenho que entrar na Ordem do Dia, chamar o Relator para proferir parecer. Eu estou discutindo aqui a obstrução para V.Exas. conhecerem... O SR. MENDONÇA FILHO - E nós precisamos conhecer o texto até para que possamos discuti-lo. O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Claro. 154 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 O SR. MENDONÇA FILHO - Não dá para discutir uma matéria sem conhecer o texto. Então, seria importante que o Relator viesse e apresentasse o texto. O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Mas não há problema com o Relator. O problema é que estou com uma obstrução antes do Relator. Então, eu preciso saber. O SR. MENDONÇA FILHO - Sim, Sr. Presidente, a obstrução não é minha. Eu estou pedindo que o texto seja entregue aos Parlamentares. O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Ele vai ler o parecer aqui. Só tem que ser chamado para ler. A minha pergunta é a seguinte: persiste o requerimento de obstrução ou não, para poder botar para votar logo, ou não? O SR. NILSON LEITÃO - Presidente, eu quero fazer aqui... Até o Relator chegar, até para ler o projeto... O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Veja bem, o Relator, para ler o projeto, eu tenho que vencer essa etapa. Essa etapa é retirada de pauta. Eu não tenho como chamar o Relator para ler com essa etapa aqui. Eu só posso vencer isso. V.Exa. depois pode fazer adiamento de discussão, pode fazer adiamento de votação. Até para obstruir há vários mecanismos. Mas, agora, V.Exa. impede o Relator de ler se eu não votar isso aqui. O SR. NILSON LEITÃO (PSDB-MT. Pela ordem. Sem revisão do orador.) Eu vou discutir com os demais partidos. Pediria alguns minutos para isso, até dar tempo de o Relator chegar. 155 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - O Relator estará aqui em 5 segundos. Não há problema do Relator. O Relator não está ausente; o Relator está presente. O SR. NILSON LEITÃO - Isso. Mas eu acho que para algumas outras ações que são importantes, até para nós nos entendermos em alguns temas. Os destaques estão confusos, o texto é totalmente contrário ao que o Brasil precisa hoje... O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Deputado, o único acordo da Presidência com vocês é dar nominal a todos os destaques. Esse é o acordo. O Relator está aqui, não está nem ausente. O SR. NILSON LEITÃO - Eu só vou discutir com os demais partidos de Oposição e prometo em 2 minutos, 3 minutos... O PT suspende toda hora para discutir aquilo que interessa ao Governo. A Oposição pede mais 10 minutos. O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Olhe, eu até critico muito o PT, mas o PT não tem suspendido as sessões. Essa crítica não seria justa. O SR. AUGUSTO COUTINHO (SD-PE. Pela ordem. Sem revisão do orador.) Sr. Presidente, o Solidariedade quer pedir 10 minutos para ver se nós nos entendemos aqui em conversa com a Oposição. O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Vou suspender por 5 minutos. (A sessão é suspensa.) 156 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Está reaberta a sessão. Sobre a mesa o seguinte requerimento: “Senhor Presidente Requeiro, nos termos do art. 117, VI, combinado com o art. 101, I, a, 1, e art. 83, § único, do Regimento Interno da Câmara dos Deputados, a retirada de pauta do Projeto de Lei nº 863, de 2015, constante da Ordem do Dia da presente sessão.” 157 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Para falar contra, concedo a palavra ao Deputado Sibá Machado. O SR. ONYX LORENZONI - Sr. Presidente... O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Eu já concedo a V.Exa.. O SR. ONYX LORENZONI - Só peço 1 minuto, Sr. Presidente, para fazer um registro. O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Depois, eu vou conceder a palavra a V.Exa. Nós estamos em processo de obstrução neste momento. Eu não posso abrir a polêmica. O SR. ONYX LORENZONI - Não há obstrução! O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Não é de V.Exa. O SR. ONYX LORENZONI - Eu estou com o Senador Caiado na linha, sitiado no aeroporto de Caracas! O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Eu sei, Deputado, eu entendo. Eu vou lhe conceder, só não posso fazê-lo neste minuto. Com a palavra o Deputado Sibá Machado O SR. SIBÁ MACHADO (PT-AC. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, a orientação é contra o requerimento e peço que mantenhamos a pauta, Sr. Presidente. O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Para falar a favor, concedo a palavra ao Deputado Augusto Coutinho. (Pausa.). Concedo a palavra ao Deputado Domingos Sávio. 158 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 O SR. MORONI TORGAN (DEM-CE. Pela ordem. Sem revisão do orador.) Sr. Presidente, enquanto o Deputado se dirige à tribuna, quero só dar uma informação grave. Nós estamos com nossos Senadores detidos no aeroporto de Caracas. Infelizmente, a delegação brasileira, quando saiu do aeroporto, foi agredida! De modo que tiveram que voltar. O Governo da Venezuela não garantiu a segurança dos nossos Senadores. Isso é gravíssimo, Sr. Presidente! O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Deputado Domingos Sávio, V.Exa. deseja falar? O SR. SILVIO COSTA - Sr. Presidente, peço a palavra para uma questão de ordem. O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Neste momento, há orador na tribuna. O SR. SILVIO COSTA - Sr. Presidente, por favor! Questão de ordem tem precedência. O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Mas há um orador na tribuna. Depois, eu a concedo a V.Exa., mas peço que cite o artigo. O SR. SILVIO COSTA - Está bem. O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Concedo a palavra ao Deputado Domingos Sávio. O SR. DOMINGOS SÁVIO (PSDB-MG. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, está evidente que, pela relevância de um projeto que mexe com toda a economia brasileira, diante da responsabilidade que temos, todos nós precisamos 159 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 conhecer melhor o relatório. Ele foi disponibilizado ontem à noite e só chegou às mãos dos Deputados hoje. Portanto, seria um grande equívoco votarmos hoje uma matéria tão relevante, que precisa ser melhor analisada. Sr. Presidente, quero fazer outro registro importante. Recebemos uma notícia que afronta o Brasil. Senadores da República brasileira estão sitiados na Venezuela! Isso não é uma agressão apenas a eles, mas é uma agressão ao Brasil! Eu não tenho dúvida de que nós devemos interromper esta votação, porque essa matéria requer uma reflexão maior. Esta Casa tem uma grande responsabilidade. Num momento grave da economia, não podemos aprovar aumento de impostos sem conhecer o projeto adequadamente. Eu tenho absoluta convicção de que nenhum dos Srs. Deputados e das Sras. Deputadas, responsáveis que são, querem votar um aumento de imposto generalizado sem sequer conhecerem o relatório adequadamente. Agora, mais do que isso, os Senadores da República estão sitiados, estão sendo agredidos, estão sendo apedrejados na Venezuela. Os representantes venezuelanos vêm constantemente ao Brasil. Nós os recebemos com respeito, ainda que tenhamos divergência. Agora, lá, nos agridem, e a Presidente Dilma bate palmas para a Venezuela, para o Sr. Maduro! Chega de ofenderem a democracia no Brasil! Portanto, nós não devemos votar essa matéria. Devemos retirá-la de pauta, para conhecer melhor esse projeto, e, de imediato, votarmos uma moção de repúdio às agressões aos nossos Senadores! (Palmas.) O SR. ONYX LORENZONI - Sr. Presidente... 160 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 O SR. DOMINGOS SÁVIO - Devemos votar uma moção de repúdio a esse Governo autocrático, a essa ditadura da Venezuela! (Palmas.) Não sabe respeitar a intenção legítima do Brasil de defender direitos humanos. A intenção dos nossos Senadores é defender a paz, defender os direitos humanos, e lá estão sendo agredidos! Cabe hoje votar apenas uma moção de repúdio a essa ação e, obviamente, não devemos votar esta matéria. O SR. MENDONÇA FILHO - Sr. Presidente, uma questão de ordem! O SR. MORONI TORGAN - Questão de ordem, Sr. Presidente! O SR. VANDERLEI MACRIS - Questão de ordem! O SR. SILVIO COSTA - Sr. Presidente, questão de ordem! O SR. ONYX LORENZONI - Sr. Presidente, eu pedi a palavra a V.Exa. há tempo! O SR. SILVIO COSTA - V.Exa. ia me conceder uma questão de ordem! 161 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Concedo a palavra ao nobre Deputado Mendonça Filho, para uma Comunicação de Liderança, pelo Democratas. O SR. MENDONÇA FILHO (DEM. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, eu estava falando agora ao celular com o Senador da República, José Agripino Maia, que me informou, por telefone, que se encontram ele e a comitiva de Parlamentares brasileiros no aeroporto de Caracas, na Venezuela, sitiados, sem poderem embarcar de volta ao Brasil. Eles viveram uma verdadeira arapuca, porque receberam o comunicado do Ministério da Defesa brasileiro de que o Governo venezuelano autorizaria o pouso da aeronave da FAB no aeroporto de Caracas. Infelizmente, ao desembarcar no aeroporto de Caracas, a comitiva de Parlamentares brasileiros ficou impedida de sair do aeroporto. A van que transportaria os Parlamentares para fazer a visita àqueles perseguidos pelo Governo bolivariano do Sr. Maduro, ditador da Venezuela, foi apedrejada, e eles estão literalmente sitiados. Eu pergunto a este Plenário da Câmara dos Deputados: nós ficaremos passivos diante desse fato? (Manifestação no plenário.) Nós ficaremos calados, como permanece calada a Presidente da República, Dilma Rousseff, conivente com as arbitrariedades, conivente com o abuso de autoridade, conivente com o autoritarismo, conivente com todo tipo de agressão aos direitos humanos, à liberdade de expressão, à liberdade de ir e vir? Isso é inaceitável! O Governo brasileiro tem referendado, como fez recentemente a Presidente Dilma Rousseff, todas as arbitrariedades praticadas pelo Governo venezuelano. 162 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 Há pouco eu falava com o Senador Agripino Maia. Eu quero pedir ao Líder do Governo nesta Casa, Deputado José Guimarães, e ao Presidente da Câmara dos Deputados, Deputado Eduardo Cunha, que façam contato imediato — suspenda esta sessão! — com a Presidente Dilma. Não é contato com o Ministro da Defesa! Não é contato com o Ministro das Relações Exteriores! É contato direto com a Presidente da República para perguntar se ela ficará passiva, se ela ficará calada diante da agressão a Senadores brasileiros que estão sitiados no aeroporto de Caracas. Eu acho que a providência a ser tomada neste instante, Sr. Presidente, é a suspensão da sessão, para que o Parlamento brasileiro receba um comunicado da Presidente Dilma Rousseff e ela diga ao Brasil se é conivente com essas arbitrariedades do Governo ditador do Sr. Maduro, ou vai proteger a democracia brasileira e os Parlamentares brasileiros que representam o nosso povo, em defesa da liberdade do povo venezuelano! (Manifestação no plenário.) O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Deputado Mendonça Filho, esta Presidência, e obviamente esta Casa, não concorda com nenhum tipo de agressão ou com qualquer natureza de retaliação a qualquer brasileiro que esteja verificando a situação da Venezuela. Nós mesmos aprovamos uma Comissão Externa nesta Casa que até hoje não conseguiu dar curso ao seu cumprimento. Eu mesmo fiz gestão direta, na semana passada, junto ao Presidente da Assembleia da Venezuela, para que recebesse os brasileiros de forma adequada, como tem que ser. Os Senadores, assim, foram. Eu não estou conhecendo a situação. Obviamente, eu vou entrar em contato com o Senador Renan Calheiros, Presidente 163 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 do Senado, porque se trata de Senadores. A ação originária será, obviamente, dele, mas é claro que nós vamos nos associar a qualquer tipo de reação. V.Exas. podem apresentar moção de repúdio. Eu a submeto à votação, sem nenhum problema. Eu acho que a Casa deverá manifestar-se. Agora, para que nos manifestemos, vamos tomar ciência do processo. Vamos seguir a sessão da forma combinada e vamos fazer os gestos políticos que têm que ser feitos. Não me cabe prender o Parlamento inteiro aqui para impedir a sessão. A forma de expressar o repúdio é até pela própria sessão. Não é isso que nos vai fazer impedi-la. Então, a sessão vai prosseguir e eu vou tomar conhecimento da situação. Eu não vou impedir a sessão de continuar. Vou seguir o Regimento rigorosamente. (Manifestação no plenário.) 164 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Concedo a palavra ao Deputado Nilson Leitão, para uma Comunicação de Liderança, pelo PSDB. O SR. NILSON LEITÃO (PSDB-MT. Como Líder. Sem revisão do orador.) Sr. Presidente, Srs. Deputados, eu não posso concordar em apenas continuar a sessão. Eu vou iniciar de trás para frente. Eu quero convidar os Deputados tucanos, eu quero convidar os Deputados de oposição e aqueles que defendem a Pátria brasileira, que não aceitam isso contra qualquer cidadão brasileiro, para irmos agora ao Ministério das Relações Exteriores cobrar do Ministro aquilo que o Embaixador brasileiro não está fazendo lá neste momento. Eles estão lá ilhados. Fecharam o aeroporto, apedrejaram uma van com oito Senadores do Brasil. Não interessa as siglas de que eles são, mas o PSDB, acima de tudo, e o DEM têm lá os seus Presidentes de partido. Não há como continuar esta sessão com uma situação dessas: um país que recebe com tapete vermelho a Presidente da República do Brasil e tem uma relação de coirmã com a Presidente Dilma tratar desse jeito a Oposição brasileira, numa forma clara de repúdio à crítica que fazemos e fizemos à Venezuela. Os brasileiros não podem se calar diante disso. Não há como, Presidente Eduardo Cunha, nós ficarmos aqui apenas tocando uma sessão, para discutir a reoneração dos empresários e das empresas brasileiras, enquanto brasileiros estão sendo mais do que hostilizados. Eles foram sequestrados, ilhados na Venezuela. Esta Câmara Federal tem a obrigação de ir ao Ministério das Relações Exteriores. Lá estão o Senador Ricardo Ferraço, do PMDB; José Medeiros, do PPS; Aécio Neves, Aloysio Nunes Ferreira e Cássio Cunha Lima, do PSDB; Ronaldo 165 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 Caiado e José Agripino, do DEM. Essas oito autoridades respeitadas do Brasil estão sendo tratadas como bandidos na Venezuela. Esta Câmara tem que se posicionar agora, neste momento, porque sabemos que o que estão fazendo lá é, sim, um repúdio do Governo brasileiro à Oposição brasileira, o que às vezes não tem coragem de fazer aqui e está fazendo em terras venezuelanas. Não vamos admitir isso e vamos agora, sim, partir para o Ministério das Relações Exteriores e exigir do Líder do Governo que tome uma posição neste momento. Não é um problema do Senado, é um problema do Brasil. É um brasileiro que está lá. Se fosse um cidadão simples, se fosse um professor, se fosse um pedreiro, se fosse um comerciante, se fosse um estudante, nós teríamos que tomar a mesma atitude, paralisar a sessão aqui e ir lá mostrar que a Venezuela não é a matriz do Brasil, que a Venezuela não pode ser um puxadinho do Brasil! Conclamo o Presidente Eduardo Cunha para que nos ajude. Lá, estão ilhados, e não é brincadeira o que está acontecendo. O Maduro não respeita a Oposição brasileira. O Maduro atende, sim, as vontades do Presidente Lula, da Presidente Dilma e do PT brasileiro. Nós temos que tomar uma atitude através desta Casa. Não é a primeira vez, não é a segunda. Se fazem o que fazem com líderes da Venezuela, imaginem o que vão fazer com brasileiros, por quem eles não têm nenhum sentimento de nacionalidade. Peço ao Presidente Eduardo Cunha que suspenda a sessão, sim, que nos ajude a ir até o Ministério das Relações Exteriores, que telefone para a Presidente Dilma, que faça com que ela tenha a dignidade, a hombridade, a nacionalidade de 166 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 ligar para o Presidente Maduro e pedir a ele que dê proteção, segurança aos brasileiros que estão lá, ao contrário de atacar com os seus soldadinhos, bancados de alguma forma, que estão lá agora. A Presidente Dilma tem que se posicionar para o Brasil diante desse fato, não pode se esconder, não pode se acovardar, não pode armar contra a Oposição brasileira em solo venezuelano. Peço, Sr. Presidente, encarecidamente, que não jogue esse problema apenas para o Senado. Eles não respeitam os brasileiros. Lá está uma aeronave oficial do Brasil, lá estão oito autoridades eleitas por este País, representantes natos da Oposição brasileira, um deles combateu e concorreu com a Presidente Dilma. Há mais do que obrigação de fazer com que o Governo brasileiro tenha altivez e garanta a segurança desses brasileiros que estão lá. Independentemente do que acontecer, pode V.Exa. dar falta aos Deputados, pode fazer o que quiser, mas o PSDB vai se retirar de plenário em repúdio à Venezuela. (Manifestação no plenário.) O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Um momento! Vamos manter a ordem no plenário. Eu vou conceder a palavra a quem regimentalmente tem o direito de tê-la: o Deputado José Guimarães, Líder do Governo, que a pediu como Líder. O SR. DANILO FORTE - Peço a palavra para uma questão ordem, com base no art. 96. O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Não cabe questão de ordem com base no art. 96, porque é reclamação. O SR. LUIZ CARLOS HAULY - A responsabilidade é da Presidente Dilma! 167 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Quero comunicar que falei com o Presidente Renan Calheiros, que já está tomando as providências. Ele não só está emitindo nota, mas também já procurou a Presidência da República. Ele está em cima do assunto há mais tempo do que todos nós e me informando. Acabei de solicitar também uma ligação para o Chanceler, a fim de tomar a informação correta e repassá-la ao Plenário. O SR. LUIZ CARLOS HAULY - Chame o Embaixador aqui, Sr. Presidente! 168 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Concedo a palavra ao Deputado José Guimarães, para uma Comunicação de Liderança, pelo Governo. O SR. JOSÉ GUIMARÃES (PT-CE. Como Líder. Sem revisão do orador.) Sr. Presidente, quero informar à Oposição e ao Plenário as providências que o Governo brasileiro já tomou na linha do que V.Exa. acaba de informar. Primeiramente, é fato que houve o episódio; o Itamaraty já foi acionado. O Governo brasileiro, evidentemente, está tomando todas as providências em face do ocorrido, nos seguintes termos: garantir a integridade física e o direito de ir e vir da delegação brasileira. Caros Deputados da Oposição, o Governo brasileiro respeita V.Exas., e muito. Não venham dizer que ele não respeita a Oposição no Brasil! O Itamaraty já está tomando todas as providências. Está sendo acionada a nossa Embaixada na Venezuela, para que seja preservado o direito de ir e vir e o retorno da delegação brasileira. O Itamaraty já está em comum acordo com a Embaixada do Brasil na Venezuela, para solucionar o problema. A Presidenta Dilma Rousseff já está acionando o Governo da Venezuela. Nosso Governo não vai aceitar qualquer ação do Governo da Venezuela que possa comprometer o direito de ir e vir dos Líderes da Oposição que estão na Venezuela. Portanto, está resolvido. Vamos tocar adiante. Eu me comprometo, Deputado Rubens Bueno, diante do que disse o Presidente, a ultimar todas as providências para garantir o direito sagrado da delegação brasileira. Portanto, não tenho o que fazer, além do que o Itamaraty já está fazendo. O Governo brasileiro está agindo. Isso é muito importante. 169 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 O SR. ONYX LORENZONI (DEM-RS. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, eu falei com o Senador Caiado. O Embaixador brasileiro abandou a delegação brasileira, Sr. Presidente! O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Um momento! Eu estou falando com o Chanceler. O Ministro das Relações Exteriores está me dando as informações pelo telefone. O SR. ONYX LORENZONI - Isso é grave, Sr. Presidente! O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Eu vou informar. Calma, por favor! O SR. ONYX LORENZONI - Como calma?! A esta hora, 1 hora da tarde, Sr. Presidente!... O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Estou buscando informação. O SR. ONYX LORENZONI - Sr. Presidente Eduardo Cunha, à 1 hora da tarde, o Embaixador brasileiro recebeu a delegação no pátio do aeroporto, e, depois, a abandou! O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Deputado Onyx, eu estou tentando responder a V.Exa. Eu estou cobrando explicações ao Itamaraty. O SR. ONYX LORENZONI - O que aconteceu, ocorreu porque o Embaixador brasileiro abandou a comitiva de Senadores. O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Eu estou cobrando aqui, para responder a V.Exa. O SR. ONYX LORENZONI - E a resposta é que o Itamaraty vai cuidar disso agora?! Por que não cuidou quando os oito Senadores pisaram em solo venezuelano? 170 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Eu estou cobrando aqui, para responder a V.Exa., para saber se é isso ou não é. Deputado Onyx Lorenzoni, a informação que o Chancelar está me dando está diferente. Deixe-me ouvir a informação completa, que eu vou repassá-la. O SR. ONYX LORENZONI - Ou o Chanceler está mal-informado ou está mentindo, Sr. Presidente. 171 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Como o Deputado Sibá Machado tinha pedido a palavra como Líder, concedo a palavra a S.Exa. O SR. SIBÁ MACHADO (PT-AC. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, o Chanceler Mauro Vieira fez o seguinte esclarecimento: a delegação saiu do aeroporto, com toda a infraestrutura que o Governo brasileiro cedeu através do Embaixador. No caminho havia um engarrafamento. Eu não conheço lá, mas dizem que há a subida de uma montanha, onde houve um engarrafamento. E, no engarrafamento, aconteceu o episódio da agressão. Imediatamente, o Embaixador acionou a segurança do Governo venezuelano, que prestou segurança à comitiva. O Embaixador disse... O Ministro acabou de falar com o Senador Aloysio Nunes, que presta essas informações. (Manifestação no plenário.) Eu queria que V.Exas. prestassem atenção! Por favor! A SRA. JANDIRA FEGHALI - O Presidente está ouvindo o Chanceler pelo telefone. Calma! O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Vou suspender a sessão por 5 minutos, para que eu possa obter as informações e informar ao Plenário. Senão, continuará um bate-boca que não tem razão. Está suspensa a sessão por 5 minutos. (A sessão é suspensa.) 172 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Está reaberta a sessão. Eu vou passar a palavra, para que fale como Líder, ao Deputado Rubens Bueno. Mas, antes, quero relatar a conversa que tive com o Chanceler Mauro Vieira acerca do episódio, na sua integralidade. Ele acabou de ser chamado pela Presidenta da República para debaterem o que se vai fazer. Sobre o que eu solicitei dele, ele alega que efetivamente o Governo brasileiro autorizou o transporte da delegação através de avião da Força Aérea Brasileira. Em lá chegando, com proteção policial dada pelo Governo venezuelano, foi feito o deslocamento da delegação. O Embaixador recebeu a delegação, deslocou-se no seu carro, enquanto a delegação deslocou-se num micro-ônibus alugado pela Embaixada brasileira na Venezuela. Numa parte de um engarrafamento, havia militantes de qualquer natureza — não dá para fazer prejulgamento — que tentaram agredir o ônibus, e a proteção policial funcionou para impedir qualquer desdobramento de natureza mais grave, o que foi reconhecido, segundo o Chanceler, pelo próprio Senador Aloysio Nunes Ferreira, que estava na delegação. É claro que um episódio dessa natureza provoca tensão. E a delegação decidiu retornar ao aeroporto. A delegação está voltando ao aeroporto para poder retornar ao Brasil, com proteção policial aumentada. Essa é a versão do fato transmitida pelo Ministro das Relações Exteriores. O que nós solicitamos dele é que nós queremos uma posição do Governo oficial, emitida em nota, acerca do episódio, e a garantia da integridade dos brasileiros que lá estão, em especial dos Srs. Senadores. O SR. NILSON LEITÃO - Sr. Presidente, pela ordem. 173 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Vou passar a palavra... O SR. NILSON LEITÃO (PSDB-MT. Pela ordem. Sem revisão do orador.) Sr. Presidente, eu acabei de falar com o Senador Aloysio Nunes. E quero aqui deixar muito clara a versão do Senador Aloysio Nunes. Eles chegaram ao aeroporto com o avião da FAB e foram recebidos pelo Embaixador. Havia lá alguns policiais venezuelanos que lhes informaram que não se poderia chegar a Caracas porque estavam trancadas todas as vias devido ao transporte de alguns criminosos bolivianos. Por isso, as vias até Caracas estavam fechadas. Mas eles tentariam da mesma forma. Com isso, andaram 1 quilômetro com a van. E, nesse 1 quilômetro, viram que estava realmente trancada a via que dá acesso a Caracas. Nesse acesso, havia uns duzentos manifestantes organizados, bem numa encruzilhada. Daí, começaram a apedrejar e também a espancar essa van. O Embaixador não estava junto. A polícia venezuelana... O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - O Embaixador estava no carro dele, trafegando. Esta é a informação. O SR. NILSON LEITÃO - Daí, a polícia venezuelana mandou-a de volta, ajudou a que essa van voltasse ao aeroporto. E o Embaixador informou aos Senadores que não acompanharia os Senadores... O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Ao local. O SR. NILSON LEITÃO - ...até o presídio. O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Isso é verdade. O SR. NILSON LEITÃO - Talvez por ter outro compromisso. Deveria ser algo muito mais... 174 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Não. Não é isso, não. Está muito clara a posição do Chanceler com relação a isso. O Embaixador não acompanhou porque não era uma visita ao presídio pelo Governo brasileiro. O SR. NILSON LEITÃO - Eu só quero concluir. O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Então, para deixar claro: ele disse que o Embaixador estava lá para dar assistência e acompanhar a delegação. E que não estaria indo ao presídio porque não era uma missão do Governo brasileiro. O Governo brasileiro não estava indo ao presídio. O SR. NILSON LEITÃO - Está bom. Tudo bem. Eu só quero concluir. O SR. ONYX LORENZONI - Mas ele representa o Estado brasileiro... O SR. NILSON LEITÃO - Eu só quero concluir. O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - O Embaixador não estava acompanhando ao presídio. Estava no carro, seguindo a delegação. Esta é a informação. Eu não estou debatendo nem justificando, nem concordando nem discordando. O SR. PAUDERNEY AVELINO - Sr. Presidente, o Senador Agripino acaba de informar que o Embaixador desertou, sumiu! O SR. NILSON LEITÃO - Sr. Presidente, mantenha-me a palavra, por favor! O SR. PAUDERNEY AVELINO - O Embaixador não está lá. Eles estão sitiados na porta do aeroporto! O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Não, não. O Embaixador... Não é verdade. Ele não está no micro-ônibus. O SR. PAUDERNEY AVELINO - Acabamos de falar com o Senador Agripino. O SR. NILSON LEITÃO - Só quero concluir. 175 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Para concluir, Deputado Nilson Leitão. Depois, Deputado Rubens Bueno. O SR. NILSON LEITÃO - Eu só quero concluir, dizendo o seguinte. Já faz 3 horas, e a informação e a boa educação do Senador Aloysio Nunes são no sentido de que o Embaixador está tentando convencer o Governo venezuelano de aumentar a proteção, para que eles possam se deslocar até o presídio. Eu só quero informar a V.Exa. que a informação de que o Embaixador não poderia ir até o presídio é absurda. Ele é Embaixador e está lá para atender a brasileiros. A SRA. JANDIRA FEGHALI - Pela ordem, Sr. Presidente. O SR. NILSON LEITÃO - Se fosse um Senador de outro partido, talvez atendesse. Fica clara a falta de estrutura e a falta de atenção do Governo brasileiro, que, independente da situação, deveria tê-los acompanhado, pois são Senadores brasileiros. Acontece isso em qualquer viagem internacional. Em qualquer viagem internacional ocorre isso. O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Não, ele estava apenas acompanhando. Ele não iria... O SR. NILSON LEITÃO - Não, não. Estava junto. O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Ele estava acompanhando. Ele estava no carro dele. Segundo o Chanceler, ele está no carro dele. O SR. NILSON LEITÃO - Não, está junto. O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Ele está em contato com o Chanceler todo o tempo. 176 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 A SRA. JANDIRA FEGHALI - Sr. Presidente, pela ordem. O SR. DANILO FORTE - Sr. Presidente, pela ordem. O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Só um minutinho, Danilo, porque está ainda com a palavra, como Líder, o Deputado Nilson Leitão. O SR. NILSON LEITÃO - Só gostaria de rever a posição oficial do Ministro das Relações Exteriores e também da Presidente Dilma Rousseff. O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Eu solicitei uma posição oficial do Governo brasileiro. O SR. NILSON LEITÃO - Vou solicitar a presença do Embaixador da Venezuela no Congresso Nacional, para nos dar explicações sobre o assunto. A Embaixada venezuelana é próxima. Se quiser que ela esteja aqui em poucos minutos, convoque-a, convide o Embaixador da Venezuela... O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Eu não tenho esse poder. O SR. NILSON LEITÃO - ...pela boa relação comercial que o Governo brasileiro tem com a Venezuela — apenas o Governo. O Embaixador já deveria estar aqui, informando. O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Deputado, deixe o Deputado Rubens Bueno, que já está na tribuna, falar como Líder, que já havia pedido a palavra. 177 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Com a palavra o Deputado Rubens Bueno, como Líder. O SR. RUBENS BUENO (PPS-PR. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, na verdade, naquele momento, nós estávamos encaminhando com o Presidente Eduardo Cunha e com os Líderes de bancada um procedimento para votarmos esse projeto de lei do Governo, que tem urgência constitucional, que trata das desonerações. Fechamos o encaminhamento do procedimento. E eis que surge um telefonema, e, desse telefonema, temos oito Senadores brasileiros sequestrados no aeroporto de Caracas — sequestrados no aeroporto de Caracas! — pela polícia bolivariana, os mesmos bolivarianos que querem impor ao Brasil o mesmo sistema. Lá estão sequestrados Senadores do povo brasileiro! São oito Senadores! E um deles foi candidato a Presidente da República que somou mais de 50 milhões de votos e que, se hoje fosse candidato, somaria mais de 80% dos votos. É o povo brasileiro que está sequestrado em Caracas! O Parlamento brasileiro tem que dar uma resposta à altura! O Brasil não pode concordar em estar numa mesma associação de países, no caso o MERCOSUL, com um país como a Venezuela. A Venezuela não pode pertencer ao MERCOSUL porque não é um país democrático. Cláusula do MERCOSUL garante toda manifestação, o direito de ir e vir, o que a Venezuela não está garantindo, pelo ditador Maduro e pelas polícias bolivarianas. Isso não tem nada a ver com o povo venezuelano, que está tutelado, sendo perseguido e aterrorizado pela ditadura do Sr. Maduro. 178 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 Mais grave ainda é nós termos lá Líderes de oposição presos que não cometeram nenhum crime, a não ser o de usar o direito de se expressar na oposição. Há mais de ano estão presos, sem julgamento, sem direito a visitas, sem direito a tomar sol. Esse é o Governo da ditadura de Maduro, de quem o Governo brasileiro passa a ser o principal cúmplice! Daí, Sr. Presidente Eduardo Cunha, estou aqui não em nome dos Senadores, mas especialmente em nome do Senador José Medeiros, do PPS de Mato Grosso, que está lá sequestrado juntamente com Aécio Neves e os outros Senadores. Quero dizer a V.Exa. que nada mais há o que se fazer. Agora cabe suspender esta sessão e convocar os Líderes para as decisões que, serenamente, esta Casa tem o dever de tomar. 179 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 O SR. DANILO FORTE - Questão de ordem, Sr. Presidente. Já estou pedindo há algum tempo, por favor! O SR. ANTONIO IMBASSAHY (PSDB-BA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Pela ordem, Sr. Presidente. Sr. Presidente Eduardo Cunha, primeiro, quero reconhecer os cuidados que V.Exa. tem tido na condução dos trabalhos nesta Câmara, e também neste momento, que é um momento grave da vida brasileira, até porque são Senadores da República os que agora estão num país que tem relações amistosas com o Brasil, a Venezuela, mas que estão passando por um momento de grave dificuldade. Eu queria sugerir a V.Exa. que compusesse um pequeno grupo de Deputados, que se deslocaria neste momento até o Itamaraty, para que, em audiência com o Ministro das Relações Exteriores, tomasse conhecimento do que está se passando e assegurasse o contato que os Senadores desejarem fazer da Venezuela. É o que eu gostaria de sugerir a V.Exa., que tem conduzido aqui os trabalhos com maestria. Tenho a notícia agora de que o Senador Renan Calheiros também está nessa mesma direção. Isso é fundamental para que se preserve a ação de Parlamentares brasileiros que querem defender direitos humanos na Venezuela. Neste momento, Sr. Presidente, eu gostaria bastante de ouvir V.Exa. A SRA. JANDIRA FEGHALI - Pela ordem, Presidente. O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Peço um minutinho, Deputada. Conclua, Deputado. O SR. ANTONIO IMBASSAHY - Sugiro que suspendamos a sessão, se V.Exa. assim acolher. 180 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Veja bem, Deputado Antonio Imbassahy, eu vou fazer isso. Vou constituir aqui uma comissão de plenário e pedir ao Chanceler que a receba, embora saibamos que teremos que aguardar um pouco, porque S.Exa. foi chamado pela Presidenta para tratar do problema inclusive da possibilidade de se colocar o Governo. Eu acho melhor que se constitua uma comissão. Acho que isso é o correto. A moção, se esta chegar, eu votarei, não há nenhum problema. O problema é só que eu entendo que a melhor maneira para debatermos o assunto, e até para denunciar qualquer tipo de coisa, é mantendo o Parlamento aberto e em funcionamento. Eu não vou fechar o Parlamento, suspender a sessão. Aqui está o microfone que V.Exas. estão usando para pedir isso; não vão usá-lo em seus gabinetes. O SR. ANTONIO IMBASSAHY - Sim, Sr. Presidente. O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Então, nós vamos continuar. Ao mesmo tempo em que tratamos disso, vamos continuar, seguindo a pauta. Se votarmos alguma coisa ou não votarmos nada, isso é outro problema. Se a sessão for encerrada e ficarmos só no debate, não há problema, mas o Parlamento vai funcionar, até para que tudo seja devidamente cobrado e a informação correta seja trazida a todos os senhores. (Palmas.) Quanto à comissão, vou solicitar... (Manifestações no plenário.) O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Mas eu acho melhor dois partidos de Oposição e dois do Governo, com quatro Parlamentares: um do PSDB, um do Democratas, um Deputado do PT e um Deputado do PMDB, que são os maiores — ou do Solidariedade, caso se abra mão. Que tenhamos um Deputado de cada 181 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 partido, para haver representatividade. Peço ao PSDB que indique um nome, ao Democratas que indique outro nome, ao PT que indique um nome, e ao PMDB que indique outro nome. Vão quatro Deputados para lá, e quem mais queira acompanhálos. Não há problema algum. (Pausa.) A comissão está constituída. A moção, eu vou submetê-la a voto para mostrar a manifestação de repúdio do Parlamento. Só não sei os termos... O SR. ANTONIO IMBASSAHY - Presidente Eduardo Cunha! O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Pois não. O SR. ANTONIO IMBASSAHY - Faço apenas uma solicitação adicional a V.Exa.: continue diligenciando esse contato agora da comissão com o Ministro das Relações Exteriores. O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Enquanto a comitiva se desloca para lá, eu falarei com S.Exa. e pedirei que a receba. O SR. GLAUBER BRAGA (PSB-RJ. Pela ordem. Sem revisão do orador.) Presidente, há o teor da moção? O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Eu estou lendo a moção. Chegou aqui agora. Ao Deputado Rogério Rosso, que apresentou um requerimento para convocação do Ministro das Relações Exteriores, digo que não acho apropriado neste momento. O Ministro está, com toda a altivez, informando e se dispondo a esclarecer. Se necessário for, na próxima sessão, nós até o faríamos, mas eu não vejo... Até porque eu acho que, pela postura do Ministro, S.Exa. virá naturalmente, 182 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 espontaneamente. Não há necessidade de causar um constrangimento por um requerimento de convocação. A SRA. JANDIRA FEGHALI - Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem. O SR. MARCOS MONTES (PSD-MG. Pela ordem. Sem revisão do orador.) Sr. Presidente, peço a palavra para falar pelo PSD, em nome do Deputado Rogério Rosso. Primeiro, essa posição de convocação é respeitosa e nós queríamos que fosse analisada. E eu queria complementar dizendo, Sr. Presidente, com todo o respeito ao Líder que falou aqui em partido de base e partido de oposição, que essa não é uma questão de partido de base ou de oposição; é uma questão de dignidade do Parlamento brasileiro, independentemente de partido. (Palmas.) Por isso, o PSD comunga dessa posição de repúdio às ações contra os Senadores brasileiros. Obrigado, Sr. Presidente. A SRA. JANDIRA FEGHALI - Peço a palavra pela ordem, Presidente. O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Eu vou dar a palavra à Deputada Jandira Feghali. Antes, contudo, digo que não vou submeter hoje a votos a convocação por uma razão muito simples: nós estamos constituindo uma comissão para ir até o Ministro, por isso eu não vou convocá-lo para vir ao plenário. Ou, então, eu não constituiria comissão. É contraditório. Se efetivamente for preciso — nós todos teremos tempo para conhecer os episódios corretos —, faremos isso, não tenham a menor dúvida. 183 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 Quanto à moção de repúdio, não, porque é uma posição do Parlamento à agressão. Eu não me incomodarei de submetê-lo a votos. (Palmas.) Com a palavra a Deputada Jandira Feghali. A SRA. JANDIRA FEGHALI (PCdoB-RJ. Pela ordem. Sem revisão da oradora.) - Sr. Presidente, quero apenas reforçar o encaminhamento. Houve aqui um embate. É claro que todos nós defendemos a integridade e o direito de ir e vir dos Parlamentares brasileiros, mas, se foi tomada a decisão de mandar uma comissão, nem a convocação nem a moção podem ser votadas antes que esses Deputados voltem. (Apupos no plenário.) É a minha proposta, com licença! Eu não vou votar a moção sem a informação precisa. O SR. DOMINGOS SÁVIO - É um absurdo! A moção é imediata. Quem não quiser votar, não vote! A SRA. JANDIRA FEGHALI - Eu sei, acalmem-se e me deixem falar. Se puderem ouvir, eu agradeço. Eu estou com a mesma opinião de que nós temos que defender os nossos Senadores. O que eu estou dizendo é que o Presidente da Câmara deu uma informação vinda do Chanceler. Os Parlamentares, não satisfeitos com essa informação, querem ir ao Chanceler para buscar mais informações. Diante das informações, haverá o conteúdo da moção. Sem todas as informações, com meia informação, não dá para votar a moção. Se os Parlamentares forem lá, na volta, com as informações, compõe-se a moção e vota-se o que for necessário. Eu acho ruim votar antes das informações. 184 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Veja bem, as informações que vão ser buscadas, Deputada Jandira, são para o contexto completo do processo, para que se tenha a posição do Governo brasileiro. O fato da agressão a brasileiros é um fato que, independente da apuração de culpados ou não, de omissão ou não, exige do Parlamento uma posição de repúdio. Ninguém precisa se associar. O que eu vou pedir é que seja um texto... (Manifestação no plenário: Faça nominal!) Não, mas não é isso. O que eu vou pedir é que seja um texto que reflita a posição que possa ter o Parlamento. Não é nem nominal, não; é a posição do Parlamento. E a posição do Parlamento é contra a agressão, é não permitir que a delegação brasileira... A SRA. JANDIRA FEGHALI - Presidente, se for um repúdio à agressão, não há nenhum problema. O SR. DOMINGOS SÁVIO - Sr. Presidente! O SR. LUIZ CARLOS HAULY - Presidente, por gentileza, quem fala a V.Exa. é o Deputado Luiz Carlos Hauly, ex-Presidente do Parlamento das Américas e exPresidente da Comissão de Relações Exteriores. O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Pois não, Deputado Luiz Carlos Hauly. Peço um momento, por favor. A SRA. JANDIRA FEGHALI - Sr. Presidente, se for um repúdio à agressão, não há nenhum problema. O problema é o conjunto do conteúdo, que eu quero ouvir. O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - O repúdio à agressão vai ser uma posição do Parlamento ao fato que está ocorrendo. E o que eu vou pedir aos Deputados que apresentaram aqui os textos, tanto ao Deputado Mendonça Filho 185 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 quanto ao Deputado Nilson Leitão, é que efetivamente seja um texto que possa consensualmente significar uma posição de Parlamento e não somente a divergência política que possa existir. Somente isso. A SRA. JANDIRA FEGHALI - É isso, Sr. Presidente, tudo bem. O SR. LUIZ CARLOS HAULY - Presidente, para colaborar, por gentileza. (Manifestação no plenário.) O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Será uma postura do Parlamento. A SRA. JANDIRA FEGHALI - Enquanto a moção é redigida, vamos para a pauta, Presidente. O SR. DOMINGOS SÁVIO (PSDB-MG. Pela ordem. Sem revisão do orador.) Sr. Presidente, ao propor a moção quando usava a tribuna, eu o fiz consciente de que o fato já ocorreu. Os Senadores não só foram impedidos de cumprir a sua missão como também foram agredidos e estão sitiados. Isso é um fato concreto! O que nós vamos fazer, com uma comissão muito bem conduzida por V.Exa., é verificar quais as providências a Embaixada brasileira e o Ministério das Relações Exteriores estão tomando para proteger a integridade dos nossos concidadãos e legítimos representantes do povo brasileiro, e, obviamente, saber da atitude da Presidente da República, que deve defender a soberania nacional e não se submeter à conveniência ideológica. A soberania nacional está acima de um posicionamento ideológico. O Brasil não pertence a uma ideologia ou a um partido. O Brasil é de todos os brasileiros. Assim, deve ser respeitado pelos venezuelanos, ainda que não gostem da ação daqueles que foram lá em defesa de direitos humanos. 186 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 Os nossos Senadores foram lá na defesa de direitos humanos, e é bom que façamos hoje a moção que eu tive a iniciativa de propor quando soube do fato. O SR. LUIZ CARLOS HAULY (PSDB-PR. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, se hoje eu for ao Paraguai, à Argentina ou ao Uruguai, basta levar a carteira de identidade para entrar nesses países. Eu vou e volto. Eles fazem parte do MERCOSUL, e a Venezuela também. Portanto, não há que haver exigências especiais. Não há que haver esse tipo de animosidade. O Brasil colabora com o Governo venezuelano. O Brasil tem sido parceiro da Venezuela. É inaceitável a conduta do Governo venezuelano e a omissão do Governo brasileiro em ser mais preciso. O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Pois não, Deputado Hauly, veja bem... O SR. LUIZ CARLOS HAULY - Eu quero dizer a V.Exa. que o Governo brasileiro e o Congresso Nacional altivo... V.Exa. está honrando o Parlamento neste momento. Faça-o com dureza! Não seja mole! (Manifestação no plenário.) O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Deputado, eu fiz um apelo aos que apresentaram a moção. Eu retirei partes do texto da moção para evitar a politização do processo. Tanto o Líder Mendonça Filho como o Líder Nilson Leitão, que apresentaram textos, concordaram com a supressão. Então, a moção de repúdio, proposta final ficaria: “Senhor Presidente, Requeiro a Vossa Excelência, nos termos regimentais, ouvido o Plenário, que seja registrado nos Anais desta Casa e publicado nos órgãos de 187 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 comunicação do Congresso moção de repúdio ao tratamento que a comitiva de Senadores brasileiros em missão oficial à Venezuela está recebendo. Os Senadores foram em missão humanitária para verificar a situação de presos e estão sendo covardemente agredidos.” O SR. SILVIO COSTA - Sr. Presidente! O SR. GLAUBER BRAGA - Sr. Presidente, eu quero me inscrever. O SR. SILVIO COSTA - Sr. Presidente, eu pedi uma questão de ordem há 1 hora! O SR. JOSÉ GUIMARÃES - Vamos votar, Sr. Presidente, há acordo. Vamos encaminhar a votação de moção! O SR. SILVIO COSTA - Sr. Presidente, V.Exa. vai me dar a questão de ordem? O SR. DANILO FORTE (Bloco/PMDB-CE. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - A moção está dirigida a quem, Sr. Presidente? O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - A moção é a publicação nos Anais. O SR. DANILO FORTE - É só colocar nos Anais? Não vai ser encaminhada para ninguém? O SR. SILVIO COSTA - Questão de ordem, Sr. Presidente! O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Pode ser encaminhada. O SR. GLAUBER BRAGA - Para falar contra, Sr. Presidente! O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Um momento! O SR. JOSÉ GUIMARÃES (PT-CE. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Há concordância, Sr. Presidente, há concordância. 188 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Há concordância com a moção? O SR. JOSÉ GUIMARÃES - Há concordância. Portanto, se há interesse de enfrentar o problema, vamos ao texto que V.Exa. está apresentando. Vamos encerrar essa discussão e votar à mensagem, Sr. Presidente! O SR. DANILO FORTE - Sr. Presidente, a moção tem que ser dirigida a alguém. O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - O Deputado Nilson Leitão é o primeiro signatário do texto, para mostrar que estamos todos debatendo no Parlamento. O SR. DANILO FORTE - Sr. Presidente, a moção tem que ser dirigida a alguém, senão é só um registro que nós estamos fazendo. O SR. SILVIO COSTA - Sr. Presidente, eu quero fazer uma questão de ordem! O SR. DANILO FORTE - Uma coisa é registro, outra coisa é moção. Moção tem que ser dirigida a alguém. O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Qual é a questão, Deputado Silvio Costa? Vamos ouvir o Deputado Silvio Costa. O SR. SILVIO COSTA - Sr. Presidente, calma, é baseada no art. 96. O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Isso é reclamação, Deputado! O SR. SILVIO COSTA - É uma reclamação que eu quero fazer a V.Exa. O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Mas não cabe questão de ordem... O SR. SILVIO COSTA - Eu quero ajudar V.Exa.! Vou fazer! 189 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - V.Exa. não invoca o Regimento, nunca usou. O SR. SILVIO COSTA - V.Exa. usou uma frase no Estadão hoje, escrita pela jornalista Daiane Cardoso, no mínimo, politicamente incorreta. O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Eu não usei a frase. O SR. SILVIO COSTA - V.Exa. disse que segurava o quórum no bolso. V.Exa. deve, no mínimo, desculpas a esta Casa, porque “no bolso” tem várias interpretações. Então, peça desculpas! O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - A frase publicada não corresponde à frase por mim proferida. O SR. NELSON MARQUEZELLI - Vamos votar! O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Com a palavra o Deputado Raul Jungmann, para um esclarecimento que S.Exa. quer dar e, então, eu vou votar a moção. O SR. VANDERLEI MACRIS - Sr. Presidente, eu quero me inscrever para discutir a moção. O SR. NELSON MARQUEZELLI - Vamos votar! Chega de rolo, vamos votar! Vamos votar, chega, isso já cansou! O SR. RAUL JUNGMANN (PPS-PE. Pela ordem. Sem revisão do orador.) Sr. Presidente, Eduardo Cunha, como Coordenador da missão pela Câmara, eu queria dar um informe à Casa, por favor. V.Exa. me permite? Sras. e Srs. Deputados, na qualidade de Coordenador da Comissão Externa, decidida por este Plenário, nós deveríamos estar agora na Venezuela. A Comissão Externa desta Câmara só não está na Venezuela, ao lado dos Srs. Senadores, só 190 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 não embarcou hoje pela manhã porque o Ministro da Defesa não fez a troca de aeronave para que nós pudéssemos compartilhar da missão do Senado. É bom lembrar que esta Casa, há 2 meses e meio, vem lutando para ir até à Venezuela para exercer um direito, que é uma prerrogativa do MERCOSUL, do Protocolo de Ushuaia, e também do convite da Oposição. É importante dizer esse fato, porque nós vamos à Venezuela! O SR. NELSON MARQUEZELLI - A próxima viagem vai ser para a Síria! O SR. RAUL JUNGMANN - Sr. Presidente, a Câmara vai à Venezuela. Há um convite da Oposição. Após o recesso, nós estaremos na Venezuela, e queremos pedir garantias ao Governo brasileiro de que não se repitam esses fatos; de que nós não passemos por esse ultraje, de que nós não sejamos agredidos, de que nós não sejamos desrespeitados; de que a nossa integridade física e diplomática será respeitada. É uma decisão deste Plenário. Se nós não fomos lá até agora foi porque foi delongada essa agenda por parte do Itamaraty e do Governo da Venezuela. Nós não obtivemos aeronave por parte do Ministério da Defesa. E, ontem à noite, em contato com o Ministério da Defesa e com os Senadores que tinham boa vontade, não foi feita a troca da aeronave. É por isso que nós não estamos lá hoje, mas estaremos após o recesso, e eu quero pedir ao Presidente desta Casa e ao Presidente do Congresso Nacional, quero pedir ao Ministro das Relações Exteriores a garantia da integridade da Comissão de Deputados que estará, após o recesso, a convite da Oposição, em Caracas, na Venezuela. Era isso o que tinha a dizer, Sr. Presidente. Muito obrigado. O SR. NELSON MARQUEZELLI - Turismo! Deixa o Serra lá! 191 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 O SR. RAUL JUNGMANN - Nós vamos a Caracas, disso podem ter certeza! O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Deputado, eu já disse aqui que, semana passada, eu recebi o Presidente da Assembleia da Venezuela e, já naquele momento, foi estabelecida a preparação para que recebessem a Câmara dos Deputados. Então, já havia sido tratado esse assunto. Infelizmente, talvez agora não tenha acontecido o mesmo e os Senadores foram sem ter tido previamente a marcação, mas eu já estava tratando de marcar para que a Comissão da Câmara lá estivesse. O SR. VANDERLEI MACRIS - Estou inscrito para falar, Sr. Presidente? O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Para falar contra a moção, concedo a palavra ao Deputado Glauber Braga. O SR. GLAUBER BRAGA (PSB-RJ. Pela ordem. Sem revisão do orador.) Sr. Presidente, eu quero dialogar com as informações que eu tenho. Por enquanto, eu só tive dois tipos de informação para tomar qualquer decisão em relação a essa questão: o depoimento de V.Exa. e o Twitter do Senador Caiado. Olhem, eu não vou tomar uma decisão baseada única e exclusivamente em informação do Twitter do Senador Caiado, com todo o respeito humano que eu possa ter por S.Exa., mas com as diferenças ideológicas que são claras. V.Exa. acabou de afirmar ao microfone que teve contato com a representação brasileira e que a resposta dada foi a de que o Governo venezuelano garantiu o processo, inclusive com proteção policial aos representantes brasileiros que lá se deslocavam. Não fui eu que disse isso, foi V.Exa. que acabou de pronunciar essa decisão ou essa informação pelo microfone da Câmara. 192 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 Desculpem-me. A mim não importa se essa moção vai gerar desgaste “x” ou desgaste “y”. O que baseia aqui a minha fala são as minhas convicções. Não é de hoje que esse processo de disputa com países da América do Sul — Venezuela, Bolívia e Equador — é palco de disputa política dentro desta Casa! Com todo o respeito que eu tenho ao Deputado Mendonça Filho, já cansei de ver aqui moção de repúdio a governos de países da América do Sul para fazer a disputa política local. Pessoalmente, enquanto não tiver informações precisas sobre o assunto, não vou aqui repudiar algo sobre o que não tenho convicção de que aconteceu. Assumo um compromisso: se amanhã ficar caracterizado um processo de violência, seja pela Venezuela, pela Bolívia, pelos Estados Unidos, pela Colômbia, contra a liberdade de qualquer Parlamentar brasileiro, eu vou votar a favor da moção. Agora, não faço o jogo político. Entendo os Parlamentares que não querem dar continuidade a essa discussão, por considerarem que ela não seja profícua. Entendo e respeito. Mas eu, pessoalmente, não vou basear meu processo de decisão no Twitter do Senador Ronaldo Caiado. Respeito pessoalmente o Senador, como respeito qualquer ser humano. Ideológica e politicamente, as posições de S.Exa. sempre foram de combate ideológico, político, à Venezuela, à Bolívia, ao Equador, ao Uruguai e aos outros países da América Latina, com uma posição mais próxima a Washington, nos Estados Unidos. Respeito, mas não é a minha posição. E exatamente por não ser a minha posição, enquanto eu não tiver informações precisas sobre o que aconteceu, não vou emprestar, por enquanto, meu nome a essa moção. 193 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 Mais uma vez, assumo o compromisso: se ficar comprovado que agressões aconteceram, voto “sim”. Enquanto não houver informações, eu não voto. O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Para falar a favor da moção, Deputado Mendonça Filho, em seguida, Deputado Arthur Virgílio Bisneto, como Líder. O SR. CAIO NARCIO (PSDB-MG. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, independentemente da ideologia que tenha cada Deputado, cada um a favor de um país ou não, são brasileiros que foram apedrejados. O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Deputado Caio Narcio, por gentileza. Com a palavra o Deputado Mendonça Filho. O SR. MENDONÇA FILHO (DEM-PE. Pela ordem. Sem revisão do orador.) Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, com todo o respeito, eu lamento muito a posição do Deputado Glauber Braga, porque essa não é uma posição partidária, essa não é uma posição ideológica. Eu tenho respeito por todos os Parlamentares, independentemente de ser ideologicamente identificado com a minha pessoa ou não. Conceitos e situações que envolvem, por exemplo, direitos humanos não têm ideologia. Direitos humanos são direitos humanos, independentemente do ponto de vista ideológico que se possa abraçar na causa política. E é evidente, Deputado Glauber Braga, que a sua posição é equivocada. Eu não estou falando aqui em nome do Senador José Agripino Maia, que está na comitiva; eu não estou falando em nome do Senador Aécio Neves, que está na comitiva; eu não estou falando em nome do Senador Sérgio Petecão, que não é do 194 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 meu partido e está na comitiva; eu não estou falando em nome do Senador Ricardo Ferraço, que é do PMDB e está na comitiva. Todos são Parlamentares brasileiros. Se V.Exa. estivesse na comitiva, teria, da minha pessoa, o mesmo tratamento. Se V.Exa. estivesse entrando em qualquer país do mundo que não fosse a Venezuela, representando o Parlamento brasileiro, sendo um cidadão brasileiro, pode ter certeza de que eu subiria a esta tribuna para defender sua integridade física, seu direito de ir e vir, seu direito de livremente se expressar, porque esses são direitos consagrados universalmente. Não enxergar no histórico do Governo venezuelano as atitudes autoritárias, ditatoriais, bolivarianas pelo sentido do mal é, sinceramente, não enxergar a realidade. Eu não estou tratando aqui de luta política e ideológica; eu estou defendendo preceitos democráticos, independentemente de partidos políticos. Enalteço a posição da Deputada Jandira Feghali, enalteço a posição do Deputado Orlando Silva, enalteço a posição do Líder do Governo, José Guimarães, que usou o microfone para apoiar a moção, porque os Parlamentares que lá estão, Deputado Glauber, não estão representando nenhum partido político, nenhum segmento político; estão representando o Parlamento brasileiro, a sociedade e o povo brasileiro. Desta maneira, vamos defender esses conceitos democráticos de liberdade de expressão, de ir e vir, que infelizmente foram retirados de forma arbitrária por uma operação que está clara e que teve no mínimo a conivência do Governo venezuelano. 195 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 Este Parlamento tem a obrigação de se manifestar. Então, peço a aprovação pela esmagadora maioria, e, se possível, pelo convencimento de V.Exa., pela totalidade dos membros deste Parlamento brasileiro. O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Concedo a palavra ao Deputado Arthur Virgílio Bisneto. (Pausa.) Com a palavra o Deputado Jutahy Junior. O SR. JUTAHY JUNIOR (PSDB-BA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) Presidente, eu acabei de falar com o Senador Aloysio Nunes Ferreira, que está no Aeroporto de Caracas. Ele me informou o que já é de conhecimento público: as vias para o presídio estavam fechadas. Ele tentou ir pela via expressa, com os demais Senadores, e essa via foi bloqueada por manifestações organizadas de militantes pró-Governo da Venezuela, do Presidente Maduro. Então, do que nós precisamos neste momento é de uma posição firme do Governo brasileiro, condenando essas atitudes. Essa posição inclusive possibilitará que os Senadores cheguem ao presídio, porque eles vão tentar novamente, e isso é muito importante. O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Minha pergunta a V.Exa. é a seguinte: a integridade dos Senadores está preservada? O SR. JUTAHY JUNIOR - Sim. Está preservada. O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Há proteção policial a eles? O SR. JUTAHY JUNIOR - Há proteção. O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - O.k. O SR. JUTAHY JUNIOR - Mas existe a necessidade de uma manifestação do Governo brasileiro para fazer com que esta ação seja cumprida. 196 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Eu já solicitei isso. Vamos fazer politicamente a nossa parte com bom senso. O SR. PAUDERNEY AVELINO - Presidente! Presidente, quero apenas 1 minuto para dizer... A SRA. JANDIRA FEGHALI - Vamos para a pauta, Presidente! Já são 17h30min. O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Vou votar a moção e vou votar a pauta. Com a palavra o Deputado Arthur Virgílio Bisneto. O SR. PAUDERNEY AVELINO - Presidente, conversei agora com o Presidente José Agripino... O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Tudo bem, Deputado Pauderney Avelino. Deixe-me dar a palavra regimentalmente a quem solicitou agora, senão fica todo mundo dizendo que... Eu permiti que comunicassem o momento presente, mas eu não posso deixar todo mundo falar aqui, senão nós vamos ficar só nesse processo de quem fala ao telefone. O SR. PAUDERNEY AVELINO - É apenas para dizer que estão tentando uma via para chegar... O SR. ORLANDO SILVA - Isso, Presidente! Vamos votar a moção, Presidente! O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Isso. Já se falou disso agora. 197 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Com a palavra, para uma Comunicação de Liderança, pela Minoria, o Deputado Arthur Virgílio Bisneto. O SR. ARTHUR VIRGÍLIO BISNETO (PSDB-AM. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, hoje, nós estamos ouvindo relatos de momentos difíceis pelos quais Parlamentares brasileiros, Senadores Federais, estão passando na Venezuela. Algo tem que ficar claro neste Plenário, Deputado Glauber Braga: multidão só se junta quando há alguém para unir essas pessoas em torno de algo. Eu não acredito em tanta coincidência assim. Não acredito que 200 manifestantes estejam, por acaso, no caminho da delegação brasileira, que foi à Venezuela em missão para visitar presos políticos que estão sendo maltratados e foram detidos arbitrariamente. O fato é que a intervenção dos manifestantes aconteceu. O fato é que os nossos Senadores da República tiveram seu veículo agredido naquele momento, Deputado Glauber Braga. É fundamental e respeitoso que esta Casa esqueça um pouco suas cores políticas e seu direcionamento ideológico. Se um Deputado de algum partido de esquerda, que defende essas ditaduras, estivesse entrando, por exemplo, nos Estados Unidos, e um agente da imigração olhasse feio para ele, eu duvido que não houvesse escândalo neste Plenário. Eu duvido que não houvesse escândalo, repito. Haveria, porque é fácil gritar; difícil é compreender que, acima das posições partidárias e políticas dos Senadores que estão na Venezuela, houve agressão, houve um conluio de pessoas que agrediram e apedrejaram um carro oficial com Senadores brasileiros. Estranha-me o posicionamento do Governo Federal. Relembro, neste momento, o caso — é bem claro o que vou dizer — da execução dos brasileiros na 198 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 Indonésia. Existe um gesto muito claro de repúdio de um governo quando chama de volta para o seu país, para explicações, o seu Embaixador em determinada localidade. A Presidente Dilma Rousseff o fez quando foram executados os brasileiros na Indonésia. Com certeza, alguém do Governo Federal está nos ouvindo. Presidente Dilma, chame o Embaixador brasileiro na Venezuela! Demonstre repúdio! Seja clara em relação à posição democrática do Brasil! Não deixe que atitudes como essa marquem, manchem, mais uma vez, as relações exteriores que o Brasil erroneamente pratica durante o seu Governo, assim como praticou no Governo Lula. Em vez de buscar parceiros econômicos, democracias, o Brasil se envolve com Sudão, se envolve com Venezuela, com Bolívia, se envolve com o Irã. Esse é o resultado dessa política externa brasileira, que pouco faz pela economia e muito pouco se faz respeitar no mundo, na ONU, pelas suas posições, que não são corretas. Presidente Dilma, eu, da mesma forma, repudiei a execução dos traficantes brasileiros na Indonésia. Neste caso, não são traficantes, são Senadores da República. Neste caso, tem que haver uma medida enérgica do seu Governo, que é o Governo da maior Pátria da América Latina, é o Governo com a maior economia da América Latina. O seu silêncio, o silêncio do seu Governo neste momento nos leva a entender que a camaradagem, a parceria, a parceirada talvez seja mais importante do que o respeito ao direito, ao dever e às condições dos Senadores brasileiros que foram à Venezuela averiguar um caso gravíssimo. Sr. Presidente Eduardo Cunha, eu gostaria de parabenizar V.Exa. pela atitude de, na mesma hora, ligar para o Ministro das Relações Exteriores. Gostaria de 199 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 parabenizar o Deputado Nilson Leitão, ao lado dos Líderes de oposição, que apresentaram uma moção de repúdio ao fato ocorrido. Se, Deputado Glauber Braga, não está tudo elucidado para V.Exa., bastam as informações que vieram. Nós temos que repudiar qualquer tipo de agressão. Se V.Exa. fosse agredido em qualquer país, V.Exa. me teria nesta tribuna, neste momento, defendendo-o. São Senadores brasileiros. Esquerda brasileira, esqueça o seu lado ideológico, vote a favor desta moção de repúdio, pelo respeito que os nossos Senadores, o nosso Parlamento e o nosso País merecem diante do mundo, ainda mais diante de uma republiqueta ditatorial como a do Sr. Nicolás Maduro. Muito obrigado. 200 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Vou submeter a moção à votação. O SR. NILSON LEITÃO - Sr. Presidente... O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Vou submeter a moção à votação. Podemos votá-la simbolicamente, ou alguém deseja fazer orientação de bancada? O SR. NILSON LEITÃO - Simbolicamente. O SR. ORLANDO SILVA - Sr. Presidente... O SR. CHICO ALENCAR - A orientação do PSOL... O SR. VANDERLEI MACRIS (PSDB-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, eu quero saber se há inscrição de minha parte quanto a essa moção. O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Já foi insculpida a inscrição, Deputado Macris. O SR. VANDERLEI MACRIS - Sr. Presidente... O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Eu não posso... Todos gostariam de falar, e eu gostaria que todos falassem, mas, infelizmente, tenho que cumprir... O SR. ORLANDO SILVA - Vote, Sr. Presidente! O SR. VANDERLEI MACRIS - Eu fui o primeiro a me inscrever, Sr. Presidente. O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Só que o autor do requerimento tem preferência regimental. A SRA. JANDIRA FEGHALI - Vamos votar, Sr. Presidente! O SR. VANDERLEI MACRIS - Mas vários Deputados falaram, apesar de a minha inscrição ter sido a primeira, Sr. Presidente. A SRA. JANDIRA FEGHALI - Vamos votar, Sr. Presidente! 201 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - V.Exa. tem uma informação para conceder? O SR. VANDERLEI MACRIS - Eu só gostaria que V.Exa., na próxima vez, procurasse respeitar a ordem das inscrições... O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Mas o autor do requerimento... Não, eu respeitei. O SR. VANDERLEI MACRIS - ...se V.Exa. defende o Regimento, como diz sempre. O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Deputado, o Regimento determina que falem o autor e mais um. O autor quis falar. O SR. VANDERLEI MACRIS - O “mais um” fui eu, que me inscrevi, Sr. Presidente. O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - O “mais um” já tinha falado, Deputado. O SR. VANDERLEI MACRIS - Não é verdade. O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - O “mais um” foi o Deputado Glauber Braga, que tinha falado contrariamente. A SRA. JANDIRA FEGHALI - Vamos votar, Sr. Presidente! O SR. VANDERLEI MACRIS - Sr. Presidente, eu peço o testemunho do Sr. Silvio Avelino. O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - O Deputado Glauber já tinha falado. O SR. VANDERLEI MACRIS - Sr. Presidente, não é verdade! Eu peço o testemunho do Sr. Silvio. 202 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Então o Deputado Glauber não falou. Está bem! O SR. VANDERLEI MACRIS - Eu peço o testemunho do Sr. Silvio. Eu fui o primeiro a me inscrever, Sr. Presidente! O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - O Deputado Glauber foi o primeiro, e o fez ao microfone. O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Passa-se à orientação de bancada. Como vota o PSOL quanto à moção de repúdio? O SR. CHICO ALENCAR (PSOL-RJ. Pela ordem. Sem revisão do orador.) Sr. Presidente, o PSOL, por deliberação partidária, tem um enorme respeito pelo processo da chamada Revolução Bolivariana, o que não significa apoio incondicional a nenhum país e, muito menos, interferência na vida daquele país. O que nós tivemos aqui, e parece que isso é absolutamente fidedigno, com comprovação oficial — entendo e valorizo as preocupações do Deputado Glauber Braga —, é que essa comitiva de Senadores brasileiros sofreu uma manifestação de origem que ninguém pode aqui precisar, e houve algumas pedras na van que eles ocupavam. E eles, por decisão própria, retornaram ao aeroporto. A moção do Parlamento, que invoca o respeito a Parlamentares, está enxuta, não acusa governo, nem leniência de embaixador, nem nada. Ela fala apenas do respeito devido a uma comitiva parlamentar. Sr. Presidente, nesse sentido, a moção do Parlamento diz que os Parlamentares, em missão no exterior, devem ser bem acolhidos e bem tratados. Inclusive, todos testemunharam que a polícia venezuelana lhes deu a proteção adequada. 203 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 Nós comungamos dessa moção. O SR. NILSON LEITÃO - Sr. Presidente... O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Como vota o PPS? O SR. ROBERTO FREIRE (PPS-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) Sr. Presidente, eu queria trazer aqui uma lembrança, porque estou vendo muitos que lutaram conosco contra a ditadura brasileira. Naquela época, sofríamos restrições e achávamos importante quando qualquer autoridade internacional protestava contra os abusos e as arbitrariedades que internamente eram cometidas no País. Eu estou vendo muitos que estavam conosco na Frente Democrática e que resistiram à ditadura. Aprendi muito. Temos toda a nossa história vinculada ao Movimento Comunista Internacional. Defendíamos a ditadura do proletariado. Aprendemos na prática, na vivência, aqui no Brasil, lutando contra uma ditadura que torturava, matava e exilava cidadãos brasileiros. Não podemos imaginar que ele, porque é um ditador que tem alguma semelhança com uma ideologia qualquer, receba de Parlamentar que lutou contra a ditadura brasileira nenhum beneplácito. Tem que ser combatida qualquer ditadura. E a moção deve ser, inclusive, mais dura do que está. O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Como vota o PMDB, Deputado Carlos Marun? O SR. CARLOS MARUN (Bloco/PMDB-MS. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - O PMDB, Sr. Presidente, entende que a nota não faz juízo antecipado de valor, mas, diante da realidade e diante da evidência da existência da agressão, repudia de forma veemente o ocorrido. 204 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 Então o PMDB vota “sim”, a favor da moção, e faz um apelo no sentido de que seja de todas as formas garantida a integridade física dos Senadores que, em missão oficial, estão hoje na Venezuela sofrendo esse constrangimento. O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Alguém mais quer orientar a bancada? O PT quer orientar a bancada? (Pausa.) Como vota o PSDB? O SR. VANDERLEI MACRIS (PSDB-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, o PSDB vota favoravelmente à moção. Essa posição do PSDB se dá exatamente num momento dramático da vida democrática do País. Quando um movimento organizado na Venezuela agride Senadores brasileiros, que, como quaisquer outros cidadãos brasileiros, devem ser defendidos por este Parlamento, pratica uma ação na direção contrária à democracia naquele país. E, se não tomarmos providência, será uma vergonha para o Brasil. Este Parlamento, com esta moção, dá uma demonstração clara de repúdio ao ocorrido. Presidentes de partidos, Senadores brasileiros estão sendo agredidos na Venezuela. Por isso, a posição do PSDB é favorável à moção. E, mais do que isso, como integrante do Parlamento Latino-americano, acabo de fazer contato com o Senador Flexa Ribeiro, e faremos uma moção de repúdio também na primeira reunião do Parlamento Latino-Americano, que será realizada em agosto. 205 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 Esta é a posição do PSDB: a favor da moção de repúdio à agressão sofrida pelos brasileiros na Venezuela. Muito obrigado. O SR. PAUDERNEY AVELINO - Sr. Presidente... O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Como vota o Bloco PRB? (Pausa.) O SR. PAUDERNEY AVELINO - Sr. Presidente, o Democratas... O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Eu vou chamar na ordem, por favor. Como vota o PSD? (Pausa.) Como vota o Bloco PRB? O SR. CELSO RUSSOMANNO (Bloco/PRB-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, os Parlamentares da Venezuela, durante todas as reuniões em que se discutia a introdução desse país no MERCOSUL, garantiram que os países integrantes do bloco poderiam fiscalizar o exercício da democracia dentro daquele país. E foi nessas condições que este Parlamentar, hoje Líder do PRB e do Bloco, endossou e votou favorável à participação da Venezuela no MERCOSUL. Sr. Presidente, nós pensávamos que poderíamos fiscalizar o exercício da democracia, mas logo em seguida já não vimos mais isso, porque a Oposição daquele país declarava não ir às eleições para a garantia da democracia. O que nós vimos foi a Oposição se retirar das eleições da Venezuela, não participar do pleito, e a eleição aconteceu só com membros simpáticos ao Governo. Daí para frente, Sr. Presidente, nós não conseguimos mais fazer com que houvesse, de fato, democracia. Então, o repúdio é bem-vindo, porque a garantia aos Parlamentares brasileiros é o mínimo que aquele país deveria dar. 206 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 Conhecendo como eu conheço aquele país, por várias visitas ao Parlamento Latino-americano e ao MERCOSUL, sei que as coisas acontecem orquestradas lá. Eu não tenho dúvida nenhuma de que essa agressão foi orquestrada para que os Parlamentares brasileiros não tivessem êxito no que foram fazer lá. Portanto, nós somos favoráveis à moção. O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Como vota o PSD? O SR. ROGÉRIO ROSSO (PSD-DF. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - O PSD, Sr. Presidente, se solidariza, como quase todos os partidos desta Casa, com os Senadores pelo fato que ocorreu. Nós também temos um Parlamentar junto à comitiva, o nosso Senador Sérgio Petecão, do PSD do Acre. Reitero que a convocação do Ministro se faz necessária, mas de forma respeitosa — somos um partido da base do Governo. Quando se fala em convocação de Ministro, sempre se pensa ser uma coisa pejorativa ou negativa. Muito pelo contrário! Sr. Presidente, nós já estamos há 1 hora e meia, com toda a razão, discutindo um tema que hoje deixou o Parlamento com a missão de defender não só os nossos políticos que lá estão, mas a soberania do povo brasileiro. Portando, o PSD, com toda a convicção, mantendo a convocação do Ministro das Relações Exteriores, vota “sim”, Sr. Presidente. O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Como vota o PR? O SR. MAURÍCIO QUINTELLA LESSA (PR-AL. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, a Venezuela é um país vizinho com o qual o Brasil mantém relações diplomáticas e relações comerciais, já que participa com o Brasil de um bloco comercial. Ou seja, nós temos toda a legitimidade do mundo para fiscalizar e 207 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 procurar saber se a Venezuela é um país que tem estabilidade democrática, estabilidade econômica e respeita os seus vizinhos. É inadmissível que Senadores brasileiros — ou qualquer cidadão brasileiro — que estejam lá numa missão sofram qualquer tipo de agressão. Nenhum brasileiro, muito menos o Parlamento brasileiro, pode concordar com os procedimentos que estamos acompanhando na Venezuela. Não se pode concordar com isso. Portanto, o PR apoia a moção que hoje se apresenta na Câmara e manifesta toda solidariedade aos Senadores que se encontram naquele país. Esperamos que eles concluam a sua missão, que voltem ao Brasil, que façam o relato de seu trabalho e que obviamente os nossos diplomatas também deem suas explicações. Por isso, o PR vota “sim”, Sr. Presidente. O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Como vota o PSB? O SR. RODRIGO MARTINS (PSB-PI. Pela ordem. Sem revisão do orador.) Sr. Presidente, o PSB entende que todos os Senadores lá representam também o povo brasileiro e se solidariza com todos os Senadores que estão na comitiva. Também entendemos que isso poderia acontecer com qualquer um de nós, inclusive Deputados. Então, nós lamentamos esse triste episódio e votamos “sim”. O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Como vota o Democratas? O SR. PAUDERNEY AVELINO (DEM-AM. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, é fato notório que a Venezuela é uma ditadura disfarçada numa tênue democracia, mas o que mais nos causa espécie é a leniência do Governo brasileiro para com essa ditadura de esquerda na América do Sul. Como representantes do povo brasileiro, não podemos admitir uma agressão a um cidadão brasileiro, a qualquer cidadão brasileiro, muito menos aos oito 208 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 Senadores da República brasileira que foram à Venezuela prestar solidariedade e ver as condições em que se encontram presos políticos — Prefeitos, Deputados, Senadores — de uma ditadura que manda prender e, depois, não quer saber o que vai acontecer. Aqui recebemos as esposas desses políticos. Motivados por essas senhoras, os Senadores brasileiros foram até a Venezuela prestar solidariedade e dizer que o Parlamento brasileiro não concorda com a atitude do Governo brasileiro, que o povo brasileiro não concorda com essa atitude. Prestamos nossa solidariedade, portanto, aos Senadores que foram numa missão política, mas, sobretudo, numa missão humanitária. Por isso, o nosso voto é “sim”, em repúdio tanto a essa atitude do Governo venezuelano quanto à omissão do Governo brasileiro. O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Como vota o PDT? O SR. ANDRÉ FIGUEIREDO (PDT-CE. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, nós temos absoluta compreensão de que a moção, da maneira como foi enxugada, será aprovada por unanimidade na Casa. Queríamos apenas ressaltar que não cabe a nós, Parlamentares brasileiros, ficar chamando repúblicas vizinhas ou qualquer outro país do mundo de republiquetas. Nós temos que ter respeito pelo povo venezuelano, temos que ter respeito pelo povo sudanês, pelo povo boliviano, por todos os povos do nosso planeta. Afinal, o Brasil também é de uma região injustamente situada e economicamente desprivilegiada. 209 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 Assim como fizemos na reunião do BRICS, devemos ser solidários com os países que veem no Brasil um exemplo de democracia que tem vontade de crescer e de ter a vanguarda. Sr. Presidente, com todo o respeito por quem utilizou o termo “republiqueta”, peço que não o utilize mais. O termo correto é República da Venezuela. Podemos até ter divergência com o governo que lá está, mas a República da Venezuela merece ser respeitada. Os povos latino-americanos precisam ser respeitados, principalmente por nós, que vivemos em uma democracia, que podemos questionar governos, mas absolutamente não podemos questionar a democracia em que vivemos. Se queremos democracia para os outros povos amigos e irmãos da nossa América Latina, precisamos respeitar esses países. Sr. Presidente, o PDT vota “sim”. O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Como vota o Solidariedade? O SR. ZÉ SILVA (SD-MG. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, nós sabemos que os atos e os gestos humanitários, assim como os atos de tirania, não têm fronteiras. Neste Parlamento nós não poderíamos colocar, em nenhum momento, as diferenças das trincheiras democráticas em que nós militamos acima dos interesses do povo brasileiro. São Senadores da República que estão indo prestar um gesto de solidariedade, porque o mundo hoje não admite mais ditadura nem qualquer ato que vá contra as pessoas e que não seja humanitário. Por isso, o nosso partido — o nome já diz, com toda a legitimidade, que é o Solidariedade — quer ser solidário aos Senadores e a qualquer brasileiro que 210 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 atravessar as nossas fronteiras, principalmente se estiver num ato de paz em favor de presos políticos — prisão política não se pode mais admitir no século XXI. Eu pude ver, Presidente, a habilidade de V.Exa. para que esta moção não afrontasse nenhum interesse nem fosse de encontro à democracia e à convivência harmônica entre os povos. Eu acho que nós temos que estar em vigília para garantir que o povo brasileiro tenha a voz forte em defesa da democracia e da nossa solidariedade. Por isso o Solidariedade vota “sim”, Sr. Presidente. O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Como vota o PCdoB? A SRA. JANDIRA FEGHALI (PCdoB-RJ. Pela ordem. Sem revisão da oradora.) - Sr. Presidente, todos nós sabemos qual é a luta político-ideológica que está estabelecida aqui. Todos nós sabemos o pensamento e a forma como cada um encara a relação política dos Estados, a autonomia dos povos e como nos relacionamos com a luta política de outros países. Todo mundo aqui sabe. Até aqui, eu acho a informação sobre esse caso extremamente nebulosa. Não sei se a visita foi marcada, se não foi marcada, se o país chamado Venezuela sabia da visita. Eu não tenho informações de como o processo se deu. O que importa é que não devemos nos imiscuir numa situação de conflagração e de luta política aguda como a que há hoje na Venezuela. Eu fico pensando em visitar uma cadeia norte-americana sem avisar. Eu quero ver como seremos recebidos nos Estados Unidos. No entanto, Sr. Presidente, trata-se — e a nossa posição em relação a isso é muito clara — de uma moção que eu sei já foi desbastada por V.Exa., retirando 211 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 determinados conteúdos. Nela permanece apenas a nossa indignação com a agressão. Como se trata de Parlamentares brasileiros e nós somos do Parlamento brasileiro, o PCdoB concorda em votar a moção, mas isso não retira de nós a nossa demarcação clara de posição em defesa da autonomia da Venezuela para fazer críticas à forma como os Senadores viajaram. Inclusive o Governo brasileiro deu o avião, a polícia venezuelana aguardava os Senadores para proteção, e o Embaixador estava lá. Então, não houve essa agressão aberta, muito menos do Governo brasileiro ou da Chancelaria. Nós votaremos a favor da moção e da integridade dos Parlamentares, mas não concordamos com o viés ideológico de quem propõe essa gritaria e esse repúdio. Então, o PCdoB vota “sim”. O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Como vota o PROS? O SR. DOMINGOS NETO (PROS-CE. Pela ordem. Sem revisão do orador.) Sr. Presidente, a importância da política de direitos humanos para o nosso País é tanta que, conforme o art. 5º, § 3º, da Constituição, todos os tratados de que somos signatários têm tamanho supralegal, podendo até ser equiparados a emendas constitucionais. Como pode o Brasil, que tem esse tipo de dispositivo na sua Constituição e é a maior democracia deste continente, ser omisso em relação aos diversos crimes contra os direitos humanos que ficam claramente expostos pelo governo da Venezuela? 212 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 Não podemos, Sr. Presidente, achar que é só política partidária de A e de B que está colocada nessa questão. V.Exa. disse que entrou em contato com o Presidente da Assembleia de lá para que pudesse receber os Parlamentares. Notadamente, a minha colega Líder, Deputada Jandira Feghali, disse aqui que não houve comunicação. Houve, inclusive, comunicação do Presidente desta Casa. Agora, numa situação como esta, onde diversas foram as restrições, se tentou de tudo para que o Brasil não fizesse esse tipo de movimento. Inclusive, tentou-se desmerecer o movimento feito pelos Senadores, dizendo que eles têm apenas interesse político. Está aqui falando o Líder de um partido que não apoiou o Senador Aécio Neves, que apoiou a Presidente Dilma Rousseff, mas acha que o Brasil não pode ser omisso na sua missão como protagonista da maior democracia da América do Sul. Portanto, somos a favor da moção que hoje está fazendo a Câmara dos Deputados. O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Como vota o PV? O SR. EVANDRO GUSSI (PV-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, vivemos hoje, no Parlamento brasileiro, especialmente na Câmara dos Deputados, um momento de grande altivez em relação a um tema importantíssimo, capaz, inclusive, de construir um profundo consenso para além das divergências políticas, das divergências ideológicas. Deputados, aqui, se ressentem de não ter informações suficientes do que ocorre na Venezuela. Isso acontece porque lá não há imprensa livre. Isso acontece porque lá não há órgãos internacionais de imprensa que poderiam noticiar ao vivo 213 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 casos como esse. Isso é coerente com o regime ditatorial, se não totalitário; inclusive, um totalitarismo coerente com a visão de Estado, de pessoa, que hoje se desenrola na Venezuela. Nós, hoje, dependemos do Twitter para obter informações da Venezuela, porque lá não há imprensa livre nem liberdade, em todas as dimensões da sociabilidade humana. É por isso que dependemos do Twitter. E pobre do Twitter daqui para frente, porque, pelo Twitter, ainda foi avisada essa agressão gratuita. E não há que se falar aqui em questões de autonomia. Um país que quer fazer parte do MERCOSUL se obriga à cláusula democrática. Se há uma conflagração entre aqueles que desejam a liberdade e aqueles que desejam a ditadura do proletariado, não poderia esse país fazer parte do MERCOSUL. Essa que é a verdade. Por isso, Sr. Presidente, o PV, que não é partido do Governo, mas que não é de oposição, um partido independente, se solidariza com essa altiva atitude do Parlamento brasileiro, da Câmara dos Deputados, e vota “sim”. O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Como vota a Minoria? O SR. MORONI TORGAN - Parece que o PT quer se manifestar, Sr. Presidente. O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - O PT, então, por gentileza, Deputado Ságuas Moraes. O SR. SÁGUAS MORAES (PT-MT. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, o PT vota “sim”, mas gostaríamos de deixar claro que, na semana passada, quando nós votamos alguns acordos internacionais aqui, houve muitas 214 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 falas discriminando a Bolívia, discriminando outros países menores e mais pobres, questionando a autonomia de determinados países. Nós entendemos que temos que respeitar a soberania de cada povo, temos que respeitar a diferença de cada povo. Não podemos simplesmente dizer “sim” para os países ricos, mesmo os países totalitários. Há países ricos com regimes totalitários, ainda neste momento, e não vejo nenhum repúdio aqui por parte de alguns membros deste Parlamento. No entanto, quando se trata de países pobres, de países que estão tentando garantir a sua soberania, muitas vezes há preconceito e discriminação nesta Casa. Nós vamos votar “sim” por entender que os Parlamentares foram impedidos, não pelo Governo, mas por uma manifestação — sabe-se lá como foi essa manifestação —, do seu direito de ir e vir. Então, nesse sentido, por entender que os Parlamentares deverão ter o direito de ir e vir, como qualquer cidadão, em qualquer parte do mundo, o PT vota “sim”, Sr. Presidente. O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Como vota a Minoria? O SR. MORONI TORGAN (DEM-CE. Pela ordem. Sem revisão do orador.) Sr. Presidente, outro país rico totalitário que eu conheço é a China. Deve ser isso que estão falando. Quero fazer uma análise profissional, Sr. Presidente, porque acho que não temos o direito de ser amadores. A partir do momento em que um país aceita uma delegação de oito Senadores de outro país, ele faz toda uma inspeção nas vias em que aqueles Senadores vão passar, faz todo um trabalho de informação e contrainformação, 215 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 coloca o devido aparato para dar tranquilidade àquelas autoridades. Isso é o que nós fazemos no Brasil. Inclusive, nunca houve nenhum incidente dessa natureza, por causa disso. Não acredito, Sr. Presidente, que a Venezuela seja tão amadora assim de deixar a delegação brasileira ir direto para o conflito. Profissionalmente, era para eles terem previsto todas as rotas, era para eles terem posto segurança em todas as rotas. Outra coisa inadmissível, que está passando batido aqui: quando um Embaixador está com oito Senadores, não é para o Embaixador ir num carro e os Senadores em outro, não. A principal tarefa do Embaixador é cuidar justamente da incolumidade física daquelas autoridades brasileiras que lá estão. Isso é totalmente inadmissível. Tem que haver uma manifestação de repúdio desta Casa à atitude do Embaixador também. Como é que o carrinho do Embaixador saiu todo bonitinho, enquanto o carro das autoridades foi apedrejado? (Palmas.) Nós não somos ingênuos para não saber que o Exército da Venezuela deveria ter feito uma ação para proteger as autoridades brasileiras. E eles têm conhecimento suficiente. Quando é para cassar aqueles que são de oposição, eles têm competência; para defender os Senadores brasileiros, eles mostraram um amadorismo de dar pena, Sr. Presidente. Por isso, votamos “sim”. O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Como vota o Governo? O SR. JOSÉ GUIMARÃES (PT-CE. Pela ordem. Sem revisão do orador.) Presidente, o Governo vota “sim”. 216 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 Muito rapidamente, quero informar à Oposição e ao Parlamento que, até para o retorno — é bom eles se informarem direito, Deputado Moroni — ao presídio, o Governo brasileiro, via Embaixada, está tentando outro acesso. Portanto, não tentem transformar uma questão que não tem nada a ver com o Governo da Venezuela em uma questão política, para evitar que nós entremos no debate sobre o PL da desoneração. Não tem problema, Sr. Presidente. Até porque seria muito bom que... Vemos tantos Deputados aqui pedindo que haja democracia — e eu respeito muito aqueles que lutaram contra a ditadura —, mas existe muita gente que fica, agora, no microfone, falando em democracia, e que serviu tanto ao regime militar na época da ditadura militar, que ficamos, às vezes, até espantados. Portanto, Sr. Presidente, faço este registro de que os Senadores, os Parlamentares estão sendo protegidos. Não há risco nenhum. Falei com o Deputado Jutahy... (Desligamento automático do microfone.) O SR. JOSÉ GUIMARÃES - Portanto, o Governo brasileiro está garantindo toda a integridade física dos Parlamentares que estão na Venezuela. O Governo vota “sim”, Sr. Presidente. O SR. RUBENS BUENO - Sr. Presidente... O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Tem a palavra o Deputado Rubens Bueno. O SR. RUBENS BUENO (PPS-PR. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, 15 segundos. 217 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 O Presidente do Senado, Renan Calheiros, acaba de emitir uma nota — ele a leu da mesa do Senado — sobre as hostilidades, as intimidações, as ofensas e o apedrejamento do veículo onde estão os Senadores brasileiros. Diz ela: “As democracias verdadeiras não admitem conviver com as manifestações incivilizadas e medievais. Elas precisam ser combatidas energicamente para que não se reproduzam.” Essa é a nota do Senador Renan Calheiros. O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Antes da votação da moção de repúdio, eu vou fazer alguns comunicados à Casa. A sessão, com a sua prorrogação, vai terminar daqui a pouco, e eu não vou prorrogá-la. Nós sabemos das dificuldades da semana que vem, e a Presidência vai manter o compromisso que assumiu com os Líderes do, digamos assim, não cômputo das ausências, da justificativa das ausências dos Parlamentares da Região Nordeste. Porém, a pauta será a normal. Nós vamos, na terça-feira e na quarta-feira, até as 19 horas, conforme compromisso assumido no Colégio de Líderes. Haverá as justificativas das ausências dos Parlamentares da Região Nordeste, aceitas. A partir das 19 horas de quarta-feira, as justificativas já serão... Outras justificativas serão computadas como falta ou não, mas a pauta de trancamento que existe, ou que possa existir no dia, será normal, mesmo na terça-feira, na quarta-feira e na quinta-feira. Então... 218 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 O SR. MENDONÇA FILHO - Sr. Presidente, preciso de uma informação. E na quinta-feira, como é que fica? O SR. AFONSO HAMM - Presidente... O SR. DOMINGOS SÁVIO - Eu não consigo entender... O SR. MENDONÇA FILHO - Eu sou Deputado... O SR. DOMINGOS SÁVIO (PSDB-MG. Pela ordem. Sem revisão do orador.) Eu não consigo entender por que apenas a Região Nordeste. Eu acho até que não deveria ser para ninguém. O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Foi o acordo feito no Colégio de Líderes. O SR. DOMINGOS SÁVIO - Sr. Presidente, eu não consigo entender um acordo que passa por cima de Regimento, de regra, de isonomia. São João é São João de norte a sul! O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Acordo é para isso. Acordo é acordo. Eu vou submeter a moção à votação. O SR. DOMINGOS SÁVIO - Minas Gerais comemora São João. Eu virei trabalhar. Agora, ou esta Casa submete uma regra aos 513 Deputados ou esta não é uma Casa democrática. (Apupos no plenário.) O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Pois não. O.k. V.Exa. reclame com o seu Líder, que fez o acordo. O SR. MENDONÇA FILHO (DEM-PE. Pela ordem. Sem revisão do orador.) Sr. Presidente, eu só queria fazer uma indagação. Com relação à pauta da próxima semana, na terça-feira... 219 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Na quarta-feira e na quinta-feira, o Projeto de Lei nº 863 estará na pauta. O SR. MENDONÇA FILHO - Quarta e quinta... O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Estará na pauta o Projeto nº 863. O SR. RODRIGO MAIA - Sr. Presidente... O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Pois não, Deputado Rodrigo Maia. O SR. RODRIGO MAIA (DEM-RJ. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Os Deputados do Norte também têm festa junina e estão pedindo também que... O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - O acordo do Colégio de Líderes foi para a Região Nordeste. O SR. NILSON LEITÃO - Sr. Presidente... 220 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Em votação a moção de repúdio. 221 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Os Srs. Parlamentares que a aprovam permaneçam como se acham. (Pausa.) APROVADA. (Palmas.) 222 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 O SR. DOMINGOS SÁVIO (PSDB-MG. Pela ordem. Sem revisão do orador.) V.Exa. pode impor aos Líderes, não a mim. E não impõe ao Brasil, não muda o Regimento desta Casa, não tira o princípio de isonomia da Constituição. Não aceito isso! Que fique claro! O SR. ESPERIDIÃO AMIN - Sr. Presidente, só peço a V.Exa. para repetir. Na quarta e na quinta... O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - V.Exa. não aceita, tudo bem. Reclame com seu Líder. O SR. ESPERIDIÃO AMIN - Sr. Presidente, quarta e quinta... O SR. NILSON LEITÃO - Sr. Presidente, o PSDB... O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Deputado Nilson Leitão. O SR. NILSON LEITÃO (PSDB-MT. Pela ordem. Sem revisão do orador.) Eu só quero convidar todas as Lideranças, todos os Deputados para nos acompanhar até o Ministério das Relações Exteriores neste momento. O Presidente Eduardo Cunha já entrou em contato e já está marcado. O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Gostaria de saber quais são os Parlamentares escolhidos por V.Exas. para compor a Comissão; além dos Líderes, é claro. O SR. DOMINGOS SÁVIO (PSDB-MG) - Verificação, Sr. Presidente. O SR. MENDONÇA FILHO (DEM-PE) - Verificação, Presidente. Muitos Deputados aqui querem votar contra a moção. O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Não. Já proclamei o resultado. O SR. CAIO NARCIO - Sr. Presidente, eu queria só manifestar... 223 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Deputado Narcio, um momento, por favor. Não dá... O SR. SILVIO COSTA - Mande para a Venezuela o Domingos. O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Qual é o Parlamentar que vai representar o PSDB? (Pausa.) Nilson Leitão? (Pausa.) O representante oficial. O Líder vai como o quê? (Pausa.) Com a palavra o Deputado Antonio Imbassahy. O SR. ANTONIO IMBASSAHY (PSDB-BA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Quem vai representar é o nosso Líder, Deputado Nilson Leitão. O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Nilson Leitão. Do Democratas quem vai? O SR. MENDONÇA FILHO (DEM-PE. Pela ordem. Sem revisão do orador.) Eu vou, Presidente, com o Deputado Mandetta. O Deputado Mendonça Filho e o Deputado Mandetta. O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Eu estou constituindo a comissão: Nilson Leitão, Mendonça Filho, Arthur Virgílio, como Líder da Minoria... O SR. RODRIGO MAIA (DEM-RJ. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - E o Deputado Glauber, que precisa de mais informações, Presidente. O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Bruno Araújo... O Partido dos Trabalhadores vai mandar quem? (Pausa.) O Partido dos Trabalhadores vai enviar alguém? O SR. SÁGUAS MORAES - Estamos verificando aqui ainda, Sr. Presidente. O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Do PMDB vai o Deputado Osmar Terra... 224 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 O SR. CARLOS MARUN (Bloco/PMDB-MS. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Do PMDB vai o Deputado Osmar Terra. O SR. ROGÉRIO ROSSO (PSD-DF. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - O Senador Petecão, do PSD, estava lá, Sr. Presidente. O SR. RODRIGO MAIA (DEM-RJ. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - O Deputado Glauber precisa de mais informações, Sr. Presidente. O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - O Deputado Zé Silva, do Solidariedade. O SR. SÓSTENES CAVALCANTE (PSD-RJ. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, eu quero sugerir que o PT mande o Deputado Pimenta, que é Presidente da Comissão de Direitos Humanos. Nada mais justo que seja o Deputado Pimenta. O SR. ZÉ GERALDO (PT-PA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - O Deputado Zé Geraldo votou com o seu partido na votação anterior. O SR. NILSON LEITÃO (PSDB-MT. Pela ordem. Sem revisão do orador.) Convido os Deputados do PSDB a nos acompanharem ao Salão Verde. O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - O Deputado Sóstenes, é isso? O SR. ROGÉRIO ROSSO (PSD-DF. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - O Deputado Sóstenes Cavalcante, do PSD. O SR. SÓSTENES CAVALCANTE - Do PSD. O SR. FELIPE MAIA (DEM-RN. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, o Deputado Felipe Maia vai acompanhando o Democratas, se V.Exa. quiser anotar. 225 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 O SR. SÓSTENES CAVALCANTE (PSD-RJ. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Eu quero sugerir o nome do Deputado Pimenta, pelo PT, porque ele é Presidente da Comissão de Direitos Humanos. Acho justíssimo que o Deputado Pimenta venha conosco nessa comitiva. O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - É problema do PT escolher. O PT designou alguém? (Pausa.) O SR. CÉSAR MESSIAS (PSB-AC. Pela ordem. Sem revisão do orador.) Pelo PSB, o Deputado Glauber. O SR. HÉLIO LEITE - Sr. Presidente... O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Oficialmente designado, pode acompanhar. Mas eu vou designar uma comissão. Tem que haver um ato designando. O SR. CÉSAR MESSIAS - O PSB indica o Deputado Glauber. O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - O Deputado Glauber. O.k. O SR. FELIPE MAIA (DEM-RN. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, para acompanhar o Deputado Mandetta e o Deputado Mendonça Filho, o Deputado Felipe Maia vai pedir informações... O SR. NILSON LEITÃO (PSDB-MT. Pela ordem. Sem revisão do orador.) Sr. Presidente, o Líder da Minoria, Bruno Araújo, e o Deputado Imbassahy. O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Deputado, qualquer um pode acompanhar. Oficialmente, a comissão será formada pelos nomes que os partidos estão escolhendo. O SR. FELIPE MAIA - Mas eu irei, porque eu tenho informações de Senadores que estão lá, e eu quero reportar essas informações ao Ministério. 226 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 O SR. NILSON LEITÃO - Sr. Presidente... O SR. GLAUBER BRAGA (PSB-RJ. Pela ordem. Sem revisão do orador.) Eu queria compreender. O meu nome foi indicado para quê? Para falar com a Embaixada? É isso? O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Para acompanhar a comissão ao... O SR. GLAUBER BRAGA - Para falar com o Ministro das Relações Exteriores? O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Isso. O SR. GLAUBER BRAGA - Vou com gosto. O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Pois não. O SR. NILSON LEITÃO - Presidente Eduardo Cunha... O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - O.k.? O PT, se quiser, indica depois. O SR. DOMINGOS NETO (PROS-CE. Pela ordem. Sem revisão do orador.) Sr. Presidente, o PROS indica o Deputado Beto Salame. O SR. NILSON LEITÃO (PSDB-MT. Pela ordem. Sem revisão do orador.) Do PSDB, o Líder Nilson Leitão, o Deputado Imbassahy e o Líder da Minoria, Deputado Bruno Araújo. O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Bruno Araújo. O.k. O SR. ESPERIDIÃO AMIN - O Deputado Bolsonaro quer ir. O SR. LELO COIMBRA - Sr. Presidente... O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Pois não. O SR. LELO COIMBRA (Bloco/PMDB-ES. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Antes de dar como encerrada a sessão, eu queria solicitar que fosse dada 227 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 como lida uma manifestação de parabéns à atitude do Vaticano, que hoje lançou uma encíclica sobre o meio ambiente, com grande repercussão mundial, colocando o Vaticano no cenário da defesa do meio ambiente mundial. PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, utilizo esta tribuna para destacar a postura cada vez mais admirável do Papa Francisco. Na Jornada Mundial da Juventude, ocorrida no Rio de Janeiro, em 2013, Sua Santidade já tinha feito um pedido aos jovens: sejam revolucionários. O Papa nos falou de como o bem-estar coletivo precisa estar acima dos egoísmos pessoais. Agora, o Pontífice chama atenção para um assunto que deveria ser prioridade em todas as agendas atuais, uma problemática multidisciplinar que afeta a todos: o meio ambiente. E não se trata de um problema isolado, de uma região ou de um país. Acredito que o primeiro passo é mudarmos nosso olhar sobre o tema. Falar de meio ambiente não é falar apenas de florestas, nascentes ou preservação da fauna, que são de extrema importância. Mas falar em meio ambiente é, principalmente, falar de nós, seres humanos, que somos, sem sombra de dúvidas, os principais responsáveis pela situação a que chegamos, com um planeta em colapso. Um problema global como esse requer o empenho de um líder global, que seja capaz de impactar e engajar diversas culturas, crenças e raças em prol de um único objetivo: construir um mundo mais justo e sustentável. Amanhã, o Vaticano deve divulgar uma encíclica sobre o meio ambiente, escrita pelo Papa Francisco. O Papa, que vem se tornando um líder global inconfundível, é certeiro em suas colocações. Acusa o homem de ser o principal responsável pelo aquecimento 228 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 do planeta e condena duramente os países mais ricos que resistem em adotar medidas para reduzir as emissões de carbono. Francisco cita a Amazônia como um dos pulmões do planeta e classifica como prioritário o fim da miséria e o desenvolvimento social dos habitantes de países mais pobres. O Pontífice ainda faz duras criticas ao poder econômico e alerta que a escassez de algumas riquezas naturais pode provocar outras guerras. Eu, na qualidade de Vice-Presidente da Comissão de Educação, defendo que temos que avançar na manutenção e ampliação das informações na perspectiva da educação, no âmbito ambiental, econômico e social. Participei ontem, em Vitória, minha cidade, no Espírito Santo, do II Congresso para Cidades Sustentáveis, onde defendi que precisamos focar em soluções e trabalhar a responsabilidade compartilhada entre Governo Federal, Estadual e Municipal e buscar fontes precisas e permanentes de financiamento. Era o que tinha a dizer. O SR. GONZAGA PATRIOTA (PSB-PE. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, eu peço que seja dado como lido o meu pronunciamento. PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, no dia 20 de junho, o Município de Floresta, no Sertão de Pernambuco, comemora o aniversário de sua emancipação política. Essa bela cidade fica distante 433 quilômetros da Capital pernambucana, Recife. A cidade é o ponto de partida do Eixo Leste da Transposição do Rio São Francisco. 229 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 A região era primitivamente ocupada por uma aldeia indígena, catequizada pelas primeiras missões dos jesuítas e capuchinhos franceses. Floresta teve início no século XVIII, nas fazendas Curralinho e Paus Pretos, mas foi na Fazenda Grande, à margem direita do Rio Pajeú, que teve início a povoação de Floresta. Na segunda metade do século XVIII, a fazenda servia de curral temporário para o gado que vinha da Bahia abastecer os engenhos de açúcar pernambucanos. Em torno do oratório particular, erguido em 1777, que viria a ser depois a Capela do Senhor Bom Jesus dos Aflitos, surgiu o povoado de Fazenda Grande. O proprietário da Fazenda Grande e sua esposa, D. Joana de Souza Silveira, doaram suas terras ao Bom Jesus dos Aflitos, em 1778, no cartório de notas da Fazenda Riacho do Navio. A proximidade com os Rios Pajeú, São Francisco e o Riacho do Navio, aliada ao espírito de cristandade, atraiu o povo para o local. Em poucos anos, o povoado de Fazenda Grande foi elevado à categoria de Vila, em 31 de março de 1846, por meio de projeto que se tornou lei — Lei Provincial nº 153 —, apresentado pelo representante de Flores, Município também banhado pelo Rio Pajeú, do qual foi desmembrado. Em 1849, como sanção por sua participação ativa na Revolução Praieira, a Vila da Floresta foi incorporada ao povoado de Tacaratu; contudo, em 1864, o Termo da Comarca foi restaurado. Ainda como vila, Sr. Presidente, e com o advento da República, Floresta teve como primeiro prefeito o Tenente-Coronel Fausto Serafim de Souza Ferraz, que assumiu em 1892. Em 20 de junho de 1907, através da Lei Estadual nº 867, foi elevada à categoria de cidade. Após quatro dias, foi criada a “Sociedade 230 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 Progressista Arborizadora” pelos florestanos João Gomes Barbosa e Alfredo Barros, tendo sido João Gomes Barbosa identificado por Álvaro Ferraz, em seu livro comemorativo do cinquentenário da cidade, como o Pai dos Tamarindos. Em 1897 foi construída a Igreja Matriz, onde hoje é a Catedral do Bom Jesus, e para lá foi transferida a imagem do Padroeiro, ficando a igreja primitiva, monumento de história e de fé, sob o patrocínio de Nossa Senhora do Rosário. Floresta foi sede da Primeira Diocese do Sertão Nordestino, criada em 1910. Compunha-se de 18 paróquias: Exu, Ouricuri, Petrolina, Granito, Leopoldina (atual Parnamirim), Salgueiro, Boa Vista, Cabrobó, Belém do São Francisco, Floresta, Vila Bela (atual Serra Talhada), Belmonte, São José do Egito, Triunfo, Flores, Afogados da Ingazeira, Alagoa de Baixo (atual Sertânia) e Tacaratu. O primeiro bispado sertanejo foi exercido por D. Augusto Álvaro da Silva (Cardeal Primaz da Bahia), de 29 de novembro de 1911 a 8 de setembro de 1915. O Município de Floresta figura proeminentemente no Estado de Pernambuco pela sua liderança no tamanho de seu rebanho de caprinos e ovinos (um dos maiores do País). Floresta também é um dos maiores produtores de tomate e melancia. O clima do Município é o clima semiárido, do tipo Bsh. Os verões são quentes e úmidos. É nesse período que praticamente quase toda a chuva do ano cai. Os invernos são mornos e secos, com a diminuição de chuvas; as mínimas podem chegar a 15ºC. As primaveras são muito quentes e secas, com temperaturas muito altas, que em que algumas ocasiões podem chegar a mais de 41ºC. Segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) e do Laboratório de Meteorologia de Pernambuco (LAMEPE/ITEP), entre 1980 a 2012, a 231 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 temperatura mínima já registrada em Floresta foi de 14,0ºC, ocorrido em julho de 1980. Já a máxima foi de 41,3ºC, observada em novembro de 2007. O maior acumulado de chuva já registrado na cidade em 24 horas foi de 104,0 mm, registrado no dia 8 de dezembro de 2010. O Município, Sr. Presidente, localiza-se na unidade ambiental da depressão sertaneja, com relevo suave a ondulado. A parte mais alta do Município chega a 1.065 metros acima do nível do mar. A vegetação do Município é composta por caatinga hiperxerófila e com trechos de Mata Atlântica. A Reserva Biológica da Serra Negra é a primeira reserva biológica do Brasil, sendo instituída pelo Decreto nº 28.348, de 7 de junho de 1950, com uma área de 1.100 hectares e 5 quilômetros de extensão. A sua natureza exuberante, inclusive com algumas espécies vegetais típicas da Região Amazônica, foi estudada por importantes pesquisadores, entre eles o Prof. Vasconcelos Sobrinho. Segundo o Censo 2013, do IBGE, Floresta possui uma população de 31.088 habitantes, distribuídos numa área de 3.644,168 quilômetros quadrados (sendo o segundo maior Município pernambucano em extensão territorial), tendo, assim, uma densidade demográfica de 8,04 habitantes por quilômetro quadrado. O Poder Executivo do Município é exercido por Rosângela de Moura Maniçoba Novaes Ferraz, do meu partido, o PSB. Segundo dados sobre o Produto Interno Bruto dos Municípios, divulgado pelo IBGE, referente ao ano de 2011, a soma das riquezas produzidas no Município é de 305.239 milhões de reais — 37º maior do Estado, sendo o setor de serviços o mais representativo na economia florestana, somando 209.107 milhões. Já os setores industrial e da agricultura 232 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 representam 36.259 milhões e 16.518 milhões, respectivamente. O PIB per capita do Município é de 10.299,96 mil reais — 16º maior do Estado. A todos os moradores de Floresta e seus dirigentes, meus cumprimentos pela passagem do aniversário de sua emancipação. 233 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 PRONUNCIAMENTOS ENCAMINHADOS À MESA PARA PUBLICAÇÃO O SR. DR. JORGE SILVA (PROS-ES. Pronunciamento encaminhado pelo orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, a violência é um dos maiores problemas do Brasil, mas os números mostram que ela não atinge toda a população igualmente. Por esse motivo é que foi instalada, em março, a CPI da Violência contra Jovens Negros e Pobres: são eles as vítimas mais frequentes de homicídios, segundo todas as estatísticas. De acordo com um estudo da UNICEF, que analisou 190 países, publicado no ano passado, o Brasil, em 2012, ficou em segundo lugar em número de vítimas de homicídio menores de 20 anos. Foram aproximadamente 11 mil crianças e adolescentes mortos naquele ano no Brasil, número inferior apenas ao da Nigéria, onde se chegou a 13 mil vítimas. O Brasil ficou em posição de lamentável destaque não apenas em números absolutos. O estudo também denunciou que nossa taxa de homicídios de crianças e adolescentes era a sexta maior do mundo. A mesma publicação apontava ainda que o homicídio é a principal causa de morte de adolescentes do sexo masculino no Brasil. Outra pesquisa que sempre merece ser citada é a do projeto Mapa da Violência. Segundo ela, a taxa de homicídios na população brasileira entre 15 e 29 anos foi, em 2012, de 82,7 por 100.000. É um valor bem maior que aquele, já alto, encontrado para a população total: 38,5 por 100.000. E o meu Estado do Espírito Santo, infelizmente, está particularmente mal na foto. Nele, de cada 20 mil meninos e meninas que entram na adolescência, 143 234 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 morrerão antes de completar 19 anos, segundo o Índice de Homicídios na Adolescência (IHA). É um dos estados onde a vulnerabilidade dos jovens à violência é alta, segundo o Índice de Vulnerabilidade Juvenil (IVJ) à Violência e Desigualdade Racial. Foi por causa desses números tristes que, a pedido meu e do Deputado Evair de Melo, a CPI da Violência contra Jovens Negros e Pobres realizou audiência pública no meu Estado, para investigar com cuidado as razões dessa situação. Eu quero registrar esse fato, porque a realização dessa audiência foi muito importante para os dois lados: tanto para a Comissão, que pôde conhecer melhor a realidade do Espírito Santo, quanto para a população capixaba, que pôde expressar sua visão e suas reivindicações. A realização de audiências não em Brasília, mas diretamente no território pesquisado, é muito importante porque dá ao povo a oportunidade de se fazer ouvir mais facilmente. A reunião aconteceu no Palácio Domingos Martins, o prédio da Assembleia Legislativa, em 1º de junho. Como convidados, estiveram presentes o Secretário Estadual de Ações Estratégicas, Evaldo Martinelli; o Secretário de Segurança Pública e Defesa Social, André de Albuquerque Garcia; e representantes da Defensoria Pública estadual; do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros da UFES; do Coletivo de Mulheres Negras do Espírito Santo; do Fórum Estadual da Juventude Negra do Espírito Santo; do Instituto Sindical Interamericano pela Igualdade Racial; e do Observatório Capixaba da Juventude. Além da contribuição dos convidados, foi muito importante também colher a participação de movimentos sociais que compareceram espontaneamente à reunião, 235 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 ansiosos de serem ouvidos. Alguns eram da minha cidade natal, São Mateus, que enriqueceram o debate trazendo o ponto de vista de cidade do interior, do norte do Estado. Contamos com a presença de representantes da Comunidade Quilombola São Jorge, da Pastoral da Juventude de São Mateus, do Projeto Araçá, do movimento Sama 7. Foi possível, portanto, avaliar o problema das mais diversas perspectivas. Tivemos a ótica do Estado e dos movimentos sociais, da administração e da Justiça, da igreja e da academia. Os subsídios colhidos permitirão que a CPI, em seu relatório final, faça um diagnóstico correto das causas da violência contra jovens no Espírito Santo, e, assim, trace as medidas adequadas para superá-la. Quero apenas agradecer a participação de todos. Eu e o povo capixaba agradecemos. Era o que tinha a dizer. Muito obrigado. 236 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 O SR. LUIZ CARLOS HAULY (PSDB-PR. Pronunciamento encaminhado pelo orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, venho à tribuna registrar a posse da nova direção do Tribunal Regional Federal da 4ª Região para o biênio 2015/2017, a ser realizada no próximo dia 19 de junho de 2015, que teve a eleição do Desembargador Luiz Fernando Wowk Penteado como Presidente. Ele assume o cargo, após ter sido empossado como Desembargador Federal do TRF-4, em junho de 2001, na vaga do quinto constitucional reservado aos advogados. Atuou como membro das 6ª e 8ª Turmas, tendo presidido esta última no biênio 2009/2011. Em sua carreira no Tribunal, também foi membro do Conselho de Administração e da Corte Especial, além de Diretor da Escola da Magistratura. Em 2013, foi eleito Vice-Presidente da Corte, assumindo agora a Presidência. A eleição como Presidente do TRF da 4ª Região é a consagração de uma carreira honrada dedicada à magistratura de segundo grau. Sr. Presidente, transmito o meu cumprimento a toda a nova direção do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, na pessoa do novo Presidente, Desembargador Federal Luiz Fernando Wowk Penteado, para o qual apresento voto de louvor a ser registrado nos Anais desta Casa. Muito obrigado. 237 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 O SR. RÔMULO GOUVEIA (PSD-PB. Pronunciamento encaminhado pelo orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, quero registrar o Dia Mundial de Combate à Desertificação e à Seca, comemorado ontem (17 de junho). Essa data foi escolhida pela Assembleia-Geral da ONU em 1994. Foi nessa data também que a Convenção sobre a luta contra a desertificação foi aprovada. Essa é a data oportuna para promovermos a sensibilização da opinião pública sobre a necessidade de fomentar a cooperação internacional no combate à desertificação e aos efeitos da seca — e nós nordestinos sabemos muito bem seus efeitos! A desertificação é a perda da capacidade de renovação biológica das zonas áridas, semiáridas e subúmidas. Este é um dos processos que mais seriamente ameaçam a humanidade, caracterizando um problema mundial que atinge, pelo menos, um quinto da população do planeta, em mais de cem países, causando imensas repercussões. De acordo com as tendências atuais, e se não tomarmos nenhuma atitude a respeito, em 2020 cerca de 60 milhões de pessoas terão partido das zonas da África Subsaariana para o norte da África e para a Europa. Em termos mundiais, 135 milhões de indivíduos correm o risco de ter de se deslocar de sua zona de origem para outra que ofereça melhores condições. A proteção e a regeneração das zonas áridas permitem diversos avanços: a segurança alimentar é reforçada; possibilita uma luta efetiva contra as alterações climáticas; além de ajudar as pessoas que vivem nessas zonas a tomar o seu futuro nas mãos. Com isso, aceleramos o progresso no sentido de cumprir os objetivos de desenvolvimento mundial. 238 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 Nessa comemoração ao Dia Mundial de Combate à Desertificação e à Seca, reafirmamos a nossa determinação de combater a desertificação e a degradação dos solos e de atenuar os efeitos da seca, reconhecendo que cuidar dos nossos solos significa cuidar de toda a vida na Terra. Muito obrigado. 239 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 O SR. ELI CORRÊA FILHO (DEM-SP. Pronunciamento encaminhado pelo orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) fixou no início deste mês de junho o índice de reajuste a ser aplicado aos planos de saúde individuais e familiares contratados a partir de janeiro de 1999 ou adaptados à Lei nº 9.656/98. O percentual de 13,55%, válido para o período de maio de 2015 a abril de 2016, é o maior já autorizado pela ANS desde que a agência foi criada há 15 anos. Cerca de 8,6 milhões de consumidores serão diretamente afetados com a medida, universo que representa 17% do total de 50,8 milhões de consumidores de planos de assistência médica no Brasil. Esse aumento é mais do que o dobro da inflação do ano passado, que girou em torno de 6,4%, e mais de uma vez e meia o acumulado dos últimos dozes meses, em torno de 8,17%, se tomarmos como parâmetro o IPCA — Índice Nacional de Preços ao Consumidor - Amplo. O que espanta na decisão é o fato de a agência ter considerado como parâmetro para o reajuste a média dos reajustes dos planos de saúde coletivos definidos em negociação entre empresas e operadoras, cujas relações financeiras e econômicas não são reguladas pela agência. Como já é de amplo conhecimento público, parte das empresas que atua no setor de saúde suplementar deixou de comercializar planos individuais de saúde, praticamente obrigando os consumidores a firmarem planos empresariais, coletivos, ou por adesão, com o objetivo de fugirem das regras mais rigorosas que disciplinam os planos individuais, essas sim, disciplinadas pelo órgão regulador (ANS). Por sua vez, o órgão regulador não tem demonstrado disposição, seja por 240 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 ineficiência ou por submissão gradativa a processo de captura, de implementar política específica que estimule uma coexistência sustentável entre as duas modalidades de plano, protegendo assim os usuários de uma espécie de cartel. Em nossa opinião, o reajuste autorizado subverte o propósito do sistema jurídico consumerista, uma vez que é desproporcional, acima da inflação; além de utilizar como referência políticas que passam ao largo dos regramentos constitucionais aplicados à espécie. Não custa lembrar que de acordo com o art. 197 da Constituição Federal, as ações e serviços de saúde são de relevância pública, cabendo ao Poder Público dispor, nos termos da lei, sobre sua regulamentação, fiscalização e controle. Ou seja, todos os tipos de planos de saúde devem ter políticas de precificação reguladas, o que não ocorre atualmente com os planos coletivos. A ANS, por sua vez, utiliza pesos e medidas distintas em matéria de reajuste. Em dezembro do último ano, por exemplo, a agência expediu resolução na qual estabeleceu a evolução do IPCA como limite para os reajustes a serem aplicados pelas operadoras de planos de assistência à saúde aos seus prestadores. O que se questiona é o porquê de a ANS não adotar o mesmo critério para os planos de saúde individual, utilizando o IPC-A como balizador. Não se desconhece o fato de que outros aspectos devem ser levados em conta quando o órgão regulador analisa o índice de reajuste a ser adotado. No entanto, distorções tão aparentes, desproporcionalidade de condutas, levam-nos a crer, como já destaquei, que a ANS é hoje uma autarquia que corre sério risco de captura. Devo destacar que a Lei nº 9.961, de 2000, que criou a agência, estabeleceu 241 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 que a ANS deve se articular com os órgãos de defesa do consumidor visando à eficácia da proteção e defesa do consumidor de serviços privados de assistência à saúde. Parece-nos que a disciplina legal, nesse aspecto, constitui letra morta. Convicto de que agência extrapolou a sua competência regulamentar, protocolei esta semana projeto de decreto legislativo que tem como objetivo sustar o reajuste abusivo dos planos individuais. A minha iniciativa está fundada em jurisprudência do STF, a qual sustenta que o Poder Executivo também exorbita o poder regulamentar quando, embora pratique ato dentro de sua esfera de competência, viola princípios fundamentais e contraria garantias individuais do cidadão. No caso, dois princípios constitucionais foram violados: o princípio da proporcionalidade, diante de um aumento bem acima da inflação, e o princípio da defesa do consumidor, na medida em que se deixa de observar o impacto do reajuste no orçamento das famílias. Ora, se nem sequer a lei propriamente dita pode ofender princípios de assento constitucional, muito menos o ato regulamentar ou infralegal pode fazê-lo. Sr. Presidente, foram essas as razões que me levaram a apresentar o projeto de decreto legislativo que comento. Julgo que esta Casa deve fazer valer as suas prerrogativas; deve exercer, com vigor, o direito de ver afastado do mundo jurídico regulamento que contraia o espírito da Lei e os mandamentos constitucionais. Assim agindo, estaremos a um só tempo resgatando o protagonismo deste Poder Legislativo e defendendo os legítimos interesses do povo brasileiro. Muito obrigado. 242 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 O SR. VALADARES FILHO (PSB-SE. Pronunciamento encaminhado pelo orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, ano passado, apresentei o Projeto de Lei nº 7.952/14, que estabelece o passe livre estudantil como garantia do direito social ao transporte para alunos matriculados em instituições públicas ou privadas de ensino. Ocupo hoje esta tribuna, Sr. Presidente, para fazer um apelo a V.Exa. pelo andamento urgente deste projeto de lei, que se encontra hoje na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania, ainda sem designação de relator. Fiquei muito feliz ao descobrir que a minha proposição foi apensada a outros projetos que tramitam nesta Casa tratando da mesma matéria. Isso demonstra que a instituição do passe livre para estudantes é preocupação de muitos Parlamentares e que, sem nenhuma dúvida, faz parte da agenda prioritária do Congresso Nacional. A proposição que apresentei, e sobre a qual peço a atenção de V.Exa., garante aos estudantes de todos os níveis de ensino, de instituições públicas e privadas, o acesso gratuito ao transporte coletivo público. O projeto reconhece o direito ao transporte como um direito social e dá início a sua efetivação no plano nacional. A exigência que se impõe ao estudante para que ele adquira o direito ao passe livre é a de que ele esteja regularmente matriculado e comprove sua frequência na instituição de ensino. Acredito, Sr. Presidente, que esta matéria já se encontra suficientemente amadurecida — e não estou me referindo às manifestações de junho de 2013 como fato impulsionador do sentimento favorável que tenho colhido em conversas com os meus colegas em todos os ambientes de debate em que atuo nesta Casa, como 243 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 também em todas as cidades que percorro no Estado de Sergipe, que tenho a honra de aqui representar. Não devemos esquecer que o nosso País é signatário do Pacto Internacional de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais, por nós ratificado em janeiro de 1992. Este tratado multilateral, patrocinado pela Organização das Nações Unidas (ONU), estabelece que os mais de 160 países nele reunidos adotem medidas “principalmente nos planos econômico e técnico, até o máximo dos recursos disponíveis, que visem a assegurar, progressivamente, por todos os meios apropriados, o pleno exercício dos direitos reconhecidos no presente Pacto, incluindo, em particular, a doção de medidas legislativas”. O projeto de lei que apresentei, e todos aqueles que a ele foram apensados, seguem a determinação do documento da ONU e sintonizam a reivindicação histórica dos estudantes, o anseio de nossos colegas Parlamentares e o desejo da sociedade de poder contar com o passe livre como um direito. Em dezembro de 2013, este Plenário incluiu o transporte no conjunto dos direitos sociais assentados no art. 6º da Constituição Federal, ao aprovar o projeto de emenda constitucional de autoria de nossa Deputada Luiza Erundina. Essa PEC, passo importantíssimo para que o tratado da ONU produza resultados concretos para a população, ainda depende da aprovação do Senado Federal. Felizmente, já dispomos de experiências bem-sucedidas na antecipação desse direito. No Estado do Rio Grande do Sul, como em diversos Municípios brasileiros, a exemplo de Campo Grande, Rio de Janeiro, Grande Vitória e Goiânia, entre outros, a gratuidade no transporte público coletivo já se tornou realidade. 244 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 São ainda iniciativas localizadas e variam muito quanto à abrangência dos beneficiados. Porém, Sr. Presidente, essas iniciativas demonstram, com inequívoca clareza, que o transporte gratuito só depende de decisão para se transformar em benefício de alcance nacional. As experiências de gratuidade já em vigor demonstram ainda que o projeto de lei que apresentei possibilita darmos um grande passo no rumo que o Brasil já está percorrendo e que, a meu ver, dele não poderá recuar. Se, de fato, o Governo Federal, pretende cumprir o desafio de transformar o Brasil numa pátria educadora, a aprovação de Projeto de Lei nº 7.952, de 2014, que se antecipa com a concessão nacional do passe livre aos estudantes, oferece a oportunidade de dar início à transformação pretendida pelo Governo e por todos os brasileiros. Muito obrigado. 245 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 O SR. SANDES JÚNIOR (Bloco/PP-GO. Pronunciamento encaminhado pelo orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, vivemos um momento de crise em nossa economia, fruto de alguns equívocos em passado recente, mas resultado principalmente de uma conjuntura mundial desfavorável e na qual o Brasil está inserido. O meu Estado, Goiás, não vive momento diferente, e apresentou recuo em sua economia no primeiro trimestre deste ano. Mas, mesmo diante da crise econômica que atinge o País, Goiás vai receber quase 400 milhões de reais em investimentos do setor privado nos próximos meses com a instalação de sete novas indústrias. Serão gerados quase 8 mil empregos diretos e indiretos com a entrada em operação dessas unidades, em seis Municípios das regiões Sudeste, Nordeste, Sudoeste do Estado e do Entorno do Distrito Federal. O anúncio foi feito esta semana pelo Governador Marconi Perillo durante assinatura de uma série de protocolos de intenções com representantes das empresas dos setores automotivo, de alimentos e mineração. Trata-se de mais um resultado do trabalho de nosso Governo estadual que, apesar da crise, tem se desdobrado em viagens internacionais e nacionais, sempre apresentando o potencial da economia goiana. Se levarmos em consideração as empresas que se comprometeram a investir no Estado no anúncio desta semana, o Governo de Goiás já assinou 16 protocolos de intenção nos últimos 12 meses. O total de postos de empregos a serem gerados por estas empresas é de mais de 13 mil vagas, além de um investimento global que se aproxima de 1,5 bilhão de reais. Goiás é um Estado vitorioso. Basta verificarmos os números nos últimos 15 246 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 anos. Nosso PIB cresceu quase nove vezes, nosso comércio exterior avançou 20 vezes e geramos mais de 1 milhão de empregos. Isso se deve a projetos audaciosos, iniciados e orientados por empreendedores vitoriosos, e a governantes arrojados e que têm credibilidade, como é o caso do nosso Governador Marconi Perillo. O foco do Governo goiano tem sido atuar para transformar Goiás em um dos Estados mais competitivos do Brasil. Isso é fruto de muita luta, e para isso o Governo de Goiás tem contratado as melhores consultorias do País para assessorálo visando conseguir tal status para nosso querido Estado. Temos bons indicadores econômicos. Queremos que o Goiás continue próspero, e tenho a certeza de que o trabalho de nosso Governador aponta para um horizonte que vai melhorar a vida de todos os goianos. Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente. Muito obrigado. 247 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 O SR. JEFFERSON CAMPOS (PSD-SP. Pronunciamento encaminhado pelo orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, sei que os tempos são difíceis. Não é novidade para ninguém. O Brasil atravessa um momento delicado, e há muito ainda que se investigar sobre a corrupção. Apesar de não ser amplamente divulgada, a inflação existe. O mesmo dinheiro que enchia um carrinho de supermercado há dois anos, já não enche nos dias de hoje. Houve alta na luz, no combustível e, por consequência, em todo o material de consumo que necessitamos em nosso dia a dia. Há pouco vivemos uma eleição ferrenha, cujo acontecimento dividiu o País em dois: os do lado de lá e os do lado de cá; os que pertencem “às elites” e os que não. E o brasileiro vai ficando intolerante. Cansado de receber tão pouco por seus impostos, ele segue reclamando de tudo: dos gays, dos crentes, da seleção, dos preços, de nós, Parlamentares. Nós mesmos nos pegamos reclamando muitas vezes! Hoje li um caso de intolerância e de violência contra uma menina de 11 anos, que levou uma pedrada e foi chamada de endemoniada porque saía, vestida de branco, do espaço de candomblé que frequenta no Rio de Janeiro. Eu, como cristão evangélico e pastor, posso garantir que uma pessoa que faz isso não tem Jesus no coração. Todos se lembram da passagem sobre a mulher apedrejada a quem Jesus salvou da morte. Porém, meu ponto de vista aqui não é religioso. Quero, sim, refletir sobre o estado de espírito em que nossa população se encontra: o estado de criticismo. Quem pode fugir daqui está fazendo isso. São muitas as notícias de famílias 248 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 desesperançosas que estão abandonando nossa Nação. Saem daqui dizendo que este lugar não tem mais jeito. E eu me pego me perguntando: o que o simples cidadão tem feito para mudar esta realidade? Quantos são os que furam a fila no banco, na padaria, no supermercado? E no trânsito, então? Já vi um carro andando devagar o trajeto inteiro e, quando viu que um pedestre tentava atravessar a rua, acelerou só para não ter que ser “gentil” e esperar o idoso cruzar vagarosamente a faixa. Que pressa é essa que não pode esperar dois minutos? E o linguajar? Vejo mulheres proferindo cada xingamento de deixar envergonhado muito marmanjo. Será que a culpa de o Brasil estar como está é somente nossa? Dos Parlamentares ou da sociedade como um todo? Eu muitas vezes me perguntei por que pessoas comuns não vêm nos visitar aqui, ver nossos gabinetes, nos conhecer, dar sugestões. Nós estamos aqui, fazemos as leis, temos um canal de comunicação com o povo através do site do Congresso, e não recebo tantas sugestões quanto gostaria. Temos a TV Senado, TV Assembleia, tudo para que a população acompanhe nossa atuação, mas não temos o ibope que deveríamos. Muitos reclamam de uma imprensa tendenciosa, mas não nos assistem, não vêm aqui, não se comunicam conosco; não querem nosso material. Muitos reclamam da violência, mas não são gentis no trânsito. Não são cordiais com os idosos, não protegem as crianças e os animais. Reclamam da corrupção, mas dão o “jeitinho brasileiro”. Criticam muito, mas se esquecem que no país (das maravilhas) para onde querem se mudar, seriam considerados pessoas incorretas, pois viver clandestinamente num país não é correto. 249 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 Dirigir além da velocidade permitida em países como os Estados Unidos não é tolerado de forma alguma. Furar fila, cruzar o sinal vermelho faz com que estranhos o corrijam no meio da rua. Porque no exterior todo mundo faz a sua parte e quando chega aqui não faz? Não quero dizer com isso que o Brasil vai muito bem. Não vai. Mas mudar esta realidade é dever de todo mundo, de toda a sociedade, de cada simples cidadão, independente da sua condição social. Mudar para uma atitude correta é uma forma de ser patriota e de alavancar o Brasil! Vamos parar de criticar e fazer a nossa parte, seja numa simples gentileza, seja agindo com honestidade em qualquer oportunidade. Solicito, Sr. Presidente, que meu pronunciamento seja divulgado nos meios de comunicação da Casa e no programa A Voz do Brasil. Muito obrigado. 250 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 O SR. LEONARDO MONTEIRO (PT-MG. Pronunciamento encaminhado pelo orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, servidores e servidoras da Casa e dos gabinetes parlamentares, ouvintes da Rádio Câmara, telespectadores da TV Câmara, é com grande preocupação que venho hoje falar da grave possibilidade de que sejam prejudicados, e até demitidos, muitos trabalhadores e trabalhadoras da Usiminas, em Ipatinga, no Estado de Minas Gerais, e também em Cubatão, no Estado de São Paulo. Conforme informações que recebemos da Central Única dos Trabalhadores, a CUT, existe uma proposta de redução de jornada, com redução de salários, para trabalhadores do setor administrativo, sob a justificativa de que a empresa passa por uma crise. Se as trabalhadoras e os trabalhadores não aceitarem a redução da jornada e de salários, a Usiminas ameaça demitir até 15% do quadro. Como temos origem no movimento sindical, Sr. Presidente, não podemos concordar que os trabalhadores paguem por uma conta que não fizeram. A proposta feita é a de que os empregados dessas áreas deixem de trabalhar 1 dia útil da semana, com redução de salário proporcional de 14% a 16%, por tempo indeterminado e em conformidade com os prazos da lei. Além disso, Sr. Presidente, a Usiminas desligou dois de seus cinco altos fornos, sendo um em Ipatinga e outro em Cubatão, e com isso reduziu a produção de ferro em cerca de 120 toneladas por mês. Entre as trabalhadoras e os trabalhadores, o clima é de insegurança e medo, principalmente com a possibilidade de demissões. Em um primeiro momento, o temor é que sejam demitidos os trabalhadores terceirizados e, em seguida, funcionários da própria Usiminas. 251 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 Os trabalhadores e trabalhadoras da Usiminas não aceitam isso, Sr. Presidente, e estão mobilizados pela manutenção de empregos, salários e direitos. O Sindicato dos Metalúrgicos de Ipatinga e Região (SINDIPA) avalia que a real intenção da empresa é tão somente aumentar os lucros de seus acionistas, ainda que, para isso, tenha que demitir trabalhadores e reduzir os salários de quem permanecer no emprego. Ainda segundo o SINDIPA, o lucro bruto da Usiminas no primeiro trimestre de 2015 foi de R$ 244 milhões, o que representa um aumento de 319% em relação ao 4º trimestre de 2014. É importante destacar que os trabalhadores e trabalhadoras da Usiminas contam com o apoio da sociedade e de lideranças políticas nas esferas federal, estadual e municipal. Aproveito a oportunidade para elogiar o Deputado Estadual Celinho do Sinttrocel, do PCdoB de Minas Gerais, e a Vereadora Lene Teixeira, nossa amiga e companheira do PT de Ipatinga, pelo apoio prestado aos trabalhadores e trabalhadoras da Usiminas. Coloco também o meu nome à disposição para apoiar e me solidarizar com todos e todas que estão sob ameaça de perder emprego, salários e direitos. Somente a mobilização e união de forças poderá impedir que isso aconteça. Muito obrigado. 252 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 O SR. RUBENS BUENO (PPS-PR. Pronunciamento encaminhado pelo orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, ao longo dos últimos anos, presenciamos uma sucessão de equívocos perpetrados pelo Governo Dilma na área econômica. Pedalas fiscais, juros subsidiados a empresários ligados ao PT, empréstimos camaradas a países estrangeiros, aparelhamento do Estado, escândalos nas estatais, contabilidade criativa, descontrole cambial, preços administrados represados artificialmente foram alguns dos desarranjos que minaram por completo a capacidade produtiva da economia brasileira. O resultado foi o aumento expressivo da inflação, a estagnação do Produto Interno Bruto, a queda na produtividade, o aprofundamento do processo de desindustrialização, a elevação do desemprego, o endividamento crescente de pessoas físicas e jurídicas e o total descontrole nas contas públicas. Diante de tantos desacertos, o Governo foi instado a fazer um ajuste fiscal para tentar colocar a casa em ordem e, com isso, restabelecer a confiança na economia. Infelizmente, mais uma vez, o Governo petista começou mal. Começou mal porque decidiu colocar, inicialmente, a conta do ajuste fiscal nas costas do trabalhador brasileiro. Corte ou restrição ao acesso a consagrados direitos sociais e trabalhistas foi a receita do Governo para acabar com a crise econômica. Quase nenhum esforço foi direcionado ao setor público ou aos mais ricos. Não fosse a atuação independente deste Congresso Nacional, colocando-se ao lado do trabalhador brasileiro, teríamos tido um arrocho sem precedentes sobre os trabalhadores, especialmente os de mais baixa renda. Agora, o Banco Central decide, depois de negligenciar o combate à inflação durante os últimos anos — especialmente em 2014, ano de eleições presidenciais — 253 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 , acentuar uma política de elevação persistente das taxas de juros, agravando a recessão e, portanto, promovendo menos investimentos e mais desemprego. Ano passado, com uma taxa de juros muito mais baixa do que a atual, pagamos R$ 311 bilhões em serviços da dívida interna. Este ano, com o aumento nas taxas de juros, essa conta irá explodir, compensando negativamente qualquer corte nas despesas feitas pelo ajuste fiscal. Mais uma vez o trabalhador brasileiro paga a conta por erros e malfeitos sucessivos de um Governo que nunca teve a capacidade de formular uma política econômica capaz de levar nosso País a um crescimento sustentável e duradouro. São 13 anos de fracassos e voos de galinha na economia. A média de crescimento do Governo Dilma é um terço da média de crescimento da economia mundial. Teremos uma década perdida na economia. Depois de surfarmos na onda da elevação nos preços internacionais das commodities, nós nos afogamos em águas turvas, manchadas pelo despreparo, pela corrupção e por outros malfeitos executados pelo grupo que tomou o poder em 2003. Empreendedores e trabalhadores estão, agora, unidos pelos desatinos de um Governo despreparado para enfrentar os desafios de uma economia complexa como a brasileira. O Governo do PT quis tratar a economia brasileira como quem cuida de um sindicato ou de uma loja de 1,99. Não deu certo, não podia dar certo! Nós do PPS continuaremos apontando os erros e mostrando alternativas para recuperarmos a confiança em nossa economia. Foi assim que apresentamos propostas de regulamentação do imposto de grandes fortunas, propostas para o desmantelamento do aparelhamento da máquina pública, enfim, apresentamos diversas medidas que ampliam o alcance do ajuste fiscal, de modo que os 254 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 trabalhadores não sejam os mais penalizados pela atual situação da economia brasileira. Diante do atual cenário altamente negativo da economia brasileira, é inevitável que o trabalhador sofra as consequências da crise mais do que os outros. Devemos, portanto, lutar para que a classe trabalhadora não venha a arcar com custos além daqueles que são inevitáveis em uma realidade de crise econômica, como é o caso do Brasil. O momento do Brasil é delicado. Chegamos a esse ponto por total responsabilidade deste Governo, por total despreparo desse grupo que há 13 anos está no poder. Nós da Oposição temos o dever de combater este Governo, de mostrar alternativas, de nos colocarmos ao lado dos gritos que ecoam dos mais diversos recantos do País. São gritos de indignação, gritos de raiva, gritos de revolta, gritos que catalisam o sentimento de milhões de brasileiros. E esses sentimentos nos alimentam diariamente e nos dão a certeza de que estamos no caminho certo. Muito obrigado. 255 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 A SRA. TIA ERON (Bloco/PRB-BA. Pronunciamento encaminhado pela oradora.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, segunda-feira, dia 15, como estou sempre na ativa, visitei as obras de construção de 7 mil novas unidades habitacionais na cidade de Simões Filho, localizada na Região Metropolitana de Salvador — RMS. Durante minha visita, acompanhado do Vereador Arnoldo Simões (PRB), do Deputado Estadual Sidelvan Nóbrega (PRB), do Secretário de Habitação Virgílio Daltro (PRB) e do Bispo Átila Brandão, conheci os empreendimentos e gostei da infraestrutura da obra. Com entrega prevista para até o final deste ano, as unidades habitacionais são compostas por dois quartos, sala, banheiro, área de serviço e cozinha. Os empreendimentos dispõem ainda de estacionamento e área para o lazer. Vi de perto pelo menos quatro empreendimentos. O Residencial Bela Vista, com 840 unidades, está previsto para ser entregue até o fim do corrente mês. Já os Residenciais Preto Velho, com 300 unidades, Ipitanga, com 624 unidades, e Alvorada, com 900 unidades, serão entregues 3 meses depois, em setembro de 2015. Quero dizer ainda, Presidente, que é desta forma que o Partido Republicano Brasileiro trabalha. Quando Virgílio Daltro assumiu a Secretaria de Habitação, o Município não tinha uma unidade habitacional construída pelo Programa Minha Casa, Minha Vida, e agora entregaremos mais de 5 mil residências para o povo. Olhem, meus colegas, a situação do povo de Simões Filho não é boa, porque o déficit habitacional na cidade é de cerca de 25 mil moradias, e o PRB trabalha para suprir essa demanda. Quando o PRB entrou na Secretaria de Habitação, 256 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 identificamos no Município essa necessidade, fechamos parcerias com a Caixa Econômica Federal e com a Secretaria de Desenvolvimento Urbano — SEDUR para construir e entregar casas para quem precisa. E, assim, estamos promovendo dignidade para esse povo. Se vocês, meus colegas, pensam que ninguém foi beneficiado com o programa no Município, se enganam, porque só este ano 840 famílias já receberam casa nova, através do Programa Minha Casa, Minha Vida. Lembro que nossa política é séria e a entrega dos imóveis está condicionada à observação de critérios, como população oriunda de comunidades carentes ou que vivem em áreas de risco, sem moradia fixa, ou que vivem em bolsões de miséria, ou, ainda, no leito de rios. Além dessas contemplações, existe outro projeto para construir mais 7 mil imóveis para beneficiar a população carente de Simões Filho, até o final de 2015. Era o que tinha a dizer. Muito obrigada. 257 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 O SR. ROBERTO BALESTRA (Bloco/PP-GO. Pronunciamento encaminhado pelo orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, cidadãos que nos acompanham pela TV Câmara e pela Rádio Câmara, não há dúvidas de que a democracia é o sistema que melhor funciona para atender às demandas dos cidadãos. Os exemplos que temos de sociedades organizadas e com qualidade de vida vêm quase exclusivamente de ambientes democráticos. Por isso, acredito que nossa busca por uma prática política que consiga suprir os reais anseios sociais deve ser feita fortalecendo-se o sistema democrático, e não o atacando. Aqui estamos todos nós, como representantes do povo, para cumprir esse papel. Como legisladores, cabe a nós a tarefa de corrigir, vez ou outra, a rota que o País segue, por meio de projetos de leis e do debate no Parlamento. E não há ninguém melhor para orientar os representantes sobre o caminho a seguir do que o próprio povo que o elegeu. Tenho repetido constantemente que estamos vivendo um momento ímpar, em que o povo está mobilizado, atento, e o Congresso está mostrando forças para atender aos interesses da coletividade, sem medo de contrariar o Governo, quando é preciso. Na semana passada mais uma vez isso ficou provado, com a votação de itens relativos à reforma política. É claro que as mudanças que foram feitas não agradam a todos, mas o Congresso é o local correto para essas discussões, pois aqui o desejo da maioria que representa os segmentos sociais, depois de muito debate, é que prevalece. Como já disse, de tempos em tempos é preciso corrigir as rotas, e isso faz parte do papel do Parlamento. Considero que o fim da reeleição é um ponto fundamental nessa reforma 258 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 política e o reconhecimento, por parte desta Casa, de que essa rota precisa ser corrigida. Não há mais como negar que a corrida pela reeleição contamina a eficiência administrativa. Agora, com a definição do mandato de 5 anos, temos certeza de que Presidentes, Governadores e Prefeitos terão mais tempo para cumprir suas promessas de campanha e concluir seus projetos de governo, sem a preocupação da busca pelo voto. O primeiro dia de um mandato executivo será o pontapé inicial para colocar projetos em prática, e não o começo da campanha para a reeleição, como estávamos presenciando em todas as esferas. Também defendi o voto facultativo, que foi derrotado pelos colegas aqui, legitimamente. Entendo que esse é um instrumento, antes de tudo, democrático. Quanto mais voluntária a decisão de um cidadão por votar, mais qualificada será essa escolha, e a classe política terá cada vez mais que ter um trabalho a mostrar para convencer o eleitor a comparecer às urnas. A decisão da maioria tem de ser acatada, e essa é uma rota que podemos corrigir posteriormente, se for o caso. O que é importante destacar, sobretudo, é a disposição desta Legislatura de debater esses temas e de aperfeiçoar o sistema político-eleitoral. Estou no meu oitavo mandato, e vi vários anos se passarem sem que houvesse sequer disposição para discutir essas mudanças. Agora, vejo que há uma conjuntura de fatores que favorecem o debate independente nesta Casa, e sinto que, felizmente, o Parlamento está cada vez mais forte. Esse é um desejo da sociedade, que está descrente da política e espera ao menos que haja empenho para o aperfeiçoamento, manifestado na ação dos seus representantes. Sei que essa pode não ser a reforma sonhada por muitos, mas é a reforma possível para este momento. É um passo na correção da rota de nosso sistema 259 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 eleitoral. Só não podemos achar que é o último passo. Devemos continuar caminhando. Sr. Presidente, peço a V.Exa. a divulgação do meu pronunciamento pelos meios de comunicação da Casa e no programa A Voz do Brasil. Muito obrigado. 260 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 A SRA. IRACEMA PORTELLA (Bloco/PP-PI. Pronunciamento encaminhado pela oradora.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, venho hoje a este plenário para fazer um apelo. Um apelo direcionado especialmente à bancada feminina do Congresso Nacional, mas extensivo a todos os Parlamentares desta Casa, à imprensa e a sociedade brasileira. No último dia 27 de maio ocorreu uma tragédia no meu Estado, um fato que abalou, chocou e entristeceu todo o Brasil. Quatro meninas foram brutalmente violentadas na cidade de Castelo do Piauí, situada a 190 quilômetros de Teresina. Elas foram estupradas, agredidas, amarradas e arremessadas de uma altura de 6 metros. Infelizmente, uma das adolescentes morreu. Danielly Rodrigues Ferreira, de apenas 17 anos, não resistiu à barbárie e faleceu no dia 7 de junho. O Brasil tem sido reconhecido mundialmente por sua luta pela erradicação da violência contra a mulher. A Lei Maria da Penha, por exemplo, é considerada pela ONU Mulheres como uma das legislações mais avançadas do mundo sobre esse tema. Recentemente demos mais um importante passo, com a Lei Nacional do Feminicídio, sancionada pela Presidente Dilma em março deste ano. A tipificação do feminicídio como crime hediondo marca um posicionamento firme do Estado brasileiro contra a violência de gênero. Sinaliza claramente a nossa disposição de não tolerar mais esse tipo de crime, impulsionado por uma cultura machista e violenta. A morte da adolescente Danielly precisa ser um divisor de águas nessa batalha, um símbolo da nossa determinação de ir além da indignação e de buscar cada vez mais medidas, ações, estratégias e políticas públicas capazes de evitar que outras meninas e mulheres sejam vítimas dessas brutalidades que roubam suas 261 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 vidas, seus sonhos, seus projetos. Daí o desejo de que a Lei do Feminicídio seja conhecida como a Lei Danielly Rodrigues, para que não esqueçamos jamais o que aconteceu com essa menina piauiense e suas amigas, para que não esqueçamos jamais o nosso compromisso de lutar todos os dias pelos direitos femininos, para que não esqueçamos jamais de pedir a punição exemplar dos agressores, para que não esqueçamos jamais de conscientizar a população, de sensibilizar a população para o importante tema da igualdade de gênero e do respeito que todas as mulheres merecem ter no dia a dia. No dia 18 de maio de 1973 uma menina de apenas 8 anos foi sequestrada, drogada, espancada, estuprada e morta em Vitória, no Espírito Santo, por membros de uma tradicional família capixaba. Apesar de diversas pessoas terem testemunhado o crime, não houve denúncia, e o caso ficou impune. Essa data foi instituída, anos depois, como Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, a partir da aprovação de uma lei federal. O Caso Araceli, como ficou conhecido, ocorreu há mais de 40 anos; no entanto, situações absurdas como essa ainda se repetem. Até quando teremos que conviver com esses crimes bárbaros cometidos contra meninas como Danielly e Araceli? No Brasil, a cada 2 horas uma mulher é morta em condições de violência. Portanto, proponho que a nova Lei do Feminicídio, um avanço extraordinário no combate à violência contra a mulher, faça referência à tragédia de Castelo do Piauí. Assim como aconteceu com a Lei Maria da Penha, que traz o nome da cearense que se tornou símbolo da luta contra a violência doméstica, sugerimos que a Lei Nacional do Feminicídio passe a ter o nome da jovem Danielly, para que esses crimes nunca sejam esquecidos pela população brasileira. 262 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 Esquecer é permitir, lembrar é combater — esse é o lema que pauta as mobilizações em torno do Dia 18 de maio, data de enfrentamento da violência sexual contra crianças e adolescentes. E esse lema deve sempre nortear as nossas ações em busca de uma sociedade mais justa, humana, tolerante e igualitária. Era o que tinha a dizer. Muito obrigada. 263 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 O SR. BILAC PINTO (PR-MG. Pronunciamento encaminhado pelo orador.) Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, é com muita alegria que assomo a esta tribuna para parabenizar o Sr. Maurício Lemes de Carvalho, Prefeito de Ouro Fino, Minas Gerais, pelo recebimento do Prêmio Mineiro de Boas Práticas na Gestão Municipal, Ciclo 2015. Promovida pela Associação Mineira de Municípios — AMM e chancelada pela União Brasileira para a Qualidade — UBQ, a premiação é concedida às Prefeituras que desenvolvem as melhores práticas de gestão e iniciativas inovadoras em seus Municípios nos seguintes eixos: administrativo; gestão do desenvolvimento social; gestão do desenvolvimento urbano e ambiental; saúde e educação. O Prêmio Mineiro de Boas Práticas é o reconhecimento dos Prefeitos e Prefeitas mineiros que trabalham para o crescimento dos seus Municípios, com excelência na prestação de serviço, visando sempre ao bem-estar social, e merecidamente o Prefeito Maurício Lemes foi o grande laureado. Ao assumir a Prefeitura, em janeiro de 2013, ele encontrou ali uma situação caótica. Metade da frota de veículos e máquinas estava paralisada, sem qualquer condição de uso. Havia uma série de obras essenciais completamente paradas, como a Creche-Pró Infância, a Creche de Crisólia, o pronto-atendimento municipal e a Ponte do Mercado, entre outras. Além disso, a Prefeitura acumulava dívidas vultosas: multa de R$ 120 milhões, aplicada pelo Ministério Público, pelo não cumprimento do acordo de ajustamento de conduta referente ao aterro público; mais R$ 5 milhões de dívidas referentes a fornecedores, folha de pagamento e transporte escolar. A moralidade fiscal, pautada na austeridade e no rigor no trato com o dinheiro público, formou o alicerce das ações implantadas pelo Prefeito, que promoveu o 264 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 corte de horas extras adicionais e benefícios pagos indevidamente, a redução do quadro de servidores contratados, bem como de cargos de confiança, o controle rígido do gasto com combustíveis de toda a frota da Prefeitura, a reestruturação das linhas de transporte escolar, otimizando o serviço e diminuindo custos, o corte de telefones corporativos e a revisão de todos os contratos e convênios estaduais e federais, entre outras medidas de austeridade. Além de obter uma redução impactante dos custos do Município, ele resgatou a credibilidade da Administração perante a população, que passou também a adotar ações colaborativas e proativas. Gestões como a do Prefeito Maurício corroboram a ideia de que a boa política colhe sempre bons frutos, e têm de ser sempre enaltecidas e divulgadas. Parabéns ao Prefeito Maurício Lemes, e parabéns a Ouro Fino! Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados. 265 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 VI - ENCERRAMENTO O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Nada mais havendo a tratar, vou encerrar a sessão. 266 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - COMPARECEM MAIS OS SRS.: 267 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 DEIXAM DE COMPARECER OS SRS.: 268 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Encerro a sessão, convocando Sessão Não Deliberativa de Debates para amanhã, sexta-feira, dia 19 de junho, às 9 horas. 269 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 163.1.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 18/06/2015 Montagem: 4176/5185 (Encerra-se a sessão às 18 horas e 9 minutos.) 270