i UNIÃO EDUCACIONAL DO PLANALTO CENTRAL FACULDADES INTEGRADAS DA UNIÃO EDUCACIONAL DO PLANALTO CENTRAL Curso de Administração com Habilitação em Administração de Empresas Reconhecido pela Portaria Ministerial Nº 1.088 MEC, de 29/04/2004 – DOU de 03/05/2004. ANÁLISE DA PARTICIPAÇÃO DOS COLABORADORES NO PROGRAMA DE RESPONSABILIDADE SOCIAL EMPRESARIAL (RSE) DA EMPRESA LOSANGO PROMOÇÕES DE VENDAS DAS FILIAIS DE BRASÍLIA-DF, E IDENTIFICAÇÃO DA EXISTÊNCIA DE BENEFÍCIOS. MARIA APARECIDA RODRIGUES GAMA-DF Novembro / 2013 ii MARIA APARECIDA RODRIGUES ANÁLISE DA PARTICIPAÇÃO DOS COLABORADORES NO PROGRAMA DE RESPONSABILIDADE SOCIAL EMPRESARIAL (RSE) DA EMPRESA LOSANGO PROMOÇÕES DE VENDAS DAS FILIAIS DE BRASÍLIA-DF, E IDENTIFICAÇÃO DA EXISTÊNCIA DE BENEFÍCIOS. Trabalho de Conclusão de Curso apresentado no curso de Graduação em Administração das Faculdades Integradas da União Educacional do Planalto Central, como parte dos requisitos para obtenção do título de Bacharel em Administração. Linha de Pesquisa: Gestão de Pessoas e do Conhecimento. ORIENTADOR (A): Professora: GLEICIANE ROSA DA SILVA GAMA-DF NOVEMBRO /2013 iii Ficha Catalográfica iv MARIA APARECIDA RODRIGUES ANÁLISE DA PARTICIPAÇÃO DOS COLABORADORES NO PROGRAMA DE RESPONSABILIDADE SOCIAL EMPRESARIAL (RSE) DA EMPRESA LOSANGO PROMOÇÕES DE VENDAS DAS FILIAIS DE BRASÍLIA-DF, E IDENTIFICAÇÃO DA EXISTÊNCIA DE BENEFÍCIOS. Trabalho de Conclusão de Curso, aprovado como requisito parcial para obtenção do grau Bacharel em Administração no curso Administração de Empresas das Faculdades Integradas da União Educacional do Planalto Central Data de Aprovação: ____/____/____ Banca Examinadora: ________________________________________ Prof.(a) Gleiciane Rosa da Silva Orientadora Faculdades Integradas da União do Planalto central ________________________________________ Prof. M.sc: Andre Luiz Dutra Fenner Faculdades Integradas da União do Planalto central ________________________________________ Prof.(a) Marcela Nunes Mesquita Ribas Faculdades Integradas da União do Planalto central v AGRADECIMENTOS A obtenção do grau Bacharel em Administração no curso Administração de Empresas representa para mim a concretização de um sonho. Ao concluí-lo, agradeço primeiramente a Deus, não só pela saúde física e mental essenciais para a tarefa, mas por sua ação e presença na minha vida, que sinto e desejo de forma crescente. Na família, preciso agradecer antes de tudo ao Everton Santos, meu esposo, a quem fico devendo muito pelo apoio, estímulo e confiança, além de muita paciência ao se dispor em cuidar com dedicação da nossa filha Evellyn enquanto me ausentava. Agradeço também a minha mãe, Maria, que acompanhou de perto estes quatro anos de estudos sempre demonstrando muito orgulho e me dando forças quando eu pensava em desistir. Agradeço de coração a minha orientadora, professora Gleiciane Rosa da silva, exemplo de educadora e líder, cuja convivência muito me enriqueceu com a sua forma de transmitir os conhecimentos, fortalecendo minha vida pessoal e profissional. Na empresa em que trabalho, tenho o dever de agradecer antes de tudo, a Losango pela bolsa de estudo, minha gestora Lucileuda, que tiveram sempre palavras de apoio e estímulo, demonstrando compreensão e absorvendo atividades nas minhas ausências. vi EPÍGRAFE “O ser humano vivência a si mesmo, seus pensamentos como algo separado do resto do universo - numa espécie de ilusão de ótica de sua consciência. E essa ilusão é uma espécie de prisão que nos restringe a nossos desejos pessoais, conceitos e ao afeto por pessoas mais próximas”. “A mente que se abre a uma nova idéia jamais voltará ao seu tamanho original”. (Albert Einstein) vii RESUMO Essa pesquisa teve como foco Analisar a Percepção dos Colaboradores quanto a Participação no Programa de Responsabilidade Social Empresarial (RSE), realizado através de ações sociais desenvolvidas pela EmpresaLosango Promoções de Venda, sendo a pesquisa limitada as Filiais de Brasília - DF, e ainda se o programa traz benefícios aos colaboradores. Para o desenvolvimento do referencial teórico foram utilizados diversos autores explorando os assuntos relevantes que estão diretamente relacionados. Quanto á metodologia, utilizou-se as pesquisas- exploratória, descritiva, bibliográfica, documental e de campo, sendo esta última, por meio do instrumento: questionário com questões fechadas, aplicado a 100% da população de colaboradores em todos os níveis hierárquicos. Por meio dos resultados da pesquisa, identificou-se que, 68% dos colaboradores participam sempre e na maioria das vezes do Programa de RSE. Além disso, 68% dos colaboradores classificaram como benéfica a participação voluntária no Programa. Quanto aos benefícios, 74% dos colaboradores concordam que o Programa traz benefícios aos colaboradores e ressalta-se ainda que o nível de satisfação, 77% estão satisfeitos. Conclui-se que, os objetivos gerais e específicos foram cumpridos, as hipóteses foram confirmadas, que, para a pesquisadora, o desenvolvimento do trabalho trouxe como contribuições agregação de novos conhecimentos pela exploração do assunto tanto a nível bibliográfico, quanto de campo. Para a sociedade cada vez mais é importante que as organizações contribuam para a melhoria da realidade, bem como para s sustentabilidade, para os colaboradores, a implantação de Programas de RSE proporcionam oportunidades de crescimento pessoal e para a própria organização, oportunidade para contribuir para reduzir desigualdades sociais, além da melhoria de sua imagem institucional. Palavras - chave: 1.Responsabilidade Social Empresarial; 2.Losango Promoções de Venda; 3.Voluntariado empresarial. viii LISTA DE SÍMBOLOS E SIGLAS AA 1000 _ (Accountability) CEPAA _ (Council on Economic Priorities Accreditation Agency) HSBC – (The Hong Kong and Shanghai Banking Corporation) IBASA _ (Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas) IHS _ (Instituto HSBC Solidariedade) IPEA _ (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) RS _ (Responsabilidade Social) RSC _ (Responsabilidade Social Corporativa) RSE _ (Responsabilidade Social Empresarial) SA 8000 _ (Social Accountability 8000) ix SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO.......................................................................................................10 1.1. Tema ................................................................................................................ 11 1.2. Justificativa ...................................................................................................... 11 1.3. Problema de Pesquisa ...................................................................................... 12 1.4. Hipótese ........................................................................................................... 12 1.5. Objetivos ......................................................................................................... 12 1.5.1. Objetivo Geral.................................................................................................. 12 1.5.2. Objetivos Específicos ...................................................................................... 12 2. PERFIL DA EMPRESA .............................................................................................14 2.1. Histórico da Empresa....................................................................................... 14 2.1.2 Produtos e Serviços......................................................................................... 14 2.2. Perfil Estratégico.............................................................................................. 15 2.2.1 Missão.............................................................................................................. 15 2.2.2 Visão ................................................................................................................ 15 2.2.3 Princípios e Valores ......................................................................................... 16 2.2.4 Remuneração e Benefícios............................................................................... 16 2.3. Estrutura Organizacional ................................................................................. 17 2.3.1 Organograma ................................................................................................... 17 Descrição das funções mencionadas no organograma acima: .................................... 17 3. REFERECIAL TEÓRIO ...............................................................................................19 3.1. Responsabilidade Social Empresarial - RSE ...................................................... 19 3.1.1 Origem e evolução do contexto - RSE............................................................ 22 3.1.2 Conceitos Básicos - RSE ................................................................................ 23 3.1.3. Responsabilidade Social como Cultura Empresarial ........................................ 27 3.1.4. Responsabilidade Social como Gestão Empresarial ......................................... 30 3.1.5 Estratégias e Ações de Responsabilidade Social ............................................ 32 3.1.6 Benefícios dos Programas (RSE)..................................................................... 34 3.2. Ética e Responsabilidade Social .......................................................................... 37 3.3 Voluntariado Empresarial ............................................................................... 39 3.4 Projetos Sociais do Grupo HSBC ......................................................................... 41 3.5 O papel da Liderança nos Programas de RSE ...................................................... 43 x 3.5 Indicadores de Responsabilidade Social.......................................................... 45 3.5.1 NORMA SA 8000 (Social Accountability 8000) ............................................ 45 3.5.2 AA 1000 - Accountability................................................................................ 49 3.5.4 Indicadores Ethos de Responsabilidade Social................................................ 54 4. METODOLOGIA........................................................................................................58 4.1. Tipo de Pesquisa .............................................................................................. 58 4.2. População e Amostra ....................................................................................... 59 4.3. Instrumento de Pesquisa .................................................................................. 59 4.4 Procedimento Metodológico............................................................................ 60 4.4.1. Coleta de dados ................................................................................................ 60 4.4.2. Tratamento de Dados ....................................................................................... 60 5. RESULTADO E ANÁLISE DOS DADOS............................................................62 5.1 Perfil sócio demográfico dos colaboradores .................................................... 62 6. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES..............................................................79 6.1 CONCLUSÕES ............................................................................................... 79 6.2 RECOMENDAÇÕES ...................................................................................... 81 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................83 Anexo A .......................................................................................................................86 10 1. INTRODUÇÃO A sobrevivência assim como a permanência das empresas no mercado cada vez mais competitivo está vinculada ao sucesso de seus negócios, elas precisam estar bem atualizadas com relação às mudanças que ocorrem no mundo corporativo, ao mesmo tempo necessitam contribuir para um ambiente equilibrado que atenda e satisfaça as necessidades das pessoas, além de buscar estabelecer uma sociedade com menor desigualdade social, Incorporar o Programa de Responsabilidade Social empresarial de forma participativa e saber como promover ações comprometidas com o desenvolvimento sustentável é determinante para o crescimento corporativo de qualquer empresa na atual sociedade em transformação, sendo a ética uma questão primordial. Para Ashley (2003), o mundo empresarial encara a Responsabilidade Social como uma nova estratégia para maximizar seu lucro e potencializar seu desenvolvimento, isso decorre da maior conscientização dos consumidores e conseqüente procura de produtos que sejam incentivadoras de melhorias para o meio ambiente e para a comunidade, valorizando aspectos éticos inerentes à cidadania. É preciso ir além das questões teóricas para promover a realização de projetos com a implantação de programas, com acompanhamento e verificação de resultados, tanto nos aspectos éticos do trabalho quanto de Responsabilidade Social. Desta maneira, a ética e a Responsabilidade Social nos negócios se bem definidas e organizadas, podem provocar grandes mudanças nos padrões de integridade, valores e competência. Assim, a pesquisa em questão é composta pelo tema, justificativa, problema de pesquisa, hipóteses, objetivos (gerais e específicos), o perfil da empresa, o referencial teórico, a metodologia, análise dos resultados, conclusão e recomendações, referências bibliográfico e anexo. Logo, nesse trabalho, foram pesquisados assuntos relativos à Responsabilidade Social e Empresarial, ética, entre outros, para dar sustentação acerca das vantagens e impactos por meio do programa de voluntariado, analisando se há participação dos colaboradores, identificando se os colaboradores percebem a existência de benefícios do Programa de Responsabilidade Social. 11 1.1. Tema Análise da participação dos colaboradores no Programa de Responsabilidade Social Empresarial (RSE) da empresa Losango Promoções de Venda das filiais de Brasília DF, bem como da percepção se ele traz benefícios aos colaboradores. 1.2. Justificativa Justifica-se desenvolver este trabalho, pois, atualmente, o tema responsabilidade social e empresarial está sendo cada vez discutido no âmago das organizações e, visando reduzir ou mesmo eliminar diversas desigualdades, as organizações estão acordando para um novo tempo- de Responsabilidade Social Empresarial. Como as empresas são construções sociais, ou seja, sujeito e objeto da realidade da qual fazem parte, então, elas são partícipes dos problemas sociais, influenciando nos rumos da sociedade a qual estão inseridas, necessitando promover uma sociedade mais justa e sustentável. Por motivos diversos, várias empresas estão adotando e incorporando os programas sociais e principalmente o voluntariado que envolve a participação dos colaboradores, desenvolvendo neles as alternativas para se destacarem nas novas tendências do mercado em uma época em que vários contextos culturais estão cada vez mais interligados e o papel social das empresas estão sendo repensados. A RSE apresenta-se como um assunto cada vez mais importante no comportamento das organizações, exercendo impactos nos objetivos, missão, valores, cultura, estratégias e no próprio significado atual das empresas, o que representa uma mudança de cultura no mundo empresarial, e, por causa disso, envolve um trabalho integrado com as partes interessadas, colaboradores, empresas, governos, sociedade e indivíduos. Na atual situação econômica brasileira, na qual a falta de incentivos sociais para a população é evidente, falar de Responsabilidade Social é um assunto muito delicado, pois se reduz em todo e qualquer movimento que possibilita cooperar para a melhoria da qualidade de vida da sociedade. 12 1.3. Problema de Pesquisa Esse trabalho tem como problema a seguinte pergunta: Os colaboradores da empresa Losango Promoções de Venda participam do Programa de Responsabilidade Social Empresarial e identificam que o mesmo traz benefícios? 1.4. Hipótese A percepção dos colaboradores quanto à participação no Programa de Responsabilidade Social Empresarial no contexto voluntariado é positiva, pois a participação, sendo opcional, traz benefícios tanto aos colaboradores, à organização quanto para a sociedade. Os resultados quanto à participação dos colaboradores no programa impactam na motivação, no nível de satisfação, e, o principal incentivo que leva as empresas a se engajar em atividades de Responsabilidade Social é a percepção de que tal conduta melhora a reputação, gera valor à empresa no longo prazo e é fator determinante para a sobrevivência de uma organização. 1.5. Objetivos 1.5.1. Objetivo Geral Analisar a participação dos colaboradores no Programa de Responsabilidade Social Empresarial e identificar se ele traz benefícios. 1.5.2. Objetivos Específicos No sentido de alcançar o objetivo geral, alguns objetivos específicos foram definidos, tais como: Identificar se há divulgação do Programa de (RSE) da empresa Losango aos colaboradores; 13 Identificar se há satisfação dos colaboradores quanto à participação no Programa de Responsabilidade Social Empresarial; Identificar se o Programa traz benefícios aos colaboradores; e Levantar o nível de satisfação diante do Programa de Responsabilidade Social desenvolvido na empresa Losango Promoções de Venda. 14 2. PERFIL DA EMPRESA 2.1. Histórico da Empresa A empresa Losango Promoções de Venda foi fundada em 1971, já atua no mercado há quatro décadas e oferece grande diversidade de produtos, e líder de mercado varejista e esta sediada no Rio de Janeiro. Desde 2003 por um processo de aquisição passou a fazer parte do Grupo HSBC, a Losango possui solidez e credibilidade para ajudar as organizações a atender às necessidades dos seus clientes. É assim que ela faz parte das conquistas das empresas, garantindo bons negócios e o respectivo crescimento, sempre respeitando o consumidor. Desde dezembro de 2003 faz parte do grupo HSBC. Com esta união, a Losango passou a contar com a experiência de um dos principais grupos financeiros mundiais, confiando ainda mais solidez e diversidade ao negócio. A empresa Losango oferece muito mais que crédito pessoal. É uma empresa de soluções financeiras, com produtos e serviços diversificados para os diferentes tipos de perfil. 2.1.2 Produtos e Serviços Os produtos e serviços oferecidos pela empresa são: CDC: Sua empresa aumenta as vendas com o Crédito Direto ao Consumidor, financiando bens e serviços para os seus clientes, que passam a ter mais prazo para pagar e aumentam seu poder de compra. E sua empresa recebe à vista; Seguros: A empresa oferece o produto ideal para seu cliente poder ficar mais tranqüilo e ainda garante a sua tranqüilidade também, além de aumentar sua receita; Cartões: Cartão de crédito em parceria com a Empresa Losango, assim, a empresa tem a sua marca no cartão e uma grande oportunidade de fidelizar seus clientes; Representante de Empréstimo Pessoal: Empréstimo Pessoal Losango com até 45 dias para pagar a primeira parcela, além de diversas opções de parcelamento. 15 A empresa Losango, além de produtos e serviços especializados nas necessidades de seus parceiros lojistas, oferece também ferramentas que auxiliam o lojista a estruturar o seu negócio da melhor maneira, desde o treinamento de equipe até o incremento das vendas. Parceiros Losango contam com um portal de treinamento exclusivo para que suas equipes possam estar sempre capacitadas e treinadas para vender com qualidade e superar metas, além de vender mais e com qualidade; entender melhor seu cliente e suas necessidades e aprender mais sobre técnicas de vendas. A equipe de Qualidade Losango tem o objetivo de atender aos clientes com excelência, solucionando as solicitações recebidas, implantando melhorias que tragam ainda mais qualidade aos serviços prestados para, dessa forma, garantir a satisfação de todos e preservar a imagem da empresa. O Atendimento Campeão é uma forma simples e eficaz de interação com os clientes, com a criação de um canal de comunicação específico para receber a opinião dos clientes sobre o atendimento recebido nas filiais, pode-se sempre identificar possíveis pontos que necessitam de ajustes. Conhecendo a opinião dos clientes, possibilita conseguir promover um atendimento cada vez melhor, estreitando a relação Cliente x Losango. 2.2. Perfil Estratégico 2.2.1 Missão “Ser a melhor Promotora de Vendas de Produtos e Serviços para os varejistas, oferecendo soluções integradas que agregue valor a toda à cadeia produtiva: consumidores finais, varejistas, colaboradores e acionistas, proporcionando crescimento com qualidade e resultados sustentáveis”. 2.2.2 Visão Posicionar a Losango como marca de desejo, utilizando a presença internacional como vantagem competitiva e a mobilidade social como geradora de negócios, estando na preferência do cliente. 16 2.2.3 Princípios e Valores A empresa Losango é uma empresa direcionada por sólidos preceitos éticos e sustentada por cinco importantes valores: Relacionamento: Manter um bom relacionamento com os clientes externos e internos; Transparência: Priorizar a verdade no relacionamento com todo tipo de parceria, valorizando a integridade de nossos profissionais; Espírito de Equipe: Atuar de forma integrada e positiva, valorizando contribuições de diferentes culturas; Simplicidade: Desenvolver trabalhos de qualidade, com consistência, absorvendo e usufruindo na mesma proporção o moderno e a tradição, respeitando as culturas locais e suas particularidades; e Resultado: Obter o crescimento sustentado dos nossos negócios, provenientes da satisfação e da confiança de nossos clientes, respeitando sempre a comunidade, os parceiros e os funcionários. A empresa Losango possui uma cultura voltada ao conhecimento e atualização permanentes, oferecendo desafios e oportunidades de desenvolvimento a todos os seus funcionários. 2.2.4 Remuneração e Benefícios A empresa Losango pratica uma remuneração competitiva com o mercado quando comparada com as grandes empresas atuantes no Brasil. Além do salário fixo, os colaboradores recebem uma participação nos lucros e resultados da empresa. A empresa Losango oferece ainda uma série de benefícios aos seus colaboradores: Assistência Médica; Odontológica; Vale-refeição; Alimentação; Plano de Previdência Privada; Seguro de Vida; Bolsa Educacional ; e Bolsa de Línguas. 17 2.3. Estrutura Organizacional 2.3.1 Organograma Figura 1 – Organograma - Losango Promoções de Venda Brasília-DF. \ Fonte: Adaptação de Losango 2013. Descrição das funções mencionadas no organograma acima: Regional: O cargo de Gerente Regional oferece o desafio de negociações como à interface entre as políticas do Grupo e as equipes operacionais, responsável pelas metas estabelecidas pelo Grupo; Gerente de pólo: Administrar a equipe mantendo-a motivada, estabelecer treinamentos, apoiar as suas equipes quando necessário; Área comercial: Efetuar controle sobre as vendas realizadas, elaborar relatórios específicos de sua área de atuação, contendo vendas realizadas, período, quantidades, segmentos, além de executar as atividades de apoio administrativo no âmbito da área comercial, envolvendo o atendimento das necessidades de informações da equipe de vendas e facilitar os processos de venda; 18 Supervisor de Filial: Prestar atendimento aos clientes externos e lojistas, realizar gestão das metas, analisar e acompanhar relatórios; Consultor Comercial: Realizar a prospecção, captação, manutenção e atendimento aos lojistas, clientes externos, realizando a gestão da carteira baseada no relacionamento comercial assegurando a superação do orçamento de vendas e resultados atribuídos aos produtos Losango (CDC, Cartões, Serviços), atuando em conformidade com os valores e padrões Losango e do grupo HSBC; Atendentes: Executar atividades de atendimento ao cliente e público em geral, dar suporte no esclarecimento de dúvidas, registrarem reclamações, oferecer serviços e produtos, realizar pesquisas, prestar suporte técnico, etc. 19 3. REFERECIAL TEÓRIO 3.1. Responsabilidade Social Empresarial - RSE A Responsabilidade Social (RS) vem assumindo aspectos importantes diante das conquistas no campo social, sendo fortalecida com o papel das organizações na sociedade. O tema Responsabilidade Social possui algumas variáveis para designar o mesmo significado, como responsabilidade social nos negócios, responsabilidade social corporativa, responsabilidade social empresarial. São muitas as abordagens para o tema RSE que foram se desenvolvendo em diversos contextos históricos ou fases, conscientizando as organizações quanto a sua importância e também os seus benefícios. No Brasil, as iniciativas de debates sobre o tema estão sendo desenvolvidas muito recentemente e nota-se uma preocupação por parte das empresas quanto ao conceito de Responsabilidade Social e suas ações. Para Karkotli (2006, p. 9) o tema RSE ganhou intensa visibilidade no Brasil nos últimos anos, acredita ter sido influenciado por vários fatores, desde a Globalização que teve como conseqüência o aumento da competitividade mais acirrada entre as empresas; a implantação dos programas de governo do tipo “Fome Zero”; ou até mesmo a necessidade de se destacarem ao exportar para países desenvolvidos que na maioria das vezes exigem adequação aos padrões de Responsabilidade Social. A partir de então defensores da ética e da responsabilidade social corporativa passaram a argumentar que, se a filantropia era uma ação legítima da corporação, então outras ações que priorizam objetivos sociais em relação a retornos financeiros dos acionistas seriam de igual legitimidade (ASHLEY et. al , 2005, p. 46). Para Scour (1998) apud Karkotli (2006, p. 51) as preocupações e as discussões acerca da RSE entre os empresários já é antiga, pois as primeiras manifestações com ações de Responsabilidade Social foram baseadas em ações filantrópicas que evoluíram até chegar à sensibilização dos gestores para a dimensão do problema. 20 Um ponto importante a esclarecer é que a Responsabilidade Social não pode ser confundida com mera filantropia, mesmo que algumas ações das organizações tenham que passar por esses caminhos. Segundo o site do Instituto Ethos (2005), enquanto a filantropia é basicamente uma ação social externa da empresa e que tem como beneficiárias principais: a comunidade em suas diversas formas (conselhos comunitários, organizações não governamentais, associações comunitárias etc.) e organizações, a Responsabilidade Social foca a cadeia de negócios da empresa e engloba preocupações com um público maior (acionistas, funcionários, prestadores de serviço, fornecedores consumidores, comunidade, governo e meio ambiente), cuja demanda é necessidade, assim, a empresa deve buscar entender e incorporar aos seus negócios programas para atender às necessidades específicas da sociedade ao seu redor. Diante da incompetência dos governos federal, estaduais e municipais na busca de soluções inovadoras para os problemas sociais, os empresários, mais confiantes em suas capacidades de decisão e ação, chamaram para si o exercício da responsabilidade social. (MELO NETO; FROES, 2001). Para atender a estas mudanças propostas e cobradas pela sociedade, torna-se necessário um novo modelo de gestão empresarial. Este modelo gerencial deve contemplar os atributos do conceito de sustentabilidade e garantir a redução da exclusão social, provocada pela pobreza e desigualdade. Para Karkotli (2006) é necessário que as organizações passem a utilizar a Responsabilidade Social corretamente e com eficácia, pois ao adotar tais práticas devem aprender a explorar as suas potencialidades como um conjunto de instrumentos que, acima de tudo, contribui para aumentar sua produtividade e rentabilidade, além constituir um excelente benefício social. No início do século XX, a Responsabilidade Social limitava-se apenas ao ato filantrópico que inicialmente assumia caráter pessoal representado pelas doações efetuadas por empresários ou pela criação de fundações. Para Karkotli (2006, p. 53) a responsabilidade social das empresas está intimamente ligada às obrigações que a empresa tem para com a sociedade na qual ela atua. Para Ashley (2002, p. 06) Responsabilidade Social pode ser definida como o compromisso que uma organização deve ter para com a sociedade por meio de atos e atitudes 21 que afetem positivamente ou a alguma comunidade de modo específico, agindo coerentemente. Já Friedman (1970) define as empresas como sendo instituições econômicas e que deveriam se restringir a sua tarefa econômica, atendendo as necessidades dos acionistas, atuando de modo a fazer nada que não venha a atender ao objetivo de maximização dos lucros e que agir diferente é uma violação das obrigações da direção da empresa. Por fim, argumenta que a parte de Responsabilidade Social deve sim ser exercida pelas instituições, como governo, igrejas, sindicatos e organizações sim fins lucrativos. Contrário ao pensamento de Friedman (1970), Karkotli (2006, p. 52), examina a Responsabilidade Social na empresas como uma área onde a empresa decide qual será seu papel na sociedade, estabelece seus objetivos sociais, suas metas de desempenho e de influencia na sociedade onde atua. Diante da importância da RS nas organizações, qualquer ponto fraco prejudica a imagem responsável. Desta forma, a consistência de cada um em questões ligadas ao social é igual à resistência das conseqüências, pois se uma dessas funções falha ou é interrompida, provoca desequilíbrio nas outras áreas diminuindo o desempenho de cada um e comprometendo o todo. Para Ashley (2005, p. 6) as organizações terão de aprender a equacionar a necessidades de obter lucros, obedecer às leis ter um comportamento ético e se envolver em práticas de responsabilidade social para com a comunidade em que se inserem, além de se auto-analisar continuamente. As empresas estão sentindo a necessidade de utilizar um modelo conceitual e analítico para avaliar sua Responsabilidade Social, e, evidentemente, diversas abordagens conceituais levam a um grande número de metodologias operacionais (ASHLEY, 2002). Ashley (2002) apresenta ainda outros modelos existentes para analisar a responsabilidade social corporativa. Entre eles, o modelo proposto por Ederle e Tavis propõe três níveis de desafio para a empresa: Nível 1- a empresa atende aos requisitos éticos mínimos; Nível 2- a organização atende além do nível ético mínimo; Nível 3- a empresa tem aspirações de atender a ideais éticos. Segundo comentário de Ashley (2005, p.111-112) nas orientações do negócio em relação aos funcionários, a RSE na empresa é uma forma de atrair pessoas qualificadas e ter uma boa imagem no mercado de trabalho. 22 As reflexões sobre o que vem a ser RS é uma antiga indagação que requer mais análise e compreensão da evolução histórica. 3.1.1 Origem e evolução do contexto - RSE As primeiras definições relacionadas ao tema RSE foram feitas por volta de 1950 nos Estados Unidos da America EUA. Logo após, na Europa nas décadas de 1960 e somente no início dos anos 90 se efetivou no meio empresarial quando as empresas aumentaram sua atuação no meio social. (ASHLEY, 2002, p. 19). Assim, a origem da RS se deu nos EUA no início do século XX com o surgimento das ciências administrativas provocando debates sobre a dimensão do papel social das empresas. Os textos desta época têm centralidade da responsabilidade da empresa para com o indivíduo, e o período se caracteriza pela inexistência de ética empresarial. No Brasil, as primeiras discussões a cerca do termo RSE surgiu na década de 60 pelo viés teórico da obra: “A moderna corporação e a propriedade privada”, de autoria de Adolf e Gardner, que fora publicada inicialmente nos EUA, fundamentando a vinculação da ética e da Responsabilidade Social. Para Karkotli (2006, p. 9), até os dias de hoje as empresas se inspiram nos modelos norte-americanos e europeus que são os mais avançados e inovadores relacionados ao tema RSE. Sendo os conceitos são difundidos na Europa e nos Estados Unidos, o real desenvolvimento do assunto no cenário brasileiro é bem diferente devido aos aspectos reais e culturais, que torna a realidade bem diferente. Para Ashley (2005, p. 70) é inoportuno querer adotar estratégias empresariais elaboradas em outros países, esperando que os resultados se expressem da mesma forma. Talvez um melhor entendimento do conceito de Responsabilidade Social Corporativa seja possível contextualizando-o de acordo com sua época e cultura. Para Ashley (2005, p. 69) no Brasil, a propagação da ideia e do conceito de RS das empresas surgiu através das primeiras discussões em meados da década de 70, tendo como protagonista a Associação dos Dirigentes Cristãos (ADCE), cujo objetivo era promover o debate sobre o levantamento do tema. 23 As últimas duas décadas foram de grande importância para o Brasil diante do desenvolvimento do conceito de RSE, bem como grandes mudanças na mentalidade dos empresários que antes só pensavam na parte econômica, passaram a olhar com outros olhos para o contexto social. Apesar da intensa discussão que inclui também argumentos contrários que insistiam na ausência de dados teóricos, o termo RS só começou a ser utilizado propriamente na década de 70, passando a ser então aplicado à realidade corporativa. Em meados do ano 2000, preocupado com a economia global mais sustentável e inclusiva, o Instituto Ethos foi o responsável pelo processo de engajamento das empresas brasileiras no pacto global com intuito de acelerar as práticas de RSE. Para Karkotli (2006, p. 9), o termo RS circula hoje no Brasil com a mesma frequência e intensidade que as expressões salário mínimo e governo diante de um cenário de empresários que passam a levar em consideração a parte social e ambiental no momento de tomar suas decisões. Principalmente no Brasil, várias empresas já adotaram as práticas de RSE, porém, ainda existem vários questionamentos quanto aos objetivos: até que ponto a responsabilidade social adotada em algumas organizações é espontânea? Ou seria mais uma estratégia de marketing para fortalecer a marca e melhorar a imagem da organização? Logo, o conceito de RSE em si sofreu evolução histórica e atualmente pode ser visto como uma filosofia empresarial que orienta as atividades de negócios rumo a um comportamento ético de forma a responder às tensões geradas a partir da relação de reciprocidade existente entre a empresa e a sociedade, podendo também ser uma técnica aplicada pelas empresas, que são em última análise, o lucro e a própria sobrevivência da empresa. 3.1.2 Conceitos Básicos - RSE O conceito de RS vem amadurecendo quanto à capacidade de sua operacionalização e mensuração, expandindo-se em diversos sentidos de conhecimento, sendo adotados alguns termos diferentes, no entanto com o mesmo significado para designá-la, tais 24 como: Responsabilidade Social nos Negócios, Responsabilidade Social Corporativa, Responsabilidade Social Empresarial. Karkotli (2006, p. 44) define a RSE como sendo toda e qualquer ação que possa contribuir para a melhoria da qualidade de vida da sociedade, possibilitando que as organizações demonstrem toda sua preocupação por meio de significativos projetos sociais. Segundo Karkotli (2006, p. 12) a RS é assunto recente, teorizado e colocado em prática no fim do século XX em plena evolução social e teve como base de apoio lacunas do governo que não tem conseguido resolver todos os problemas sociais. Na atualidade, uma organização para ter uma boa imagem no mercado deve atuar na dimensão econômica, social e ambiental. Para Farias (2004) apud Karkotli (2006, p. 52) o conceito de RSE está se ampliando, passando da filantropia, que é a relação socialmente da empresa com a comunidade para abranger todas as relações da empresa: com seus funcionários, clientes, fornecedores, acionistas, meio ambiente. De maneira sucinta, Ashley (2003, p. 7) apresenta o conceito de RS como “toda e qualquer ação que possa contribuir para a melhoria da qualidade de vida da sociedade”. Ashley (2005) considera e defende que o conceito de RS ainda não está consolidado, encontrando-se, portanto, em processo constante de atualização em fase de construção. Não basta almejar e programar políticas e diretrizes internas para conseguir excelência em Responsabilidade Social. A prática deve se estender a todos envolvidos, clientes internos e externos, fornecedores, varejistas, colaboradores evitando ações precárias e muitas vezes predatórias em questões ligadas ao social. Silva (2002) define a RS de uma empresa como sendo a obrigação que a organização tem de agir de maneira que sirva tanto os interesses próprios como também os interesses da sociedade. O Instituto Ethos (2003) define a responsabilidade social como a forma de conduzir os negócios na empresa de tal maneira que a torne parceira e co-responsável pelo desenvolvimento social. 25 A empresa socialmente responsável é aquela quem possui a capacidade de ouvir os interesses das diferentes partes (acionistas, funcionários, prestadores de serviços, (fornecedores, consumidores, comunidade, governo e meio-ambiente) e conseguir incorporá-los no planejamento de suas atividades, buscando atender às demandas de todos e não apenas dos acionistas ou proprietários(ETHOS, 2003, p. 1). O Instituto Ethos (2003) define que RSE diz respeito à maneira como as empresas realizam seus negócios: os critérios que utilizam para a tomada de decisões, os valores que definem os relacionamentos com todos os públicos com os quais interagem. Caso contrário, a empresa corre o sério risco de ser penalizada com a perda de uma boa imagem corporativa e de competitividade devido à ineficiência. A partir dos conceitos de RSE citados, ela pode ser conduzida por uma realidade ainda em desenvolvimento. Os autores mostram diferentes abordagens e visões para o tema que vem se desenvolvendo em diversos contextos históricos, mas, que tem em comum a aplicação do programa social como diferencial no mercado competitivo Nesse contexto, verifica-se que são muitas as definições de RS, para alguns representa a ideia de obrigação legal, para outros significa um comportamento responsável no sentido da ética e para outros ainda significa uma contribuição ou até mesmo uma consciência social. Werther e Chandler (2006) apud Leandro; Rebelo (2011, p. 19), definem a Responsabilidade Social Corporativa (RSC) como “o espectro de acções que cobrem as relações entre a empresa (ou outras organizações) e as sociedades com as quais interagem”. Ressaltam ainda que a RSC “inclui também as responsabilidades inerentes em ambos os lados destas relações” (LEANDRO; REBELO, 2011, p. 19). Na visão de George e Jones (2005) apud Leandro; Rebelo (2011, p. 19) a RS “é uma forma que os gestores e os colaboradores de uma empresa vêem o seu dever e a sua obrigação de tomar decisões que protejam, realcem e promovam o bem-estar de todas as partes interessadas e da sociedade em geral”. Assim, é possível identificar as seguintes abordagens relativas à RS: Abordagem obstrucionista– baixa responsabilidade social: nesta abordagem, os gestores optam por não ser socialmente responsáveis. Pelo contrário, atuam de forma pouco ética e fazem tudo para que esse comportamento não seja público. Abordagem defensiva– média responsabilidade social: a abordagem defensiva indica que há, pelo menos, um comportamento de obediência à lei e nada mais para além disso. Este comportamento pode, e muitas vezes o faz, desdobrar-se em comportamentos pouco éticos. 26 Abordagem acomodada - média responsabilidade social: é tomada por empresas que atuam de forma ética e legal, e gerem os conflitos com os diversos stakeholders conforme a necessidade assim o exija. Abordagem proativa– alta responsabilidade social: nesta abordagem as empresas abraçam ativamente o fato de serem socialmente responsáveis. Fazem por saber que necessidades têm os diversos stakeholders e preencher essas necessidades, usando os recursos da organização para satisfazê-las (LEANDRO; REBELO (2011, p. 19-20). Desta forma, ressalta-se que uma das vantagens da RS é que, sendo socialmente responsável, a organização está investindo em sua reputação, consequentemente pode obter maior confiança dos envolvidos, maior adesão de seus colaboradores, além de a vontade de demais pessoas ou organizações interagirem. Assim, várias definições de RS foram ao longo do tempo sendo discutidas e expostas como estudos e modelos. Para Leandro; Rebelo (2011), o próprio Dahlsrud publica em 2008 um estudo interessante analisando 37 definições de RSC, que subsidiaram sua conclusão para cinco dimensões que tecem a base de todas as definições de RSC, observadas no quadro 1: Quadro 1: As Cinco Dimensões da RSC Dimensões Dimensão Ambiental A definição está codificada na dimensão caso se refira a Meio Ambiente Dimensão Social Relação entre as empresas e a sociedade Dimensão Econômica Aspectos socioeconômicos ou financeiros, incluindo a descrição da responsabilidade social em termos de uma operação de negócio Stakeholders ou grupos de Stakeholders Dimensão dos Stakeholders Expressão-exemplo Um ambiente mais limpo, “hospedagem ambiental”, preocupações ambientais nas suas operações de negócio Contribuir para uma sociedade melhor, integrar preocupações sociais nas suas operações de negócio, considerar o pleno espectro do seu impacto nas comunidades Contribuir para o desenvolvimento econômico, preservar a geração de lucro, operação de negócio Interação com os Stakeholders, como a organizações interagem com os seus empregados, fornecedores, clientes e comunidades, lidar com os Stakeholders da empresa Dimensões do Voluntariado Ações não prescritas por lei Baseado em valores éticos, para além das obrigações legais, voluntariamente Fonte: Adaptado de Dahlsrud, 2008, p. 4 apud Leandro; Rebelo 2011, p. 21-22. 27 Assim, o autor Dahslsrud, (2008) concluiu com seus estudos, que, das cinco dimensões, “as mais incluídas nas citações estudadas são as dimensões dos stakeholders e a social (88% ambas), seguidas pela dimensão econômica (86%), pela do voluntariado (80%), sendo que, a alguma distância, aparece à dimensão ambiental (59%)” (LEANDRO; REBELO 2011, p. 22). Este estudo, de certa forma, acaba contrariando algumas opiniões sobre (RSE), que, na maioria das vezes, acaba atribuindo o comportamento ambientalmente correto, a uma atitude “verde”. A outra associação mais comum ao comportamento filantrópico, de voluntariado, de caridade – que ocupa o terceiro lugar. “Assim, podemos também constatar que tem havido um esforço por parte da comunidade científica em cimentar o conceito nos seus alicerces mais profundos: a responsabilidade social é, antes de mais, a procura da relação transparente e sólida com os seus stakeholders” (LEANDRO; REBELO, 2011, p. 22). Vários autores assinalam que as características ideológicas e culturais da empresa influenciam na forma de participação na sociedade com as ações sociais. Portanto, é necessário o estudo dos fatores intrínsecos da cultura das empresas que investem em RS relacionadas com o que se entende por ética. 3.1.3. Responsabilidade Social como Cultura Empresarial A temática da RSE e a forma como a mesma é trabalhada nas empresas é uma questão ainda muito pouco estudada, em vista disso, demanda um esforço para que se possam preencher lacunas na literatura especializada. A insegurança das organizações em termos de transparência e ética é cada vez mais evidente na sociedade, fazendo com que as empresas incorporem os aspectos de Responsabilidade Social em seus modelos de gestão, de modo a se adequarem às exigências sociais. Para Ashley (2002), a primeira RS deve existir com relação aos empregados da organização, e que seria uma incoerência desenvolver projetos de filantropia e assistência social para a comunidade na qual esta inserida, se essa cultura não partir de dentro de casa. 28 Um dos autores de referência do estudo da cultura organizacional é Schein. Para Schein (1985, apud Leandro; Rebelo, 2011, p.32) a definição é a seguinte: Cultura é um padrão de pressupostos básicos (inventados, descobertos, ou desenvolvidos por um determinado grupo enquanto aprende a enfrentar os problemas da adaptação externa e integração interna) que funcionou suficientemente bem para ser considerado válido e que, por isso, foi instituído e passado aos novos membros como a forma correta de perceber, pensar e sentir relativamente a esses problemas. O modelo de Schein (Figura 2) serve de embasamento para uma hipótese que relaciona a Responsabilidade Social com a Cultura Organizacional. Tal modelo apresenta a cultura como um conjunto de: os artefatos, os valores e os pressupostos básicos. Os artefactos são o que de mais visível e tangível tem a cultura e podem ser verbais (linguagem, estórias, léxico utilizado), comportamentais (rituais) e físicos (ambiente, decoração). Os valores são os princípios manifestos, afirmados, expressos, como critérios válidos das ações dos atores organizacionais, por exemplo, a missão e a visão da empresa. Os pressupostos básicos é o nível mais profundo que têm a ver com as teorias implícitas, os atores não têm plena consciência da sua consecução e estão associados a rotinas. São as tais soluções que para Schein corporizam a cultura da organização, soluções construídas pela aprendizagem, que se tornam “verdades”, que todos assumem como a maneira correta de agir, pensar e sentir, sem que alguém o tivesse questionado à partida (LEANDRO; REBELO, 2011, p. 33). Fonte: Adaptado de Schein (1992, p. 17 apud Leandro; Rebelo, 2011, p.33). 29 A cultura organizacional contribui reforçando os valores e princípios do indivíduo que, enquanto ator social, acaba por ampliar o sentimento de RS vigente, levando a sociedade a cobrar uma participação ativa ainda maior das organizações. De acordo com Ashley (2002, p. 40) “a imagem que se tem do conceito de empresa afetará a amplitude de visão e de mudanças quanto à responsabilidade social nos negócios”. Segundo a autora, a base que consolida a imagem a ser desempenhada pela empresa está em seu posicionamento estratégico, referido pelos seus valores, princípios, missão e visão, enfim, em sua estratégia. Na opinião de Ashley (2005, p. 71) o principal motivo para uma empresa ser socialmente responsável é que isso proporciona a ela uma consciência de si mesma e de suas interações com a sociedade, e principalmente que o papel das empresas está sendo repensado devido às grandes mudanças. Em primeiro lugar está o fato de a globalização colocar os diversos ambientes culturais no mundo em contato cada vez mais próximo, exigindo que cada empresa esteja atenta as diferenças culturais e comece a agir de maneira responsável. Em segundo lugar, espera-se o reconhecimento das instituições uma vez que o maior interesse das organizações é o de se tornarem socialmente responsáveis. Segundo Karkotli (2006, p. 120), a organização deve analisar se realmente possui uma cultura voltada à RS, se seus valores, missão, visão estão alinhados, e, principalmente se está comprometida com a sociedade para que possa identificar se ela atua com Responsabilidade Social Empresarial. As organizações que almejam expandir seus negócios precisam estar cada vez mais atentas e alinhadas às diversidades culturais, tendo então que aprender a balancear a necessidade de obter lucros, obedecer às leis, ter um comportamento ético e envolver-se em alguma atividade de ação, de desenvolvimento social para com a comunidade na qual estão inseridas. Além disso, a RS caracteriza-se como uma oportunidade de a empresa ser mais competitiva, conquistar e ampliar mercado, alinhando seus recursos e objetivos aos resultados. Para Karkotli (2006, p. 58), de forma abrangente, cada vez mais organizações brasileiras estão incorporando à RS a cultura corporativa, levando o ditado “não dê o peixe, ensine a pescar” as últimas conseqüências. 30 É um assunto que nos faz crer na importância que temos um para com o outro indivíduo, independente de sua religião, origem, cultura e classe social. Também se torna um assunto importante devido sua contribuição para a imagem da empresa que passa a adotar posturas éticas e compromissos sociais com a comunidade, podendo tornar-se um diferencial competitivo e um indicador de rentabilidade e sustentabilidade em longo prazo. Ashley (2002) defende como sendo inadmissível uma empresa que almeja adotar RSE, tenha posturas de desrespeito ao remunerar mal seus colaboradores, pagar propinas aos fiscais e corromper processos licitatórios. Segundo o Instituto Ethos (2001) ao fazer um mergulho em sua cultura interna, a empresa deve descobrir se existe sintonia entre a proposta de incentivar os funcionários a realizar ações voluntárias dentro do Programa de RSE. As vantagens mencionadas estão contribuindo para que cada vez mais as empresas incorporem práticas sociais responsáveis. As empresas começaram a perceber que a adoção da RS pode lhes trazer um bom retorno, mesmo que esse na maioria das vezes seja de longo prazo. 3.1.4. Responsabilidade Social como Gestão Empresarial A gestão da RS tem abrangência interna e externa. A interna tem o propósito de obter maior retorno de produtividade para os acionistas; tem ênfase nas áreas da educação, remuneração, assistência médica, odontológica e social. A externa, por sua vez, tem ênfase na comunidade, por meio de ações sociais direcionadas, principalmente para as áreas de educação, cultura, saúde, assistência social e ecologia e tem como objetivo obter um maior retorno social de sua imagem publicitária para os acionistas. Responsabilidade social empresarial é uma forma de gestão que abarca aspectos econômicos, ambientais e sociais pautada na ética e transparência com todos os atores envolvidos em suas atividades, ou seja, se aplica a toda a cadeia produtiva. Para Karkotli (2006, p.45) RSE é uma nova estratégia para aumentar o lucro e potencializar o desenvolvimento das empresas, tendência essa que decorre da maior conscientização dos consumidores, que valorizam os aspectos éticos e ligados a cidadania. 31 Ainda para Karkotli (2006, p. 44) as organizações devem começar a exercer a RS em seu interior, dando suporte aos colaboradores, oferecendo melhorias na qualidade de vida, estimulando às práticas responsáveis e no seu exterior proporcionar melhoria contínua a comunidade. Parte-se do pressuposto de que as orientações estratégicas quanto à responsabilidade social empresarial dependerão do contexto histórico, legal econômico e social em que a empresa opera e da distribuição de poder entre as diversas dimensões das relações negócio-sociedade, além de depender da ideologia dos fundadores, da alta direção da empresa e dos que investem nela (ASHLEY, 2005, p. 128). Porter (2006) argumenta que as ações sociais devem ser iniciadas por meio da cadeia de valor da organização, ou seja, de dentro para fora, pois todas as atividades da cadeia de valor atingem as comunidades locais onde a empresa atua provocando impactos positivos ou negativos. Nos dias de hoje a RS na prática não pode ser mais vista meramente como uma forma de filantropia ou ações comunitárias, mas deve ser encarada como uma forma de gestão empresarial juntamente com os objetivos estratégicos e inseridos na estrutura organizacional. A RSE vem se transformando em uma forma de gestão que pode ser definida pela relação transparente da empresa com todos os públicos e pelo estabelecimento de metas empresarias compatíveis com o desenvolvimento sustentável da sociedade, preservando recursos ambientais com visão futura, respeitando sempre a diversidade em busca da redução das desigualdades sociais. Responsabilidade Social empresarial é uma forma de conduzir os negócios da empresa de tal maneira que a torna parceira e co-responsável pelo desenvolvimento social. A empresa socialmente responsável é aquela que possui a capacidade de ouvir os interesses das diferentes partes (acionistas, funcionários, prestadores de serviço, fornecedores, consumidores, comunidade, governo e meio ambiente) e conseguir incorporá-los no planejamento de suas atividades, buscando atender às demandas de todos, e não, apenas dos acionistas, ou proprietários (ETHOS 2002, p. 2). Qualquer empresa, independente do seu porte é capaz de desenvolver ações de RS. Considera-se que a incorporação de objetivos sociais e ambientais aos objetivos organizacionais econômicos é essencial para o desenvolvimento de uma sociedade. 32 As empresas que incorporarem princípios e adotarem políticas e práticas de RS corretamente obterão resultados positivos e sustentáveis. Entretanto, desenvolver programas sociais com o único intuito de divulgar a empresa e ou reduzir a carga tributária não lhe trará resultados positivos sustentáveis ao longo do tempo. Diante das citações, os autores demonstram que RS é uma ferramenta de gestão que pode por vezes ser utilizada desde a elaboração dos princípios e valores da empresa até o processo de desenvolvimento das ações voltadas para a comunidade e o meio ambiente. 3.1.5 Estratégias e Ações de Responsabilidade Social A Responsabilidade Social é uma nova realidade de mercado e essa nova realidade vem fazer com que as empresas invistam cada vez mais em outros atributos significativos, além do preço e da qualidade, que são essenciais para o consumidor. Porter (2006) analisa a integração da RS com a estratégia empresarial e vantagem competitiva. Afirma que as atitudes dos programas devem ser reativas às exigências legais e sociais, recomenda a definição de uma pauta estratégica proativa que potencialize a relação com os elos da cadeia de valor. Ou seja, uma ação socialmente responsável que estimule uma vantagem competitiva, em que o desafio seja promover a relação RS e lucro como coexistentes e não excludentes. Ashley (2005) considera que a RS engloba toda e qualquer ação da empresa que possa contribuir para a melhoria da qualidade de vida da sociedade. A organização através da aplicação correta dos recursos devolve o investimento na forma de lucro social. A RSE é um movimento que passou a fazer parte de uma cobrança da sociedade e de parte do mercado global que diferencia e valoriza as empresas em virtude de seu comprometimento social (ASHLEY, 2005, p.176). Neste contexto, qualquer atitude responsável que as empresas exerçam e que venha a melhorar a qualidade de vida da sociedade passa a ser uma ação de responsabilidade social. Porter (2006) defende quatro justificativas prevalecentes para Responsabilidade Social Coorporativa: 33 Obrigação moral: obter sucesso comercial de maneira que promova os valores éticos, buscar variação nos valores pessoais dos gerentes e demais partes envolvidas; Sustentabilidade: atender os requisitos do presente sem comprometer os requisitos do futuro. Mais eficaz nas questões ambientais em que melhorias podem produzir benefícios econômicos imediatos; Licença para operar: Gerar boa vontade para obter a adesão de governos e outras partes envolvidas. O cumprimento da lei, licenças e alvarás necessários que inclusive cedem controle do programa de Responsabilidade Social Coorporativa; e Reputação: fortalecer a reputação e a marca perante clientes, investidores e funcionários. Oferecer vantagem competitiva sustentada, enfatizar o impacto social das atividades da empresa. Karkotli (2006) enfatiza que as empresas não dão conta de resolver todos os problemas sociais, nem arcar com os custos de fazê-lo, apenas devem encarar sua agenda social de maneira proativa e estratégica. Neste sentido, as empresas devem contribuir para a sociedade e para as questões sociais onde puderem agregar o máximo valor. A empresa socialmente responsável é aquela quem possui a capacidade de ouvir os interesses das diferentes partes (acionistas, funcionários, prestadores de serviços, (fornecedores, consumidores, comunidade, governo e meio-ambiente) e conseguir incorporá-los no planejamento de suas atividades, buscando atender às demandas de todos e não apenas dos acionistas ou proprietários (ETHOS, 2003, p. 2). De acordo com Ashley (2002, p. 11), as empresas de diversos portes têm considerado a RS como uma das principais estratégias para alavancar o crescimento do negócio. Ashley (2002, p. 29) o conceito de Responsabilidade Social Corporativa não pode ser reduzido a uma dimensão “social” da empresa, mas interpretado por meio de uma visão integrada de dimensões econômicas, ambientais e sociais que, reciprocamente, se relacionam e se definem. Historicamente, o papel das empresas se restringiu ao econômico, ficando a sua participação social expressa pela própria execução da atividade empresarial. Embora o cenário não tenha se alterado significativamente, tornar-se socialmente responsável passa a 34 ser imprescindível para as empresas do século XXI, implicando na mudança de concepção das empresas (ASHLEY, 2002, p. 82). De acordo com as citações, não há como negar que RSE se apresenta como um novo negócio, como um tema cada vez mais importante no comportamento das organizações, exercendo impactos nos objetivos, estratégias e no próprio significado de empresa, com enfoque em várias áreas. Por fim, não há como ignorar a RS na gestão das organizações, pois a questão não é parte apenas de uma sensibilização social e ética, mas, principalmente, de uma sensibilização econômica, institucional e sustentável. 3.1.6 Benefícios dos Programas (RSE) Para muitas organizações, os projetos desenvolvidos através dos programas RSE não são mais vistos como um custo adicional para atender a demanda inconveniente das partes interessadas, passando cada vez mais a serem vistas como uma forma de contribuir para a prosperidade e sobrevivência das companhias no longo prazo. Karkotli (2006, p. 58) pressupõe que os empreendedores sociais realizam mudanças fundamentais na forma como as coisas são feitas no setor social, possuem visão arrojadas, atacam as causas básicas dos problemas. As organizações que adotam programas de RS autênticos obtêm benefícios que podem ser classificados em tangíveis e intangíveis. Empresas que optaram pelo caminho da sustentabilidade obtêm os seguintes benefícios tangíveis: redução de custos, melhora da produtividade, crescimento de receitas, acesso a mercados e capitais, melhora no processo ambiental e na gestão de recursos humanos e intangíveis como a capacidade de inovar e a própria reputação. Segundo Ashley (2005) os benefícios para a sociedade e para as empresas que adotam o programa da RSE só serão alcançados ao longo do tempo se o programa for utilizado com autenticidade. A organização, antes de executar um programa de RS deve reavaliar seus pressupostos a fim de incorporá-lo a sua cultura organizacional adequadamente. A prática da Responsabilidade Social pelas empresas tem como benefícios proteger e fortalecer a imagem da marca e sua reputação favorecendo a imagem da 35 organização uma vez que credibilidade passa a ser uma importante vantagem- um diferencial competitivo no mundo globalizado. Mesmo que melhoria da imagem da empresa junto aos clientes seja uma das motivações para a empresa realizar ação social, em contrapartida ainda não se consegue ter clareza quanto ao grau de importância atribuída pelos consumidores brasileiros à ação social das empresas como critério relevante para o julgamento delas. Pois, segundo o Instituto Ethos (2001), quando nas pesquisas as questões do tipo “abertas” acerca dos critérios que influenciam as suas impressões sobre uma determinada empresa, apenas 4% dos consumidores do país consideraram, em 2001, a ação social como um critério relevante. Quando a questão da valorização dos diferentes itens da RS empresarial foi apresentada de forma “fechada”, a ação social das empresas foi considerada relativamente importante, ou seja, 59% dos entrevistados atribuíram como total responsabilidade das empresas o apoio a projetos comunitários e a instituições de caridade. No pensamento de Ashley (2005, p. 16), as práticas de Responsabilidades Sociais desenvolvidas nas organizações passam pela incorporação de valores morais, capazes de levar as pessoas a fazerem diferenciações e tomar decisões que agregarão valores simultaneamente à empresa, à comunidade e a ela própria. O trabalho voluntário dentro das organizações praticantes de RS tem chamado muita atenção de seus funcionários devido à imagem benéfica que é realizar um trabalho voluntário em prol de uma comunidade ou de um determinado grupo de pessoas. As empresas que investem em ações sociais são retribuídas, por vezes, por melhoria interna trazendo como retorno a lucratividade e o crescimento da organização, pois as ações sociais motivam os funcionários e a empresa que opta por ter funcionários motivados, tem um maior rendimento profissional. Para Ashley (2002) a RS agrega valor à marca, fortalece os vínculos comerciais e sociais da empresa, gera valor e longevidade aos negócios além de ser fator de motivação para os funcionários. Pressupõe que investir em ações socialmente responsáveis reflete em significativos ganhos para os empresários, mas não só para eles, melhora a qualidade de vida da comunidade, a economia se desenvolve, a sociedade cresce, aumenta a qualidade no ensino, entre outros benefícios. Os benefícios quando contribuem para o desenvolvimento da comunidade, o que está acontecendo na verdade é a formação de futuros clientes, que acabam sendo fidelizados e 36 conquistados, além de proteção contra ações negativas dos consumidores, pois isso evita o boicote no consumo ou estabelece rapidamente a credibilidade caso a empresa não consiga prever o fatos que venham prejudicá-la. Outro benefício é a diferenciação dos concorrentes, pois quando a empresa se insere na comunidade, cria um diferencial, destaca-se, além da visão positiva sobre a empresa uma vez que passa a satisfazer não só seus acionistas, mas principalmente os consumidores; colaboradores e a comunidade. Baseado nos pensamentos de Barbieri (2009), as organizações que possuem sensibilidade social investem em ações, nem sempre pelos ganhos financeiros, mas pelo seu reconhecimento diante da comunidade. A maneira como irá proteger e favorecer seus beneficiários expõe o interesse em melhorar a qualidade de vida das pessoas e a percepção delas em se desenvolver cada vez mais. Segundo o Instituto Ethos (2008, p. 2), responsabilidade social empresarial é: forma de gestão que se define pela relação ética e transparente da empresa com todos os públicos com os quais ela se relaciona e pelo estabelecimento de metas empresariais compatíveis com o desenvolvimento sustentável da sociedade, preservando recursos ambientais e culturais para as gerações futuras, respeitando a diversidade e promovendo a redução das desigualdades sociais. Drucker (1999) apud Ashley (2002) chama a atenção para o fato de que é justamente em função de a empresa ser bem sucedida no mercado que cresce a necessidade de atuação socialmente responsável, visando diminuir os problemas sociais. O exercício da RS incorpora na cultura da empresa a busca do bem estar da sociedade associado ao crescimento da própria organização. Além disso, ao se aproximar da comunidade, as organizações se tornam mais aptas a obter informações e conhecimentos sobre os clientes, o mercado e muitas das vezes sobre si própria. Melo Neto e Froes (2001) comentam que a empresa ganha em maior comprometimento dos funcionários nas suas políticas para esse público e investindo, ela tem benefícios como: motivação e orgulho, produtividade e qualidade de vida, poucos gastos com a saúde, desenvolvimento de talentos e inovação, ganhos em imagem positiva para os públicos de interesse e ganhos em credibilidade dos clientes. 37 3.2. Ética e Responsabilidade Social Considerando as transformações que vêm ocorrendo no ambiente organizacional nos últimos anos as empresas passam a ter um número maior de obrigações, dentre elas, novas práticas de RS, transparência e principalmente de posturas éticas dentro das organizações. Algumas definições sobre ética ajuda a entender a importância de aplicá-la no ambiente empresarial e na sociedade como um todo. As responsabilidades éticas são na verdade as atividades e comportamentos esperados sejam no sentido positivo ou negativo diante da sociedade, mesmo que não estejam citadas e regidas por lei, essas responsabilidades éticas são os valores morais, as crenças, formas de comportamento, assim os valores: moral e ética se complementam. A ética é um dos elementos culturais organizacionais que mais contribui para que as ações de RSE ocorram da forma que se espera, e que é uma das bases para a formação do conceito de RSE, pois é justamente através do senso de ética que irá internalizar os valores e princípios morais na organização. Existe um reconhecimento por parte de vários autores de que há uma relação entre a noção de Responsabilidade Social Empresarial, ética, cultura e os valores morais. As ações de RSE envolvem um senso ético internalizado em todos os gestores e funcionários. Para Ashley (2005) diante da literatura acadêmica há um reconhecimento de que ética e valores são inseparáveis de qualquer noção de (RSE), pois o próprio fato de se considerar que a empresa possui pratica responsáveis por si já envolve idéia de pratica ética. Ética e Responsabilidade Social Empresarial estão associadas, ou seja, não existe RSE sem ética. A ética é à base de qualquer programa de RSE e se expressa nos princípios e valores adotados pela empresa. Neste sentido, é fundamental que haja coerência entre discurso e prática. Portanto, alguns aspectos devem ser considerados: a remuneração dos empregados, o relacionamento com a área de compras dos clientes, com os fornecedores e com os fiscais do governo, etc. Para Karkotli (2006, p.58) a opção das empresas não é mais modismo, sendo um assunto levado a sério, principalmente pelas organizações que querem atrelar a marca e a imagem institucional a uma visão ética. Para Ashley (2005) é crescente tanto no meio acadêmico quanto no meio empresarial a discussão sobre a Responsabilidade Social das Empresas (RSE) pautadas na ética e transparência como princípios básicos de conduta. As empresas obtêm benefícios que 38 melhoram o desempenho financeiro. Investimentos socialmente responsáveis têm apresentado rendimento superior aos dos fundos tradicionais. As questões éticas precisam ser enfrentadas em todas as áreas da organização, pois está relacionada com o comportamento individual das empresas e da sociedade. Em algumas situações as pessoas se defrontam com a necessidade de mensurar o seu comportamento por normas que se julgam mais apropriadas ou mais viáveis de serem cumpridas. Nesse contexto verifica-se que ética é à base da RS e se expressa através dos princípios e valores adotados pela organização. Nessa perspectiva: Quando se fala sobre a ética das empresas como pressuposto para a responsabilidade social, pode-se dizer que a cultura da responsabilidade social das empresas está diretamente relacionada com a ética, de forma socialmente responsável em todas as suas ações, políticas, práticas bem como nas suas relações (KARKOTLI, 2006, p. 80). Não basta almejar e programar políticas e diretrizes internas para conseguir excelência em RS. A prática deve se estender a todos envolvidos, clientes internos e externos, fornecedores, varejistas, colaboradores evitando ações precárias e muitas vezes predatórias em questões ligadas ao social. Caso contrário, a empresa corre o sério risco de ser penalizada com a perda de uma boa imagem corporativa e de competitividade devido à ineficiência. Qualquer ponto fraco da cadeia prejudica a imagem responsável do produto desde o processo utilizado na extração de matéria-prima até as práticas de venda utilizadas pelos varejistas. Desta forma, a consistência de cada um em questões ligadas ao social é igual à resistência das conseqüências, pois se uma dessas funções falha ou é interrompida provoca desequilíbrio nas outras áreas diminuindo o desempenho de cada um e comprometendo o todo. As empresas que incorporarem princípios e adotarem políticas e práticas de RS corretamente obterão resultados positivos e sustentáveis, entretanto, desenvolver programas sociais com o único intuito de divulgar a empresa e ou reduzir a carga tributária não lhe trará resultados positivos e sustentáveis ao longo do tempo. No Brasil há várias empresas que já adotaram a RSE. Entretanto, questiona-se até que ponto a RS adotada em algumas organizações é espontânea, ou se seria mais uma estratégia de marketing ou um mecanismo para melhorar sua imagem. 39 A ética, como já explicitado, tem a ver com a conduta humana, com a forma como o ser humano se relaciona entre si. As relações humanas são pautadas por um conjunto de princípios ou padrões, nem sempre consensuais, mas que permitem a interação entre as pessoas. 3.3 Voluntariado Empresarial O voluntariado empresarial é, na maioria das vezes, um dos instrumentos que as empresas utilizam no exercício da sua responsabilidade empresarial no sentido de contribuírem para um desenvolvimento global com maior participação, gerando maior oportunidade de sustentabilidade. O trabalho voluntário empresarial está diretamente ligado a questão de Responsabilidade Social da empresa. Ações voluntárias geralmente começam a ser praticadas quando as organizações começam a incorporar os conceitos de RS. Melo Neto e Brennand, (2004, p. 30) compreendem que a RS ou Voluntariado são caracterizados pelas ações que são desenvolvidas com a intenção de beneficiar a comunidade, estendendo-se a sociedade no todo. As variáveis que compõe a Responsabilidade Social Corporativa são: ética nos negócios, Responsabilidade Social e Responsabilidade Ambiental. Ainda para (Melo Neto e Brennand, 2004, p.13) Responsabilidade Social não é apenas ser ético e fazer o bem. É assumir um comportamento individual ético, contribuir para o desenvolvimento de uma sociedade sustentável, justa e harmoniosa e para um mundo de negócios e uma vida mais justa, digna e de qualidade, pois implica uma atitude e um compromisso permanente, aliados a uma visão de transformação social da sociedade e à prática de um modelo de gestão inovador. O principal objetivo deste programa é viabilizar e sistematizar a prática de RS com a participação ativa dos colaboradores em ações sociais junto à comunidade onde a empresa está inserida. A viabilização deste programa acontece através do mapeamento de entidades e de suas necessidades, e do encaminhamento e monitoramento dos funcionários e das atividades a serem desenvolvidas. Voluntariado empresarial é “um conjunto de ações realizadas por empresas para incentivar e apoiar o envolvimento dos seus funcionários em atividades voluntárias na comunidade” (ETHOS, 2002, p. 2). 40 O projeto de trabalho voluntário normalmente é implantado pela área de recursos humanos ou pela área de comunicação da empresa, pois essas áreas são estratégicas nas implantações de políticas internas e costumam contar com o apoio da diretoria. Atualmente, uma das grandes vertentes do trabalho voluntário é incentivada pelas empresas que, movidas pelo senso de RS, estimuladas por diversos movimentos globais, assumem a responsabilidade de incrementar esforços para um mundo melhor e de desenvolverem nos seus funcionários a satisfação de participar de uma organização, que os apóia e os estimula na implantação de projetos e programas de trabalho voluntário. Quando o programa parte de uma iniciativa planejada no interior de uma empresa ou organização já existente é importante a sua divulgação e publicidade como forma de fomentar o interesse e a adesão das diversas equipes e pessoas que compõem a organização. Na apresentação do projeto é preciso deixar claro a possibilidade de adesão espontânea e a absoluta desvinculação com eventuais vantagens internas como promoção ou gratificação. Deve ficar evidente que os voluntários deverão cumprir seus compromissos, com o cumprimento dos horários propostos dos regulamentos internos do programa. O compromisso com a prática de ações voluntárias em sintonia com objetivos organizacionais pode ser uma ótima estratégia de negócio para as empresas. Além disso, o trabalho voluntário pode trazer várias vantagens para a empresa dentre elas: ajudar a atrair e manter os melhores profissionais do mercado; reforçar a imagem da empresa, incrementar a produtividade dos funcionários; melhorar os relacionamentos com seus clientes, fornecedores e demais públicos de interesse. O Instituto Ethos (2002) defende que o voluntariado empresarial consiste em uma estratégia viável para as organizações, para a comunidade e para os colaboradores. Do lado social, permite reduzir problemas de desigualdade, do lado dos negócios auxiliam no desenvolvimento de habilidades pessoais e profissionais, promovendo a satisfação do trabalho. O voluntariado empresarial, portanto, representa um instrumento valioso no novo papel das empresas na sociedade e traz benefícios para todas as partes envolvidas: indivíduo, empresa e sociedade. No Brasil, o voluntariado empresarial começou ser notados somente na segunda metade dos anos 90, junto com a atuação social nas organizações e por meio da ação de 41 entidades não governamentais, institutos de pesquisa e empresas sensibilizadas para a questão. O trabalho do Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas - IBASE na promoção do Balanço Social é uma de suas expressões e tem logrado progressiva repercussão (ETHOS, 2002). 3.4 Projetos Sociais do Grupo HSBC Nos últimos anos a empresa Losango Promoções de Venda vem firmando a sua Política de Responsabilidade Social através do seu Programa Voluntário Social. Trata-se de um projeto desenvolvido e coordenado pelos próprios colaboradores e que tem como principal objetivo melhorar a qualidade de vida de comunidades carentes e colaborar com instituições filantrópicas, principalmente nas áreas de assistência, educação e saúde, e ainda sustentabilidade. Através do Programa Voluntário Social, a Losango busca reforçar o conceito de equilíbrio, trabalho e vida pessoal, estimulando o envolvimento de toda a sua equipe e implementando a cultura de RS para a matriz e filiais, verdadeiras forças motrizes, que confirmam na prática a ideia de que voluntariado é uma via de mão dupla, capaz de produzir mudanças na sociedade e nos corações e mentes de seus agentes. O Programa Voluntário Social da empresa Losango teve início em julho de 2002, com a criação do Comitê de Voluntariado Social, com o intuito de promover ações que ajudam comunidades e instituições a enfrentarem situações difíceis, acreditarem em suas potencialidades e se comprometerem com um mundo melhor (LOSANGO, 2013). O grupo, além de auxiliar asilos, creches e instituições- escolhidas através de rigorosa pesquisa que contou com o auxílio da área jurídico da empresa Losango, é responsável por manter-se informado sobre as ações realizadas em todo Brasil, primando pela sua divulgação interna. Nos últimos anos após aquisição pelo Banco HSBC, o voluntariado ficou ainda mais forte, pois o grupo já tinha essa cultura enraizada nos seus valores. Os projetos e as ações são registrados e acompanhados através de filmagens e fotos feitos pelos voluntários. Em Brasília existe um comitê formado por oito pessoas que se 42 reúne mensalmente para realizar o balanço das ações realizadas pelo grupo e registrar no site todas as ações como prestação de conta. No ano de 2013 muitas instituições foram beneficiadas, o grande diferencial está no fato de que em todas as ações é obrigatório a participação de no mínimo 5 (cinco) colaboradores. A empresa tem a preocupação em “não somente dar o peixe, mas ensinar a pescar”, mudando a imagem de meramente assistencialista, pela imagem de uma organização que procura educar e conscientizar a comunidade sobre as boas práticas sustentáveis, buscando melhor aplicabilidade dos recursos financeiros. Ao longo do ano de 2013 a Losango programou diversas Campanhas em parceria com o Instituto HSBC como (LOSANGO, 2013, p. 1): Volta às Aulas: arrecadação e distribuição de kits escolares; Campanha de Páscoa Solidária: arrecadação de ovos de páscoa; Aqueça-me período frio: arrecadação de agasalhos para as crianças e idosos; Dia de Criança: Arrecadação e distribuição de Brinquedos; Meio ambiente: mutirão juntamente com a comunidade para recolher o lixo jogado próximo as margens, recolher latinhas e pets das margens de córregos e ruas; Assistência: limpeza e manutenção de creches e asilo além de arrecadar produtos de limpeza e higiene pessoal; Dia da Água na comunidade: por meio da educação ambiental, levar informações para crianças, jovens ou comunidade em geral sobre a importância da água para a vida, as formas de consumo consciente, tratamento da água e formas de conservação. Para o Instituto HSBC de solidariedade (2013) existem cinco grandes motivos ou razão para ser voluntário (LOSANGO, 2013, p. 1): 1. 2. 3. 4. 5. Desenvolve a capacidade de trabalho em equipe; Aprimora o espírito de solidariedade; Melhora a habilidade de administrar o tempo; Gera uma imagem positiva dentro e fora da organização; e Favorece a produtividade, associada à ética e respeito ao próximo. A empresa Losango juntamente com o Grupo HSBC promove, ainda, diversas iniciativas sociais e desenvolve várias parcerias com organizações, cujos fins concentram-se na valorização social, ligadas ao combate à exclusão, saúde, educação e cultura, promovem ações de caráter sociocultural, educativo, artístico, científico e assistencial. 43 3.5 O papel da Liderança nos Programas de RSE As empresas estão cada vez mais investindo em ações sociais. Essas ações ajudam a amenizar os problemas que assolam a sociedade. A participação de empresas no atendimento das demandas sociais de suas comunidades é uma prática antiga, porém, nos últimos anos, tem-se observado um envolvimento mais sistemático das empresas na área social e, inclusive, buscando dar visibilidade a ações sociais. Neste sentido, Ashley (2003), afirma que, existem três fatores que levam as empresas a investirem em RS: a) uma conscientização sobre a importância das dimensões sociais e ambientais e sobre o destino da empresa; b) a antecipação de uma regulação que venha a pressionar as empresas a respeitar algumas normas; c) a vontade da empresa de se diferenciar dos concorrentes. De acordo com Karkotli (2006, p. 13), as organizações de hoje estão inseridas em uma alarmante situação de desconformidade em relação a vários fatores e isto vem requerendo iniciativa urgente no sentido de amenizar as deficiências. Para Ashley (2002) apud Karkotli (2006, p. 41), a busca de alternativas para garantir a sobrevivência no mercado de alta competitividade tem estado permanentemente na agendo dos gestores organizacionais. Os líderes dentro do conceito de RSE são obrigados a exercitar essas escolhas em direção aos resultados socialmente responsáveis, considerando as pessoas como protagonistas dentro das organizações. Ashley (2003) define a responsabilidade dos gerentes que, em função de serem os protagonistas morais, devem seguir e exercitar escolhas a serviço da Responsabilidade Social. Os líderes formais não possuem o controle da criação da cultura organizacional, no entanto, a posição que ocupam empresta-lhes vantagem, pois dá a eles o poder para influenciar pessoas. Para Karkotli (2006, p. 60) é conveniente que a elaboração e a implementação dos programas de introdução das práticas de RSE sejam conduzidas na por líderes habilitados para evitar simples conveniência ou apenas filantropia. Melo Neto e Brennand (2004) apontam os seguintes itens como característicos das empresas que agem com Responsabilidade Social: 44 Ética – a gestão de procedimentos éticos não é tarefa fácil na empresa. Em primeiro lugar é necessário que sejam definidos, explicitados e divulgados os “princípios éticos” a serem colocados em prática pela empresa em todas as suas atividades e esfera de atuação; Educativa – A empresa deve desenvolver campanhas e projetos educacionais que se destinem à comunidade, empregados e públicos de interesse da empresa; (ASHLEY, 2005) Sustentável – Segundo Andrade e Tachizawa (2008, p. 29) “A responsabilidade social, é convergente com estratégias de sustentabilidade de longo prazo e incluem a necessária preocupação dos efeitos das atividades desenvolvidas no contexto da comunidade em que se inserem as empresas”. Na perspectiva de Melo Neto e Brennand (2004) a Responsabilidade Empresarial, atua em uma dimensão mais ampla e com um modelo de gestão empresarial onde desenvolve não simplesmente um pacote de ações comunitárias e sim atende a todos os seus stakeholders: clientes, fornecedores, parceiros, acionistas, governo, mídia, funcionários e membros comunitários em geral. Melo Neto e Brennand (2004, p. 16) diante de clientes cada vez mais exigentes, e em busca de valor (menor preço, maior qualidade, mais serviços) as empresas descobriram uma nova fonte de vantagem competitiva constituído de o valor ético institucional. Os líderes nesse contexto têm papel importante diante do grupo, desde observar e identificar um diagnóstico inicial das situações em que se encontra a empresa até a posição do resultado final esperado e ainda passa e ser essencial no desenvolvimento das ações no sentido de integrar a equipe com todos os envolvidos. Vale ressaltar que os gerentes ou líderes certamente influenciam, mas não controlam o processo de criação de uma cultura organizacional, uma vez que a cultura não está sujeita ao domínio de nenhum grupo de indivíduos em particular. 45 3.5 Indicadores de Responsabilidade Social Atualmente, no mundo dos negócios cada vez mais, percebe-se que as empresas estão preocupadas em buscar a sua legitimidade perante a sociedade e, para atingir os seus objetivos adotam práticas responsáveis como ferramentas de cunho social com o objetivo de passar uma imagem de empresa socialmente responsável, preocupada com o meio-ambiente, com a sociedade, com os seus colaboradores. A normalização nesse sentido atua como um fator informacional que fortalece a transparência sobre a qualidade ambiental e social das políticas empresariais. Com as normas, a empresa pode provar seu compromisso com a RSE e ainda demonstrar a sua credibilidade e de legitimidade. Para Karkotli (2006, p. 13) faz-se necessário, que as organizações busquem uma linha de coerência entre os discursos práticos e suas ações, e para tanto utilizem instrumentos de avaliação também chamados de indicadores de Responsabilidade Social. Existem várias iniciativas para poder dimensionar o nível de Responsabilidade Social de uma empresa. Para Karkotli (2006, p. 134) os indicadores mais conhecidos e utilizados para acompanhar e avaliar a RSE no Brasil são: SA 8000; AA 1000; Balanço Social; Indicadores Ethos de Responsabilidade Social, entre outros. Tais indicadores podem ser decisivos para definir os parâmetros que a organização levará em consideração no momento de definir quais os programas sociais desenvolverá. 3.5.1 NORMA SA 8000 (Social Accountability 8000) Atualmente as empresas estão inseridas em um mercado altamente competitivo, os fatores determinantes da escolha dos consumidores vão além de preço e qualidade, passando a procurar empresas que ofereçam diferenciais competitivos. Dentre os diferenciais, a prática da ética dentro e fora da empresa com políticas que garantam um ambiente de trabalho adequado e seguro, com remunerações justas e práticas de ações sociais internas e externas a torna uma verdadeira empresa cidadã, que além de atuar de forma ética, com respeito às leis, às pessoas e ao meio ambiente, participa e 46 contribui para a solução de problemas da comunidade, suplementando assim, as ações governamentais. A Norma SA 8000 foi lançada em 1997, como um padrão voluntário de monitoramento e certificação para avaliar as condições de trabalho dentro da cadeia produtiva da empresa. De acordo com Social Accountability International – SAI, órgão regulado da SA 8000, a norma tem como objetivos: desenvolver, manter e executar políticas e procedimentos com o intuito de gerenciar aqueles temas, os quais ela possa controlar ou influenciar e ainda demonstrar para as partes interessadas que os procedimentos e práticas estão em conformidade com os requisitos desta norma. Para Karkotli (2005, p. 138) a norma SA8000, se constitui em certificação e monitoramento no campo da RSE, passou por uma atualização, realizada pela Social Accountability Intemational, em 2001. A SA 8000 regulariza e controla os aspectos gerenciais relacionados ao trabalho infantil, trabalho forçado, saúde e segurança no trabalho, liberdade de associação e direito à negociação coletiva, discriminação, políticas disciplinares, horário de trabalho e remuneração. É importante comentar que todos os itens que a SA 8000 considera como requisitos já são tratados pela legislação trabalhista brasileira (KARKOTLI, 2005, p.138-139). O Brasil figura em quarto lugar no ranking da SAI, em um total de 59 países, representando 10% do total das certificações, ficando atrás da China (21%), Índia (18%) e Itália (15%) (INSTITUTO SAI 2006). Enderle e Tavis (1998) criaram um modelo para as Responsabilidades Corporativas nos seus diversos raios de ação, com o intuito de auxiliar a gestão da relação dos stakeholders. A norma SA8000 é um padrão mundial na área de RS. Foi lançada em outubro de 1997 pelo “Council on Economic Priorities Accreditation Agency” - CEPAA, simultaneamente em Nova Iorque e Londres, após um trabalho que envolveu os principais “stakeholders” da sociedade mundial, a exemplo de empresas, sindicatos, ONGs e associações diversas, como a Fundação Abrinq pelos Direitos das Crianças, com sede em São Paulo, Brasil. É coordenada pela “Social Accountability Internacional”, uma organização nãogovernamental sediada nos Estados Unidos. A SA8000 funciona como um princípio ético das ações e relações da empresa com as partes interessadas com os quais ela interage – funcionários, consumidores, 47 fornecedores, e a comunidade. Constitui o primeiro padrão social auditável, baseado em normas ISO, convenções da OIT, Declaração Universal dos Direitos Humanos e Convenção sobre os Direitos da Criança. A SA8000 aborda questões sociais e aspectos éticos dos negócios das empresas com seus fornecedores, através de nove itens: Trabalho infantil: qualquer trabalho realizado por uma criança com idade menor do que a idade especificada para criança, exceto se de acordo com a recomendação 146 da OIT; Trabalho juvenil: qualquer trabalhador cuja idade seja maior do que a idade definida para a criança e menor do que 18 anos. As empresas não devem expor seus trabalhadores juvenis a situações internas ou externas ao local de trabalho que sejam prejudiciais à saúde ou inseguras. O trabalho juvenil não poderá ser realizado no horário entre as 18h e 06h (noturnos); Trabalho forçado: todo trabalho ou serviço que é obtido de uma pessoa sob a condição de qualquer penalidade para o qual a pessoa não tenha se oferecido voluntariamente; Saúde e segurança: as empresas devem garantir um ambiente de trabalho saudável e seguro, adotando medidas para prevenir acidentes, lesões e doenças decorrentes da atividade normal do trabalho; Liberdade de associação: o trabalhador pode filiar-se ao sindicato de sua categoria profissional, ou ao sindicato a que a empresa está associada; Discriminação: as empresas devem coibir entre seus colaboradores as práticas de qualquer tipo de discriminação relacionadas com a remuneração, contratação, promoção, acesso ao treinamento e desligamento de empregados; Práticas disciplinares: são punições corporais, incluindo o isolamento, privação ao direito de ir e vir, a proibição ao acesso a banheiros, bebedouros de água e à alimentação, a coerção (constrangimento, ameaça, (uso de força) física ou mental para o convencimento ou adesão de seus empregados, O abuso verbal, através de palavreado inadequado (Ex.: xingamentos), tom de voz impróprio para o local de trabalho (Ex.: gritos), constrangimento entre os colegas (Ex.: repreensões públicas); Horas de trabalho: as organizações devem atender todas as leis e normas, relacionadas com a jornada de trabalho, da categoria e da CLT. As horas extras (horas de 48 trabalho que ocorrem em situações (excepcionais para situações de curto prazo), não deverão exceder a duas horas diárias e há doze horas por semana, por empregado, serão remuneradas ou compensadas como definido nas convenções/acordos trabalhista da categoria e deverão respeitar o período de onze horas de descanso entre duas jornadas. O trabalhador deve ter um dia na semana para descansar; Remuneração: os salários pagos aos empregados são relativos ao período de um mês de trabalho e devem obedecer no mínimo o estabelecido nas leis, convenções e acordos trabalhistas das categorias. Não deverão ser feitas deduções nos salários por motivos disciplinares (Ex.: multas, descontos); Sistema de gerenciamento: as organizações devem criar uma política de responsabilidade social e devem divulgá-la internamente à empresa. A política deve ser divulgada externamente às partes interessadas como: clientes, fornecedores, sindicatos, organizações governamentais (secretarias municipais, estaduais e federais, fundações, ministérios, (etc.) ou não governamentais (ONGs – Ex.: ABRINQ) preocupadas com algum aspecto da Responsabilidade Social. As organizações devem criar um manual com os procedimentos ligados a SA8000 e divulgá-los aos seus colaboradores. Esses procedimentos são passíveis de auditoria (HSBC, 2013). As questões sociais e éticas assumem crescente importância e têm de ser adequadamente abordadas pelas empresas no futuro próximo. Para o meio empresarial, a demonstração de RS e ética está a emergir como um instrumento básico para responder às exigências de mais transparência e informação formuladas por diversas partes com interesses diretos ou indiretos. A era da qualidade do produto está a dar lugar à da qualidade do produtor. Em conseqüência desta tendência existem já diversas organizações acreditadas para efetuar auditorias no âmbito da norma SA8000, bem como um crescente número de empresas que receberam a certificação SA8000. Certificação SA8000 A mais prestigiada norma de Responsabilidade Corporativa é do HSBC Lançada em outubro de 1997 pelo Conselho de Prioridades Econômicas da ONU, a Social AccountAbility 8000 (SA8000) é o primeiro e mais conceituado padrão global de certificação do aspecto da responsabilidade social de empresas. Os primeiros centros administrativos do HSBC a conquistar esta certificação foram: o Palácio Avenida, em Curitiba, e o Tower Faria Lima, em São Paulo. Em 2008 começou o processo de expansão, com a certificação do Centro Administrativo Morumbi, em São Paulo, e Vila Hauer, em Curitiba. No ano seguinte 49 o processo se estendeu aos Centros Administrativos do Caemi, no Rio de Janeiro e Xaxim em Curitiba. O Grupo HSBC opera em mais de 80 países em todo o mundo e o HSBC Brasil é o primeiro a receber essa prestigiada certificação. Ao buscar voluntariamente a certificação SA8000, o HSBC reforça sua decisão de integrar a cidadania corporativa à estratégia de seu negócio (HSBC, 2013, p. 2). A SA 8000- baseada no padrão normativa ISO 9000 e ISO 14000 é uma ferramenta que auxilia no processo e manutenção da gestão social interna de uma empresa já que possui etapas pré-definidas, que devem ser seguidas. O planejamento, elaboração de documentos, definição de indicadores e gerenciamento, também se fazem necessários. Processo esse utilizado não só no desenvolvimento dos trabalhos com foco interno, mas também na Responsabilidade Social externa. (HSBC, 2013). 3.5.2 AA 1000 - Accountability A norma AA 1000 foi criada pelo Instituto da Responsabilidade Social e Ética (Institute of Ethical Accountability – ISEA), o seu objetivo é assegurar a qualidade da RS e ética, auditoria e relato, procurando analisar as relações existentes entre empresa e comunidade. Segundo Karkotli (2006, p. 39), a norma AA 1000 foi lançada em novembro de 1999, em versão ainda não definitiva, tendo o desafio de ser o primeiro padrão internacional de gestão da Responsabilidade Corporativa, com foco em assegurar a qualidade da RS, cidadania, relato e auditoria, que contempla a avaliação dos desempenhos éticos e sociais. A versão preliminar foi baseada em projetos pilotos de várias empresas que realizavam seu planejamento estratégico e gerenciamento visando uma política de Responsabilidade Ética e Social. Para Karkotli (2006, p.140) o Accountability AA 1000 representa um instrumento para estimular a gestão dos programas de RS e se basear em princípios éticos, que garantam confiabilidade às demonstrações dos resultados podendo ser de duas formas: 1) Como base comum, que define a qualidade de padrões de responsabilidade social. 2) Como sistema independente para gerir e comunicar o desempenho da organização na área de responsabilidade social (KARKOTLI, 2006, p.140). 50 Ao orientar-se pelo Accountability AA 1000, a organização se beneficia através do gerenciamento de sua Responsabilidade Social sendo ainda beneficiada com uma gama de vantagens entre os envolvidos por estabelecer os passos para adoção de um processo de melhorias contínuas. O Accountability AA 1000 é uma norma de processo, não de desempenho real, ela específica aos processos que uma organização deve seguir para fazer o relato de seu desempenho de maneira ética e não os níveis de desempenho que a organização deve atingir. (ACCOUNTABILITY, 2008). Para a norma AA 1000 a RS deve explicar ou justificar os atos, omissões, riscos e dependências pelos quais é responsável em relação a pessoas com um interesse legítimo. Para desincumbir-se de sua Responsabilidade Social, uma organização se responsabilizará por seus atos, omissões, riscos e dependências. Contudo, além deste requisito de responsabilização transparente, a norma AA 1000 também vincula RS a uma obrigação maior de sensibilidade para resposta e conformidade, como descritas a seguir: a) transparência diz respeito à obrigação de informar aqueles com um interesse, legítimos pela organização “stakeholders”; b) sensibilidade para resposta diz respeito à responsabilidade da organização pelos seus atos e omissões, incluindo-se os processos de tomada de decisão e os resultados destas decisões. Nesse sentido a “sensibilidade” para resposta vincula uma responsabilidade a processo direcionado a dar suporte às organizações no gerenciamento e na comunicação da responsabilidade social. Focaliza as opiniões e necessidades dos stakeholders que devem integrar o processo, orienta o estabelecimento de metas organizacionais que respeitam os interesses de cada parte e sugere indicadores de desempenho para avaliação dessas metas. A AA1000 objetiva apoiar a aprendizagem organizacional e o desempenho geral social e ético, ambiental e econômico e, portanto, a contribuição da organização em direção ao caminho do desenvolvimento sustentável. (ACCOUNTABILITY, 2008). O principal benefício trazido pelo AA1000 às organizações que a adotam é o próprio estabelecimento de um sistema de gestão para possibilitar a contabilidade, auditoria e relato social e ético, o que pode gerar, entre outras conseqüências, como prática real do conceito de RS: imagem positiva e um melhor relacionamento com todos os públicos, capacidade de medir sucesso e benefícios por parâmetros mais abrangentes. 51 A AA1000 pode ser utilizada como uma referência comum para confirmar a qualidade dos padrões de RS especializados, existentes e emergentes e anda como um sistema e processo independente e único para gerenciar e comunicar o desempenho social e ético. A AA1000 AS oferece conclusões sobre a natureza e a extensão da adesão aos Princípios AccountAbility AA1000, e onde aplicar. Além disso, delibera conclusões sobre a qualidade das informações divulgadas publicamente e sobre a performance sustentável. Esta norma destina-se principalmente ao uso por profissionais que focam na garantia da sustentabilidade em seus meios de atuação, além de prestadores de serviços. A AA1000AS poderá ser igualmente útil para formuladores de relatórios na tentativa de assegurar conformidade com esta norma. (ACCOUNTABILITY, 2008, p. 2). Os princípios AA1000 da Accountability destinam-se, antes de mais, a ser utilizados por organizações que adotaram uma abordagem responsável e estratégica à temática da sustentabilidade, portanto, por si só tornam-se um fomentador das práticas de Responsabilidade Social Corporativa. Para Sustentare (2008), os princípios AA1000 da Accountability ajudarão as organizações a compreender, gerir e melhorar o seu desempenho sustentável. A AA1000AS se baseia na AA1000 AccountAbility Principles Standard (2008), sendo internacionalmente aceita, livremente disponível e estabelece os requisitos garantidores para a realização das ações sustentáveis (ACCOUNTABILITY, 2008). 3.5.3 Balanço Social O Balanço Social é um instrumento que tem sido utilizado para expressar a Responsabilidade Social, entende-se que ele deveria espelhar aquilo que de fato a empresa tem assumido como compromisso com a questão social. A própria elaboração do Balanço Social é uma atitude voluntária, que pretende dar clareza sobre as práticas sociais adotadas pela empresa. Um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (IPEA, 2002) demonstra que as empresas do setor privado brasileiro ainda não apresentam respostas consistentes quando o assunto diz respeito ao retorno que os projetos sociais têm trazido para a organização e a comunidade em geral. Com base em uma amostra selecionada a partir das empresas cadastradas junto ao Ministério do Trabalho, a pesquisa mostra um diagnóstico da ação social empresarial nas cinco principais regiões do país: Sul, Sudeste, Centro-Oeste, 52 Norte e Nordeste. O Balanço Social é o instrumento para aferir de forma adequada os resultados da empresa na área socioeconômica, permitindo avaliar e informar os fatos sociais vinculados a empresa seja no seu interior junto a empresa e empregados, como também no meio externo junto a sociedade. O Balanço Social surge com a necessidade de demonstrar as práticas de RS adotadas pela organização de uma forma transparente e clara às ações empresariais. Seguindo o comportamento apresentado pela sociedade de acordo com a RS, consolidou-se a necessidade de divulgação de relatórios sociais ou balanços sociais. No Brasil, o primeiro documento considerado Balanço Social, foi realizado pela empresa Nitrofértil, situada na Bahia, divulgado em 1984. Posteriormente, foi publicado o balanço social do sistema Telebrás, na década de 80, e o do BANESPA, publicado em 1992, estando entre as empresas percussoras na divulgação do balanço social no Brasil. O Balanço Social surge em 1980, como forma de nutrir ou complementar carências que o próprio governo não consegue suprir, assim como o despertar das empresas para a “ferramenta” poderosa que pode vir a ser com a sua publicação, visto que os concorrentes, consumidores e a própria comunidade saberão como e de que forma a empresa está investindo o seu capital na sociedade em que está instalada(IBASE 2000). Atualmente, a publicação do Balanço Social é obrigatória por Lei na França e em países como Estados Unidos, Bélgica e Alemanha, ela ocorre por exigência da própria sociedade. Desde meados de 1997, o Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (IBASE) já chamavam a atenção de empresários e da sociedade para a constatação da relevância e da necessidade da publicação do Balanço Social explicitados em um modelo simples e único. O IBASE desenvolveu um modelo em parceria com diversos representantes de empresas públicas e privadas, a partir de reuniões e discussões com setores da sociedade, e criou também o “Selo Balanço Social Ibase/Betinho” que passou a ser concedido para empresas que realizaram seus balanços sociais no modelo sugerido. O objetivo do IBASE é a diminuição da pobreza e das injustiças sociais, através do aprimoramento da cidadania empresarial, procurando desenvolver uma Responsabilidade 53 Social nos empresários e nas empresas, com o intuito de proporcionar um desenvolvimento humano, social e ambiental (IBASE, 2000). O selo de Balanço Social demonstra que “a empresa já deu o primeiro passo para tornar-se uma verdadeira Empresa Cidadã, comprometida com a qualidade de vida dos funcionários, da comunidade e do meio ambiente; apresenta publicamente seus investimentos internos e externos através da divulgação anual do seu Balanço Social” (IBASE, 1998, p. 1). O Balanço Social deve ter por objetivo demonstrar o resultado da interação da empresa com o meio em que está inserida, ressaltando-se os aspectos de recursos humanos, contribuição para o desenvolvimento econômico e social, ambientais e contribuições para a cidadania. O Balanço Social é uma forma de demonstração para a sociedade, de que a questão social está sendo integrada como questão estratégica e vital da empresa, valoriza a cidadania, além de avaliar o desempenho social das empresas que o publicam, e assim como o Balanço Contábil, o Balanço Social precisa estar pautado em evidências concretas e mensuráveis, para garantir e manter a sua credibilidade. Para Ashley (2002), o Balanço Social, que deveria ser apenas um instrumento de medição, vem se transformando em um aliado para satisfazer as prestações de conta exigidas. “A preocupação com princípios éticos, valores morais e um conceito abrangente de cultura é necessária para que se estabeleçam critérios e parâmetros adequados para atividades empresariais socialmente responsáveis” (ASHLEY, 2002, p. 49). Segundo Ashley (2002, p. 37), “o posicionamento de cada empresa estará associado ao perfil cultural dos públicos que efetivamente exercem poder sobre a direção dela, e esse perfil se reflete na orientação quanto a sua responsabilidade social”. Assim, surge o Balanço Social para mostrar o que as empresas estão realizando de atividades socialmente responsáveis. Na legislação brasileira, o Balanço Social não é obrigatório, porém este tem sido adotado por diversas instituições, uma vez que este agrega valor com a anexação da marca da empresa com valores éticos e responsáveis, sendo assim um diferencial num mercado tão competitivo. Para o Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social o referente ao balanço social entende que: 54 A publicação do balanço social é fundamental para a vida organizacional porque, além de ampliar o diálogo da empresa com a sociedade, ajuda-a na incorporação de posturas éticas e transparentes, no diagnóstico de desafios em médio e longo prazo, na comparação de seu desempenho com o de outras organizações, na avaliação da eficiência de seus investimentos e na integração de seus objetivos ambientais, econômicos e sociais (ETHOS, 2013, p. 3). Os conceitos acima apresentados estão formulados dentro de uma visão bastante contemporânea do Balanço Social, pois trazerem a ideia de RS em termos econômicos e sociais, bem como a inclusão da preocupação com o meio ambiente. O certo é que a divulgação do desempenho social de uma empresa interessa a grupos empresariais pelas mais diversas razões. A primeira se refere à ética e ao princípio pelo qual empresas, na qualidade de atores sociais, têm ativa participação no crescimento de uma nação e, portanto, devem prestar contas à sociedade. No entanto, razões de cunho prático se somam a estas e, felizmente, fazem da divulgação dos “Balanços Sociais” uma prática cada vez mais comum. Interessa a empresas a divulgação de seus casos de boa prática empresarial. 3.5.4 Indicadores Ethos de Responsabilidade Social Criado em 1998 pelo empresário Oded Grajew, o Instituto Ethos é uma entidade: Sem fins lucrativos caracterizada como uma OSCIP (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público) que tem como missão sensibilizar e orientar as empresas a gerir seus negócios de forma socialmente responsável, tornando-as parceiras na construção de uma sociedade justa e sustentável (ETHOS, 2005, p.3). Um dos principais articuladores da RS no Brasil é o Instituto ETHOS, criado com a missão de promover e disseminar práticas empresariais socialmente responsáveis, contribuindo para que empresas e sociedade alcancem um desenvolvimento sustentável em seus aspectos econômico, social e ambiental. Atualmente, o ETHOS conta com mais de 800 empresas associadas. Ao contrário do que se possa imaginar não só as grandes empresas que estão engajadas, mas também as pequenas, médias e micro empresas. A principal ferramenta instituída pelo Instituto ETHOS é a auto-avaliação com base em indicadores que posicionam a empresa sobre o seu estágio de Responsabilidade Social Empresarial. O questionário contempla temas como Valores, Transparência e Governança; Governo e Sociedade; Público Interno; Meio Ambiente; Fornecedores; 55 Consumidores e Comunidade, ou seja, todos os stakeholders da empresa, por meio de questões relativas às interfaces com cada público: como contrata, mantém e demite empregados; como identifica e avalia seus fornecedores - se inclui em seus contratos cláusulas expressas contra o trabalho infantil, por exemplo, se estabelece mecanismos para coibir práticas de corrupção/propinas; se mantém projetos na comunidade, se desenvolve projetos preventivos e/ou corretivos para os impactos ambientais resultantes de sua atuação/operação, entre outros (ETHOS, 2005). Os indicadores de RS (Quadro 2) a serem utilizados dependem do porte da organização. Assim, para uma empresa de pequeno porte em início de vida, bastam alguns poucos indicadores que mensurem e monitorem os negócios em nível estratégico. Quadro 2 – Indicadores Ethos de Responsabilidade Social Temas Valores transparência e Indicadores Compromissos éticos; enraizamento na cultura organizacional; relação com a concorrência; Balanço social. Público Interno Relações com sindicatos; Gestão participativa; participação nos resultados e bonificação; compromisso com o futuro das crianças; valorização da diversidade; desenvolvimento profissional; cuidado co saúde, segurança e condições de trabalho. Meio ambiente Conhecimento sobre o impacto ao meio ambiente; minimização de entradas e saída de materiais na empresa; responsabilidade sobre o ciclo de vida dos produtos e serviços; comprometimento da empresa com a causa ambiental. ornecedores Critérios de seleção e avaliação de fornecedores; trabalho infantil na cadeia produtiva; relações com trabalhadores terceirizados; apoio ao desenvolvimento de fornecedores. Consumidores Política de marketing e comunicação; excelência no atendimento; conhecimento dos danos potenciais dos produtos e serviços. Comunidade Gerenciamento do impacto da empresa junto á comunidade; relações co organizações atuantes na comunidade; mecanismos de apoio a projetos sociais; estratégias de atuação na área social; mobilização dos recursos para o investimento social; reconhecimento e apoio ao trabalho voluntário dos funcionários. Governo e Sociedade Contribuições para campanhas políticas; práticas anticorrupção e propina; liderança e influência social; participação em projetos sociais governamentais. Fonte: Elaborado por Karkotli a partir de pesquisas junto ao Instituto Ethos, 2005. 56 O Instituto Ethos ganhou visibilidade internacional após a elaboração de um conjunto de indicadores que orientam as empresas a incorporarem a RS em suas atividades. Seguindo a mesma linha do Ethos, outras entidades ou movimentos afins foram sendo criados, como por exemplo, a Associação de Dirigentes Cristãos de Empresas no Brasil (ADCE), o Grupo de Institutos e Fundações Empresas (GIFE), (o Pensamento Nacional de Bases Empresariais) e o Observatório Brasileiro da Desigualdade, que desde então vem, cada uma a seu modo, fazendo coro aos objetivos por justiça social. Ferramenta de diagnóstico organizacional que avalia o estágio em que se encontram as práticas de RS nas empresas, facilitando a visualização das ações mais urgentes que devem ser trabalhadas, bem como o posicionamento da organização perante um grupo de benchmark. [Os Indicadores Ethos de Responsabilidade Social, estão baseados em um questionário que aborda sete temas, a saber: Valores e Transparência, Público Interno, Meio Ambiente, Fornecedores, Consumidores, Comunidade e Governo e Sociedade (ORCHIS, YUNG E MORALES, 2002). Brasil - Resultados Finais - Segunda Edição (2006) Os resultados finais da Pesquisa: Ação Social das Empresas, realizada pelo IPEA pela segunda vez em todo o Brasil, apontam um crescimento significativo, entre 2000 e 2004, na proporção de empresas privadas brasileiras que realizaram ações sociais em benefício das comunidades. Neste período, a participação empresarial na área social aumentou 10 pontos percentuais, passando de 59% para 69%. São aproximadamente 600 mil empresas que atuam voluntariamente. Em 2004, elas aplicaram cerca de R$ 4,7 bilhões, o que correspondia a 0,27% do PIB brasileiro naquele ano. A partir da realização desta segunda edição da Pesquisa tornou-se possível iniciar a construção, de maneira inédita, de uma série histórica que permite o acompanhamento da evolução do comportamento da iniciativa privada na área social desde finais da década de 1990. O montante deste investimento social privado, porém, é pouco influenciado pela política de benefícios tributários, uma vez que apenas 2% das empresas que atuaram no social fizeram uso de incentivos ficais para tanto. Dentro os motivos da não utilização desses benefícios, cerca de 40% dos empresários alegaram que o valor do incentivo era muito pequeno e que, portanto, não compensava seu uso. Para 16% as isenções permitidas não se aplicavam às atividades desenvolvidas e outros 15% nem mesmo sabiam da existência de tais benefícios. A comparação entre as informações das duas edições da Pesquisa mostra que, se por um lado, houve um crescimento generalizado na participação social das empresas, por outro, a magnitude desse crescimento foi diferenciada segundo as regiões. Foi no Sul que se observou o maior incremento na proporção de empresas atuantes, que passou de 46%, em 2000, para 67%, em 2004, o que equivale a um aumento de 21 pontos percentuais. "Com isso, o Sul deixou de ser a região com menor proporção de atuação e passou a ter um comportamento similar ao das demais regiões do país", observa a diretora de Estudos Sociais do IPEA e coordenadora-geral da Pesquisa, Anna Maria Peliano. O Nordeste, que aumentou sua atuação em 19 pontos (de 55% para 74%), ultrapassou, ligeiramente, o Sudeste que, em 2004, contava com 71% de participação. Finalmente, a região Norte apresentou uma expansão de 15 pontos percentuais (de 49% para 64%), seguida do Centro-Oeste, com um crescimento de 11 pontos no período (de 50% para 61%). 57 Levando-se em conta o porte, observa-se que foram as grandes empresas que apresentaram a maior taxa de participação em ações comunitárias (94%), apesar de terem tido um crescimento de apenas seis pontos percentuais entre 2000 e 2004, mesmo percentual alcançado pelas pequenas (11 a 100 empregados). Já entre as micro-empresas (até 10 empregados) e entre aquelas de médio porte (101 a 500 empregados), o crescimento foi bem mais expressivo, com um aumento de 12 pontos percentuais no primeiro caso (de 54% para 66%) e de 19 pontos, no segundo (de 67% para os atuais 87%). Entre os setores econômicos, o destaque foi o setor de agricultura que registrou um aumento de 35 pontos percentuais, ampliando sua contribuição de 45% para 80%. O setor de construção civil, que já era o menos atuante, em 2000, segue na última posição, com apenas 39% de suas empresas realizando ações sociais, o que representou um crescimento de quatro pontos percentuais no período. Os demais setores apresentaram crescimento semelhante, atingindo níveis de atuação que oscilaram entre 69% e 72% das empresas. Quanto às áreas de atuação, merece destaque o crescimento das ações voltadas para alimentação, que se torna a área prioritária de atendimento (52%), ultrapassando as ações voltadas para assistência social (41%). Já em relação ao público-alvo, o atendimento à criança continua a ser o foco principal das empresas (63%), mas crescem, de maneira expressiva, o desenvolvimento de ações em prol de idosos e portadores de doenças graves, que passam a envolver, respectivamente, 40% e 17% das empresas. Uma das novidades dessa segunda edição foi à investigação sobre o que dificulta ou impede o desenvolvimento de ações sociais comunitárias: para 62% das empresas, a principal razão é a falta de dinheiro. Uma parcela bem menor reclama da ausência de incentivos governamentais (11%). Também é pequena a proporção de empresas que não atua porque nunca pensou nessa possibilidade (5%) ou porque acredita que este não seja seu papel (5%). "Vê-se que, mesmo entre as empresas que nada fazem para fora de seus muros, há um conhecimento generalizado sobre a possibilidade de atuação no campo social. E isso é muito positivo", avalia Anna Peliano. A Pesquisa procurou investigar, também, a percepção dos empresários sobre o seu papel na realização de ações voluntárias em benefício das comunidades. A grande maioria (78%) acredita que é obrigação do Estado cuidar do social e que a necessidade de atuar para as comunidades é maior hoje do que há alguns anos (65%). Há, portanto, uma compreensão, no mundo empresarial, de que a atuação privada não deve substituir o poder público, tendo um caráter muito maior de complementaridade da ação estatal. (IPEA, 2006). Além de medir o grau de comprometimento da organização com a sociedade, os indicadores também fornecem uma ferramenta de auto-análise e um modelo de gestão para as organizações, mensurando o seu grau de forma abrangente englobando alguns indicadores mostrando o caminho para as organizações se tornem mais responsáveis socialmente. 58 4. METODOLOGIA Método é o conjunto das atividades sistemáticas e racionais que, com maior segurança, permite alcançar o objetivo – conhecimentos válidos e verdadeiros, traçando o caminho, detectando erros e auxiliando as decisões (LAKATOS; MARCONI, 2001). O método de abordagem utilizado se caracteriza como indutivo, pela condução do trabalho e do processo pelo qual, o pesquisador por meio de levantamento particular, chega a determinadas conclusões gerais, ou seja, parte-se do específico para o geral. Método indutivo Para Lakatos e Marconi (2001), o método indutivo é aquele onde a aproximação dos fenômenos com maior foco, partindo das constatações mais particulares, específicas e concretas a fim de obter elementos para a construção de leis gerais que explicam os fenômenos. 4.1. Tipo de Pesquisa Para a realização deste trabalho foi utilizada pesquisa do tipo exploratório e descritiva, onde na pesquisa descritiva busca conhecer a realidade estudada, suas características e também os possíveis problemas, analisando informações de melhor compreensão ligadas aos objetivos que foram propostos, já pesquisa exploratória busca informações acerca do tema em artigos, livros, entre outros. O método exploratório, segundo Gil (1999, p. 43), tem como principal função "desenvolver, esclarecer e modificar conceitos e idéias, tendo em vista a formulação de problemas mais precisos ou hipóteses pesquisáveis para estudos posteriores". O método descritivo, segundo Gil (1999, p. 44), tem como objetivo a descrição das características de determinadas populações ou fenômenos. "[...] Destacam-se nessa pesquisa descritiva aquelas que visam descrever características de grupos ou de organizações". Essa pesquisa tem caráter quantitativo, pois as informações foram coletadas por pesquisa de campo, por meio de um questionário, com perguntas claras e objetivas para investigação, buscando avaliar a participação dos colaboradores no programa de RSE, bem como identificar se o programa traz benefícios. 59 A metodologia adotada para a realização do trabalho também foi à pesquisa bibliográfica e documental. Através da pesquisa bibliográfica foram utilizados, para a elaboração deste trabalho: livros, artigos científicos, revistas, teses, matérias veiculados em revistas, jornais e internet. E, por meio da pesquisa documental, foram consultadas publicações de documentos no acervo da organização e em seu site para compor tanto o referencial, como dar embasamento ao tema pesquisado. Outro método também usado foi à observação de comportamental durante a realização de atividades de ações sociais. 4.2. População e Amostra A população da empresa estudada refere-se aos 31 (trinta e um) colaboradores de todas as áreas, distribuídos em três filiais que realizam as atividades de atendimento da estrutura da Empresa Losango promoções de venda no Distrito Federal. Para efetuar a pesquisa, foram selecionadas somente as filiais do DF, a matriz fica localizada em Brasília Asa Sul e as demais no entorno de Brasília, localizadas nas cidades de Gama e Taguatinga. Os funcionários das filiais selecionados para a aplicação do questionário são de extrema importância nesta pesquisa, por se tratar de funcionários que efetivamente se envolvem ativamente no Programa de Responsabilidade Social Empresarial. 4.3. Instrumento de Pesquisa A pesquisa foi realizada por meio de questionários aplicados a todos os colaboradores da empresa das filiais localizadas no Distrito Federal. O instrumento de pesquisa contou com um total de 19 (dezenove) perguntas objetivas fechadas relacionadas às variáveis pesquisadas quanto ao Programa de RSE. O instrumento selecionado foi escolhido como ferramenta de pesquisa por permitir a utilização de uma linguagem direta e simples, facilitando a compreensão do questionamento, bem como a tabulação dos dados levantados. 60 Assim, o questionário foi desenvolvido de acordo com os objetivos propostos, servindo como base necessária par a análise dos resultados, bem como para a conclusão e recomendações. 4.4 Procedimento Metodológico 4.4.1. Coleta de dados Para verificar a participação dos colaboradores na implantação e realização do Programa de Responsabilidade Social Empresarial, foi utilizado um roteiro com perguntas de múltipla escolha para propiciar o estudo, além de procurar identificar se o Programa traz benefícios aos colaboradores. Na coleta de dados houve a preocupação de levantar informações que permitissem a realização dos objetivos propostos e investigação das hipóteses. Os questionários foram impressos e entregues pessoalmente no período de outubro de 2013, sendo determinado um prazo para devolução dos mesmos de duas semanas. Não houve nenhum tipo de influência sobre os pesquisados, sendo as respostas obtidas com total independência e sem nenhuma exposição dos colaboradores- como campo para nome ou dados que pudessem identificá-los. 4.4.2. Tratamento de Dados Após recolher os questionários, foi realizada uma conferência quanto à quantidade, e, em seguida, após essa verificação, foi feita a seleção dos dados obtidos e posterior análise. Com a intenção de levantar as respostas para os objetivos apresentado nesse trabalho a análise das questões do questionário possibilitou identificar o percentual de colaboradores que participam voluntariamente do Programa de Responsabilidade Social desenvolvido pela empresa. Para confirmar ou não as hipóteses levantadas a partir do problema de pesquisa, foram avaliadas fatores determinantes diante do questionário. 61 Os dados coletados por meio do questionário foram tabulados em planilhas do Excel, gerando gráficos em formato pizza para facilitar e simplificar o entendimento do resultado e sua conseqüente análise. 62 5. RESULTADO E ANÁLISE DOS DADOS 5.1 Perfil sócio demográfico dos colaboradores Gráfico 5.1.1 - Qual sua faixa etária? No Gráfico 5.1.1 quanto à faixa etária, observa-se que 10% correspondem aos colaboradores até 25 anos de idade; 84% dos colaboradores entre 25 a 50 anos de idade; e apenas 6% têm acima de 50 anos de idade. Gráfico 5.1.2 - Qual o seu sexo? Segundo o Gráfico 5.1.2 com relação ao gênero, observou-se que apenas 13% são do gênero masculino e 87% são do gênero feminino. 63 Gráfico 5.1.3 - Qual o seu nível hierárquico na empresa? De acordo com o Gráfico 5.1.3 quanto ao nível hierárquico, num total de 71% dos colaboradores são do nível operacional, 26% do nível tático e 3% do nível estratégico. Gráfico 5.1.4 - Qual o seu tempo de atividade na empresa? Conforme o Gráfico 5.1.4 baseado no tempo de empresa, 74% dos colaboradores têm mais de 5 anos em atividade; 19% possuem de 1 a 5 anos e 7% até 1 ano de atividade na empresa. 64 5.2 Participação dos Colaboradores no Programa RSE Gráfico 5.2.1 - Na empresa Losango as pessoas se importam uma com as outras? No Gráfico 5.2.1 é possível identificar uma questão relativa à cultura organizacional presente na empresa, de modo a ressaltar que 46% dos colaboradores consideram que as pessoas sempre se importam uma com as outras, 35% confirmam que isso ocorre na maioria das vezes e apenas 19% declaram que raramente as pessoas apresentam tais comportamentos. Para Ashley, (2002) a primeira Responsabilidade Social deve existir com relação aos empregados da organização, e que seria uma incoerência desenvolver projetos de filantropia e assistência social para a comunidade na qual está inserida se essa cultura não partir de dentro de casa. Assim, o fato das pessoas importarem-se uma com as outras faz parte das questões relativas à RS. 65 Gráfico 5.2.2 – Você participa ativamente do Programa de SER desenvolvido pela empresa? No Gráfico 5.2.2, quanto à participação ativa dos colaboradores, observou-se que a maioria um total de 39% participam ativamente (sempre) nas ações de RSE desenvolvidas pela empresa, 29% participam na maioria das vezes, 16% confirmam que são raras as vezes que participam e 16% declaram não participar (tal percentual corresponde a 05 (cinco) colaboradores do total da amostra de 31 (trinta e um). Para Ashley, (2002) a RS não cabe somente à organização, mas deve envolver à todos, caracterizando-se como um modo de a empresa ser competitiva, conquistar e ampliar mercado, alinhado seus recursos e objetivos com à RS. Diante da análise dos gráficos verificou-se a existência de uma cultura de preocupações responsáveis dentre os colaboradores, visível por meio do percentual considerável de participantes ativos nos programas de responsabilidade social desenvolvidos pela organização. 66 Gráfico 5.2.3 – Você identifica como benéfica a participação voluntária no Programa de Responsabilidade Social? Segundo o Gráfico 5.2.3 um total de 68% dos colaboradores classificou como benéfica a participação voluntária nos programas de RSE (sempre), 19% identificou que na maioria das vezes reconhecem a participação como benéfica e 13% não consideram benéfica a participação voluntária no Programa de RSE. No pensamento de Ashley (2005, p.16), as práticas de Responsabilidades Sociais desenvolvidas nas organizações passam pela incorporação de valores morais, capazes de levar as pessoas a fazerem diferenciações e tomar decisões que agregarão valores simultaneamente à empresa, à comunidade e a ela própria tais benefícios também podem ser expressos pelos benefícios tangíveis: redução de custos, melhora da produtividade, crescimento de receitas, acesso a mercados e capitais, melhora no processo ambiental e na gestão de recursos humanos. Valorização da imagem institucional, maior lealdade do consumidor, maior capacidade de atrair e manter talentos, capacidade de adaptação, longevidade e diminuição de conflitos são os benefícios considerados intangíveis (YOUNG, 2008). A observação também foi utilizada como método para levantamento de dados, desta forma, pôde-se observar a satisfação dos colaboradores ao concordarem como benéficas a participação nas ações desenvolvidas pelo Programa de RSE, demonstrando como benefícios à motivação e à transparência dos resultados como uma questão ética. 67 Gráfico 5.2.4 – Avalie o seu nível de satisfação com o Programa de Responsabilidade Social desenvolvido na empresa Losango Segundo o gráfico 5.2.4, é notável a satisfação dos colaboradores com o Programa de Responsabilidade Social, representado por um percentual de 77%, outros 16% declaram que tanto faz (nem satisfeito, nem insatisfeito) e 7% demonstram insatisfação diante dos programas, ou seja, 24 colaboradores estão satisfeitos, 05 nem satisfeitos, nem insatisfeitos e 02 insatisfeitos. O Instituto Ethos (2002) defende que o voluntariado empresarial consiste em uma estratégia viável para as organizações, para a comunidade e para os colaboradores. Do lado social, permite reduzir problemas de desigualdade, do lado dos negócios auxiliam no desenvolvimento de habilidades pessoais e profissionais, promovendo a satisfação do trabalho. Tal afirmação vai de encontro com os resultados encontrados, pois, 77% dos colaboradores estão satisfeitos. 68 Gráfico 5.2.5 – Quão responsiva é a empresa Losango quanto à Responsabilidade Social No Gráfico 5.2.5, a percepção dos colaboradores em sua maioria com um percentual de 74% considera que a empresa Losango é muito responsiva quanto à RSE, 19% consideram que e extremamente responsiva e 7% considera a responsividade moderada. Pela análise documental identificou-se que, nos últimos anos, a Losango vem firmando a sua política de Responsabilidade Social, por meio do seu Programa Voluntariado Social. Trata-se de um projeto desenvolvido e coordenado pelos colaboradores e que tem como principal objetivo melhorar a qualidade de vida de comunidades carentes e colaborar com instituições filantrópicas, principalmente nas áreas de assistência, educação e saúde. Abaixo segue o detalhamento de algumas ações desenvolvidas pelo programa RSE (expostas através de documentos e incluídas no site institucional): O grupo apóia e desenvolve ações voltadas para várias áreas além de auxiliar Asilos e comunidades carentes. A Empresa Losango programa várias ações a serem realizadas ao longo do ano, abaixo segue algumas campanhas, propostas no ano de 2013: Volta às Aulas - Fevereiro: arrecadação de kits escolares; Campanha de Páscoa Solidária: arrecadação de ovos de páscoa; Aqueça-me neste Inverno – Junho/2013 foi realizado arrecadação de agasalhos para as crianças e idosos; Campanha Dia de Criança – Outubro/2013 foi realizado uma arrecadação de brinquedos; e Natal Legal – Dezembro/2013 está programado para ocorrer doação de cestas básicas para as famílias carentes. 69 Gráfico 5.2.6 – A empresa fornece informações dos resultados das ações desenvolvidas no Programa de Responsabilidade Social Empresarial? Segundo o gráfico acima, ficou claro que 90% concordam que sempre ocorre a divulgação dos resultados relativos às ações desenvolvidas no Programa de RSE desenvolvidos pela empresa e 10% informam que na maioria das vezes. Por meio de observações constatou-se que as divulgações ocorrem no site do voluntariado da empresa, além de utilizar a intranet também como ferramenta de divulgação. Segundo Sucupira (2002) o Balanço Social, é um conjunto de informações sobre as atividades desenvolvidas por uma empresa, em promoção humana e social, dirigidas os seus empregados e a comunidade onde está inserida. Através dele a empresa mostra o que faz pelos seus empregados, dependentes e pela população que recebe a sua influência direta. Portanto, também por meio do uso da pesquisa documental identificou que a empresa Losango expõe tanto aos funcionários quanto à comunidade em geral por meio do Balanço Social as atividades desenvolvidas em suas ações sociais com a participação voluntária de seus colaboradores. 70 Gráfico 5.2.7 – Você considera que a Responsabilidade Social Empresarial é determinante para o crescimento da empresa na atual sociedade em transformação? De acordo com informações no Gráfico 5.2.7, ressalta-se que 87% concordam que a Responsabilidade Social Empresarial é determinante para o crescimento da empresa na atual sociedade em transformação, existindo ainda um percentual de 13% de discordantes. Para Karkotli (2006, p.45), RSE é uma nova estratégia para aumentar o lucro e potencializar o desenvolvimento das empresas, tendência essa que decorre da maior conscientização dos consumidores, que valorizam os aspectos éticos e ligados a cidadania. 71 Gráfico 5.2.8 – Você considera que o Programa de RSE traz benefícios para os colaboradores? De acordo com o gráfico 5.2.8, quanto ao questionamento de o Programa de RSE trazer benefícios aos colaboradores 74% concordam; 7% concordam às vezes e 19% discordam. Não foram realizadas perguntas abertas para saber quais benefícios o Programa RSE traz, nem tampouco para, no caso, de percentuais de discordo e discordo totalmente buscar conhecer o motivo. No entanto, por meio de observações identificou que a empresa estimula ações para promover melhoria na qualidade de vida de seus colaboradores, como caminhadas pelo Parque da Cidade (Brasília/DF), estímulo à prática de atividade física, ginástica laboral, além de estimular a participação nas ações externas junto à comunidade, gerando um ambiente de trabalho agradável e mais humanizado, fortalecendo o trabalho em equipe e a preocupação com o próximo, pois a própria participação do colaborador no programa e em suas ações para com a sociedade/comunidade os torna pessoas melhores, mais felizes, mais humanas, trazendo benefícios de crescimento pessoal. Ainda para Karkotli (2006 p. 44), as organizações devem começar a exercer a RS em seu interior, dando suporte aos colaboradores, oferecendo melhorias na qualidade de vida, estimulando as práticas responsáveis e no seu exterior proporcionar melhoria contínua à comunidade. 72 Gráfico 5.2.9 – Você se sente satisfeito por trabalhar em uma organização que valoriza as ações sociais e voluntárias? No Gráfico 5.2.9 , 87% dos colaboradores sentem-se satisfeitos por trabalhar em uma organização que valoriza as ações socias e voluntárias, 13% na maioria das vezes. A empresa socialmente responsável é aquela quem possui a capacidade de ouvir os interesses das diferentes partes (acionistas, funcionários, prestadores de serviços, (fornecedores, consumidores, comunidade, governo e meio-ambiente) e conseguir incorporá-los no planejamento de suas atividades, buscando atender às demandas de todos e não apenas dos acionistas ou proprietários (ETHOS, 2003). As empresas que incorporarem princípios e adotarem políticas e práticas de RS corretamente obterão resultados positivos e sustentáveis, contribuindo para a sociedade como um todo. 73 Gráfico 5.2.10 – Pode-se dizer que o Programa desenvolvido pela empresa constitui um relevante elemento motivacional para os colaboradores? De acordo com o Gráfico 5.2.10, para 81% dos colaboradores as práticas de RSE constituem um relevante elemento motivacional e 19% discordam que tais práticas desenvolvidas pelo Programa constitui elemento motivacional. A RS agrega valor à marca, fortalece os vínculos comerciais e sociais da empresa, gera valor e longevidade aos negócios, além de ser fator de motivação para os funcionários (ASHLEY, 2002). 74 Gráfico 5.2.11 – No geral, você considera viável a implantação do Programa de Responsabilidade Social Empresarial nas empresas? Conforme o Gráfico 5.2.11, 71% dos colaboradores declaram viável a implantação do Programa de RSE nas organizações, 23% concordam às vezes e 6% não consideram como viável a implantação do Programa de RSE nas empresas. De acordo com Ashley (2002, p. 40) “a imagem que se tem do conceito de empresa afetará a amplitude de visão e de mudanças quanto à responsabilidade social nos negócios”. Segundo a autora, a base que consolida a imagem a ser desempenhada pela empresa está em seu posicionamento estratégico, referido pelos seus valores, princípios, missão e visão, enfim, em sua estratégia. Logo, para a autora, programas de RSE estão associados à estratégia e a cada dia para tornar-se mais competitiva a empresa precisa adotar ações estratégicas que possam preservar e otimizar cada vez mais sua imagem por meio de seus valores, sua missão, sua visão e seus princípios. 75 Gráfico 5.2.12 – Responsabilidade Social Empresarial é fator determinante para a sobrevivência de uma organização? O Gráfico 5.2.12 demonstra o questionamento em torno da RSE ser um fator determinante para a sobrevivência de uma organização. Assim, 35% está de acordo, 13% concorda as vezes, 23% discorda e 29% discorda plenamente. Desta forma, observa que ao todo, 48% concordam e 52% discordam que RSE é fator determinante para a sobrevivência de uma organização. De acordo com Karkotli (2006, p. 13), as organizações de hoje estão inseridas em uma alarmante situação de desconformidade em relação a vários fatores, isto vem requerendo iniciativa urgente no sentido de amenizar as deficiências. As organizações que almejam expandir seus negócios precisam estar cada vez mais atentas e alinhadas às diversidades culturais, elas também terão de aprender a balancear a necessidade de obter lucros, obedecer às leis, ter um comportamento ético e envolver em alguma entidade de filantropia juntamente com a comunidade na qual estão inseridas. Tem-se assim que a RS faz parte de um processo onde as organizações geram suas relações com várias partes interessadas (stakeholders) que podem de alguma forma influenciar efetivamente a sua imagem e o seu funcionamento, sendo necessário ser considerado como investimento. 76 Gráfico 5.2.13 – Acredita que existe transparência quanto à realização do Programa e de ações sociais realizadas pela organização? Segundo o Gráfico 5.2.13- transparência quanto à realização do Programa e ações sociais realizados pela organização, 84% declaram que a empresa é sempre tranparente e para 16% na maioria das vezes. Para Ashley (2005), é crescente tanto no meio acadêmico quanto no meio empresarial a discussão sobre a Responsabilidade Social Empresarial (RSE), em que devem ter a ética e transparência como princípios básicos de sua conduta. Essa questão trata-se de um conceito relacionado á ética e a transparência na gestão dos negócios e que deve refletir-se nas decisões cotidianas que causam impactos na sociedade, no meio ambiente e no principalmente no futuro dos negócios da organização. 77 Gráfico 5.2.14 – Na sua opinião, os resultados que são divulgados acerca do Programa, condizem com a realidade? Segundo o Gráfico 5.2.14, na opinião dos colaboradores, 85% dos resultatos divulgados acerca do Programa que é desenvolvido, condizem com a realidade; 9% declaram que na maioria das vezes é condizente e 6% dizem que raramente os resultados estão de acordo. Para Karkotli (2006, p. 60), é conveniente que a elaboração e a implementação dos programas de introdução das práticas de Responsabilidade Social Empresarial sejam conduzidos por líderes habilitados, para evitar simples conveniência ou apenas filantropia. Os líderes nesse contexto têm papel importante diante do grupo, desde observar a implementação, identificar um diagnóstico inicial da situação em que se encontra a empresa até a posição do resultado final esperado. Também ressalta-se que, a empresa deve ser além de transparente, deve ser responsável tanto com relação às ações sociais desenvolvidas quanto à divulgação dos resultados destas ações. Tais resultados devem ser fidedignos do que realmente fora desenvolvido. 78 Gráfico 5.2.15 – Na sua percepção, as ações de RSE melhoram a imagem institucional da empresa? Conforme o Gráfico 5.2.15, com relação a imagem institucional da empresa Losango Promoções de Venda diante do Programa, 100% dos colaboradores concordam como benéfico para a imagem institucional da empresa. Segundo Karkotli (2006, p. 58), a opção das empresas não é mais modismo, sendo um assunto levado a sério, principalmente pelas organizações que querem atrelar a marca e a imagem institucional a uma visão ética. 79 6. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES 6.1 CONCLUSÕES Incorporar o Programa de RSE de forma participativa e saber como desenvolver ações comprometidas com o desenvolvimento sustentável é determinante para o crescimento corporativo de qualquer empresa na atual sociedade em transformação, sendo fundamental a ética em suas propostas e atividades. O desenvolvimento do projeto permitiu à pesquisadora obter um conhecimento aprofundado sobre o tema Responsabilidade Social Empresarial, sobre as necessidades sociais e o valor que é agregado à imagem da empresa que possui projetos de ações sociais perante a sociedade. O exercício da RS incorpora na cultura da empresa a busca do bem estar da sociedade, associado ao crescimento da própria organização. Além disso, ao se aproximar da comunidade, as organizações se tornam mais aptas a obter informações e conhecimentos sobre os clientes, o mercado e muitas das vezes sobre si própria. O tema de pesquisa RSE, por ser muito amplo e abrangente foi necessário limitálo à empresa estudada Losango Promoções de Venda somente das filiais de Brasília. Dificuldades foram encontradas durante a execução da pesquisa, desde encontrar o foco do tema por sua amplitude, buscar autores mais atuais (vários autores renomados têm obras com dez anos ou mais), realizar o questionário delimitado ao tema, o cumprimento do prazo dado para retorno do instrumento de pesquisa devidamente preenchido e até mesmo o processo de tabulação e análise de dados. Antes de abordar as particularidades, foi necessário à pesquisadora adquirir conhecimento sobre a RSE. Nesta etapa, a revisão bibliográfica contribuiu fundamentalmente, mesmo com poucos livros recentes publicados sobre o assunto central deste estudo, havendo maior disponibilidade de periódicos e materiais em sites. São muitas as abordagens para o tema RSE, que, historicamente foram se desenvolvendo em diversos contextos ou fases, conscientizando as organizações quanto à importância nas suas práticas bem como os benefícios agregados a todos os envolvidos, especialmente à sociedade. 80 Assim, relativo à importância do tema para as organizações, pode-se afirmar que RSE está baseada na ética, na transparência das relações diante de todos envolvidos e que depende da organização, sejam seus funcionários, clientes, fornecedores, acionistas e comunidades, necessitando ter as ações vinculadas ao planejamento estratégico e serem sistêmicas e focadas em resultados. Bem diferente da filantropia, onde as ações são externas e voltadas à caridade, muitas vezes, sem continuidade. O presente trabalho teve como objetivo principal, analisar a participação dos colaboradores no Programa de Responsabilidade Social Empresarial, bem como identificar se o programa traz benefícios aos colaboradores. A partir da análise das respostas ao questionário bem como apoio do referencial teórico, observou-se que a própria empresa Losango, possui uma cultura social, em que as pessoas se importam uma com as outras. O levantamento dos dados gráficos identificou que os colaboradores estão satisfeitos com o programa, a grande maioria dos colaboradores participam efetivamente das ações voluntárias e consideram como benéfica a participação nos programas de RSE. Quanto aos benefícios, 74% consideram que o Programa traz benefícios aos colaboradores e 68% dos colaboradores identificam como benéfica a participação voluntária no Programa. Os benefícios não foram assim mensurados por meio de perguntas abertas, pois não foi o objetivo, no entanto, ao longo do referencial, há embasamento teórico de quais benefícios tangíveis e intangíveis podem ser atingidos com a implantação de Programas de RSE e, também no referencial, há descrição das ações desenvolvidas pela empresa, o que leva a entender os benefícios para a organização, para os colaboradores e para a sociedade. As hipóteses foram parcialmente confirmadas, pois não foram mensurados quais benefícios a participação no Programa traz para os colaboradores, para a organização e para a sociedade do ponto de vista quantitativo, no entanto, foi possível, por meios de observações identificar que traz tais benefícios e estes forma citado no referencial teórico. Outra parcialidade é relativa ao fato de o Programa ser fator determinante para a sobrevivência da organização, nesse caso, mais da metade dos colaboradores não acreditam que seja determinante. Mas, outra parte da hipótese foi confirmada, pois analisando os dados do questionário identificou-se que há participação significativa dos colaboradores, com um percentual geral de 68% (nos quesitos sempre e na maioria das vezes); também cabe ressaltar 81 que no geral 77% estão satisfeitos diante do Programa realizado, consideram a empresa muito responsiva sendo positiva a percepção, sentem motivados e acreditam que as ações sociais desenvolvidas pelo Programa RSE melhoram a imagem institucional da empresa. Nos objetivos específicos muitos pontos positivos foram observados, como a grau de satisfação que se confirmou com o percentual de concordantes quanto aos programas serem benéficos para os colaboradores, e que se sentem bem em trabalhar em uma organização que valoriza as ações sociais e voluntárias, além de sentirem-se motivados. Observou-se ainda, na percepção dos colaboradores, que a empresa demonstrou ética e transparência diante dos programas, e que os resultados divulgados condizem com a realidade melhorando a imagem institucional, tendo preocupação em divulgar constantemente os resultados das ações, a questão em valorizar e admirar ainda mais a organização onde se trabalha. São muitos os motivos que levam a empresa a aderir aos programas de RSE, assim, pode-se dizer que os objetivos: geral e específicos foram alcançados tanto por meio de pesquisas que levaram à formulação do referencial teórico quanto de questionamentos realizados por meio do instrumento de pesquisa: questionário. 6.2 RECOMENDAÇÕES Tomando como base os resultados apresentados na presente pesquisa, verificaram-se alguns pontos de melhorias, sugere-se, pois, que a empresa reflita sobre a questão da participação ativa dos colaboradores, como demonstrado no levantamento dos dados do questionário, ainda há uma quantidade significativa de colaboradores que ainda deixam a desejar quanto a participação efetiva nas práticas de RSE desenvolvidas pela empresa através do voluntariado, necessitando identificar os motivos, para que no futuro os percentuais sejam melhores diante da efetiva participação dos colaboradores. Também é necessário alinhar algumas visões entre o que a empresa efetivamente desenvolve e divulga, pois houve uma parcela de colaboradores discordaram desta questão e, outra visão a ser alinhada é relativa à visão estratégica da organização, pois, quanto à questão que RSE ser fator determinante para a sobrevivência de uma organização, 52% discordam, talvez seja necessário esclarecer ou alinhar as visões entre empresa x colaborador. 82 O levantamento dos dados gráficos identificou que os colaboradores estão satisfeitos com o programa, a grande maioria dos colaboradores participam efetivamente das ações voluntárias e consideram como benéfica a participação nos programas de RSE, no entanto, será necessário dar continuidade ao trabalho, caso queira identificar quais benefícios o programa traz (não foi o objetivo dessa pesquisa) e até mesmo para compreender algumas respostas negativas com relação a alguns questionamentos. Os benefícios não foram assim mensurados por meio de perguntas abertas, pois não foi objetivo dimensioná-los e sim identificar se há benefícios, todavia, tal estudo pode ser enfatizado em uma futura pesquisa. Por fim, é um atributo para as organizações exercitar a sua cidadania corporativa através das ações de responsabilidade social, o que implica que as empresas, assim como os cidadãos, têm deveres e direitos para com a sociedade e os devem cumprir e respeitar para diminuir as grandes desigualdades vivenciadas na sociedade brasileira. 83 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANDRADE, R.; TACHIZAWA, T. Gestão Socioambiental: estratégias na nova era da sustentabilidade. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008. ASHLEY, Patrícia Almeida. Ética e Responsabilidade Social nos Negócios. Ed. São Paulo: Saraiva 2002. ASHLEY, P. A. Analisando vertentes brasileiras contemporâneas no movimento de mudança em direção à responsabilidade social empresarial. 2003. 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Práticas empresariais de responsabilidade social: relações entre os princípios do Global Compact e os indicadores Ethos de responsabilidade social / [Carmen Weingrill, coordenadora]. São Paulo: Instituto Ethos, 2005. _________________________________________________. Práticas empresariais de responsabilidade social. São Paulo: Instituto Ethos, 2003. Disponível em: <http://www.ethos.org.br>. Acesso em: 07/09/2013. _________________________________________________. Guia de relatório e balanço anual de responsabilidade social empresarial. 2002. Versão 2004ª. Disponível em: < www.ethos.org.br/pri/open/publicacoes/>. Acesso em: 09/09/2013. _________________________________________________. Práticas sociais e empresariais. 2008. Disponível em: < www.ethos.org.br/pri/open/publicacoes/>. Acesso em: 17/09/2013. _________________________________________________. Práticas de Responsabilidade Social e empresariais. 2013. Disponível em: <http://www.ethos.org.br>. Acesso em: 20/10/2013. 84 IBASE. INSTUTO BRASILEIRO DE ANÁLISES SOCIAIS E ECONÔMICAS. 2000. Disponível em: <http://www.ibase.org.br>. Acesso em: 10/10/20013. _____________________________________________________________________. Pesquisa e Análise. 1998. Disponível em: <http://www.ibase.br/pt/>. Acesso em: 12/10/20013. IPEA. Instituto de Pesquisas Aplicadas. Desigualdade Social. Disponível em: http://www.estadao.com.br/noticias/economia,desigualdade-social-e-a-menor-desde-2002aponta-ipea,413529,0.htm. 2002. Acesso em: 12/10/2013. ______________________________________. A evolução da ação social nas organizações. Disponível em: < http://www.ipea.gov.br/acaosocial/IMG/pdf/doc-28.pdf>. 2006. Acesso em: 16/10/2013. INSTITUTO SAI. Social Accountability International: Paises certificados. Disponível em: <http://www.sa_intl.org/index.cfm?fuseaction=page.viewPage&pageID=746&nodeID=1#Wo rkers >. Acesso em: 20/09/2013. FRIEDMAN, M. The social responsibility of business is to increase its profits. New York Times Magazine. 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SILVA, R. O. Teorias da administração. São Paulo: Pioneira Thonson Learning, 2002. ANEXO A 86 UNIÃO EDUCACIONAL DO PLANALTO CENTRAL FACULDADES INTEGRADAS DA UNIÃO EDUCACIONAL DO PLANALTO CENTRAL Curso de Administração com Habilitação em Administração de Empresas Reconhecido pela Portaria Ministerial Nº 1.088 MEC, de 29/04/2004 – DOU de 03/05/2004. Este questionário é estritamente acadêmico e tem como objetivo principal coletar hipóteses e opiniões sobre a percepção dos empregados, com relação e ética e responsabilidade social empresarial, constitui-se como parte integrante do trabalho de conclusão do curso de Administração de Empresas da instituição de ensino superior Faciplac (Faculdades Integradas do Planalto Central). Esse questionário e de caráter sigiloso e sua participação e de suma importância no resultado da pesquisa em andamento. Questionário para elaboração de Análise de Resultados. Marque apenas uma alternativa, aquela que julgar necessária e que esteja de acordo com a sua percepção diante do questionário. 1. o o o Qual a sua faixa etária? Até 25 anos De 25 a 50 anos Acima de 50 anos 2. o o Qual o seu sexo? Masculino Feminino 3. o o o Qual o seu nível hierárquico na empresa? Estratégico Tático Operacional 87 4. o o o Qual o seu tempo de atividade na empresa? Até 01 (um) /ano De 01 (um) a 05 (cinco) anos Acima de 05 (cinco) anos 5. o o o o Na empresa Losango as pessoas se importam uma com as outras? Sempre Na maioria das vezes Raramente Nunca 6. o o o o Você participa ativamente do Programa de RSE desenvolvido pela empresa? Sempre Na maioria das vezes Raramente Nunca 7. Você identifica como benéfica a participação voluntária no Programa de Responsabilidade Social? o Sempre o Na maioria das vezes o Raramente o Nunca 8. Avalie seu nível de satisfação diante do Programa de Responsabilidade Social desenvolvido na empresa Losango promoções de venda? o Satisfeito o Nem satisfeito, nem insatisfeito o Insatisfeito o Muito Insatisfeito 9. o o o o Quão responsiva é a empresa Losango quanto a práticas de Responsabilidade Social? Extremamente responsiva Muito responsiva Moderadamente responsiva Pouco responsiva 10. A Empresa fornece informações dos resultados das ações desenvolvidas no Programa de Responsabilidade Social? o Sempre o Na maioria das vezes o Raramente o Nunca 88 11. Você considera que a Responsabilidade Social é determinante para o crescimento da empresa na atual sociedade em transformação? o o o o Concordo Concordo às vezes Discordo Discordo plenamente 12. Você considera que a o Programa de Responsabilidade Social Empresarial traz benefícios para os colaboradores? o Concordo o Concordo às vezes o Discordo o Discordo plenamente 13. Você se sente satisfeito por trabalhar em uma organização que valoriza as ações sociais e voluntárias? o Sempre o Na maioria das vezes o Raramente o Nunca 14. Pode-se dizer que o Programa desenvolvido pela empresa constitui um relevante elemento motivacional para os colaboradores? o Concordo o Concordo às vezes o Discordo o Discordo plenamente 15. No geral, você considera viável a implantação do Programa de Responsabilidade Social nas empresas? o Concordo o Concordo às vezes o Discordo o Discordo plenamente 16. Responsabilidade Social Empresarial é fator determinante para a sobrevivência de uma organização? o Concordo o Concordo às vezes o Discordo o Discordo plenamente 89 17. Acredita que existe transparência quanto à realização do Programa Social realizado pela organização? o Sempre o Na maioria das vezes o Raramente o Nunca 18. Na sua opinião, os resultados que são divulgados acerca do Programa condizem com a realidade? o Sempre o Na maioria das vezes o Raramente o Nunca 19. o o o o Na sua percepção, as ações de RSE melhoram a imagem institucional da empresa? Concordo Concordo às vezes Discordo Discordo plenamente