REVISITANDO ARQUIMEDES: UMA PROPOSTA DE EXPERIÊNCIA INVESTIGATIVA SOBRE O ENSINO DE DENSIDADE E EMPUXO. Débora Emanoely de Sousa1 [[email protected]] Marília Genuno Alves da Silva2 [[email protected]] Oberlan da Silva3 [[email protected]] 1 Instituto Federal de Pernambuco. Campus Pesqueira. Autor Instituto Federal de Pernambuco2. Campus Pesqueira. Coautor 3 Departamento de Física. Instituto Federal de Pernambuco. Orientador 2 RESUMO: O presente trabalho traz uma proposta apresentada por estudantes de graduação em física e também bolsistas do PIBID para o ensino da densidade e empuxo dos corpos, mediada por uma atividade experimental investigativa e os resultados obtidos por esta intervenção em uma turma de Ensino Médio de uma escola da rede pública da cidade de Pesqueira Estado de Pernambuco. A proposta constitui-se de dois experimentos construídos a partir de materiais alternativos para a intermediação das discussões que teve como foco principal a problematização dos fenômenos a partir de situações que se apresentam no dia-a-dia do estudante e que muitas vezes os mesmos não conseguem explicar, conforme ficou claro nos resultados apontados pelos instrumentos de pesquisa que foram empregados no momento da aula. Nos procedimentos foi determinado o empuxo exercido por diversas substâncias em corpos semelhantes e por um mesmo líquido em corpos diferentes, já a discussão sobre a densidade também foi mediada por um instrumento levando em consideração a densidade absoluta dos materiais e da densidade relativa, provando assim, que o mesmo material pode ter sua densidade modificada através da variação de seu volume. Os resultados foram extremamente satisfatórios tendo em vista as respostas que foram dadas inicialmente aos questionamentos que nortearam a intervenção. Palavras-chave: Empuxo, Densidade e Atividade Experimental. INTRODUÇÃO Este artigo tem por finalidade elaborar um estudo experimental investigativo sobre o ensino do Princípio de Arquimedes. Sabemos que existem muitas dificuldades em compreender os conteúdos que possuem grandes abstrações teóricas no ensino da física. Portanto, buscar instrumentos e métodos que possam favorecer este ensino nos parece adequado uma vez que há diversas pesquisas apontando problemas inerentes a esta área do conhecimento. Um desses instrumentos defendidos por muitos pesquisadores são as atividades relacionadas com a experimentação em ciências, por elas serem ferramentas capazes de promover uma percepção dos fenômenos estudados favorecendo e contribuindo para uma boa formação dos alunos. De acordo com os autores Wilsek e Tosin (2009), βEnsinar Ciências por Investigação significa inovar, mudar o foco da dinâmica da aula deixando de ser uma mera transmissão de conteúdoβ. Segundo Campos e Nigro (2009), em um trabalho investigativo cabe ao professor orientar e indicar um caminho de investigação, dando dicas que ajudem os alunos na busca do conhecimento que está sendo procurado. Dessa forma, o presente estudo relata às contribuições de experiências desenvolvidas com um grupo de alunos de uma escola de referência, baseadas em atividades experimentais investigativas. Também objetiva observar se as mesmas atividades contribuem para o aprendizado, facilitando o entendimento sobre conceitos físicos. MARCO TEÓRICO Arquimedes (287 a.C. β 212 a.C.), filósofo, matemático, físico, engenheiro, inventor e astrônomo. Desenvolveu grandes trabalhos relacionados à suas áreas afins. Porém seu trabalho mais célebre foi o estudo da flutuação dos corpos, atualmente conhecido como o princípio de Arquimedes, onde é introduzido o conceito de empuxo, o qual afirmava que, todo corpo mergulhado em um fluido em equilíbrio sofre uma ação de uma força vertical de baixo para cima, cuja intensidade é igual ao peso do fluido deslocado pela parte submersa do corpo. Ainda dizia que, massas iguais ocupavam volumes iguais, e consequentemente deslocavam o mesmo volume de água quando mergulhados. Aprofundando seus estudos ele pode concluir que o que realmente pensava não funcionava do mesmo modo, e em seguida concluiu que dentro da água os corpos apresentam um peso aparente que difere do seu peso real. Entretanto existe outro fator que contribui para um maior ou menor deslocamento de liquido chamado de densidade, que é matematicamente expressa pela razão entre a massa do objeto e o seu volume. π= π π (1) A densidade existe para determinar a quantidade de matéria que está presente em uma determinada unidade de volume. Pelo princípio de Arquimedes, sabemos que: Empuxo é igual ao peso do liquido deslocado. πΈοΏ½β = ππ β πβ (2) Onde ππ é a massa do liquido deslocado e πβ gravidade. Sendo ππ a densidade do líquido e π£π o volume do líquido deslocado, temos: ππ = ππ β ππ (3) πΈοΏ½β = ππ β ππ β πβ (4) Assim, Vemos, então, que o valor do empuxo será tanto maior quanto maior for o volume do líquido deslocado e quanto maior for a densidade deste líquido. Por outro lado, o peso, ποΏ½β, do corpo mergulhado no líquido, pode ser expresso da seguinte maneira: ποΏ½β = ππβ (5) Da equação (1) podemos apreender que a massa pode ser escrita em função da densidade e do volume do corpo. π = ππ β ππ (6) Substituindo a massa na equação (5), obtemos: ποΏ½β = ππ β ππ β πβ (7) Quando o corpo estiver totalmente mergulhado no líquido, ele terá deslocado um volume de líquido ππ igual ao seu próprio volume ππ , isto é, ππ = ππ . Portanto, para um corpo totalmente imerso no líquido temos: πΈοΏ½β = ππ β ππ β πβ (8) πΈοΏ½β = οΏ½οΏ½οΏ½β ππ (9) ππ β ππ β πβ = ππ β ππ β πβ (10) Comparando estas duas expressões, vemos que elas diferem apenas quanto aos valores de ππ (densidade do líquido) e ππ (densidade do corpo). METODOLOGIA A atividade foi realizada por uma equipe de graduandos em Física que também são bolsistas do PIBID (Programa de Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência), orientada pelo professor supervisor, em agosto de 2014. Foi aplicada em uma turma de segunda série do Ensino Médio composta de 35 alunos da Escola de Referência do Ensino Médio José de Almeida Maciel (EREMJAM), localizado na Avenida Ézio Araújo, S/N - Centro, do município de Pesqueira estado de Pernambuco. Utilizamos um questionário com questões que investigava o que os alunos concebiam sobre os fenômenos que seriam apresentados pelos experimentos. Após responderem ao questionário realizamos a aula mediada pelos equipamentos que representavam os conteúdos expostos em sala. O tratamento dos dados colhidos pelo instrumento de pesquisa está apresentado em gráficos que explicitam os resultados alcançados. RESULTADOS E DISCUSSÕES Os dados apresentados no gráfico representa os erros e acertos apontados pelo questionário antes e depois da exposição. Como podemos perceber houve uma melhoria significativa na compreensão dos fenômenos apresentados. Gráfico 1 β Erros e acertos dos alunos sobre questões aplicadas por questionário. 35 35 32 32 30 28 30 30 28 25 25 22 20 25 ACERTOS 15 ERROS 10 5 0 I II III IV V Fonte: Questionário próprio Na maioria das questões houve uma inversão significativa entre o número de erros e acertos denotando que o uso dos experimentos é fundamental para o ensino das ciências. Vale lembrar que essas questões eram de natureza investigativa, ou seja, elas levavam o aluno a ter um conflito entre os seus conhecimentos de senso comum e o que preconiza as teorias e fundamentos do campo científico. CONSIDERAÇÕES FINAIS Além do entusiasmo sentido durante o desenvolvimento e aplicação desta atividade, percebemos um grande avanço na compreensão dos conteúdos que fundamentaram o nosso trabalho. Sendo assim, fica claro que as atividades experimentais quando tratadas de maneira que suscite o interesse e o dinamismo do processo ensino aprendizagem pode ser considerada uma excelente ferramenta de ensino. Com isso, concluímos que a investigação é uma maneira estimulante capaz de levar os alunos a construírem seus conhecimentos, tornando-os mais sólidos e significativos. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS WILSEK, M. A. G.; TOSIN, J. A. P. Ensinar e Aprender Ciências no Ensino Fundamental com Atividades Investigativas através da Resolução de Problemas, 2009. Disponível em: <http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br>. . CAMPOS, M. D. C; NIGRO, R. G. Teoria e Prática em Ciências na Escola, O EnsinoAprendizagem como investigação, 1ª edição, editora FTD, 2009. SILVA, Claudio Xavier da, Física aula por aula, volume1/ Claudio Xavier da silva, Benigno Barreto Filho β 1. ed. São Paulo; FTD, 2008. JUNIOR, Francisco Ramalho. FERRARO, Nicolau Gilberto. SOARES, Paulo Antonio de Toledo. Os fundamentos da física. 8. ed. β São Paulo. Moderna, 2003. ALGUMAS FOTOS DO TRABALHO DESENVOLVIDO Foto 1: Realização da intervenção. Foto 2: Mostra dos dois Experimentos. Foto 3: Realização dos experimentos. Foto 4: Experimentos usados.