Foto: Reuters / Paul Hackett Esta revista faz parte integrante do Diário Económico n.º 5907 ABRIL 2014 BES e Microsoft Ventures Fundo promove aceleração de startups tecnológicas no Brasil CONCURSO NACIONAL DE INOVAÇÃO BES Candidaturas abertas até 30 de Junho 4 BES e Microsoft Ventures 8 Entrevista Uma iniciativa conjunta da Microsoft, do Banco Espírito Santo, da Qualcomm e da AGE-RIO visa apoiar ‘startups’ brasileiras de base tecnológica em áreas-chave para o desenvolvimento do País. Saiba como se processa esta iniciativa. Ricardo Abecassis Espírito Santo, presidente do BES Investimento Brasil explica como o lançamento do Brasil Aceleradora de Startups Fundo de Investimento em Participações pretende ajudar empreendedores a transformar ideias brilhantes em empresas de sucesso. 10 Concurso Nacional de Inovação BES 12 Balanço da inovação 14 Case-study Mais uma edição do Concurso Nacional de Inovação BES está na calha. Pelo décimo ano consecutivo, o BES propõe premiar projectos inovadores que contribuem para a competitividade do País. As candidaturas decorrem até 30 de Junho, nas três categorias sectoriais a concurso. São inúmeros projectos e promotores que, ano após ano, na última década, se mobilizaram para o Concurso Nacional de Inovação BES. Muitos já voam além-fronteiras e constituem autênticos casos de sucesso na sua área de especialização. Podia tratar-se apenas da criação de 155 postos de trabalho numa região castigada pela interioridade. Mas não é. A AMS revolucionou o processo industrial tradicional de produção de papel ‘tissue’, tornando-se num caso de inovação e de sucesso na Europa. FUNDO BES E MICROSOFT VENTURES 4 ABR 14 Apoiar ‘startups’ de base tecnológica no Brasil É UMA INICIATIVA CONJUNTA DA MICROSOFT, DO BANCO ESPÍRITO SANTO, DA QUALCOMM E DA AGE-RIO E VISA APOIAR ‘STARTUPS’ DE BASE TECNOLÓGICA BRASILEIRAS EM ÁREAS-CHAVE PARA O DESENVOLVIMENTO DO PAÍS. Florian Kopp / Westen 61 / Corbis / VMI © FACTOS & NÚMEROS Nome: Brasil Aceleradora de Startups Fundo de Investimento em Participações (FIP) Objectivo: apoiar jovens empresas brasileiras de base tecnológica com forte potencial de crescimento e promover a competitividade do país Promotores/investidores: Microsoft Ventures, BESAF – Banco Espírito Santo Activos Financeiros, Espírito Santo Ventures, Qualcomm e AGE-RIO Dotação inicial: 10 milhões de reais (3,2 milhões de euros), com potencial para atingir 300 milhões de reais (95,8 milhões de euros) Intervalo de investimentos: entre 120 mil reais (38,3 mil euros) e três milhões de reais (958 mil euros) Áreas estratégicas: educação, defesa e segurança cibernéticas, saúde, petróleo, gás, energia, aeroespacial e aeronáutico, grandes eventos desportivos, agricultura e meio ambiente, finanças, telecomunicações, mineração e tecnologias estratégicas, como ‘cloud’, mobilidade e informática avançada de elevado desempenho Empresas-alvo: em início de actividade ou com facturação anual entre os 120 mil reais (38,3 mil euros) e um milhão de reais (319,3 mil euros) Processo de selecção: Programa Startup Brasil, do Governo Federal ABR 14 O fundo apoiará ainda projectos relacionados com grandes eventos desportivos, agricultura e meio ambiente, finanças, telecomunicações, mineração e tecnologias estratégicas, como a ‘cloud’, a mobilidade e a informática avançada de elevado desempenho. O foco não é a tecnologia em si, mas como uma aplicação tecnológica pode ser útil para resolver problemas. “É um espectro mais amplo”, afirma o responsável do BES Investimento Brasil. Para além do investimento, as ‘startups’ seleccionadas contarão ainda com uma rede de parceiros para ajudar ao processo de aceleração, em áreas como a consultoria estratégica, apoio operacional, apoio tecnológico, espaço físico, ‘business networking’ e apoio financeiro. Nesta primeira fase, o fundo recorrerá ao processo de selecção do Programa Startup Brasil, do Governo Federal, para atrair as ‘startups’. À Microsoft, mentora do fundo, cabe o mapeamento e seleção das ‘startups’ e aceleradoras para posterior recomendação, por meio de uma apresentação técnica à BESAF, que é responsável pelo investimento e desinvestimento nas empresas e nas aceleradoras, de acordo com a política de investimento estabelecida em regulamento. “Temos um compromisso com o desenvolvimento e o fomento à competividade do Brasil. A Microsoft acredita que a competitividade de uma empresa e a saúde das comunidades ao seu redor estão intimamente interligadas, e a nossa intenção é que as ‘startups’ seleccionadas possam contribuir para fortalecer o arranjo produtivo local, ou seja, que as suas áreas de actuação tenham íntima conexão com a ‘expertise’ económica das regiões em que actuam”, comenta Mariano de Beer, presidente da Microsoft Brasil. 5 Chama-se Brasil Aceleradora de Startups Fundo de Investimento em Participações (FIP) e destina-se, como o próprio nome indica, a empresas jovens e com forte potencial de crescimento. Lançado pela Microsoft Ventures e pelo BESAF – Banco Espírito Santo Activos Financeiros, numa iniciativa que contou ainda com a Qualcomm e a AGE-RIO como investidores, o novo fundo de investimento tem como foco jovens empresas de base tecnológica. O objectivo último passa por contribuir para investigação e desenvolvimento no Brasil, bem como para o incremento da competitividade daquele país. A iniciativa arranca com uma dotação inicial de 10 milhões de reais (3,2 milhões de euros) e potencial para atingir até 300 milhões de reais (95,8 milhões de euros). As empresas envolvidas na iniciativa uniram esforços para que o novo fundo ofereça investimentos entre 120 mil reais (38,3 mil euros) e três milhões de reais (958 mil euros), faixa em que as ‘startups’ geralmente não encontram apoio de aceleradoras ou fundos para que possam crescer. “Ingressamos naquela etapa em que o capital próprio ou o chamado ‘ff ’, de ‘family and friends’, não é mais suficiente para expandir o número de clientes ou iniciar um processo de internacionalização”, afirma Ricardo Abecassis Espírito Santo, presidente do BES Investimento Brasil. O fundo tem como objectivo investir em ‘startups’ que possam contribuir para fortalecer o tecido produtivo local, ou seja, cujas áreas de actuação estejam intimamente ligadas às especificidades económicas das regiões onde actuam. Entre as áreas estratégicas definidas contam-se a educação, defesa e segurança cibernéticas, saúde, petróleo, gás, energia, aeroespacial e aeronáutico. FUNDO BES E MICROSOFT VENTURES Critérios de selecção divididos em duas etapas 6 ABR 14 SENDO UM FUNDO VOCACIONADO PARA ‘STARTUPS’, NÃO PODIA DEIXAR DE CONTEMPLAR EMPRESAS AINDA SEM FACTURAÇÃO. SÓ DEPOIS DE SUBMETIDAS A UMA ETAPA DE ACELERAÇÃO É QUE ESTAS EMPRESAS PODEM RECEBER INVESTIMENTOS DO FUNDO. Para ser seleccionada, a ‘startup’ deve apresentar uma facturação anual entre os 120 mil reais (38,3 mil euros) e um milhão de reais (319,3 mil euros), sendo o nível de maturidade da empresa que determina em que etapa de incentivo será enquadrada. Para as empresas em início de actividade, ainda sem facturação, existe uma etapa de aceleração (1.º ciclo), que será gerida pela Acelera Partners. As empresas que vencem esta etapa inicial de constituição entram numa nova etapa (2.º ciclo), para se prepararem para receber investimentos do fundo, que lhes permitam atingir os 300 mil reais de facturação (95,8 mil euros). A partir daí, as empresas que vencerem estas duas etapas estarão habilitadas a disputar o investimento do Fundo Brasil Aceleradora de Startups. “Existem muitas oportunidades interessantes entre as ‘startups’ mas, para além do ganho financeiro, o investimento promove o crescimento do País. O Brasil tornou-se um grande pólo tecnológico de empre- sas em desenvolvimento. As coisas estão a acontecer aqui e agora, e o Banco Espírito Santo quer participar activamente deste processo”, esclarece o presidente do BES Investimento do Brasil, Ricardo Abecassis Espírito Santo. REDE DE ACELERADORAS E ‘STARTUPS’ JÁ SELECCIONADAS As ‘startups’ podem desfrutar dos investimentos por via do Fundo Brasil Aceleradora de Startups ou por meio da Acelera Partners, a rede de aceleradoras constituída pelo fundo e por sócios independentes que contribui para o fortalecimento do empreendedorismo e da inovação. A aceleradora pretende apoiar a criação e o desenvolvimento de empresas ‘startups’ com elevado potencial de crescimento, não apenas no mercado local, como também no mercado global. Todo o empreendimento parte de uma plataforma de aceleração de abrangência nacional, que já nasce integrada a uma rede mundial de aceleradoras, por meio da parceria estabelecida com a Microsoft Ventures. A equipa de parceiros da Acelera Partners conta ainda com instituições com competências distintas nas suas áreas de actuação. Em causa estão áreas como a tecnologia (Microsoft Ventures e Qualcomm), as finanças e o mercado de capitais (Banco Espírito Santo e Performa Investimentos), a área jurídica (escritório jurídico Derraik & Menezes) e também o empreendedorismo e o investimento de ‘business angels’ (Anjos Cariocas). Neste primeiro momento, a Acelera Partners inicia as suas actividades com duas ‘startups’: a VTX, responsável pelo desenvolvimento do aplicativo da NetShoes e da NetPharma, e a Cerensa, que faz a gestão ambiental e de sustentabilidade para clientes como a Odebrecht e a CCR. Reuters / Paulo Whitaker BES INVESTIMENTO NO BRASIL DESDE 2000 O BES Investimento do Brasil (BESI Brasil) foi criado no segundo semestre de 2000 e é controlado pelo BES Investimento de Portugal (80%) e pelo Banco Bradesco (20%). A política de actuação do BESI no Brasil tem como enfoque as actividades de banca de investimento e abrange a prestação de serviços de assessoria financeira e estruturação de operações de ‘project finance’, típicas do sector de infra-estruturas, onde possui larga experiência local e internacional. O BESI Brasil actua ainda na gestão de recursos de terceiros e nas áreas de tesouraria e gestão de riscos, mercado de capitais, ‘corporate finance’, corretagem de títulos e valores mobiliários, ‘private equity’ e gestão patrimonial. Já a BESAF – BES Activos Financeiros Ltda (BESAF) é uma ‘asset manager’ controlada pelo BESI Brasil e ESAF – Espírito Santo Activos Financeiros (ESAF), à razão de 50% cada. Foi constituída em Maio de 2004 como uma sociedade de gestão de activos financeiros, especializada no mercado brasileiro, aproveitando a experiência internacional dos seus accionistas e a presença local de uma equipa altamente qualificada. MICROSOFT NO BRASIL DESDE 1989 Ricardo Abecassis Espírito Santo e Mariano de Beer, Fundada em 1989, a Microsoft Brasil possui oito escritórios em todo o País e gera localmente oportunidades directas na área da tecnologia para mais de 18 mil empresas e 424 mil profissionais. Nos últimos dez anos, a empresa investiu mais de 167 milhões de reais (53,3 milhões de euros) em projectos sociais, levando tecnologia a escolas, universidades, ONG e comunidades carentes. É uma das 110 subsidiárias da Microsoft Corporation, fundada em 1975, empresa líder mundial em software, serviços e soluções que ajudam empresas e pessoas a alcançarem o seu pleno potencial. A Microsoft Ventures (conhecida anteriormente como Microsoft Participações) é uma iniciativa global da Microsoft, que visa ajudar empreendedores a transformar ideias em grandes empresas. Trabalha com ‘startups’ em todos os estágios de maturidade. A iniciativa inclui um programa comunitário, aceleradoras e capital semente. A sua abordagem ajuda as ‘startups’ a dimensionar os seus negócios, levar serviços inovadores ao mercado e conquistar novos clientes. Além do Brasil, a Microsoft Ventures está presente nos Estados Unidos, Índia, Israel, Alemanha, Inglaterra, Rússia, China e França. 7 DR ABR 14 presidentes, respectivamente, do BES Investimento do Brasil e da Microsoft Brasil ENTREVISTA A RICARDO ABECASSIS ESPÍRITO SANTO | Presidente do BES Investimento Brasil “A nossa proposta permitirá a criação de ciclos de superaceleração” AJUDAR EMPREENDEDORES A TRANSFORMAR IDEIAS BRILHANTES EM EMPRESAS DE SUCESSO, ATRAVÉS DE UM MODELO QUE EXTRAPOLA O CONCEITO DE ACELERADORA. Porquê lançar o Brasil Aceleradora de Startups Fundo de Investimento em Participações (FIP)? Quais os principais objectivos deste fundo? O Brasil Aceleradora de Startups FIP tem como foco o desenvolvimento de jovens empresas de base tecnológica. A nossa proposta permitirá a criação de verdadeiros ciclos de superaceleração. Queremos ajudar empreendedores a transformar ideias brilhantes em empresas de sucesso. É um modelo novo, que extrapola o conceito de aceleradora. Outro ponto importante é que tem como foco suportar as ‘startups’ num momento em que têm dificudade em encontrar investimentos no Brasil, pois necessitam de valores superiores aos que são fornecidos pelas aceleradoras actuais, porém ainda menores do que os fornecidos pelos investidores de risco. Do ponto de vista dos cotistas, o objectivo do Fundo é proporcionar a possibilidade de valorização de suas cotas por meio da aquisição, pelo Fundo, de participações em ‘startups’ e em aceleradoras. DR ABR 14 A iniciativa envolve a Microsoft e a BESAF, contando ainda com a Qualcomm e a AGE-RIO como investidores. Quais os critérios de selecção de parceiros e investidores? Um deles foi o alinhamento com os valores éticos e com o plano de impacto e relevância no País, bem como um compromisso com negócios sustentáveis. Considerámos a demonstração de grande comprometimento com o projecto, pois formalizaram a participação no mesmo tomando risco financeiro. E os conhecimentos técnicos desses parceiros. Ricardo Abecassis Espírito Santo, 8 presidente do BES Investimento Brasil Quais os critérios de selecção das 12 áreas estratégicas a que o fundo se destina? A nossa intenção é que as ‘startups’ seleccionadas sejam de base tecnológica e possam contribuir para fortalecer o arranjo produtivo local, ou seja, que suas áreas de actuação tenham conexão com a ‘expertise’ económica das regiões onde actuam. Daí resultou a defini- DR tes, mas não tão dinâmicas, as áreas de biotecnologia e agronegócio. Que desafios, relacionados com o contexto do País, enfrenta quem se lança no empreendedorismo de base tecnológica no Brasil? O investimento é um deles? O desafio da burocracia, o acesso ao mercado e aos clientes e o investimento, com certeza. Até o sucesso das empresas que surgiram e se desenvolveram no Silicon Valley tem relação directa com a capacidade de atraírem investidores que ajudaram a transformar ideias e pequenos projectos em grandes empresas. Em 2012, o Espírito Santo Investment Bank Brasil representou cerca de 50% dos lucros do BES Investimento. Esta proporção é um reflexo da dimensão do mercado brasileiro, ou existem outras especificidades a ter em conta na banca de investimento, face à realidade portuguesa? A dimensão do mercado brasileiro é crucial para o número de operações apresentadas e executadas pelo BESI Brasil. Outra especificidade é o seu dinamismo, assim como as grandes necessidades de uma economia ainda em estágio de desenvolvimento. O Brasil tem tido um grande influxo de capitais estrangeiros, seja para investimentos directos, seja para investimentos financeiros, como a bolsa e outras aplicações. Estes recursos acabam por gerar um maior número de operações de banco de investimento, sendo que o BESI Brasil tem-se conseguido posicionar muito bem para ganhar parte destes negócios. Numa óptica de investimento, como é que os investidores brasileiros olham para Portugal e como sente que os investidores portugueses olham para o Brasil? Em que áreas ou sectores identifica oportunidades para uns e para os outros? Com a recuperação da economia portuguesa, os in- vestidores brasileiros estão a mostrar-se mais interessados nas oportunidades que aparecem em Portugal, seja nas privatizações que estão para ocorrer, seja nas empresas privadas que necessitam de novos recursos para crescer. Já os investidores portugueses vêm o Brasil como um grande mercado, de 200 milhões de pessoas, com uma boa capacidade de consumo e uma classe média em crescimento, ávida por novos produtos e serviços. O Brasil também tem uma falta grande de infra-estruturas, como as rodoviárias, ferroviárias, aeroportuárias e energéticas, e as empresas portuguesas vêem boas oportunidades para oferecer os seus serviços e produtos. Como está o BES no Brasil? Quais as áreas mais e menos dinâmicas este trimestre? O primeiro trimestre do BESI Brasil correu bem e temos a confiança de que este será um bom ano. A actividade de Banco de Investimento tem a desvantagem de não ter muita receita recorrente: estamos sempre dependentes de fechar os negócios para termos receita e resultados. De qualquer maneira, a volatilidade no mercado de juros futuros e no câmbio geram boas oportunidades de negócios para os nossos clientes e para a tesouraria do banco, o que resulta em boas receitas e resultados. Já a área de Project começou o ano com vários mandatos importantes assinados e novas operações de crédito desembolsadas. Também a área de mercado de capitais domésticos, na parte de renda fixa, conseguiu fechar boas operações no primeiro trimestre. Na área de Wealth Management, que tem crescido consistentemente nos últimos trimestres, vemos um movimento de cidadãos brasileiros a querer saber mais sobre o programa de VISA Gold de Portugal, com resultados interessantes na abertura de novas contas no BES Portugal e encaminhamento de oportunidades de aquisição de imóveis em Portugal. ABR 14 Qual o estado da arte da Pesquisa e Desenvolvimento no Brasil? Que áreas apresentam maior dinamismo? O cenário de Pesquisa e Desenvolvimento no Brasil é promissor. O que este mercado precisa é o fortalecimento do ecossistema empreendedor para potencializar e tornar a pesquisa – e principalmente as patentes – em produtos e serviços que tragam soluções reais para problemas reais. As universidades, incubadoras, centros ou parques de inovação tecnológica são os principais actores na geração e alimentação do ecossistema de empreendedorismo de base tecnológica. As áreas mais dinâmicas são o B2B, soluções/’apps’ para ‘mobiles’, ‘e-commerce’ e, não menos importan- ‘ 9 ção das 12 áreas estratégicas. Para participar da rede de aceleradoras, as empresas mais maduras precisam ter um a três anos de existência. Aquelas ainda em fase inicial devem-se enquadrar no conceito MVP (Minimum Viable Product): a empresa precisa ter desenvolvido pelo menos um protótipo de produto comercializável no mercado. Igualmente importante é que os produtos tenham potencial de comercialização para o mercado exterior. Existem ainda outros critérios a serem considerados: ter um plano de negócios que descreva como a empresa pretende escalar as suas operações para atingir massa crítica e estar pronta a comercializar os seus produtos em mercados internacionais em até 36 meses; os fundadores das ‘startups’ devem dedicar-se em tempo integral às suas empresas; as ‘startups’ devem estar dispostas a iniciar um processo formal de profissionalização das operações da companhia, estabelecendo processos internos e mecanismos de controlo de negócios; e prontas a receber uma primeira rodada de investimento de capital de risco em até 24 meses. Devem ainda assinar um Acordo de Accionistas e um Acordo de Investimento com a rede de aceleradoras, e demonstrarem um alto retorno de investimento para os futuros investidores. O Brasil tem tido um grande influxo de capitais estrangeiros, seja para investimentos directos, seja para investimentos financeiros, como a bolsa e outras aplicações. Reuters / Christian Charisius 10.ª EDIÇÃO DO CONCURSO NACIONAL DE INOVAÇÃO BES Dez anos a premiar a excelência na investigação MAIS UMA EDIÇÃO DO CONCURSO NACIONAL DE INOVAÇÃO BES ESTÁ NA CALHA. PELO DÉCIMO ANO CONSECUTIVO, O BES PROPÕE PREMIAR PROJECTOS INOVADORES QUE CONTRIBUEM PARA A COMPETITIVIDADE DO PAÍS. CANDIDATURAS DECORREM ATÉ 30 DE JUNHO. O Concurso Nacional de Inovação BES comemora este ano uma década. Durante dez anos consecutivos, a iniciativa promovida pelo BES vem materializando as motivações e objectivos que lhe deram origem: premiar a excelência na investigação, contribuir para uma economia mais competitiva e promover uma cultura empresarial orientada para a inovação. Dirigido a pequenas e a microempresas, e a investigadores e inventores independentes, o concurso tem como principais factores de diferenciação, face a outras iniciativas em Portugal, um alargado leque de parcerias e elevada representatividade do meio científico português, bem como a existência de categorias sectoriais, implicando uma aplicação concreta a um sector empresarial. 10 ABR 14 ‘ quem novos modelos de negócio e novos produtos/ serviços, potenciados por aplicações de tecnologias de informação e comunicação em áreas como a saúde, educação, distribuição e logística, comércio (grosso e retalho), assim como em conceitos urbanos emergentes, por integração das áreas da Edificação, Mobilidade, Energia, Comunicações e Ambiente. As candidaturas são sujeitas a um processo de avaliação e selecção que envolve critérios como a excelência científica e carácter inovador do projecto (35%), o impacto potencial dos resultados na competitividade empresarial (45%) e a credibilidade da empresa, instituição de I&D ou inventor (20%). As candidaturas à 10.ª edição do Concurso Nacional de Inovação BES estão a decorrer até 30 de Junho. A excelência científica e o carácter inovador do projecto, o impacto na competitividade empresarial e a credibilidade da empresa, instituição ou inventor são alguns dos critérios de avaliação das candidaturas. A edição de 2014 conta com três sectores a concurso. No sector de Recursos Naturais e Ambiente incluem-se projectos que envolvam a valorização sustentável dos recursos naturais endógenos. Incluem-se ainda as iniciativas que tragam maior valor à produção, através do desenvolvimento de actividades que utilizem – de uma forma eficaz, eficiente e inovadora – recursos endógenos e capacidades de investigação ligadas às actividades agrícolas, florestais, marítimas, turísticas, extractivas e energéticas (renováveis). Já o sector da Competitividade Industrial engloba processos tecnológicos de suporte à produção industrial criadora de emprego, quer em novas indústrias emergentes (como energia, água, saneamento e valorização de resíduos e bioindústrias), quer nos sectores mais tradicionais da economia (como a construção e materiais de construção, moda, calçado e automóvel). Neste sector serão aceites projectos que contemplem ainda a eficiência de consumos de materiais e energia e a gestão optimizada dos recursos produtivos. Quanto ao sector de Serviços e Tecnologias de Informação e Comunicação, abrange iniciativas que arris- A primeira fase da avaliação dos projectos acontece em Julho por peritos nomeados pelas universidades, a segunda fase tem lugar em Setembro pelo comité de selecção e a terceira é decidida em reunião de júri, durante o mês de Outubro. A cerimónia de entrega de prémios terá lugar no último trimestre do ano. TOTAL DE 205 MIL EUROS EM PRÉMIOS A estrutura de prémios reflecte a visão da inovação que o concurso pretende transmitir, ao envolver um prémio pecuniário por sector no valor de 25 mil euros, o apoio à protecção da propriedade intelectual, executado pelo Departamento de IP da Garrigues Portugal, no valor de 10 mil euros, e o estudo de viabilidade do negócio, da responsabilidade do Banco Espírito Santo de Investimento, no montante de 25 mil euros. Os projectos vencedores em cada sector recebem assim um prémio no valor global de 60 mil euros, sendo o melhor projecto absoluto, saído do grupo dos vencedores sectoriais, distinguido com um prémio pecuniário complementar de 25 mil euros. No total, a 10.ª edição do concurso envolve 205 mil euros em prémios. PARCEIROS O Concurso Nacional de Inovação BES conta com a parceria das principais universidades do País, a que se juntam entidades de reconhecido prestígio na sua área de actuação. • Programa Estratégico para o Empreendedorismo e a Inovação (+e+i) • Instituto Ibérico de Nanotecnologia • Fundação Ilídio Pinho • Fundação para a Ciência e a Tecnologia • Associação Portuguesa de Business Angels • Nokia Siemens Networks • Tecmaia • Grupo Lena • Cotec • Universidade dos Açores • Universidade de Aveiro • Universidade do Algarve • Universidade de Coimbra • Universidade Católica • Universidade de Évora • Universidade de Lisboa • Universidade do Minho • Universidade do Porto • Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro • Instituto Politécnico de Castelo Branco • Instituto Politécnico da Guarda • Instituto Politécnico de Leiria COMO CONCORRER As candidaturas ao Concurso Nacional de Inovação BES são formalizadas através do preenchimento de um formulário electrónico, disponível em www.bes.pt/concursonacionaldeinovacaobes. As dúvidas relacionadas com o concurso podem ser esclarecidas nesse mesmo ‘site’ ou através do endereço de ‘e-mail’ [email protected]. • Competitividade Industrial • Recursos Naturais e Ambiente • Serviços e Tecnologias de Informação e Comunicação 11 ABR 14 Reuters / Todd Korol Reuters / China Daily SECTORES A CONCURSO EM 2014 10.ª EDIÇÃO DO CONCURSO NACIONAL DE INOVAÇÃO BES Sucesso dos projectos vencedores evidenciam excelência do concurso O Concurso Nacional de Inovação BES é a iniciativa do banco com maior visibilidade no apoio à inovação empresarial e ao empreendedorismo, em áreas de aplicação ligadas aos recursos endógenos do País, com o objectivo de o tornar mais competitivo. Em nove edições, o concurso registou 1.470 candidaturas, distinguiu 46 projectos e atribuiu 2,935 milhões de euros em prémios. Os projectos em causa foram eleitos pelo potencial de inovação baseada em conhecimento, sobretudo pelos seus resultados concretos, no curto e médio prazos, servindo de exemplo e estímulo na procura de novos modelos de competitividade, tanto para as empresas, como para as universidades e centros de investigação. Muitos são já embaixadores da excelência nacional além-fronteiras. Na edição de 2013 registaram-se 134 projectos candidatos aos quatro sectores a concurso, o que representa um acréscimo de 24 projectos face à edição anterior. O grande vencedor foi eleito no sector da Saúde, pelo desenvolvimento, por parte do Instituto de Medicina Molecular, de uma plataforma de vacinação contra a malária em humanos, doença para a qual não existe ainda registo de uma vacina eficaz. A solução encon- Bruno Barbosa SÃO INÚMEROS PROJECTOS E PROMOTORES QUE, ANO APÓS ANO, NA ÚLTIMA DÉCADA, SE MOBILIZARAM PARA O CONCURSO NACIONAL DE INOVAÇÃO BES. MUITOS VOAM ALÉM-FRONTEIRAS. ECOFOOT Conquistou o grande prémio do Concurso Nacional de Inovação BES em 2011, tendo captado, posteriormente, a atenção de capitais de risco como a Texrisco e a Espírito Santo Ventures. A ECOFOOT é responsável pelo desenvolvimento de uma inovadora tecnologia de tingimento têxtil, com recurso a nanopigmentos, que permite tingir fibras celulósicas com a mesma qualidade que se obtém com os melhores corantes tradicionais, mas sem a problemática ambiental que estes representam. A ‘spin-off’ da Universidade do Minho tem em curso um processo de ‘scale up’ no Avepark, com o apoio de um projecto QREN, e está envolvida num consórcio europeu de candidatura a um projecto de estamparia digital, no âmbito do programa europeu H2020. Jaime Rocha Gomes DR lidera a equipa da ECOFOOT. FEEDZAI A FeedZai foi responsável pelo desenvolvimento de uma tecnologia inovadora para processamento de grandes volumes de informação em tempo real, que conquistou o Concurso Nacional de Inovação BES em 2009. O inovador e disruptivo FeedZai Pulse garantiu-lhe ainda o título de “Cool Vendor” na área de ‘business intelligence’, tendo sido a única empresa não norte-americana a receber esta distinção. Foi também a primeira a conseguir financiamento directo de investidores de capital de risco norte-americanos em Portugal, nomeadamente da SAP Ventures e da Data Collective, a somar ao investimento conseguido inicialmente junto da Espírito Santo Ventures, da EDP Inovação e da Novabase Capital. Na sua carteira de clientes, a FeedZai tem empresas como a Coca-Cola, a Vodafone, a Ericsson e a SIBs Payment Solutions. Nuno Sebastião, Pedro Bizarro e Paulo Marques dão a cara pela FeedZai. Gonçalo Sá foi o proponente do projecto vencedor em 2008 e que deu origem à LaserLeap Technologies. Daniela Couto, Bernardo S. Lobo Neves António mentora da Cell2B. LASERLEAP Foi durante o terceiro trimestre de 2012 que a Cell2B – vencedora do Concurso Nacional de Inovação BES em 2011 – conseguiu o aumento de capital necessário para financiar o desenvolvimento da ImmuneSafe®, uma nova terapia celular que promete revolucionar a vida dos doentes com sinais de rejeição após transplante de medula óssea. A empresa de biotecnologia, sediada em Cantanhede, angariou cerca de 1,2 milhões de euros para preparação do ensaio clínico a iniciar este ano. O histórico da Cell2B fica ainda marcado pela distinção atribuída pela Fundação Everis, envolvendo um prémio de 40 mil euros. Já a tecnologia ScreenWood foi a que mereceu a atenção do júri no sector de Recursos Naturais. Em causa está uma metodologia não-destrutiva, baseada numa análise por raios X, capaz de detectar as estrias características de infecção fúngica da videira. Com esta tecnologia, desenvolvida no Instituto Superior de Agronomia, é possível tomar medidas ainda no viveirista, evitando assim a difusão de uma doença grave, para a qual não existe ainda tratamento e que pode levar ao arranque de toda uma vinha. No sector de Tecnologias de Informação e Serviços o júri da nona edição do Concurso Nacional de Inovação BES distinguiu o projecto bioM – Wearable Gesture Recognition. A aplicação desenvolvida no Instituto de Biofísica e Engenharia Biomédica, da Faculdade de Ciên- cias da Universidade de Lisboa, recorre a um têxtil inteligente aplicado na zona do antebraço, que permite a interacção com dispositivos electrónicos, como consolas, ‘smartphones’, ‘tablets’, televisões e ‘robots’, a partir de gestos simples da mão do utilizador. A projecção e mobilização conquistada pelo Concurso Nacional de Inovação BES – iniciativa concebida para premiar e promover uma cultura orientada para a inovação – está também patente no crescente número de parceiros que a ele associam. Entre instituições de ensino de todo o País, passando por empresas e parques tecnológicos, associações, fundações e outras entidades representativas do meio académico e empresarial português, são já 23 os parceiros envolvidos no concurso. ABR 14 trada tem por base a utilização de parasitas causadores de malária em roedores, incapazes de causar a doença em seres humanos, mas que podem ser geneticamente modificados de forma a expressarem antigénios dos seus congéneres infecciosos para humanos. No sector de Processos Industriais, o projecto destacado envolve o desenvolvimento, por cinco investigadores, de uma nova geração de supercondensadores – os C2C – que vêm resolver a maior dificuldade associada ao uso da electricidade: o seu armazenamento. Os inovadores supercondensadores armazenam muita energia de uma forma bastante rápida, com a vantagem de serem fabricados através de um processo simples, com recurso a materiais abundantes e pouco poluentes. CELL2B 13 Conquistou o Concurso Nacional de Inovação BES com uma tecnologia de administração transdérmica de fármacos – patenteada pela Universidade de Coimbra e licenciada, em exclusivo, à empresa LaserLeap Technologies –, que dispensa a utilização de agulhas e seringas em muitas aplicações. Em causa está o recurso à luz de um ‘laser’ pulsado que, ao ser absorvida por um material inovador, a converte numa onda de pressão intensa que provoca o “alargamento” momentâneo da estrutura da pele, tornando-a permeável às moléculas de fármacos e cosméticos. O prémio conquistado em 2008 revelou-se fundamental para a miniaturização dos ‘lasers’, para o aumento da sua portabilidade e diminuição dos custos de produção. Com o investimento em curso, a empresa pretende criar condições para se afirmar no mercado de dermatologia cosmética na Europa, nos Estados Unidos, no Brasil e no Japão. CASE-STUDY José Miranda e Paulo Santos, o presidente do Conselho de Administração com o director financeiro da AMS. A inovar da matéria-prima ao mercado 14 ABR 14 PODIA TRATAR-SE APENAS DA CRIAÇÃO DE 155 POSTOS DE TRABALHO NUMA REGIÃO CASTIGADA PELA INTERIORIDADE. MAS NÃO É. A AMS É UM CASO DE INOVAÇÃO E SUCESSO NA EUROPA. FOMOS SABER PORQUÊ. A primeira pedrada no charco começou com a decisão de localização. Ao implementar a ligação por ‘pipeline’ ao fornecedor de pasta de papel, a AMS revolucionou o processo industrial tradicional, tornando-se na única unidade da indústria de papel ‘tissue’ europeia com estas características. A proximidade à fábrica de pasta, a centralidade face ao mercado preferencial – o ibérico – e o dinamismo revelado pela autarquia local ditaram a instalação da empresa em Vila Velha de Rodão, distrito de Castelo Branco, uma região castigada pela interioridade que a empresa propôs ajudar a desenvolver. E é o que a empresa tem feito. Desde o arranque, em Agosto de 2009, a AMS criou 155 postos de trabalho directos, tendo contribuído sobretudo para a ocupação de mão-de-obra jovem (41% dos colaboradores têm menos de 30 anos) e qualificada (62% apre- senta um nível de literacia igual ou superior ao 12.º ano). Contribuiu ainda para outra estatística pouco comum, e assinalável, numa unidade industrial: o rácio de colaboradores que são do género feminino ascende a 24%. “No decurso da nossa curta existência, rentabilizámos a centralidade do distrito de Castelo Branco, promovemos a criação de valor, gerámos riqueza nacional, demonstrámos como gerir eficientemente os recursos públicos [QREN] e reduzimos a nossa pegada ecológica. Este foi, e continuará a ser, o nosso papel na vida”, explica José Miranda, presidente do Conselho de Administração. Inspirada por Cesário Verde – “o obstáculo estimula” –, a AMS surge com a “desafiante visão de ser o mais eficaz fornecedor de ‘tissue’ da Península Ibérica”, adianta o responsável, lembrando o investimento de grande dimensão, em que o apoio da AICEP se revelou determinante, quer no arranque, quer na consolidação internacional. POSIÇÃO DE DESTAQUE NA INDÚSTRIA DE PAPEL NACIONAL Associando a sustentabilidade económica a uma postura ‘eco-friendly’, a AMS assegurou em apenas quatro anos uma posição de destaque na indústria de papel nacional, com crescimentos sucessivos do volume de vendas e da rentabilidade. No primeiro ano completo de actividade, em 2010, a AMS-GC registou um volume de negócios de 35 milhões de euros, já com resultados positivos, um feito “muito incomum em projectos ‘startup’”, lembra José Miranda. Fotos: Pedro Aperta SUSTENTABILIDADE A CONCURSO A AMS-GC apresentou uma candidatura ao Prémio Europeu de Promoção Empresarial, na categoria de Apoio ao desenvolvimento de Mercados Ecológicos e à Eficiência dos Recursos. Realizada em parceria com a AICEP, a candidatura reflecte “a visão de sustentabilidade de longo prazo”, que permitiu “investir no conceito de economia verde, não só por efeito de diferenciação, mas sobretudo para potenciar a sustentabilidade económica e ambiental do negócio”, sustenta José Miranda. O facto de a pasta ser transportada por ‘pipeline’ desde o fornecedor de pasta até à fábrica – a AMS é a única fábrica na indústria de papel ‘tissue’ na Europa onde isso se verifica – traduz-se numa pegada ambiental inferior à dos ‘players’ do sector. A minimização da pegada ambiental dá-se também por via da redução dos consumos energéticos, resultado do trabalho de uma equipa dedicada à sua optimização. E os resultados são já visíveis: desde 2012, a empresa conseguiu evitar a emissão de 21.695 toneladas de CO2. A certificação PEFC (Programme for the Endorsement of Forest Certification) garante ainda que a matéria-prima provém de florestas sustentáveis e que a AMS-GC procura reduzir ao máximo o recurso a produtos químicos na produção de papel. Medidas que espelham o compromisso de responsabilidade social que a empresa persegue ao longo de toda a cadeia produtiva. ‘Smart oportunity’. Para a AMS, ter instalado a fábrica em Vila Velha de Ródão foi um boa jogada. A facilidade com que se consegue chegar a Espanha faz com que a empresa encare este mercado quase como sendo “nacional”. FACTOS & NÚMEROS AMS-BR, SA Indústria de Pasta e Papel Sediada em Vila Velha de Ródão Arranque de produção em 2009 155 colaboradores Integração vertical: preparação de pasta e papel, fabricação de papel, transformação de papel em rolos • Segmentos industrial e doméstico • 30 mil toneladas de papel produzidas em 2013 • 48 milhões de euros de volume de negócios em 2013 Em 2013, a empresa viu subir o volume de negócios para os 48 milhões de euros, o que representa um crescimento de 48% face a 2010, enquanto o resultado líquido passou, no mesmo período, de 50 mil euros para 3,4 milhões de euros. Para 2018, a AMS tem inscrito no plano de negócios um volume de 68 milhões de euros (35% advindos de exportação). A diferenciação na qualidade do produto, associada à competitividade, possibilitou a penetração em vários mercados, com as exportações anuais a atingirem os 13,2 milhões de euros em 2013, representando 28% do volume de negócios. Em causa estão mercados como Espanha, França, Holanda, Marrocos, Cabo Verde, Moçambique e Angola. “A localização em Vila Velha de Rodão é uma ‘smart opportunity’. Daqui chegamos a Lisboa e a Madrid com a mesma facilidade, o que nos leva a encarar Espanha como se fosse mercado nacional, e é muito atractivo”, explica José Miranda. O objectivo passa agora por consolidar os mercados onde a AMS já deu entrada, sobretudo Angola, “um mercado muito interessante, a partir do momento em que se mitigam alguns riscos”, adianta. “É certo que o nosso produto, a partir de 600 quilómetros, ganha um peso substancial em custos logísticos, mas como somos fanáticos em termos de optimização de custos, temos alguma margem para transferir para a logística, o que nos permite ir um pouco mais longe”, explica o responsável. E adianta: “Não estamos a utilizar a capacidade total instalada, permitindo-nos aumentar a facturação. Este ano prevemos dar mais um salto. Estamos atentos às oportunidades de mercado”, adianta José Miranda. PRÉMIOS E RECONHECIMENTO • 25 Melhores Empresas do Distrito de Castelo Branco (2012-2013) • 100 Melhores Empresas para Trabalhar em Portugal – Exame-Accenture (2012-2013) • Prémio Evolução na Excelência no Trabalho – Heidrick & Struggels (2012) • Reportagem do Diário Espanhol ABC: ”Fábrica com grande visão de futuro” 15 Planos de crescimento. José Miranda adianta que a empresa espera que, em 2018, as exportações pesem 35% no volume de negócios. ABR 14 • • • • • •